A invenção se refere a um receptor numérico de banda larga, compreendendo um mecanismo de detecção de sinais.
Os receptores destinados à detecção de sinais radioelétricos, por exemplo, de tipo radar, devem ser capazes de controlar bandas largas de frequência notadamente no domínio das micro-ondas. Eles devem poder detectar, por exemplo, impulsos de sinais radar. Estes impulsos podem apresentar modulações de tipo "chip"ou de tipo código de fase, essas modulações sendo utilizadas pelo radar para comprimir o impulso ao recebimento. Os impulsos podem também ser não modulados, se não for pela modulação no todo ou em nada definindo o impulso. Esses receptores têm, entre outros, por papel estimar a(s) frequência(s) do(s) sinal(is) recebido(s), assim como sua amplitude.
Embora tratamentos numéricos intervenham habitualmente na arquitetura desses receptores, as soluções atuais visando a estimar as frequências dos sinais recebidos, designados na sequência da descrição pela sigla IFM ("Instantaneous Frequency Measurement"em língua inglesa) se baseia majoritariamente em técnicas analógicas.
A título de exemplo, uma solução existente que permite uma medida instantânea da frequência do sinal recebido é baseada na criação de um regime de ondas estacionárias em uma linha de propagação atacada em uma de suas extremidades pelo sinal e na outra pelo sinal retardado. A periodicidade dos nós e dos intervalos dá uma medida grosseira da frequência do sinal recebido. A medida da posição dos nós e dos intervalos repartidos ao longo dessa linha dá uma medida fina da frequência do sinal recebido. Esse tipo de IFM é denominado medidor de frequência com amostragem espacial.
Uma outra solução do estado da técnica, que é muito difundida, é à base de autocorrelatores ou de medidores de fase. O princípio é, nesse caso, de medir diretamente a diferença de fase cp induzida por uma linha de retardo e daí deduzir a frequência. Vários estágios, colocados em paralelo, são geralmente necessários para assegurar a faixa de frequências e a precisão desejadas.
Os receptores que utilizam essas soluções utilizam funções analógicas e são, portanto, submetidos a desvios, tais como as variações de retardos em função da temperatura, imperfeições de medida de nível ou de defasagem. Isto induz uma arquitetura volumosa e um custo importante.
Mais recentemente, um pedido de patente francesa referente a um receptor numérico de banda larga de medida de frequência depositada sob o N° 06/01205 descreve, com a diferença dos dois exemplos precedentes, uma maneira de numerar o sinal desde a entrada, e efetuar todos os tratamentos em numérico. A numeração é feita a uma frequência de amostragem muito inferior ao critério de Shannon. Isto se traduz por uma medida de frequência ambígua Fmedida, também denominada frequência fina na sequência da descrição, essa frequência podendo ser descrita pela seguinte expressão:
Fmedida =+(Freai — j X Fe) + δF (1)
na qual Freal é a frequência real do sinal recebido, j é um inteiro positivo, Fe, a frequência de amostragem do sistema e δF é o erro de medida, devido principalmente à relação sinal com o ruído.
Para destacar essa ambiguidade, N vias de medida são utilizadas em paralelo, com frequências de amostragem defasadas. As N medidas de frequência ambíguas são associadas para destacar essa ambiguidade e obter uma medida da frequência real do sinal incidente. Essa medida é denominada frequência final da sequência da descrição.
Quando um dispositivo de medida de frequência instantânea é utilizado, este é habitualmente acoplado com um segundo dispositivo cuja finalidade é de medir a amplitude. Isto permite notadamente detectar a presença ou a ausência de sinais, assim como suas características associadas. Com efeito, esses IFM funcionam em uma grande dinâmica. Esta é obtida graças à utilização de um amplificador limitador em cabeça do dispositivo e suprime qualquer informação de nível. Esse tipo de IFM não possui, portanto, capacidade própria de detecção do envoltório dos impulsos de sinais recebidos. Ê para isso que é habitualmente associado a um dispositivo de medida de nível, por exemplo, de tipo DLVA, sigla que significa "Detector Logarithm Video Amplifier”. Este fornece uma informação complementar sobre a amplitude do(s) sinal(is) recebido(s) e permite notadamente validar ou invalidar a medida de frequência produzida pelo IFM, assim como estimar o envoltório dos sinais recebidos. O acréscimo desse dispositivo induz de fato um tamanho e um custo mais importante.
