BRPI1105968A2 - Dispositivo maciço com extremidade unidimensional para microscopia e espectroscopia óptica de campo próximo - Google Patents
Dispositivo maciço com extremidade unidimensional para microscopia e espectroscopia óptica de campo próximo Download PDFInfo
- Publication number
- BRPI1105968A2 BRPI1105968A2 BRPI1105968A BRPI1105968A2 BR PI1105968 A2 BRPI1105968 A2 BR PI1105968A2 BR PI1105968 A BRPI1105968 A BR PI1105968A BR PI1105968 A2 BRPI1105968 A2 BR PI1105968A2
- Authority
- BR
- Brazil
- Prior art keywords
- probe
- dimensional
- spectroscopy
- massive
- microscopy
- Prior art date
Links
Landscapes
- Investigating, Analyzing Materials By Fluorescence Or Luminescence (AREA)
Abstract
DISPOSITIVO MACIÇO COM EXTREMIDADE UNIDIMENSIONAL PARA MICROSCOPIA E ESPECTROSCOPIA ÓPTICA DE CAMPO PRÓXIMO. A matéria tratda (Fifura 1) é descrita por um dispositivo maciço com extremidade unidimensional, para microscopia e espectroscopia óptica de campo próximo. Este dispositivo compreende uma sonda maciça, podendo esta ser aplicada, preferencialmente , em equipamentos e técnicas de microscopia e espectroscopia, ambas por varredura de sonda. O dispositivo proposto (Figura 1) apresenta dimensões adequadas para o acoplamento com o campo elétrico de luz propagante preferencialmente na direção normal à superfície a ser analisada. A matéria tratada (Figura 1) apresenta robustez durante o processo de análise superficial, podendo analisar com alta resolução, estruturas de dimensões inferiores a 10 nm.
Description
“DISPOSITIVO MACIÇO COM EXTREMIDADE UNIDIMENSIONAL PARA MICROSCOPIA E ESPECTROSCOPIA ÓPTICA DE CAMPO PRÓXIMO”
A matéria tratada (Figura 1) é descrita por um dispositivo maciço com extremidade unidimensional, para microscopia e espectroscopia óptica de 5 campo próximo. Este dispositivo compreende uma sonda maciça, podendo esta ser aplicada, preferencialmente, em equipamentos e técnicas de microscopia e espectroscopia, ambas por varredura de sonda. O dispositivo proposto (Figura 1) apresenta dimensões adequadas para o acoplamento com o campo elétrico de Iuz propagante preferencialmente na direção normal à 10 superfície a ser analisada. A matéria tratada (Figura 1) apresenta robustez durante o processo de análise superficial, podendo analisar com alta resolução, estruturas de dimensões inferiores a 10 nm.
No início dos anos 80, a Microscopia de Varredura por Sonda (do Inglês, Scanning Probe Microscopy ou SPM) surpreendeu o mundo com as primeiras imagens com resolução atômica da superfície de um cristal de silício. Desde então, a técnica de SPM vem sendo utilizada amplamente, produzindo imagens de átomos a estruturas nanométricas na superfície de diversos materiais. Em indústrias de manufatura de precisão, relacionadas a tecnologias tais como microeletrônica, energia solar, dispositivos médicos, automotivo, aeroespacial e outros, os microscópios de varredura por sonda permitem aos usuários monitorar seus produtos em todo o processo de fabricação para melhorar a produtividade, reduzir custos e melhorar a qualidade do produto. O principal mercado para microscópios de varredura da sonda está no setor de semicondutores e eletrônicos, no qual eles são rotineiramente utilizados para a inspeção de produtos e análise de falhas. Eles também são amplamente utilizados nas universidades, centros de pesquisa e centros científicos em todo o mundo (Neves, B.R.A. et AL.. Cerâmica, vol.44, n.290, 1998).
