PT101780B

PT101780B - Composicao de aerossol para uso alimentar

Info

Publication number: PT101780B
Application number: PT101780A
Authority: PT
Inventors: Joel Junqua; Wilhelmus Peters
Original assignee: Mediterraneenne D Aerosols Soc; Gist Brocades Nv
Priority date: 1994-10-10
Filing date: 1995-10-09
Publication date: 1999-05-31
Also published as: ES2087043B1; IT1280960B1; ITTO950808A1; ITTO950808A0; ES2087043A1; FR2725455B1; PT101780A; BE1008683A3; FR2725455A1

Description

A fim de facilitar a aplicação prática de certas substâncias alimentares, e em particular a utilização de agentes de desenformação no sector da padaria/pastelaria, acondicionam-se estas substâncias em caixas de aerossol, nas quais a substância em questão é uma mistura líquida à base de óleo, de ceras vegetais e/ou de um emulsionante do tipo lecitina, sendo o conjunto misturado com um agente propulsor. Assim, começaram-se por utilizar a título de agente propulsor fluorocarbonetos, conhecidos sob a abreviatura CFC. Ora verificou-se que os CFC têm propriedades nefastas face ao ambiente e, em particular, são susceptíveis de deteriorar a camada de ozono da atmosfera terrestre, de contribuir para o aumento do efeito chamado de estufa e para o aumento da radiação ultravioleta no solo.

Tomando consciência do facto de que a médio prazo será necessário encontrar substitutos dos CFC, utilizou-se para propulsar substâncias alimentares, aerossóis nos quais o agente propulsor era constituído por éter dimetílico (DME) ou gás butano/propano. Se tais substâncias facilitam a vaporização da substância alimentar, elas podem também revelar-se perigosas para certas utilizações, devido ao facto de terem um carácter muito facilmente inflamável. Em particular, a utilização do DME ou do gás butano/propano a título de agente propulsor comporta riscos de inflamabilidade dos gases empregues para formarem o aerossol, e constitui por este facto um problema de segurança, em particular quando da utilização intempestiva destes produtos na proximidade de uma chama aquando uma operação de cozedura. Este problema tem efectivamente conduzido a acidentes nas aplicações de panificação, de desenformação de gaufres ou waffles (panquecas com concavidades de ambos os lados) e outros, inflamando-se o agente propulsor em contacto com um corpo suficientemente quente, tal como uma fonna para gaufres.

Sendo dado este estado da técnica, o invento tem por finalidade fornecer uma composição alimentar utilizável na confecção de refeições ou de produtos alimentares e apresentada sob a forma de aerossol, apta a remediar em especial os inconvenientes anteriores.

Mais precisamente, o invento tem por finalidade proporcionar uma composição alimentar apresentada sob a forma de aerossol para facilitar a sua aplicação na quantidade querida, mas sem utilizar como agente propulsor substâncias nocivas ou perigosas para o homem ou seu ambiente.

Em particular, mas de maneira não limitativa, o invento tem por finalidade proporcionar um agente de desenformação utilizável em pastelaria/panificação/biscoitaria ou em utilização doméstica, não apresentando os inconvenientes dos agentes de desenformação conhecidos.

Para este efeito, o invento diz respeito a uma composição de aerossol de uso alimentar, destinada a ser utilizada numa caixa de acondicionamento do tipo aerossol comportando um agente propulsor e, pelo menos, um ingrediente alimentar, caracterizada por o referido agente propulsor ser o hidrofluorocarboneto 134A, de fórmula química CF₃-CH₂F.

De acordo com outras caracteristicas do invento:

— o referido agente alimentar é um agente lubrificante misturado com o referido agente propulsor;

— o referido agente lubrificante é um óleo de untadura e de desenformação, particularmente um óleo de desenformação para formas e placas de cozedura em padaria/pastelaria/biscoitaria ou em utilização doméstica;

— o referido agente lubrificante é um óleo de fritar;

— o referido agente lubrificante é um óleo de temperar;

— o referido agente lubrificante é uma cera de desenformação utilizável para a desenformação de produtos de longa conservação;

— o referido agente lubrificante é um óleo lubrificante para máquinas de tratamento agro-alimentar, particularmente para máquinas divisoras de massas e/ou para máquinas cortadoras de pão;

— o referido ingrediente alimentar é uma preparação alimentar à base de óleo vegetal virgem e de substâncias aromáticas para tempero;

— a composição compreende cerca de 5 a 95%, numa base ponderai, de agente lubrificante e 95 a 5%, numa base ponderai, de propulsor líquido.