Uma finalidade da invenção é notadamente de minimizar os inconvenientes pré-citados.
Para isso, a invenção tem por objeto um receptor numérico hiperfrequência de banda larga, compreendendo pelo menos uma antena, um amplificador e um dispositivo IFM numérico de medida da frequência do(s) sinal(is) recebido(s). Um indicador de coerência das medidas de frequência é calculado pelo receptor, analisando os valores que tomam essas medidas obtidas sobre duas transformadas consecutivas e a presença de impulsos de sinal à entrada do receptor é detectada, quando esse indicador assinala a coerência, de pelo menos uma medida de frequência.
O envoltório do(s) impulso(s) recebido(s) é estimado, utilizando-se pelo menos o indicador de coerência e as medidas de frequência calculadas pelo IFM.
Os sinais recebidos pelo receptor são, por exemplo, impulsos radar.
De acordo com um aspecto da invenção, o indicador de coerência é um indicador binário.
De acordo com um modo de realização, o receptor associa um impulso de sinal detectado em uma pista de detecção, uma pista de detecção sendo definida por um valor de Fcorrente e um desvio de frequência Δdetec. Uma medida de frequência sendo associada a essa pista, quando esta pertence à faixa de frequência Fcorrente +/- Δdetec.
Impulsos de sinal distintos que se sobrepõem temporalmente são detectados, por exemplo, mantendo-se simultaneamente abertas várias pistas de detecção.
De acordo com um outro aspecto da invenção, a data de chegada TOA, sigla que vem da expressão inglesa "Time of Arrival", de um impulso detectado corresponde à data de abertura da pista de detecção associada a esse impulso.
A largura de um impulso detectado LI pode ser determinada pela diferença entre a data da última medida afetada nessa pista e a data de abertura da pista de detecção associada a esse impulso.
A(s) pista(s) de detecção aberta(s) em um instante determinado é(são), por exemplo, fechada(s), quando um número pré-definido de medidas de frequência é sucessivamente julgado incoerente. O receptor, de acordo com a invenção, tem notadamente por vantagem poder detectar a presença e o envoltório de um ou de vários sinais, explorando os resultados das operações realizadas pelo IFM numérico. Isto permite ter uma arquitetura de receptor que não necessita de dispositivo de medida de nível e reduz, portanto, a complexidade desse receptor, e, por conseguinte, seu custo. Outras características e vantagens da invenção aparecerão com o auxílio da descrição que se segue dada a título ilustrativo e não limitativo, feita com relação aos desenhos anexados, dentre os quais: - a figura 1 dá um exemplo de impulso de sinal e suas características; - a figura 2 apresenta um exemplo de receptor numérico de banda larga, compreendendo um mecanismo de medida de frequência e um mecanismo de detecção de envoltório; - a figura 3 apresenta um exemplo de diagrama que detalha as diferentes etapas que levam ã detecção e à aquisição do envoltório dos impulsos recebidos; - a figura 4 ilustra graficamente o caso em que dois impulsos de sinal são superpostos.
A figura 1 dá um exemplo de um impulso 100 de sinal e suas características. O receptor de banda larga, de acordo com a invenção, tem notadamente por finalidade detectar impulsos de sinais hiperfrequência. Essa detecção pode ser realizada, por exemplo, em duas etapas. Em uma primeira etapa, o receptor que compreende um IFM numérico se assegura da presença de um ou vários impulsos de recebimento, verificando a coerência das medidas de frequência. A noção de coerência das medidas é detalhada depois na descrição. Em uma segunda etapa, as características do impulso são adquiridas por análise das medidas. Um exemplo de impulso de sinal no domínio temporal está representado na figura 1. Nesse exemplo, o impulso corresponde a uma sinusoide pura, isto é, um sinal não modulado, recebida no tempo ti e terminando no tempo t2. Os parâmetros associados ao impulso, que a invenção procura estimar, são notadamente a data de chegada do impulso, habitualmente designada pela sigla TOA, vindo da expressão inglesa "Time of Arrival",a largura de impulso designada pela sigla L1 e a frequência central do sinal que compõe esse impulso.
