BR112020000104B1 - Método para a desinfecção de solos ou outros substratos de cultivo agrícola - Google Patents

Método para a desinfecção de solos ou outros substratos de cultivo agrícola Download PDF

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Abstract

Um método para desinfectar solos ou outros substratos de cultivo agrícola, caracterizado por compreender: obter um solo ou outro substrato de cultivo agrícola em sua capacidade de campo; tratar o solo ou substrato em capacidade de campo da etapa anterior com água ozonizada, em que a água ozonizada é preparada in situ com um equipamento de produção de ozônio conectado ao suprimento de água; permitir que se transcorra um tempo a partir do tratamento com ozônio; e inocular o solo ou substrato agrícola desinfectado com pelo menos uma espécie de microrganismo benéfico.

Description

CAMPO TÉCNICO
[0001] O presente pedido de patente descreve um método para desinfectar solos e outros substratos de cultivo agrícola mediante a utilização de ozônio, em particular água ozonizada gerada no local e no momento da aplicação.
ANTECEDENTES
[0002] As mudanças climáticas, o aumento da população e a iminente escassez de recursos naturais, exigem a modificação dos modelos de produção agrícola tradicionais e a substituição desses por sistemas de produção mais sustentáveis.
[0003] Por outro lado, desde 1840 sabe-se que o ozônio é o oxidante mais potente que existe. Além disso, sua eficiência como agente germicida e bactericida também tem sido demostrada por diversos estudos. Em agricultura, tem sido demostrado que o ozônio oferece benefícios adicionais, tanto para o cultivo como para o cultivador, tais como: maior crescimento das plantas, menor tempo de maturação do fruto, maior produção e sabor, e menor risco de doenças.
[0004] Até pouco tempo atrás, era permitido o uso de brometo de metila, composto muito eficaz e amplamente conhecido. Desde sua proibição, estão sendo empregados outros produtos químicos registrados, como a cloropicrina, 1-3 dicloropropeno ou mistura de ambos (Agrocelhone), Metam- sódio, Metam-potássio, tioisocianato de metila. No entanto, todos esses produtos devem ser manipulados por pessoal qualificado segundo a RD 1311/2012, são perigosos para as personas, ao meio ambiente, em especial águas superficiais e subterrâneas, e o período de segurança para as plantações é superior a um mês, devendo ter solo improdutivo durante esse período.
[0005] Por outro lado, os métodos de desinfecção utilizados até o momento na agricultura utilizam aditivos químicos que geram resíduos. Esse não é o caso na utilização de ozônio para desinfectar solos ou substratos de uso agrícola e, portanto, não é necessário estabelecer um período de espera até o cultivo.
[0006] Entretanto, a instabilidade do ozônio no meio torna seu armazenamento impossível e o ozônio deve ser produzido sob demanda no local de aplicação, o que requer uma elevada demanda de energia, o que significa um grande inconveniente. Por esse motivo, até o momento não se conhecem métodos que permitam uma desinfecção eficaz do solo utilizando ozônio.
[0007] A geração artificial de ozônio é geralmente realizada mediante a ativação do oxigênio do ar por descargas elétricas de alta tensão. Essa energia elétrica quebra a molécula de oxigênio, recombinando seus átomos para formar OZÔNIO. Do mesmo modo que a natureza gera as tempestades.
[0008] A liberação de energia ao gerar ozônio é um processo endotérmico, cuja energia é proveniente da descarga elétrica. Da mesma forma, o ozônio se decompõe espontaneamente em oxigênio diatômico, com liberação do excesso de energia, portanto deve ser gerado no momento e no local de sua utilização imediata. Para esse fim, são empregados os equipamentos denominados “ozonizadores” ou geradores de ozônio.
[0009] As propriedades desinfectantes e antissépticas do ozônio vêm sendo estudadas desde o final do século XIX e, desde então, vêm sendo utilizadas com grande eficácia em tratamentos ambientais. Sua capacidade de quebrar moléculas com ligação dupla e anéis aromáticos mediante o mecanismo denominado ozonólise, faz com que o ozônio tenha muitas aplicações, entre elas, bactericida, virucida, fungicida e desodorizante; destruindo com grande rapidez estreptococos, estafilococos, colibacilos etc., bem como as toxinas mais potentes da difteria e tétano.
[0010] De modo geral, o ozônio é utilizado para realizar uma ou mais das seguintes funções fundamentais: microbicida, desodorizante e oxigenadora. Entre elas, a atividade microbicida é talvez a propriedade mais importante do ozônio. Devido às suas propriedades oxidantes, o ozônio pode ser considerado como um dos agentes microbicidas mais rápidos e eficazes que se tem conhecimento. Sua ação tem um amplo espectro que engloba a eliminação de bactérias, fungos, vírus e nematoides.
[0011] Além disso, o ozônio também é geralmente utilizado por sua atividade desodorizante, sendo de grande utilidade em todos os tipos de locais de uso público e no tratamento de certos odores de origem industrial, odor de pessoas, umidade, tabaco, comidas etc. Por um lado, o ozônio oxida a matéria orgânica (ozonólise) e, por outro lado, ataca os microrganismos que se alimentam dela. Existe uma ampla gama de odores que podem ser atacados pelo ozônio.
[0012] Nas grandes cidades, onde existe uma grande quantidade de locais fechados e pouco ventilados, é bastante comum o enrarecimento do ar como consequência de uma carência de oxigênio, a qual habitualmente identificamos como ar viciado. O ozônio, pelo seu maior poder oxigenador, contribui para melhorar a eficiência das células dos organismos superiores em relação ao aproveitamento do oxigênio disponível, mediante a estimulação de várias enzimas que intervêm nesses processos. Além disso, o ozônio se decompõe necessariamente em oxigênio, que estará localizado onde o gás ozônio penetrou, no ar, na água ou debaixo da terra.
[0013] Como mencionado acima, a ação de desinfecção do ozônio é produzida por oxidação. Em condições de baixo pH, ocorre por oxidação molecular e, em meios de pH elevado, ocorre por oxidação mediante hidroxilas. Devido a essas propriedades oxidantes, o ozônio é considerado um dos agentes microbicidas mais rápido e eficaz que se conhece.
[0014] Como método alternativo à utilização de ozônio, são também conhecidos na técnica anterior métodos de desinfecção baseados no uso de cloro. Nesse tipo de processos, a ação desinfectante é produzida quando o cloro se espalha pelas paredes celulares e oxida a enzima e, consequentemente, são métodos de desinfecção lentos. Porém, os métodos de desinfecção baseados em ozônio são vantajosos, já que nesses métodos as membranas celulares são destruídas ou se descompõe em um processo muito rápido onde, como vantagem adicional, o ozônio é inativado transformando-se em oxigênio. De forma mais específica, o ozônio atua na parede celular do microrganismo degradando-o, o que cria um “buraco” através do qual perde seu fluido celular. A desinfecção por ozônio é chamada bacteriólise.
