PT1839792E - Lâmina de serra, com um corpo de base e dentes de gume afiado - Google Patents

Description

DESCRIÇÃO "LÂMINA DE SERRA, COM UM CORPO DE BASE E DENTES DE GUME AFIADO"

ÂMBITO TÉCNICO DA INVENÇÃO A invenção refere-se a uma lâmina de serra, com um corpo de base e dentes de gume afiado. 0 corpo de base possui ressaltos dispostos distanciados em relação aos dentes que se formam. Cada ressalto possui uma superfície de contacto que é formada, em regra, no ressalto, por um desbaste do género de uma bolsa. Nestes ressaltos são introduzidas peças intercaladas, constituídas por um material comparativamente mais duro do que o material correspondente ao corpo de base. As peças intercaladas podem constituir-se por metal duro. Cada peça intercalada forma, por assim dizer, um dente e apresenta um gume afiado ao qual se associa uma superfície de formação de aparas com a qual a apara, que se solta da peça de trabalho, entra em contacto, pelo menos em parte. A invenção aplica-se, em particular, a folhas de serra circular, especialmente, a assim designadas folhas de serra circular de secção fina as quais, sem qualquer processo de redefinição previsto, são utilizadas como ferramentas de vida útil limitada e cujo campo de utilização preferencial consiste no corte, ou seja, no corte ao comprimento, de peças de trabalho com um comprimento relativamente pequeno, em particular, de perfis, mas também de materiais sólidos. Contudo, a invenção também pode ser utilizada numa folha de serra estirada, por conseguinte, numa fita de serra. 1

ESTADO DA TÉCNICA

As lâminas de serra do tipo abordado, neste caso, são conhecidas partir do documento US 4011783, no que se refere a uma folha de serra circular, e do documento EP 0266022, no que se refere a uma lâmina de serra, na forma de uma fita de serra. Em ambos os casos, os dentes são formados por peças intercaladas ou por corpos intercalados que são inseridos em ressaltos formados a partir do material do corpo de base da lâmina de serra. Para este efeito, os ressaltos apresentam desbastes ou bolsas que estão limitados por uma superfície de contacto e na qual se processa a fixação das peças intercaladas ao material dos ressaltos do corpo de base. As peças intercaladas são ligadas aos ressaltos, no corpo de base, mediante soldadura, em particular, mediante soldadura forte. Cada peça intercalada forma um dente que apresenta um gume afiado ao qual se associa uma superfície de formação de aparas. As peças intercaladas constituem-se por um material mais duro do que o material correspondente ao corpo de base. As peças intercaladas estão configuradas relativamente grandes, em particular, longas e, além disso, também relativamente volumosas. Por conseguinte, as peças intercaladas possuem uma extensão relativamente grande, na direcção radial da folha de serra circular, ou seja, na perpendicular em relação à elevação da fita de uma fita de serra, pelo que, correspondentemente à largura da lâmina de serra, se gera uma superfície de contacto relativamente grande. No caso das peças intercaladas conhecidas, a superfície de contacto está configurada na forma de L, ou seja, numa configuração dobrada e previamente formada nos ressaltos, facto este que por um lado é razoável, de modo a ter uma superfície de contacto tão grande quanto possível. Uma outra função desta superfície de contacto na forma de L incide no favorecimento do 2 posicionamento da peça intercalada, durante a soldadura forte, nos ressaltos. Estes corpos intercalados relativamente grandes e relativamente volumosos, conhecidos no estado da técnica, necessitam da configuração descrita, de modo a garantirem forças de aderência suficientes e por conseguinte, forças de resistência entre o corpo intercalado e o ressalto, tal como elas são viáveis em consequência da soldadura forte. Estas forças de resistência têm de estar dimensionadas correspondentemente com uma margem ampla para poderem resistir às forças de esforço sobrevenientes, durante a introdução da lâmina de serra. As lâminas de serra deste tipo têm de resistir a um determinado tempo de utilização, sem que as peças intercaladas se soltem, completa ou parcialmente, dos ressaltos. 0 emprego de peças intercaladas relativamente grandes e muito volumosas, com uma superfície de contacto correspondentemente grande, está completamente dependente da ligação das peças intercaladas por meio de soldadura. No caso desta soldadura, as peças intercaladas são correspondentemente manuseadas, posicionadas relativamente aos ressaltos, sendo que também o material de soldadura é incorporado. Mediante um aquecimento local realiza-se o processo de soldadura e, por conseguinte, a ligação entre a peça intercalada e o ressalto, ao longo da superfície de contacto na forma de L.

