BR202014023965U2

BR202014023965U2 - vaso de papel montado, ecológico, reciclável e biodegradável, para cultivo de mudas

Info

Publication number: BR202014023965U2
Application number: BR202014023965U
Authority: BR
Inventors: Claudio Vieira De Sousa; Marcelo Alexandre Fantagucci Gonçalves
Original assignee: Claudio Vieira De Sousa; Marcelo Alexandre Fantagucci Gonçalves
Priority date: 2014-09-26
Filing date: 2014-09-26
Publication date: 2016-04-19
Also published as: EP3199018A4; WO2016044907A1; EP3199018A1

Abstract

vaso de papel montado, ecológico, reciclável e biodegradável, para cultivo de mudas. o presente pedido de patente de modelo de utilidade refere-se a um vaso montado, utilizado para cultivo de mudas de flores, plantas e espécies arbóreas em geral, ecológico, reciclável e biodegradável, feito a partir de papel (1) kraft pardo ou papel-cartão branco, reciclado ou nâo, impermeabilizado através do tratamento superficial do papel com primer contendo polímeros de resina especial (2). o vaso pode ser impresso com tinta atóxica e é dotado de orifícios inferiores para escoamento da água e entrada do ar, os quais estarâo, preferencialmente, localizados na própria base do vaso (4) e, ao mesmo tempo, no acabamento da borda inferior (5), e, alternativamente, é possível que os orifícios (3) estejam localizados apenas na parte inferior da lateral do vaso, logo acima da base (4). o material utilizado faz com que o vaso seja rígido e impermeável, e possibilita que, ao final de sua vida útil, seja reciclado ou, se encaminhado para disposiçâo final, seja degradado em tempo significativamente inferior aos vasos existentes no mercado, o modelo de utilidade foi desenvolvido para solucionar o problema da destinaçâo dada aos vasos após o seu uso, contribuindo para a reduçâo do volume de resíduos sólidos e, consequentemente, auxiliando na preservaçâo ambiental.

Description

"VASO DE PAPEL MONTADO, ECOLÓGICO, RECICLÁVEL E BIODEGRADÁVEL, PARA CULTIVO DE MUDAS" [001] O presente pedido de patente de modelo de utilidade refere-se a um vaso montado, utilizado para o cultivo de mudas de flores, plantas e espécies arbóreas em geral, ecológico, reciclável e biodegradável, feito de papel kraft pardo ou papel-cartão branco, reciclado ou não, impermeabilizado através do tratamento da superfície do papel com primer contendo polímeros de resina especial, dotado de orifícios inferiores para escoamento da água e entrada do ar, podendo ser impresso com tinta atóxica.

[002] O papel rígido tratado com resina especial, ao mesmo tempo em que garante a rigidez e impermeabilidade do produto, possibilita que, ao final de sua vida útil, seja reciclado ou, se encaminhado para disposição final, seja degradado em tempo significativamente inferior aos vasos existentes no mercado, tais como plástico, metal, barro, dentre outros.

DESCRIÇÃO DO ESTADO DA TÉCNICA

[003] No estado da técnica atual, existem vasos feitos dos mais variados tipos de materiais (sendo os principais: plástico, alumínio e barro), utilizados para cultivar mudas de flores, plantas e espécies arbóreas em geral. Os materiais hoje em dia empregados, contudo, se revelam extremamente prejudiciais ao meio ambiente, já que alguns não são recicláveis e outros demoram centenas de anos para se degradarem, resultando no aumento do volume de resíduos sólidos gerados.

[004] Ademais, dentre os exemplos de vasos existentes pode-se citar o documento MU 7302352-3 Yl, que revela um vaso montável para mudas de plantas feito de papel-cartão impermeabilizado, dotado de orifícios centro-inferiores para drenagem de água, desenvolvido para solucionar os problemas existentes à época (início da década de 1990) de manutenção de torrão de terra em torno das raízes de plantas nas fases de muda. Contudo, o presente pedido de patente de modelo de utilidade se difere desse existente, pois trata-se de um vaso já montado, feito de papel kraft pardo ou papel-cartão branco, reciclado ou não, cuja impermeabilização se dá através da aplicação de um primer de resina especial, o que permite que o objeto seja degradado em meses, se destinado à disposição final, ou seja reciclado.

[005] O mencionado MU 7302352-3 Y1 foi desenvolvido para solucionar o problema de manutenção de torrão de terra em torno das raízes de plantas nas fases de muda. A impermeabilização dos objetos era apenas uma medida para garantir que os mesmos aguentassem a umidade do material que iriam comportar. Tanto é assim, que a tecnologia existente à época da patente do MU 7302352-3 Y1 se restringia à impermeabilização através do plástico. Ocorre que hoje se utiliza um substrato que, além da terra, também é composto por fibra de coco, palha de milho, esterco, musgos, cascas de árvores e outros materiais orgânicos, e não gera mais o problema de manutenção de torrão. O plástico utilizado para a impermeabilização do papel eleva em centenas de anos o tempo de decomposição do material e impossibilita a sua reciclagem, se revelando igualmente prejudicial ao meio ambiente se comparado com os vasos feitos de plástico, barro e de metal.