[0015] Além disso, os tratamentos baseados em ozônio requerem uma dose residual de desinfectante e um período de aplicação significativamente mais curto do que nos métodos de desinfecção baseados em aditivos químicos, como o cloro. Assim, geralmente, é necessária uma dose de ozônio residual de 0,1 mg/l durante 5 segundos, em comparação com as 4 horas necessárias para o cloro. Também foi determinado que são necessários ppm de ozônio por quatro minutos para eliminar os microrganismos. O ozônio também pode eliminar 99 % de 60.000 coliformes/ml em águas contaminadas em 2,8 segundos com uma dose em ppm, com a mesma dose de cloro são necessários 15.000 segundos.
[0016] Outra vantagem significativa de se utilizar o ozônio na eliminação de microrganismos é que não se produz resistência, uma vez que seu mecanismo de ação se baseia no rompimento da parede celular. De modo geral, as bactérias de esporos aeróbios são desinfectadas mais facilmente do que as bactérias de esporos anaeróbios. A eficácia da desinfecção em solução é mais elevada em comparação à bactéria do ácido láctico e, portanto, também em comparação à levedura nos fungos.
[0017] Na Figura 1, vemos o tempo necessário para que o patógeno entre em contato com o ozônio, seja no ar ou misturado com água, para ser destruído.
[0018] Como foi mencionado acima, as propriedades desinfectantes do ozônio são amplamente conhecidas. Da mesma forma, também são conhecidos métodos para desinfectar o ar ou a água utilizando esse composto. No entanto, embora em algumas ocasiões água desinfectada com ozônio tenha sido usada como água de irrigação, até o momento não se conhece um método eficaz para desinfectar solos e outros substratos de cultivo agrícola utilizando ozônio como desinfectante.
DESCRIÇÃO
[0019] Em um primeiro aspecto, o presente pedido de patente se refere a um método para desinfectar solos ou outros substratos de cultivo agrícola, caracterizado por compreender: - obter um solo ou outro substrato de cultivo agrícola em sua capacidade de campo; - tratar o solo ou substrato em capacidade de campo da etapa anterior com água ozonizada que contém no mínimo 2 ppm de ozônio, de preferência entre 5 e 6 ppm de ozônio, em que a água ozonizada é preparada in situ com um equipamento de produção de ozônio conectado ao suprimento de água com um pH entre 5,0 e 7,5, de preferência a água tem um pH entre 5,0 e 7,0; - permitir que se transcorra um período mínimo de 30 min, de preferência entre 30 min e 48 horas, a partir do tratamento com ozônio; e - inocular o solo ou substrato agrícola desinfectado com pelo menos uma espécie de microrganismo benéfico.
[0020] De preferência, o tratamento com ozônio se aplica durante entre 1 h 30 min e 2 horas, porém os mesmos resultados de eficácia podem ser obtidos com tratamentos menores que 90 minutos e uma concentração de ozônio superior, preferivelmente entre 6 e 8 ppm. Para obter uma maior concentração de ozônio, a água ozonizada obtida em um primeiro reator do equipamento de produção de ozônio pode passar por um segundo reator gerador de ozônio, dessa forma é possível até duplicar a quantidade de ozônio presente na água ozonizada utilizada no tratamento do solo ou substrato em capacidade de campo.
[0021] A utilização de ozônio na desinfecção de solos implica uma série de problemas técnicos que não haviam sido solucionados até o momento. Em particular, não se conhecia um sistema eficaz para produzir a quantidade de ozônio necessária para o tratamento do terreno de uma forma economicamente viável. Por outro lado, uma vez que a vida útil do ozônio é de poucos minutos, é necessário que a produção de ozônio possa ser realizada com mobilidade, ou seja, que o ozônio possa ser produzido no local de aplicação e durante o tratamento. Em relação ao que foi mencionado acima, para se obter uma maior eficácia do tratamento de desinfecção, é preferido que o equipamento de produção de ozônio seja de pequenas dimensões, capaz de acessar os cabeçotes de irrigação sem dificuldades.
[0022] No método de desinfecção de solos ou outros substratos de cultivo agrícola descrito nesse pedido de patente, o ozônio em forma de gás se mistura intimamente com a água de irrigação até saturar a água com gás ozônio, permitindo assim seu transporte eficaz até as camadas mais profundas do solo. Preferivelmente, a mistura de água e ozônio ocorre com gás ozônio na forma de nanobolhas. Assim, no método da presente invenção obtém-se uma mobilidade muito maior do ozônio, aumentando assim a homogeneização na água. Como resultado, o método da presente invenção fornece uma eficácia do tratamento muito maior do que se o gás ozônio fosse injetado diretamente, enquanto sua implementação é muito menos complicada e cara.
[0023] Na presente invenção, entende-se por “outros substratos de cultivo agrícola” aqueles substratos utilizados na agricultura hidropônica, ou seja, cultivos onde as raízes crescem em um meio artificial formado por diversos materiais permeáveis com capacidade de reter umidade e nutrientes.
[0024] O método descrito nesse documento pode ser utilizado de preferência para desinfectar solos em culturas lenhosas, tais como frutas, cítricos ou vinhedos. Nessas modalidades particulares da invenção, o método de desinfecção fornece as seguintes vantagens: - Aumento da quantidade de oxigênio no solo, favorecendo o desenvolvimento do sistema radicular, em especial de cultivos envelhecidos pelas más práticas de trabalho. - Limpeza dos resíduos químicos. - Além disso, a inoculação de formulações a base de 11 cepas de diferentes microrganismos permite equilibrar a flora microbiana com uma diversidade de seres vivos benéficos para os cultivos; - Aumento da qualidade do cultivo, em particular o diâmetro dos frutos, e o aumento da produção.
[0025] O equipamento de produção de ozônio que se utiliza no método de desinfecção descrito na presente invenção pode ser deslocado até o local de tratamento e, também, permite a modificação de parâmetros, tais como: - a concentração de ozônio produzido em função da carga de oxigênio, - a utilização de mais de um reator gerador de ozônio, em particular 2 de forma sequencial, para aumentar assim o teor de ozônio na água ozonizada, - a produção de ozônio em peso, em função da intensidade de corrente empregada, - o tempo de aplicação do tratamento de ozonização, - a porcentagem de mistura água/ozônio e o tamanho das bolhas de gás na mistura, - a pressão e o fluxo de água de irrigação na saída do equipamento, - os equipamentos permitem a regulação do pH da água diretamente desde o equipamento de tratamento (por exemplo, mediante um dispositivo de Venturi regular de pH).
