BR112021000105A2 - Peptídeos, composição farmacêutica, método de preparação desta e método para tratamento de um distúrbio em um paciente com necessidade de modulação do tônus do músculo liso - Google Patents

Peptídeos, composição farmacêutica, método de preparação desta e método para tratamento de um distúrbio em um paciente com necessidade de modulação do tônus do músculo liso Download PDF

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Perla Villani Borges Da Silva
Maria Elena de Lima Perez Garcia
Carolina Nunes Da Silva
Adriana Monteiro De Castro Pimenta
Marcella Nunes De Melo Braga
Paulo Gustavo Sampaio Lacativa
Iron Francisco De Paula Júnior
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Abstract

a presente invenção diz respeito a peptídeos sintéticos que modulam o tônus do músculo liso. também diz respeito a composições farmacêuticas contendo tais peptídeos e aos seus usos no tratamento de distúrbios em que a modulação do tônus do músculo liso é benéfica.

Description

PEPTÍDEOS, COMPOSIÇÃO FARMACÊUTICA, MÉTODO DE PREPARAÇÃO DESTA E MÉTODO PARA TRATAMENTO DE UM DISTÚRBIO EM UM PACIENTE COM NECESSIDADE DE MODULAÇÃO
DO TÔNUS DO MÚSCULO LISO Referência cruzada
[0001] O presente pedido reivindica o benefício prioritário do Pedido dos EUA nº. 62/694.162 depositado em 5 de julho de 2018, cujos conteúdos são incorporados neste documento por referência. Campo Técnico
[0002] A presente invenção diz respeito a peptídeos sintéticos que são moduladores do tônus do músculo liso e suas composições. Também diz respeito a composições farmacêuticas contendo tais peptídeos e seus usos no tratamento em que a modulação do tônus do músculo liso é benéfica. Fundamentos
[0003] O tecido do músculo liso é um importante componente estrutural e regulador da função de vários órgãos e sistemas. Os distúrbios da contratilidade do músculo liso estão associados a uma gama de manifestações clínicas, principalmente doenças dos tratos respiratório, vascular, geniturinário e gastrointestinal.
[0004] Diferentes mecanismos controlam o tônus dos músculos lisos em resposta a estímulos locais ou sistêmicos. Mediadores produzidos por estruturas adjacentes, como, por exemplo, o Óxido Nítrico (NO) ajustam o tônus no nível local. Complementarmente, a ação do Sistema Nervoso Autônomo (ANS), seja por meio das fibras simpáticas ou parassimpáticas, regula a contratilidade dos músculos lisos lisa em resposta a estímulos percebidos e processados pelo Sistema Nervoso Central (CNS). No entanto, os receptores de neurotransmissores são expressos diferencialmente no tecido do músculo liso, dependendo da macroestrutura em que essas células estão inseridas. Portanto, o controle farmacológico do tônus do músculo liso difere significativamente nas doenças dos sistemas respiratório, vascular e geniturinário. As abordagens farmacológicas podem até produzir efeitos opostos (isto é, contração vs. relaxamento) em diferentes sistemas.
[0005] As células dos músculos lisos estão nas paredes de todos os vasos sanguíneos, com exceção dos vasos capilares e vênulas pericíticas. Quando presentes, os músculos lisos são o principal regulador da distensibilidade vascular e, portanto, do diâmetro dos vasos. Assim, a variação no tônus dos músculos lisos determina o diâmetro vascular, influenciando sobremaneira a resistência periférica e consequentemente o fluxo sanguíneo. Em condições patológicas, os músculos lisos vasculares estão relacionados ao desenvolvimento e progressão da hipertensão arterial e, portanto, também são alvo de abordagens terapêuticas que reduzem a resistência ao fluxo sanguíneo. As classes farmacológicas empregadas para esse fim incluem bloqueadores de estímulos simpáticos ANS (antagonistas adrenérgicos), inibidores do conversor de angiotensina ou vasodilatadores doadores de NO.
[0006] Da mesma forma, o corpo cavernoso - estruturas vasculares diretamente envolvidas na intumescência do pênis também são constituídas por uma camada de tecido do músculo liso. A ereção é um evento neurovascular que depende da integridade das subestruturas vascular, muscular e nervosa que constituem o pênis. Quando estimuladas, as terminações nervosas adjacentes aos corpos cavernosos e as células endoteliais que revestem esses vasos liberam NO. A cascata de sinalização subsequente resulta no relaxamento do músculo liso cavernoso, aumento do fluxo sanguíneo para essas estruturas e, finalmente, a ereção. Falhas nesse mecanismo podem resultar em ereção prejudicada, insuficiente para a relação sexual, caracterizando a disfunção erétil (ED).
[0007] A terapia para reversão da ED visa o relaxamento dos músculos lisos cavernosos e consequente aumento do fluxo sanguíneo dentro do corpo cavernoso. Com relação a isso, os inibidores da Fosfodiesterase-S (PDE5I) constituem a primeira linha de tratamento. No entanto, 36% dos pacientes são abertamente resistentes ou intolerantes ao PDE5i e devem usar outras opções farmacológicas. Em geral, as terapias alternativas têm eficácia limitada e são inconvenientes tanto em termos de administração (isto é, intrauretral ou intracavernosal) e efeitos adversos, portanto associados a altas taxas de descontinuação. No entanto, tanto o padrão ouro quanto a segunda linha de tratamento promovem o aumento do fluxo sanguíneo para o corpo cavernoso, relaxando os músculos lisos cavernosos. Portanto, há uma necessidade médica não atendida de medicamentos que sejam capazes de produzir o mesmo efeito de uma maneira mais conveniente.
[0008] No trato respiratório, as células do músculo liso integram as vias aéreas superiores e toda a árvore traqueobrônquica, regulando ativamente o calibre dessas estruturas e, consequentemente, o fluxo aéreo. O tônus do músculo liso em uma situação fisiológica também é regulado por mediadores locais e pelo ANS. Porém, ao contrário do que ocorre, por exemplo, no corpo cavernoso, os sinais simpáticos promovem o relaxamento e aumento do calibre das vias aéreas. Além disso, neste caso, a farmacologia das vias adrenérgicas e colinérgicas é a base para a modulação da contratilidade das vias aéreas em situações patológicas.
[0009] O tecido do músculo liso é um efetor central da broncoconstrição associada à hiperresponsividade das vias aéreas, que é uma característica das doenças inflamatórias do trato respiratório. Nessas situações, é comum observar hiperplasia e hipertrofia da camada do músculo liso, o que contribui para o espessamento e aumento da contratilidade das vias aéreas. Os agonistas B2-adrenérgicos integram o tratamento padrão para o resgate da broncoconstrição aguda em pacientes com asma ou doença pulmonar obstrutiva crônica (COPD). Essa abordagem terapêutica é particularmente eficaz devido à capacidade de prevenir a contração e induzir o relaxamento do músculo liso nas vias aéreas. Seguindo o mesmo princípio de redução da contratilidade, os antagonistas muscarínicos e os inibidores da fosfodiesterase 4 (PDE4I) servem como segunda e terceira linha de tratamento, principalmente contra as exacerbações associadas à COPD.
[0010] Os peptídeos descritos neste documento são capazes de relaxar o músculo liso de diferentes estruturas anatômicas e, portanto, têm mecanismo de ação pleiotrópico. Portanto, eles são úteis no tratamento de doenças que envolvem distúrbios do músculo liso nos tratos vascular, gastrointestinal, respiratório e geniturinário.
[0011] A literatura técnico-científica compreende relatos de peptídeos com atividade biológica semelhante às descritas neste documento. Por exemplo, a toxina da aranha Phoneutria nigriventer [South American Banana Spider (armadeira)], mais conhecida como aranha errante brasileira, é rica em polipeptídeos bioativos com diferentes efeitos farmacológicos. Dentre os sintomas provocados pela picada, o priapismo observado em vítimas do sexo masculino despertou interesse do ponto de vista farmacológico. O pedido de patente nº PI 0800596, depositado no Brasil em 2008, descreveu o efeito do PnTx2-6 na função erétil de ratos. O potencial terapêutico da toxina PnTx-6 no tratamento da disfunção erétil também é descrito pela família de patentes derivadas do CN101585872.
[0012] Posteriormente, foi demonstrado que PnTx2-6 também restaura a função erétil em animais hipertensos (DOCA-sal) e em camundongos diabéticos ou ratos idosos (para revisão, ver: NUNES, KP CARDOSO, F. L, CARDOSO-Jr., H. C, PIMENTA, A M. C, De LUMA, M. E. Animal toxins as potential pharmacological tools for treatment of erectile dysfunction. Un: Animal Toxin: State of the Art. Perspectives in Health and Biotechnology. Maria Elena de Lima, Adriano Monteiro de Castro Pimenta, Marie France Martin-Eauclaire, Russolina Benedeta Zingali e Herve Rochat (editores), 759p., 2009: NUNES, K.P., COSTA-GONCALVES, A., LANZA,
L.F., CORTES, S.F., CORDEURO, M.N., RUCHARDSON, M., PIMENTA, A.M., WEBB, R.C., LEITE, R., DE LUMA, M.E. Tx2-6 toxin of the Phoneutria nigriventer spider potentiates erectile function. Toxicon, 51 (7): 197-206, 2008; ANTUNES, A.A., ISCAIFE, A., REUS, S.T., ALBERTINI.A, NUNES, M.A., LUCON, A.M., NAHAS, W.C., SROUGU, M. Can we predict which patients will experience resolution of detrusor overactivity after transurethral resection of the prostate? The Journal of Urology, 9 (10): 2574-81, 2012). Esses efeitos parecem ser mediados pela ativação da enzima Óxido Nítrico Sintase (NOS) e a liberação de NO (YONAMUNE, C.M., TRONCONE, L.R., CAMULLO, M.A. Blockade of neuronal nitric oxide synthase abolishes the toxic effects of Tx2-5, a lethal Phoneutria nigriventer spider toxin. Toxicon,
44. 169- 172, 2004: NUNES, K.P., COSTA-GONCALVES, A., LANZA, L.F., CORTES, S.F., CORDEURO, M.N., RUCHARDSON, M., PUMENTA, A.M., WEBB, R.C., LEUTE, R., DE LUMA, M.E. Tx2-6 toxin of the Phoneutria nigriventer spider potentiates rat erectile function. Toxicon, 51 (7): 1 197- 206, 2008, NUNES, K.P. CARDOSO, F. L., CARDOSO-Jr., H. C., PUMENTA, A. M. C, De LUMA, M. E. Animal toxins as potential pharmacological tools for treatment of erectile dysfunction. Un: Animal Toxin: State of the Art. Perspectives in Health and Biotechnology. Maria Elena de Lima, Adriano Monteiro de Castro Pimenta, Marie France Martin- Eauclaire, Russolina Benedeta Zingali e Herve Rochat (editores), 759p., 2009). Além disso, sugere-se que alguns genes envolvidos na via do NO têm sua expressão aumentada no tecido erétil de camundongos após o tratamento com a toxina PnTx2-6 (VULLANOVA F.E., ANDRADE E. LEAL E. ANDRADE, P.M., BORRA, R.C., TRONCONE, L.R., MAGALHAES, L., LEUTE, K.R., PARANHOS, M., CLARO, J., SROUGU, M. Erection induced by Tx2-6 toxin of Phoneutria nigriventer spider: expression profile of genes in the nitric oxide pathway of penile tissue of mice. Toxicon. 54(6), 793-801,
2009.). A patente US 9.279.004 demonstra o peptídeo PnTx(19), um derivado de 19 aminoácidos com um peso molecular de 2.485,85 Da,
construído a partir da toxina PnTx2-6. As divulgações revelam que o peptídeo é capaz de aumentar a função erétil, como demonstrado pela indução de relaxamento de tiras de cavernas murinas ex vivo. Posteriormente, Silva et. al (SILVA, C.N., NUNES, K.P., TORRES, F.S., CASSOLI, J.S., SANTOS, D.M., ALMEIDA, F. de M., MATAVEL, A., CRUZ, J.S., SANTOS-MIRANDA, A., NUNES, A.D., CASTRO, C.H., MACHADO DE AVILA, R.A., CHAVEZ-OLORTEGUI, C. LAUAR, S.S., FELICORI, L., RESENDE, J.M., CAMARGOS, E.R., BORGES, M.H., CORDEIRO, M.N., PEIGNEUR, S. TYTGAT, J., DE LIMA, ME PnPP19, a synthetic and nontoxic peptide designed from a Phoneutria nigriventer Toxin, potentiates erectile function via NO/cGMP. J Ural; 194(5): 1481-90. 2015) confirmado que a vasodilatação promovida pela PnTx(19) é mediada pela ativação da NOS e produção de NO, principalmente pelas isoformas neuronais e induzidas da NOS. Assim, PnTx(19) foi reivindicado como um candidato potencial para o tratamento de DE, com potencial para ser usado em pacientes refratários à terapia baseada em PDE5i.
[0013] Os peptídeos moduladores do tônus do músculo liso descritos na presente invenção são mais potentes do que aqueles relatados no estado da técnica. A título de exemplo, os peptídeos foram avaliados comparativamente ao PnTx(19) em modelos experimentais de contratilidade de músculo liso já consagrados na literatura científica. Como será ainda mostrado, os peptídeos moduladores de músculo liso mostram uma atividade significativa em que o comparador (PnTx(19)) é totalmente inativo (músculo liso das vias aéreas) ou tem uma atividade claramente inferior (músculo liso do corpo cavernoso peniano). Além disso, PnTx(19) demonstrou exercer um efeito pró-inflamatório no músculo liso das vias aéreas. A inflamação é parte importante da fisiopatologia de muitas doenças, entre elas, as pulmonares como a asma e a CORD, como mecanismo que provoca ou amplifica o agravamento de referidas doenças. Portanto, o uso de compostos pró-inflamatórios está atualmente proibido em tais doenças pulmonares. Os peptídeos descritos na presente invenção não são pró-inflamatórios agindo em vez de inibir a inflamação no sistema pulmonar. Além disso, o efeito dos peptídeos descritos neste documento é mediado por NO, um mecanismo pleiotrópico que aumenta a amplitude das potenciais aplicações terapêuticas. Resumo
[0014] Em algumas modalidades, um peptídeo compreende uma sequência de peptídeo farmacologicamente ativo de fórmula (2): Xaa1-Xaa2-Xaa3-Xaa4-Xaa5-lle-Ala-Trp-Xaa9-Xaa10-Xaa11-Xaa12- Xaa13-Xaa14-Xaa15 (2), a direção amino para carboxi sendo da esquerda para direita; em que: cada um de Xaa1, Xaa2 e Xaa15 está independentemente ausente ou é Ala, Arg, Lys ou His Xaa3 está independentemente ausente ou é Ala, Phe, Trp ou Tyr; cada um de Xaa4, Xaa5 e Xaa9 está independentemente ausente ou é Phe, Trp ou Tyr; Xaa10 está independentemente ausente ou é His, Lys ou Arg; Xaa11 está ausente ou é Ala, Gly, Val, Leu, Ile, Iie, Pro, Cys ou Met; Xaa12 está ausente ou é Ala; e cada um de Xaa13 e Xaa14 está independentemente ausente ou é Asn, Gin, Ser ou Thr; em que a sequência de peptídeo farmacologicamente ativo de fórmula (2) tem 5 ou mais resíduos de aminoácidos contíguos.
[0015] Em algumas modalidades, na fórmula (2), um ou mais resíduos de aminoácidos do grupo consistindo em Xaa1, Xaa2, Xaa3, Xaa4, Xaa5, Xaa11, Xaa12, Xaa13, Xaa14 e Xaa15 estão ausentes.
[0016] Em algumas modalidades, a sequência de peptídeo farmacologicamente ativo de fórmula (2) é SEQ ID NO: 17, SEQ ID NO: 18, SEQ ID NO: 19, SEQ ID NO: 20, SEQ ID NO: 22, SEQ ID NO: 23, SEQ ID
NO: 24 ou SEQ NO ID: 5.
[0017] Em algumas modalidades, a sequência de peptídeo farmacologicamente ativo de fórmula (2) tem de 15 a 18 resíduos de aminoácidos contíguos.
[0018] Em algumas modalidades, a sequência de peptídeo farmacologicamente ativo de fórmula (2) tem 18 resíduos de aminoácidos contíguos.
[0019] Em algumas modalidades, o peptídeo compreende pelo menos um segundo peptídeo ou proteína.
[0020] Em algumas modalidades, o peptídeo compreende um peptídeo de fórmula (1) -Z-XZ'- (1) em que: X é a sequência de peptídeo farmacologicamente ativo de fórmula (2) conforme definido acima; e cada um de Z e Z' é um peptídeo compreendendo independentemente uma sequência de aminoácidos que aumenta a penetração celular ou uma sequência de aminoácidos que aumenta a atividade tendo de 2 a 15 aminoácidos de ocorrência natural.
[0021] Em algumas modalidades, H, acetil, cloreto ou trifluoroacetil é covalentemente ligado ao N-terminal de -Z-X-Z’-.
[0022] Em algumas modalidades, OH ou NH2 está covalentemente ligado ao C-terminal de -Z-X-Z’-.
[0023] Em algumas modalidades, Z é um peptídeo compreendendo uma sequência incluindo, de N- a C-terminal, resíduos de aminoácidos Gly, Glu e Arg, respectivamente, X tem uma sequência de peptídeo farmacologicamente ativo de SEQ ID NO: 5, e Z' está ausente.
[0024] Em algumas modalidades, qualquer peptídeo acima está ligado a uma fração de aumento de meia-vida selecionada a partir de porções de ligação à albumina. Em algumas modalidades, o peptídeo é aquele em que o peptídeo tem um N-terminal que é acetil e um C-terminal que é NH2.
[0025] Em algumas modalidades, o peptídeo, na forma de um multímero, compreende dois ou mais peptídeos com uma sequência de fórmula (2) espaçada por ligantes cliváveis à base de aminoácidos, por exemplo, por esterificação do domínio C-terminal, em que o multímero é opcionalmente acilado no N-terminal e o C-terminal amidado.
[0026] Em algumas modalidades, a invenção compreende composições farmacêuticas contendo os peptídeos moduladores do tônus do músculo liso e veículos, excipientes ou aditivos farmaceuticamente aceitáveis, úteis para o tratamento de doenças associadas à desregulação da contratilidade dos músculos lisos. Por exemplo, em algumas modalidades, uma composição farmacêutica compreende um ou mais peptídeos definidos acima e um excipiente farmaceuticamente aceitável.
[0027] Em algumas modalidades, a invenção compreende o uso de peptídeos moduladores do tônus do músculo liso para o tratamento de doenças que se beneficiam da modulação da contratilidade do músculo liso, incluindo, mas não se limitando a: disfunção erétil (ED), disfunção sexual feminina (FSD), hiperplasia benigna da próstata (BPH), síndrome de Raynaud, hipertensão arterial pulmonar (PAH), hipertensão arterial sistêmica (SAH) e hiper-reatividade das vias aéreas associada à asma, COPD, fibrose pulmonar, silicose, aspergilose broncopulmonar alérgica, angioedema hereditário e neonatal insuficiência respiratória hipoxêmica.
[0028] Por exemplo, um método de preparação de uma composição farmacêutica compreende a introdução de um excipiente farmaceuticamente aceitável qualquer um de mais peptídeos acima de uma quantidade suficiente para o tratamento de um distúrbio em que a modulação do tônus do músculo liso é benéfica.
[0029] Em algumas modalidades, o distúrbio é selecionado a partir do grupo que consiste em disfunção erétil (ED), disfunção sexual feminina (FSD), hiperplasia prostática benigna (BPH), síndrome de Raynaud, hipertensão arterial pulmonar (PAH), hipertensão arterial sistêmica (SAH) e hiper-reatividade das vias aéreas relacionada à asma, COPD, fibrose pulmonar, silicose, aspergilose broncopulmonar alérgica, angioedema hereditário e insuficiência respiratória hipoxêmica neonatal.
[0030] Em algumas modalidades, o peptídeo tem uma sequência de aminoácidos de SEQ ID NO: 17, SEQ ID NO: 18, SEQ ID NO: 19, SEQ ID NO: 20, SEQ ID NO: 22, SEQ ID NO: 23 ou SEQ ID NO: 24 e ainda em que o distúrbio é PAH.
