BR112021003565A2 - bebida não láctea com proteínas de arroz e ervilha - Google Patents

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Abstract

BEBIDA NÃO LÁCTEA COM PROTEÍNAS DE ARROZ E ERVILHA. A presente invenção refere-se a uma bebida não láctea que compreende proteínas de arroz e ervilha, de modo a fornecer um perfil nutricional apropriado e sabor adequado.

Description

Relatório Descritivo da Patente de Invenção para "BEBIDA NÃO LÁCTEA COM PROTEÍNAS DE ARROZ E ERVILHA".
CAMPO DA INVENÇÃO
[001] A presente invenção se refere a uma bebida não láctea que compreende proteínas de arroz e ervilha, de modo a fornecer um perfil nutricional apropriado e sabor adequado.
ANTECEDENTES DA INVENÇÃO
[002] Diversas bebidas, como por exemplo fórmulas para bebês, fórmulas de transição, leites para crescimento, bebidas à base de cereais para crianças, suplementos nutricionais orais e outros leites nutricionais e/ou fortificados para crianças ou adultos em pó ou em forma pronta para o consumo são à base de leite animal, principalmente leite de vaca ou leite de cabra. Há no entanto uma tendência nos últimos anos de se fornecer alternativas a bebidas à base de leite e dessa forma há uma tendência de se substituir parte dos ou todos os ingredientes de origem animal por ingredientes correspondentes de origem vegetal. Especificamente, há uma tendência em direção ao uso de proteínas vegetais como um substituto parcial ou total de proteínas de leite.
[003] Bebidas que compreendem proteínas vegetais, por si só ou misturadas com proteínas de leite, são conhecidas na técnica e focam principalmente no gerenciamento dietário de alergias a proteínas do leite ou procuram proporcionar perfis de aminoácido específicos.
[004] As proteínas vegetais têm perfis de aminoácido muito diferentes do leite materno humano e do leite de vaca ou de leite de cabra. Portanto, bebidas não lácteas com proteínas vegetais são tipicamente suplementadas com aminoácidos livres para atender às recomendações de aminoácido dos diversos tipos de consumidores e para satisfazer as recomendações/requisitos das autoridades em termos de qualidade proteica. Pode haver uma necessidade de melhorar a formulação de composições à base de proteínas vegetais para evitar ou ao menos reduzir a necessidade de se adicionar aminoácidos livres. De fato, a adição de aminoácidos livres torna a formulação do produto mais complicada e dispendiosa. Aminoácidos livres também são prejudiciais ao sabor da bebida e a presença de quantidades significativas de aminoácidos livres pode levar à rejeição do produto pelo consumidor. Além disso, estudos descreveram que aminoácidos livres não foram absorvidos tão bem como aminoácidos trazidos por proteínas intactas ou peptídeos. Por exemplo, A. Rérat, C. Simoes Nunes, F. Mendy e L. Roger, Amino acid absorption and production of pancreatic hormones in non-anaesthetized pigs after duodenal infusions of a milk enzymatic hydrolysate or of free amino acids, British journal of Nutrition, 1988, 60: páginas 121 a 136 relata que a absorção de aminoácidos foi maior, mais rápida e mais homogênea após infusão de uma proteína de leite parcialmente hidrolisada, do que antes da infusão de aminoácidos livres. É portanto desejado encontrar soluções que permitam reduzir ou mesmo evitar a necessidade de se adicionar aminoácidos livres em bebidas não lácteas que compreendem proteínas apenas de origem vegetal.
[005] As proteínas vegetais podem ser também problemáticas pelo fato de que elas contêm quantidades significativas de contaminantes e de componentes antinutricionais endógenos, o que pode ter efeitos nocivos sobre os consumidores. É portanto desejável limitar o teor de contaminantes e/ou de componentes antinutricionais em bebidas não lácteas mediante a seleção de ingredientes de proteína de alta qualidade.
[006] Proteínas de ervilha e arroz são proteínas vegetarianas que têm sido amplamente utilizadas. Por exemplo, o documento WO2012027285A1 descreve um produto nutricional que compreende ervilha hidrolisada que tem uma quantidade específica de antígeno de ervilha imunologicamente ativo por grama de proteína, para indivíduos que são intolerantes ou alérgicos a proteínas de leite. As proteínas de ervilha podem ser usadas em combinação com uma variedade de proteínas de leite e/ou vegetais. As composições exemplificadas são de ervilha pura, composições de ervilha/soja, e composições de ervilha/caseína.
[007] Além disso, o documento US2016/0309755A descreve composições nutricionais que compreendem ou uma mistura de proteína de leite com uma escolha de proteínas vegetais ou composições de proteínas 100% vegetais, sendo que pelo menos metade das proteínas vegetais são proteínas de legumes que exibem concentração reduzida de ácido fítico.
[008] Vários documentos descrevem fórmulas para bebês à base de proteínas de arroz, por exemplo o documento CN105495312A (fórmula para bebês à base de arroz vermelho ou preto) ou CN106136052 (fórmula para bebês com hidrolisado de arroz integral). Várias bebidas não lácteas contendo proteínas de arroz hidrolisadas também estão comercialmente disponíveis.
[009] Vários documentos revelam misturas mais ou menos complexas de proteínas vegetais, que são combinadas para alcançar um perfil adequado de aminoácidos. Algumas delas incluem proteínas de ervilha e de arroz. Por exemplo, o documento US2009/0221502A1 descreve uma combinação de duas ou mais fontes de proteínas selecionadas dentre proteínas de soja, arroz, ervilha, trigo sarraceno, trigo, batata, girassol, cártamo, lúpulo e mostarda. Vários exemplos contêm isolado de proteína de soja, concentrado de proteína de ervilha, isolado de proteína de arroz e L-lisina. A blenda de proteínas é para criar uma blenda de proteínas que corresponde de forma mais próxima ao tecido muscular humano em termos de composição de aminoácidos.
[0010] O documento US2011/0305798A1 descreve uma proteína em pó que tem um perfil de aminoácido que reflete aquele da proteína do leite materno humano, e que pode ser incluída em produtos alimentícios. Uma ampla lista de possíveis fontes de proteína animal e vegetariana é fornecida, dentre as quais são mencionadas proteínas de arroz e ervilha. Exemplos são fornecidos com concentrado de proteína de arroz, isolado de proteína de soja, isolado de proteína de ervilha e proteína de batata purificada.
[0011] O documento US2017/0042209A1 descreve uma composição de proteínas que compreende proteína de sacha inchi, proteína de ervilha, proteína de arroz e proteína de batata. A composição de proteínas pode ser adicionada a uma bebida.
[0012] O documento US2008/0206430A1 descreve composições alimentícias que compreendem um componente de proteína que consiste em proteínas de soja, ervilha e arroz, incluindo produtos prontos para o consumo.
[0013] As proteínas de ervilha e de arroz sendo duas fontes de proteínas não alergênicas e de fácil obtenção, seria desejável fornecer bebidas não lácteas contendo proteínas de ervilha e de arroz, opcionalmente com aminoácidos livres, como as únicas fontes de proteína. Essas fontes de proteína são particularmente apreciadas pois elas são seguras para uso mesmo em consumidores muito sensíveis, como crianças de até 4 a 6 meses. Seria nomeadamente desejável fornecer composições desprovidas de fontes de proteína que são conhecidas como possíveis alérgenos, tais como proteínas de soja ou proteínas de nozes. Também é desejável evitar ingredientes que tendem a ter níveis de contaminantes que não são recomendados para crianças abaixo de 4 a 6 meses, como por exemplo proteínas de batata, que frequentemente contêm uma quantidade significativa de glicoalcaloides.
[0014] Desafios técnicos estão também associados ao uso de proteínas vegetais em bebidas não lácteas. Em particular, baixa solubilidade frequentemente torna necessário o uso de proteínas hidrolisadas. Isso é em particular o caso para as proteínas de arroz, pois as proteínas de arroz intactas têm solubilidade insatisfatória. É, portanto, desejado fornecer bebidas aprimoradas que têm proteínas de ervilha e proteínas de arroz hidrolisadas, opcionalmente com aminoácidos livres como a única fonte de proteína. As proteínas de arroz hidrolisadas são, no entanto, caracterizadas por propriedades organolépticas muito desagradáveis e exibem, por exemplo, sabores desagradáveis como amargo, hidrolisado, queimado e adstringente. É portanto desejável otimizar o sabor de bebidas não lácteas que compreendem proteínas de arroz hidrolisadas. Esse problema é ainda mais relevante quando essas proteínas vegetais são usadas como a única fonte de proteína na composição. Entretanto, os documentos da técnica anterior mencionados acima são omissos em relação às propriedades sensoriais de misturas de proteína de ervilha e de arroz.
[0015] Mesmo quando elas não são hidrolisadas, as proteínas vegetais tipicamente têm um sabor e gosto mais forte e mais característico em comparação com as proteínas de leite. Um sabor de proteína vegetal marcante, como um sabor vegetal, pode levar à rejeição da bebida pelos consumidores. Isso é particularmente verdadeiro quando a bebida é destinada a crianças. Um sabor de proteína vegetal característico muito forte é também desvantajoso em casos em que há uma necessidade de se fornecer variação de sabor à bebida não láctea ou combinar a mesma com uma variedade de ingredientes, como frutas ou chocolate por exemplo, uma vez que o sabor da proteína vegetal pode ser dificilmente compatível com tais sabores ou ingredientes. Portanto, existe uma necessidade por bebidas não lácteas com propriedades organolépticas que são mais facilmente aceitas pelos consumidores e, com mais preferência ainda, com um sabor tão neutro quanto possível, evitando a proeminência de sabores ou aromas provenientes da proteína vegetal.