[0026] Essa versatilidade permite adaptar cada tratamento às condições específicas do solo ou substrato a ser tratado, em particular, a estrutura do solo e o tipo e o grau da infecção a ser tratada, bem como, também permite adaptar as condições do tratamento à qualidade da água de irrigação que será utilizada.
[0027] Em modalidades preferidas do método da presente invenção, o equipamento de produção de ozônio compreende duas partes principais: em uma delas o ozônio é produzido a partir de oxigênio e, na outra, o ozônio é injetado na rede de água de irrigação, passando posteriormente a um tanque de mistura. De preferência, o tanque de mistura está pressurizado com uma pressão entre 2,5 e 3,0 atm. Dessa forma, obtém-se uma mistura mais homogênea do ozônio na água.
[0028] No método para desinfectar solos e substratos de cultivo agrícola descrito nesse pedido de patente, é especialmente vantajoso utilizar os equipamentos de ozonização AGR-60, com um fluxo de trabalho de 3000 L/h, o AGRZ-800, com um fluxo de trabalho entre 10.000 e 80.000 L/h e capaz de tratar superfícies de cultivo de 5 Ha.
[0029] Além disso, no método para desinfectar os solos ou substratos de cultivo agrícola descritos no presente documento, podem ser utilizados geradores de luz de 40 kVA. Isso significa uma redução no consumo de eletricidade e, consequentemente, uma redução na contaminação do meio ambiente gerada pelo consumo de combustível (diesel).
[0030] Um problema adicional relacionado à utilização de ozônio para desinfectar solos ou substratos de uso agrícola é a baixa solubilidade do ozônio em água, embora essa solubilidade seja maior que a do oxigênio, não deixa de ser complicada, como a de qualquer gás mistura com um líquido.
[0031] Para solucionar esse problema técnico e obter a saturação da água de irrigação com gás ozônio, o método para desinfectar solos ou outros substratos agrícolas da presente invenção compreende a utilização de um tanque de mistura, de preferência pressurizado com uma pressão entre 2,5 e 3,0 atm, onde o tamanho das bolhas geradas ao se injetar o gás na água de irrigação é reduzido até que sejam obtidas as chamadas nanobolhas. Dessa forma, a carga de gás ozônio a cada litro de água é muito superior à que poderia ser alcançada até o momento, permitindo o uso de um número menor de reatores geradores de ozônio, bem como um menor consumo de eletricidade e uma diminuição no tamanho do equipamento necessário para aplicar o tratamento, permitindo a mobilidade do dito equipamento.
[0032] Para a obtenção das nanobolhas de ozônio, deve-se obter uma recirculação de água misturada com ozônio através de algumas peneiras de cerâmica, de preferência com uma pressão de 2,5-3,0 atm, em função do fluxo de água de irrigação. Por exemplo, para um fluxo de 40.000 l, é necessária uma pressão de 3 atm no misturador. Essa pressão e fluxo podem ser regulados automaticamente por meio de uma válvula automática pilotada.
[0033] A utilização de ozônio em baixas concentrações, em particular entre 0,4 e menos de 2 ppm, permite desinfectar a água usada para o tratamento, uma vez que o ozônio não atua apenas como desodorizante e oxidante das substâncias orgânicas dissolvidas, mas também como desinfectante.
[0034] Como mencionado anteriormente, o ozônio é um agente oxidante e um germicida. Consequentemente, pode ser utilizado para a oxidação de matéria orgânica presente na água, dando origem a odores e cores na água tratada. O ozônio é usado cada vez mais como agente oxidante devido à sua eficiência, seu potencial REDOX é de 2,07 eV. Graças a seu potencial oxidante, o ozônio tem a vantagem de reduzir o tempo que é normalmente necessário para a desinfecção.
[0035] A utilização desse tipo de água ozonizada fornece ao cultivo água de qualidade, livre de patógenos, porém sem a capacidade desinfectante no solo, uma vez que a baixa carga de ozônio é rapidamente inativada em contato com a matéria orgânica presente no solo. Assim, o emprego de água com ozônio em baixas concentrações (inferiores a 2 ppm), seja para irrigação por gotejamento, como nebulização ou microaspersão, fornece água livre de patógenos, o que permite que as plantas cresçam em um meio favorável e asséptico para o cultivo. Porém, essas condições têm uma permanência muito breve, portanto é necessário regar com esse sistema de forma praticamente contínua, o que impede a colonização de microrganismos benéficos.
[0036] No entanto, o método descrito nesse pedido de patente permite desinfectar um solo ou outro substrato de cultivo agrícola mediante seu tratamento com água que contém uma quantidade suficientemente elevada de ozônio dissolvido, em particular, contém uma quantidade igual ou superior a 2 ppm. Dessa forma, o método da presente invenção permite realizar, mediante aplicações pontuais do tratamento no solo, a desinfecção da água de irrigação, mas também das tubulações utilizadas e do solo ou substrato de cultivo agrícola tratado, uma vez que esse método permite que a água ozonizada chegue ao solo e penetre em profundidades, mantendo sua carga de ozônio e, portanto, seu poder desinfectante.
[0037] O solo ou substrato a ser tratado deve estar em capacidade de campo antes da realização do tratamento com ozônio. Portanto, se necessário, a água é aplicada previamente ao solo ou substrato até atingir sua capacidade de campo, quantidade que dependerá das características e da estrutura do solo, por exemplo, arenoso, argiloso; do cultivo existente ou a ser implantado; do sistema de irrigação empregado e dos hábitos de irrigação do agricultor.
[0038] O ozônio em forma de gás praticamente não tem mobilidade no solo, seja ele compactado ou aerado. Depois de misturado com a água de irrigação, o ozônio se espalha com facilidade sobre um solo em capacidade de campo, alcançando rapidamente os extremos do bulbo de irrigação, no caso de emissores, ou as camadas mais profundas, no caso de aspersão.
[0039] A vida útil do ozônio na água a uma temperatura de 15 °C é de 30 minutos, e a 25 °C é de 15 minutos, então é necessário fazer com que o ozônio produzido passe pelas tubulações até o emissor e se mova pelo terreno em capacidade de campo até o exterior do bulbo de irrigação antes de que se degrade e se transforme em oxigênio. Os inventores observaram que, ao aplicar o método da presente invenção, o tempo necessário para drenar a água com ozônio em um cultivo hidropônico é inferior à essa vida útil.
[0040] Em modalidades preferidas da presente invenção, o tratamento com ozônio ocorre durante um período de tempo entre menos que 2 horas, garantindo dessa forma que a água com carga desinfectante chegue até os limites do bulbo de irrigação, realizando a desinfecção dos microrganismos existentes.