A data de chegada do impulso TOA corresponde ao tempo ti. A largura de impulso L1 100 é definida pela diferença entre a data de fim do impulso t2 e a data de chegada do impulso ti, seja LI = t2-ti. O impulso pode também ser caracterizado pela frequência central do sinal 101 contido nesse impulso, e quando este é modulado, por parâmetros de modulação de frequência e de fase. O conjunto desses parâmetros característicos de um impulso compõem o que é denominado envoltório do impulso na presente descrição.
A figura 2 apresenta um exemplo de receptor numérico de banda larga, de acordo com a invenção, compreendendo o circuito radiofrequência de recebimento 200, 201, umdispositivo de medida de frequência IFM 214 e um dispositivo de detecção do envoltório 213. O receptor compreende pelo menos uma antena 200 de recebimento. 0(s) sinal(is) recebidos por essa antena é(são) amplificado(s) 201, depois distribuído(s) sobre N vias de tratamento numéricas. Sobre cada via, um sinal pode ser, por exemplo, numerado sobre 1 bit por sua báscula 202, 203, cuja faixa passante cobre o domínio da banda a tratar. As N frequências de amostragem anotadas com Fe,i a Fe,N são escolhidas abaixo do critério de amostragem de Shannon e ligeiramente defasadas entre si. Em outros termos, se Fmax for a frequência máxima do(s) sinal(is)a receber, as N frequências de amostragem serão escolhidas inferiores a 2xFmax. Cada via de tratamento compreende um medidor de frequência numérica 204, 205, cuja saída é uma medida de frequência ambígua do sinal recebido tal como expresso anteriormente pela equação (1) . Esses medidores de frequências numéricas realizam transformadas de Fourier discretas 207, 208, habitualmente designadas pela sigla TFD, e são efetuadas em contínuo com um recobrimento temporal, por exemplo, de 50%. Uma detecção de máximo é feita sobre cada resultado TFDi de transformada, i designando o índice temporal dessas transformadas. Uma medida de frequência, dita grosseira, anotada com FGk/i é então disponível. A resolução em frequência R (FGk,i) dessamedida, pode ser expressa, utilizando-se a expressão a seguir:
na qual N pt TFD k é o número de pontos da transformada de Fourier discreta pela via de tratamento número k e Fe,k a frequência de amostragem utilizada para essa mesma via.
As medidas são emitidas periodicamente a cada r, r podendo expressar-se por:
na qual N__pt_acq_k representa o número de pontos da equação do sinal utilizado sobre a via k. A precisão da medida de frequência obtida nesse estágio é insuficiente em relação à precisão requerida. O circuito de tratamento seguinte 209, 210 tem por finalidade testar a coerência da frequência grosseira FGi obtida sobre 2 transformadas consecutivas, e, se for o caso, calcular a frequência fina. Um critério de coerência é, por exemplo, verificar se o desvio entre FGk/i e FGk,!-! é superior a uma raia da TFD. Se for o caso, a via k será considerada incoerente e a medida de índice i da via k é invalidada. Caso contrário, a via é considerada coerente e a medida é validada e o valor da medida é o resultado do cálculo de frequência fina. O cálculo da frequência fina se baseia na diferença de fase entre duas TFD consecutivas. Essas duas TFD são feitas sobre suportes de integração defasados de um tempo r. No tempo de uma sinusoide pura, isto é, de um sinal não modulado, elas apresentam uma diferença de fase que pode se expressar com o auxílio da seguinte expressão: Δ(p = 2 X Ji X Fmedida X t (4)
A defasagem é medida módulo 2JI. Essa ambiguidade é levada pela medida de frequência grosseira.
As N vias funcionam em paralelo e são sincronizadas, isto é, as sequências de aquisição têm a mesma duração, seja 2Xr com um recobrimento de 50% e são simultâneas sobre as N vias. Para se obter essa sincronização, o valor de r é o mesmo sobre as N vias. As defasagens de frequências de amostragem são compensadas por valores do número de ponto de aquisição escolhidos ligeiramente diferentes sobre cada via, seja
para qualquer k.
Os cálculos TFD podem ser feitos seja sobre o mesmo número de pontos que N_pt_acq_k, o que necessita dos algoritmos particulares, seja sobre um número de pontos superior para atingir o valor de 2n superior por enchimento com zeros. Assim, é possível utilizar os algoritmos clássicos de transformada de Fourier rápida, conhecida pela sigla FFT, essa sigla fazendo referência à expressão anglo- saxônica "Fast Fourier Transform".