[0031] Em algumas modalidades, um método para tratar um distúrbio em um paciente em necessidade de modulação do tônus do músculo liso compreende a administração ao paciente de uma quantidade terapeuticamente eficaz de qualquer um ou mais peptídeos acima.
[0032] Em algumas modalidades, o distúrbio é selecionado a partir do grupo que consiste em disfunção erétil (ED), disfunção sexual feminina (FSD), hiperplasia prostática benigna (BPH), síndrome de Raynaud, hipertensão arterial pulmonar (PAH), hipertensão arterial sistêmica (SAH) e hiper-reatividade das vias aéreas associadas à asma, COPD, fibrose pulmonar, silicose, aspergilose broncopulmonar alérgica, angioedema hereditário e insuficiência respiratória hipoxêmica neonatal.
[0033] Em algumas modalidades, o peptídeo tem uma sequência de aminoácidos de SEQ ID NO: 17, SEQ ID NO: 18, SEQ ID NO: 19, SEQ ID NO: 20, SEQ ID NO: 22, SEQ ID NO: 23 ou SEQ ID NO: 24 e ainda em que o distúrbio é PAH. Breve Descrição dos Desenhos
[0034] A Figura 1 mostra o efeito de PnTx(19) (0,01 a 10 1-JM), na contração espasmódica de anéis traqueais induzida por histamina ex vivo. O gráfico mostra a média ± SEM dos resultados obtidos com 8 anéis traqueais de animais diferentes.
[0035] A Figura 2 mostra o efeito de intensificação de PnTx(19)
(1o-8M) no relaxamento induzido por estímulos elétricos em tiras de corpos cavernosos pré-contraídos com fenilefrina ex vivo. O gráfico mostra a média ± SEM dos resultados obtidos com 6 tiras cavernosas de animais diferentes.
[0036] A Figura 3 mostra o efeito de intensificação ex vivo de peptídeos moduladores do tônus do músculo liso sobre o relaxamento induzido por estímulos elétricos em tiras de corpo cavernoso contraídas por fenilefrina (PE). Os peptídeos SEQ ID NO: 5 (A), SEQ ID NO: 19 (B), e SEQ ID NO: 24 (C) foram avaliados de forma exemplar no modelo em questão. Os gráficos mostram a média ± SEM dos resultados obtidos com 6 tiras cavernosas de animais diferentes.
[0037] A Figura 4 mostra o efeito ex vivo do comparador PnTx(19) (1o-sM) e dos peptídeos moduladores do tônus do músculo liso no relaxamento induzido por estímulos elétricos (8 Hz) em tiras de corpos cavernosos pré-contraídos por fenilefrina (PE). O gráfico mostra a média ± SEM dos resultados obtidos com pelo menos 6 tiras de corpos cavernosos extraídas de animais diferentes. A diferença entre os grupos foi analisada por análise de variância de uma via (ANOVA de uma via) seguida do teste post-hoc de Bonferroni. * indica p < 0,05 em relação ao controle; "indica p < 0,01 em comparação com o controle.
[0038] A Figura 5 mostra o efeito in vivo da SEQ ID NO: 19 (0,06 mg/kg), na restauração da pressão arterial pulmonar e, consequentemente, da pressão do ventrículo direito (VD) em um modelo de hipertensão arterial pulmonar induzida por monocrotalina (PAH), 14 dias após o tratamento diário. Os gráficos mostram o efeito da SEQ ID NO: 19 em comparação com um grupo sem doença (controle) e grupo induzido por monocrotalina tratado com veículo (MCT) em (A) a relação PAT/'PET (tempo de aceleração arterial pulmonar (PAT)/razão do tempo de ejeção da artéria pulmonar (PET), que é inversamente correlacionada com o grau da pressão arterial pulmonar), medida por ecocardiografia; (B) a pressão sistólica do RV (RVSP), medida por cateterismo invasivo do VD; (C) a razão dP/dt (derivada da pressão/derivada do tempo máximo), que se correlaciona com a pressão do VD, medida por cauterização RV. Os gráficos mostram a média ± SEM dos resultados obtidos com 7 animais diferentes. A diferença entre os grupos foi analisada por ANOVA de dois fatores, seguida pelo teste post-hoc de Bonferroni. * indica p <0,05; ** indica p < 0,01; *** indica p < 0,001; tudo em comparação com o controle.
[0039] A Figura 6 mostra o efeito in vivo da SEQ ID NO: 19 (0,06 mg/kg), na remodelação do coração em um modelo de PAH induzido por monocrotalina, 14 dias após o tratamento diário. Os gráficos mostram o efeito da SEQ ID NO: 19 em comparação com o grupo não doente (controle) e o grupo induzido por monocrotalina tratado com veículo (MCT) na área de (A) área de saída de RV e (B) área LV. Os gráficos mostram a média ± SEM dos resultados obtidos com 7 animais diferentes. A diferença entre os grupos foi analisada por ANOVA de dois fatores, seguida pelo teste post-hoc de Bonferroni. * indica p < 0,05; ** indica p < 0,01; *** indica p < 0,001; tudo em comparação com o controle.
[0040] A Figura 7 mostra o efeito anti-inflamatório in vivo da SEQ ID NO: 19 (0,06 mg/kg), em um modelo de PAH induzido por monocrotalina, 28 dias após o tratamento diário. Os gráficos mostram o efeito da SEQ ID NO: 19 em comparação com o grupo sem doença (controle) e o grupo induzido por monocrotalina sem tratamento (MCT) na redução dos homogenatos cardíacos da seguinte liberação de citocinas pró-inflamatórias: (A) mostra o efeito na prevenção do aumento dos linfonodos mediastinais, (B) interferon (IFN)-y, (C) interleucina (IL)-113, representado por pg/mg de proteína, medido por ELISA e no gráfico (D) fator de necrose tumoral (TNF)-a. O gráfico mostra a média ± SEM dos resultados obtidos com 7 animais diferentes. A diferença entre os grupos foi analisada por ANOVA de uma via, seguida do teste de comparação múltipla de Bonferroni. * e # indica p <0,05 quando comparado ao grupo controle e ao grupo MCT, respectivamente; *** indica p < 0,001 e ## indica p < 0,01.
[0041] A Figura 8 mostra o efeito de PnTx(19), SEQ ID NO: 19 e SEQ ID NO: 24 na migração de neutrófilos no espaço broncoalveolar após instilação intratraqueal dos peptídeos (10 nMol e 30 nMol) 6h após o desafio, em um modelo murino (n=5). Os valores representam a média ± SEM de pelo menos cinco animais, +++ indica p < 0,001 quando comparado com camundongos estimulados com PBS e tratados com PBS. Descrição das modalidades I - Definições
[0042] Exceto se indicado de outra forma, todos os termos e expressões usados neste documento têm o mesmo significado que teriam para um versado na técnica da presente invenção. Os versados na técnica são particularmente direcionados à referência "Current Protocols in Molecular Biology" para definições e termos da técnica (AUSUBEL, FM, BRENT, R., KINGSTON, R.E., MOORE, D.O., SEIDMAN, G., SMITH, J.A., STRUHL, K. Current Protocols in Molecular Biology. John Wiley and Sons, Inc., Media Pa. 2015).
[0043] As abreviaturas para os resíduos de aminoácidos são o código padrão de 3 letras e/ou 1 letra usado na técnica para referência a um dos aminoácidos 20-L comuns.
[0044] "Substituições conservativas de aminoácidos" são substituições que não resultam em modificação significativa da atividade relaxante do músculo liso (por exemplo, atividade de promoção do relaxamento do músculo liso) ou estrutura terciária de um determinado polipeptídeo ou proteína. Essas substituições envolvem tipicamente a substituição de um resíduo de aminoácido selecionado por um resíduo diferente com propriedades físico-químicas semelhantes. Por exemplo, a substituição de ácido glutâmico (Giu) por ácido aspártico (Asp) é considerada uma substituição conservativa, uma vez que ambos são aminoácidos com carga negativa de tamanho semelhante. O agrupamento de aminoácidos por propriedades físico-químicas é conhecido dos versados na técnica.
[0045] “Peptídeo” e “polipeptídeo” são aqui utilizados numa forma permutável e referem-se a um composto constituído por uma cadeia de resíduos de aminoácidos ligados por ligações peptídicas. Salvo indicação em contrário, a sequência dos peptídeos é dada na ordem do terminal amino para o terminal carboxi.
[0046] A “identidade” de uma sequência é determinada pela comparação da sequência de aminoácidos dos polipeptídeos quando alinhados de forma a maximizar a sobreposição, minimizando as lacunas da sequência, seguido por uma contabilização de resíduos idênticos entre as sequências. A porcentagem de identidade de duas sequências de aminoácidos ou ácidos nucleicos pode ser determinada por inspeção visual z e, ou cálculo matemático, comumente feito para sequências mais longas comparando as informações da sequência usando um programa de computador. Exemplos de programas que podem ser usados por um versado na técnica para comparação de sequências de peptídeos e ácidos nucleicos são o BLAST (BLASTP) e o BLASTN, disponíveis gratuitamente no site da National Library of Medicine [ncbi.nlm.nih.gov/BLAST]. Em modalidades preferenciais, as sequências são consideradas homólogas ou idênticas entre si se suas sequências de aminoácidos forem pelo menos 50% idênticas, mais preferencialmente se as sequências forem 70% ou 75% idênticas, ainda mais preferencialmente se as sequências forem 80% ou 85 % idênticas, ainda mais preferencialmente se as sequências forem 90 ou 95% idênticas, quando determinadas a partir de uma inspeção visual ou de um programa de computador adequado.
[0047] Um peptídeo ou um fragmento de peptídeo é "derivado de" um peptídeo ou fragmento de peptídeo original se houver uma sequência de aminoácidos que é idêntica ou homóloga à sequência de aminoácidos do peptídeo ou polipeptídeo original.
II - Peptídeos e Composições Relaxantes do Músculo Liso
[0048] Em algumas modalidades, a presente invenção se refere a peptídeos sintéticos capazes de promover o relaxamento dos músculos lisos, particularmente aquele que está presente nas vias aéreas e nos vasos. Outros peptídeos com atividade semelhante são apresentados no estado da técnica, mas nenhum dos relatórios disponíveis divulga ou antecipa os compostos apresentados neste documento. Os peptídeos em questão são estruturalmente únicos e têm um efeito biológico em sistemas que não são muito sensíveis ou definitivamente insensíveis a outros peptídeos, portanto, podem ser considerados correlacionados aos mesmos.
[0049] Em algumas modalidades, um peptídeo compreende uma sequência de peptídeo farmacologicamente ativo de fórmula (2): Xaa1-Xaa2-Xaa3-Xaa4-Xaa5-lle-Ala-Trp-Xaa9-Xaa10-Xaa11-Xaa12- Xaa13-Xaa14-Xaa15 (2), a direção amino para carboxi sendo da esquerda para direita; em que: cada um de Xaa1, Xaa2 e Xaa15 está independentemente ausente ou é Ala, Arg, Lys ou His Xaa3 está independentemente ausente ou é Ala, Phe, Trp ou Tyr; cada um de Xaa4, Xaa5 e Xaa9 está independentemente ausente ou é Phe, Trp ou Tyr; Xaa10 está independentemente ausente ou é His, Lys ou Arg; Xaa11 está ausente ou é Ala, Gly, Val, Leu, Iie, Pro, Cys ou Met; Xaa12 está ausente ou é Ala; e cada um de Xaa13 e Xaa14 está independentemente ausente ou é Asn, Gin, Ser ou Thr; em que a sequência de peptídeo farmacologicamente ativo de fórmula (2) tem 5 ou mais resíduos de aminoácidos contíguos.
[0050] Em algumas modalidades, na fórmula (2), um ou mais resíduos de aminoácidos do grupo consistindo em Xaa1, Xaa2, Xaa3,
Xaa4, Xaa5, Xaa11, Xaa12, Xaa13, Xaa14 e Xaa15 estão ausentes.
[0051] Em algumas modalidades, a sequência de peptídeo farmacologicamente ativo de fórmula (2) é SEQ ID NO: 17, SEQ ID NO: 18, SEQ ID NO: 19, SEQ ID NO: 20, SEQ ID NO: 22, SEQ ID NO: 23, SEQ ID NO: 24 ou SEQ NO ID: 5.
[0052] Em algumas modalidades, a sequência de peptídeo farmacologicamente ativo de fórmula (2) tem de 15 a 18 resíduos de aminoácidos contíguos.
[0053] Em algumas modalidades, a sequência de peptídeo farmacologicamente ativo de fórmula (2) tem 18 resíduos de aminoácidos contíguos.
[0054] Em algumas modalidades, o peptídeo compreende pelo menos um segundo peptídeo ou proteína.
[0055] Em algumas modalidades, a invenção se refere a uma composição que compreende um peptídeo com uma sequência de peptídeo farmacologicamente ativo de fórmula (1): -Z-X-Z'- (1) em que: cada um de Z e Z' é um peptídeo que compreende independentemente uma sequência de aminoácidos de aumento de penetração celular ou sequências de aminoácidos de aumento de atividade tendo de 2 a 15 aminoácidos de ocorrência natural, em que H, cloreto de acetil e trifluoroacetil está covalentemente ligado ao N-terminal de -Z-X-Z’-, e X é o peptídeo X tendo uma sequência de peptídeo farmacologicamente ativo de fórmula (2): Xaa1-Xaa2-Xaa3-Xaa4-Xaa5-lle-Ala-Trp-Xaa9-Xaa10-Xaa11-Xaa12- Xaa13-Xaa14-Xaa15 (2), a direção amino para carboxi sendo da esquerda para direita; em que: cada um de Xaa1, Xaa2 e Xaa15 está independentemente ausente ou é um Ala, ou é um aminoácido com uma cadeia lateral básica (Arg, Lys ou His); Xaa3 está independentemente ausente, ou é um Ala ou é um aminoácido com uma cadeia lateral aromática (Phe, Trp ou Tyr) cada Xaa4, Xaa5 e Xaa9 está independentemente ausente ou é um aminoácido com uma cadeia lateral aromática (Phe, Trp ou Tyr) Xaa10 está independentemente ausente ou é um aminoácido com uma cadeia lateral básica (His, Lys ou Arg); Xaa11 está ausente ou é um aminoácido não polar (Ala, Gly, Val, Leu, lie, Pro, Cys ou Met); Xaa12 está ausente ou é Ala; cada um de Xaa13 e Xaa14 está independentemente ausente ou é um aminoácido com uma cadeia lateral não carregada (Asn, Gin, Ser ou Thr): em que X tem 5 ou mais resíduos contíguos de aminoácidos.
[0056] Em algumas modalidades, X tem a seguinte sequência: Ac-Arg-Ala-Tyr-Phe-Trp-lle-Ala-Trp-Tyr-Lys-Leu-Ala-Asn-Ser-Lys-NH2 (SEQ ID NO: 1).
[0057] Em algumas modalidades, o peptídeo compreende um peptídeo de fórmula (1) -Z-X-Z’- (1) em que: X é a sequência de peptídeo farmacologicamente ativo de fórmula (2) conforme definido acima; e cada um de Z e Z' é um peptídeo compreendendo independentemente uma sequência de aminoácidos que aumenta a penetração celular ou uma sequência de aminoácidos que aumenta a atividade tendo de 2 a 15 aminoácidos de ocorrência natural.
[0058] Em algumas modalidades, H, acetil, cloreto ou trifluoroacetil é covalentemente ligado ao N-terminal de -Z-X-Z’-.
[0059] Em algumas modalidades, OH ou NH2 está covalentemente ligado ao C-terminal de -Z-X-Z’-.
[0060] Em algumas modalidades, Z é um peptídeo compreendendo uma sequência incluindo, de N- a C-terminal, resíduos de aminoácidos Gly, Glu e Arg, respectivamente, X tem uma sequência de peptídeo farmacologicamente ativo de SEQ ID NO: 5, e Z' está ausente.
[0061] Em algumas modalidades, qualquer peptídeo acima está ligado a uma fração de aumento de meia-vida selecionada a partir de porções de ligação à albumina. Em algumas modalidades, o peptídeo é aquele em que o peptídeo tem um N-terminal que é acetil e um C-terminal que é NH2.
[0062] Em algumas modalidades, o peptídeo, na forma de um multímero, compreende dois ou mais peptídeos com uma sequência de fórmula (2) espaçada por ligantes cliváveis à base de aminoácidos, por exemplo, por esterificação do domínio C-terminal, em que o multímero é opcionalmente acilado no N-terminal e o C-terminal amidado.
[0063] Em algumas modalidades, a invenção compreende composições farmacêuticas contendo os peptídeos moduladores do tônus do músculo liso e veículos, excipientes ou aditivos farmaceuticamente aceitáveis, úteis para o tratamento de doenças associadas à desregulação da contratilidade dos músculos lisos. Por exemplo, em algumas modalidades, uma composição farmacêutica compreende um ou mais peptídeos definidos acima e um excipiente farmaceuticamente aceitável. III - Síntese de peptídeos
[0064] Os peptídeos da presente invenção podem ser preparados por quaisquer metodologias conhecidas pelos versados na técnica, incluindo métodos recombinantes e não recombinantes. Vias sintéticas (não recombinantes) incluem, sem limitação, síntese química em fase sólida dos peptídeos, síntese química em fase líquida dos peptídeos e síntese biocatalisada. Em uma modalidade preferencial, os peptídeos são obtidos por síntese química, em fase líquida ou sólida, utilizando sistemas manuais, automatizados ou semiautomáticos.
[0065] A síntese de peptídeos em fase sólida (SPPS), por exemplo, é conhecida e amplamente utilizada desde a descrição de MERRIFIELD (MERRIFIELD, RB Solid Phase Peptide Synthesis. I. The Synthesis of a Tetrapeptide J. Am. Chem. Soc., 85: 2149-2154. 1963). Uma gama de variações de SPPS está disponível para aqueles versados na técnica (vide GUTTE, B. Peptide Synthesis, Structures, and Applications. Academic Press, San Diego, CA, Capítulo 3, 1995; e WHITE, PO e CHAN, WC Síntese de Peptídeos de Fase Sólida Fmoc: Uma Abordagem Prática. Oxford University Press, Oxford, 2004; MACHADO, A., LIRIA, CW, PROTI, PB, REMUZGO, C., MIRANDA, TM Sínteses química e enzimática de peptídeos: princípios básicos e aplicações. Quim, Nova, 5: 781-789 2004). Resumidamente, a construção do peptídeo por SPPS ocorre no sentido cN terminal. Para esse efeito, o aminoácido C-terminal de interesse é acoplado a um suporte sólido. O aminoácido a ser ligado subsequentemente tem a porção N-terminal protegida com um grupo Boc, Fmoc ou outro radical protetor adequado, enquanto a porção C-terminal é ativada com um reagente de acoplamento padrão. Subsequentemente, a terminal amina livre do aminoácido ligado ao suporte reage com a porção carboxi terminal do aminoácido subsequente. A terminal amina do dipeptídeo é então desprotegida e o processo é repetido até que o polipeptídeo esteja completo. Sempre que adequado, os aminoácidos iniciais também podem ter proteções nas cadeias laterais.