A sigla SPM representa uma família de técnicas que diferem entre si pelo tipo de interação sonda-material que é monitorado no processo. Alguns 30 exemplos são: AFM (atomic force microscopy ou microscopia de força atômica; EFM (electrical force microscopy ou microscopia de força elétrica; MFM (.magnetic force microscopy ou microscopia de força magnética; STM (scanning tunneling microscopy ou microscopia de tunelamento por varredura); SNOM (scanning near-field optical microscopy ou microscopia óptica de campo próximo). Várias destas técnicas podem oferecer, além de informações de microscopia, informações espectroscópicas, sendo nomeadas trocando-se o M por S na sigla (exemplo: STS ao invés de STM). Apesar de fornecerem informações bastante diferentes entre si, tais como morfologia, condutividade elétrica, dureza e propriedades magnéticas e ópticas, todas as técnicas da família SPM se baseiam num mesmo princípio de operação. Todo microscópio que opera as técnicas de SPM possui, no mínimo, uma sonda mecânica com a propriedade específica necessária para técnica (propriedade elétrica, magnética, óptica, etc.), um posicionador piezoelétrico capaz de mover a sonda com precisão subnanométrica, mecanismo de monitoração da interação sonda- amostra, sistema de posicionamento preliminar da sonda sobre a amostra, sistema(s) de medida do efeito da técnica específico utilizada, e um computador que controla todo o sistema (Neves, B.R.A. et AL.. Cerâmica. vol.44, n.290, 1998).
A microscopia e a espectroscopia óptica de campo próximo (SNOM, SNOM ou NFOM) são um híbrido das microscopias de varredura por sonda com a microscopia e espectroscopia ótica (Synge, E.H. Phil. Mag. v.6, p.356, 1928). A sonda, neste caso, é o agente responsável por localizar o sinal óptico 20 primordialmente em uma região nanométrica, gerando assim a microscopia e espectroscopia óptica com resolução espacial superior ao dado pelo limite de difração da luz. Em uma de suas possíveis concepções, esta sonda é formada por uma fibra óptica muito fina que carreia Iuz visível à superfície da amostra. Como a área excitada é da ordem da abertura da fibra óptica, com a tecnologia 25 atual consegue-se estudar as propriedades ópticas de materiais com resolução espacial da ordem de 50 nm (Neves et al. Cerâmica, vol.44, n.290, 1998). O termo “campo próximo” vem do fato de que o campo eletromagnético não se propaga por orifícios menores que o comprimento da luz, devido ao efeito da difração. Entretanto, na abertura da sonda existe um “campo próximo” muito 30 intenso, que pode ser usado para microscopia e espectroscopia com o uso da técnica de SPM, que é responsável aproximar a sonda da superfície o suficiente (da ordem de 1 nm) para que o campo próximo possa ser sentido pela superfície. A microscopia óptica de campo próximo (SNOM) melhora a resolução espacial da ótica convencional, esta melhoria dependendo da dimensão da sonda utilizada no processo. Com a tecnologia atual, a técnica de SNOM pode alcançar uma resolução espacial da ordem de 10 nm, o que é bem inferior à 5 resolução de um microscópio de força atômica ou de tunelamento. Entretanto, trás as vantagens do híbrido de SPM com a microscopia e espectroscopia ótica, que são diversas. Entre os principais parâmetros que possam ser de interesse para a investigação de uma estrutura na escala nanométrica, além de forma e tamanho, estão a sua composição química, estrutura molecular, bem 10 como a suas propriedades dinâmicas e eletrônicas, largamente mensuradas por diversas proriedades ópticas dos materiais.
