BR112019010290A2 - método para verificar e/ou monitorar o uso de um pneu - Google Patents

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Abstract

método para verificar e/ou monitorar o uso de um pneu (1) montado em um veículo (7), que compreende as seguintes etapas: - adquirir, por um microfone (10) disposto dentro do pneu, uma resposta acústica do dito pneu (1) obtida sob o efeito de um estresse mecânico pulsado aplicado ao mesmo, - processar a dita resposta no domínio de frequência, caracterizado pelo fato de que o dito processamento identifica, na resposta no domínio de frequência, dois picos de espectro situados em qualquer lado de uma frequência de referência correspondente ao primeiro modo de cavidade do pneu e, dependendo da diferença de frequência entre os dois picos identificados desse modo, determina uma informação relacionada a pelo menos um parâmetro de uso do pneu.

Description

“MÉTODO PARA VERIFICAR E/OU MONITORAR O USO DE UM PNEU” CAMPO TÉCNICO GERAL E CONTEXTO DA INVENÇÃO [0001 ] A presente invenção refere-se à verificação e/ou ao monitoramento do uso de um pneu.
[0002] Mais especificamente, a invenção propõe um método que explora a resposta acústica de um pneu sob o efeito de um estresse mecânico pulsado para deduzir a partir das mesmas informações relacionadas a pelo menos um parâmetro de uso do pneu tal como a pressão do mesmo ou a carga do veículo.
[0003] De modo vantajoso, é aplicável verificar e/ou monitorar qualquer tipo de pneu: pneus de equipamento agrícola, de caminhões, de veículos de passageiro, de motocicletas ou quadriciclos, etc.
[0004] Sabe-se convencionalmente que, quando um pneu é montado em um veículo, é importante monitorar não somente seu desgaste, mas também as condições sob as quais o mesmo é usado: pressão de inflação, carga do veículo, etc.
[0005] O desgaste de um pneu pode ser facilmente verificado por uma inspeção visual simples das esculturas escavadas no piso ou, se for necessário, com o uso de uma ferramenta de tipo de medição de profundidade.
[0006] Os parâmetros de uso tais como a pressão do pneu ou a carga do veículo são, por sua parte, mais difíceis de apreender, ou, em qualquer caso, exigem equipamento custoso, particularmente devido ao grande número de rodas de um caminhão, para o qual a peso carregado total autorizado é maior do que 3,5 toneladas, nas pode elevar para mais do que 26 toneladas, ainda 32 toneladas, o que exige eixos adicionais. A verificação e monitoramento do mesmo exigem o uso de ferramentas complexas (medidor de pressão, máquina de pesagem para pesar o veículo, etc.).
[0007] Há, portanto, uma necessidade de uma técnica para verificar e/ou monitorar as condições de uso de um pneu de veículo que torna possível obter informações relacionadas a pelo menos um parâmetro de uso do pneu de modo particularmente simples, sem exigir ferramentas grandes e caras.
SUMÁRIO DA INVENÇÃO [0008] Um objetivo da invenção é tornar possível verificar e/ou monitorar as
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2/11 condições de uso de um pneu de veículo de um modo que seja simples de implantar e não custoso.
[0009] Ainda outra da invenção é propor uma técnica de verificação que torna possível determinar de modo confiável informações relacionadas a pelo menos um parâmetro de uso do pneu.
[0010] Para essa finalidade, um método é proposto para verificar e/ou monitorar o uso de um pneu montado em um veículo, que compreende as seguintes etapas:
- aquisição, por um microfone disposto dentro do pneu, de uma resposta acústica do dito pneu obtida sob o efeito de um estresse mecânico pulsado no dito pneu quando parado,
- processamento da dita resposta acústica no domínio de frequência realizado por uma unidade de processamento de dados computadorizada, [0011] na qual o dito processamento identifica, na resposta no domínio de frequência, dois picos de espectro situados em qualquer lado de uma frequência de referência correspondente ao primeiro modo de cavidade do pneu e, como uma função do desvio de frequência entre os dois picos devidamente identificados, determina informações relacionadas a pelo menos um parâmetro de uso do pneu. [0012] Esse método é complementado de modo vantajoso pelas seguintes características, tomadas por si só ou em qualquer combinação tecnicamente possível das mesmas:
- cada um dos dois picos do espectro corresponde ao máximo do espectro em seu respectivo lado da frequência de referência;
- o espaçamento da frequência de cada um dos picos relativos à frequência de referência é menor do que 10% da frequência de referência;
- as informações relacionadas a pelo menos um parâmetro de uso do pneu é um fator de deformação correspondente à razão entre o desvio entre as duas frequências dos picos do espectro e a frequência de referência;
- a frequência de referência é definida como a razão da velocidade do som no ar para a circunferência interna média do pneu;
- o microfone é ligado a um transmissor sem fio, e a resposta acústica é transmitida pelo transmissor sem fio à unidade de processamento de dados computadorizada, sendo que a dita unidade de processamento de dados
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3/11 computadorizada é disposta fora do pneu;
- o microfone é preso a um rebordo que porta o pneu;
- a pressão dentro do pneu é conhecida, e o método compreende a determinação de informações relacionadas a uma carga do veículo como parâmetro de uso, como uma função do desvio entre as frequências dos picos do espectro e da pressão.