Neste estado da técnica afigura-se desvantajoso o consumo de material relativamente grande, no que se refere ao material das peças intercaladas. É sabido que o metal duro é mais dispendioso do que o material de base de uma lâmina de serra. Contudo, a dimensão e o volume das peças intercaladas não podem ser reduzidos em consequência da sua fixação por meio de soldadura, uma vez que o processo de soldadura requer uma 3 determinada extensão mínima da superfície de contacto. A extensão mínima de uma superfície de contacto soldada, entre o ressalto e a peça intercalada, tem de se manter acima dos valores mínimos, caso deva ser atingida uma força de resistência suficientemente grande, de modo a poderem ser exercidas forças transmissíveis aceitáveis entre o dente e a peça de trabalho aquando do corte à serra, sem que os dentes, formados a partir das peças intercaladas, se soltem dos ressaltos e que, consequentemente, o tempo de vida da lâmina de serra seja encurtado. Esta circunstância também é válida para a direcção de observação inversa. Durante o corte à serra, as forças transmissíveis suficientemente grandes apenas são possíveis, por meio de soldadura, caso sejam utilizadas grandes superfícies de contacto. Por outro lado, as grandes superfícies de contacto apenas podem ser disponibilizadas, caso sejam utilizadas peças intercaladas relativamente grandes e muito volumosas. As peças intercaladas grandes e muito volumosas deste tipo embora permitam um manuseamento mais fácil do que as peças intercaladas relativamente mais pequenas, possuem no entanto a desvantagem de ao formarem os dentes não poderem ser dispostas arbitrariamente próximas, umas em relação às outras. Por outras palavras, existe uma limitação da segmentação, por conseguinte, da distância entre os dentes contíguos que não pode ser inferior ao valor mínimo. Esta limitação da segmentação situa-se actualmente aproximadamente na faixa dos 9 mm. Esta limitação também não pode ser inferior ao valor mínimo, uma vez que então, por sua vez, a superfície de contacto se tornaria demasiado pequena. A partir do documento EP 1101558 Bl ou do documento DE 69904195 T2 é conhecida uma outra lâmina de serra, na forma de uma folha de serra circular, com um corpo de base e peças intercaladas fixadas nos seus ressaltos. Este documento baseia- 4 se num estado da técnica que apresenta igualmente peças intercaladas relativamente longas ou então também, relativamente espessas. Relativamente ao estado da técnica enunciado inicialmente, o volume destas peças intercaladas permanece inalterado, de modo que, também neste caso, o consumo de material relativamente dispendioso, destinado à configuração das peças intercaladas, se mantém inalteravelmente elevado. As peças intercaladas, na folha de serra circular, partindo do gume afiado em direcção ao corpo de base, possuem uma multiplicidade de superfícies estruturadas de forma complexa, associadas umas às outras e dispostas, umas em relação às outras, numa posição relativa exacta. Inicialmente, isto é, partindo do gume afiado em direcção à extremidade da peça intercalada exposta ao corpo de base estão previstas duas superfícies de formação de aparas dispostas em ângulo diferente, umas em relação às outras, e às quais se associam pelo menos dois quebra-aparas planos que, por sua vez, estão previstos em ângulos diferentes relativamente uns aos outros e em relação às superfícies de formação de aparas. Por esta razão, a peça intercalada assume, na sua superfície anterior, uma configuração respectivamente complicada, levando a que seja por vezes designada como dente de lobo. A acomodação das várias superfícies na face anterior do dente, designadamente, por um lado, das superfícies de formação de aparas e por outro, dos quebra-aparas, requer ainda que a peça intercalada apresente, na direcção radial, um comprimento correspondente, mesmo quando este comprimento já está configurado relativamente mais curto do que no caso das peças intercaladas tal como elas são conhecidas a partir do documento EP 0266022. Por outro lado, reconhece-se, no entanto, que as peças intercaladas, de acordo com a folha de serra circular do documento EP 1101558, apresentam uma espessura ampliada, por conseguinte, na direcção tangencial. Esta configuração tem como 5 uma objectivo colocar à disposição também, neste caso, superfície de contacto suficientemente grande, tal como ela se afigura necessária para uma fixação suficiente das peças intercaladas nos ressaltos, através do processo de contacto da soldadura forte utilizado. A espessura comparativamente ampliada, das peças intercaladas, não se repercute apenas desvantajosamente num consumo de material das peças intercaladas inalteravelmente elevado como também se afigura ainda desvantajosa no que se refere às segmentações a serem alcançadas. Devido à espessura ampliada das peças intercaladas, por conseguinte, na direcção tangencial, a limitação para as segmentações pequenas, susceptíveis de serem realizadas, torna-se ainda comparativamente mais elevada. Isto significa que uma folha de serra circular deste género apenas pode ser fabricada com uma segmentação comparativamente grande. Uma