SUMÁRIO DA INVENÇÃO
[0016] Em um primeiro aspecto, a invenção fornece uma bebida não láctea que compreende um componente de proteína que consiste em uma mistura de proteínas de ervilha e de arroz e opcionalmente aminoácidos livres, sendo que a proteína de arroz é hidrolisada e sendo que as proteínas de ervilha estão presentes em uma quantidade de 60 a 90% em peso, com base no peso total do componente de proteína.
[0017] Em um segundo aspecto, a invenção se refere ao uso de proteínas de ervilha para melhorar as propriedades sensoriais de uma bebida não láctea que compreende proteínas de arroz hidrolisadas e opcionalmente aminoácidos livres, sendo que as proteínas de ervilha são usadas em uma quantidade de pelo menos 10% em peso, com base no teor de proteína total na bebida não láctea.
[0018] Em um terceiro aspecto, a invenção se refere ao uso de uma proteína de arroz para melhorar as propriedades sensoriais de uma bebida não láctea que compreende proteínas de ervilha e opcionalmente aminoácidos livres, sendo que as proteínas de arroz hidrolisadas são usadas em uma quantidade de pelo menos 10% em peso, com base no teor de proteína total na bebida não láctea.
[0019] Em um quarto aspecto, a invenção se refere a um método para fornecer nutrição a um indivíduo que compreende alimentar o indivíduo com uma bebida não láctea da invenção.
BREVE DESCRIÇÃO DOS DESENHOS
[0020] Figura 1: O gráfico de polígono-círculo representando as recomendações FAO para aminoácidos essenciais selecionados para crianças pequenas entre 6 e 36 meses (linha cinza escura sólida) e para adultos (linha cinza claro sólida), juntamente com o conteúdo de tais aminoácidos em isolado de ervilha Pisane C9 (origem: Cosucra; linha preta pontilhada) e em hidrolisado de proteína de arroz Hyprol 5312
(origem: Kerry; linha preta tracejada), conforme analisado de acordo com o método descrito no Exemplo 4. A escala se refere à quantidade de aminoácido em mg por grama de proteína.
DESCRIÇÃO DETALHADA DA INVENÇÃO
[0021] Como usado aqui, os seguintes termos têm os significados a seguir.
[0022] O termo "bebida" como usado na presente invenção se refere a uma composição a ser consumida oralmente na forma líquida. Tal bebida pode ser fornecida em forma líquida pronta para o consumo ou em forma de pó ou granulado para ser reconstituída em um líquido antes do consumo. Uma "bebida não láctea" se refere a uma bebida que não contém proteína de leite.
[0023] O termo "bebê" significa uma criança de até 12 meses de idade. A expressão "criança pequena" significa uma criança com idade entre um e três anos, também chamada de criança que está começando a andar. A expressão "criança" significa uma criança entre três e oito anos de idade.
[0024] Em uma modalidade específica, a bebida não láctea da presente invenção é uma bebida hipoalergênica. O termo "hipoalergênico" associado à bebida não láctea da invenção significa que é improvável que tal bebida cause reações alérgicas.
[0025] A expressão "fórmula para bebês", como usado na presente invenção, se refere a um produto alimentício que é destinado para uso nutricional específico por bebês durante os primeiros meses de vida e que satisfaz, por si só, as necessidades nutricionais dessa categoria de pessoa (Artigo 2(c) da Diretiva 91/321/EEC 2006/141/EC da Comissão Europeia, de 22 de dezembro de 2006 sobre fórmulas para bebês e fórmulas de transição e COMMISSION DELEGATED REGULATION (EU) 2016/127). A mesma também se refere a composições nutricionais destinadas a bebês e segundo a definição do
Codex Alimentarius (Codex STAN 72-1981) e Infant Specialities (incluindo Food for Special Medical Purpose).
[0026] Uma "fórmula de seguimento" e uma "fórmula de transição" são usadas na presente invenção de forma intercambiável e se referem a um alimento líquido de segunda idade para uso como uma parte líquida da dieta de desmame a partir do 6° mês de idade. Ela constitui o principal elemento líquido na dieta progressivamente diversificada desta categoria de pessoa.
[0027] A expressão "bebida de crescimento" (ou GUD) se refere a uma bebida que compreende proteínas, gorduras e carboidratos, geralmente com vitaminas e minerais adicionados, que é destinada a crianças pequenas ou crianças, de 12 meses de idade até oito anos. Bebidas de crescimento não são normalmente usadas como a única fonte de nutrição e incluem por exemplo fórmulas para crianças pequenas, bebidas aromatizadas e bebidas aromatizadas fortificadas, conforme definido nas diferentes jurisdições.
[0028] Um "oligossacarídeo" é um polímero de sacarídeo que contém um pequeno número (tipicamente de três a dez) de açúcares simples (monossacarídeos).
[0029] O termo "prebiótico" significa um substrato que é seletivamente utilizado por micro-organismos hospedeiros que conferem um benefício de saúde (Gibson GR, Hutkins R., Sanders M.E., Prescott L., Reimer R.A., Salminen S.J., Scott K., Stanton C., Swanson K.S., Cani P.D., Verbeke K., Reid G.; The International Scientific Association for Probiotics and Prebiotics (ISAPP) consensus statement on the definition and scope of prebiotics; Nature reviews; Gastroenterology and hepatology 2017; 14: 491 a 502).
[0030] O termo "probiótico" significa micro-organismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, conferem um benefício de saúde ao hospedeiro (FAO/WHO, 2002 e C.Hill, F.Guarner,
G.Reid, G.R.Gibson, D.J.Merenstein, B.Pot, L.Morelli, R.B.Canani, H.J.Flint, S.Salminen, P.C.Calder e M.E.Sanders; Expert consensus document: The International Scientific Association for Probiotics and Prebiotics consensus statement on the scope and appropriate use of the term probiotic; Nature reviews Gastroenterology & hepatology; 2014; 11: 506 a 514). As células microbianas geralmente são bactérias ou leveduras.
[0031] O termo "ufc" deve ser entendido como unidade formadora de colônias.
[0032] "Ervilha" também chamada de ervilha seca ou ervilha se refere a divisão de Pisum sativum L.
[0033] Todas as porcentagens são porcentagens em peso, exceto onde especificado em contrário.
[0034] Além disso, no contexto da invenção, os termos "que compreende" e "compreende" não excluem outros possíveis elementos. A bebida não láctea da presente invenção, incluindo as muitas modalidades descritas na presente invenção, pode compreender, consistir em ou consistir essencialmente nos elementos e limitações essenciais da invenção descrita na presente invenção, além de quaisquer ingredientes, componentes ou limitações adicionais ou opcionais descritos na presente invenção ou de outro modo dependentes das necessidades.
[0035] Qualquer referência a documentos da técnica anterior neste relatório descritivo não deve ser considerada como admissão de que tal técnica anterior é amplamente conhecida ou que faz parte do conhecimento comum e geral no campo da técnica.
[0036] A invenção será agora descrita com mais detalhes. Note-se que os vários aspectos, características, exemplos e modalidades descritos no presente pedido podem ser compatíveis e/ou combinados entre si.
Bebida não láctea
[0037] A bebida não láctea da presente invenção compreende um componente de proteína que consiste em uma mistura de proteína de ervilha, proteínas de arroz hidrolisadas e opcionalmente aminoácidos livres, sendo que as proteínas de ervilha estão presentes em uma quantidade de 10 a 90% em peso, de preferência de 10 a 80% em peso, com mais preferência de 10 a 60% em peso, com base no peso total do componente de proteína. Em outra modalidade, as proteínas de ervilha estão presentes em uma quantidade de 20 a 90% em peso, de preferência de 20 a 80% em peso, com mais preferência de 20 a 60% em peso, com base no peso total do componente de proteína. Em uma modalidade adicional, as proteínas de ervilha estão presentes em uma quantidade de 40 a 90% em peso, de preferência de 40 a 80% em peso, com mais preferência de 40 a 60% em peso, com base no peso total do componente de proteína. Em uma modalidade mais preferencial, as proteínas de ervilha estão presentes em uma quantidade de 60 a 90% em peso, de preferência de 60 a 80% em peso, com mais preferência de cerca de 60% em peso, com base no peso total do componente de proteína.
[0038] Em uma modalidade específica, a bebida não láctea da presente invenção compreende um componente de proteína que consiste em uma mistura de proteína de ervilha e proteínas de arroz hidrolisadas, sendo que as proteínas de ervilha estão presentes em uma quantidade de 10 a 90% em peso, de preferência de 10 a 80% em peso, com mais preferência de 10 a 60% em peso, com base no peso total do componente de proteína. Em outra modalidade, as proteínas de ervilha estão presentes em uma quantidade de 20 a 90% em peso, de preferência de 20 a 80% em peso, com mais preferência de 20 a 60% em peso, com base no peso total do componente de proteína. Em uma modalidade adicional, as proteínas de ervilha estão presentes em uma quantidade de 40 a 90% em peso, de preferência de 40 a 80% em peso, com mais preferência de 40 a 60% em peso, com base no peso total do componente de proteína. Em uma modalidade mais preferencial, as proteínas de ervilha estão presentes em uma quantidade de 60 a 90% em peso, de preferência de 60 a 80% em peso, com mais preferência de cerca de 60% em peso, com base no peso total do componente de proteína.
[0039] As quantidades de ervilha de 80% ou menos, com base no peso total do componente de proteína, são preferenciais pois quantidades maiores causam um aumento da viscosidade da bebida não láctea, o que torna o processo de fabricação mais difícil e pode ser indesejável. Isto é particularmente o caso quando a bebida não láctea é secada por atomização. Uma bebida não láctea que compreende mais de 80% em peso, de proteína de ervilha, com base no peso total do componente de proteína, tipicamente têm de ser secada por atomização com um teor total de sólidos menor, o que leva a um aumento nos custos de fabricação e maior consumo de energia.