[0066] Alternativamente, os peptídeos da presente invenção podem ser obtidos por um método recombinante. Sem limitar possíveis variações metodológicas, um protocolo exemplificativo inclui: construção do ácido nucleico que codifica o peptídeo de interesse; clonagem do referido ácido nucleico em um vetor de expressão; transformação de uma célula hospedeira (células, vegetais, bactérias, como Escherichia coll, leveduras,
como Saccharomyces cerevisiae, ou células de mamífero, como Células de Ovário de Hamster Chinês) com o dito vetor; expressão do ácido nucleico para produzir o peptídeo de interesse. Métodos para a produção e expressão de polipeptídeos recombinantes in vitro e em células hospedeiras procarióticas e eucarióticas são conhecidos pelos versados na técnica (vide US4,868,122, e SAMBROOK, J., FRITSCH, EF, MANIATIS, T. Molecular Cloning: A Laboratory Manual. Ed. 2. Cold Spring Harbor Laboratory Press, 1989). IiLA - Peptídeos Correlacionados
[0067] Aqueles que são versados na técnica reconhecem que certas modificações podem ser feitas em peptídeos, tais como as descritas na presente invenção, causando pequenas ou nenhuma alteração nas propriedades dos ditos peptídeos. Portanto, os peptídeos relacionados aos demonstrados neste documento incluem análogos e/ou derivados que retêm parte ou toda a atividade terapêutica dos peptídeos originais. Neste contexto, o termo "análogo" indica variantes obtidas por substituições, deleções ou adições de aminoácidos aos peptídeos descritos neste documento; enquanto "derivado" indica variantes contendo modificações químicas na sequência primária dos peptídeos descritos neste documento e/ou seus análogos. Em certos aspectos, tais variantes podem evidenciar melhorias em pelo menos uma das atividades terapêuticas dos peptídeos. Adicionalmente, os peptídeos da presente invenção podem ser constituídos por aminoácidos L, aminoácidos D ou uma combinação de ambos em qualquer porção.
[0068] Outra modalidade inclui pró-drogas ou precursores de drogas que são quimicamente ou enzimaticamente convertidos em qualquer um dos peptídeos ativos antes, após ou durante a administração a um paciente em necessidade dos mesmos. Tais compostos podem incluir, entre outros ésteres, N-alquil, fosfatos ou conjugados de aminoácidos (ARNAB, D.E., Application of Peptide-Based Prodrug Chemistry in Drug
Development; Springer. New York Heidelberg Dordrecht London, 2013), mais peptídeos lipofílicos (CACCETTA, R., BLANCHFIELD, J.T., HARRISON, J., TOTH, 1. BENSON, HAE Epidermal Penetration of a Therapeutic Peptide by Lipid Conjugation; Stereo Selective Peptide Availability of a Topical Diastereomeric Lipopeptide. International Journal of Peptide Research and Therapeutics, 12 (3), 327-333. 2006), e em alguns casos, tais compostos são tornados mais hidrofílicos pela adição de ligantes polares, por exemplo, por esterificação do domínio de C-terminal.
[0069] A invenção também inclui qualquer peptídeo cíclico capaz de ser convertido em qualquer peptídeo ativo linear. Inclui ainda modificação química com bioconjugados ou macromoléculas, tais como glicosilação ou peguilação (HUTTUNEN, K.M., RAUNIO, H., RAUTIO, J. Prodrugs-from Serendipity to Rational Design. Pharmacal Rev. 63: 750-771, 2011).
[0070] A presente invenção inclui ainda uma abordagem de peptídeos miméticos usando qualquer um dos peptídeos ativos como um suporte para projetar estruturas ativas com base em bioésteres de grupos de aminoácidos (VAGNER, J., Q.U., H. e HRUBY, V.J. Peptidomimetics, a synthetic tool of drug Discovery; Curr Opin Chem Biol 12 (3): 292-296.
2008.).
[0071] A presente invenção inclui análogos contendo 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11 ou 12 substituições conservativas ou não conservativas de aminoácidos relacionadas aos peptídeos descritos neste documento. As substituições de aminoácidos desejáveis, conservativas ou não conservativas, podem ser determinadas por aqueles versados na técnica usando metodologias de rotina. Em um certo aspecto da invenção, os peptídeos moduladores do tônus do músculo liso incluem análogos contendo substituições conservativas, que produzem variantes com características funcionais e químicas semelhantes às dos peptídeos originais. Em outro aspecto, os análogos contêm substituições não conservativas, que podem produzir características significativamente distintas daquelas evidenciadas pelos peptídeos originais.
[0072] Os aminoácidos naturais podem ser classificados em termos de propriedades das cadeias laterais de como: não polar (não polar: (glicina (Gly), alanina (Ala), valina (Val), leucina (Leu), isoleucina (lie), metionina (Met)); polar sem carga: (cisteína (Cys), serina (Ser), treonina (Thr), prolina (Pro), asparagina (Asn), glutamina (Gin)); ácido (ácido aspártico (Asp), ácido glutâmico (Glu); básico (histidina (His), lisina (Lys), arginina (Arg)); e aromático (triptofano (Trp), tirosina (Tyr), fenilalanina (Phe)). Como exemplo, as substituições não conservativas podem envolver a troca de um aminoácido de uma classe por outro de um grupo diferente; podem ainda ser introduzidos em regiões dos peptídeos que não são críticas para a atividade terapêutica. No entanto, as substituições são preferencialmente conservativas. Ou seja, envolvem a troca de um aminoácido por outro da mesma classe. Este tipo de modificação também abrange substituições por resíduos de aminoácidos artificiais e/ou não essenciais, incluindo peptídeos miméticos e outras formas atípicas de aminoácidos que podem ser usados regularmente durante a síntese do peptídeo.
[0073] Estratégias para definir substituições de aminoácidos podem ser guiadas pelo índice de hidropaticidade das cadeias laterais. A importância dos aminoácidos hidropáticos na função de um polipeptídeo é entendida por um versado na técnica (KYTE, J. e DOOLITTLE. R.F. Um método simples para exibir o caráter hidropático de uma proteína, J. Mol. Biol. 157: 105-31. 1982). Cada aminoácido tem um índice de hidropatia determinado com base nas características de hidrofobicidade e carga. Estes são Iie (+4,5); Val (+4,2); Leu (+3,8); Phe (+2,8); Cys (+2,5); Met (+1,9); Ala (+1,8); Gly (-0,4); Thr (-0,7); Ser (-0,8); Trp (-0,9): Tyr (-1,3); Pro (-1,6); His (-3,2); Glu (-3,5); Gin (-3,5); Asp (-3,5); Asn (-3,5); Lys (-3,9); e Arg (-4,5). Os versados na técnica entendem que aminoácidos com índices de hidropaticidade semelhantes podem ser trocados sem perda significativa de atividade biológica.
[0074] Sabe-se que as substituições conservativas também podem ser baseadas na hidrofilicidade. A hidrofilicidade média de um polipeptídeo, determinada pela hidrofilicidade dos aminoácidos adjacentes, está correlacionada com as propriedades biológicas do composto. De acordo com a patente US 4.554.101, os aminoácidos naturais têm os seguintes valores de hidrofilicidade: Arg (+3,0); Lys (+3,0); Asp (+3,0+1); Glu (+3,0±1); Ser (+0,3); Asp (+0,2); Gin (+0,2); Gly (0); Thr (-0,4); Pro (- 0,5+1); Ala (-0,5); His (-0,5); Cys (-1,0); Met (-1,3); Val (-1,5); Leu (-1,8); lie (-1,8); Tyr (-2,3); Phe (-2,5); e Trp (-3,4).
[0075] As substituições conservativas referidas na presente invenção incluem, sem limitações: Ac-Arg-Gin-Tyr-Phe-Trp-lle-Ala-Trp-Tyr-Lys-Leu-Ala-Asn-Ser-Ala- NH2 (SEQ ID NO: 2) Ac-Arg-Gin-Ala-Phe-Trp-lle-Ala-Trp-Tyr-Lys-Leu-Ala-Asn-Ser-Lys- NH2 (SEQ ID NO: 3) Ac-Ala-Gin-Tyr-Phe-Trp-lle-Ala-Trp-Tyr-Lys-Leu-Ala-Asn-Ser-Lys- NH2 (SEQ ID NO: 4) Ac-Arg-Gin-Tyr-Phe-Trp-lle-Ala-Trp-Tyr-Lys-Leu-Ala-Asn-Ser-Lys- NH2 (SEQ ID NO: 5) Ac-Arg-Gin-Tyr-Phe-Trp-lle-Ala-Trp-Tyr-Lys-lle-Ala-Ser-Asn-Lys-NH2 (SEQ ID NO: 6)
[0076] Em certos aspectos da invenção, os análogos dos peptídeos incluem 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 ou 10 deleções de aminoácidos em comparação com os peptídeos originalmente descritos. O(s) aminoácido(s) deletado(s) podem ser encontrados nas regiões N-terminal ou C-terminal, em ambos os flancos, internamente à sequência do peptídeo ou ainda em um ou ambos os flancos e internamente à sequência. Quando os análogos têm mais de uma deleção, os aminoácidos removidos podem ser contíguos ou podem estar localizados em regiões diferentes.
[0077] As deleções contempladas pela presente invenção incluem, sem limitações: Ac-Gin-Tyr-Phe-Trp-lle-Ala-Trp-Tyr-Lys-Leu-Ala-Asn-Ser-NH2 (SEQ ID NO: 17) Ac-Tyr-Phe-Trp-lle-Ala-Trp-Tyr-Lys-Leu-Ala-Asn-NH2 (SEQ ID NO: 18) Ac-Phe-Trp-lle-Ala-Trp-Tyr-Lys-Leu-Ala-NH2 (SEQ ID NO: 19) Ac-Arg-Gin-Tyr-Phe-Trp-lle-Ala-Trp-Tyr-NH2 (SEQ ID NO: 20) Ac-Arg-Gin-Tyr-Phe-Trp-lle-Ala-Trp-NH2 (SEQ ID NO: 22) Ac-Trp-lle-Ala-Trp-Tyr-Lys-Leu-NH2 (SEQ ID NO: 23) Ac-lle-Ala-Trp-Tyr-Lys-NH2 (SEQ ID NO: 24)
[0078] Outro aspecto da invenção compreende análogos com 1, 2, 3, 4 ou 5 adições de aminoácidos em comparação com os peptídeos originalmente descritos neste documento. As inserções em questão podem ocorrer nas regiões N-terminal ou C-terminal, em ambos os flancos, internamente à sequência do peptídeo, ou ainda, em um ou ambos os flancos e internamente à sequência. Quando os análogos têm mais de uma adição, os aminoácidos podem ser inseridos de forma contígua ou em regiões distintas da molécula.
[0079] A invenção também compreende qualquer combinação de dois ou mais dos peptídeos ativos, que estão ligados por um grupo de ligação e são convertidos nos únicos peptídeos ativos ou mostram a atividade farmacêutica como uma molécula inteira (HUTTUNEN, K. AND RAUTIO, J. Prodrugs- An Efficient Way to Breach Delivery and Targeting Barriers. Current Topics in Medicinal Chemistry.11. 2265-2287. 2011). as inserções de aminoácidos também compreendem ligantes de aminoácidos, peptídeos de fusão e sequências de aumento de permeação que podem ser adicionadas às regiões N-terminal ou C-terminal dos peptídeos descritos neste documento. As sequências de peptídeos capazes de aumentar a permeação celular e/ou absorção transcutânea são conhecidas pelos versados na técnica e podem ser encontradas, por exemplo, em Kumar et al (KUMAR, S., NARISHETTY, S.T., TUMMALA, H. Peptides as Skin Penetration Enhancers for Lew Molecular Weight Drugs and Macromolecules. In: Dragicevic N., Maibach H. (eds) Percutaneous Penetration Enhancers Chemical Methods in Penetration Enhancement. Springer. Berlin, Heidelberg 2015) e nas patentes US 14.911.019 e WO2012064429.
[0080] Em certos aspectos, os ligantes de aminoácidos mencionados acima, peptídeos de fusão e as sequências de aumento de permeação podem ter 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10 ou 15 aminoácidos adicionais e podem ser conectados ao peptídeo modulador do tônus do músculo liso por meio de porções de ligação, como exemplificado na SEQ ID NO: 28, SEQ ID NO: 29, e SEQ ID NO: 30. Essas porções podem ser um átomo ou uma coleção de átomos opcionalmente usados para ligar um peptídeo terapêutico a outro peptídeo terapêutico. Alternativamente, a molécula de ligação pode consistir numa sequência de aminoácidos concebida para clivagem proteolítica de modo a permitir a libertação da porção biologicamente ativa num ambiente apropriado. Além disso, os peptídeos moduladores do tônus do músculo liso descritos neste documento podem ser fundidos a peptídeos concebidos para melhorar as propriedades farmacológicas (farmacocinéticas e/ou farmacodinâmicas) e/ou propriedades físico-químicas.
[0081] As adições contempladas pela presente invenção incluem, sem limitações: Ac-Gly-Glu-Arg-Arg-Gln-Tyr-Phe-Trp-Ile-Ala-Trp-Tyr-Lys-Leu-Ala- Asn-Ser-Lys-NH2 (SEQ ID NO: 27) Ac-lle-Ala-Trp-Tyr-Lys-Gly-Gly-Gly-Gly-Gly-lle-Ala-Trp-Tyr-Lys-NH2 (SEQ ID NO: 28) Ac-lle-Ala-Trp-Tyr-Lys-Arg-Gly-Gly-Gly-Gly-Gly-Arg-Lys-Tyr-Trp-Ala-
lle-NH2 (SEQ ID NO: 29) Ac-lle-Ala-Trp-Tyr-Lys-Gly-Gly-Gly-Gly-Gly-Ile-Ala-Trp-Tyr-Lys-Gly- Gly-Gly-Gly-Gly-lle-Ala-Trp-Tyr-Lys-NH2 (SEQ ID NO: 30)
[0082] Em alguns aspectos, a invenção inclui derivados contendo modificações químicas com um ou mais metil ou outro grupo alquil pequeno em uma ou mais posições da cadeia de peptídeo. Exemplos de tais grupos incluem metil, etil, propil, isopropil, butil, isobutil, pentil, etc. Alternativamente, os derivados resultam da ligação de uma ou mais porções glicosídicas à sequência de peptídeo. Por exemplo, os derivados citados podem ser obtidos pela ligação de um ou mais monossacarídeos, dissacarídeos ou trissacarídeos à sequência peptídica. Por exemplo, os ditos derivados podem ser obtidos pela ligação de um ou mais monossacarídeos, dissacarídeos ou trissacarídeos, em qualquer posição do peptídeo. A glicosilação pode ser dirigida a aminoácidos nativos do peptídeo ou, alternativamente, um aminoácido pode ser substituído ou adicionado para receber a modificação.
[0083] Os ditos peptídeos glicosilados podem ser obtidos por meio de técnicas de SPPS de rotina, em que os glicoaminoácidos de interesse são preparados antes da síntese do peptídeo e subsequentemente adicionados à sequência na posição desejada. Portanto, os peptídeos moduladores do tônus do músculo liso podem ser glicosilados in vitro. Neste caso, a glicosilação pode ocorrer previamente. Documentos US 5.767.254, WO 2005/097158 e DOORES et al. (DOORES, K. GAMBUN, D.P., AND DAVIS, B.G., Exploring and exploiting the therapeutic potential of glycoconjugates. Chem. Commun., 1401-1403, 2006), incorporado neste documento para fins de referência, descreve a glicosilação de aminoácidos. Como exemplo, a glicosilação seletiva alfa ou beta de resíduos de serina e treonina pode ser conseguida usando a reação de Koenigs-Knorr e a metodologia de anomerização in situ de Lemieux usando bases de Schiff intermediárias. A desproteção da base de
Schiff glicosilada é então conduzida em condições ligeiramente ácidas ou por meio de hidrogenólise.
[0084] Entre os monossacarídeos que podem ser introduzidos em um ou mais resíduos de aminoácidos dos peptídeos aqui descritos estão a glicose (dextrose), frutose, galactose e ribose. Outros monossacarídeos potencialmente adequados para uso são gliceraldeídos, dihidroxiacetona, eritrose, treose, eritrulose, arabinose, lixose, xilose, ribulose, xilulose, alose, altrose, manose, ácido N-acetilneuramínico, fucose, N-acetilgalactamina, entre outros. Os glicosídeos, tais como mono-, di- e trissacarídeos para uso na modificação dos peptídeos moduladores do tônus do músculo liso podem ser de origem sintética ou natural. Os dissacarídeos que podem ser introduzidos em um ou mais resíduos dos aminoácidos aqui descritos incluem sacarose, lactose, trealose, alose, melibiose, celobiose e outros. Os trissacarídeos podem ser acarbose, rafinose e melezitose.
[0085] Em aspectos adicionais da invenção, os peptídeos moduladores do tônus do músculo liso podem ser acoplados à biotina. Tais complexos de peptídeo-biotina podem então ser acoplados à avidina.
[0086] Como mencionado anteriormente, os peptídeos descritos neste documento podem ser modificados para exibir apenas uma redução parcial ou nenhuma redução das atividades biológicas e propriedades dos ditos peptídeos. Em alguns casos, tais modificações podem ser realizadas para resultar em uma melhoria da atividade terapêutica pretendida. Portanto, o escopo da presente invenção inclui variantes que retêm pelo menos 1%, 5%, 10%, 20%, 30%, 40%, 50%, 55%, 60%, 65%, 70%, 75%, 80%, 81%, 82%, 83%, 84%, 85%, 86%, 87%, 88%, 89%, 90%, 91%, 92%, 93%. 94%, 95%, 97%, 98% ou 99%, e qualquer gama derivável dos mesmos de tal modo que, por exemplo, pelo menos 70% a pelo menos 80%, e preferencialmente pelo menos 81% até 90%, ou ainda mais preferencialmente entre 91% e 99% da atividade terapêutica em relação ao peptídeo não modificado. O escopo da presente invenção também inclui variantes que têm atividade terapêutica superior a 100%, 110%, 125%, 150%, 200% ou mais de 300%, ou ainda que evidenciem uma atividade 100 ou 100 vezes superior e qualquer gama derivável daí, em comparação com os peptídeos não modificados.
[0087] Os peptídeos moduladores do tônus do músculo liso descritos na presente invenção também podem ser conjugados covalentemente com polímeros hidrossolúveis, diretamente ou por meio de um grupo espaçador. Exemplos de conjugados de peptídeo-polímero inseridos no escopo desta invenção incluem: conjugados contendo um polímero hidrossolúvel acoplado ao peptídeo de forma destacável ou estável, particularmente acoplado à porção N-terminal; conjugados contendo um polímero hidrossolúvel acoplado ao peptídeo de maneira destacável ou estável, particularmente acoplado à porção C-terminal; conjugados contendo um polímero hidrossolúvel acoplado ao peptídeo de forma destacável ou estável, particularmente acoplado a um aminoácido localizado internamente na cadeia peptídica; conjugados contendo mais de um polímero hidrossolúvel acoplado ao peptídeo de forma destacável ou estável, acoplado ao peptídeo em regiões distintas, como, por exemplo, à porção N-terminal e à cadeia lateral de um aminoácido localizado internamente em a sequência peptídica (particularmente uma lisina). Alternativamente, um aminoácido, ao qual o hidrossolúvel será acoplado, pode ser inserido nas porções N-terminal ou C-terminal, ou no meio da estrutura primária do peptídeo.
[0088] Normalmente, o polímero contemplado acima é hidrofílico, não peptídico, biocompatível e não imunogênico. A este respeito, uma substância é considerada biocompatível se os efeitos benéficos associados à administração da mesma a organismos vivos, isoladamente ou combinados com outra substância (por exemplo, um ingrediente biologicamente ativo, como um peptídeo terapêutico), superam qualquer efeito deletério que seja clinicamente observável. Uma substância é considerada não imunogênica se o uso pretendido da substância in vivo não produzir uma resposta imunológica indesejável (por exemplo, a formação de anticorpos) ou, se uma resposta imunológica for desencadeada, tal evento não for considerado clinicamente significativo ou importante. Exemplos de tais polímeros hidrossolúveis incluem, sem limitação: polietilenoglicol (PEG), polipropilenoglicol (PPG), copolímeros de etilenoglicol e propilenoglicol, álcool poliolefínico, polivinilpirrolidona, poli (hidroxialquil metacrilamida), poli (hidroxialquil metacrilato), sulfatado de non -polissacarídeos sulfatados, polioxazolinas, poli (N-acriloilmorfolina) e combinações destes polímeros, incluindo copolímeros e terpolímeros dos mesmos.