segmentação grande não é apenas desvantajosa no que se refere às forças sobrevenientes aquando da inserção da lâmina de serra. As superfícies de serra, com elevado grau de superfície, apenas podem ser produzidas através de segmentações relativamente pequenas. A geometria complexa na face anterior das peças intercaladas é ainda desvantajosa, uma vez que esta requer um elevado empenho no trabalho de afiação. A partir do pedido PCT, com o número de publicação WO 01/19578 Al, é conhecida uma lâmina de serra que pode ter a forma de uma fita de serra ou, também, de uma folha de serra circular. A lâmina de serra possui um corpo de base sobre o qual estão soldados segmentos na forma de folhinhas que envolvem o corpo de base, pelo menos, em parte. Os segmentos não possuem quaisquer gumes afiados, actuando, pelo contrário, como esmeriladores porque comportam diamantes ou outros materiais abrasivos. Os segmentos sinterizados podem apresentar várias 6 configurações como, por exemplo, a forma de um rectângulo, de um paralelepípedo, de um trapézio, de um triângulo ou de algo semelhante. Uma vez que os segmentos têm de envolver o corpo de base, a zona de contacto é assim ampliada desta maneira. Apesar do processo de soldadura por indução recomendado, tornam-se assim possíveis segmentações que se situam na ordem de grandeza de 8 mm. A partir do documento DE 202005006613 UI é conhecida uma folha de serra circular que possui dentes formados por peças intercaladas constituídas por metal duro, com gumes afiados. A folha de serra circular apresenta uma segmentação variável. De modo a favorecer a saída de aparas, na zona do material do corpo de base, da folha de serra circular, estão configurados e dispostos quebra-aparas que podem estar configurados, opcionalmente, na zona da parte dianteira do dente, da parte traseira do dente ou então ainda configurados como dentes de fiel separados. Estes quebra-aparas servem para remover da fenda de corte aparas já formadas e soltas da peça de trabalho. Eles não têm qualquer influência sobre a formação da estrutura das aparas, durante o seu surgimento e remoção da peça de trabalho, pelo que os quebra-aparas não podem ser comparados com as superfícies de formação de aparas. A partir do documento DE 10393472 T5 é conhecida uma lâmina de serra, com um corpo de base e uma sequência de dentes de gume afiado. Cada sequência constitui-se pelo menos por um dente rectilíneo e por vários dentes dispostos travados. Cada dente é formado por um corpo intercalado que é introduzido numa bolsa, no corpo de base da lâmina de serra. De um modo preferido, o corpo intercalado possui a forma de trapézio ou de rabo de andorinha. A fixação dos corpos intercalados na forma de 7 pequenas chapas processa-se por meio de soldadura. 0 corpo intercalado constitui-se por material comparativamente mais duro do que o corpo de base. No caso das pequenas chapas ou corpos intercalados introduzidos, trata-se de peças de material relativamente volumosas, pelo que a zona de contacto também apresenta um comprimento correspondentemente extenso. A altura dos corpos intercalados corresponde aproximadamente à metade da altura do dente. A disposição de uma superfície de formação de aparas e/ou de um quebra-aparas não é descrita ou sugerida neste documento. A partir do documento US 3730038 é conhecida uma folha de serra circular, com um corpo de base e dentes de gume afiado, de acordo com o conceito genérico da reivindicação 1. O corpo de base apresenta, por cada dente, um ressalto com uma ranhura a qual envolve uma peça intercalada que funciona como dente sobre três faces da sua base. Em comparação com os ressaltos, as peças intercaladas estão configuradas relativamente grandes e muito volumosas. A peça intercalada é fixada na ranhura de uma maneira qualquer conhecida, por exemplo, por meio de soldadura forte, soldadura fraca ou algo semelhante. Deste modo, é contrariada uma fracturação das peças intercaladas, aquando das forças actuantes sobre a extremidade superior do dente. Cada peça intercalada possui uma zona de superfície dianteira, bem como outras três zonas de superfície. No ressalto está configurada uma saliência que está disposta em ângulo recto em relação à zona de superfície dianteira, de modo a formar-se, desta maneira, um quebra-aparas que favorece o escoamento das aparas, durante a utilização da folha de serra circular. A lâmina de serra conhecida não visa a possibilidade de surgimento de pequenas segmentações, nem a utilização de peças intercaladas pequenas e pouco volumosas. 8 0 documento ΕΡ 1205274 Al mostra e descreve uma fita de serra, com um corpo de base e dentes de gume afiado. O corpo de base possui ressaltos aos quais estão fixados, por meio de soldadura ou de brasagem, corpos moldados constituídos por um material duro de corte. A secção transversal do corpo moldado está limitada por uma linha em arco de círculo, no plano de projecção principal da fita de serra, no lado virado para o ponto de fixação, e por uma linha dianteira de uma superfície, no lado afastado do ponto de fixação. Não são feitas quaisquer referências a uma superfície de formação de aparas e/ou a um quebra-aparas.