A resolução recorde de 12nm foi obtida não com o uso de uma fibra óptica como sonda, mas com o efeito de ressonância da Iuz propagante com os plasmons de uma sonda metálica (Hartschuh et al., Phys. Rev. Lett. 90, 2003). 15 Como exemplo, o sistema pode utilizar a configuração confocal usual de um microscópio óptico invertido, mas a Iuz sendo condensada em uma pequena região de 12nm devido à ressonância com o plasma de uma sonda metálica de dimensão nanométrica colocada na região a ser estudada por um sistema de SPM. Este efeito possibilita medidas efetivas de sinais pouco intensos, como o 20 espalhamento Raman na escala nanométrica, sendo chamado neste caso de TERS (T/p Enhanced Raman Spectroscopy, Chem. Phys. Lett. 335, 369-374, (2001)), em analogia ao conhecido SERS (Surface Enhanced Raman Spectroscopy, ver Chem. Phys. Lett. 126, 163, (1974)), que utiliza partículas metálicas dispersas em uma superfície para aumentar o sinal Raman de 25 moléculas. A diferença é que, na configuração TERS, a posição desta partícula metálica é controlada por um sistema tipo SPM. Imagens espectroscópicas com resolução nanométrica podem ser geradas, e a observação de espalhamento Raman e emissão de Iuz localizadas em regiões nanométricas tem sido obtidas usando esta técnica (Maciel et al. Nature Materials 7, 878 30 (2008)). A espectroscopia Raman tem larga aplicação nas indústrias farmacêuticas, químicas, petrolíferas, tendo o TERS grande potencial para gerador de avanços tecnológicos nestes e outros ramos de atividade.
O princípio do SNOM é, relativamente, simples. A amostra a ser caracterizada é varrida por uma fibra ótica ou por uma sonda metálica, que têm uma abertura da ordem de dez ou de dezenas de nanômetros de diâmetro na sua extremidade. Pela fibra passa Iuz visível, que irá interagir ou interagiu com amostra, indo dela para um detector. Com a sonda metálica, a Iuz propagante é 5 condensada em uma região nanométrica pelo efeito de ressonância com os plasmons de superfície do metal. Outra possibilidade é recobrir uma fibra óptica com uma película metálica, aproveitando-se, assim, das vantagens das duas tecnologias descritas acima. Em todos os casos, a intensidade do sinal ótico detectado em cada ponto da varredura da sonda constitui um conjunto de 10 dados que irão reproduzir uma imagem da superfície da amostra, com resolução espacial determinada pelo tamanho da extremidade da sonda limitada atualmente em 10nm (N. Anderson, A. Hartschuh and L. Novotny, J. Am. Chem. Soc. 127, 2533 (2005)).
A limitação imposta pelo efeito de campo próximo é que a distância entre a sonda e a amostra tem que ser de poucos nanômetros. Por isto, a sonda é presa em um sistema capaz de detectar a interação da sonda com a superfície, de modo que a sonda se aproxime dessa superfície o suficiente para que interações de Van der Waals possam ser detectadas. Um exemplo de sistema capaz de sentir esta interação é o chamado “tunning fork" ((5), Figura 2), que é um dispositivo semelhante ao um diapasão, com frequência de vibração bem definida (K. Karrai and R. D. Grober, Appi Phys. Lett. 66, 1842-1844, (1995)). Quando a sonda, presa a este dispositivo, aproxima-se da superfície a ser analisada, a interação sonda-superfície altera a frequência de vibração do diapasão, e esta variação é detectada pela eletrônica do sistema. Existem também outros métodos de medir a interação sonda-superfície, como pela reflexão de um laser no topo da sonda, mais comum em sistemas de AFM (Neves, B.R.A. et AL.. Cerâmica, vol.44, n.290, 1998). Finalmente, com o SNOM obtêm-se imagens óticas de uma amostra que, para efeitos de análises dos dados, podem ser comparadas com imagens topográficas, por exemplo, adquiridas simultaneamente pelo método de força atômica (L. G. Cançado, A. Hartschuh and L. Novotny, J. Raman Spectrosc. 40, 1420-1426 (2009)).
Há, contudo, diversas limitações para a eficiência de um SNOM no que diz respeito à eficiência do sinal óptico, tanto no uso de fibras-ópticas (metalizadas ou não), quanto de sondas metálicas.
No caso do funcionamento da microscopia óptica de campo próximo utilizando uma sonda de fibra-óptica, um dos maiores limitadores é a quantidade de Iuz enviada e/ou coletada que passa por esta sonda. A potência 5 transmitida decai exponencialmente com a redução do diâmetro da fibra. Por essa razão, gera-se usualmente uma precisão da ordem de 50 a 100 nm. Somando-se ao problema da baixa resolução, o uso desse tipo de sonda fica limitado ao estudo de sinais intensos, como a fotoluminescência. É, entretanto, inadequado para o estudo de sinais mais fracos, como a espectroscopia 10 Raman, onde o sinal é da ordem de mil vezes inferior do que sinais de luminescência, tornando inviável a espectroscopia Raman acoplada a uma resolução espacial nanométrica.