[0041] Levando em consideração que a desinfecção com ozônio não gera resistências pelo modo de ação, o método da presente invenção permite realizar a desinfecção total do solo ou substrato tratado. Uma vez terminado o tratamento com ozônio, o método compreende inocular pelo menos uma espécie de microrganismo benéfico que colonize novamente esse espaço vazio e impeça assim o acesso de patógenos oportunistas ao mesmo. De preferência, esses microrganismos benéficos são selecionados do grupo que consiste em Trichodermas, Bacillus, Azotobacter, Pseudomonas e uma combinação de quaisquer dos anteriores.
[0042] Em modalidades preferidas, o método para desinfectar um solo ou substrato de cultivo agrícola compreende inocular 11 cepas de diferentes microrganismos. As formulações de diferentes cepas reorganizam a flora microbiana em menos tempo e com maior garantia que as formulações com uma única cepa que são habitualmente utilizadas. De forma especialmente preferida, o método para desinfectar um solo ou substrato de cultivo agrícola que é descrito nesse documento compreende inocular os seguintes microrganismos: Bacilus pumilus, Bacilus licheniformis, Bacilus megaterium, Bacilus subtilis, Bacilus popiliae, Azobacter vinelandii, Pseudomona fluorescens, Saccharomyces, Glomus intradices, Trichoderma harzianum, Rhizobium spp e Paelomyces lilacinus.
[0043] A inoculação com microrganismos benéficos ocorre pelo menos 30 min após a finalização do tratamento com ozônio. O período mínimo de 30 min permite a degradação do ozônio residual em oxigênio antes da inoculação. Por outro lado, é preferível que a inoculação ocorra em um período não superior a 48 horas, mais preferivelmente, não superior a 24 horas, desde a aplicação do tratamento com ozônio, podendo-se dessa forma evitar que a zona tratada fique exposta a uma rápida entrada de patógenos oportunistas que podem se tornar mais agressivos e prejudiciais que antes da desinfecção, uma vez que não haverá microrganismos benéficos que neutralizem seus efeitos.
[0044] A aplicação de água nas diferentes etapas do método que é descrito nesse pedido de patente pode ser realizada por qualquer procedimento conhecido pelos versados na técnica, preferivelmente mediante irrigação localizada ou aspersão. Em particular, é preferido que o fornecimento de água com ozônio ocorra mediante irrigação por gotejamento ao solo, uma vez que, dessa forma, é gerada uma ação desinfectante mais eficaz, eliminando bactérias, fungos, vírus e nematoides inicialmente presentes no solo ou substrato a ser tratado. De preferência, os microrganismos benéficos são aplicados no bulbo desinfectado onde se encontra o sistema radicular do cultivo. A mistura de microrganismos adere ao sistema radicular, protegendo e colonizando o espaço desinfectado, ou seja, livre. Além disso, ativam as defensas naturais das plantas e degradam a matéria orgânica existente no solo, convertendo-a em ácidos húmicos e fúlvicos mais assimiláveis ao cultivo. Por esse motivo, é particularmente vantajosa a utilização da mistura de 11 cepas diferentes de microrganismos benéficos que são descritos nesse documento.
[0045] Em outras modalidades preferidas, a inoculação com microrganismos ocorre mediante um injetor localizado no equipamento de ozonização.
[0046] A eficácia da desinfecção do patógeno é influenciada pelo tempo de contato, pela concentração de ozônio, pela temperatura da água utilizada como via de mobilidade, pelo pH e pelas substâncias orgânicas e inorgânicas dissolvidas. Assim, podemos afirmar que o poder da desinfecção aumenta com um pH baixo (entre 5,0 e 7,5; mais preferivelmente entre 5,0 e 7,0; sendo ideal um pH entre 5,6 e 6,5) e com uma baixa temperatura da água. Quando menor temperatura, melhor a dissolução do ozônio na água, sendo preferível um intervalo entre 8 °C e 25 °C, mais preferivelmente entre 10 °C e 20 °C, sendo a temperatura ideal de 15 °C.
[0047] Em outras modalidades preferidas, a água utilizada no método descrito nesse pedido de patente, em particular, a água de irrigação utilizada na etapa de ozonização, é isenta de aditivos, tais como fertilizantes minerais ou matéria orgânica. No método da presente invenção, o tratamento com água ozonizada é mais eficiente quando os níveis de matéria orgânica nas tubulações são baixos (de preferência, devem atingir valores de REDOX da água entre 600 mV e 1100 mV), a temperatura do solo e da água também são baixas (de preferência, entre 10 e 20 °C) e o pH está de preferência entre 5,0 e 7,0.
[0048] Em outras modalidades preferidas, o método para desinfectar solos ou outros substratos para o cultivo agrícola é realizado de forma pontual, podendo ser realizado antes ou durante o cultivo. Também é possível realizar tratamentos repetidos de ozônio, uma vez que esse tratamento não gera resíduos prejudiciais ao cultivo.
[0049] Assim, a utilização de ozônio como desinfectante no método para desinfectar solos ou outro tipo de substratos para cultivo agrícola da presente invenção apresenta várias e importantes vantagens. Por um lado, devido às suas propriedades oxidantes, o ozônio é considerado um dos agentes microbicidas mais rápidos e eficazes que se conhece. Além disso, a utilização de ozônio não contamina o solo ou substrato tratado, nem deixa resíduos prejudiciais. Ao contrário, como seu produto de degradação é o oxigênio, a utilização de ozônio favorece o desenvolvimento radicular e o crescimento vegetal.
[0050] Entretanto, o ozônio geralmente é degradado muito rapidamente, o que dificulta enormemente a realização de tratamentos baseados nesse composto. Por exemplo, em condições onde há água sem matéria orgânica, pH 7 e uma temperatura da água de 15 °C, a degradação do ozônio em oxigênio ocorre aproximadamente em 30 min após a geração. Por esse motivo, é especialmente vantajoso que o método da presente invenção permita a produção da quantidade necessária de ozônio no momento e no local onde sua ação desinfectante é necessária.
[0051] O método descrito nesse pedido de patente pode ser aplicado a solos ou outros substratos sem cultivo em produção. Nesses casos, o método compreende, de preferência, as seguintes etapas: - preparar o solo ou substrato para o plantio; - obter o solo ou substrato em sua capacidade de campo; - tratar o solo ou substrato em capacidade de campo da etapa anterior com água ozonizada que contém no mínimo 2 ppm de ozônio, em que a água ozonizada é preparada in situ com um equipamento de produção de ozônio conectado ao suprimento de água com um pH entre 5,0 e 7,5, de preferência um pH entre 5,0 e 7,0; - permitir que se transcorra um período mínimo de 30 min a partir do tratamento com ozônio, de preferência entre 30 min e 48 horas; - inocular o solo ou substrato agrícola desinfectado com pelo menos uma espécie de microrganismo benéfico, de preferência com uma mistura de 11 cepas de diferentes microrganismos; e - plantar o vegetal a ser cultivado.