OBJECTIVO DA INVENÇÃO A invenção tem como objectivo subjacente colocar à disposição uma lâmina de serra do tipo descrito inicialmente, em particular, uma folha de serra circular em que a lâmina de serra também possa ser fabricada com segmentações mais pequenas, contrariamente ao que tem sido possível, até agora, no caso de folhas de serra circular, com peças intercaladas soldadas. A segmentação reduzida, a que se aspira, visa criar um grau de superfície comparativamente aperfeiçoado, no canal de corte, por conseguinte, na peça de trabalho.

SOLUÇÃO O objectivo é solucionado, de acordo com a invenção, com as características da reivindicação 1 independente. 9

DESCRICAO DA INVENÇÃO A fixação de cada peça intercalada, no seu ressalto do corpo de base, já não se processa por meio de brasagem, mas antes por meio de soldadura, em particular, por meio de soldadura por resistência. Associado a este contexto, são retirados, da peça intercalada, um ou mais quebra-aparas e transferidos para o ressalto do corpo de base. A peça intercalada comporta agora somente uma ou mais superfícies de formação de aparas e, nesta medida, ela pode ser configurada, vantajosa e significativamente, mais pequena. No ressalto são realizados um ou mais quebra-aparas. Isto significa que a própria peça intercalada, bem como a superfície de contacto são dispensadas. Por uma superfície de formação de aparas entende-se uma superfície, sob cuja influência e interacção, a apara é removida da peça de trabalho e moldada, por conseguinte, formada. Por um quebra-aparas entende-se uma moldagem no ressalto, com o auxílio da qual, uma apara já formada é descarregada, por conseguinte, mudada e/ou retirada. 0 dente formado pela peça intercalada passa agora a ser apenas esforçado pelas forças a serem geradas durante a remoção da apara e a formação da mesma. As forças a serem geradas pelo quebra-aparas são admitidas pelo ressalto e deixam de esforçar o dente.