[0089] Os polímeros hidrossolúveis citados acima não estão limitados a uma arquitetura particular e podem ter estruturas lineares ou não lineares, tais como ramificadas, bifurcadas, multi-ramificadas (por exemplo, PEGs acoplados a um núcleo de poliol) ou dendríticas (estrutura densamente ramificada com vários grupos de terminais). Métodos para a conjugação de polímeros a peptídeos são descritos na técnica anterior, bem como os reagentes adequados, que podem ser selecionados entre agentes alquilantes ou acilantes (vide HARRIS, J. M. and ZALIPSKY, S., Poly(ethylene glycol), Chemistry and Biological Applications. ACS, Washington, 1997; VERONESE, F., and HARRIS, J.M. Peptide and Protein PEGylation. Advanced Drug Delivery Reviews. 54(4); 453-609. 2002; ZALIPSKY, S., LEE, C. Use of Functionalized Poly(Ethylene Glycols) for Modification of Polypeptides, in Polyethylene Glycol Chemistry: Biotechnical and Biomedical Applications, J. M. Harris, ed., Plenus Press, New York, 1992; ZALIPSKY, S. Functionalized poly(ethylene glycol) for preparation of biologically relevant conjugates. Advanced Drug Reviews. 16:157-182, 1995; and in ROBERTS, M.J., BENTLEY, M.D., HARRIS, J.M., Chemistry for peptide and protein PEGylation. Adv. Drug Delivery Reviews, 54, 459-
476, 2002). Normalmente, o peso molecular médio dos polímeros hidrossolúveis pode variar entre 100 Daltons (Da) e 150.000 Da (150 kDa). Por exemplo, podem ser usados polímeros hidrossolúveis com um peso molecular médio de 250 Da a 80 kDa, de 500 Da a 65 kDa, de 750 Da a 40 kDa, ou 1 kDa a 30 kDa. Num aspecto adicional da invenção, os peptídeos moduladores do tónus do músculo liso podem ser acilados em uma ou mais posições da cadeia peptídica de modo a melhorar as características físico- químicas, farmacocinéticas e/ou farmacodinâmicas. Por exemplo, a introdução de grupos acila lipofílicos é amplamente utilizada para aumentar a meia-vida plasmática de peptídeos terapêuticos, uma vez que tornam os grupos a eles acoplados menos suscetíveis a oxidações. Os métodos e reagentes para a acilação de peptídeos são conhecidos dos familiarizados com a técnica. Os documentos WO 98/08871, US 2003/0082671, WO 2015/162195, incorporados neste documento como referências, exemplificam reagentes e condições para acilação de peptídeos. A modificação de aminas livres com grupos acil é particularmente útil para promover a acilação de peptídeos e proteínas (ABELLO, N., KERSTJENS, H.A., POSTMA, D.S., BISCHOFF, R. Selective acylation of primary amines in peptides and proteins. Journal of proteome research, 6(12): 4770-4776. 2007). Neste caso particular, os peptídeos moduladores do tónus de músculo liso podem ser acilados na amina N-terminal ou na cadeia lateral de um ou mais aminoácidos originalmente presentes na sequência ou inseridos com o propósito de receber a acilação em questão. IV- Formas Farmacêuticas
[0090] Em um aspecto da presente invenção, são providas formas farmacêuticas que compreendem um ou mais peptídeos da presente invenção. Em uma modalidade particular, os peptídeos da presente invenção são combinados com um veículo e/ou excipiente e/ou aditivo farmaceuticamente aceitável.
[0091] As formas farmacêuticas da invenção podem ser preparadas e formuladas de acordo com os métodos convencionais, tais como divulgados, por exemplo, na British, European and United States Pharmacopeias (British pharmacopoeia. Vol. 1. London: Medicines and Healthcare Products Regulatory Agency; 2018; European pharmacopoeia. 9th ed, Strassbourg: Council of Europe: 2018; United States Pharmacopoeia, 42, National Formulary 37, 2018), Remington’s Pharmaceutical Sciences (REMINGTON, J.P., AND GENNARO, A.R. Remington's Pharmaceutical Sciences. Mack Publishing Co., 18th ed. 1990), Martindale: The Extra Pharmacopoeia (MARTINDALE, W. AND REYNOLDS, J.E.F. Martindale: The Extra Pharmacopoeia. London, The Pharmaceutical Press 31st ed, 1996) and Harry's Cosmeticology (HARRY, R. AND ROSEN, M.R. Harry's cosmeticology. Leonard Hill Books, 9th ed. 2015), Pharmaceutical technology (PRISTA, L. V. N., ALVES, A.C., MORGADO, R.M.R. Técnica Farmacêutica e Farmácia Galénica. 4th ed. Fundação Calouste Gulbenkian. Serviço de Educação e Balsas, 1996).
[0092] As formas farmacêuticas podem compreender, por exemplo, uma ou mais partes de água, tampões (por exemplo, bicarbonato de sódio, solução salina neutra tamponada de solução salina tamponada com fosfato), etanol, óleo mineral, óleo vegetal, dimetilsulfóxido, carboidratos (para exemplo, lactose, sorbitol, trealose, glicose, manose, sacarose, amida, glicerol, manitol ou dextranos), proteínas, adjuvantes (tais como estabilizadores como polímeros e ciclodextrinas), polipeptídeos ou aminoácidos (tais como His, Gly, Lys, Asp, Giu e Arg), antioxidantes (tais como ácido ascórbico, alfatocoferol, sulfitos, BHA (butilhidroxianisol), BHT (butilhidroxitolueno), agentes surfactantes (tais como detergentes não iônicos - Triton X-100, polissorbato 20, polissorbato 80, Pluronic F68, Pluronic F88, Pluronic F127, Brij 35), agentes quelantes (como EDTA e/ou glutationa) e/ou conservantes (como parabenos, ácido sórbico, imidazol ureia, compostos de amônia quaternário hidantoína, derivados fenólicos, derivados ácidos compostos halogenados).
[0093] As formas farmacêuticas podem ser formuladas para qualquer via de administração incluindo, por exemplo, administração tópica, oral nasal, retal ou parenteral. O termo parenteral, tal como utilizado neste documento, inclui injeção subcutânea, injeção intradérmica, injeção intravascular (por exemplo, intravenosa), injeção intramuscular, injeção espinhal, injeção intracraniana, injeção intratecal e injeção intraperitoneal, bem como qualquer técnica semelhante de injeção ou infusão. Em certas modalidades, as composições para uso oral são preferenciais. Essas composições incluem, por exemplo, pílulas, comprimidos, soluções, suspensões aquosas ou oleosas, pós ou grânulos dispersíveis, emulsões, cápsulas duras ou moles ou xaropes ou elixires. Entre outras modalidades, as composições farmacêuticas podem ser formuladas com um pó liofilizado.
[0094] As formas farmacêuticas destinadas ao uso oral podem compreender ainda outros componentes, tais como agentes adoçantes, agentes aromatizantes, agentes corantes e/ou agentes conservantes, a fim de fornecer preparações atraentes e saborosas.
[0095] Pills tem o princípio ativo misturado a excipientes fisiologicamente compatíveis e adequados para a fabricação de comprimidos. Tais excipientes incluem, por exemplo, diluentes inertes (por exemplo, carbonato de cálcio, carbonato de sódio, lactose, fosfato de cálcio ou fosfato de sódio), agentes de granulação e desintegração (por exemplo, amido de milho ou ácido algínico), agentes de ligação (por exemplo, amido, gelatina ou acácia) e agentes lubrificantes (por exemplo, estearato de magnésio, ácido esteárico ou talco). Pills pode ser formado usando técnicas padrão, incluindo granulação seca, compressão direta e granulação úmida. As pílulas podem não ser revestidas, ou podem ser revestidas usando técnicas conhecidas.
[0096] As formulações para uso oral também podem ser apresentadas como cápsulas gelatinosas duras em que o ingrediente ativo é misturado com um diluente sólido inerte (por exemplo, carbonato de cálcio, fosfato de cálcio, caulino, talco, lactose monoidratada, dióxido de silício coloidal, celulose microcristalina, lauril sulfato de sódio, amida glicolato de sódio) ou como cápsulas gelatinosas moles, em que o ingrediente ativo é misturado com água ou um meio oleoso (por exemplo, óleo de amendoim, vaselina líquida ou azeitona).
[0097] As suspensões aquosas contêm o(s) material(is) ativo(s) misturado(s) com excipientes adequados, tais como agentes de suspensão (por exemplo, celulose sódica, carboximetil, metilcelulose, hidroxipropilmetilcelulose, alginato de sódio, polivinilpirrolidona, goma tragacanta e goma acácia); e agentes de dispersão ou umectantes (por exemplo, fosfatídeos de ocorrência natural, como lecitina, produtos de condensação de um óxido de alquileno com ácidos graxos, como estearato de polioxietileno, produtos de condensação de óxido de etileno com álcoois alifáticos de cadeia longa, como heptadeca- etilenooxi-cetanol, produtos da condensação de óxido de etileno com ésteres parciais derivados de ácidos graxos e um hexitol, tais como mono-oleato de polioxietileno de sorbitol ou produtos da condensação de óxido de etileno com ésteres parciais derivados de ácidos graxos e anidridos de hexitol, tais como mono-oleato de polietileno sorbitano). As suspensões aquosas também podem compreender um ou mais conservantes, tais como para-Hidroxibenzoato de etil ou n-propil, um ou mais agentes corantes, um ou mais agentes aromatizantes e/ou um ou mais agentes adoçantes, tais como sacarose ou sacarina.
[0098] As suspensões oleosas podem ser formuladas por meio da suspensão do(s) ingrediente(s) ativo(s) em óleo vegetal (por exemplo, óleo de amendoim, azeite, óleo de gergelim ou óleo de coco) ou em óleo mineral, como parafina líquida. As suspensões oleosas podem conter um agente espessante, como cera de abelha, parafina dura ou álcool cetílico. Agentes adoçantes, tais como aqueles apresentados acima e/ou agentes aromatizantes podem ser adicionados para prover preparações orais saborosas. Essas suspensões podem ser preservadas por meio da adição de um antioxidante, como o ácido ascórbico.
[0099] Pós e grânulos dispersíveis adequados para a preparação de uma suspensão aquosa por meio da adição de água fornecem o ingrediente ativo em uma mistura com um agente de dispersão ou agente umectante, um agente de dispersão e um ou mais conservantes. Agentes de dispersão ou umectantes adequados são exemplificados por aqueles já mencionados acima. Excipientes adicionais, tais como agentes adoçantes, agentes aromatizantes e agentes corantes também podem estar presentes.
[00100] As formas farmacêuticas também podem ser formuladas como emulsões de água em óleo. A fase oleosa pode ser um óleo vegetal (por exemplo, óleo de coco, óleo de amêndoas, óleo de semente de uva, azeite ou óleo de amendoim), um óleo mineral (por exemplo, vaselina líquida) ou uma mistura dos mesmos. Os agentes emulsionantes adequados incluem gomas de ocorrência natural (por exemplo, goma acácia ou goma tragacanto), fosfolipídios de ocorrência natural (por exemplo, fosfatidilserina), anidridos (por exemplo, monoestearato de sorbitano) e produtos de condensação de ésteres parciais derivados de ácidos graxos e hexitol com óxido de etileno (por exemplo, monooleato de polioxietileno sorbitano). Uma emulsão também pode compreender um ou mais agentes adoçantes e/ou aromatizantes.
[00101] Os xaropes e elixires podem ser formulados com agentes adoçantes, como glicerol, propilenoglicol, sorbitol ou sacarose. Essas formulações também podem compreender um ou mais conservantes, agentes aromatizantes e/ou agentes corantes.
[00102] As formulações para administração tópica tipicamente compreendem um veículo tópico combinado com o(s) agente(s) ativo(s), com ou sem componentes opcionais adicionais. Componentes adicionais adequados e veículos tópicos são bem conhecidos na técnica e será óbvio que a escolha de um veículo dependerá da forma física e do modo de administração em particular. Os veículos tópicos incluem água; solventes orgânicos, tais como álcoois (por exemplo, etanol ou álcool isopropílico) ou glicerina; glicóis (por exemplo, butileno, isopreno ou propilenoglicol); álcoois alifáticos (por exemplo, lanolina); misturas de água e solventes orgânicos e misturas de solventes orgânicos, tais como álcool glicerinado; materiais baseados em lipídeos, tais como ácidos gordos, acilgliceróis (incluindo óleos, tais como óleo mineral e gorduras animais ou sintéticas), fosfoglicerídeos, esfingolipídeos e ceras; materiais à base de proteínas, como colágeno e gelatina; materiais à base de silicone (voláteis e não voláteis); e materiais à base de hidrocarbonetos, como microesponjas e matrizes poliméricas. Uma composição pode incluir ainda um ou mais componentes adaptados para melhorar a estabilidade ou eficácia da formulação que é aplicada, tais como agentes estabilizadores, agentes de suspensão, agentes emulsionantes, ajustadores de viscosidade, agentes gelificantes, conservantes, antioxidantes, intensificadores de penetração na pele, umectantes, e materiais de liberação sustentada. Exemplos de tais componentes são descritos em Martindale: The Extra Pharmacopoeia (MARTINDALE, W. AND REYNOLDS, J.E.F. Martindale: The Extra Pharmacopoeia, 31st ed, London, The Pharmaceutical Press. 1996) e Remington: The Science and Practice of Pharmacy, (Remington: The Science and Practice of Pharmacy, Lippincott Williams & Wilkins, Philadelphia, PA, 21st ed., 2005). As formulações podem compreender microcápsulas, tais como microcápsulas de hidroximetilcelulose ou gelatina, lipossomas, microesferas de albumina, microemulsões, nanopartículas ou nanocápsulas.
[00103] Uma formulação tópica pode ser preparada através de qualquer uma de uma variedade de formas físicas incluindo, por exemplo, sólidos, pastas, cremes, espumas, loções, géis, pós, líquidos aquosos e emulsões. A aparência física e a viscosidade de tais formas farmaceuticamente aceitáveis podem ser orientadas pela presença e quantidade de emulsionante(s) e ajustador(es) de viscosidade presentes na formulação.
[00104] Os sólidos são em geral firmes e não derramáveis e são comumente formulados como barras ou tacos ou na forma de partículas; sólidos podem ser opacos ou transparentes e podem conter opcionalmente solventes, emulsificantes, umectantes, emolientes, fragrâncias, corantes/corantes, conservantes e outros ingredientes ativos que aumentam ou intensificam a eficácia do produto final.
[00105] Cremes e loções são frequentemente semelhantes entre si, diferindo principalmente em termos de viscosidade; loções e cremes podem ser opacos, translúcidos ou transparentes e frequentemente contêm emulsificantes, solventes e agentes para ajuste de viscosidade, bem como umectantes, emolientes, fragrâncias, corantes/corantes, conservantes e outros ingredientes ativos que melhoram ou aumentam a eficácia de o produto final.
[00106] Os géis podem ser preparados com uma série de viscosidades, desde espessos com alta viscosidade até finos com baixa viscosidade. Essas formulações, assim como as de loções e cremes, também podem conter solventes, emulsificantes, umectantes, emolientes, fragrâncias, corantes/tintas, conservantes e outros princípios ativos que potencializam ou aumentam a eficácia do produto final.
[00107] Os líquidos são mais finos que cremes, loções ou géis e frequentemente não contêm emulsificantes. Produtos tópicos líquidos frequentemente contêm solventes, emulsificantes, umectantes, emolientes, fragrâncias, corantes/tintas, conservantes e outros princípios ativos que potencializam ou aumentam a eficácia do produto final.
[00108] Emulsionantes adequados para uso em formulações tópicas incluem, sem limitações, emulsificantes iônicos, álcool ceteralílico, emulsificantes não iônicos, como polioxietileno oleil éter, estearato de PEG-
40, álcool cetearílico, como ceteareth-12, ceteareth-20, ceteareth-30, Estearato de PEG-100 e estearato de glicerila.
Os agentes adequados para o ajuste da viscosidade incluem, sem limitação, coloides protetores de gomas não iônicas, tais como hidroxietilcelulose, goma xantana, silicato de alumínio e magnésio, sílica, cera microcristalina, cera de abelha, parafina e palmitato de cetila.
Uma composição de gel pode ser formada por meio da adição de um agente gelificante, tal como quitosano, metilcelulose, etilcelulose, álcool polivinílico, poliquatérnios, hidroxietilcelulose, hidroxipropilcelulose, hidroxipropilmetilcelulose, carbômero ou glicirrizinato com amônia.
Os surfactantes adequados incluem, sem limitações, surfactantes não iônicos, surfactantes anfotéricos, surfactantes iônicos e surfactantes aniônicos.
Por exemplo, um ou mais dentre copoliol de dimeticona, polissorbato 20, polissorbato 40, polissorbato 60, polissorbato 80, lauramida DEA, cocamida DEA e cocamida MEA, oleil betaína, cloreto de cocamidopropil fosfatidil PG-diamônio e lauril sulfato de amônio podem ser usados em formulações tópicas.
Conservantes adequados incluem, sem limitações, antimicrobianos, tais como metilparabeno, propilparabeno, ácido sórbico, ácido benzoico e formaldeído, bem como estabilizadores físicos e antioxidantes, como vitamina E, ácido ascórbico e galato de propil.
Os umectantes adequados incluem, sem limitações, ácido lático e outros hidroxiácidos e seus sais, glicerina, propilenoglicol e butilenoglicol.
Emolientes adequados incluem derivados de lanolina, vaselina, neopentanoato de isoestearila e óleos minerais.
Fragrâncias e corantes adequados incluem, sem limitações, FD&C Vermelho No. 40 e FD&C Amarelo No. 5. Outros ingredientes adicionais adequados que podem ser usados topicamente incluem, sem limitações, abrasivos, absorventes, agentes antiespuma, agentes antiestáticos, adstringentes (por exemplo, hamamelis, álcool e extratos de ervas, como extrato de camomila), ligantes/excipientes, agentes tamponantes, agentes quelantes, agentes formadores de filme, agentes condicionantes, propelentes, agentes opacificantes, reguladores de pH e protetores.
[00109] Dentre as formulações para uso tópico, pode-se ainda destacar excipientes promotores de permeação cutânea que podem funcionar para aumentar a liberação do composto na superfície da pele, através do estrato córneo, em um sistema transdérmico. Os principais promotores de permeação usados na liberação de produtos farmacêuticos incluem álcoois, glicóis e glicerídeos, tais como etanol, propilenoglicol, etoxidiglicol, 1-decanol, 2-(2-etoxietoxi)etanol; ácidos graxos e ésteres, como ácido palmítico, ácido cáprico, ácido oleico, ácido mirístico ou ácido láurico (KANIKKANNAN, N. K., KANDIMALLA, K., LAMBA, S.S., SINGH, M. Structure-Activity Relationship of Chemical Penetration Enhancers in Transdermal Drug Delivery. Current Medicinal Chemistry, 7 (6): 593-608. 2000; JAVADZADEH Y., ADIBKIA K., HAMISHEKAR H. Transcutol® (Diethylene Glicol Monoethyl Ether): A Potential Penetration Enhancer. In: Dragicevic N., Maibach H, (eds) Percutaneous Penetration Enhancers Chemical Methods in Penetration Enhancement. Springer. Berlin, Heidelberg, 2015.); sulfóxidos, tais como dimetilsulfóxido e dimetilformamida (WIECHERS, JW E DE ZEEUW, RA Transdermal drug delivery: efficacy and potential applications of the penetration enhancer Azone. Drug Des Dellv. (2): 87-100. 1990); fosfolipídeos, tais como fosfatidilglicerol, fosfatidilcolina e fosfatidiletanolamina; ciclodextrinas (a- ciclodextrina, 13-ciclodextrina e y-ciclodextrina); acetato de dodecil-N,N- dimetilamino (DDAA); polímeros, tais como já aqui citados anteriormente; pequenos peptídeos, como, por exemplo, ACSSSPSKHCG, e enzimas digestivas, como tripsina, papaína, bromelaína (MAGNUSSON, B. M. and RUNN, P. Effect of Penetration Enhancers on the Permeation of the Thyrotropin Releasing Hormone Analogue PGiu-3-Methyl- His-Pro Amide through Human Epidermis. International Journal of Pharmaceutics. 178(2): 149-59. 1999; HOU, Y.W., CHAN, M.H., HSU, H.R., LIU, B.R., CHEN, C.P., CHEN, H.H., LEE, H.J. Transdermal Delivery of Proteins Mediated by Non-
Covalently Associated Arginine-Rich Intracellular Delivery Peptides. Experimental Dermatology, 16(12): 999-1006. 2007; LANE, M. E. Skin penetration enhancers. Int J Pharm. 15;447(1-2):12-21. 2013. Outras vias para intensificadores de permeação compreendem métodos físicos, como iontoforese (RAIMAN, J., KOLJONEN, M., HUIKKO, K. KOSTIANEN, R., HIRVONEN, J. Delivery and Stability of LHRH and Nafarelin in Human Skin: The Effect of Constant/Pulsed Iontophoresis. European Journal of Pharmaceutical Sciences: Official Journal of the European Federation for Pharmaceutical Sciences, 21 (2-3): 371-77.2004), eletroporação (WANG, Y., TRAKUR, R., FAN, Q., MICHNIAK, B. Transdermal Iontophoresis: Combination Strategies to Improve Transdermal lontophoretic Drug Delivery. European Journal of Pharmaceutics and Biopharmaceutics: Official Journal of Arbeitsgemeinschaft Fur Pharmazeutische Verfahrenstechnik, 60 (2): 17991. 2005) e, E.J., WERNER, J., SMITH, NB Ultrasound Mediated Transdermal Insulin Delivery in Pigs Using a Lightweight Transducer. Pharmaceutical Research, 24 (7): 1396-1401. 2007).