O invento diz igualmente respeito a um dispositivo de aerossol, comportando uma caixa de aerossol estanque, particularmente cilíndrica, de folha-de-flandres ou de alumínio monobloco, provida de uma válvula de esvaziamento e de uma parede interna revestida ou não por um verniz de protecção, caracterizado por conter uma composição de aerossol de acordo com qualquer uma das reivindicações apensas.

O invento vai ser descrito mais em detalhe na descrição detalhada que se segue.

A composição de acordo com o invento é uma mistura de um ingrediente alimentar sob a forma líquida e de um gás propulsor conhecido pelo nome de HFC 134A. O HFC 134A é um gás anidro de fórmula química CF₃-CH₂F. O ingrediente alimentar é particularmente um agente lubrificante, do género emulsão de óleo em água, ou emulsão de água em óleo. Os óleos utilizáveis no quadro do invento são contituídos por todos os óleos conhecidos que têm aplicações alimentares, e que são conhecidos por eles próprios.

Reter-se-ão particularmente como agentes lubrificantes utilizáveis no quadro do invento, os óleos de untura e de desenfonnação, particularmente os utilizados para placas de cozedura em padaria/pastelaria/biscoitaria para o fabrico de pão de forma, cacetes, torradas, fundos de tartes, ou outros usos domésticos; as ceras de desenformação utilizadas para a desenfonnação de produtos de longa conservação tais como os produtos de confeitaria ou de biscoitaria; os óleos de fritar; os óleos de temperar, particulannente à base de óleo vegetal virgem e de substâncias aromáticas; os óleos lubrificantes especiais utilizados para lubrificar certos órgãos de máquinas que intervêm na indústria agro-alimentar, tais como máquinas divisoras de massas e/ou máquinas cortadoras de pão, etc..

A composição de acordo com o invento compreende cerca de 5 a 95%, numa base ponderai, de agente lubrificante alimentar e 95 a 5%, numa base ponderai, de gás propulsor. As proporções precisas dependem das aplicações particulares e podem facilmente ser determinadas por um perito na técnica.

As principais características ecológicas e fisiológicas do gás propulsor dos ingredientes alimentares anteriores, são dados nos Quadros 1 e 2 seguintes.

Quadro 1

Características ecológicas do HFC 134A em relação ao CFC 12

	HFC 134A	CFC 12
Potencial destruição do ozono	0	1
Potencial reaquecimento da Terra	0,26	1
Tempo de persistência na atmosfera (anos)	16	130

Quadro 2

Principais propriedades físico-químicas do HFC 134A

Propriedade	Unidade	Valor HFC 134A	Valor CFC 12
Massa molecular		102	120,9
Ponto de ebulição	°C	-26,2	-29,8
Ponto de congelação	°c	- 101	- 158
Temperatura crítica	°c	101,1	111,8
Pressão crítica	bar	40,67	42,1
Densidade crítica	kg/L	0,51	0,56
Viscosidade	cP	0,202	0,207
Inflamabilidade		nenhuma	nenhuma

Como se toma aparente a partir do Quadro acima, as propriedades físico-químicas do HFC 134A são no essencial muito vizinhas das do CFC 12. De notar em particular que o HFC 134A não é inflamável, tal como o CFC 12. Além disso, como o CFC 12, o HFC 134A possui um ponto de ebulição negativo, de maneira que depois da vaporização do produto, não resta senão a carga alimentar, evaporando-se o propulsor à temperatura ambiente. Além disso, a experimentação prova que o HFC 134A não possui efeito nefasto para o ozono, tendo em consideração a ausência do átomo de cloro na sua estrutura.