Já no caso do funcionamento da microscopia de campo próximo utilizando uma sonda metálica, o material em estudo é iluminado por um 15 microscópio óptico. Uma ponta metálica de dimensões nanométricas é aproximada da amostra pelo sistema de SPM, condensando o campo elétrico da Iuz em torno de si. Nessa técnica, a resolução chega a ser da ordem de 10 nm. Esta resolução está limitada pela tecnologia de fabricação das sondas metálicas, que dificilmente evoluirão para valores abaixo de 10 nm devido às 20 propriedades metalúrgicas do material utilizado para sua fabricação.
Melhorar a resolução das sondas metálicas não é o único ou o pior desafio: em toda microscopia por sonda de varredura a qualidade dos resultados está fortemente relacionada à qualidade da sonda utilizada. Este fato tem sido a grande limitação para a utilização em larga escala do SNOM 25 com sonda metálica. De fato, nota-se que boa parte dos artigos publicados na área de microscopia óptica em campo-próximo está relacionada com a produção e caracterização dos dispositivos/sondas de varredura (P. Lambelet et al, Applied Optics 37(31), 7289-7292 (1998); B. Ren, G. Picardi and B. Pettinger, Rev. Sei. Instrum. 75, 837 (2004); 30 P. Bharadwaj, B. Deutsch and Lukas Novotny, Adv. Opt. Photon. 1, 438 - 483 (2009)). O que agrava o problema da qualidade da sonda para a SNOM é que o acoplamento dessas sondas com a Iuz propagante, efeito responsável pela condensação do campo em torno da sonda não é simples, dependendo da qualidade da sonda e da geometria luz-sonda. Uma das razões de o acoplamento da sonda metálica com a Iuz ser pouco eficiente é que, como em qualquer antena, o campo elétrico de polarização da Iuz deve estar na direção do eixo do dipolo, idealmente no deixo da antena.
Entretanto, no caso da microscopia e espectroscopia de campo próximo
com as extremidades das sondas “zerodimensionais”, o eixo da nanoantena é perpendicular à superfície. Dessa forma, para iluminar a superfície tem-se que usar uma direção de propagação da Iuz que, consequentemente, terá seu campo elétrico polarizado normal à superfície, isto é, perpendicular ao eixo da 10 antena. Para a implementação desta geometria, o chamado “doughnut mode”, que gera uma Iuz propagante com polarização radial, tem sido utilizado (Quabis, S. et al. App. Phys. B: Laser and Optics, v.81, n.5, p.597-600, 2005). Esta luz, quando focalizada pela objetiva do microscópio, gera uma componente de polarização perpendicular à superfície do foco da objetiva, ou 15 seja, paralela ao eixo da nanoantena.
Em todos os processos utilizados na microscopia e espectroscopia por varredura de sonda, usa-se uma sonda de prova que varre uma superfície obtendo informações de topografia, elétricas, magnéticas, elásticas, ópticas e outras. Para obter a melhor resolução espacial possível neste processo de 20 coleta de informações da superfície ou de objetos existentes na mesma (por exemplo, moléculas adsorvidas), esta sonda deve ter a extremidade que entra em contato com a amostra tão pequena quanto possível, idealmente um ponto, representando, para a superfície, um material de dimensão “zero”. Idealmente, esta sonda pontual ou “zerodimensional” é efetivamente um único átomo na 25 extremidade da sonda como um todo, gerando assim imagens com resolução subatômicas, comuns em experimentos de microscopia de tunelamento por varredura de sonda (STM).