Considerando-se que as N vias de tratamento fornecem medidas de frequência recebidas com uma ambiguidade aproximada, é necessário acrescentar um mecanismo que permita obter uma medida confiável. Para isso, um dispositivo de levantamento de ambiguidade 206 pode ser utilizado.
Sobre uma via, se o teste de coerência for satisfatório (estabilidade da frequência grosseira), umamedida de frequência fina estará disponível. Segundo o número de vias coerentes de vias coerentes, 0 a N medidas de frequência fina estão disponíveis à entrada dodispositivo de levantamento de ambiguidade 206. Para um valor de Fmax muito grande diante Fe e um plano defrequência adaptado (escolha dos Fe,k) , três medidas finas corretas permitem destacar a ambiguidade. A finalidade do destacamento de ambiguidade é de fornecer apenas boas medidas da frequência real. É possível que uma medida de frequência fina seja errônea, por exemplo, quando a relação sinal com ruído baixa ou em presença de sinais perturbadores. É possível escolher N > 3, por exemplo, N = 4, e critérios de rejeição podem ser colocados a fim de eliminar as medidas que podem ser falsas. A idéia é, então, colocar uma redundância, permitindo detectar e corrigir certos casos de erro, nesses casos a medida final é declarada coerente, ou detectar certos casos de erros sem poder corrigir, nesses casos a medida final é declarada incoerente. No âmbito dessa redundância, é escolhido não privilegiar uma via mais do que a outra. A título de exemplo, se N = 4, poderá ser decidido declarar a medida final incoerente, se menos de três vias forem coerentes. Quando pelo menos três vias são coerentes, é preciso então destacar as ambiguidades sobre as medidas de frequência finas fornecidas por essas vias coerentes.
Para uma medida ambígua sobre uma via, há várias frequências de entrada possíveis Fpk,i. É o que indica a seguinte expressão: FPk,i = + FFk,i + jXFe.i (5) na qual j é um inteiro positivo e FFk/i é a frequência medida no nível da via k e está compreendido entre 0 e Fe,k /2. O número de possibilidades é função da taxa de subamostragem, e, portanto, da escolha das frequências de amostragem Fe,k para cada ramificação. O princípio do levantamento da ambiguidade é, por exemplo, pesquisar essas frequências possíveis Fpk;i, os candidatos apresentando desvios entre vias inferiores em um limite determinado. Por exemplo, se houver três vias coerentes, um triplo será buscado dentre as frequências possíveis. Um valor Fpk/i estando disponível por via, o triplo deve apresentar desvios entre vias inferiores a um limite. Quando esse triplo é encontrado, a medida da frequência fina é declarada coerente e o valor fornecido na saída 211 é a média dos três candidatos retidos. Se nenhum triplo satisfizer esse critério, a medida da frequência final é declarada incoerente. Um indicador de coerência 212 da medida pode ser apresentado na saída de dispositivo de levantamento de ambiguidade em paralelo do valor de frequência fina medida.
Quando as N vias forem coerentes, será possível que, apesar de tudo, uma via possa ser falsa. Para melhorar a confiabilidade da medida de frequência fina, é possível acrescentar o mecanismo de segurança baseado na verificação de um critério de confiabilidade. Utilizando-se um exemplo no qual N = 4 e no qual as quatro vias são julgadas coerentes, uma pesquisa de quatro triplos pode ser então efetuada dentre as frequências possíveis Fpkii apresentando desvios entre vias inferiores a um limite de conf iabi1idade.
Se os quatro triplos respeitarem o critério de confiabilidade, o que chega, na realidade, a encontrar um grupo de quatro frequências possíveis, apresentando desvios entre vias inferiores ao limite de confiabilidade, a medida final será declarada coerente e a medida fornecida será a média dos quatro candidatos retidos.
Se um único triplo respeitar esse critério, a medida final será declarada coerente e a medida fornecida será a média dos três candidatos desse triplo. Isto chega a considerar que a via que não contribuiu para esse triplo será falsa. Nos outros casos, a medida final será declarada incoerente.
