PT1468677E

PT1468677E - Xarope anti-refluxo

Info

Publication number: PT1468677E
Application number: PT04425213T
Authority: PT
Inventors: Luigi Mercuri
Original assignee: Dmg Italia Srl
Priority date: 2003-04-03
Filing date: 2004-03-25
Publication date: 2012-10-15
Also published as: DK1468677T3; CY1113576T1; ITRM20030154A1; EP1468677A3; ES2392427T3; ITRM20030154A0; PL1468677T3; EP1468677B1; EP1468677A2

Description

ΕΡ1468677Β1

DESCRIÇÃO

XAROPE ΑΝΤΙ—REFLUXO

Este invento refere-se ao campo farmacêutico e, mais precisamente, refere-se a um dispositivo médico que actua mecanicamente, o qual é adequado para o tratamento do refluxo gástrico e é na forma de um xarope, contendo o referido xarope óleos de silicone, alginatos de magnésio, carboxipolimetileno, compostos de reepitelização e compostos sedativos. A referida composição médica pode reduzir os sintomas e os problemas cuja causa principal é o refluxo gástrico, tais como por exemplo: tosse, azia (sensação de ardor no epigástrio que se espalha até ao esófago e à faringe), esofagite, disfonia, flegmasia rinofaringea, desepitelização e regurgitação; além disso, exerce uma acção coadjuvante nos processos de reepitelização.

Um objecto deste invento consiste em fornecer uma composição na forma de um xarope que possa reduzir o refluxo gástrico, limitar os danos provocados pelo referido refluxo para reduzir também a sua incidência e para limitar a utilização de compostos farmacológicos com efeitos secundários indesejados. A doença de refluxo gastro-esofágico (conhecido como GERD - GastroEsophageal Reflux Disease) é uma patologia que em Itália, por exemplo, afecta um terço de toda a população, 1 ΕΡ1468677Β1 pelo que é alvo do interesse crescente da comunidade cientifica. A patogenia da GERD é atribuída a mudanças nos mecanismos de defesa do esófago em conjunto com uma crescente actividade de factores agressivos. Os mecanismos de defesa do esófago consistem numa barreira anti-refluxo que controlam os episódios e o volume de material refluído no espaço luminal, que diminuem o tempo de retenção do material refluído no esófago, e nos factores de resistência epitelial que podem limitar os danos durante o contacto do ácido com a membrana mucosa. A função da barreira anti-refluxo deriva de um óptimo equilíbrio anatómico-fisiológico. 0 refluxo patológico pode ser, por isso, uma questão lateral de condições de menor eficácia do mecanismo de contenção fornecido pelo esfíncter esofágico inferior, do aumento da pressão intra-gástrica, de problemas na mobilidade gastro-esofágica, assim como de outros factores de natureza neuro-hormonal ou farmacológica. A presença de uma hérnia do hiato por deslizamento pode aumentar o número de episódios, assim como a quantidade de material refluído. 0 espaço ocorre através do movimento peristáltico principal e secundário, graças ao qual se torna possível a passagem de saliva para o esófago, com um efeito de bloqueio consequente, e a acção de limpeza procinética que leva o material refluído de novo para o estômago. 2 ΕΡ1468677Β1

Os danos do refluxo esofágico são também limitados por factores de resistência, tais como, por exemplo, a camada mucosa, saliva e excreção aquosa glandular e alcalina, assim como pelo epitélio com as suas uniões intercelulares.

Independentemente do mecanismo patológico responsável, existem condições que podem favorecer o surgimento do refluxo gastro-esofágico. Entre estas condições contam-se as seguintes: o hábito de as pessoas fazerem refeições grandes, de se deitarem imediatamente após as refeições, de usarem roupas demasiado apertadas na cintura, de ingerirem determinados alimentos ou bebidas alcoólicas e gaseificadas, de fumar, e o excesso de peso (que provoca um aumento na pressão abdominal). Além disso, algumas classes de medicamentos, como os antagonistas do cálcio, compostos de teofilina, beta 2 -agonistas e medicamentos anti-Parkinson apresentam acções de facilitação.

Os sintomas típicos do refluxo gastro-esofágico são a azia (sensação de ardor no epigástrio que se espalha até ao esófago e à faringe) e a regurgitação ácida que é sentida como um líquido que tem um sabor ácido e amargo. A GERD pode também ocorrer com manifestações atípicas que podem ser classificadas nos sintomas esofágicos e extra-esofágicos.