As duas características identificativas, ou seja, a ligação por soldadura e a disposição do quebra-aparas, no ressalto, interagem de um modo especial. 0 tipo de fixação por soldadura da peça intercalada, em vez do processo de brasagem, permite a aplicação de forças de resistência mais elevadas, entre a peça intercalada e o ressalto. Por este meio é possível, numa 10 primeira etapa, optar pela peça intercalada mais pequena, uma vez que também se afiguram suficientes superfícies de contacto mais pequenas para prestarem as forças de resistência exigidas. Como suplemento, a peça intercalada é dispensada de um quebra-aparas. Deste modo, numa segunda etapa, é possível ainda voltar a reduzir a dimensão da superfície de contacto. Por conseguinte, estas duas medidas levam a que se configure a própria peça intercalada mais pequena e menos volumosa do que no estado da técnica. Este facto associa-se ao deslocamento dos quebra-aparas, a partir do lado dianteiro da peça intercalada, para o lado dianteiro do ressalto, no corpo de base. Por conseguinte, apesar da superfície de contacto reduzida, é conseguido um ponto de fixação seguro da peça intercalada, no ressalto, aliado à possibilidade de exercer forças elevadas, ao longo da peça intercalada, sobre o material a ser reduzido a aparas. Portanto, dado que a peça intercalada pode ser configurada basicamente mais pequena do que no estado da técnica, gera-se a possibilidade de realizar também, segmentações mais pequenas. As segmentações de 9 mm existentes no estado da técnica são reduzidas para 6 mm ou menos, de acordo com a invenção. A soldadura entre a peça intercalada e o ressalto do corpo de base acarreta ainda simultaneamente outras vantagens. Durante a soldadura ocorre uma fundição dos materiais, facto pelo qual são admissíveis maiores tolerâncias na zona de contacto em comparação com o processo de brasagem. Além disso, a resistência aos choques térmicos da peça intercalada soldada, em particular, a resistência térmica é melhorada. Enquanto as peças intercaladas submetidas à brasagem, numa faixa de temperatura aproximadamente entre 600° C e 1000° C, podem perder a sua fixação no ressalto, no caso das peças intercaladas soldadas este limite se situa bastante mais acima, aproximadamente numa ordem de grandeza de 1600° C. No entanto, basicamente, o 11 processo de soldadura também é mais vantajoso do que o de fixação por brasagem. No caso da soldadura processa-se uma infiltração de calor mais reduzida no corpo de base, razão pela qual o corpo de base também se deforma comparativamente menos. 0 esforço de alinhamento em tais folhas de serra circular ou em lâminas de serra, em que as peças intercaladas estão soldadas, é menor do que nas correspondentes lâminas de serra, com peças intercaladas submetidas à brasagem. Acresce ainda o facto de, face a peças intercaladas relativamente mais pequenas, se verificar também uma respectiva economia do material relativamente dispendioso. Deste material relativamente dispendioso tem de ser desbastada uma menor quantidade. De um modo vantajoso, mediante a utilização de uma configuração adaptada ao molde definitivo do dente, as peças intercaladas também podem ser configuradas tão pequenas que, após a soldadura ao ressalto do corpo de base, já só têm de ser executados os trabalhos de afiação minimos para se obter a forma definitiva do dente que se pretende. A última superfície de formação de aparas exposta ao ressalto, na peça intercalada, pode passar para o primeiro quebra-aparas disposto no ressalto do corpo de base. De um modo preferido, a transição deve ocorrer de forma constante, salvo se pretenda realizar um efeito especial, por exemplo, uma quebra de apara.

Entre o ressalto e a peça intercalada está apenas prevista uma superfície de contacto. Esta mesma superfície de contacto está configurada relativamente curta e também pequena, em especial, no caso de folhas de serra circular de secção fina. Esta superfície de contacto permite realizar um molde variado. 12

Ela pode estar configurada como uma superfície que se projecta plana, ondulada ou curvada. 0 quebra-aparas plano, no ressalto do corpo de base, pode estar endurecido. Por este meio é contrariado o desgaste junto ao corpo de base e aumentado o tempo de vida útil, ou seja, o tempo de utilização da lâmina de serra. No ressalto do corpo de base também podem estar previstos vários quebra-aparas dispostos em ângulos diferentes, uns em relação aos outros. A peça intercalada pode estar configurada mais larga do que o ressalto do corpo de base e apresentar uma ranhura mediante a qual, durante a soldagem, ela pode ser encaixada, envolvendo, de lado, o ressalto. Portanto, a peça intercalada é mais larga do que o ressalto e, por conseguinte, do que o corpo de base. Esta configuração embora amplie o volume inserido da peça intercalada, por outro lado, no entanto, acarreta vantagens de manuseamento e de fixação da peça intercalada sobre o ressalto, durante o processo de soldadura.

Para a configuração da peça intercalada existem várias possibilidades. Assim, a peça intercalada pode constituir-se por uma peça de material na forma de uma esfera, de um cilindro, de um segmento ou de um outro molde. Graças a esta configuração, as peças intercaladas podem ser fabricadas a custo favorável. 0 quebra-aparas pode estar formado por um arqueamento que se salienta, no ressalto, à medida que se desenvolve a jusante. 0 arqueamento pode estar limitado por uma sequência linear, mas também por curvatura. Deste modo, também pode estar realizados múltiplos quebra-aparas dispostos em série. Assim, o quebra-aparas pode estar formado por um arqueamento que se salienta, no 13 ressalto, à medida que se desenvolve a jusante, com uma multiplicidade de superfícies que se sobrepõem umas às outras.