Por outro lado, ensaios toxicológicos mostraram que o HFC 134A é compatível com uma utilização do tipo alimentar. Dos ensaios toxicológicos conduzidos no quadro do PAFT (Program for Altemative Fluorocarbon Testing), pode-se deduzir para o HFC 134A uma fraca toxicidade para o homem a seguir a exposições de duração limitada.

Exemplos de utilização da composição contida no dispositivo de aerossol são dados a seguir: nas aplicações de desenformação, é suficiente vaporizar a quantidade desejada de Composição sobre a forma, antes de a encher de massa e de proceder à cozedura. Depois desta, a desenformação está grandemente facilitada. Nas aplicações de tempero, será doravante inútil preparar um molho para misturar com os alimentos: será suficiente vaporizar sobre estes a quantidade querida de uma composição alimentar apropriada, propulsada pelo HFC 134A de acordo com o invento. Nas aplicações de fritura, será possível vaporizar com a ajuda do aerossol contendo um óleo de fritar e propulsor HFC 134A sobre os alimentos a cozer, depois de os dispor na frigideira.

Sobressai do precedente que a composição alimentar de acordo com o invento resolve o problema posto sob a forma de uma mistura apresentada sob uma forma de aerossol muito fácil e eficaz de utilizar, permitindo não utilizar senão a quantidade necessária e suficiente de produto sem desperdício.

Por outro lado, o invento permite conservar as qualidades organolépticas da composição, tendo em conta a ausência do fenómeno de oxidação, ficando a composição ao abrigo do ar no seu acondicionamento de aerossol até ao momento da sua utilização.

Além disso, a composição é de uma utilização higiénica e compatível com os imperativos de ordem dietética: inexistência de poeira nem de pelos de pincéis devido à ausência de aplicação por contacto; inexistência de

-8contacto com um pano aplicador, nem de contacto cutâneo, o que elimina os riscos de contaminação da composição por germes patológicos.

Por fim, a composição respeita os constrangimentos ligados ao ambiente: ela é desprovida de CFC prejudicial e é, por outro lado, desprovida de substâncias inflamáveis, de maneira que a sua aplicação prática está isenta de perigo.

Claims

REIVINDICAÇÕES

1. Composição de aerossol para uso alimentar, destinada a ser utilizada numa caixa de acondicionamento do tipo aerossol, caracterizada por compreender 95 a 5% em peso de hidrofluorocarboneto 134A, de fórmula química CF₃-CH₂F, enquanto agente propulsor, 5 a 95% em peso de agente lubrificante e pelo menos um ingrediente alimentar.
2. Composição de aerossol de acordo com a reivindicação 1, caracterizada por o referido agente lubrificante ser um óleo de untadura e de desenformação, particularmente um óleo de desenformação para formas e placas de cozedura em padaria/pastelaria/biscoitaria ou em utilização doméstica.
3. Composição de aerossol de acordo com a reivindicação 1, caracterizada por o referido agente lubrificante ser um óleo de fritar.
4. Composição de aerossol de acordo com a reivindicação 1, caracterizada por o referido agente lubrificante ser um óleo de temperar.
5. Composição de aerossol de acordo com a reivindicação 1, caracterizada por o referido agente lubrificante ser uma cera de desenformação utilizável para a desenformação de produtos de longa conservação.
6. Composição de aerossol de acordo com a reivindicação 1, caracterizada por o referido agente lubrificante ser um óleo lubrificante para máquinas de tratamento agro-alimentar, particularmente para máquinas divisoras de massas e/ou para máquinas cortadoras de pão.
7. Composição de aerossol de acordo com a reivindicação 1, caracterizada por o referido ingrediente alimentar ser uma preparação alimentar à base de óleo vegetal virgem e de substâncias aromáticas para tempero.
8. Utilização da composição de aerossol de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 7, caracterizada por a referida composição ser aplicada por meio de um dispositivo de aerossol, comportando uma caixa de aerossol estanque, particularmente cilíndrica, de folha-de-flandres ou de alumínio monobloco, provida de uma válvula de esvaziamento e de uma parede interna revestida ou não por um verniz de protecção.