[00110] Os modos típicos de administração de composições tópicas para uso externo incluem a aplicação direta do produto usando as mãos com o uso de luvas; ou aplicação indireta usando um aplicador físico, como uma espátula, uma seringa doseadora, uma regra de dosagem, adesivo ou bastão; pulverização (incluindo pulverização por névoa, aerossol ou espuma): uso de saquetas de dose única de 1 ml; aplicação com contador de queda; dispersão e enxágue. Outra forma de indicação para uso tópico é a inalação, ou aplicação em outros tecidos da pele, como colírios aplicados no tecido conjuntivo ou soluções otológicas para aplicação auricular.
[00111] Estas formulações de inalador, em uma forma exemplar, incluem formas gasosas em aerossol (usando um propelente convencional, por exemplo, diclorofluorometano ou triclorofluorometano), ou particulados na forma de secagem por pulverização e emulsões, soluções ou suspensões para líquidos inalados por nebulização. Além disso, podemos exemplificar uma forma farmacêutica por via oftálmica ou conjuntival, cremes frios, pós-reconstituídos, colírios em suspensões isotônicas ou suspensões estéreis dispensadas por um conta gotas, e por via otológica, cremes frios ou formas farmacêuticas isotônicas líquidas também dispensadas um dispensador de gotas.
[00112] Em um modo exemplar, no entanto, sem limitar as formulações possíveis, os peptídeos da presente invenção podem ser formulados em composições de a-ciclodextrina, hidroxietilcelulose, PEG6000, PEG400, hidroxipropil 13-ciclodextrina, emulsionante e polissorbato estabilizador 20 (tween 20) ou 80 (tween 80).
[00113] Uma forma farmacêutica pode ser preparada como uma suspensão aquosa ou oleosa injetável estéril. O(s) composto(s) provido(s) neste documento, dependendo do veículo e da concentração usada, pode ser suspenso ou dissolvido em tal composição pode ser formulado de acordo com a técnica conhecida usando agentes de dispersão, agentes umectantes e/ou agentes de suspensão adequados, tais como aqueles mencionado acima. Entre os veículos e solventes aceitáveis que podem ser empregados estão água, 1,3-butanodiol, solução de Ringer e solução isotônica de cloreto de sódio, citrato de sódio e excipientes que podem incluir adjuvantes, como complexos de inclusão com ciclodextrinas, ou sistemas de liberação, como nanoemulsões, nanossuspensões, microemulsões, micelas poliméricas, lipossomas, niossomas, transfersomes e etossomos (MELKAMU, G., WOHLRAB, J„ NEUBERT, R.H. Dermal Delivery of Desmopressin Acetate Using Colloidal Carrier Systems. The Journal of Pharmacy and Pharmacology, 57(4):423-27. 2005; GOEBEL, A. S. B., SCHMAUS, G., NEUBERT, R.H., WOHLRAB, J. Dermal Peptide Delivery Using Enhancer Molecules and Colloidal Carrier Systems--Part 1: Carnosine. Skin Pharmacology and Physiology, 25(6):281 -87. 2012;
MANOSROI, A., KHANRIN, P„ LOHCHAROENKAL, W., WERNER, R.G., GOTZ, F., MANOSROI, W., MANOSROI, J. Transdermal Absorption Enhancement through Rat Skin of Gallidermin Loaded in Niosomes. International Journal of Pharmaceutics, 392(1-2): 304-10. 2010; EL MAGHRABY, G. M., WILLIAMS, A.C., BARRY, B.W. Skin Delivery of Oestradiol from Deformable and Traditional Liposomes: Mechanistic Studies. The Journal of Pharmacy and Pharmacology, 51 (10): 1123-34. 1999; DAYAN, N., and E. TOUITOU. Carriers for Skin Delivery of Trihexyphenidyl HCI: Ethosomes vs. Liposomes. Biomaterials, 21 (18): 1879-85. 2000).
[00114] Além disso, óleos fixos estéreis podem ser empregados como um solvente ou meio de suspensão. Para esse propósito, qualquer óleo fixo macio pode ser usado, incluindo monoglicerídeos sintéticos ou diglicerídeos sintéticos. Além disso, os ácidos graxos, como o ácido oleico, são úteis na preparação de composições injetáveis e adjuvantes, como os anestésicos locais, conservantes e/ou agentes tampão podem ser dissolvidos no veículo.
[00115] As formas farmacêuticas também podem ser formuladas como supositórios (por exemplo, para administração retal). Essas composições podem ser preparadas misturando a droga com um excipiente não irritante adequado que é sólido à temperatura ambiente, mas se torna líquido à temperatura retal e, portanto, se dissolverá no reto para liberar a droga.
[00116] As formas farmacêuticas podem ser formuladas para serem liberadas a uma taxa predeterminada. Uma liberação instantânea pode ser obtida, por exemplo, via administração sublingual (isto é, administração pela boca de tal maneira que o(s) ingrediente(s) ativo(s) é/são rapidamente absorvido(s) através dos vasos sanguíneos do plexo sublingual).
[00117] As formulações com uma liberação controlada (isto é, formulações como uma cápsula, pílula ou mesa revestida que diminui e/ou retarda a liberação do(s) ingrediente(s) ativo(s) após a administração) podem ser administradas, por exemplo, por via oral, retal ou subcutânea ou através um implante em um local alvo. Em geral, uma formulação com liberação controlada pode ser obtida por meio da combinação do(s) ingrediente(s) ativo(s) com um material de matriz que, por si só, altera a taxa de liberação e/ou através da utilização de um revestimento com liberação controlada, que retarda a desintegração e absorção no trato intestinal (ou localização do implante) e, portanto, fornece uma ação retardada ou sustentada durante um período mais longo. Um tal tipo de formulação com uma liberação controlada é uma formulação com liberação sustentada, em que pelo menos um ingrediente ativo é continuamente liberado durante um período de tempo a uma taxa constante. Preferencialmente, o agente terapêutico é liberado a uma taxa tal que as concentrações no sangue (por exemplo, plasma) são mantidas dentro da gama terapêutica, porém abaixo dos níveis tóxicos, durante um período de tempo que é de pelo menos 4 horas, de preferência em pelo menos 8 horas, e mais preferencialmente pelo menos 12 horas. Essas formulações podem, em geral, ser preparadas usando tecnologias bem conhecidas. Os veículos para uso em tais formulações são biocompatíveis e também podem ser biodegradáveis. Preferencialmente, uma formulação fornece um nível constante de liberação do modulador. A quantidade de modulador contida em uma formulação com liberação sustentada depende, por exemplo, da localização do implante, da liberação esperada, da taxa e da duração e da natureza da condição a ser tratada ou evitada.
[00118] A taxa de liberação pode ser variada usando métodos bem conhecidos na técnica, incluindo (a) variação da espessura da composição do revestimento, (b) alteração da quantidade ou modo de adição de plastificante em um revestimento, (c) inclusão de ingredientes adicionais, tais como agentes que modificam a liberação, (d) alteração da composição, tamanho de partícula ou formato de partícula da matriz e (e) provisão de uma ou mais passagens através do revestimento. A quantidade de modulador contida em uma formulação de liberação sustentada depende, por exemplo, do método de administração (por exemplo, a localização do implante), a taxa e a duração da liberação que é esperada e a natureza da condição a ser tratada ou impedido.
[00119] O material da matriz, que por si só pode ou não servir a uma função de liberação controlada, é geralmente qualquer material que suporta o(s) ingrediente(s) ativo(s). Por exemplo, pode ser utilizado um material tal como monoestearato de gliceril ou diesterato de gliceril. Ingrediente(s) ativo(s) podem ser combinados com o material da matriz antes da formação da forma de dosagem (por exemplo, um comprimido). Alternativamente, ou além disso, o(s) ingrediente(s) ativo(s) podem ser revestidos na superfície de uma partícula, grânulo, esfera, microesfera, glóbulo ou pélete que compreende o material da matriz. Tal revestimento pode ser obtido por meios convencionais, tais como através da dissolução do(s) ingrediente(s) ativo(s) em outro ou outro solvente adequado e pulverização. Opcionalmente, ingredientes extras são adicionados antes do revestimento (por exemplo, para auxiliar na ligação do(s) ingrediente(s) ativo(s) ao material da matriz). A matriz pode então ser revestida com um agente de barreira antes da aplicação do revestimento de liberação controlada. Múltiplas unidades de matriz revestida podem, se desejado, ser encapsuladas para gerar a forma de dosagem final.
[00120] O revestimento de liberação controlada pode ser um filme, contínuo e uniforme, capaz de suportar pigmentos e outros aditivos, atóxicos, inertes e desprovidos de aderência. Os revestimentos que regulam a liberação do modulador incluem revestimentos independentes ou dependentes de pH, que podem ser usados para liberar o modulador no estômago e revestimentos entéricos (que permitem que a formulação passe intacta através do estômago, e no intestino delgado o revestimento se dissolve e o conteúdo é absorvido pelo corpo). Os revestimentos dependentes do pH incluem, por exemplo, goma laca, acetato celulose ftalato, acetato ftalato de polivinila, metil hidroxipropil celulose ftalato, copolímeros de um éster de ácido metacrílico e zeína.
[00121] Em certas modalidades, o revestimento é um material hidrofóbico, preferencialmente usado em uma quantidade eficaz para reduzir a hidratação do agente gelificante após a administração. Os materiais hidrofóbicos adequados incluem alquilceluloses (por exemplo, etilcelulose ou éteres de carboximetilcelulose), éteres de celulose, ésteres de celulose, polímeros acrílicos (por exemplo, ácido (poli) acrílico, ácido (poli) metacrílico, copolímeros de ácido acrílico e ácido metacrílico, copolímeros de metacrilato de metila, metacrilato de etoxietil, copolímero de alcamida/ácido metacrílico, (poli) metacrilato de metila, poliacrilamida, copolímero de metacrilato de amônio, copolímero de metacrilato de aminoalquil, (poli) metacrilato de ácido metacrílico e suas misturas de copolímero de ácido metacrílico e glicidil metacrilato.
[00122] As dispersões aquosas representativas da etilcelulose incluem, por exemplo, AQUACOAT® (FMC Corp., Philadelphia, PA) e SURELEASE® (Colorcon, Inc., West Point, PA), sendo ambos aplicáveis ao substrato de acordo com as instruções do fabricante. Os polímeros acrílicos representativos incluem, por exemplo, os vários polímeros EUDRAGIT® (Rohm America, Piscataway, NJ), que podem estar sozinhos ou em combinação, dependendo do perfil de liberação desejado.
[00123] As propriedades físicas dos revestimentos que compreendem uma dispersão aquosa de material hidrofóbico podem ser melhoradas por meio da adição de um ou mais plastificantes. Os plastificantes adequados para alquilceluloses incluem, por exemplo, dibutil sebacato, dietil ftalato, trietil citrato, tributil citrato e triacetina. Plastificantes adequados para polímeros acrílicos incluem, por exemplo, ésteres de ácido cítrico, tais como citrato de trietil e citrato de tributil, ftalato de dibutil, polietilenoglicóis, propilenoglicol, ftalato de dietil, planta de óleo de rícino e triacetina.
[00124] Os revestimentos de libertação controlada são geralmente aplicados usando técnicas convencionais, tais como por meio de pulverização na forma de uma dispersão aquosa. Se desejado, o revestimento pode compreender poros ou canais para facilitar a liberação do ingrediente ativo. Poros e canais podem ser gerados usando métodos bem conhecidos, incluindo a adição de um material orgânico ou inorgânico que é dissolvido, extraído ou liberado do revestimento no ambiente de uso. Alguns desses materiais de formação de poros incluem polímeros hidrofílicos, tais como hidroxialquil celuloses (por exemplo, hidroxipropilmetilcelulose), éteres de celulose, polímeros sintéticos solúveis em água (por exemplo, polivinilpirrolidona, polivinilpirrolidona reticulada e óxido de polietileno), solúvel em água polidextrose, sacarídeos e polissacarídeos e sais de metais alcalinos.
[00125] A quantidade de ingrediente ativo que pode ser combinada com os materiais do veículo para produzir uma dose unitária irá variar dependendo, por exemplo, do paciente que está sendo tratado, do modo de administração em particular e de quaisquer outras drogas coadministradas. As unidades de dosagem geralmente contêm entre cerca de 5 fjg a cerca de 2 g do ingrediente ativo. As dosagens ótimas podem ser estabelecidas usando testes e procedimentos de rotina que são bem conhecidos na técnica.
[00126] Em um aspecto da presente invenção, as composições podem compreender, além de um ou mais peptídeos modulares de tônus de músculo liso da presente invenção, um ou mais ingredientes ativos adicionais que incluem, sem limitações, por exemplo, analgésicos, anti- inflamatórios agentes, agentes anti-helmínticos, agentes antiarritmia, antibióticos, anticoagulantes, agentes trombolíticos, diuréticos,
antidepressivos, agentes antidiabéticos, agentes antiepilépticos, agentes anti-histamínicos, agentes anti-hipertensivos, agentes antimuscarínicos, agentes antimicobacterianos, agentes antineoplásicos, imunossupressores, imunomoduladores, agentes antivirais, sedativos ansiolíticos (hipnóticos e neurolépticos), bloqueadores beta-adrenoreceptores, hemoderivados e substitutos, agentes inotrópicos, agentes cardíacos, corticosteroides, supressores de tosse (expectorantes e agentes mucolépticos), diuréticos, dopaminérgicos (agentes antiparkinsonianos), agentes hemostáticos, agentes imunológicos, agentes reguladores de lipídios, relaxantes musculares, parassimpaticomiméticos, prostaglandinas, leucotrieno, broncodilatadores, hormônios sexuais (incluindo esteroides), agentes antialérgicos, agentes simpaticomiméticos, vasodilatadores, agentes procinéticos, agentes antieméticos, agentes quimioterápicos e xantinas.
[00127] Em algumas modalidades, a invenção compreende o uso de peptídeos moduladores do tônus do músculo liso para o tratamento de doenças que se beneficiam da modulação da contratilidade do músculo liso, incluindo, mas não se limitando a: disfunção erétil (ED), disfunção sexual feminina (FSD), hiperplasia benigna da próstata (BPH), síndrome de Raynaud, hipertensão arterial pulmonar (PAH), hipertensão arterial sistêmica (SAH) e hiper-reatividade das vias aéreas associada à asma, COPD, fibrose pulmonar, silicose, aspergilose broncopulmonar alérgica, angioedema hereditário e neonatal insuficiência respiratória hipoxêmica.
[00128] Por exemplo, um método de preparação de uma composição farmacêutica compreende a introdução de um excipiente farmaceuticamente aceitável qualquer um de mais peptídeos acima de uma quantidade suficiente para o tratamento de um distúrbio em que a modulação do tônus do músculo liso é benéfica.
[00129] Em algumas modalidades, o distúrbio é selecionado a partir do grupo que consiste em disfunção erétil (ED), disfunção sexual feminina (FSD), hiperplasia prostática benigna (BPH), síndrome de
Raynaud, hipertensão arterial pulmonar (PAH), hipertensão arterial sistêmica (SAH) e hiper-reatividade das vias aéreas relacionada à asma, COPD, fibrose pulmonar, silicose, aspergilose broncopulmonar alérgica, angioedema hereditário e insuficiência respiratória hipoxêmica neonatal.
[00130] Em algumas modalidades, o peptídeo tem uma sequência de aminoácidos de SEQ ID NO: 17, SEQ ID NO: 18, SEQ ID NO: 19, SEQ ID NO: 20, SEQ ID NO: 22, SEQ ID NO: 23 ou SEQ ID NO: 24 e ainda em que o distúrbio é PAH. V- Aplicação dos peptídeos moduladores do tônus do músculo liso
[00131] Os peptídeos moduladores do tônus do músculo liso da presente invenção podem ser usados no tratamento de doenças que se beneficiam da modulação dos músculos do tônus liso. Num aspecto particular, os peptídeos da presente invenção são aplicáveis ao tratamento de doenças em que existe um desequilíbrio, permanente ou transitório, do tônus do músculo liso.
[00132] Em algumas modalidades, um método para tratar um distúrbio em um paciente em necessidade de modulação do tônus do músculo liso compreende a administração ao paciente de uma quantidade terapeuticamente eficaz de qualquer um ou mais peptídeos acima.
[00133] Em algumas modalidades, o distúrbio é selecionado a partir do grupo que consiste em disfunção erétil (ED), disfunção sexual feminina (FSD), hiperplasia prostática benigna (BPH), síndrome de Raynaud, hipertensão arterial pulmonar (PAH), hipertensão arterial sistêmica (SAH) e hiper-reatividade das vias aéreas associadas à asma, COPD, fibrose pulmonar, silicose, aspergilose broncopulmonar alérgica, angioedema hereditário e insuficiência respiratória hipoxêmica neonatal.
[00134] Em algumas modalidades, o peptídeo tem uma sequência de aminoácidos de SEQ ID NO: 17, SEQ ID NO: 18, SEQ ID NO: 19, SEQ ID NO: 20, SEQ ID NO: 22, SEQ ID NO: 23 ou SEQ ID NO: 24 e ainda em que o distúrbio é PAH.
[00135] As condições clínicas que se seguem exemplificam, de forma não exaustiva, as possíveis aplicações terapêuticas dos peptídeos em questão.
[00136] A) ED: O relaxamento dos músculos lisos do corpo cavernoso do pênis é um evento comum nos mecanismos de ação das classes farmacológicas mais aplicadas no tratamento da ED. Por exemplo, o PDE5i (por exemplo, sildenafil e tadalafil) evita a degradação do monofosfato de guanosina cíclico (cGMP) produzido pela guanilato ciclase mediante ativação por NO e aumenta o relaxamento do corpo cavernoso do pênis, promovendo ou potencializando a ereção. No entanto, a PDE5I requer um estímulo capaz de induzir a liberação de NO do nervo peniano e do endotélio dos vasos locais. Portanto, PDE5I são ineficazes em pacientes com lesões nervosas ou endoteliais, como aqueles com hipertensão, diabetes ou aqueles que foram submetidos a prostatectomia com comprometimento nervoso adicional (SHAMLOUL, R.; GHANEM, H. Erectile dysfunction. The Lancet, 381(9861): 153-165, 2013). Os peptídeos da presente invenção promovem o relaxamento dos tecidos do músculo liso, mesmo na presença de nervos ou lesão endotelial. Portanto, os ditos peptídeos podem ser totalmente aplicáveis ao tratamento de ED, incluindo os fenótipos resistentes a PDE5I. Além disso, o mecanismo de ação dos peptídeos moduladores do tônus do músculo liso favorece a ação sinérgica com PDE5i, permitindo a coadministração clínica
[00137] B) FSD: A FSD pode estar relacionada a danos vasculares na rede arterial que permeia a vagina e o clitóris, este último constituindo uma estrutura fundamental para a promoção do orgasmo feminino. Devido à semelhança anatômica com o pênis, sabe-se que o clitóris também tumesce em resposta a estímulos sexuais por meio de mecanismos dependentes de NO (PARK, K., GOLDSTEIN, 1., ANDRY, C., SIROKY, M.B., KRANE, R.J., AZADZOI, K.M. Vasculogenic female sexual dysfunction: the hemodynamic basis for vaginal engorgement insufficiency and clitoral erectile insufficiency. International Journal of Impotence Research, 9, 27-38, 1997). Além disso, a vasodilatação e o consequente aumento do fluxo sanguíneo local favorecem a lubrificação e a percepção de prazer (VELTEN, J., CHIVERS, ML, BROTTO, LA Does Repeated Testing Impact Concordance Entre Genital e Self Reported Sexual Excitation in Women? Archives of Sexual Behavior. 47 (3): 1-10. 2018). Assim, os peptídeos da presente invenção podem ser usados no tratamento de FSD.