As demais confiqurações vantajosas da invenção decorrem das reivindicações, da descrição e dos desenhos. As vantagens das características e das combinações de várias características, enunciadas na introdução à descrição, são simplesmente exemplificativas, podendo ser realizadas alternativa ou cumulativamente, sem que tenham de ser alcançadas forçosamente as vantagens de formas de realização, de acordo com a invenção. Outras características devem ser inferidas dos desenhos, em particular, das geometrias representadas e das dimensões relativas dos vários componentes, uns em relação aos outros, bem como da sua disposição relativa e cooperação de actuação. A combinação de caracteristicas de formas de realização da invenção diferentes, ou de caracteristicas de reivindicações diferentes é igualmente possível, sendo proposta por este meio, abstraindo das reflexões seleccionadas nas reivindicações. Este facto refere-se igualmente àquelas caracteristicas que estão representadas em desenhos separados ou que são enunciadas na sua descrição. Estas características também podem ser combinadas com características de reivindicações diferentes. De igual modo, é possível que características enunciadas nas reivindicações sejam suprimidas em relação a outras formas de realização da invenção.

BREVE DESCRICÃO DAS FIGURAS

Em seguida, a invenção será explicada e descrita ainda, com base em exemplos de realização preferidos representados nas figuras. 14

Fig.l mostra uma vista lateral de um dente, numa lâmina de serra, de acordo com o estado da técnica.

Fig.2 mostra uma vista lateral de um dente, numa lâmina de serra, de acordo com a invenção.

Fig. 3 mostra uma vista lateral de um dente, com uma superfície de contacto configurada diferentemente. Fig. 4 mostra uma vista lateral de um dente, com uma superfície de contacto configurada diferentemente. Fig. 5 mostra uma vista lateral de um dente, com uma superfície de contacto configurada diferentemente.

Fig.6 mostra uma vista lateral de um ressalto, no corpo de base, previamente à soldadura com a peça intercalada.

Fig.7 mostra um recorte de uma folha de serra circular, com segmentação variável.