[0052] De forma especialmente preferida, o método para desinfectar um solo ou substrato de cultivo agrícola que é descrito nesse documento compreende inocular os seguintes microrganismos: Bacilus pumilus, Bacilus licheniformis, Bacilus megaterium, Bacilus subtilis, Bacilus popiliae, Azobacter vinelandii, Pseudomona fluorescens, Saccharomyces, Glomus intradices, Trichoderma harzianum, Rhizobium spp e Paelomyces lilacinus.
[0053] A etapa de preparação do solo ou substrato para o plantio pode compreender a realização dos trabalhos de descompactação e formação de camalhões ou de mesetas, instalação da rede de irrigação e, se necessário, instalação de acolchoado, se necessário.
[0054] De preferência, o tratamento com água ozonizada compreendido no método de desinfecção de solos ou outros substratos para cultivo agrícola descrito nesse pedido de patente compreende a aplicação, por meio da rede de irrigação no bulbo desinfectado, de microrganismos benéficos que colonizem novamente o solo de cultivo e impeçam a recolonização por patógenos.
[0055] O plantio pode ser realizado com os sistemas habituais, incluindo a colocação de túneis ou acolchoados que forem necessários para o desenvolvimento normal do cultivo.
[0056] O método da presente invenção provou ser eficaz na desinfecção de solos contra fungos fitopatogênicos, como, por exemplo, Sclerotinia sp, Fusarium oxysporium e Phytophthora citrophthora. Em particular, em ensaios realizados, obteve-se uma desinfecção de 100 % contra os fungos fitopatogênicos mencionados anteriormente.
[0057] Além disso, esse método de desinfecção também é eficaz contra populações de bactérias mesófilas patogênicas, tais como, por exemplo, Erwinia amylovora e Claribacter michiganensis. Nos ensaios realizados com essas bactérias, obteve-se uma mortalidade inferior a 50 % após uma primeira aplicação de água ozonizada. Posteriormente, após uma segunda aplicação, manteve-se uma redução de pelo menos 50 %.
[0058] Como resultado da redução das populações de microrganismos que se obtém com o método de desinfecção da presente invenção, obtém-se um aumento no desenvolvimento vegetativo das plantas cultivadas no dito solo ou substrato.
[0059] Assim, o método da presente invenção permite utilizar ozônio como desinfectante do solo ou substrato, uma vez que permite gerar de forma eficaz a quantidade necessária de ozônio no local e no momento em que é necessário. Portanto, esse método proporciona uma alternativa viável à desinfecção de solos agrícolas, como passo anterior à implantação do cultivo, evitando o uso de fitossanitários, a contaminação e o acúmulo de resíduos no solo e na planta. Isso ocorre uma vez que o ozônio tem um grande poder oxidante, eliminando os microrganismos, uma vez que a liberação de radicais de oxigênio em grandes quantidades elimina a microbiota do solo.
[0060] De forma alternativa, o método descrito nesse pedido de patente pode ser aplicado a solos ou outros substratos com cultivo em produção, tanto de hortaliças como de culturas lenhosas (frutas, cítricos, vinhedos, etc.). Nesses casos, o método compreende, de preferência, as seguintes etapas: - obter o solo ou substrato em sua capacidade de campo; - tratar o solo ou substrato da etapa anterior com água ozonizada que contém no mínimo 2 ppm de ozônio, em que a água ozonizada é preparada in situ com um equipamento de produção de ozônio conectado ao suprimento de água com um pH entre 5,0 e 7,5, de preferência um pH entre 5,0 e 7,0; - permitir que se transcorra um período mínimo de 30 min a partir do tratamento com ozônio, de preferência entre 30 min e 48 horas; - inocular o solo ou substrato agrícola desinfectado com pelo menos uma espécie de microrganismo benéfico, de preferência com uma mistura de 11 cepas de diferentes microrganismos.
[0061] De forma especialmente preferida, o método para desinfectar um solo ou substrato de cultivo agrícola que é descrito nesse documento compreende inocular os seguintes microrganismos: Bacilus pumilus, Bacilus licheniformis, Bacilus megaterium, Bacilus subtilis, Bacilus popiliae, Azobacter vinelandii, Pseudomona fluorescens, Saccharomyces, Glomus intradices, Trichoderma harzianum, Rhizobium spp e Paelomyces lilacinus.
[0062] O método descrito nesse pedido de patente permite desinfectar solos ou outros substratos de cultivo agrícola de forma instantânea, sem deixar resíduos nocivos, uma vez que o único subproduto resultante da degradação do ozônio no solo é o oxigênio, que é muito benéfico para o desenvolvimento radicular e a implantação de microrganismos benéficos.
[0063] Tanto no uso de desinfecções químicas quanto nas técnicas de solarização, o tempo de espera necessário após a desinfecção para que seja eficaz varia entre 20 e 60 dias. De forma vantajosa, o método de desinfecção da presente invenção permite a desinfecção do solo com o cultivo implantado, ou seja, permite a aplicação de ozônio ao solo ou substrato infestado por patógenos e com o cultivo em produção, sem deixar nenhum tipo de resíduo tóxico ou que se possa se registrado na análise do produto colhido. A inoculação, de preferência entre 30 min e 48 h após o tratamento com ozônio, com microrganismos benéficos será a responsável por regenerar o sistema radicular afetado.
[0064] Também é vantajoso que, em caso de uma alta infecção por patógenos durante o cultivo, o método da presente invenção pode ser realizado várias vezes, uma vez que não se geram resíduos, nem se afeta negativamente a vegetação. Da mesma forma, também é possível realizar vários tratamentos com ozônio (várias aplicações de ozônio) antes de realizar a inoculação com os microrganismos benéficos.
[0065] Além disso, o método de desinfecção descrito nesse pedido de patente é altamente versátil, já que pode ser aplicado antes ou depois do plantio, após uma desinfecção química por outro método conhecido ou sem que tenha sido realizada nenhum tipo de desinfecção prévia.
BREVE DESCRIÇÃO DAS FIGURAS
[0066] Figura 1: Diagrama que mostra o efeito da água com ozônio sobre vários fungos.
[0067] Figura 2a: Imagem que mostra os vasos com substrato utilizados no exemplo 1.
[0068] Figura 2b: Imagem que mostra o sistema utilizado no exemplo 1 para realizar a desinfecção de um substrato de acordo com o método da presente invenção.
[0069] Figura 3a: Gráfico que mostra a sobrevivência de fungos fitopatogênicos após a aplicação 1 do exemplo 1. Analisa-se a quantidade de fungos presentes no substrato no tempo zero (t=0) e 24 horas após a aplicação (t=1), a 20 cm, 40 cm e 60 cm de profundidade.
[0070] Figura 3b: Gráfico que mostra a sobrevivência de bactérias fitopatogênicas após a aplicação 1 do exemplo 1. Analisa-se a quantidade de bactérias presente no substrato no tempo zero (t=0) e 24 horas após a aplicação (t=1), a 20 cm, 40 cm e 60 cm de profundidade.