[006] Focado nos problemas ambientais existentes, buscou-se uma forma de impermeabilizar uma estrutura de vaso feita de papel (papel kraft pardo ou papel-cartão branco, reciclado ou não), que não a impermeabilização através do plástico, para reduzir os impactos ambientais gerados com sua destinação final. É a criação de algo até então inexistente, que representa uma solução para um problema atual: o volume de resíduos sólidos gerado com o descarte de vasos para mudas ao final de sua vida útil, [007] A inovação trazida pelo presente pedido de patente se refere à impermeabilização de papel kraft pardo ou papel-cartão branco, reciclado ou não, com um prímer formado por polímeros de resina especial, podendo ser impresso em tinta atóxica, contribuindo para solução de um dos grandes problemas enfrentados pela sociedade nos dias atuais, qual seja, a degradação ambiental. O material utilizado garantiu efeito técnico novo na medida em que diminui o tempo de decomposição do vaso, se comparado com os vasos existentes no mercado (feitos de plástico, barro, alumínio, ou impermeabilizados com plástico, mesmo que biodegradável), e possibilita que seja reciclado, reduzindo o volume de resíduos sólidos.

[008] Para ilustrar a problemática dos resíduos sólidos, segue abaixo o tempo de decomposição de alguns dos principais materiais utilizados na fabricação de vasos para flores, plantas e espécies arbóreas em geral: Material ! Tempo de decomposição | na natureza Papel | De 3 a 6 meses I

Metal Mais de 100 anos Alumínio i Mais de 200 anos Plástico Mais de 400 anos Vidro ; Mais de 1000 anos Fonte: "CONSUMO SUSTENTÁVEL: Manual de educação. Brasília: Consumers International/ MMA/ MEC/IDEC, 2005." [009] Ademais, o apelo ecológico do produto, conquistado em função do material utilizado, representa um diferencial comercial, tendo em vista o crescimento do consumo sustentável.

[010] Não bastasse, o fato de o presente pedido de patente de modelo de utilidade se referir a um vaso já montado facilita e barateia sua utilização pelo produtor de mudas, já que, em casos de cultivo de mudas em escala, o tempo e a mão de obra necessária para a montagem dos vasos seria considerável.

OBJETIVO DO MODELO DE UTILIDADE

[011] Com os crescentes problemas ambientais, o consumo ecologicamente consciente assume papel relevante para o presente e futuro da sociedade. Atualmente, uma grande quantidade de resíduos de plástico é gerada (a exemplo dos vasos feitos de plástico), mas esse material é de difícil degradação. De acordo com dados do CEMPRE (Compromisso Empresarial para Reciclagem), a saída tem sido estudar sua substituição por plásticos biodegradáveis e fotodegradáveis, e, mesmo assim, a degradação é lenta nos aterros sanitários1. Além do plástico, os vasos feitos de barro, de alumínio ou de materiais revestidos com plástico também demoram centenas de anos para se degradarem. Isso contribui para aumentar o volume de resíduos sólidos, criando a necessidade da instalação de mais aterros, 0 que contraria, inclusive, a Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída pela Lei 12305/2010, [012] "Segundo dados de 2008 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, por meio da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico - PNSB, 99,96% dos municípios brasileiros têm serviços de manejo de Resíduos Sólidos, mas 50,75% deles dispõem seus resíduos em vazadouros; 22,54% em aterros controlados; 27,68% em aterros sanitários. Esses mesmos dados 1 http://www.cemore.org.br/ft plástico.php - acessado no dia IS de setembro de 2014. apontam que 3,79% dos municípios têm unidade de compostagem de resíduos orgânicos; 11,56% têm unidade de triagem de resíduos recicláveis; e 0,61% têm unidade de tratamento por incineração. A prática desse descarte inadequado provoca sérias e danosas consequências à saúde pública e ao meio ambiente e associa-se a triste quadro socioeconômico de um grande número de famílias que, excluídas socialmente, sobrevivem dos "lixões de onde retiram os materiais recicláveis que comercializam, [013] O quadro institucional atual também é negativo apesar de encontrar-se em fase de alteração. A maioria das Prefeituras Municipais ainda não dispõe de recursos técnicos e financeiros para solucionar os problemas ligados à gestão de resíduos sólidos. Ignoram-se, muitas vezes, possibilidades de estabelecer parcerias com segmentos que deveríam ser envolvidos na gestão e na busca de alternativas para a implementação de soluções. Raramente utiliza-se das possibilidades e vantagens da cooperação com outros entes federados por meio do estabelecimento de consórcios públicos nos moldes previstos pela Lei de Saneamento Básico (Lei n° 11.445/2007) e Lei de Consórcios Públicos (Lei n° 11.107/2005) e de seus respectivos decretos de regulamentação, Decreto n° 7217/2010 e Decreto n° 6.017/2007). Ainda é frequente observar-se a execução de ações em resíduos sólidos sem prévio e adequado planejamento técnico-econômico, sendo esse quadro agravado pela falta de regulação e controle social no setor."2 [014] O pedido de patente de modelo de utilidade ora pleiteado inova na combinação de materiais utilizados na confecção do objeto visando a destinação dada ao mesmo ao final de sua vida útil. Fazia-se necessário solucionar o problema da destinação final de vasos para 2 http://www.mma.gov.br/ci'dades-sustentaveis/residuos-solidos/política-nacional-de-residuos-solidos/contextos-e-princípais-aspectos - acessado no dia 15 de setembro de 2014. mudas, considerando o grande impacto ambiental causado pelos materiais até então utilizados na produção desses objetos; eis o objetivo do desenvolvimento do presente modelo de utilidade.