Entre os primeiros estão a dor ao engolir e a disfagia (dificuldade em engolir). Entre os sintomas extra-esofágicos atípicos estão a dor torácica do tipo angina, laringite 3 ΕΡ1468677Β1 crónica, tosse crónica, pneumonia recorrente, rouquidão e lesões dentárias.

Quanto se define um plano terapêutico para o tratamento da GERD convém ter em mente que em cerca de 50% dos casos a referida doença torna-se crónica, pelo que é necessário individualizar um objectivo a curto prazo para resolver a fase aguda da doença, e um objectivo a longo prazo para a gestão adequada da fase de manutenção (Ruggeri, D., 2002, Doctor, 15:10-15). No que diz respeito à abordagem farmacológica, são utilizados vários componentes activos no tratamento do refluxo esofágico. Os medicamentos normalmente utilizados variam entre o antiácido e os compostos antagonistas H2, que são usados no tratamento de úlceras, até aos mais específicos, tais como os inibidores de bomba protónica (PPI - protonic pump inhibitors) e os chamados compostos procinéticos, que aceleram o efeito do esvaziamento do estômago estimulando a musculatura gástrica. A patente WO 00/67799 revela composições que têm melhores propriedades compreendendo um alginato, goma xantana e/ou goma carragena, simeticona e bicarbonato de sódio para tratar o refluxo esofágico.

Um objecto deste invento consiste em individualizar uma composição contra o refluxo esofágico de um tipo de acção mecânica, sem efeitos secundários indesejados. 4 ΕΡ1468677Β1

Isto conseguiu-se proporcionando uma composição na forma de um xarope cujos componentes actuam através de mecanismos básicos: - redução da tensão superficial das bolhas de ar que são formadas no interior do estômago para limitar o número de bolhas e a sua acção propulsora; formação de uma barreira na cárdia para evitar o refluxo e para reduzir a emissão de vapores ácidos; - neutralização de sucos gástricos e vapores; - criação de uma barreira protectora para o epitélio e a indução de processos de reparação do epitélio; - redução da tosse.

Assim, foi identificada uma composição na forma de um xarope, contendo como componentes activos alginato de magnésio, dimeticona e/ou simeticona, carboxipolimetileno (carbopol), dexpantenol, óxido de zinco, e compostos capazes de reduzirem ligeiramente o estimulo à tosse, como por exemplo a alteia (Althaea officinalis), a papoila (Papaver rhoeas)) e o mel. Mais particularmente: - o alginato de magnésio em contacto com o ácido nos precipitados do estômago na forma de um gel de ácido alginico. Simultaneamente, a reacção entre bicarbonato e 5 ΕΡ1468677Β1 ácido hidroclorídrico liberta anidrido carbónico que, penetrando na estrutura do tipo rede do gel, o obriga a flutuar. Desta forma, é formada uma massa flutuante nos alimentos mastigados que os impede de chegar à cárdia, bloqueando assim a regurgitação. Além disso, também exerce uma acção de tamponamento que neutraliza o refluxo ácido; - a dimeticona (dimetilpolisiloxano) e/ou a simeticona (uma mistura de dimetilpolisiloxanos) são compostos de silicone inertes e hidrorrepelentes, na forma liquida, e podem baixar a tensão superficial das bolhas de ar que são formadas durante os processos digestivos, para levar as referidas bolhas a coalescer e reduzir assim a regurgitação e o refluxo; o carboxipolimetileno (carbopol) é um agente de aumento da viscosidade que permite ao xarope formar uma barreira protectora para o epitélio facilitando assim os seus processos regenerativos e/ou reparativos que são provocados pelos compostos de reepitelização (dexpantenol e óxido de zinco); - o próprio dexpantenol pode aumentar os movimentos peristálticos gástricos promovendo o esvaziamento do estômago; - a alteia (Althaea officinalis), a papoila (Papaver rhoeas) ) e o mel, devido às suas propriedades 6 ΕΡ1468677Β1 emolientes, descongestivas e expectorantes podem reduzir o estímulo à tosse.

Consequentemente, um objecto deste invento consiste num dispositivo médico que exerce uma acção mecânica esofágica anti-refluxo, tendo o referido dispositivo a seguinte composição em peso/volume (g/1) por litro de xarope:

Dimeticona e/ou simeticona 3,3 - 9,9 g Alginato de magnésio 22,5 - 67,5 g Carboxipolimetileno (carbopol) 0,1 - 0,3 g Dexpantenol 0,5 - 1,5 g Óxido de zinco 1,37 - 1,12 g Alteia (Althaea officinalis) 12,5 - 37,5 g Papoila (Papaver rhoeas) 12,5 - 37,5 g Mel 35 - 105 g A referida composição são também adicionados, como excipientes e agentes conservantes: bicarbonato de sódio, hidróxido de sódio, metilparahidroxibenzoato de sódio, propilparahidroxibenzoato de sódio, eritrosina (E127) aromas e frutose.