- a carga do veículo é conhecida, e o método compreende a determinação de informações relacionadas a uma pressão como parâmetro de uso, como uma função do desvio entre as frequências dos picos do espectro e da carga do veículo. [0013] A invenção refere-se também a um produto de programa de computador que compreende instruções de código de programa para executar o método de acordo com a invenção, quando o dito programa é executado em um computador. Preferencialmente, o produto de programa de computador toma a forma de um dispositivo legível em computador que forma um memória não-volátil que armazena as instruções de código de programa.
[0014] A invenção refere-se também a um sistema para verificar e/ou monitorar o uso de um pneu montado em um veículo, sendo que o dito sistema compreende:
- um microfone disposto dentro do pneu e adequado para adquirir uma resposta acústica do dito pneu a um estresse mecânico pulsado no mesmo,
- uma unidade de processamento de dados computadorizada configurada para identificar, na resposta no domínio de frequência, dois picos do espectro situados em qualquer lado de uma frequência de referência correspondente ao primeiro modo de cavidade, e, como uma função do desvio de frequência entre os dois picos devidamente identificados, determinar informações relacionadas a pelo menos um parâmetro de uso do pneu.
[0015] O sistema é configurado para implantar o método de acordo com qualquer uma das possíveis modalidades da invenção. Preferencialmente, o microfone é preso a um rebordo que porta o pneu. Preferencialmente, o microfone é ligado a um transmissor sem fio configurado para transmitir a resposta acústica à unidade de processamento de dados computadorizada, sendo que a dita unidade de processamento de dados computadorizada é disposta fora do pneu.
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DESCRIÇÃO DAS FIGURAS [0016] Outras características, objetivos e vantagens da invenção aparecerão a partir da descrição a seguir, que é puramente ilustrativa e não limitadora, e que deve ser lida em luz dos desenhos anexos nos quais:
- A Figura 1 ilustra esquematicamente um pneu montado em um rebordo de um veículo,
- A Figura 2 ilustra esquematicamente a deformação sofrida por um pneu dotado de um microfone de acordo com uma possível modalidade da invenção,
- A Figura 3 ilustra esquematicamente um sistema de acordo com uma modalidade da invenção aplicada a um veículo agrícola;
- A Figura 4 é um diagrama que ilustra esquematicamente várias etapas de um método de acordo com uma possível modalidade da invenção;
- A Figura 5 ilustra um registro de duas respostas acústicas pulsadas de pneus com a mesma carga e diferentes pressões;
- A Figura 6 ilustra a representação de frequência de tempo das respostas acústicas da Figura 5.
DESCRIÇÃO DETALHADA
RECAPTULAÇÕES GERAIS SOBRE A ESTRUTURA DE UM PNEU [0017] A Figura 1 ilustra um pneu 1 montado em um rebordo 2. Tal pneu 1 compreende, por um lado, uma zona de coroa 3 que constitui um piso que tem esculturas e, por outro lado, paredes laterais 4 que terminam em zonas baixas 5. Os últimos incluem, em geral um fio de aro e um aro para permitir que o pneu 1 seja montado no rebordo 2. O rebordo 2 é por si só ligado ao veículo por um eixo (não representado). O pneu permite desse modo a ligação entre o veículo e o solo.
[0018] Um pneu 1 é compreende jaqueta flexível que encerra um interior gasoso pressurizado, tipicamente ar.
[0019] Visto que o rebordo 2 não é deformável, essa força aplicada ao pneu 1 deforma o último, conforme ilustrado na Figura 2. A parte da coroa 3 sob o rebordo 2 é achatada, o que aumenta a área de superfície de contato do pneu com o solo, enquanto as paredes laterais 4 inflam: o pneu 1 é deformado. Essa deformação é totalmente a mais pronunciada quando a pressão é baixa e a carga é alta. De modo similar, a pressão é totalmente a maior quando a carga é alta. Entende-se, portanto,
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5/11 que parâmetros de uso tais como a deformação do pneu, a pressão do pneu ou a carga do veículo são ligados entre si.