[0071] Figura 4a: Gráfico que mostra a sobrevivência de fungos fitopatogênicos após a aplicação 2 do exemplo 1. Analisa-se a quantidade de fungos presentes no substrato no tempo zero (t=0), 1 dia (t=1) e 30 dias (t=30) após a aplicação, a 20 cm, 40 cm e 60 cm de profundidade.
[0072] Figura 4b: Gráfico que mostra a sobrevivência de bactérias fitopatogênicas após a aplicação 2 do exemplo 1. Analisa-se a quantidade de fungos presentes no substrato no tempo zero (t=0), 1 dia (t=1) e 30 dias (t=30) após a aplicação, a 20 cm, 40 cm e 60 cm de profundidade.
[0073] Figura 5: Imagem que mostra o estado das plantas de tomate após a primeira aplicação do exemplo 1: Fig. 5a: controle; Fig. 5b: tratamento com ozônio.
[0074] Figura 6: Imagem que mostra o estado das plantas de tomate após a segunda aplicação do exemplo 1. Fig. 6a: controle; Fig. 6b: tratamento com ozônio.
[0075] Figura 7: Pontos de amostragem coletados no exemplo 3
[0076] Figura 8: Imagens que mostram: (A) amostra de solo em microscópio; (B), (C) e (D) detalhe dos nematoides.
[0077] Figura 9: Gráfico que mostra a evolução da população de nematoides no solo após o tratamento com ozônio e após a inoculação de microrganismos obtidos no exemplo 5.
Exemplos Exemplo 1: Eficácia do tratamento com ozônio na desinfecção de solos sem cultivo
[0078] O objetivo geral do estudo era avaliar a eficácia do uso do ozônio como estratégia na desinfecção de solos. Em particular, o objetivo era estudar o efeito do método de desinfecção sobre plantas de tomate, e relacionar o poder oxidativo do ozônio com a eliminação de patógenos em diferentes profundidades.
[0079] Para atingir os objetivos mencionados acima, o solo sem cultivo foi infectado com as espécies fitopatogênicas Sclerotinia, Fusarium, Erwinia, Phytophthora e Clavibacter. O ensaio foi realizado na cidade de Lorca (Múrcia). O cultivo ocorreu ao ar livre em cubetas contendo solo sem nenhuma planta e onde havia sido previamente cultivado tomate, pimentão e melão. Após a primeira aplicação do método da presente invenção, foram transplantadas as plantas de tomate, Lycopersicum esculentum, avaliando-se a resposta da planta aos tratamentos.
[0080] Os tratamentos testados foram: T0 (controle) e T1 (ozônio). Após a aplicação do método duas vezes consecutivas, foi realizada a inoculação dos seguintes microrganismos benéficos (mistura denominada “formulação de microrganismos (1)”): Trichodermas (4x108 UFC), Bacillus (1,5x108 UFC), Azotobacter (1,5x108 UFC) e Pseudomonas (1,5x108 UFC).
[0081] O teor microbiológico do solo foi avaliado em diferentes profundidades: 20, 40 e 60 cm, antes e depois das aplicações.
• Protocolo de ensaio
[0082] Foram instalados vasos com um volume conhecido de 1000 l (1x1x1 m) em campo. Por outro lado, um substrato procedente de estufa com cultivo prévio de melão, pimentão e tomate foi selecionado e homogeneizado. Posteriormente, os vasos foram preenchidos com esse substrato.
[0083] Em laboratório, as seguintes espécies foram cultivadas in vitro: • Bactérias fitopatogênicas: Erwinia amylovora e Clavibacter michiganensis • Fungos fitopatogênicos: Sclerotinia sp, Fusarium oxysporium e Phytophthora citrophthora
[0084] Cada microrganismo foi cultivado em meio líquido até atingir uma concentração de 108 ufc/ml. Para cada uma das cubetas, preparou-se 1 litro de solução microbiana.
[0085] Então, os microrganismos patogênicos foram inoculados no substrato, foram realizadas regas periódicas até se alcançar a capacidade do substrato, foram coletadas amostras em diferentes profundidades (20 cm, 40 cm e 60 cm) e foi realizada a contagem de fitopatógenos nas ditas amostras para verificar a permanência e a presença de fitopatógenos no solo.
[0086] Foi realizada uma primeira aplicação do método de desinfecção com ozônio. Para tanto, o equipamento de ozonização foi inserido no sistema de irrigação e os parâmetros do dito equipamento foram ajustados para se obter água ozonizada com no mínimo 2 ppm de ozônio dissolvido. Posteriormente, deixou-se o solo em repouso durante 30 min e plantas de tomate, Lycopersicum esculentum foram transplantadas. Posteriormente, foi realizada uma segunda aplicação do método de desinfecção com ozônio nas mesmas condições indicadas anteriormente e, depois de deixar o solo tratado em repouso durante 30 min, a formulação de microrganismo (1) foi inoculada.
[0087] A figura 2a mostra a colocação dos vasos no campo, ao passo que a Figura 2b mostra a montagem realizada para inserir o equipamento de ozonização utilizado no sistema de irrigação.
[0088] Para analisar o efeito do tratamento na desinfecção do solo, foram coletadas amostras em diferentes profundidades (20 cm, 40 cm e 60 cm) e em diferentes datas, e analisou-se a carga microbiana em cada uma das amostras.
[0089] Como mencionado acima, uma vez finalizada a primeira desinfecção, as mudas de tomate foram transplantadas nas cubetas para se avaliar o “efeito residual” do tratamento. Posteriormente, realizou-se o estudo do desenvolvimento vegetativo das plantas.
1.2 Tratamentos
[0090] Os tratamentos, aplicações e amostragens são mencionados na tabela a seguir:
Figure img0001
[0091] Após a primeira aplicação do método de desinfecção, em 19 de setembro de 2014, foram transplantadas 2 plantas de tomate por vaso. O efeito residual do ozônio foi avaliado.
1.3 Tamanho experimental e desenho
[0092] O tratamento de controle corresponde ao vaso n° 1. Como existe apenas uma repetição, foram realizadas 3 subamostras durante as amostragens.
Figure img0002
1.4 Parâmetros avaliados
[0093] No decorrer do ensaio, os parâmetros avaliados foram: - Fluxo e ppm de ozônio na saída. - Avaliação da microbiota do solo (t=0; t=7 dias e t=30 dias). - Relação da profundidade com o possível efeito fungicida. - Estabelecidas as plantas de tomate, foi avaliado se os tratamentos causavam fitotoxicidade.
[0094] Os parâmetros que se observaram no cultivo serão o surgimento de necrose e queimaduras em folhas e frutos.
- Desenvolvimento vegetativo do cultivo.