Então, propõe-se um dispositivo maciço, compreendido por uma sonda onde a região de interação superfície-sonda é “unidimensional”. Neste caso, 30 tem-se um elemento unidimensional que varre uma superfície, ao invés de um ponto. Define-se a sonda como “tendo extremidade unidimensional”, considerando que a extremidade que se aproxima da superfície tem uma de suas dimensões sendo a mais reduzida possível, e a outra, tão alongada quanto necessário (Figura 1). Isto determina a importância de se propor um “Dispositivo maciço com extremidade unidimensional (Figura 1) para microscopia e espectroscopia óptica de campo próximo”.
Se por um lado o sistema unidimensional perde resolução espacial ao 5 longo de uma de suas dimensões (Figura 1), quando comparado a uma ponta, por outro, ganha-se dois aspectos importantes quando aplicada na microscopia e espectroscopia óptica por varredura de sonda: (1) aumenta-se o acoplamento com a Iuz de excitação aumentando, portanto, a eficiência do efeito óptico; (2) ganha-se robustez mecânica para que a resolução espacial na outra dimensão 10 (Figura 1) possa ser reduzida abaixo do limite tecnológico atual de 10 nm.
Diversos pedidos de patente descrevem detalhadamente microscópios para a realização da SNOM, conforme verificado no documento JP2011122896A, intitulado “Near-field optical microscope”, e no documento US6194711B1, intitulado “Scanning near-field optical microscope”.
Outros documentos focam especificamente nas propriedades da sonda
de SNOM, abordando o seu funcionamento e, em alguns casos, a sua fabricação. Isso pode ser constatado nos documentos US4917462, intitulado “Near field scanning optical microscopy”; US4604520, intitulado “Optical near- field scanning microscope”; US20100032719A1, intitulado “Probes for scanning 20 probe microscopy”; US007735147B2, intitulado “Probe system comprising an electric-field-aligned probe tip and method”; US20030094035A1, intitulado “Carbon nanotube probe tip grown on a small probe”; US2004168527A1, intitulado “Coated nanotube surface signal probe”; US20050083826A1, intitulado “Optical fiber probe using an electrical potential difference and an 25 optical recorder using the same”; US20080000293A1, intitulado “Spm cantilever and manufacturing method thereof”; W02009/085184A1, intitulado “Protected metallic tip or metallized scanning probe microscopy tip for optical applications”). Na patente US005831743A, intitulada “Optical probes”, por exemplo, é proposto um novo design de sonda com uma angulação dupla. 30 Entretanto, o objetivo é a medição de Iuz totalmente refletida na interface, diferentemente do proposto na presente invenção.
Existem, também, diversos documentos que reinvindicam o uso de materiais unidimensionais para aplicações como sondas de SPM, conforme verificado nos documentos US007735147B2, intitulada “Probe system comprising an electric-field-aligned probe tip and method for fabricating the same”; US20030094035A1, intitulada “Carbon nanotube probe tip grown on a small probe”; US2004168527A1, intitulada “Coated nanotube surface signal 5 probe”; e US20080000293A1, intitulada “SPM Cantilever and Manufacturing Method Thereof”. Entretanto, os documentos tratam do dispositivo onde o material unidimensional está disposto perpendicular à superfície em estudo, de forma que a interação com a superfície é feita com sua extremidade, essencialmente “zerodimensional”.
Verifica-se, então, que em nenhum documento é descrito ou reivindicado
um dispositivo maciço com extremidade unidimensional para microscopia e espectroscopia óptica de campo próximo, da forma como é proposto nesta presente invenção.
Em todos os casos descritos na literatura, a deficiência está no 15 desenvolvimento de sondas efetivas, robustas, e com resolução espacial inferior a dezenas de nanômetros. Os requisitos são rigidez mecânica, eficiência óptica e resolução espacial, somados. O sistema tem que ser rígido para que sirva também como sonda para microscopia de forca atômica, e deve apresentar um acoplamento com o campo eletromagnético da Iuz incidente, 20 gerando um aumento do campo local campo próximo. Este aumento deve ser localizado em uma região do espaço que, atualmente, utilizando-se sondas metálicas ou fibras ópticas metalizadas, está na faixa de dezenas de nanômetros.