[0040] A fonte de proteína de ervilha pode ser fornecida em vários formatos, como sob a forma de um concentrado, de um isolado, de um hidrolisado, ou de farinha de ervilha. O tipo de fonte de proteína será selecionado com base em vários critérios, como o teor de proteína no ingrediente e o tipo de bebida. Por exemplo, farinha de ervilha pode ser usada para bebidas de cereal para bebês ou para outras bebidas em que uma maior viscosidade é desejada. Tais ingredientes de proteína tipicamente não são proteínas puras, mas podem compreender outros compostos. As porcentagens mencionadas no presente pedido se referem ao teor de proteína pura proveniente do ingrediente.
[0041] As proteínas de ervilha, conforme definido acima, podem ser intactas, hidrolisadas ou podem ser uma mistura de proteínas intactas e hidrolisadas. As proteínas hidrolisadas podem ser parcial ou extensivamente hidrolisadas.
[0042] A proteína de arroz hidrolisada pode ser parcial ou extensivamente hidrolisada.
[0043] No caso de aminoácidos livres serem adicionados, os aminoácidos são de preferência lisina e/ou metionina, de preferência L- lisina e/ou L-metionina.
[0044] A bebida não láctea da presente invenção é vantajosa a partir de um ponto de vista sensorial uma vez que o sabor de uma mistura de proteínas de ervilha e de arroz hidrolisadas, opcionalmente com aminoácidos livres, tem um perfil de sabor e gosto mais equilibrado do que o da proteína de ervilha ou de arroz sozinha. De fato tanto as proteínas de arroz hidrolisadas quanto as proteínas de ervilha conferem um sabor e gosto forte característico às bebidas não lácteas as quais elas são adicionadas. Em particular, as proteínas de arroz hidrolisadas exibem notas amargas, hidrolisadas, queimadas e adstringentes desagradáveis muito fortes, o que pode levar à rejeição do produto pelo consumidor. O amargor é de fato uma causa significativa de rejeição de uma bebida por crianças pequenas e até mesmo muitos adultos. Notas queimadas desagradáveis, que podem ser definidas como um sabor estranho lembrando o odor de pneus queimados, são também comumente rejeitadas pelos consumidores de todas as idades. Um sabor hidrolisado, que lembra o de batata/feijões cozidos, também é percebido como desagradável em bebidas. É desejável reduzir tais sabores desagradáveis. Os presentes inventores constataram que a adição de proteína de ervilha às proteínas de arroz hidrolisadas mitiga significativamente as notas amargas, queimadas e hidrolisadas desagradáveis conferidas pelas proteínas de arroz hidrolisadas. Os presentes inventores também mostraram que a mistura de proteína de ervilha com proteínas de arroz hidrolisadas tem um efeito positivo na redução da adstringência do produto.
[0045] O efeito positivo na redução dos atributos sensoriais negativos foi observado com quantidades de ervilha tão baixas quanto 10% em peso, com base no peso total do componente de proteína. Os atributos sensoriais desagradáveis continuam a diminuir significativamente com o aumento da quantidade de proteína de ervilha. Também foi constatado que quantidades de ervilha de 60% em peso, com base no peso total do componente de proteína, foram capazes de reduzir as notas amargas, queimadas, hidrolisadas e adstringente desagradáveis a um nível tão baixo que tais produtos não podem ser distinguidos daqueles que apresentam apenas proteína de ervilha como um componente de proteína. As notas amargas, queimadas e hidrolisadas desagradáveis são até mesmo reduzidas a um nível imperceptível.
[0046] Por outro lado, proteínas de ervilha pura também têm um sabor característico que nem sempre é bem aceito pelos consumidores, em particular em bebidas. Esse sabor de ervilha característico é especialmente difícil de se combinar com sabores, frutas, chocolate ou outros vários ingredientes que um indivíduo gostaria de incluir na bebida não láctea. Os presentes inventores constataram que a adição de proteína de arroz hidrolisada foi capaz de reduzir a percepção dos sabores de ervilha. Quantidades de proteínas de arroz hidrolisadas de 10% em peso, de preferência de 20% em peso, com base no peso total do componente de proteína, foram capazes de reduzir significativamente a percepção do sabor de ervilha.
[0047] Dessa forma, uma combinação de proteína de ervilha com proteína de arroz hidrolisada, com a proteína de ervilha estando presente nas quantidades descritas acima, impacta positivamente o sabor e, dessa forma, a aceitação da bebida não láctea mitigando-se significativamente os atributos sensoriais indesejáveis provenientes das fontes de proteína individuais. A presente invenção fornece vantajosamente uma combinação de proteínas que reduz o sabor desagradável conferido pela proteína vegetal à bebida não láctea.
[0048] Em uma modalidade preferencial, o componente de proteína descrito acima tem um perfil de aminoácido que satisfaz os requisitos nutricionais dos indivíduos aos quais a bebida é destinada e/ou fornece padrões de escore de aminoácidos apropriados, comumente reconhecidos na comunidade científica e em particular aqueles definidos por autoridades internacionais tais como a FAO, sem exigir a adição de aminoácidos livres. Assim, em um aspecto preferencial da presente invenção, o componente de proteína consiste em uma mistura de proteína de ervilha e proteína de arroz hidrolisada, sendo que a proteína de ervilha está presente em qualquer uma das quantidades descritas acima. Em tais casos, o componente de proteína pode conter alguns aminoácidos livres que são endógenos à proteína de ervilha e/ou proteína de arroz hidrolisada, mas não contém quaisquer aminoácidos livres adicionados separadamente, o que vantajosamente evita sabores desagradáveis trazidos por tais aminoácidos livres.
[0049] Em um aspecto preferencial, o componente de proteína tem o seguinte teor de aminoácidos:
[0050] - pelo menos 48 mg de lisina por grama de proteína; e/ou
[0051] - pelo menos 23 mg de metionina e cisteina total por grama de proteína.
[0052] Tal componente de proteína é adequado de modo particularmente vantajoso para adultos e crianças a partir dos três anos de idade.
[0053] Em um aspecto mais preferencial, o componente de proteína tem o seguinte teor de aminoácidos:
[0054] - pelo menos 57 mg de lisina por grama de proteína; e/ou
[0055] - pelo menos 27 mg de metionina e cisteina total por grama de proteína.
[0056] Tal componente de proteína é ainda mais vantajoso pois ele também abrange as necessidades de bebês e de crianças entre seis meses e três anos de idade.
[0057] Em uma modalidade ainda mais preferencial, o componente de proteína tem o seguinte teor de aminoácidos:
[0058] - pelo menos 69 mg de lisina por grama de proteína; e/ou
[0059] - pelo menos 33 mg de metionina e cisteina total por grama de proteína.
[0060] Tal componente de proteína é particularmente vantajoso pois ele atende às recomendações dos consumidores de todas as idades, incluindo bebês desde o nascimento até seis meses de idade.
[0061] Em um aspecto mais preferencial, o componente de proteína consiste em proteína de ervilha e proteína de arroz hidrolisada e tem um dos conteúdos de aminoácidos específicos descritos acima.
[0062] Misturar por adição proteínas de ervilha e proteínas de arroz hidrolisadas é vantajoso por várias razões. Em primeiro lugar, as proteínas de ervilha e as proteínas de arroz hidrolisadas têm perfis de aminoácidos complementares. Os presentes inventores analisaram o teor de aminoácido de vários ingredientes de proteína de ervilha comerciais e constataram que a ervilha é tipicamente rica em lisina, enquanto que as quantidades de metionina e cisteína na ervilha são razoavelmente baixas. Por outro lado, as proteínas de arroz hidrolisadas são ricas em metionina e cisteína, mas têm menores quantidades de lisina. Dessa forma, as proteínas de ervilha e de arroz hidrolisadas podem ser misturadas de modo a otimizar o teor de aminoácido do componente de proteína de modo geral. A adição de proteína de arroz hidrolisada compensará a metionina e a cisteína em falta em proteínas de ervilha, e as proteínas de ervilha irão reversivelmente compensar a lisina em falta na proteína de arroz hidrolisada. Portanto, é especificamente vantajoso misturar as proteínas de ervilha e de arroz hidrolisadas.
[0063] A razão de proteínas de ervilha e de arroz hidrolisadas pode ser ajustada com base na quantidade de lisina e do total de metionina e cisteína nos ingredientes de proteína como para se obter o teor de aminoácidos desejado, levando-se em conta qualquer suplementação com aminoácidos livres.
[0064] Dessa forma, misturar por adição proteínas de ervilha e proteínas de arroz hidrolisadas é vantajoso, uma vez que isso evita ou ao menos reduz a necessidade de se adicionar aminoácidos livres na bebida não láctea. A adição de aminoácidos livres é muitas vezes necessária em produtos com componentes de proteína baseados total ou parcialmente em proteínas vegetais, para assegurar o cumprimento das necessidades diárias de aminoácidos essenciais quando a bebida não láctea for usada como a única fonte de nutrição, ou para fornecer padrões de escore de aminoácido apropriados, comumente reconhecidos na comunidade científica e em particular aqueles definidos por autoridades internacionais como a FAO.
[0065] Tais aminoácidos livres são no entanto indesejáveis, pois eles podem prejudicar o sabor da bebida não láctea, nomeadamente conferindo sabores estranhos e sabores desagradáveis, como por exemplo amargor ou sabor sulfúrico desagradável, dependendo dos aminoácidos livres adicionados. Além disso, a adição de aminoácidos livres torna o processo de fabricação da bebida não láctea mais complicado e dispendioso. De fato, obstáculos técnicos estão associados à adição de aminoácidos livres, nomeadamente devido ao fato de que os aminoácidos livres são difíceis de dissolver, exigindo assim tempo mais longo para garantir o término da dissolução e risco de sedimentação de cristais de aminoácidos não dissolvidos em tanques.