[00138] C) BPH: O aumento da próstata que caracteriza a BPH provoca um aumento da pressão dentro da uretra, dificultando a saída da urina. Eventualmente, a obstrução urinária é total, causando o evento de Retenção Urinária Aguda, uma complicação aguda da BPH. O tratamento da Retenção Urinária Aguda também se baseia em mecanismos de ação capazes de provocar o relaxamento da musculatura lisa uretral, reduzindo assim a pressão intra-uretral (THOMAS, K., CHOW, K., KIRBY, R.S. Acute urinary retention: a review of the aetiology and management. Prostate cancer and prostatic diseases, 7(1): 32. 2004). Tendo em vista a atividade dos peptídeos da presente invenção nos músculos lisos, espera-se que eles possam ser aplicados ao tratamento de BPH.
[00139] D) PAH: A PAH é uma doença cardiopulmonar crônica grave rara, causada por proliferação celular e fibrose das pequenas artérias pulmonares, com particular hiperplasia e hipertrofia das células musculares lisas. Como resultado de alterações estruturais, a PAH é clinicamente identificada por aumento progressivo da resistência vascular pulmonar. As opções terapêuticas atuais para PAH visam essencialmente três vias de sinalização: prostaciclina, endotheiína-1 e NO. Todas essas classes farmacológicas regulam o tônus vasomotor, promovendo relaxamento dos vasos e redução da resistência vascular (LAU. E.M.T., GIANNOULATOU, E., CELERMAJER, D.S., HUMBERT, M. Epidemiology and treatment of pulmonary arterial hypertension. Nature Reviews
Cardiology, 14(10):603-614. 2017). A PAH foi subdividida pela Organização Mundial da Saúde em cinco grupos de acordo com sua etiologia. O maior grupo é o grupo 1 de PAH, que compreende PAH idiopática (iPAH), PAH hereditária, PAH induzida por drogas e toxinas, PAH associada a outras doenças e hipertensão pulmonar persistente do recém-nascido (PPHN). Dentre esses, o iPAH tem a maior incidência. (CHESTER, AH., YACOUB, M.H., MONCADA, S. Nitric oxide and pulmonary arterial hypertension. Global Cardiology Science and Practice, 14. 2017). Já foi demonstrado que a PAH está associada a forte inflamação sistêmica, com pacientes apresentando níveis elevados de citocinas inflamatórias circulantes, incluindo IL-1, IL-6, IL-8, TNF-a, entre outros (PRICE, L.C., WORT, S.J., PERROS, F„ DORFMOLLER, P., HUERTAS, A, MONTANI, D., COHEN- KAMINSKY, S., HUMBERT, M. Inflammation in pulmonary arterial hypertension. CHEST, 141(1):210-221. 2012). Os peptídeos da presente invenção podem ser utilizados para o tratamento de PAH uma vez que são capazes de promover a vasodilatação das artérias pulmonares, reduzir a pressão da artéria pulmonar, melhorar as alterações cardiovasculares secundárias relacionadas com PAH e reduzir a inflamação.
[00140] E) SAH: o aumento patológico da pressão arterial resulta na desregulação da desregulamentação do débito cardíaco e/ou da resistência vascular periférica T. As abordagens terapêuticas atualmente disponíveis visam um ou ambos os componentes da pressão arterial. Diferentes classes farmacológicas são empregadas para reduzir a resistência periférica, porém grande parte delas promove o relaxamento da musculatura lisa dos vasos ou bloqueia a ação de estímulos contráteis (por exemplo, aqueles emitidos pelo ANS simpático) (vide GOODMAN, L.S. and GILMAN, A Goodman & Gilman's pharmacological basis of therapeutics. New York: McGraw-Hill, p. 846, 2006). Os peptídeos moduladores do tônus do músculo liso descritos na presente invenção são capazes de relaxar as estruturas vasculares e melhorar as características cardiovasculares secundárias à hipertensão e, portanto, podem ser úteis no tratamento da SAH.
[00141] F) Síndrome de Raynaud: a fisiopatologia da doença é caracterizada por espasmos isquêmicos na extremidade das mãos, desencadeados por frio ou estresse emocional. O tratamento sugerido é baseado na reversão da vasoconstrição local, com aplicação tópica de substâncias vasodilatadoras como nitratos, PDE5i, bloqueadores dos canais de cálcio e prostaglandinas (BAUMHAKEL, M., BOHM M. Recent achievements in the management of Raynaud's phenomenon. Vase Health Risk Manag. 6: 207-214. 2010). Portanto, os peptídeos da presente invenção, que são capazes de promover o relaxamento da musculatura lisa e subsequente vasodilatação, podem ser aplicados na prevenção e tratamento da doença de Raynaud.
[00142] G) Hiperreactividade das vias aéreas: A expressão “hiperreactividade” denota um aumento da contração das vias aéreas diante de um estímulo constritor. Esse fenômeno é comum em diversas doenças do aparelho respiratório, entre as quais podem ser destacadas asma, CORD, bronquite, rinite alérgica, entre outras. A hiperreatividade das vias aéreas é mediada pelo tecido muscular mole que reveste as vias aéreas superiores e se estende até os bronquíolos. O tratamento envolve o controle assintomático dos processos inflamatórios que levam à hiperreatividade das vias aéreas, porém, a recuperação das crises é realizada com broncodilatadores, que promovem o relaxamento da musculatura lisa adjacente (vide BRAMAN, S.S., BARROWS, A.A., DECOTIIS, B.A., SETTIPANE, G.A., CORRAO, W.M. Airway hyperresponsiveness. In allergic rhinitis: a risk factor for asthma. Chest, 91(5): 671-674. 1987; POSTMA, D. S., and KERTJENS, H. A M. Characteristics of airway hyperresponsiveness in asthma and chronic obstructive pulmonary disease. American journal of respiratory and critical care medicine,158(supplement_2): S187-192, 1998; INMAN, M. D. Airway hyperresponsiveness. CHEST Journal, 123(3): 411S-416S. 2003). Os peptídeos da presente invenção reverteram a contração das vias aéreas induzida por um estímulo espasmódico, sem desencadear uma resposta inflamatória e, assim, tais substâncias podem ser utilizadas para tratar, pelo menos, a sintomatologia de doenças do sistema respiratório com um componente inflamatório, exemplos dos quais são asma e COPD.
[00143] H) Doenças Intersticiais Pulmonares (Fibrose Pulmonar): A fibrose pulmonar é um dos subtipos de doença pulmonar intersticial. Essas doenças são caracterizadas por fibroproliferação intensa em consequência de uma lesão pulmonar que é seguida por um processo inflamatório, e então a fibroproliferação e fibrose mencionadas (REYNOLDS, H.Y. GAIL, D.B., KILEY, J.P. Interstitial pulmonary disease - where we started from and are now going. Sarcoidosis Vase. Diffuse Pulm. Dis., 22(1):5-12). É descrito no estado da técnica que um aumento na expressão de iNOS é observado na patogênese da doença e considerado um importante marcador de progressão da doença (2005; HSU Y.C., WANG, L.F., CHIEN, Y.W. Nitric oxide in the pathogenesis of diffuse pulmonary fibrosis. Free Radio Bioi Med, 42(5):599-607, 2007). Dados posteriores usando camundongos nocaute para as três isoformas de NOS e submetidos a tratamento com bleomicina, uma forma experimental de indução de fibrose pulmonar em animais, descobriram que camundongos nocaute para as três isoformas têm pior prognóstico do que animais saudáveis, portanto, as composições de peptídeos da presente invenção têm o potencial de agir sobre a inflamação subjacente e fatores atualmente desconhecidos, sendo um candidato para uso no tratamento da fibrose pulmonar (NOGUCHI, S., YATERA, K, WANG, K.Y., ODA, K., AKATA, K, YAMASAKI, K, KAWANAMI, T., ISHIMOTO, H, TOYOSHIRA, Y„ SHIMOKAWA, H, YANAGIHARA, N., TSUTSUI, M., MUKAE, H. Nitric oxide exerts protective effects against bleomycin-induced pulmonary fibrosis in mice. Respir Res, 15(1); 92; 2014).
[00144] I) Silicose: A exposição ocupacional ao pó de sílica cristalina pode resultar em silicose, uma doença pulmonar crônica. Uma vez que as partículas de sílica são inaladas, elas desencadeiam inflamação persistente dos alvéolos e fibrose pulmonar (THAKUR A S., BEAMER C. A, MIGLIACCIO C. T, HOLIANA Critical of MARCO on crystalline silica- induced pulmonary inflammation. Toxicol. Sci. (108): 462-471; 2009). As partículas de sílica induzem a ativação de macrófagos, resultando no aumento do recrutamento de neutrófilos, linfócitos e fibroblastos, a causa da fibrose resultante. No momento em que este artigo foi escrito, não havia tratamento eficaz para tratar a fibrose pulmonar ou alterar o curso progressivo da doença (GREENBERG M. 1. WAKSMAN J., CURTIS J. (2007). Silicosis: a review. Dis. Mon. (53):394-416; 2007: LEUNG, C.C., YU, I.T., CHEN, W. Silicosis. Lancet, 379(9830):2008-2018; 2012; CARNEIRO, P.J., CLEVELARIO, AL., PADILHA, G.A, SILVA, J.D., KITOKO, J.Z., OLSEN, P.C., CAPELOZZI, V.L., ROCCO, P.R., CRUZ, F.F. Bosutinib Therapy Ameliorates Lung Inflammation and Fibrosis in Experimental Silicosis. Front Physiol. 2017 Mar 15; 8:159. 2017). O efeito broncodilatador da presente invenção, secundário ao relaxamento das células musculares lisas em anéis traqueais, é útil para pacientes sintomáticos com obstrução ao fluxo de ar, sem causar um aumento na inflamação do tecido pulmonar.
[00145] J) Aspergilose broncopulmonar alérgica (ABPA): ABPA é um distúrbio pulmonar caracterizado por uma reação de hipersensibilidade a Aspergillus fumigatus em pacientes com asma e fibrose cística. Apresenta-se com asma não controlada e infiltrados pulmonares recorrentes, levando a sibilos, hemoptise, tosse produtiva, febre baixa, perda de peso, mal-estar e fadiga (AGARWAL, R. CHAKRABARTI, A., SHAH, A, GUPTA, D, MEIS, J.F., GULERIA, R, MOSS, R., DENNING, D. W., and For the ABPA complicating asthma ISHAM working group. Allergic bronchopulmonary aspergillosis: review of literature and proposal of new diagnostic and classification criteria. Clinical Et
Experimental Allergy, (43):850-873, 2013). Em pacientes com fibrose cística que têm alto risco de também desenvolver ABPA, o óxido nítrico exalado é menor do que em pacientes com baixo risco, sugerindo que a iNOS é regulada negativamente pela toxina de Aspergillus (LIM, A.Y., CHAMBERS, D.C., AYRES, J.G., STABLEFORTH, D.E., HONEYBOURNE, D. Exhaled nitric oxide in cystic fibrosis patients with allergic bronchopulmonary aspergillosis. Respir Med. 97(4):331-6, 2003). Além disso, o efeito broncodilatador da presente invenção, secundário ao relaxamento das células do músculo liso em anéis traqueais é útil para pacientes com obstrução ao fluxo de ar, sem causar um aumento na inflamação do tecido pulmonar.
[00146] L) Insuficiência respiratória hipoxêmica neonatal: esta é uma condição neonatal que poderia se beneficiar da presente invenção. A hipertensão pulmonar persistente do recém-nascido (PPHN) é uma falha na adaptação vascular pulmonar normal ao nascimento ou logo após, resultando em alta resistência vascular pulmonar. As terapias para PPHN visam diminuir a resistência vascular pulmonar, com diferentes modalidades de respiradores mecânicos sendo empregados para esse fim. Em caso de falha, vasodilatadores intravenosos (tolazolina, epoprostenol e enoximona) e PDE5i são usados. No entanto, esses compostos apresentam um perfil de risco adverso, sendo conhecido por causar hipotensão, insuficiência renal e hemorragia em alguns pacientes. A administração de óxido nítrico inalado tem um melhor perfil de segurança para este grupo de pacientes, entretanto a insuflação pulmonar subótima desses pacientes compromete os resultados potenciais (MURACA, M.C., NEGRO, S., SUN, B„ BUONOCORE, G. Nitric oxide in neonatal hypoxemic respiratory failure. The Journal of Maternal-Fetal and Neonatal Medicine. 25(S(1)): 47-50. 2012). Os peptídeos descritos nesta invenção podem ter um melhor perfil de segurança, devido à ausência de exposição sistêmica quando administrados por via intranasal através de um dispositivo ou inalador apropriado, e têm o potencial de ser mais eficientes que o óxido nítrico inalado, devido ao fato de que os peptídeos da presente invenção são capazes de induzir a expressão de isoformas de NOS, gerando assim NO localmente disponível.
[00147] Portanto, a invenção também contempla o uso de peptídeos moduladores do tônus do músculo liso para tratar indivíduos que sofrem da condição acima mencionada.
[00148] A invenção também contempla o uso de peptídeos moduladores do tônus do músculo liso na preparação de um medicamento para o tratamento das doenças acima mencionadas.
[00149] A atividade biológica dos peptídeos moduladores do tônus do músculo liso, de seus análogos e derivados, pode ser verificada por meio de diferentes metodologias ex vivo e in vivo. Os exemplos abaixo descrevem a atividade relaxante ex vivo dos peptídeos moduladores do tônus do músculo liso, sem desencadear inflamação, em modelos de "órgão isolado" baseados em fragmentos de anéis traqueais, artérias pulmonares e tiras cavernosas penianas, estruturas ricas em tecido muscular liso. Outros exemplos abaixo descrevem o efeito in vivo da diminuição da pressão arterial pulmonar devido à vasodilatação, melhora dos parâmetros hemodinâmicos e efeito anti-inflamatório de um peptídeo modulador do tônus do músculo liso selecionado em um modelo de rato de PAH, um modelo caracterizado por uma doença cardiopulmonar causada pelo aumento da pressão da artéria pulmonar causada pela hipercontração persistente do músculo liso.
[00150] A invenção será assim a seguir descrita por meio de exemplos, que ilustram adicionalmente a presente invenção, sem que se pretenda, no entanto, que possam limitar o âmbito da presente invenção.
EXEMPLOS EXEMPLO 1: SÍNTESE DOS PEPTÍDEOS
[00151] Os peptídeos da presente invenção foram sintetizados quimicamente por síntese de Fmoc/t-buyl em suporte sólido, em resina Rink-amida (0,68 mmol/g) produzida pela empresa Genone, Rio de Janeiro, Brasil (lotes: P170313-TL569356, P170313 - TL569357, P170313- TL569358, P170315-TL569368, P170315-TL569382, P170313-TL569361, P170315-TL569362, P170313-TL569359, P170313-TL569360, P170315- TL569363, P170315-TL569364, P170313-TL569366, P170313-TL569367, WB170023-P171025, VVB170024-P171025, P170315-TL569382, P170315-TL569383, P170315-TL569384, P170315-TL569380, WB170028- P171025, P170315-TL569381, P170315-TL569385, P170315-TL569386, P170315-TL569387, P170315-TL569380, VVB170017-P171025, VVB170025 -P171025, WB170027-P171025, WB170026-P171025 e WB170022-P171025). A clivagem e desproteção finais foram realizadas com água-TFA-1,2-etanoditiol-triisopropilsilano, 92,5-2,5-2,5-2,5 (v/v), 25 OC, 180 min. Os peptídeos foram extraídos com solução aquosa de acetonitrila 50% (v/v) e purificados por cromatografia de fase reversa (RPC) em coluna de peptídeo Sephasil C8 (51-J ST 4.6/100-HPLC), balanceado com água TFA 0,1%. As amostras foram eluídas usando um gradiente de acetonitrila com 0,1% de TFA, vazão de 2 ml/min, a 280 nm. Após a purificação, a troca de contra-íons de TFA para todas as composições pode ser alterada para íon cloreto ou acetato de forma a manter todas as características físico-químicas desejadas (como solubilidade, pi, pK, estabilidade, entre outras). Além disso, todos os peptídeos foram acetilados no N-terminal e amidados no C-terminal para aumentar a solubilidade. EXEMPLO 2: EFEITO RELAXANTE NOS MÚSCULOS DAS VIAS
AÉREAS EX VIVO
[00152] A magnitude do efeito relaxante dos peptídeos foi avaliada por meio de um modelo de contração espasmódica de anéis traqueais ex vivo, amplamente utilizado para testar novos agentes broncodilatadores (vide CULLUM, V.A., FARMER, J.B., JACK, D., LEVY, G.P. Salbutamol: a new, selective-adrenoceptive receptor stimulant. British journal of pharmacology, 35(1): 141-151. 1969; KAO, C.H., CHU, Y.H., WANG, H.W. Effects of lidocaine on rat's isolated tracheal smooth muscle. European Archives of Oto-Rhino-Laryngoloav, 267(5): 817-820. 2010; SORIANO-URSUA, M.A., VALENCIA-HERNANDEZ, 1. ARELLANO- MENDOZA, M.G., CORREA- BASURTO, J., TRUJILLO-FERRARA, J.G. Synthesis, pharmacological and in silica evaluation of 1-(4-dihydroxy-3, 5- dioxa-4-borabycyclo [4.4.0] deca-7,9,11- trien-9-yl)-2-(tert-butylamine) ethanol, a compound designed to act as a (32 adrenoceptor agonist. European journal of medicinal chemistry, 44(7): 2840-2846. 2009).
[00153] Para cada teste, cobaias Dunkin-Hartley (400-500 g) foram sacrificadas em atmosfera de C02: a seguir, a traqueia foi exposta, removida e seccionada em segmentos de 1 a 3 anéis traqueais cartilaginosos. Cada segmento foi transferido para um sistema de banho de órgãos individual contendo solução nutritiva de Krebs (NaCl 118 mM; KCI 4,8 nM; CaCb 2,5 mM: MgSO4 1,2 mM; KH2PO4 1,2 mM; NaHCO3 24 mM; glicose 11 mM) a 37 °C, sob constante aeração com mistura carbogênica (95% de 02 e 5% de CO2). Em cada sistema, uma haste fixada na base do recipiente e outra conectada a um transdutor isométrico (GRASS FT-03) compunham o suporte dos fragmentos. Um sistema de digitalização de dados conectado ao transdutor isométrico permitiu o registro das variações de tensão produzidas pela contração dos anéis traqueais (PowerLab™ 16/30, LabChart, versão 8.1, AD Instruments, Austrália). A tensão basal foi ajustada para 1 g, posteriormente, a contratilidade dos fragmentos foi avaliada por estímulo com carbacol (2,5 1-JM). Após 1h de repouso, a tensão basal foi recuperada e os tecidos foram submetidos à contração induzida pela histamina (50 1-JM) seguida de exposição a concentrações crescentes dos tratamentos (0,01 a 10 1-JM; n=8) ou do comparador PnTx(19).
[00154] A Tabela 1 lista a média ± SEM dos valores de potência, mostrados como o logaritmo negativo da concentração que reduziu a voltagem para 50% da contração induzida por histamina máxima (pEC50) e eficácia (Emax), calculada a partir de pelo menos 8 independentes testes utilizando a equação de regressão não linear sigmoide do software Graph Prism 5.0 (GraphPad Software, La Jolla, Ca, USA). O resultado obtido com o comparador PnTx(19) é mostrado na figura 1. Tabela 1: Valores de potência (pEC50) e eficácia (Emax) obtidos a partir da curva concentração-resposta para os peptídeos ativos no relaxamento do músculo liso dos anéis traqueais ex vivo.