A matéria tratada (Figura 1), por sua vez, pode resolver as deficiências 25 supracitadas, uma vez que pode apresentar um dipolo elétrico com direção (x na Figura 2) e dimensão adequadas para o acoplamento com o campo elétrico de Iuz propagante preferencialmente na direção normal a superfície (z, Figura 2). A estrutura alongada em uma das direções (x nas Figuras 1 e 2) fornece também rigidez mecânica para que o sistema se torne mais robusto durante o 30 processo de varredura da superfície, e que também possa comportar uma estrutura com dimensão inferior a 10nm na dimensão reduzida (y na Figura 2).
DESCRIÇÃO DAS FIGURAS A Figura 1 ilustra o dispositivo unidimensional que possui um corpo substancialmente cilíndrico (1), de modo que este possui um prolongamento representado por uma região facetada (2) que, por sua vez, termina em uma região unidimensional (3); esta, próxima a uma superfície (4) substancialmente plana, a ser analisada.
A Figura 2 ilustra o dispositivo (Figura 1) acoplado a um sistema de sensoriamento da interação sonda-superfície, ou um diapasão (em inglês tunning fork) (5).
A Figura 3 ilustra o dispositivo (Figura 1) acoplado a um diapasão ou tunning fork (5), de modo que o dispositivo (Figura 1) faz um ângulo (6) com a superfície (4), ao girar ao longo do plano xz.
A Figura 4 ilustra a vista inferior do dispositivo (Figura 1), onde a região unidimensional (3) possui uma dimensão reduzida (6) e uma dimensão alongada (7).
DESCRIÇÃO DETALHADA DA INVENÇÃO
A matéria tratada (Figura 1) compreende um dispositivo maciço com extremidade unidimensional para microscopia e espectroscopia óptica de campo próximo, que possui um corpo substancialmente cilíndrico (1) e maciço, composto, preferencialmente, por ouro (Au), prata (Ag) ou cobre (Cu), ou 20 combinados entre si; de modo que este (1) possui um prolongamento representado por uma região facetada (2) que, por sua vez, termina em uma região unidimensional (3).
Este dispositivo (Figura 1) é utilizado, preferencialmente, em equipamentos e técnicas de microscopia e espectroscopia, ambas por varredura de sonda. O dispositivo proposto (Figura 1) possui dimensões adequadas para o acoplamento com o campo elétrico de Iuz propagante preferencialmente na direção normal à superfície a ser analisada.
A matéria tratada (Figura 1) pode ser acoplada a um diapasão ou tunning fork (5), preferencialmente em um sistema de SNOM.
A presente invenção (Figura 1) pode fazer ângulos (6) com a superfície
(4), ao girar ao longo dos planos xz, xy ou yz (Figura 3). De fato, outro importante aspecto que pode ser modulado é o ângulo que a extremidade unidimensional da sonda faz com a superfície. Este aspecto está ilustrado na Figura 3, que trás uma imagem do diapasão (ou tunning fork) (1) onde está presa a sonda de varredura (2), de forma que a extremidade unidimensional da 5 sonda (3) faz um ângulo (5) com a superfície (4). Esta angulação permite modular o acoplamento da Iuz com a sonda e reaver a precisão zerodimensional da varredura. A angulação sonda-superfície também pode ser obtida de diversas formas. Na forma ilustrada na Figura 3, a sonda é fixada no tunning fork com uma angulação. Alternativamente, a sonda pode estar fixa de
forma alinhada no tunning fork, e este apresentar uma angulação em relação à superfície. Esta segunda solução pode ser de mais simples implementação devido às dimensões do sistema. De qualquer forma, são descrições não limitantes. O importante é a angulação entre a extremidade unidimensional da sonda e a superfície.
As sondas unidimensionais podem ser fabricadas pelos mesmos
métodos utilizados para a fabricação de sondas usuais (zero-dimensionais, ver B.A.F. Puygranier e P. Dawson, 85 235 (2000)), adequando apenas a geometria das ações para desbastamento do material. Subsequentemente, ela deve ser fixada ao elemento sensorial da interação sonda-superfície que
compõe o sistema de NSOM.
O Dispositivo maciço com extremidade unidimensional para microscopia e espectroscopia óptica de campo próximo (Figura 1) caracteriza-se por compreender meios de avaliar a topografia e as propriedades ópticas de uma superfície.