[0066] Quando proteínas de ervilha são misturadas com proteínas de arroz hidrolisadas nas razões fornecidas na presente invenção, a adição de aminoácidos livres é reduzida ou mesmo totalmente evitada. Mesmo que seja preferencial misturar proteínas de ervilha e proteínas de arroz hidrolisadas de modo a evitar completamente a necessidade de se adicionar aminoácidos livres, já existe uma vantagem significativa na redução da quantidade de tais aminoácidos livres, para pelo menos reduzir o sabor desagradável.
[0067] As quantidades de aminoácidos específicos podem variar ligeiramente entre diferentes fontes de proteína de ervilha ou de arroz hidrolisada, por exemplo devido aos métodos de purificação do componente de proteína a partir da planta. Em uma modalidade preferencial, a proteína de ervilha tem um teor de lisina de pelo menos 60 mg, de preferência de pelo menos 65 mg, com mais preferência de pelo menos 70 mg de lisina por grama de proteína de ervilha. Em outra modalidade preferencial, a proteína de arroz hidrolisada tem um teor de metionina e cisteína total de pelo menos 30 mg, de preferência de pelo menos 35 mg, com mais preferência de pelo menos 40 mg, com mais preferência de pelo menos 45 mg por grama da proteína de arroz hidrolisada.
[0068] É também vantajoso combinar proteínas de ervilha com proteínas de arroz hidrolisadas, pois essas classes de proteínas contêm diferentes tipos de compostos antinutricionais e de contaminantes. As proteínas vegetais tipicamente contêm contaminantes, por exemplo devido à absorção de nutrientes do solo ou devido a tratamentos aplicados para o cultivo da planta. Tais contaminantes podem ser nocivos. As proteínas vegetais comumente contêm também endogenamente compostos antinutricionais, que são prejudiciais à absorção de outros nutrientes específicos ou como tal são prejudiciais à saúde dos consumidores. Tais compostos antinutricionais e contaminantes reduzem a adequação nutricional de dietas baseadas em proteína vegetal. Embora métodos de extração de proteínas de plantas sejam desenvolvidos para reduzir a quantidade de contaminantes e de compostos antinutricionais, tais componentes indesejados tipicamente permanecem pelo menos em quantidades- traço no ingrediente de proteína. A seleção cuidadosa de ingredientes com baixas quantidades de compostos antinutricionais e contaminantes não é, portanto, suficiente por si só para evitar a presença desses componentes indesejados.
[0069] A presente invenção fornece uma combinação particularmente vantajosa de proteínas vegetais que reduzem o impacto de contaminantes e compostos antinutricionais. As proteínas de arroz hidrolisadas tipicamente contêm vestígios de arsênio, enquanto que as proteínas de ervilha compreendem tipicamente quantidades significativamente menores de arsênio. A combinação de proteína de arroz hidrolisada contendo arsênio com a proteína de ervilha que não contém tal contaminante reduz assim o teor total de arsênio e aumenta a segurança da bebida não láctea. Por sua vez, as proteínas de ervilha tipicamente contêm lectina e fitato, que estão presentes em quantidades significativamente mais baixas no arroz hidrolisado. Dessa forma é vantajoso misturar por adição a proteína de arroz hidrolisada com a proteína de ervilha de modo a reduzir o teor de fitato do componente de proteína de modo geral.
[0070] A bebida não láctea é vantajosamente hipoalergênica. De fato, as proteínas de ervilha, tanto intactas como em forma hidrolisada, e as proteínas de arroz hidrolisadas são vantajosamente caracterizadas por uma baixa alergenicidade.
[0071] A bebida não láctea da presente invenção é uma composição a ser consumida oralmente na forma líquida. Exemplos não limitadores de bebidas não lácteas de acordo com a presente invenção incluem uma fórmula para bebês, uma fórmula de transição ou de seguimento, uma bebida de crescimento, uma bebida de cereal, como cereais infantis, uma bebida com sabor, um suplemento líquido oral e uma bebida fortificada, que pode ser fortificada com minerais, vitaminas e/ou com um alto teor de proteína.
[0072] A bebida não láctea pode estar sob uma forma líquida pronta para o consumo, sob a forma de um concentrado líquido a ser diluído em água, ou sob a forma de um pó a ser reconstituído em água antes do consumo.
[0073] Em um aspecto preferencial, a bebida não láctea compreende um componente de gordura e um componente de carboidrato, além do componente de proteína descrito acima.
[0074] Em um aspecto preferencial da invenção, a bebida de crescimento compreende amido. De preferência, o amido está presente em uma quantidade de 2 a 15% em peso, de preferência de 4 a 12% em peso, com mais preferência de 5 a 10% em peso, com base no peso a seco total da bebida não láctea. O amido é vantajoso uma vez que ele contribui para a estabilidade da bebida não láctea e em particular evita a separação das proteínas.
[0075] As quantidades de micro- e macronutrientes e o teor de energia das bebidas não lácteas da presente invenção podem variar dentro de amplas faixas, dependendo da população de consumidores alvo e o tipo de produto. Tipicamente suplementos serão enriquecidos com mais energia e/ou nutrientes específicos, para atender às necessidades específicas de consumidores específicos. Por outro lado, os produtos destinados como a única fonte de nutrientes, tais como por exemplo uma fórmula para bebês, ou como uma das principais fontes de nutrientes, tais como fórmulas de transição, precisam ter um perfil nutricional muito equilibrado. A parte seguinte fornece faixas exemplificadoras para energia e para o teor nutricional principal da bebida não láctea da invenção.
[0076] A bebida não láctea da presente invenção tem de preferência um teor energético de 45 a 200 kcal por 100 ml.
[0077] A bebida não láctea tem também de preferência um teor de proteína na faixa de 1,5 a 8 g/100 kcal, de preferência de 1,5 a 6,5 g/100 kcal.
[0078] A bebida não láctea de acordo com a presente invenção contém tipicamente carboidratos disponíveis (digestíveis), de preferência em uma quantidade de no máximo 14 g/100 kcal, de preferência de no máximo 5 g/100 kcal. Estes são adicionados para conferir doçura ao produto e/ou para fornecer energia. Os carboidratos digeríveis podem compreender quaisquer carboidratos comumente usados como sacarose, lactose, maltodextrina, isomaltulose. Em uma modalidade preferencial, o componente de carboidrato é isento de sacarose. Em outra modalidade preferencial, o componente de carboidrato é isento de lactose. Isso é vantajoso para consumidores dispostos a seguir uma dieta vegetariana e também para evitar hipersensibilidade e intolerância à lactose. Também é preferencial que a energia fornecida por açúcares livres chegue até no máximo 10% da energia fornecida pelo produto como um todo. Açúcares livres são definidos pela Organização Mundial de Saúde como incluindo monossacarídeos e dissacarídeos adicionados a alimentos e bebidas pelo fabricante, cozinheiro ou consumidor, e açúcares naturalmente presentes no mel, xaropes, sucos de frutas e concentrados de suco de fruta. Em uma modalidade específica, ao menos parte dos carboidratos digeríveis são fornecidos sob a forma de mel.
[0079] A bebida não láctea de acordo com a presente invenção pode compreender também oligossacarídeo (ou oligossacarídeos) e/ou pelo menos uma fibra (ou fibras) e/ou ao menos um precursor (ou precursores) dos mesmos, para crianças bebês e crianças pequenas a fibra é de preferência em uma quantidade de até 15 g/l. O outro oligossacarídeo e/ou fibra e/ou precursor do mesmo pode ser selecionado da lista que compreende oligossacarídeos de leite humano (HMOs - "human milk oligosaccharides"), galacto-oligossacarídeos (GOS), oligossacarídeos de leite bovino, fruto-oligossacarídeos (FOS), inulina, xilo-oligosacarídeos (XOS), polidextrose, fibra de milho solúvel, goma acácia, pectina, e qualquer combinação dos mesmos.
[0080] Produtos comerciais adequados que podem ser usados para preparar a bebida não láctea de acordo com a invenção incluem combinações de FOS com inulina e podem ser obtidos a partir de uma diversidade de fornecedores.
[0081] Os HMOs são altamente resistentes à hidrólise enzimática, indicando que podem exibir funções essenciais não diretamente relacionadas ao seu valor calórico. Tem sido especialmente ilustrado que eles têm um papel vital no desenvolvimento inicial dos bebês e crianças, como a maturação do sistema imunológico. Muitos tipos diferentes de HMOs são encontrados no leite humano. Cada oligossacarídeo individual é baseado em uma combinação de glicose, galactose, ácido siálico (ácido N-acetilneuramínico), fucose e/ou N- acetilglicosamina com muitas e variadas ligações entre eles, constituindo, dessa forma, o enorme número de oligossacarídeos diferentes no leite humano - mais de 130 de tais estruturas foram identificadas até agora. Quase todos eles têm uma porção de lactose em sua extremidade redutora enquanto que o ácido siálico e/ou a fucose (quando presente) ocupam posições terminais nas extremidades não redutoras. Os HMOs podem ser ácidos (por exemplo, oligossacarídeo contendo ácido siálico carregado) ou neutros (por exemplo, oligossacarídeo fucosilado).