Casos particulares podem ser distinguidos para certas frequências ditas frequências particulares. Por exemplo, se Freai estiver próxima de jX(Fe,k / 2) sobre uma via, então a fase da TFD não será mais representativa do sinal. A frequência fina oriunda dessa fase não melhora a precisão sobre essa via. A precisão é reduzida à resolução da TFD. Para limitar o erro sobre a frequência final, quando uma via estiver próxima de jX(Fe,k / 2), a medida sobre essa via participa do levantamento da ambiguidade, mas não participa do cálculo de média para a medida final.
Para as outras frequências particulares, notadamente quando Freai está próximo de jXFe,k/2+Fe,k/4, jXFe,k/2+Fe,k/6 ou jXFe,k/2+Fe<kX (2/6) , a fase do TFD, e, portanto, o cálculo de frequência fina, é perturbada, mas em menor medida. Não é então indispensável realizar um tratamento particular, para essas frequências, pois a média com as outras vias dá um erro suficientemente pequeno sobre a medida final.
A fim de analisar as propriedades dos impulsos de sinal, um dispositivo de detecção 213 que explora os valores de medidas de frequência 211 em paralelo com as informações de coerência 212 pode ser utilizado. O funcionamento deste é descrito com o auxílio dos exemplos das figuras 3 e 4.
As funções realizadas pelas N vias 204, 205 de estimativas de frequência, pelos dispositivos de levantamento de ambiguidade 206 e pelo dispositivo de detecção 213 podem ser implantados, por exemplo, em pelo menos um circuito programável de tipo FPGA.
A figura 3 apresenta um exemplo de diagrama que detalha as diferentes etapas de cálculo, levando à detecção de impulsos. A detecção de presença é baseada notadamente sobre o indicador de coerência e o valor das medidas de frequência disponíveis na saída do IFM numérico. O indicador de coerência, representada, por exemplo, sob a forma booleena com "1" significando que a medida é coerente e "0" a medida é incoerente, está disponível na saída de IFM numérico apresentado na figura 2. Ele pode ser associado a um mecanismo de "pistage" sobre a frequência cuja finalidade é detectar o envoltório dos impulsos potencialmente recebidos. No âmbito dessa descrição, o termo "pistage" significa busca de pista, uma pista sendo, no caso, por exemplo, um impulso de radar. Esse mecanismo de "pistage" tem notadamente por finalidade detectar o envoltório do(s) impulso(s), apresentando uma relação sinal com ruído suficiente. Ele visa também a separar os impulsos que se sobrepõem temporalmente. O mecanismo de "pistage", de acordo com a invenção, se apóia notadamente nas várias observações: - na ausência de sinal, isto é, com unicamente ruído térmico, a medida de frequência é quase sistematicamente incoerente; - em presença de um sinal que apresenta uma relação sinal com ruído suficiente, a medida de frequência é quase sistematicamente coerente; - em presença de vários sinais simultâneos, com um desvio de nível suficiente e uma relação sinal com ruído suficiente para o mais forte dentre eles, a medida é quase sistematicamente coerente e corresponde ao sinal mais forte.
Um exemplo de algoritmo de pistage é explicitado a seguir. As medidas são emitidas ao ritmo de r. Para cada medida recebida 300, sua coerência é verificada 301, a fim de considerar apenas medidas confiáveis. Ao aparecimento de uma medida coerente, um medidor de manutenção é colocado em zero 310 e é verificado 304 se a medida incidente pode ser associada a uma pista aberta. Essa associação é feita, por exemplo, com base em um critério de desvio de frequência em relação a um valor comum da pista. Se houver associação, a pista referida será desenvolvida 3 07. Se não houver associação possível com uma das pistas abertas ou se não houver pista aberta, uma nova pista será criada 305.
Ao aparecimento de uma medida incoerente, o medidor de manutenção será incrementado 311 e verificado 302 se um valor de tempo de manutenção é atingido. Se for o caso, para cada pista aberta é verificado 312 se um número mínimo de medidas estará disponível. Nesse caso, a pista será considerada como um impulso, esse impulso será então caracterizado e um descritor de impulso será emitido com suas características 313. Quando o tempo de manutenção for atingido, quer tenha havido ou não emissão de descritor de impulso, todas as pistas serão fechadas 303.
Assim, é também possível rejeitar falsos alarmes isolados, mesmo se esse caso não for representado na figura.