[0095] O efeito dos tratamentos (ozônio, controle) e sua avaliação foram determinados mediante o teste de Student no pacote estatístico SPSS. O teste determina se os meios que os experimentos mostram são significativamente diferentes com um nível de confiabilidade (P>0,05). Os resultados foram representados por diagramas de barras, as tabelas de resultados mostram se existiram diferenças significativas (letra diferente) ou se não existem evidências de diferenças entre os tratamentos (mesma letra).
1.5 . Resultados 1.5.1. Fluxo e fluxo e ppm de ozônio na saída
[0096] Durante a primeira aplicação, os dados coletados são mostrados na tabela seguir:
Figure img0003
1.5.2. Avaliação da população microbiana após a aplicação 1
[0097] Nessa seção são descritos os dados obtidos. Como foi explicado no protocolo de ensaio, foram coletadas amostras de solo em diferentes profundidades (20 cm, 40 cm e 60 cm) e foram realizados controles de qualidade quantificando o número de fungos e bactérias patogênicas.
A. Fungos patogênicos
[0098] Antes da incorporação dos tratamentos e 24 horas após a aplicação, a sobrevivência de fungos patogênicos foi avaliada. Foram analisados os dados por tratamento (vide a Figura 3a), e descobrimos que: - no tratamento de controle: a carga microbiana foi similar antes e depois em todas as profundidades testadas, salvo a de 40 cm onde houve uma lavagem. - a aplicação de ozônio significou uma redução de 100 % em 20 e 60 cm de profundidade.
B. Bactérias patogênicas
[0099] Em cada uma das profundidades testadas (20 cm, 40 cm e 60 cm), ambos os tratamentos reduziram as populações de bactérias presentes no solo (vide a figura 3b). Em todos as profundidades avaliadas (salvo a de 60 cm), as populações de bactérias patogênicas foram inferiores ao controle, sendo essa diminuição inferior a 50 %.
1.5.3. Avaliação da população microbiana após a aplicação 2 A. Fungos patogênicos
[0100] Como é mostrado na figura 4a, a aplicação de ozônio reduziu 100 % dos fungos patogênicos a uma profundidade de 40 e 60 cm, mantendo a eficácia de ambos os produtos e prologando-se o efeito durante 30 dias. A uma profundidade de 20 cm, o tratamento com ozônio reduziu a população em 100 %, com traços de fungos aparecendo um mês depois, possivelmente devido à contaminação do solo por fatores ambientais.
B. Bactérias patogênicas
[0101] O estudo dos dados (vide a figura 4b) mostra o poder desinfectante do ozônio, embora a redução não tenha sido total. Dada a velocidade de reprodução das bactérias, estima-se que após o desaparecimento total do efeito residual dos produtos, populações similares ao controle sejam atingidas.
1.6 . Fitotoxicidade em plantas de tomate
[0102] Após a primeira aplicação do tratamento com ozônio, 2 plantas de tomate foram transplantadas em cada um dos vasos. O crescimento das plantas foi avaliado durante três meses, sendo a análise desse parâmetro encerrada em 2 de janeiro devido às geadas na região (vide as figuras 5a e 5b).
[0103] O crescimento nas plantas onde foi aplicado o tratamento com ozônio mostrou um desenvolvimento vegetativo vigoroso devido à diminuição de microrganismos patogênicos; ao passo que, nas plantas de controle, seu desenvolvimento variou de médio-baixo. Duas semanas depois da segunda aplicação, as plantas de controle morreram por conta da infecção (vide as figuras 6a e 6b).
1.7 . Conclusões
[0104] Os resultados obtidos demostraram que o nível de desinfecção do ozônio foi de 100 % comparado aos fungos fitopatogênicos testados. Além disso, as populações de bactérias mesófilas patogênicas diminuíram em número após a aplicação do desinfectante, com uma mortalidade inferior a 50 % após a primeira aplicação. Durante a segunda aplicação, a redução de 50 % foi mantida, com exceção do que foi observado a uma profundidade de 60 cm, onde a redução atingiu 60 %.
[0105] Ainda, nas amostras tratadas com ozônio, o desenvolvimento vegetativo das plantas de tomate foi vigoroso devido à redução das populações de microrganismos, enquanto as plantas de tomate cultivadas em vasos de controle mostraram um crescimento variando de baixo-médio e acabaram morrendo devido à infecção por patógenos.
[0106] Como complemento, após a primeira aplicação, as plantas de tomate foram transplantadas em cada uma das repetições e foi avaliado se a aplicação de ozônio causava fitotoxicidade. Três meses depois do transplante, as plantas tratadas com ozônio apresentaram um crescimento e desenvolvimento vegetativo normal, ao passo que as plantas de controle morreram em consequência do ataque de patógenos presentes no solo.
Exemplo 2: Desinfecção de nematoides em pimentão var. padrão
[0107] O ensaio foi realizado em uma fazenda de pimenta verde espanhola [Pimientos de Padrón] no mês de maio de 2015 que apresenta um alto grau de acometimento por nematoides e a propriedade pretende arrancar o plantio, pois já deu a produção como perdida. Em uma superfície de 500 m2 em estufa, com um consumo de água de 3000 l/h, a desinfecção com ozônio foi realizada a uma dose de 6 ppm, sendo verificado com as leituras de REDOX que, nos emissores de gotejamento mais distantes, é obtida uma leitura de 1000 mV, tendo como base um valor na água de irrigação sem ozônio de 185 mV.
[0108] Ao finalizar o tratamento, a inoculação da formulação de microrganismos (1) é realizada (vide o exemplo 1). Sete dias após a realização do tratamento, são coletadas amostras de terra para verificar o nível de infestação de nematoides, sendo observada uma diminuição de 90 % da população.
[0109] Em particular, após a desinfecção através de irrigação ozonizada em cultivo de pimenta verde espanhola afetada por nematoides (Meloidogyne) em plena produção, foram obtidos os seguintes resultados: - Análise anterior à desinfecção: Meloidogyne sp. 88 juvenis/100 cc de solo - Análise posterior à desinfecção: Meloidogyne sp. 8 juvenis/1 cc de solo.
[0110] A parte tratada da fazenda se recuperou dos danos e continuou em produção até a data prevista para seu arranque.
Exemplo 3: Desinfecção de nematoides em cultivo de cítricos (limoeiros). Efeito da ozonização e inoculação com microrganismos benéficos no controle de nematoides fitopatogênicos do solo
[0111] O presente ensaio em cítricos foi realizado em uma parcela com alta taxa de infecção por nematoides durante os meses de maio e setembro de 2015. Avaliou-se o efeito de duas aplicações de ozônio e uma aplicação final de uma mistura de microrganismos (formulação de microrganismos (2)) formada por: Bacillus (1,5x108 UFC), Azotobacter (1,5x108 UFC) e Pseudomonas (1,5x108 UFC).