[0082] Exemplos de HMOs incluem oligossacarídeos fucosilados que têm um resíduo de fucose e são de uma natureza neutra. Alguns exemplos são 2-FL (2’-fucosil-lactose), 3-FL (3'-fucosil-lactose),
difucosil-lactose, lacto-N-fucopentaose (por exemplo, lacto-N- fucopentaose I, lacto-N-fucopentaose II, lacto-N-fucopentaose III, lacto- N-fucopentaose V), lacto-N-fuco-hexaose, lacto-N-difuco-hexaose I, fucosil-lacto-N-hexaose, fucosil-lacto-N-neo-hexaose, difucosil-lacto-N- hexaose I, difucosil-lacto-N-neo-hexaose II e qualquer combinação dos mesmos.
[0083] Outros exemplos de HMOs incluem oligossacarídeo (ou oligossacarídeos) N-acetilado (ou N-acetilados), que abrangem ambos "N-acetil-lactosamina" e "oligossacarídeo (ou oligossacarídeos) contendo N-acetil-lactosamina". Eles são oligossacarídeos neutros que têm um resíduo de N-acetil-lactosamina. Exemplos adequados são LNT (lacto-N-tetraose), para-lacto-N- neo-hexaose (para-LNnH), LNnT (lacto-N-neotetraose) ou qualquer combinação dos mesmos. Outros exemplos são lacto-N-hexaose, lacto-N-neo-hexaose, para-lacto-N- hexaose, para-lacto-N-neo-hexaose, lacto-N-octaose, lacto- N-neo- octaose, iso-lacto-N-octaose, para-lacto-N-octaose e lacto-N- decaose.
[0084] Outros exemplos de HMOs são oligossacarídeos sialilados, que são ácidos siálicos carregados que contêm oligossacarídeo, isto é, um oligossacarídeo que tem um resíduo de ácido siálico. Eles têm uma natureza ácida. Alguns exemplos são 3-SL (3'-sialil-lactose) e 6-SL (6'- sialil-lactose).
[0085] A bebida não láctea de acordo com a presente invenção pode compreender também, opcionalmente, ao menos um precursor de oligossacarídeo. Pode haver um ou vários precursores do oligossacarídeo. Por exemplo, o precursor de oligossacarídeo do leite humano é ácido siálico, fucose ou uma mistura dos mesmos. Em algumas modalidades específicas, a bebida não láctea compreende ácido siálico.
[0086] Em uma modalidade específica, a bebida não láctea contém apenas oligossacarídeos de origem vegetal, de modo que a bebida não láctea é adequada para uma dieta vegetariana ou vegana. Em tal caso, o oligossacarídeo é de preferência selecionado dentre fruto- oligossacarídeos (FOS), inulina, xilo-oligosacarídeos (XOs), polidextrose, fibra de milho solúvel, goma de acácia, pectina e qualquer combinação dos mesmos.
[0087] A bebida não láctea da presente invenção compreende de preferência gordura em uma quantidade de 2,2 a 6 g/100 kcal. O componente de gordura pode compreender gordura de leite ou gordura vegetal. Algumas fontes de gordura adequadas incluem óleo de babaçu, óleo triglicerídeo estruturado, óleo de girassol oleico e óleo de cártamo com alto teor oleico, óleo triglicerídeo de cadeia média, óleo de girassol e óleo de semente de colza com baixo teor de ácido erúcico. Ácidos graxos essenciais, como ácido linoleico e ácido α-linolênico, podem também ser adicionados, bem como quantidades pequenas de óleos contendo altas quantidades de ácido araquidônico e ácido docosaexaenoico pré-formados, como óleos de peixe, óleos de algas ou óleos microbianos. Ácidos graxos poli-insaturados de cadeia longa são particularmente vantajosos, visto que o seu consumo está associado a vários benefícios de saúde.
[0088] Em um aspecto preferencial, o componente de gordura consiste apenas em gordura vegetal, de modo a ser adequado para dietas vegetarianas ou veganas.
[0089] A bebida não láctea da invenção pode conter também todas as vitaminas e os minerais considerados essenciais na dieta diária e em quantidades significativas em termos nutricionais. As necessidades mínimas de certas vitaminas e minerais foram estabelecidas. Exemplos de minerais, vitaminas e outros micronutrientes opcionalmente presentes na bebida não láctea da invenção incluem vitamina A, vitamina B1, vitamina B2, vitamina B6, vitamina B12, vitamina E, vitamina K, vitamina C, vitamina D, ácido fólico, inositol, niacina, biotina,
ácido pantotênico, colina, cálcio, fósforo, iodo, ferro, magnésio, cobre, zinco, manganês, cloro, potássio, sódio, selênio, cromo, molibdênio, taurina e L-carnitina. Os minerais são normalmente adicionados na forma de sal. A presença e as quantidades de minerais específicos e de outras vitaminas específicas variarão dependendo da população intencionada.
[0090] Em um aspecto preferencial da presente invenção, a bebida não láctea é especificamente fortificada de modo a melhorar o valor nutricional da bebida não láctea vegetariana. Os presentes inventores constataram que é particularmente vantajoso fortificar uma bebida não láctea vegetariana com um ou mais dentre os seguintes nutrientes nas seguintes quantidades: de 0,05 a 2,2 µg/100 kcal de vitamina B12, de 0,7 a 39 mg/100 kcal de ferro, de 0,2 a 39 mg/100 kcal de zinco, de 33 a 1.400 mg/100 kcal de cálcio e/ou de 0,3 a 42 µg/100 kcal de vitamina D. De fato, eles identificaram que tais vitaminas e minerais estão tipicamente presentes em quantidade menor em uma dieta vegetariana ou à base de plantas não suplementada.
[0091] A bebida não láctea da presente invenção pode compreender adicionalmente ao menos um microrganismo probiótico (ou cepa probiótica), como uma cepa bacteriana probiótica.
[0092] Os microrganismos probióticos mais comumente usados são bactérias e leveduras dos seguintes gêneros: Lactobacillus spp., Streptococcus spp., Enterococcus spp., Bifidobacterium spp. e Saccharomyces spp. Em um aspecto preferencial, a bactéria probiótica é uma Bifidobacterium e/ou Lactobacillus.
[0093] Exemplos não restritivos de cepas bacterianas probióticas adequadas incluem Lactobacillus rhamnosus ATCC 53103, disponível junto à Valio Oy, da Finlândia, sob a marca registrada LGG; Lactobacillus rhamnosus CGMCC 1.3724; Lactobacillus paracasei CNCM I-2116; Lactobacillus johnsonii CNCM I-1225; Streptococcus salivarius DSM 13084, vendidas pela BLIS Technologies Limited, da Nova Zelândia, sob a designação KI2; Bifidobacterium lactis CNCM 1- 3446, vendido, entre outros, pela empresa Christian Hansen, da Dinamarca, sob a marca registrada Bb 12; Bifidobacterium longum ATCC BAA-999, vendida pela Morinaga Milk Industry Co. Ltd., do Japão, sob a marca registrada BB536; Bifidobacterium breve, vendida pela Danisco, sob a marca registrada Bb-03; Bifidobacterium breve, vendida pela Morinaga, sob a marca registrada M-16V; Bifidobacterium infantis, vendida pela Procter & GambIe Co., sob a marca registrada Bifantis; e Bifidobacterium breve, vendida pelo Institut Rosell (Lallemand), sob a marca registrada R0070.
[0094] A bebida não láctea de acordo com a invenção pode conter de 10e3 a 10e12 ufc de cepas probióticas, com mais preferência, entre 10e7 e 10e12 ufc, como entre 10e8 e 10e10 ufc de cepas probióticas por grama de bebida não láctea com base no peso seco.
[0095] Em uma modalidade, os probióticos são viáveis. Em uma outra modalidade, os probióticos são não replicantes ou inativados. Pode haver probióticos viáveis e probióticos inativados em algumas outras modalidades. Componentes probióticos e metabólitos também podem ser adicionados.
[0096] Se necessário, a bebida não láctea da invenção pode conter emulsificantes e estabilizantes, como lecitina de soja, lecitina de girassol, ésteres de ácidos cítricos de mono e diglicerídeos, gomas como goma guar ou carragena, e similares.
[0097] A bebida não láctea da invenção pode conter também outras substâncias que podem ter um efeito benéfico, como lactoferrina, nucleotídeos, nucleosídeos e similares.
[0098] A bebida não láctea da invenção pode conter também carotenoide (ou carotenoides). Em algumas modalidades específicas da invenção, a bebida não láctea da invenção não compreende qualquer carotenoide.
[0099] A bebida não láctea da presente invenção pode compreender adicionalmente qualquer ingrediente desejável para conferir benefícios hedônicos ou benefícios de saúde, como por exemplo sucos de fruta, purê de frutas, pedaços de fruta, cereais, sabores, chocolate, caramelo, mel, especiarias ou ervas. O fato de que o sabor típico e o sabor da ervilha e das proteínas de arroz hidrolisadas são mitigados pela mistura de ambos os tipos de proteínas torna a bebida não láctea da presente invenção particularmente adequada para variar os sabores e gostos e para mistura por adição com uma grande variedade de ingredientes.
[00100] A bebida não láctea de acordo com a invenção pode ser preparada de qualquer maneira adequada.
[00101] Por exemplo, a bebida não láctea pode ser preparada por mescla da fonte de proteína, da fonte de carboidrato e da fonte de gordura em proporções adequadas. Se usados, os emulsificantes podem ser incluídos nesse ponto. As vitaminas e os minerais podem ser adicionados nesse ponto, mas eles são geralmente adicionados posteriormente para evitar degradação térmica. Quaisquer vitaminas e emulsificantes lipofílicos, e similares, podem ser dissolvidos na fonte de gordura antes da mistura. Água, de preferência água que foi submetida à osmose reversa, pode, então, ser misturada para formar uma dispersão líquida. A temperatura da água está convenientemente na faixa de temperatura ambiente (de cerca de 20°C a cerca de 80°C) para ajudar a dispersar os ingredientes. Liquidificadores comercialmente disponíveis podem ser usados para formar a mistura líquida. Componentes sensíveis ao calor como vitaminas serão adicionados e a mistura e o pH são ajustados.