A matéria tratada pode ser mais bem compreendida através do seguinte
exemplo, não limitante.
Exemplo - Processo de fabricação do dispositivo maciço com extremidade unidimensional por corrosão química, seguida de facetamento por feixe de íons.
Um fio metálico de Au maciço, de espessura de 0,1 mm, é desbastado
para que sua extremidade dê origem a uma região unidimensional (3), para que esta interaja com uma superfície (4). Este processo é feito, inicialmente, por corrosão química em solução de ácido clorídrico (HCL), tendo o contra-eletrodo uma geometria retangular. Posteriormente a extremidade unidimensional é refinada por desbastamento via ataque de feixe de íons (FIB). Ao final do processo, a estremidade da sonda apresentou 11nm em sua dimensão 5 reduzida e 11 Onm em sua dimensão alongada (Figura 4). Uma vez produzida, a sonda óptica foi fixada a um “tunning fork” com uma resina epóxi, para a realização de medidas de SNOM. Imagens de AFM e NSOM foram obtidas com resoluções compatíveis às dimensões do material.
Claims (5)
1. Dispositivo maciço com extremidade unidimensional para microscopia e espectroscopia óptica de campo próximo, caracterizado por compreender um corpo substancialmente cilíndrico (1) de modo que (1) possua um prolongamento representado por uma região facetada (2) que, por sua vez, termine em uma região unidimensional (3); e (1) seja maciço, composto, preferencialmente, por Au, Ag ou Cu, ou combinados entre si; e seja acoplado a um sistema para sensoriamento da interação sonda superfície (exemplo: diapasão ou tunning fork) (5), podendo girar, quando acoplado a (5), ao longo dos planos xz, xy e yz em relação à superfície (4), substancialmente plana.
2. Dispositivo maciço com extremidade unidimensional para microscopia e espectroscopia óptica de campo próximo, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelas dimensões da região unidimensional (3) poder variar de 1 angstrom a 50 nm em sua dimensão reduzida (Figura 4), e de 1 nm a 500 nm em sua dimensão alongada (Figura 4).
3. Dispositivo maciço com extremidade unidimensional para microscopia e espectroscopia óptica de campo próximo, de acordo com as reivindicações 1 e 2, caracterizado pelo acoplamento de um elemento unidimensional, preferencialmente, um nanotubo de carbono ou nanofio ou nanobastão de ouro; ser na região unidimensional (3).
4. Dispositivo maciço com extremidade unidimensional para microscopia e espectroscopia óptica de campo próximo, de acordo com as reivindicações 1 a 3, caracterizado por poder ser utilizado nas microscopias e espectroscopias ópticas de campo próximo; preferencialmente, SNOM.
5. Dispositivo maciço com extremidade unidimensional para microscopia e espectroscopia óptica de campo próximo, de acordo com as reivindicações 1 a 4, caracterizado por compreender meios de avaliar a topografia e as propriedades ópticas de uma superfície.