DESCRICÃQ DAS FIGURAS A figura 1 mostra um recorte, a partir de uma lâmina 1 de serra, de acordo com o estado da técnica. A lâmina 1 de serra apresenta um corpo 2 de base do qual apenas é visível um recorte. Somente está representada a parte destinada a um único 15 dente. No local do dente, o corpo de base possui um ressalto 3 ao qual está fixada uma peça 4 intercalada. 0 ressalto 3 está limitado por uma configuração, na forma de L, em concordância com a peça 4 intercalada. Deste modo, entre o ressalto 3 e a peça 4 intercalada, é criada uma zona de contacto configurada na forma de L, ou seja, uma superfície 5 de contacto na qual, no estado da técnica, se encontra uma solda, uma vez que ali a peça 4 intercalada é ligada ao ressalto 3 através de um processo de brasagem. Dependendo da forma e da configuração da solda, a superfície 5 de contacto pode apresentar uma espessura diferente. A forma e a configuração da superfície 5 de contacto, na forma de L, visam criar uma superfície 5 de contacto configurada tão grande quanto possível, para que possam ser alcançadas forças de aderência suficientemente elevadas, entre a peça 4 intercalada e o ressalto 3, resistindo ao esforço da lâmina 1 de serra, durante o corte à serra. A peça 4 intercalada forma o dente 10. O dente 10 apresenta um gume 6 afiado, uma superfície 7 de formação de aparas que se associa à parte dianteira do dente e um quebra-aparas 8 que se lhe associa ainda. Os dentes 5 deste tipo são também muitas vezes designados como dentes de lobo. Entende-se que, no corpo 2 de base, na respectiva segmentação, está prevista uma multiplicidade de ressaltos 3, uns a seguir aos outros, nos quais estão soldadas, mediante um processo de brasagem, respectivamente as peças 4 intercaladas que formam os dentes 5. A figura 1 mostra o estado concluído do corpo de base, com a peça 4 intercalada soldada, por conseguinte, a forma moldada definitiva. Pode depreender-se que a peça 4 intercalada está configurada relativamente grande, quer na direcção radial, quer também, na direcção tangencial. Esta configuração relativamente grande revela-se necessária na direcção radial, de modo a acomodar o gume 6 afiado, a superfície 7 de formação de aparas associada a este e o quebra- 16 aparas 8. Quando estão previstos vários quebra-aparas 8, dispostos em série, as peças 4 intercaladas que ainda estão configuradas mais compridas, na direcção radial, têm de ser empregadas. Todavia, mesmo na direcção tangencial, a peça 4 intercalada está configurada relativamente grande. Isto é originado, em primeiro lugar, pela superfície 5 de contacto, na forma de L, e pela dimensão a que esta superfície 5 de contacto obriga, no seu conjunto. Aliás, no caso de folhas de serra circular de secção fina, a espessura do corpo 2 de base, e por isso também do ressalto 3, encontra-se limitada, de modo que a superfície 5 de contacto surge assim limitada, nesta direcção, na perpendicular em relação ao plano do desenho da figura 1. A figura 2 mostra uma representação semelhante à da figura 1, embora num recorte a partir de uma lâmina 1 de serra, de acordo com a invenção. A figura 2 deve ser vista em comparação com a figura 1. Evidencia-se o facto de a peça 4 intercalada, que forma o dente 10, estar configurada significativamente mais pequena, não só no que se refere ao comprimento da superfície 5 de contacto mas também no que se refere ao volume da peça 4 intercalada. Passando pela superfície 5 de contacto, a peça 4 intercalada está soldada ao ressalto 3, no corpo 2 de base. De uma ligação de soldadura deste tipo, resultam forças de aderência maiores, entre a peça 4 intercalada e o ressalto 3, do que as que seriam possíveis mediante um processo de brasagem, de acordo com o estado da técnica. As superfícies de contacto, ou seja, as zonas 5 de contacto, das figuras, estão representadas exageradamente espessas. No estado da técnica, de acordo com a figura 1, a superfície 5 de contacto mostra a disposição da solda. No caso da configuração, de acordo com a invenção, conforme a figura 2, a superfície 5 de contacto mostra uma zona na qual os materiais do corpo 2 de base e da 17 peça 4 intercalada se fundiram, uns nos outros, durante o processo de soldadura. Entende-se que para a peça 4 intercalada foi empregue um material de qualidade superior, em particular, um metal duro, enquanto o material do corpo 2 de base e, por conseguinte, do ressalto 3 é comparativamente menos duro e assim, mais dúctil.

Ao comparar-se a figura 1 com a figura 2, evidencia-se ainda, que agora, de acordo com a invenção, o quebra-aparas 8 já não se encontra na peça 4 intercalada, mas antes no ressalto 3. Na própria peça 4 intercalada já só está realizada uma ou mais superfícies 7 de formação de aparas. A transição entre a superfície 7 de formação de aparas e o quebra-aparas 8 está realizada de forma constante, de modo a produzir uma transição continua. 0 quebra-aparas 8 é formado por um arqueamento 9 que se salienta à medida que se desenvolve a jusante. No entanto, o arqueamento 9 também pode apresentar uma outra forma. As figuras 3 a 5 mostram representações semelhantes à da figura 2, embora com superfícies 5 de contacto configuradas diferentemente, com superfícies 7 de formação de aparas e quebra-aparas 8 configurados diferentemente. Depreende-se, a partir daqui, que a superfície 5 de contacto pode estar configurada curvada convexa, ondulada, curvada côncava ou também rectilínea. Em regra, as superfícies 7 de formação de aparas estão configuradas como superfícies planas. A figura 6 evidencia as condições prévias ao processo de soldadura. 0 corpo 2 de base da lâmina 1 de serra é produzido, de um modo conhecido, sendo que é estabelecido o contorno periférico do ressalto 3. Neste caso, a peça 4 intercalada está representada como cilindro 11. No entanto pode tratar-se também de uma esfera ou de uma qualquer outra peça moldada. A tracejado 18 está evidenciada a peça de material que acaba por restar como dente 10, após a soldadura e afiação. O quebra-aparas 8 já está formado, por meio de fresagem, no ressalto. A peça 4 intercalada pode apresentar uma largura superior à que corresponde à largura do corpo 2 de base. Assim, o dente 10 formado por último sobressai da espessura do corpo 2 de base, de ambos os lados. De modo a facilitar a montagem, uma peça 4 intercalada, configurada como peça moldada, pode possuir também uma ranhura (não representada) mediante a qual, durante a soldagem, ela pode ser encaixada, envolvendo o ressalto 3. Assim, a peça 4 intercalada não só pode ser mais facilmente manuseada, sendo que também a superfície 5 de contacto, produzida através do processo de soldadura, pode prolongar-se ligeiramente, de lado, no ressalto 3. A figura 7 mostra um recorte a partir de uma lâmina 1 de serra configurada como folha de serra circular. Está representada uma série de dentes 10 que estão dispostos em distâncias diferentes, uns em relação aos outros, pelo que a lâmina 1 de serra apresenta uma segmentação variável. A partir desta representação torna-se também facilmente reconhecível quão pequenas são as peças 4 intercaladas que, finalmente, formam os dentes 10. Este facto refere-se, quer à situação das peças 4 intercaladas, previamente ao processo de afiação (figura 6), quer também, após o processo de afiação (figura 7).