Potência (pECso) Eficácia Sequências Molar (Emax) (%) SEQ ID NO: 1 7,1 ± 0,4 45,7 ± 4,3 SEQ ID NO: 2 6,9 ± 0,2 40,4 ± 2,6 SEQ ID NO: 3 6,8 ± 0,2 36,7 ± 1,9 SEQ ID NO: 4 6,8 ± 0,3 38,8 ± 3,5 SEQ ID NO: 5 Inativo Inativo SEQ ID NO: 6 7,0 ± 0,3 25,3 + 1,7 SEQ ID NO: 7 Inativo Inativo SEQ ID NO: 8 Inativo Inativo SEQ ID NO: 9 Inativo Inativo SEQ ID NO: 10 Inativo Inativo SEQ ID NO: 11. Inativo Inativo SEQ ID NO: 12 Inativo Inativo SEQ ID NO: 13 Inativo Inativo SEQ ID NO: 14 Inativo Inativo SEQ ID NO: 15 Inativo Inativo SEQ ID NO: 16 Inativo Inativo SEQ ID NO: 17 6,8 ± 0,3 37,1 ± 2,6 SEQ ID NO: 18 7,2 ± 0,3 38,0 ± 2,3 SEQ ID NO: 19 7,3 ± 0,4 40,0 ± 3,4 SEQ ID NO: 20 7,1 ± 0,3 37,8 ± 2,9 SEQ ID NO: 21 Inativo Inativo SEQ ID NO: 22 7,0 ± 0,2 35,2 ± 1,8 SEQ ID NO: 23 7,5 ± 0,3 35,5 ± 2,3 SEQ ID NO: 24 7,9 ± 0,3 29,0 ± 1,0 SEQ ID NO: 25. Inativo Inativo
SEQ ID NO: 26 Inativo Inativo SEQ ID NO: 27 Inativo Inativo SEQ ID NO: 28 Inativo Inativo SEQ ID NO: 29. Inativo Inativo SEQ ID NO: 30 Inativo Inativo
[00155] A presença da sequência lle-Ala-Trp como Xaa6, Xaa7 e Xaa8, respectivamente, é importante para o efeito biológico do peptídeo. Por exemplo, as sequências SEQ ID NO: 1, SEQ ID NO: 2, SEQ ID NO: 3 e SEQ ID NO: 4 têm Ile-Ala-Trp entre Xaa5 e Xaa9 e, portanto, são eficazes no relaxamento das células do músculo liso dos músculos das vias aéreas. No entanto, a sequência SEQ ID NO: 7 tem Ala em vez de lie como Xaa6 e a sequência SEQ ID NO: 8 tem Ala em vez de Trp como Xaa8 e, portanto, ambos são inativos. Da mesma forma, a sequência SEQ ID NO: 24 também tem lle-Ala-Trp como Xaa6, Xaa7 e Xaa8, respectivamente, e é eficaz no relaxamento do músculo liso dos anéis traqueais. No entanto, SEQ ID NO: 26 tem Tyr em vez de Trp na posição Xaa8 e, portanto, é inativa.
[00156] Outro aspecto para a atividade biológica dos peptídeos descritos é que Xaa1, Xaa2 e Xaa15 estão independentemente ausentes, ou são Ala, ou são aminoácidos naturais básicos (Arg, Lys ou His). Por exemplo, comparando com a sequência ativa do peptídeo SEQ ID NO: 1, SEQ ID NO: 2, SEQ ID NO: 3 e SEQ ID NO: 4, a sequência SEQ ID NO: 15 tem Glu, um aminoácido ácido na posição Xaa1, em vez de um aminoácido básico e, portanto, é inativa. Da mesma forma, a sequência SEQ ID NO: 16 tem Glu na posição Xaa15, em vez do aminoácido básico e, portanto, também é inativa.
[00157] Outro aspecto para a atividade biológica dos peptídeos descritos é que cada um de Xaa4, Xaa5 e Xaa9 está independentemente ausente ou é um aminoácido aromático (Phe, Trp ou Tyr). Por exemplo, as sequências SEQ ID NO: 9, SEQ ID NO: 10 e SEQ ID NO: 11 têm na posição Xaa4, Xaa5 e Xaa9, respectivamente, Ala, um aminoácido não aromático, em vez de um aminoácido aromático (Phe, Trp ou Tyr) como o sequência ativa do peptídeo SEQ ID NO: 1, SEQ ID NO: 2, SEQ ID NO: 3 e SEQ ID NO: 4 e, portanto, eles estão inativos.
[00158] Outro aspecto para a atividade biológica dos peptídeos descritos é que Xaa10 está independentemente ausente ou é um aminoácido natural básico (Arg, Lys, His). Por exemplo, comparando com a sequência ativa do peptídeo SEQ ID NO: 1, SEQ ID NO: 2, SEQ ID NO: 3 e SEQ ID NO: 4, a sequência SEQ ID NO: 12 tem Ala, um aminoácido não polar, em vez de um aminoácido básico e, portanto, são inativas.
[00159] Outro aspecto da atividade biológica dos peptídeos descritos é que Xaa12 está ausente ou Ala. Por exemplo, quando comparado com SEQ ID NO: 19, SEQ ID NO: 21 tem Leu em vez de Ala na posição Xaa12 e, portanto, é inativo.
[00160] Outro aspecto para a atividade biológica dos peptídeos descritos é que cada um de Xaa13 e Xaa14 está independentemente ausente ou é um aminoácido polar não carregado (Asn, Gin, Ser ou Thr). Por exemplo, as sequências SEQ ID NO: 133 e SEQ ID NO: 14 têm Ala, um aminoácido não polar na posição Xaa13 e Xaa14, respectivamente, em vez de um aminoácido polar não carregado como a sequência ativa do peptídeo SEQ ID NO: 1, SEQ ID NO: 2, SEQ ID NO: 3 e SEQ ID NO: 4 e, portanto, eles estão inativos. EXEMPLO 3: EFEITO RELAXANTE EM TIRAS DE CAVERNOSA EX
VIVO
[00161] O potencial de relaxamento dos peptídeos da presente invenção nos músculos lisos de tiras cavernosas foi avaliado ex vivo usando tecido isolado de ratos, um modelo que é amplamente utilizado para testar candidatos a drogas para o tratamento de ED (ITALIANO, G., CALABRO, A., PAGANO, F. A simplified in vitro preparation of the corpus cavernosum as a tool for investigating erectile pharmacology in the rat. Pharmacological research. 30(4): 325-334. 1994; GEMALMAZ, H., WALDECK, K, CHAPMAN, T.N., TUTTLE, J.B., STEERS, W.O.,
ANDERSSON, KE.In vivo and in vitro investigation of the effects of sildenafil on rat cavernous smooth muscle. The Journal of Urology, 165(3): 1010-
1014.2001).
[00162] Ratos machos da linhagem Sprague Dawley (SD) foram sacrificados por guilhotina; os pênis foram removidos cirurgicamente e colocados em uma placa de Petri contendo Krebs - solução de bicarbonato (NaCl 118,1 mM; KCI 4,7 mM; KH2P04 1,0 mM; MgS04 1,0 mM; NaHCOS 25,0 mM; CaCb 2,5 mM e Glicose 11,1 mM). Os corpos cavernosos foram dissecados pela remoção da glande, uretra, corpo esponjoso e veia dorsal e, em seguida, separados pelo corte do septo fibroso entre eles. Tiras de cavernas medindo 2x2x7 mm foram montadas separadamente em um banho para órgãos isolados contendo solução de bicarbonato-Krebs (pH 7,4) a 37 0C, aerada com 95% de 02 e 5% de C02. O tecido foi conectado a um transdutor de tensão e as mudanças na tensão foram continuamente registradas. As tiras cavernosas foram contraídas com fenilefrina (Io-5 M) e posteriormente relaxadas por estimulação elétrica em diferentes frequências (1 a 32 Hz). A estimulação ocorreu após 10 minutos de incubação com diferentes concentrações dos peptídeos SEQ ID NO: 5, SEQ ID NO: 8, SEQ ID NO: 19 e SEQ ID NO: 24 M0-1 M; 10-8 M; 10-6 M), demonstrado, a título de explicação, na presença ou ausência de L-NAME, um bloqueador NOS inespecífico. Alternativamente, os peptídeos foram substituídos pelo comparador PnTx(19) em concentração única (1o-sM), n=6. As diferenças na porcentagem de relaxamento entre o tratamento e o controle foram avaliadas quanto à significância estatística por meio da análise de variância de dupla classificação (Two-Way ANOVA) seguida do pós-teste de Bonferroni. Para a comparação entre os tratamentos e o controle à luz da estimulação em uma única frequência, os resultados foram avaliados por análise de variância de uma classificação (One-Way ANOVA) seguida do pós-teste de Bonferroni. Em todos os casos, os resultados foram considerados estatisticamente distintos para todos os valores de p inferiores a 0,05.
[00163] Conforme descrito na técnica, a PnTx(19) é eficaz em potencializar o relaxamento do músculo liso promovido pelo estímulo elétrico em tiras cavernosas contraídas (figura 2). No entanto, os peptídeos moduladores do tônus do músculo liso da presente invenção potencializaram o relaxamento induzido por estimulação elétrica de tiras cavernosas em uma concentração tão baixa quanto 1o-10 M (figura 3). Portanto, em comparação com PnTx(19), os peptídeos desta invenção são pelo menos 100 vezes mais potentes (1o-l0M vs 1o-8M), quando comparados na gama de frequência estimulatória ideal (figura 4). No entanto, na presença de L-NAME, um bloqueador NOS inespecífico, os peptídeos da presente invenção foram incapazes de promover o relaxamento dos músculos lisos dos corpos cavernosos, indicando que o efeito terapêutico dos compostos aqui descritos é mediado pelo NO.
[00164] Embora a invenção tenha sido descrita em relação a modalidades particulares, será visível para aqueles versados na técnica que várias modificações e variações podem ser feitas na mesma sem se desviar do escopo e do espírito da presente invenção. EXEMPLO 4: EFEITO RELAXANTE EM ARTÉRIAS PULMONARES
EX VIVO
[00165] O modelo ex vivo de contração do músculo liso da artéria pulmonar com fenilefrina é muito útil para selecionar compostos candidatos para doenças pulmonares que exigem efeitos vasodilatadores (ALENCAR, A.K., PEREIRA, S.L., MONTAGNOLI, T.L., MAIA, R.C., KOMMERLE, A.E., LANDGRAF, S.S., CARUSO-NEVES, C„ FERRAZ, E.B., TESCH, R„ NASCIMENTO, J.H., DE SANTANNA, C.M., FRAGA, C.A., BARREIRO, E.J., SUDO, R.T., ZAPATA-SUDO, G. Beneficial effects of a novel agonist of the adenosine A2A receptor on monocrotaime-mduced pulmonary hypertension in rats. Br J Pharmacal, 169: 953-62. 2013).
[00166] Uma vez que esta vasodilatação pode ser alcançada por meio de compostos produtores de NO, a extensão das aplicações no relaxamento do músculo liso de diferentes tecidos foi demonstrada em um ensaio ex vivo usando artérias pulmonares de ratos Wistar machos. Os ratos foram anestesiados com midazolam e cetamina (2 mg/kg e 100 mg/kg, respectivamente) por via intraperitoneal. Após infusão de dose letal de tiopental sódico por via intraperitoneal (50 mg/kg), o tronco da artéria pulmonar foi cuidadosamente removido por esternotomia. A artéria pulmonar foi cuidadosamente dissecada e o tecido conjuntivo removido. As artérias foram conectadas a um transdutor de força, posicionado em câmaras verticais preenchidas com solução de Krebs, oxigenadas e mantidas a 37 °C.
[00167] Após um período de estabilização de 2 horas a uma tensão de 1,5 gramas, as artérias foram expostas a doses crescentes de fenilefrina (1 nM - 10 1-JM) para obter a contração máxima do músculo liso e depois expostas a doses crescentes de peptídeos selecionados em as concentrações de 1 nM-10 1JM cada (n=9). A tensão gerada pela artéria pulmonar foi avaliada em intervalos de 5 minutos para cada dose (ALENCAR, A.K., PEREIRA, S.L., MONTAGNOLI, T.L., MAIA, R.C., KOMMERLE, A.E., LANDGRAF, S.S., CARUSO-NEVES, C., FERRAZ, E.B., TESCH, R„ NASCIMENTO, J.H., DE SANTANNA, C.M., FRAGA, C.A., BARREIRO, E.J., SUDO, R.T., ZAPATA-SUDO, G. Beneficial effects of a novel agonist of the adenosine A2A receptor on monocrotaiine-induced pulmonary hypertension in rats. Br J Pharmacal 169: 953-62. 2013; ALENCAR, AK., PEREIRA, S.L., DA SILVA, F.E., MENDES, L.V., CUNHA VDO, M., LIMA, L.M., MONTAGNOLI, T.L., CARUSO-NEVES, C„ FERRAZ, E.B., TESCH, FL, NASCIMENTO, J.H., SANTANNA, C.M., FRAGA, C.A., BARREIRO, E.J., SUDO, R.T., ZAPATA-SUDO, G. N-acylhydrazone derivative ameliorates monocrotaiine-induced pulmonary hypertension through the modulation of adenosine AA2R activity. International Journal of Cardiology. 173(2): 154-62. 2014). As artérias que não atingiram nenhuma contração com fenilefrina foram excluídas deste ensaio.
[00168] Os resultados do ensaio estão resumidos abaixo, na tabela 2. Os valores de potência são mostrados como o logaritmo negativo da concentração que reduziu a voltagem para 50% da contração máxima induzida pela fenilefrina (pEC50) e são expressos como média ± SEM. A contração máxima alcançada em uma determinada artéria foi considerada como 100% da contração, e a eficácia (Emax) foi expressa como o percentual de relaxamento em relação a esse valor máximo. Os resultados foram calculados a partir de pelo menos 3 testes independentes usando a equação de regressão não linear sigmoide, e a análise estatística da curva de concentração foi feita executando um ajuste não linear do logarítmico do agonista versus a resposta. Todos os cálculos acima foram realizados no software Graph Prism 5.0 (GraphPad Software, La Jolla, Ca, EUA). A análise de tensão foi realizada no software LabChart7 (AD Instruments, Sydney, Austrália). Como ponto de corte para determinar a significância biológica, consideramos os valores de relaxamento da artéria pulmonar acima de 30% como biologicamente relevantes, consideramos aqueles como ativos e, a seguir, calculamos os valores de Emax (SUN, C.K., LIN, Y.C., YUEN, C.M., CHUA, S., CHANG, L.T., SHEU, J.J., LEE, F.Y., FU, M., LEU, S., YIP, H.K. Enhanced protection against pulmonary hypertension with sildenafil and endothelial progenitor cell in rats. International journal of cardiology, 162(1): 45-58. 2012; ALENCAR, A.K., PEREIRA, S.L., DA SILVA, F.E., MENDES, L.V., CUNHA VDO, LIMA, L.M., MONTAGNOLI, T.L., CARUSO-NEVES, C., FERRAZ, E.B., TESCH, R., NASCIMENTO, J.H., SANTANNA, C.M., FRAGA, C.A., BARREIRO, E.J., SUDO. R.T., ZAPATA-SUDO, G. N-acylhydrazone derivative ameliorates monocrotaiine- induced pulmonary hypertension through the modulation of adenosine AA2R activity. International Journal of Cardiology, 173(2): 154-62. 2014). Tabela 2: Valores de potência (pECso) e eficácia (EMAX) obtidos da curva concentração-resposta para os peptídeos ativos no relaxamento do músculo liso das artérias pulmonares ex vivo (n = 9). pECso Eficácia Sequências (Emax) (%) SEQ ID NO: 17 7,8 ± 3,0 15% ± 2,6 SEQ ID NO: 18 6,5 ± 9,3 18% ± 9,12 SEQ ID NO: 19 6,9 ± 6,55 24% ± 9,71 SEQ ID NO: 20 6,1 ± 6,9 6% ± 7,64 SEQ ID NO: 22 5,8 ± 3,1 8% ± 2,83 SEQ ID NO: 23 6,1 ± 6,2 4% ± 6,07 SEQ ID NO: 24 4,4 ± 6,4 5% ± 5,96
[00169] Todos os peptídeos testados apresentaram valores absolutos de relaxamento das artérias pulmonares superiores a 30% e, portanto, todos apresentaram algum grau de eficácia. SEQ ID NO: 19 foi selecionada para mais experimentos in vivo devido ao seu alto valor de eficácia. EXEMPLO 5: SEQ ID NO: 19 INDUZ A RESTAURAÇÃO DE
PARÂMETROS HEMODINÂMICOS IN VIVO EM UM MODELO DE HIPERTENSÃO ARTERIAL PULMONAR INDUZIDA POR MONOCROTALINA (PAH)
[00170] O modelo de monocrotalina (MCT) é o modelo animal de PAH mais utilizado, sendo o mais antigo e melhor descrito entre os modelos disponíveis. Este modelo oferece a vantagem de mimetizar vários aspectos- chave da PAH humana, incluindo remodelação vascular, proliferação de células musculares lisas, disfunção endotelial, regulação positiva de citocinas inflamatórias e insuficiência do ventrículo direito, após uma única injeção intraperitoneal ou subcutânea de MCT (GOMEZ-ARROYO, J.G., FARKAS, L., ALHUSSAINI, A.A., FARKAS, D., KRASKAUSKAS, D., VOELKEL, N.F., BOGAARD, H.J. The Monocrotaline Model of Pulmonary Hypertension in Perspective. Am J Physiol Lung Cell Mol Physiol, 302(4): L363-9. 2012).
[00171] A espécie atualmente preferida para o estudo da PAH induzida por MGT é o rato, com sinais clínicos da doença manifestando-se em 3-7 dias após a injeção de MCT na forma de anorexia, apatia, incapacidade de ganhar peso e taquipneia. À medida que a lesão pulmonar e a remodelação vascular progridem, os animais desenvolvem graus variáveis de dispneia, fraqueza, diarreia e cianose periférica (SCHOENTAL R., HEAD, M., A. Pathological changes in rats as a result of treatment with monocrotaline. Br J Cancer, 9(1):229-37. 1955). Uma semana após a injeção de MCT, dano endotelial, infiltrado inflamatório e edema podem ser observados, mas nenhum aumento na pressão arterial pulmonar (PAP). Após duas semanas, a PAP está aumentada levando à hipertrofia do ventrículo direito (RV) na terceira semana após a administração da droga (WEST, J., HEMMES, A. Expermenta; and transgenic models of pulmonary hypertension. Compr Physiol, 1(2):769-82. 2011).
[00172] Para avaliar o benefício potencial da SEQ ID NO: 19 no tratamento da PAH, usamos Ratos Wistar machos adultos saudáveis, que foram então randomizados em dois grupos: PAH induzida por monocrotalina (MCT, n=14). Em que os animais receberam 60 mg/kg de MCT intraperitonealmente (C2401, Sigma Chemical Co., St Louis, MO, EUA, Número do lote: WXBC4737V) e 2) controle (CTRL, n=7), no qual os animais receberam um volume semelhante de solução salina por via intraperitoneal. Este seria o dia 0 do estudo. No mesmo dia, antes da randomização, os animais foram submetidos à análise ecocardiográfica para estabelecimento de linha de base. No dia 14, outra ecocardiografia foi realizada, e os animais com PAH foram randomizados para receber solução salina intranasal (SAL) ou SEQ ID NO: 19 (0,06 mg/kg), duas vezes ao dia por 14 dias. No dia 28, as ecocardiografias foram repetidas, área de saída do RV, área do ventrículo esquerdo (LVE) e PAT/PET (razão tempo de aceleração arterial pulmonar (PAT)/tempo de ejeção arterial pulmonar (PET)). Na doença PAH, o aumento da PAP leva a um aumento da área do RV devido ao aumento da pressão e uma diminuição da área do LV, devido à redução do fluxo sanguíneo para o ventrículo esquerdo. A medição da relação PAT/PET é preditiva de PAH leve a moderada, e é considerada uma das medições não invasivas mais preditivas (KOSKENVUO, J.W., MIRSKY, R., ZHANG, Y. ANGELI, F.S., JAHN, S„ ALASTALO, T.P., SCHILLER, N.B., BOYLE, A.J., CHATTERJEE, K., DE MARCO, T., YEGHIAZARIANS, Y. A comparison of echocardiography to invasive measurement in the evaluation of pulmonary arterial hypertension in a rat model. Int J Cardiovasc Imaging, 26(5):509-18. 2010). Os parâmetros hemodinâmicos foram medidos por cateterismo invasivo do RV, incluindo a pressão sistólica do RV (RVSP) e a razão dP/dt (um derivado da pressão/derivado do tempo máximo), que está correlacionado com a pressão no RV.