Priority Applications (2)
Application Number | Priority Date | Filing Date | Title |
---|---|---|---|
BRPI1105968 BRPI1105968A2 (pt) | 2011-12-29 | 2011-12-29 | Dispositivo maciço com extremidade unidimensional para microscopia e espectroscopia óptica de campo próximo |
PCT/BR2012/000558 WO2013097019A1 (pt) | 2011-12-29 | 2012-12-28 | Dispositivo maciço com extremidade unidimensional para microscopia e espectroscopia óptica de campo próximo |
Applications Claiming Priority (1)
Application Number | Priority Date | Filing Date | Title |
---|---|---|---|
BRPI1105968 BRPI1105968A2 (pt) | 2011-12-29 | 2011-12-29 | Dispositivo maciço com extremidade unidimensional para microscopia e espectroscopia óptica de campo próximo |
Publications (1)
Publication Number | Publication Date |
---|---|
BRPI1105968A2 true BRPI1105968A2 (pt) | 2013-11-19 |
Family
ID=49578719
Family Applications (1)
Application Number | Title | Priority Date | Filing Date |
---|---|---|---|
BRPI1105968 BRPI1105968A2 (pt) | 2011-12-29 | 2011-12-29 | Dispositivo maciço com extremidade unidimensional para microscopia e espectroscopia óptica de campo próximo |
Country Status (1)
Country | Link |
---|---|
BR (1) | BRPI1105968A2 (pt) |
-
2011
- 2011-12-29 BR BRPI1105968 patent/BRPI1105968A2/pt not_active Application Discontinuation
Similar Documents
Publication | Publication Date | Title |
---|---|---|
Lucas et al. | Invited review article: combining scanning probe microscopy with optical spectroscopy for applications in biology and materials science | |
US6887365B2 (en) | Nanotube cantilever probes for nanoscale magnetic microscopy | |
Crut et al. | Optical absorption and scattering spectroscopies of single nano-objects | |
US7214303B2 (en) | Cantilever probes for nanoscale magnetic and atomic force microscopy | |
Neacsu et al. | Tip-enhanced Raman imaging and nanospectroscopy: sensitivity, symmetry, and selection rules | |
US20120054924A1 (en) | SPM Probe and Inspection Device for Light Emission Unit | |
JP2009541742A (ja) | 偏光設計の方法およびそれらの適用例 | |
Sun et al. | Near‐field scanning Raman microscopy using apertureless probes | |
US6995367B2 (en) | Nanotube, near-field light detecting apparatus and near-field light detecting method | |
Hou et al. | A dual-use probe for nano-metric photoelectric characterization using a confined light field generated by photonic crystals in the cantilever | |
Rodriguez et al. | Optical absorption imaging by photothermal expansion with 4 nm resolution | |
BRPI1105968A2 (pt) | Dispositivo maciço com extremidade unidimensional para microscopia e espectroscopia óptica de campo próximo | |
BRPI1107185B1 (pt) | dispositivo vazado com extremidade undimensional para microscopia e espectroscopia óptica de campo próximo | |
BR102012033304B1 (pt) | dispositivo maciço com extremidade unidimensional para microscopia e espectroscopia óptica de campo próximo | |
BRPI1105972A2 (pt) | Dispositivo de fibra óptica com elemento unidimensional para microscopia e espectroscopia óptica de campo próximo | |
BR102012026973B1 (pt) | Dispositivo maciço encapado com nanocone de carbono para microscopia e espectroscopia por varredura de sonda | |
Murty et al. | Tools to characterize nanomaterials | |
WO2013097019A1 (pt) | Dispositivo maciço com extremidade unidimensional para microscopia e espectroscopia óptica de campo próximo | |
JP2988788B2 (ja) | 走査型近接場光学顕微鏡 | |
Umakoshi et al. | Tip-Enhanced Raman Spectroscopy | |
Al-Douri | Nanomaterials Characterisation and Analysis | |
Riaz et al. | Nanoscale Spectroscopy with Applications to Chemistry | |
Radamson et al. | Scanning Probe Microscopies (SPMs) Part I: Atom Force microscope (AFM) | |
Barbara et al. | Near-field optical microscopy with a scanning tunneling microscope | |
Galatsis et al. | A review of metrology for nanoelectronics |
Legal Events
Date | Code | Title | Description |
---|---|---|---|
B03A | Publication of an application: publication of a patent application or of a certificate of addition of invention | ||
B08F | Application fees: dismissal - article 86 of industrial property law |
Free format text: REFERENTE A 3A ANUIDADE. |
|
B11K | Dismissal acc. art. 17, par 2 of ipl - pending earlier application (priority claim) definitively shelved |
Free format text: PRIORIDADE INTERNA DO BR102012033304-0. |
|
B03G | Publication of an application: publication cancelled |
Free format text: REFERENTE A RPI 2237 DE 19/11/2013. |
|
B08H | Application fees: decision cancelled |
Free format text: REFERENTE AO DESPACHO PUBLICADO NA RPI 2308 DE 31/03/2015 |
|
B03F | Publication of an application: publication of application definitely dismissed - article 216, par 2 and article 17, par 2 of industr. prop. law |