[015] O vaso de papel ecológico, reciclável e biodegradável volta-se, em última análise, para o desenvolvimento sustentável. Constitui-se como um produto ecologicamente correto, socialmente justo e economicamente viável. Do ponto de vista ambiental, o produto poderá ser reciclado, ou, se destinado à disposição final, será degradado em tempo consideravelmente inferior aos produtos hoje existentes no mercado. Pelo viés social, continuará havendo o fomento ao segmento de reciclagem, beneficiando, inclusive, mas não somente, catadores, além de contribuir para a melhoria das condições ambientais às quais os seres humanos estão submetidos. Por fim, o custo na produção do vaso de papel impermeabilizado com primer formado por polímeros de resina especial e o amplo mercado existente garantem a viabilidade econômica do projeto.

DESCRIÇÃO RESUMIDA DOS DESENHOS

[016] A Figura 1 é uma vista em perspectiva do vaso montado, feito de papel, impermeabilizado através do tratamento da superfície do papel com primer contendo polímeros de resina especial, dotado de orifícios inferiores para escoamento da água e entrada do ar.

[017] A Figura 2 é uma vista em perspectiva do vaso colocado de ponta-cabeça, evidenciando o desnível entre a base do objeto e o acabamento da borda inferior, bem como os orifícios para escoamento da água e entrada do ar.

[018] E a Figura 3 é uma vista em perspectiva do vaso colocado de ponta-cabeça com uma alternativa para a localização dos orifícios para escoamento da água.

DESCRIÇÃO DETALHADA DO MODELO DE UTILIDADE E DOS DESENHOS

[019] O pedido de patente de modelo de utilidade aqui apresentado compreende, conforme a Figura 1, um vaso montado, utilizado para o cultivo de mudas de flores, plantas e espécies arbóreas em geral, ecológico, reciclável e biodegradável, feito de papel (1) kraft pardo ou papel-cartão branco, reciclado ou não, impermeabilizado através do tratamento da superfície do papel com primer contendo polímeros de resina especial (2), dotado de orifícios inferiores para escoamento da água e entrada de ar (3), podendo ser impresso com tinta atóxica.

[020] Os orifícios para escoamento da água e entrada de ar (3) deverão estar localizados, preferencialmente, na própria base do vaso (4) e, ao mesmo tempo, no acabamento da borda inferior (5), conforme ilustrado na Figura 2. Alternativamente, é possível que os orifícios (3) estejam localizados apenas na parte inferior da lateral do vaso, logo acima da base (4), conforme Figura 3.

REIVINDICAÇÃO

Claims

1) "VASO DE PAPEL MONTADO, ECOLÓGICO, RECICLÁVEL E BIODEGRADÁVEL, PARA CULTIVO DE MUDAS", caracterizado por impermeabilização do papel (1) kraft pardo ou papel-cartão branco, reciclado ou não, através do tratamento superficial do papel com prímer contendo polímeros de resina especial (2), podendo ser impresso com tinta atóxica, dotado de orifícios inferiores para escoamento da água e entrada de ar (3); os orifícios inferiores para escoamento da água e entrada de ar estarão, preferencialmente, localizados na própria base do vaso (4) e, ao mesmo tempo, no acabamento da borda inferior (5), e, alternativamente, é possível que os orifícios (3) estejam localizados apenas na parte inferior da lateral do vaso, logo acima da base (4).