[00102] A mistura líquida é, então, homogeneizada, por exemplo, em dois estágios. A mistura líquida pode, então, ser termicamente tratada para reduzir as cargas bacterianas, por aquecimento rápido da mistura líquida a uma temperatura na faixa entre cerca de 80°C e cerca e 150°C durante cerca de 5 segundos a cerca de 5 minutos, por exemplo. Isso pode ser realizado por meio de injeção de vapor, autoclave ou trocador de calor, por exemplo, um trocador de calor de placas. Então, a mistura líquida pode ser resfriada até entre cerca de 60°C e cerca de 85°C, por exemplo, por resfriamento instantâneo. A mistura líquida pode, então, ser novamente homogeneizada, por exemplo, em dois estágios entre cerca de 10 MPa e cerca de 30 MPa no primeiro estágio, e entre cerca de 2 MPa e cerca de 6 MPa no segundo estágio.
[00103] Se o produto final será um pó, a mistura homogeneizada é concentrada, por exemplo através de evaporação, e a mistura é então transferida para um aparelho de secagem adequado, como um secador por atomização ou secador por congelamento, e convertida em pó. O pó dever ter um teor de umidade menor que cerca 5% em peso.
[00104] Se uma bebida não láctea for preferencial, a mistura homogeneizada pode ser esterilizada e, então, preenchida assepticamente em recipientes adequados, ou ela pode ser primeiro preenchida nos recipientes e, então, submetida a retorta. Alternativamente, o produto pode ser um produto resfriado ou refrigerado produzido com o uso de qualquer processamento adequado como termização, pasteurização ou esterilização.
[00105] Em um aspecto específico, a presente invenção se refere a uma bebida não láctea que compreende
[00106] - um componente de proteína que consiste em proteína de ervilha, proteína de arroz hidrolisada e opcionalmente aminoácidos livres, sendo que a proteína de ervilha está presente em uma quantidade de 60 a 90% em peso, com base no peso total do componente de proteína;
[00107] - óleo vegetal; e
[00108] - pelo menos um carboidrato.
[00109] De acordo com um aspecto preferencial da invenção, a proteína de ervilha é um isolado de proteína de ervilha, de preferência um isolado de proteína de ervilha que tem um teor de proteína de pelo menos 70% em peso, de preferência pelo menos 75% em peso, com mais preferência pelo menos 79%, com a máxima preferência cerca de 79% em peso, com base no peso total do isolado de proteína de ervilha.
[00110] De acordo com um aspecto preferencial da invenção, a proteína de arroz hidrolisada é um hidrolisado de proteína de arroz que tem um teor de proteína de pelo menos 70% em peso, de pelo menos 75% em peso, com mais preferência pelo menos 80% em peso, com a máxima preferência cerca de 80% em peso, com base no peso total da proteína de arroz hidrolisada.
[00111] De acordo com um aspecto preferencial da invenção, a bebida não láctea compreende ao menos um aminoácido livre, de preferência L-lisina.
[00112] De acordo com outro aspecto preferencial da invenção, o pelo menos um carboidrato compreende ao menos um carboidrato digestível e ao menos uma fibra. De preferência, o carboidrato digestível é maltodextrina e/ou a fibra é um fruto-oligossacarídeo.
[00113] De acordo com outro aspecto preferencial da invenção, a bebida não láctea compreende adicionalmente minerais e/ou vitaminas.
[00114] De acordo com outro aspecto preferencial da invenção, a bebida não láctea compreende adicionalmente um emulsificante. De preferência, o emulsificante é lecitina, de preferência lecitina de soja.
[00115] De acordo com outro aspecto preferencial da invenção, a bebida não láctea compreende adicionalmente um estabilizante. De preferência a mesma compreende carragenina.
[00116] De acordo com outro aspecto preferencial da invenção, a bebida não láctea compreende adicionalmente ao menos um mineral selecionado dentre um sal de magnésio, um sal de potássio, um sal de sódio e um sal de cálcio. De preferência, o pelo menos um mineral é selecionado dentre cloreto de magnésio, cloreto de potássio, fosfato dissódico, fosfato de di-potássio e carbonato de cálcio. De preferência a bebida não láctea compreende todos esses minerais.
[00117] De acordo com outro aspecto preferencial da invenção, a bebida não láctea compreende adicionalmente ao menos uma vitamina.
[00118] De acordo com outro aspecto preferencial da invenção, a bebida não láctea está na forma líquida, de preferência ela é uma bebida não láctea pronta para o consumo.
[00119] Em um aspecto específico da invenção, a bebida não láctea compreende:
[00120] - um componente de proteína que consiste em um isolado de proteína de ervilha, uma proteína de arroz hidrolisada, conforme definido acima, e o aminoácido L-lisina livre, sendo que a proteína de ervilha está presente em uma quantidade de 60 a 90% em peso, de preferência de 60 a 80% em peso, com base no peso total do componente de proteína;
[00121] - óleo vegetal;
[00122] - lecitina;
[00123] - um carboidrato digestível;
[00124] - uma fibra;
[00125] - minerais; e
[00126] - vitaminas.
[00127] De preferência ela contém adicionalmente um estabilizante.
[00128] Em outro aspecto específico da invenção, a bebida não láctea compreende:
[00129] - um componente de proteína que consiste em um isolado de proteína de ervilha, uma proteína de arroz hidrolisada, conforme definido acima, e o aminoácido L-lisina livre, sendo que a proteína de ervilha está presente em uma quantidade de 60 a 90% em peso, de preferência de 60 a 80% em peso, com base no peso total do componente de proteína;
[00130] - óleo vegetal;
[00131] - lecitina;
[00132] - maltodextrina;
[00133] - fruto-oligossacarídeos;
[00134] - cloreto de magnésio;
[00135] - cloreto de potássio;
[00136] - fosfato dissódico;
[00137] - fosfato dipotássico;
[00138] - carbonato de cálcio,
[00139] - vitaminas; e
[00140] - um estabilizante;
[00141] De preferência o estabilizante é carragenina.
[00142] Em outro aspecto preferencial da invenção, a bebida não láctea é selecionada dentre as Amostras 2 ou 3 fornecidas na Tabela 1 abaixo. Uso de proteína de ervilha para melhorar as propriedades sensoriais de proteínas de arroz hidrolisadas
[00143] As proteínas de ervilha podem ser vantajosamente usadas para melhorar o sabor de um componente de proteína que consiste em proteína de arroz hidrolisada, opcionalmente com aminoácidos livres. A presença de proteínas de ervilha reduz os sabores amargo, queimado, hidrolisado e adstringente conferidos por proteínas de arroz hidrolisadas de maneira significativa, desde que as proteínas de ervilha estejam presentes em uma quantidade de pelo menos 10% em peso, com base no teor de proteína total. A proteína de ervilha é usada em uma quantidade de 10 a 90% em peso, de preferência de 10 a 80% em peso, com base no peso total de proteína. Em outra modalidade, a proteína de ervilha é usada em uma quantidade de 20 a 90% em peso, com mais preferência de 20 a 80% em peso, ou em uma quantidade de 40 a 90% em peso, com mais preferência de 40 a 80% em peso, ou em uma quantidade de 60 a 90% em peso, com mais preferência de 60 a 80% em peso, com base no teor de proteína total.
[00144] A fonte de proteína de ervilha pode ser fornecida em vários formatos, como sob a forma de um concentrado, de um isolado, de um hidrolisado ou de farinha de ervilha. O tipo de fonte de proteína será selecionado com base em vários critérios, como o teor de proteína no ingrediente e o tipo de bebida. Por exemplo, farinha de ervilha pode ser usada para bebidas de cereal para bebês ou para outras bebidas em que uma maior viscosidade é desejada. Tais ingredientes de proteína tipicamente não são proteínas puras, mas podem compreender outros compostos. As porcentagens mencionadas no presente pedido se referem ao teor de proteína pura proveniente do ingrediente.
[00145] As proteínas de ervilha, conforme definido acima, podem ser intactas, hidrolisadas ou podem ser uma mistura de proteínas intactas e hidrolisadas. As proteínas hidrolisadas podem ser parcial ou extensivamente hidrolisadas. A proteína de arroz hidrolisada pode ser parcial ou extensivamente hidrolisada.
[00146] Em um aspecto preferencial, as proteínas de ervilha, proteínas de arroz hidrolisadas e o aminoácido livre opcional formam o teor proteico total da bebida não láctea. Uso de proteína de arroz hidrolisada para melhorar as propriedades sensoriais de proteínas de ervilha
[00147] As proteínas de arroz, de preferência proteínas de arroz hidrolisadas, podem ser vantajosamente usadas para melhorar o sabor de um componente de proteína que consiste em proteínas de arroz e proteínas de ervilha, opcionalmente com aminoácidos livres. A presença de proteínas de arroz, de preferência proteínas de arroz hidrolisadas,
reduz o sabor de ervilha característico de maneira significativa, desde que as proteínas de arroz estejam presentes em uma quantidade de pelo menos 10% em peso, de preferência pelo menos 20% em peso, com base no teor de proteína total. Em um aspecto preferencial, a proteína de arroz é usada em uma quantidade de 10 a 90% em peso, de preferência de 10 a 80% em peso. Em uma modalidade particularmente preferencial, o arroz é fornecido em uma quantidade de 10 a 40% em peso, de preferência, de 20 a 40% em peso, com base no peso total do componente de proteína.