[0112] Os parâmetros estudados foram: evolução da população de nematoides fitopatogênicos, evolução da população fúngica e, após a aplicação da formulação de microrganismos (2), foi realizada uma contagem do número de bactérias no solo. Os resultados demonstraram que a aplicação do ozônio com os microrganismos benéficos reduziu significativamente a população de nematoides fitopatogênicos no solo.
[0113] Um objetivo desse ensaio foi avaliar a ação do ozônio e de microrganismos benéficos no controle de nematoides fitopatogênicos em cítricos.
3.1. Material e métodos
[0114] Sobre uma parcela com alta taxa de infecção por nematoides do gênero Pratylenchus sp, foram selecionadas 4 repetições. A figura 7 mostra os pontos de amostragem coletados.
[0115] A data de aplicação dos produtos foi: - Ozônio: foi aplicado a uma concentração de 5 a 6 ppm. Aplicações: 21 e 27 de maio. - Formulação de microrganismos (2) (Bionema Plus): Uma única aplicação de uma dose de 20 l/ha ocorreu em 4 de junho.
Figure img0004
3.2. Conclusões
[0116] Os resultados demonstraram que a aplicação do ozônio e da formulação de microrganismos (2) reduziram significativamente a população de nematoides fitopatogênicos, diminuindo de 50 nem/g para 0,2 nem/g, uma população praticamente inexistente.
Exemplo 4: Evolução de nematoides no solo após o tratamento com ozônio e inoculação de microrganismos
[0117] Esse ensaio foi realizado em T.M. Benifaió (Valência), em terreno de barro-argila. Os tratamentos foram realizados ao final de um cultivo de hortaliças, antes da realização de um novo plantio de hortaliças, por exemplo, pepinos, tomates, pimentões.
[0118] O terreno se destacava pelo seu alto teor de infecção por nematoides, afetando gravemente a produção do cultivo.
[0119] O método foi aplicado para a desinfecção de solos descrita nesse pedido de patente, em que o tratamento com água de irrigação ozonizada (5,5 ppm de ozônio) foi realizado durante 2 horas, e a inoculação ocorreu mediante a aplicação da formulação de microrganismos (1) (vide o exemplo 1) colonizadores 24 horas após a realização da desinfecção com ozônio.
[0120] Como pode ser observado na figura 9, antes da aplicação do tratamento, a amostra de solo extraída apresentava 480 juvenis/100 cc de terra. Após a realização do tratamento com ozônio, a presencia de juvenis foi reduzida para 44/100 cc de terra e, 15 dias depois de realizar a inoculação com a formulação de microrganismos (1), a amostra analisada apresentava 1 juvenil/100 cc de terra.
[0121] Esses resultados demonstram uma diminuição considerável da porcentagem de nematoides. Da mesma forma, também pode ser observado um aumento na quantidade de saprófitos em 20 unidades/100 cc de terra.
[0122] Os diferentes ensaios realizados mostram que, tanto em terrenos desnudos quanto em terrenos com cultivos em produção, os melhores resultados são obtidos ao trocar o tratamento pontual com ozônio (mínimo de 2 ppm) em água de irrigação, seguido da inoculação com microrganismos benéficos.

Claims (10)

1. Método para desinfectar solos ou outros substratos de cultivo agrícola caracterizado por compreender: - obter um solo ou outro substrato de cultivo agrícola em sua capacidade de campo; - tratar o solo ou substrato em capacidade de campo da etapa anterior com água ozonizada que contém no mínimo 2 ppm de ozônio, em que a água ozonizada é preparada in situ com um equipamento de produção de ozônio conectado ao suprimento de água com um pH entre 5,0 e 7,5, e contém nanobolhas de ozônio obtidas em um tanque de mistura pressurizado a uma pressão entre 2,5 e 3,0 atm; - permitir que se transcorra um período mínimo de 30 min a partir do tratamento com ozônio; e - inocular o solo ou substrato agrícola desinfectado com pelo menos uma espécie de microrganismo benéfico.
2. Método para desinfectar, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que se permite transcorrer um período entre 30 min e 48 horas entre o tratamento do solo ou substrato com a água ozonizada e a inoculação com pelo menos uma espécie de microrganismo benéfico.
3. Método para desinfectar, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 2, caracterizado pelo fato de que o teor de ozônio dissolvido na água ozonizada está entre 5 e 6 ppm.
4. Método para desinfectar, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 3, caracterizado pelo fato de que o tratamento com água ozonizada é realizado por um período de tempo entre 1 h 30 min e 2 horas.
5. Método para desinfectar, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 2, caracterizado pelo fato de que o teor de ozônio dissolvido na água ozonizada está entre 6 e 8 ppm, e o tratamento do solo ou substrato com essa água ozonizada é realizado por um período de tempo inferior a 90 min.
6. Método para desinfectar, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 5, caracterizado pelo fato de que o microrganismo benéfico é selecionado a partir do grupo que consiste em Trichodermas, Bacillus, Azotobacter, Pseudomonas e uma combinação de quaisquer dos anteriores.
7. Método para desinfectar, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 6, caracterizado pelo fato de que o solo ou substrato agrícola desinfectado é tratado com 11 cepas de diferentes microrganismos.
8. Método para desinfectar, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 7, caracterizado pelo fato de que a água é aplicada por irrigação localizada.
9. Método para desinfectar, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 8, caracterizado pelo fato de que o solo ou substrato não possui cultivo em produção, e o método compreende as seguintes etapas: - preparar o solo ou substrato para o plantio; - obter o solo ou substrato em sua capacidade de campo; - tratar o solo ou substrato em capacidade de campo da etapa anterior com água ozonizada que contém no mínimo 2 ppm de ozônio, em que a água ozonizada é preparada in situ com um equipamento de produção de ozônio conectado ao suprimento de água com um pH entre 5,0 e 7,5; - permitir que se transcorra um período mínimo de 30 min a partir do tratamento com ozônio; - inocular o solo ou substrato agrícola desinfectado com pelo menos uma espécie de microrganismo benéfico; e - plantar o vegetal a ser cultivado.
10. Método para desinfectar, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 7, caracterizado pelo fato de que solo ou substrato tem cultivo em produção, e em que o método compreende as seguintes etapas: - obter o solo ou substrato em sua capacidade de campo; - tratar o solo ou substrato da etapa anterior com água ozonizada que contém no mínimo 2 ppm de ozônio, em que a água ozonizada é preparada in situ com um equipamento de produção de ozônio conectado ao suprimento de água com um pH entre 5,0 e 7,5; - permitir que se transcorra um período mínimo de 30 min a partir do tratamento com ozônio; e - inocular o solo ou substrato agrícola desinfectado com pelo menos uma espécie de microrganismo benéfico.
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