LISTA DE NÚMEROS DE REFERÊNCIA lâmina de serra corpo de base ressalto 19 3 4 peça intercalada 5 superfície de contacto 6 gume afiado 7 superfície de formação de aparas 8 quebra-aparas 9 arqueamento 10 dente 11 cilindro

Lisboa, 7 de Dezembro de 2010 20

Claims (10)

1. REIVINDICAÇÕES 1. Lâmina (1) de serra, com um corpo (2) de base e dentes (10) de gume (6) afiado, sendo que o corpo (2) de base apresenta, por cada dente (10), respectivamente um ressalto (3) com uma superfície (5) de contacto à qual está fixada uma peça (4) intercalada, constituída por um material comparativamente mais duro, que forma o dente (10) com o seu gume (6) afiado e com pelo menos uma superfície (7) de formação de aparas que se associa ao gume (6) afiado e no corpo (2) de base, o ressalto (3) apresenta pelo menos um quebra-aparas (8) plano, caracterizada por a peça (4) intercalada, que suporta a superfície (7) de formação de aparas, na superfície (5) de contacto, estar soldada ao ressalto (3), no corpo (2) de base e por a lâmina (1) de serra possuir um passo igual ou inferior a 6 mm.
2. 2. Lâmina (1) de serra, de acordo com a reivindicação 1, caracterizada por a última superfície (7) de formação de aparas exposta ao ressalto (3), na peça (4) intercalada, se projectar para o primeiro quebra-aparas (8) disposto no ressalto (3) do corpo (2) de base.
3. 3. Lâmina (1) de serra, de acordo com a reivindicação 1, caracterizada por apenas estar prevista uma superfície (5) de contacto, entre o ressalto (3) e a peça (4) intercalada.
4. 4. Lâmina (1) de serra, de acordo com a reivindicação 3, caracterizada por esta superfície (5) de contacto estar configurada como uma superfície que se projecta plana, ondulada ou curvada. 1
5. 5. Lâmina (1) de serra, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 4, caracterizada por o quebra-aparas (8) plano estar endurecido, no ressalto (3) do corpo (2) de base.
6. 6. Lâmina (1) de serra, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 5, caracterizada por, no ressalto (3) do corpo (2) de base, estarem previstas vários quebra-aparas (8) dispostos em ângulos diferentes, uns em relação aos outros.
7. 7. Lâmina (1) de serra, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 6, caracterizada por a peça (4) intercalada estar configurada mais larga do que o ressalto (3) do corpo (2) de base e apresentar uma ranhura mediante a qual, durante a soldagem, ela pode ser encaixada, envolvendo o ressalto (3) .
8. 8. Lâmina (1) de serra, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 7, caracterizada por a peça (4) intercalada se constituir por uma peça de material na forma de uma esfera, de um cilindro (11), de um segmento ou de algo semelhante.
9. 9. Lâmina (1) de serra, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 8, caracterizada por o quebra-aparas (8) estar formado por um arqueamento (9) que se salienta, no ressalto (3), à medida que se desenvolve a jusante.
10. 10. Lâmina (1) de serra, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 9, caracterizada por o quebra-aparas (8) estar formado por um arqueamento (9) que se salienta, no 2 com uma ressalto (3), à medida que se desenvolve a jusante, multiplicidade de superfícies que se sobrepõem umas às outras. Lisboa, 7 de Dezembro de 2010 3