De acordo com uma forma de realização preferida, o referido dispositivo médico que exerce uma acção mecânica esofágica anti-refluxo tem a seguinte composição em peso/volume (g/1) por litro de xarope: 7 ΕΡ1468677Β1

Dimeticona e/ou simeticona 6, 6 g Alginato de magnésio 45 g Carboxipolimetileno (carbopol) 0,2 g Dexpantenol 1 g Óxido de zinco 0,75 g Althaea officinalis (extracto 25 g liquido) Papaver rhoeas (extracto liquido) 25 g Mel 70 g Bicarbonato de sódio 0,25 g Hidróxido de sódio 0,66 g Metilparahidroxibenzoato de sódio 1 g Propilparahidroxibenzoato de sódio 0,5 g Eritrosina (E127) 0,05 g Aroma de romã 2,2 g Aroma de videira de morango 0,22 g Frutose 300 g Água desmineralizada q.s. para 1 litro

Mais particularmente, o referido xarope é preparado de acordo com as seguintes indicações: 0 mel, o dexpantenol e a frutose são dissolvidos a 30°C num volume de água desmineralizada correspondente a 2/3 do volume total; quando a solubilização está completa, os outros componentes são adicionados sequencialmente, mantendo-se a agitação mecânica continua para garantir a 8 ΕΡ1468677Β1 dispersão total dos componentes, de acordo com a seguinte ordem: - carbopol - hidróxido de sódio - metilparahidroxibenzoato de sódio - propilparahidroxibenzoato de sódio - alginato de magnésio - althaea officinalis (extracto liquido) - papaver rhoeas (extracto liquido) - óxido de zinco - dimeticona e/ou simeticona - bicarbonato de sódio - eritrosina - aromas

Logo que se consiga uma homogeneidade perfeita do produto, o volume total é verificado para um valor de um litro e, no caso de ser inferior a um litro, é adicionada mais água desmineralizada para a ajustar ao volume. Finalmente, o valor de pH do produto é verificado, o qual deve estar compreendido entre 8,3 e 8,4, e o seu valor é ajustado, se necessário, adicionado uma solução a 10% de hidróxido de sódio, o peso especifico da solução sendo também verificado, devendo ser de 1,145.

Lisboa, 4 de Outubro de 2012 9

Claims

ΕΡ1468677Β1 REIVINDICAÇÕES 1. Composição anti-refluxo gastro-esofágico na forma de um xarope compreendendo meios para formar uma barreira física ao nível da cárdia, caracterizada por a referida composição compreender as substâncias seguintes em peso/volume (g/1) por litro de xarope: Dimeticona e/ou simeticona 3, 3 - 9, 9 g Alginato de magnésio 22,5 - 67,5 g Carboxipolimetileno (carbopol) 0,1 - 0,3 g Dexpantenol 0,5 - 1,5 g Óxido de zinco 1,37 - 1,12 g Alteia (Althaea officinalis) 12,5 - 37,5 g Papoila (Papaver rhoeas) 12,5 - 37,5 g Mel 35 - 105 g
2. Composição anti-refluxo gastro-esofágico na forma de um xarope de acordo com a reivindicação 1, caracterizada por a referida composição compreender as substâncias seguintes em peso/volume (g/1) por litro de xarope: 1 ΕΡ1468677Β1 Dimeticona e/ou simeticona 6, 6 g Alginato de magnésio 45 g Carboxipolimetileno (carbopol) 0,2 g Dexpantenol 1 g Óxido de zinco 0,75 g Althaea officinalis (extracto liquido) 25 g Papaver rhoeas (extracto liquido) 25 g Mel 70 g Bicarbonato de sódio 0,25 g Hidróxido de sódio 0,66 g Metilparahidroxibenzoato de sódio 1 g Propilparahidroxibenzoato de sódio 0,5 g Eritrosina (E127) 0,05 g Aroma de romã 2,2 g Aroma de videira de morango 0,22 g Frutose 300 g Água desmineralizada q.s. para 1 litro Lisboa, 4 de Outubro de 2012 2