EXEMPLO DE UM SISTEMA [0020] Em referência à Figura 3 que ilustra esquematicamente um sistema de acordo com uma modalidade da invenção aplicada a um veículo agrícola, tal sistema compreende um microfone 10 e uma unidade de processamento de dados computadorizada 9. Os mesmos podem, como aqui, ser separados e distintos, ou ainda ser dispostos dentro do mesmo dispositivo.
[0021] Preferencialmente, o microfone 10 e a unidade de processamento de dados computadorizada 9 são fisicamente distintos. Desse modo, é possível usar como microfone um dispositivo de registro dedicado, que torna possível mais configurar finamente a aquisição e, como unidade de processamento de dados computadorizada 9, um terminal genérico tal como um terminal de bolso ou “telefone inteligente”. Conforme ilustrado, a unidade de processamento de dados computadorizada 9 pode ser um terminal de bolso tais como um telefone móvel inteligente, que compreende um processador e uma memória. A mesma também pode ser um computador que compreende um processador e uma memória. Em particular, a unidade de processamento de dados computadorizada 9 pode ser um computador a bordo do veículo no qual o pneu é montado.
[0022] Ademais, ter um microfone 10 e uma unidade de processamento de dados computadorizada 9 que são fisicamente distintos torna possível dispor os mesmos em diferentes pontos. Conforme ilustrado na Figura 2, o microfone 10 é disposto dentro do pneu, ou seja, dentro da cavidade definida pelo pneu e que encerra o ar pressurizado. Mais especificamente, o microfone 10 é, aqui, preso ao rebordo 2. O microfone pode ser, por exemplo, fixado a um colar que circunda o poço do rebordo dentro do pneu 1.
[0023] Preferencialmente, o microfone 10 é associado a um transmissor sem fio, em particular de tipo de radiofrequência, tornando possível retransmitir o registro da resposta acústica à unidade de processamento de dados computadorizada 9, preferencialmente disposta fora do pneu 1, para o processamento da mesma. Desse modo, é possível, por exemplo, fornecer uma antena dentro do pneu. No caso de uma comunicação sem fio, um receptor externo pode receber os sinais enviados
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6/11 pelos meios de comunicação sem fio ligados ao microfone 10, e retransmitir os mesmos à unidade de processamento de dados computadorizada 9. Mais uma vez, um acessório de um terminal de bolso, tais como um telefone móvel inteligente, pode servir tanto como receptor externo quanto como a unidade de processamento de dados computadorizada 9, conforme ilustrado no exemplo da Figura 3.
[0024] O microfone 10 é adequado para adquirir uma resposta acústica do dito pneu 1 a estresse mecânico pulsado no mesmo, quando o pneu é parado. O microfone 10, disposto dentro do pneu 1, é também configurado para transmitir a resposta acústica à unidade de processamento de dados computadorizada 9, disposta fora do pneu 1.
[0025] A unidade de processamento de dados computadorizada 9 é, por sua parte, configurada para identificar, na resposta no domínio de frequência, dois picos do espectro situados em qualquer lado de uma frequência de referência correspondente ao primeiro modo de cavidade, e, como uma função do desvio de frequência entre os dois picos devidamente identificados, determinar informações relacionadas a pelo menos um parâmetro de uso do pneu (1).
EXEMPLO DE IMPLANTAÇÃO [0026] Em referência à Figura 4, a primeira etapa S1 do método consiste em aplicar ao pneu 1 um estresse mecânico pulsado. Isso envolve tipicamente aplicar um breve sopro ao pneu, por exemplo, por meio de um chute dado por um operador 8 ao pneu 1 conforme representado, ou atingindo-se o pneu 1 com uma ferramenta tal como um martelo. A simplicidade dessa operação significa que a mesma pode ser implantada pelo condutor do veículo 7 como operador 8.
[0027] Também é possível, de modo a controlar melhor as características do pulso acústico, fornecer um dispositivo mecânico controlável para atingir o pneu 1 ou o rebordo 2 com uma força predeterminada. Tal dispositivo por, por exemplo, ser disposto na superfície do pneu 1 ou do rebordo 2, e, seguindo a ação de um comando, um membro móvel desse dispositivo atinge o pneu 1 ou o rebordo 2.