[00148] As fontes de proteína de arroz e ervilha podem ser fornecidas em vários formatos, como sob a forma de um concentrado, de um isolado, de um hidrolisado, ou de uma farinha. O tipo de fonte de proteína será selecionado com base em vários critérios, como o teor de proteína no ingrediente e o tipo de bebida. Por exemplo, farinha pode ser usada para bebidas de cereal para bebês ou para outras bebidas em que uma maior viscosidade é desejada. Tais ingredientes de proteína tipicamente não são proteínas puras, mas podem compreender outros compostos. As porcentagens mencionadas no presente pedido se referem ao teor de proteína pura proveniente do ingrediente.
[00149] As proteínas de ervilha e arroz podem ser intactas, hidrolisadas ou uma mistura de proteínas intactas e hidrolisadas. A fonte de proteína de arroz é de preferência um hidrolisado de proteína de arroz. As proteínas hidrolisadas podem ser parcial ou extensivamente hidrolisadas.
[00150] Em um aspecto preferencial, as proteínas de ervilha, proteínas de arroz hidrolisadas e o aminoácido livre opcional formam o teor proteico total da bebida não láctea. Uso para fornecer nutrição
[00151] A bebida não láctea da presente invenção é particularmente adequada para fornecer nutrição a um indivíduo que precisa da mesma,
como um bebê, uma criança pequena, uma criança ou um adulto. De preferência, a bebida não láctea da presente invenção fornece nutrição a uma criança pequena ou a uma criança. A bebida não láctea da presente invenção é particularmente vantajosa pelo fato de que o componente de proteína tem um perfil de aminoácidos equilibrado, conforme explicado em detalhes acima.
[00152] A presente invenção será descrita agora em mais detalhes por meio dos exemplos a seguir. Exemplo 1: Avaliação sensorial de bebidas não lácteas em forma pronta para o consumo que têm várias razões entre as proteínas de ervilha e de arroz
[00153] A fim de avaliar o impacto da razão de proteína de arroz hidrolisada/de ervilha sobre propriedades sensoriais de uma composição de bebida de crescimento, o perfilamento sensorial foi realizado por um painel sensorial treinado especializado na avaliação objetiva de fórmulas para bebês e leites de crescimento. Os atributos apresentados a seguir foram avaliados: amargor, notas hidrolisadas e notas queimadas (todas comumente conferidas pela presença de proteínas de arroz hidrolisadas), adstringência e sabor de ervilha. Seis amostras com diferentes razões de arroz/ervilha foram submetidas aos examinadores (N = 11 examinadores). As amostras foram preparadas pela mistura da composição à base de arroz e a composição à base de ervilha até um total de 900 ml de acordo com a Tabela 1. Tabela 1: Composição das seis amostras de bebida de crescimento pronta para o consumo Quantidade de Quantidade de Razão de proteína de N° da composição à base de composição à base de arroz/ervilha amostra arroz ervilha [% em peso] [ml] [ml] 1 0/100 0 900 2 20/80 180 720 3 40/60 360 540 4 60/40 540 360 5 80/20 720 180 6 100/0 900 0
[00154] A composição à base de arroz e a composição à base de ervilha tinham os ingredientes indicados na Tabela 2. A composição à base de arroz tinha um hidrolisado de proteína de arroz como a única fonte de proteína e a composição à base de ervilha tinha proteína de ervilha como a única fonte de proteína.
[00155] Todas as seis amostras foram apresentadas em paralelo e em uma ordem aleatória usando códigos de 3 dígitos. Os examinadores provaram as amostras à temperatura ambiente em béqueres de plástico transparentes de 50 ml e sob luz vermelha em cabines de degustação sensorial a fim de se excluir preconceitos com base em possíveis diferenças de cor. Para cada amostra os examinadores foram solicitados a classificar a intensidade dos únicos atributos de acordo com a seguinte escala de 0 a 10:
[00156] 0 = imperceptível
[00157] 1 a 3 = ligeiramente perceptível
[00158] 4 a 7 = claramente perceptível
[00159] 8 a 10 = intensamente perceptível Tabela 3: Composição da composição à base de arroz e da composição à base de ervilha Quantidade na Quantidade na Ingrediente Composição à Base de Composição à Base de Ervilha [% em peso] Arroz [% em peso] 1) Hidrolisado de proteína de arroz 0,0000 2,0200 Isolado de proteína de ervilha2) 2,0625 0,0000 Monoidrocloreto de L-Lisina 0,0500 0,0520 Óleo vegetal 2,8000 2,8000 Lecitina de soja 0,0560 0,0560 Pó de maltodextrina 8,1000 8,1000 Fruto-oligossacarídeos 0,4550 0,4550 Cloreto de magnésio 0,0350 0,0400 Cloreto de potássio 0,0680 0,0300 Fosfato dissódico 0,0350 0,0200 Fosfato dipotássico 0,2500 0,2600
Quantidade na Quantidade na Ingrediente Composição à Base de Composição à Base de Ervilha [% em peso] Arroz [% em peso] Carbonato de cálcio 0,2150 0,2150 3) Pré-mistura de elementos-traço 0,0320 0,0320 Pré-mistura de vitamina4) 0,0350 0,0350 Carragenina 0,0150 0,0150 Água 85,8340 85,8700 1) Proteína de arroz IsoL Hydrorice RPS; Origem: Pevesa Biotech; teor de proteína: 80 g por 100 g de ingrediente 2) PROPEA80 NB28; Origem: Pevesa Biotech; teor de proteína: 79 g por 100 g de ingrediente 3) TE067; Origem: Nestlé 4) B6 NUTR19119; Origem: Nestlé
[00160] Os resultados são fornecidos nas Tabelas de 4 a 8 abaixo. Os escores que não são estatisticamente significativamente diferentes entre si são designadas por um retângulo preto comum na "coluna de significado estatístico". Tabela 4: Resultados da avaliação do sabor amargo nas amostras de 1 a6 Razão de proteína de arroz/ervilha [% em Escore médio para amargo Significado estatístico N° da amostra peso] 1 0/100 0,28 2 20/80 0,26 3 40/60 0,59 4 60/40 1,06 5 80/20 1,95 6 100/0 2,79 Tabela 5: Resultados da avaliação de notas hidrolisadas nas amostras de 1 a 6
Razão de proteína de Escore médio para arroz/ervilha [% em Significado estatístico hidrolisado N° da amostra peso] 1 0/100 0,23 2 20/80 0,27 3 40/60 0,38 4 60/40 0,94 5 80/20 1,23 6 100/0 1,63 Tabela 6: Resultados da avaliação de notas queimadas nas amostras de 1 a 6 Razão de proteína de Escore médio para arroz/ervilha [% em Significado estatístico queimado N° da amostra peso] 1 0/100 0 2 20/80 0 3 40/60 0,15 4 60/40 0,76 5 80/20 1,65 6 100/0 2,72
[00161] Os resultados nas Tabelas de 4 a 6 mostram que quantidades de 20% em peso, de proteína de ervilha, com base na proteína total, são suficientes para reduzir significativamente o sabor amargo e as notas queimadas e hidrolisadas conferidas pela proteína de arroz hidrolisada a uma composição de bebida de crescimento líquida. O amargor, notas hidrolisadas desagradáveis e notas queimadas desagradáveis continuam a diminuir significativamente com o aumento da quantidade de proteína de ervilha, até o ponto em que o amargor, as notas hidrolisadas desagradáveis e as notas queimadas desagradáveis não são percebidas significativamente (não significativamente diferente de 0). Esse ponto é alcançado a partir de uma quantidade de 60% de ervilha, com base na proteína total.
[00162] É também um objetivo dos presentes testes avaliar o impacto das diferentes razões de proteínas de ervilha versus de arroz na adstringência, para avaliar qual dessas proteínas contribuiu principalmente para o gosto adstringente indesejado da composição e para avaliar dentro de quais razões esta adstringência foi mais reduzida. Tabela 7: Resultados da avaliação do sabor adstringente nas amostras de 1 a 6 Razão de proteína Escore médio para Significado de arroz/ervilha [% adstringente estatístico N° da amostra em peso] 1 0/100 1,55 2 20/80 1,59 3 40/60 1,81 4 60/40 2,43 5 80/20 3,15 6 100/0 3,66
[00163] Os resultados na Tabela 7 mostram que a proteína de arroz é o principal contribuinte para a adstringência. Quantidades de 20% em peso de proteína de ervilha, com base na proteína total, foram capazes de reduzir a adstringência da composição de uma maneira estatisticamente significativa. Uma menor percepção de adstringência foi fornecida a partir de quantidades de ervilha de 60% ou mais, com base na proteína total. A partir dessa quantidade, a adstringência é muito baixa e não é significativamente diferente da adstringência de uma composição sem proteína de arroz.
[00164] Os presentes testes são também destinados a constatar quais quantidades de ervilha poderiam ser adicionadas sem adição de sabor de ervilha dominante. De fato, para uso como uma bebida não láctea, notas de sabor de ervilha não são desejáveis.