[00173] Os experimentos foram analisados com ANOVA de Dupla Classificação, seguido pelo pós-teste de Bonferroni para determinar a significância estatística. Além disso, representado nos gráficos das figuras 5 e 6, está o desvio padrão entre os assuntos.
[00174] SEQ ID NO: 19 quando comparado com o grupo induzido por monocrotalina tratado com veículo (MCT + Veículo), aumenta a razão PAT/PET para valores semelhantes ao grupo não tratado (controle), o que corresponde à redução de PAP de volta para gama de valor normal (figura 5A). Esta melhora aconteceu após 14 dias de tratamento com SEQ ID NO:
19. A diminuição da PAP leva a uma diminuição da pressão do RV, demonstrada pela diminuição da RVSP e na razão dP/dt Max no grupo tratado com SEQ ID NO: 19 em comparação com o grupo MCT + Veículo (figura 58 e 5C, respectivamente).
[00175] O tratamento SEQ ID NO: 19 também induziu uma diminuição na área de saída de RV (figura 6A) e um aumento na área de LV (figura 68) quando comparado com o grupo MCT + veículo, para valores semelhantes ao controle, o que significa que SEQ ID NO: 19 foi capaz de remodelar o coração de volta ao normal.
[00176] Esses resultados mostram que, além de ser um agente vasodilatador, a SEQ ID NO: 19 poderia ser usada como um potencial tratamento para PAH e outras doenças pulmonares com ou sem componente inflamatório, conforme já discutido em outra parte deste manuscrito. EXEMPLO 6: EFEITO ANTI-INFLAMATÓRIO IN VIVO DA SEQ ID NO: 19
[00177] Na experiência descrita no exemplo 5, os animais foram mortos para análises pós-morte de marcadores inflamatórios.
[00178] Conforme discutido detalhadamente em outra parte deste manuscrito, todas as doenças pulmonares, incluindo asma, CORD e PAH, apresentam algum grau de inflamação que faz parte da fisiopatologia da doença. Uma droga destinada ao tratamento dessas doenças não pode desencadear inflamação, ou seja, ser pró-inflamatória.
[00179] Um dos mecanismos de ação anti-inflamatória é que o relaxamento das células musculares lisas pode reduzir a permeabilidade endotelial e, consequentemente, diminuir a migração de fatores inflamatórios sanguíneos, diminuindo o processo inflamatório (WALLACE, J.L. Nitric Oxide as a regulator of inflammatory processes. Mem Inst Oswaldo Cruz, 100:5-9. 2005).
[00180] Em 1 entre 5 pacientes com PAH, os linfonodos mediastinais estão aumentados devido ao edema relacionado à inflamação (BERGIN, C.J., PARK, K.J. Lymph node enlargement in pulmonary arterial hypertension due to chronic thromboembolism. J Med Imaging Radiat Oneai. 52(1):18-23. 2008). Órgãos edematosos pesam mais, devido ao aumento do conteúdo líquido, por isso pesamos vários órgãos dos animais do exemplo 5 pós-eutanásia. O tratamento com SEQ ID NO: 19 foi capaz de reduzir o ganho de peso edematoso induzido pelo tratamento com MCT nos linfonodos mediastinais, tornando-os indistinguíveis do grupo CTRL (figura 7A).
[00181] Amostras de corações do estudo de monocrotalina foram investigadas para descobrir a potencial ação anti inflamatória de SEQ ID NO: 19. Os corações foram mantidos em gelo durante todos os processos de homogeneização de amostras. Tampão de lise contendo 1% de coquetel de inibidor de protease (Sigma) diluído em solução salina tamponada com fosfato (PBS) foi adicionado na proporção de 1 mL para cada amostra. Ortovanadato de sódio (SIGMA) 1 mM também foi adicionado. Os tecidos foram homogeneizados e depois centrifugados a 10.000 g por 10 min. Os sobrenadantes de cada amostra foram coletados em tubos estéreis identificados para medições dos níveis de proteína total e citocinas (fator de necrose tumoral (TNF) -a, interferon (INF) -) e (interleucina (IL) -113).
[00182] Os valores de proteína total nas amostras foram medidos usando o ensaio de Bradford (BioRad, Hercules, CA, EUA), de acordo com as instruções do fabricante. Resumidamente, o protocolo foi realizado em uma microplaca no volume final de 150 1-JI. Uma curva de calibração de gama linear entre 0,025 e 2,0 mg/ml foi preparada com albumina de soro bovino (BSA, SIGMA). As soluções de proteína foram testadas em duplicado. As amostras foram diluídas 20 vezes em tampão de lise e, em seguida, 25 1-JI dessas amostras foram carregados em cada poço. Usando uma pipeta multicanal, 125 1-JI de solução Quick StartTM Bradford 1x Dye Reagent foi adicionada para produzir um volume final de 150 1-JI . As amostras foram incubadas em temperatura ambiente por 5 min, e a absorbância foi medida em espectrofotômetro a 595 nm (leitor de microplacas SpectraMax, Molecular Devices, San Jose, CA, EUA). A curva padrão foi traçada como uma linha de regressão linear que foi interpolada com a absorbância média de cada amostra para encontrar a concentração de proteína total de uma amostra expressa em mg/ml.
[00183] As concentrações de TNF-a, INF-)( e IL-113 foram medidas usando um ensaio imunoenzimático (ELISA) para homogenatos de coração. Os kits TNF-a (Catálogo #900-K54) e INF-Y (Catálogo #900-K98)
foram adquiridos da Peprotech (Rocky Hill, CO, EUA) enquanto o kit IL-113 (DY401) era da R&D Systems (Minneapolis, Ml, EUA). Os ensaios foram realizados de acordo com as recomendações do fabricante.
[00184] As análises de dados foram realizadas com um pacote de software estatístico (Prism versão 5.0, Graph-Pad Software, San Diego, CA). Os dados foram expressos como média ± SEM. Todos os testes foram realizados por meio de uma análise de variância (ANOVA) unilateral seguida pelo Teste de Comparações Múltiplas de Bonferroni. As diferenças estatísticas foram consideradas significativas se p<0,05.
[00185] Em homogenatos de coração, o grupo MCT apresentou aumento de todas as citocinas medidas (TNF-a, INF-)( e (IL-113), em comparação com o grupo controle. SEQ ID NO: 19 diminui as citocinas para valores semelhantes ao controle (Figura 7B, 7C, 70). EXEMPLO 7: EFEITO ANTI-INFLAMATÓRIO IN VIVO DA SEQ ID NO: 19 E SEQ ID NO: 24 em comparação com PnTX(9)
[00186] Camundongos machos A/J (18-20 g), foram sensibilizados por ácaros do pó doméstico (HOM) para asma alérgica aguda estabelecida de acordo com o protocolo de Haspelagh et al. (HASPESLAGH., DEBEUF, N. HAMMAD, H. LAMBRECHT, B.N. Murine Models of Allergic Asthma. Methods Mol Biol. 1559:121-136. 2017). As infiltrações celulares inflamatórias no lavado broncoalveolar (BALF) foram analisadas por citometria de fluxo.
[00187] Os camundongos (n=5 por grupo) foram tratados com veículo (PBS), SEQ ID NO: 19, SEQ ID NO: 24 ou PnTx(19), em doses de 10 nMol e 30 nMol por animal, por instilação intratraqueal, e o material foi coletado 6 horas após o desafio.
[00188] Os camundongos expostos a PnTx(19) (30 nMol) mostraram um aumento substancial no número total de células leucocitárias no BALF, que foi principalmente devido ao acúmulo de neutrófilos (figura 8). O tratamento SEQ ID NO: 19 e SEQ ID NO: 24 não induziu o acúmulo de neutrófilos no espaço broncoalveolar após 6h de instilação intratraqueal do peptídeo (Figura 8), sugerindo que ambos os peptídeos não têm um efeito pró-inflamatório no pulmão de camundongos, ao contrário do comparador PnTx(19). É importante observar que a inflamação crônica na asma e em outras doenças pulmonares, como a COPD, envolve principalmente a infiltração de neutrófilos, as principais células inflamatórias envolvidas no processo, nas pequenas vias aéreas.
[00189] Um possível mecanismo de ação anti inflamatória é que o relaxamento das células musculares lisas pode reduzir a permeabilidade endotelial e, consequentemente, diminuir a migração de fatores inflamatórios sanguíneos, diminuindo o processo inflamatório. Portanto, peptídeos potentes na elicitação de vasodilatação mais potente, como SEQ ID NO: 24 e SEQ ID NO: 19, têm mais efeito anti inflamatório em comparação com PnT(x)19. Lista de sequências (X) 1 Arg-Ala-Tyr-Phe-Trp-lle-Ala-Trp-Tyr-Lys-Leu-Ala-Asn-Ser-Lys 2 Arg-Gin-Tyr-Phe-Trp-lle-Ala-Trp-Tyr-Lys-Leu-Ala-Asn-Ser-Ala 3 Arg-Gin-Ala-Phe-Trp-lle-Ala-Trp-Tyr-Lys-Leu-Ala-Asn-Ser-Lys 4 Ala-Gin-Tyr-Phe-Trp-lle-Ala-Trp-Tyr-Lys-Leu-Ala-Asn-Ser-Lys 5 Arg-Gin-Tyr-Phe-Trp-lle-Ala-Trp-Tyr-Lys-Leu-Ala-Asn-Ser-Lys 6 Arg-Gin-Tyr-Phe-Trp-lle-Ala-Trp-Tyr-Lys-lle-Ala-Ser-Asn-Lys 7 Arg-Gin-Tyr-Phe-Trp-Ala-Ala-Trp-Tyr-Lys-Leu-Ala-Asn-Ser-Lys 8 Arg-Gin-Tyr-Phe-Trp-lle-Ala-Ala-Tyr-Lys-Leu-Ala-Asn-Ser-Lys 9 Arg-Gin-Tyr-Ala-Trp-lle-Ala-Trp-Tyr-Lys-Leu-Ala-Asn-Ser-Lys 10 Arg-Gin-Tyr-Phe-Ala-lle-Ala-T rp-Tyr-Lys-Leu-Ala-Asn-Ser-Lys 11 Arg-Gin-Tyr-Phe-Trp-lle-Ala-Trp-Ala-Lys-Leu-Ala-Asn-Ser-Lys 12 Arg-Gin-Tyr-Phe-Trp-lle-Ala-Trp-Tyr-Ala-Leu-Ala-Asn-Ser-Lys 13 Arg-Gin-Tyr-Phe-Trp-lle-Ala-Trp-Tyr-Lys-Leu-Ala-Ala-Ser-Lys 14 Arg-Gin-Tyr-Phe-Trp-lle-Ala-Trp-Tyr-Lys-Leu-Ala-Asn-Ala-Lys 15 Glu-Gin-Tyr-Phe-Trp-lle-Ala-Trp-Tyr-Lys-lle-Ala-Asn-Ser-Lys
16 Arg-Gin-Tyr-Phe-Trp-lle-Ala-Trp-Tyr-Lys-lle-Ala-Asn-Ser-Giu 17 Gln-Tyr-Phe-Trp-lle-Ala-Trp-Tyr-Lys-Leu-Ala-Asn-Ser 18 Tyr-Phe-Trp-lle-Ala-Trp-Tyr-Lys-Leu-Ala-Asn 19 Phe-Trp-lle-Ala-Trp-Tyr-Lys-Leu-Ala 20 Arg-Gin-Tyr-Phe-Trp- Ile-Ala-Trp-Tyr 21 Tyr-Trp-Ile-Ala-Trp-Tyr-Lys-Leu-Leu 22 Arg-Gin-Tyr-Phe-Trp-IIe-Ala-Trp 23 Trp-IIe-Ala-Trp-Tyr-Lys-Leu 24 lle-Ala-Trp-Tyr-Lys 25 lle-Ala-Trp-Tyr-Giu 26 lle-Ala-Tyr-Tyr-Lys 27 Gly-Giu-Arg-Arg-Gin-Tyr-Phe-Trp-lle-Ala-Trp-Tyr-Lys-Leu-Ala- Asn-Ser-Lys 28 lle-Ala-Trp-Tyr-Lys-Gly-Gly-Gly-Gly-Gly-IIe-Ala-Trp-Tyr-Lys 29 IIe-Ala-Trp-Tyr-Lys-Arg-Gly-Gly-Gly-Gly-Gly-Arg-Lys-Tyr-Trp- Ala-IIe 30 lle-Ala-Trp-Tyr-Lys-Gly-Gly-Gly-Gly-Gly-Ile-Ala-Trp-Tyr-Lys-Gly- Gly-Gly-Gly-Gly-lle-Ala-Trp-Tyr-Lys

Claims (19)

REIVINDICAÇÕES
1. Peptídeo caracterizado pelo fato de que compreende uma sequência de peptídeo farmacologicamente ativo de fórmula (2): Xaa1-Xaa2-Xaa3-Xaa4-Xaa5-lle-Ala-Trp-Xaa9-Xaa10-Xaa11-Xaa12- Xaa13-Xaa14-Xaa15 (2), a direção amino para carboxi sendo da esquerda para direita; em que: cada um dentre Xaa1, Xaa2 e Xaa15 está independentemente ausente ou é Ala, Arg, Lys ou His; Xaa3 está independentemente ausente ou é Ala, Phe, Trp ou Tyr; cada um dentre Xaa4, Xaa5 e Xaa9 está independentemente ausente ou é Phe, Trp ou Tyr; Xaa10 está independentemente ausente ou é His, Lys ou Arg; Xaa11 está ausente ou é Ala, Gly, Val, Leu, Ile, Pro, Cys ou Met; Xaa12 está ausente ou é Ala; e cada um de Xaa13 e Xaa14 está independentemente ausente ou é Asn, Gin, Ser ou Thr; em que a sequência de peptídeo farmacologicamente ativo de fórmula (2) tem 5 ou mais resíduos de aminoácidos contíguos, com a condição de que a sequência de fórmula (2) não inclui SEQ ID NO: 27.
2. Peptídeo, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que, na fórmula (2), um ou mais resíduos de aminoácidos do grupo consistindo em Xaa1, Xaa2, Xaa3, Xaa4, Xaa5, Xaa11, Xaa12, Xaa13, Xaa14 e Xaa15 estão ausentes.
3. Peptídeo, de acordo com a reivindicação 2, caracterizado pelo fato de que a sequência de peptídeo farmacologicamente ativo de fórmula (2) é SEQ ID NO: 17, SEQ ID NO: 18, SEQ ID NO: 19, SEQ ID NO: 20, SEQ ID NO: 22, SEQ ID NO: 23, SEQ ID NO: 24 ou SEQ NO ID: 5.
4. Peptídeo, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que a sequência de peptídeo farmacologicamente ativo de fórmula (2) tem de 15 a 18 resíduos de aminoácidos contíguos, com a condição de que não consiste em SEQ ID NO: 27.
5. Peptídeo, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que a sequência de peptídeo farmacologicamente ativo de fórmula (2) tem 18 resíduos de aminoácidos contíguos, com a condição de que não consiste em SEQ ID NO: 27.
6. Peptídeo, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que compreende adicionalmente pelo menos um segundo peptídeo ou proteína, com a condição de que não consiste em SEQ ID NO: 27.
7. Peptídeo, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que compreende um peptídeo de fórmula (1) -ZX-Z'- (1) em que: X é a sequência de peptídeo farmacologicamente ativo de fórmula (2) como definido acima; e cada um dentre Z e Z' é um peptídeo compreendendo independentemente uma sequência de aminoácidos que aumenta a penetração celular ou uma sequência de aminoácidos que aumenta a atividade tendo de 2 a 15 aminoácidos de ocorrência natural.
8. Peptídeo, de acordo com a reivindicação 7, caracterizado pelo fato de que H, acetil, cloreto ou trifluoroacetil está covalentemente ligado ao N-terminal de -Z-X-Z'-.
9. Peptídeo, de acordo com a reivindicação 7, caracterizado pelo fato de que OH ou NH2 está covalentemente ligado ao C-terminal de -Z-X- Z'-.
10. Peptídeo, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que o peptídeo está ligado a uma fração que aumenta a meia-vida selecionada a partir do grupo consistindo em frações de ligação à albumina.
11. Peptídeo, de acordo com a reivindicação 11, caracterizado pelo fato de que o N-terminal está covalentemente ligado a um acetil e em que o C-terminal está covalentemente ligado a um NH2.
12. Peptídeo, de acordo com a reivindicação 1, na forma de um multímero, caracterizado pelo fato de que compreende dois ou mais peptídeos tendo uma sequência de fórmula (2) intercalada por ligantes cliváveis à base de aminoácidos.
13. Composição farmacêutica caracterizada pelo fato de que compreende um ou mais peptídeos conforme qualquer uma das reivindicações 1 e um excipiente farmaceuticamente aceitável.
14. Método de preparação de uma composição farmacêutica caracterizado pelo fato de que compreende introduzir a um excipiente farmaceuticamente aceitável um a mais peptídeos, conforme a reivindicação 1, em que o um ou mais peptídeos estão presentes em uma quantidade suficiente para o tratamento de um distúrbio em que a modulação do tônus do músculo liso é benéfica.
15. Método, de acordo com a reivindicação 14, caracterizado pelo fato de que o distúrbio é selecionado a partir do grupo consistindo em disfunção erétil (ED), disfunção sexual feminina (FSD), hiperplasia prostática benigna (BPH), síndrome de Raynaud, hipertensão arterial pulmonar (PAH), hipertensão arterial sistêmica (SAH) e hiper-reatividade das vias aéreas relacionada à asma, COPD, fibrose pulmonar, silicose, aspergilose broncopulmonar alérgica, angioedema hereditário e insuficiência respiratória hipoxêmica neonatal.
16. Método, de acordo com a reivindicação 15, caracterizado pelo fato de que o peptídeo tem uma sequência de aminoácidos de SEQ ID NO: 17, SEQ ID NO: 18, SEQ ID NO: 19, SEQ ID NO: 20, SEQ ID NO: 22, SEQ ID NO: 23 ou SEQ ID NO: 24 e, adicionalmente, em que o distúrbio é PAH.
17. Método para o tratamento de um distúrbio em um paciente com necessidade de modulação do tônus do músculo liso caracterizado pelo fato de que compreende a administração ao paciente de uma quantidade terapeuticamente eficaz de um peptídeo conforme a reivindicação 1.
18. Método, de acordo com a reivindicação 17, caracterizado pelo fato de que o distúrbio é selecionado a partir do grupo consistindo em disfunção erétil (ED), disfunção sexual feminina (FSD), hiperplasia prostática benigna (BPH), síndrome de Raynaud, hipertensão arterial pulmonar (PAH), hipertensão arterial sistêmica (SAH) e hiper-reatividade das vias aéreas associadas à asma, CORD, fibrose pulmonar, silicose, aspergilose broncopulmonar alérgica, angioedema hereditário e insuficiência respiratória hipoxêmica neonatal.
19. Método, de acordo com a reivindicação 18, caracterizado pelo fato de que a composição tem uma sequência de aminoácidos de SEQ ID NO: 17, SEQ ID NO: 18, SEQ ID NO: 19, SEQ ID NO: 20, SEQ ID NO: 22, SEQ ID NO: 23 ou SEQ ID NO: 24 e, adicionalmente, em que o distúrbio é PAH.
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