Além disso, esse método permite uma certa tolerância dos orifícios de detecção. Um orifício de detecção corresponde a uma situação na qual medidas julgadas incoerentes aparecem apesar da presença de um ou de vários sinais à entrada do receptor. Ê, por exemplo, o caso em presença de um sinal com pequena relação sinal com ruído em presença de dois sinais de mesmo nível de potência.
A título de exemplo, uma pista interrompida pela abertura de uma nova pista é mantida aberta. O caso de impulsos longos de baixo nível interrompidos por um impulso curto de nível mais forte é assim tratado. Esse caso é ilustrado com o auxílio da figura 4.
A figura 4 ilustra graficamente um exemplo no qual dois impulsos de sinal são superpostos. A primeira curva 400 representa a evolução temporal da amplitude A de uma posição de sinal tal como percebida pelo receptor. Nesse exemplo, dois impulsos são apresentados. A parte de sinal pode ser analisada identificando vários cortes temporais anotados Ti a T5. Durante o primeiro corte T1; nenhum sinal útil está presente. O sinal percebido pelo receptor corresponde notadamente ao ruído térmico do receptor. Um primeiro impulso de sinal é recebido durante os três seguintes cortes temporais T2, T3 e T4. No exemplo, esse impulso corresponde a uma sinusoide de frequência Fx e de amplitude Ai. Um segundo impulso sinusoidal de frequência F2 e de amplitude A2, com A2> Ai, está também presente durante o terceiro corte temporal T3. Esse segundo impulso é, portanto, recebido ao mesmo tempo que uma parte do primeiro impulso e é preponderante em relação a esta por sua amplitude. O último corte T5 não comporta sinal útil e possui as mesmas propriedades que o primeiro corte Ti.
A segunda curva 401 representa a evolução do indicador de coerência anteriormente definido. Durante os cortes Tx e T5, as estimativas de frequência são julgadas incoerentes e, por conseguinte, a informação booleena de coerência assume o valor "0". Durante os cortes T2, T3 e T4, um sinal útil está presente e as estimativas fornecidas pelo IFM numérico são julgadas coerentes. O indicador de coerência assume então o valor "1" .
A terceira curva 402 representa sob a forma de cruz os valores de frequência estimados pelo receptor de banda larga, considerada para efetuar a detecção de envoltório dos impulsos, de acordo com a invenção. Durante os cortes Ti e T5, O indicador de coerência está em "0", não há medida de frequência fornecida. Ao contrário, durante os cortes T2, T3 e T4, o indicador de coerência está em "1" e os valores das estimativas de frequência são considerados para a detecção do envoltório dos impulsos. Durante os cortes T2 e T4SÓ O sinal correspondente ao primeiro impulso é recebido. As medidas de frequências serão, portanto, associadas a uma pista de detecção. Essa pista pode ser definida por um valor de frequência Fcorrente e um desvio de frequência Δdetec, uma medida de frequência sendo associada a essa pista, quando esta pertence à faixa de frequência Fcorrente +/- Δdetec. As estimativas em frequência são, para essa pista de detecção, próximas da frequência Fi com um erro de estimativa aproximadamente. Durante o corte T3 e os dois sinais correspondentes sobre dois impulsos estão presentes, mas conforme indicado anteriormente, o segundo impulso é preponderante. As estimativas em frequência disponíveis são então próximas de F2 a um erro aproximadamente. Essas medidas são então associadas a uma segunda pista de detecção, são essas estimativas em frequência que vão ser utilizadas a fim de estimar o envoltório desses dois impulsos, por exemplo, com o auxílio do método descrito com o auxílio da figura 3.
O resultado obtido é então: - para o primeiro impulso, TOA = t2 e LI = t5 - t2 = T2 + T3 +T4. A frequência estimada é igual a F3 a um erro de estimativa aproximadamente; - para o segundo impulso, TOA = t3 e LI = t4 - t3. A frequência estimada é igual a F2 a um erro de estimativa aproximadamente.
Nesse exemplo, os resultados da detecção de envoltório se localizam na frequência, sobre o parâmetro TOA e sobre a largura de impulso LI para cada impulso, mas o receptor pode conter também meios para estimar os parâmetros de modulação, quando os impulsos detectados são modulados.