[00165] Os resultados na Tabela 8 mostram que o sabor de ervilha já é significativamente reduzido quando ela é misturada com 20% de proteína de arroz, com base na proteína total, isto é, com quantidades de ervilha de 80% ou menos. A intensidade do sabor de ervilha é adicionalmente reduzida significativamente com redução adicional da quantidade de proteína de ervilha para 60%. Os presentes testes demonstraram que as composições com quantidades de proteína de ervilha de 40% ou menos com base na proteína total não tinham sabor de ervilha significativamente perceptível (escore não significativamente diferente de zero). Tabela 8: Resultados da avaliação de notas de sabor de ervilha nas amostras de 1 a 6 Razão de proteína de Escore médio para arroz/ervilha [% em Significado estatístico adstringente N° da amostra peso] 1 0/100 2,83 2 20/80 2,30 3 40/60 1,50 4 60/40 0,37 5 80/20 0 6 100/0 0
[00166] Os resultados combinados da avaliação de todos os atributos no presente exemplo mostram que uma melhoria significativa das propriedades sensoriais da bebida de crescimento foi obtida com quantidades de proteína de ervilha na faixa de 20 a 80%, com base no total de proteína de ervilha, devido ao fato de que quantidades de 20% de proteína de ervilha foram suficientes para reduzir significativamente o amargor, a adstringência e as notas desagradáveis hidrolisadas e queimadas, enquanto quantidades de 80% de proteína de ervilha reduziram significativamente o sabor de ervilha em comparação com proteína de ervilha pura. A faixa de 20 a 80% é portanto uma faixa em que as características sensoriais da bebida de crescimento são significativamente aprimoradas em comparação com proteína de ervilha pura e em comparação com proteína de arroz pura.
[00167] Quantidades de ervilha de 60% foram bem sucedidas na redução de notas desagradáveis hidrolisadas, queimadas e amargas para um nível imperceptível (escore médio abaixo de 1). Quantidades de ervilha na faixa de 60 a 90% e de 60 a 80% de ervilha, com base no peso total do componente de proteína, tinham um sabor particularmente equilibrado, devido ao desaparecimento das notas desagradáveis hidrolisadas, queimadas e amargas e ao desaparecimento da adstringência trazidos pelo arroz hidrolisado, juntamente com uma redução estatisticamente significativa do sabor de ervilha característico. Tais composições, portanto, tinham um sabor insípido muito desejável, particularmente adequadas para uso em bebidas não lácteas. Exemplo 2: Bebida de crescimento em forma de pó de acordo com a presente invenção
[00168] Uma bebida de crescimento foi preparada tendo os ingredientes a seguir nas quantidades indicadas. Tabela 9: Composição da bebida de crescimento Ingrediente Quantidade [% em peso] Proteína de arroz hidrolisada1) 3,19 Isolado de proteína de ervilha2) 11,73 Aminoácido L-metionina 0,05 Aminoácido L-lisina 0,12 Maltodextrina 47,70 Amido 8,00 Fibra solúvel 3,10 Pré-mistura de vitamina3) 0,30 Pré-mistura de elemento traço4) 0,30 Óleo vegetal 19,20 Lecitina de soja 1,90 Sais minerais 4,40
1) Hyprol 5312; Origem: Kerry; teor de proteína no ingrediente: 75,8% 2) Pisane C9; Origem: Cosucra; teor de proteína no ingrediente: 80% 3) TE067; Origem: Nestlé 4) B6 NUTR19119; Origem: Nestlé
[00169] A quantidade de componente de proteína dessa bebida de crescimento consiste em proteína de ervilha, proteína de arroz e aminoácidos livres, com ervilha em uma quantidade de 80% em peso, com base no total de proteína. Exemplo 3: Bebida de crescimento em forma de pó de acordo com a presente invenção
[00170] Uma bebida de crescimento foi preparada tendo os ingredientes a seguir nas quantidades indicadas. Tabela 10: Composição da bebida de crescimento Ingrediente Quantidade [% em peso] Proteína de arroz hidrolisada1) 6,39 Isolado de proteína de ervilha2) 8,97 Aminoácido L-metionina 0,03 Aminoácido L-lisina 0,12 Maltodextrina 47,30 Amido 8,00 Fibra solúvel 3,10 Pré-mistura de vitamina3) 0,30 Pré-mistura de elemento traço4) 0,30 Óleo vegetal 19,20 Lecitina de soja 1,90 Sais minerais 4,40
[00171] 5)Hyprol 5312; Origem: Kerry; teor de proteína no ingrediente: 75,8%
[00172] 6)PurisPea 870H; Origem: Cargill; teor de proteína no ingrediente: 78,5%
[00173] 7)TE067; Origem: Nestlé
[00174] 8)B6 NUTR19119; Origem: Nestlé
[00175] A quantidade de componente de proteína dessa bebida de crescimento consiste em proteína de ervilha, proteína de arroz e aminoácidos livres, com ervilha em uma quantidade de 60% em peso, com base no total de proteína. Exemplo 4: Perfis de aminoácidos dos ingredientes de ervilha e de arroz hidrolisado
[00176] O perfil de aminoácidos de um isolado de ervilha (Pisane C9; origem: Cosucra) e de um hidrolisado de arroz (Hyprol 5312; origem: Kerry) foi avaliado. O teor de aminoácidos cisteína, metionina, lisina, fenilalanina e tirosina, triptofano, treonina, isoleucina, leucina, valina e histidina foi analisado em cada ingrediente com o uso de métodos de análise padrão. Além disso o teor total de nitrogênio foi medido em cada um dos ingredientes e a quantidade total de proteína no ingrediente foi então determinada pela aplicação de um fator de conversão de 6,25 ao teor total de nitrogênio. A quantidade de cada um dentre os aminoácidos foi então expressa em mg por grama de proteína para cada um dos ingredientes.
[00177] Os resultados são apresentados nas Figuras 1 e 2, em comparação com a recomendação FAO para duas classes de idade: bebês e crianças entre 6 e 36 meses de idade, bem como crianças maiores de 3 anos e adultos. É visível a partir da Figura 1 que o ingrediente de ervilha e o ingrediente de arroz hidrolisado estão em conformidade, cada um, com a recomendação FAO, exceto pelo fato de que
[00178] - a cisteína e a metionina total são muito baixas na proteína de ervilha
[00179] - a lisina é muito baixa na proteína de arroz.
[00180] Essa Figura mostra também que a proteína de ervilha tem uma quantidade de lisina acima da recomendação, de modo que a proteína de ervilha pode compensar a falta da lisina na proteína de arroz. Além disso, a quantidade total de cisteína e metionina na proteína de arroz está acima das recomendações, de modo que a proteína de arroz pode compensar a falta da cisteína e metionina na proteína de ervilha.
[00181] Perfis de aminoácido semelhantes são observados com diferentes fontes de proteína de ervilha e arroz.

Claims (15)

REIVINDICAÇÕES
1. Bebida não láctea que compreende um componente de proteína que consiste em uma mistura de proteínas de ervilha, proteínas de arroz hidrolisadas e opcionalmente aminoácidos livres, caracterizada por as proteínas de ervilha estarem presentes em uma quantidade de 60 a 90% em peso, com base no peso total do componente de proteína.
2. Bebida não láctea, de acordo com a reivindicação 1, caracterizada por as proteínas de ervilha estarem presentes em uma quantidade de 60 a 80% em peso, com base no peso total do componente de proteína.
3. Bebida não láctea, de acordo com a reivindicação 1 ou 2, caracterizada por o componente de proteína consistir em proteínas de ervilha e proteínas de arroz hidrolisadas.
4. Bebida não láctea, de acordo com qualquer uma das reivindicações antecedentes, caracterizada por compreender adicionalmente um componente de gordura e um componente de carboidrato.
5. Bebida não láctea, de acordo com qualquer uma das reivindicações antecedentes, caracterizada por compreender adicionalmente amido, de preferência em uma quantidade de 2 a 15% em peso.
6. Bebida não láctea, de acordo com qualquer uma das reivindicações antecedentes, caracterizada por compreender L-lisina e/ou L-metionina.
7. Bebida não láctea, de acordo com qualquer uma das reivindicações antecedentes, caracterizada por compreender: - um componente de proteína que consiste em um isolado de proteína de ervilha, um hidrolisado de proteína de arroz, conforme definido acima, e o aminoácido livre L-lisina; - óleo vegetal;
- lecitina; - um carboidrato digestível; - uma fibra; - minerais; e - vitaminas.
8. Uso de proteínas de ervilha para melhorar as propriedades sensoriais de uma bebida não láctea que compreende proteínas de arroz hidrolisadas e, opcionalmente, aminoácidos livres, caracterizado por as proteínas de ervilha serem usadas em uma quantidade de pelo menos 10% em peso, com base no teor de proteína total na bebida não láctea.
9. Uso, de acordo com a reivindicação 8, caracterizado por as proteínas de ervilha serem usadas em uma quantidade de ao menos 20% em peso, de preferência ao menos 40% em peso, com a máxima preferência ao menos 60% em peso, com base no teor de proteína total na bebida não láctea.
10. Uso, de acordo com a reivindicação 8 ou 9, caracterizado por as proteínas de ervilha, as proteínas de arroz hidrolisadas e o aminoácido livre opcional formarem todo o teor de proteína da bebida não láctea.
11. Uso de proteínas de arroz para melhorar as propriedades sensoriais de uma bebida não láctea que compreende proteínas de ervilha e, opcionalmente, aminoácidos livres, caracterizado por as proteínas de arroz serem usadas em uma quantidade de pelo menos 10% em peso, com base no teor de proteína total na bebida não láctea.
12. Uso, de acordo com a reivindicação 11, caracterizado por as proteínas de arroz serem usadas em uma quantidade de ao menos 20% em peso, de preferência ao menos 40% em peso, com base no teor de proteína total na bebida não láctea.
13. Uso, de acordo com a reivindicação 11 ou 12,
caracterizado por as proteínas de arroz serem hidrolisadas.
14. Uso, de acordo com qualquer uma das reivindicações 11 a 13, caracterizado por as proteínas de ervilha, as proteínas de arroz hidrolisadas e o aminoácido livre opcional formarem todo o teor de proteína da bebida não láctea.
15. Método para fornecer nutrição a um indivíduo caracterizado por compreender alimentar o indivíduo com uma bebida não láctea, como definida em qualquer uma das reivindicações 1 a 7.
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