[0028] Seguindo esse estresse mecânico pulsado no pneu 1, ondas sonoras são propagadas no pneu 1, produzindo um som. Essa é a resposta acústica do pneu 1 a esse estresse mecânico pulsado. A segunda etapa S2 consiste na aquisição da resposta acústica do pneu por meio do microfone 10.
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7/11 [0029] A Figura 5 mostra dois exemplos ilustrativos de tendências ao longo do tempo de amplitude de respostas acústicas a um estresse mecânico pulsado que foram desse modo adquiridas para um mesmo pneu com carga constante e em diferentes pressões:
- uma primeira resposta 30, à esquerda do gráfico, correspondente a um pneu inflado a 0,16 Mpa (1,6 bar), e
- uma segunda resposta 31, à direita do gráfico, correspondente ao mesmo pneu inflado a 0,1 Mpa (1,0 bar).
[0030] O microfone 10 transmite a resposta à unidade de processamento de dados computadorizada 9 que recebe a dita resposta acústica pulsada do microfone 10 e processa essa resposta no domínio de frequência (etapa S3). Conforme declarado, a transmissão é preferencialmente realizada por um transmissor sem fio ao qual o microfone é ligado, o que torna possível transmitir a resposta acústica do microfone situado dentro do pneu 1 a uma unidade de processamento de dados computadorizada 9 situada fora do pneu 1.
[0031 ] A resposta é, primeiro de tudo, convertida no domínio de frequência (etapa S31) para obter o espectro de frequência da resposta acústica pulsada. É possível usar qualquer método convencional, adequado ao formato dos dados representativos da resposta acústica pulsada, tais como, por exemplo, transformação Fourier, ou um método paramétrico do tipo Yule-Walker ou tipo similar.
[0032] O espectro de frequência da resposta acústica pulsada é obtido desse modo. A partir desse espectro, dois picos de espectro, na resposta no domínio de frequência, são identificados em qualquer lado de uma frequência de referência correspondente ao primeiro modo de cavidade do pneu (etapa S32).
[0033] Os inventores constataram, de fato, que a resposta acústica de domínio de frequência de um pneu deformado sob uma carga exibe uma duplicação da frequência fundamental de seu primeiro modo de cavidade, que é refletida no espectro por dois picos próximos.
[0034] Seguindo o estresse mecânico pulsado no pneu 1, diferentes modos de ressonância acústica são excitados que são ligados à geometria da cavidade interna formada pelo pneu 1 e pelo fundo do rebordo 2. O primeiro modo de cavidade
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8/11 corresponde à ressonância principal dentro do pneu 1. Esse primeiro modo de cavidade pode ser comparado a uma onda ressonante padrão de um tubo fechado em si próprio, que depende somente do comprimento do tubo quando o tubo não é esmagado.
[0035] Esse primeiro modo de cavidade é refletido por um pico de amplitude para a frequência fundamental desse modo. Essa frequência fundamental pode ser aproximada por uma frequência de referência fo correspondente à razão da velocidade c do som no ar à circunferência interna média Lc do pneu 1, i.e.
Figure BR112019010290A2_D0001
[0036] Nos exemplos da Figura 5, o pneu 1 tem uma circunferência de pneu interna média Lc estimada em 4,05 m. Tomando-se uma velocidade do som aproximada a 340 m.s-1, uma frequência de referência fo de aproximadamente 84 Hz é obtida, que corresponde, portanto à frequência fundamental do primeiro modo de cavidade para esse pneu 1.
[0037] Agora, um pneu 1 montado em um veículo 7 sustenta uma parte do peso da mesma e é deformado conforme explicado acima. A Consequência principal dessa deformação é uma redução da seção de tubo interna do pneu 1, por meio da redução de área do interior do pneu 1 alinhado com o rebordo 2, isto é, no ponto de contato 6 com o solo, e um aumento no comprimento desse tubo. Essas mudanças geométricas são refletidas por uma “duplicação” da frequência fundamental do primeiro modo de cavidade: em vez de ter um pico no espectro da resposta acústica na frequência fundamental, dois picos são observados, situados em qualquer lado da frequência fundamental. Foi constatado que o desvio entre os dois picos é uma função da intensidade da deformação do pneu 1.
[0038] Os dois picos do espectro da resposta acústica exibem o mesmo desvio relativo à frequência de referência fo, tomado como aproximação da frequência fundamental. As frequências dos dois picos do espectro formam, portanto, um par centralizado na frequência de referência fo. Portanto, os dois picos do espectro da resposta acústica são localizados em frequências muito próximas à frequência de referência fo, tomadas como aproximação da frequência fundamental. Tipicamente, o espaçamento da frequência de cada um dos picos relativos à frequência de
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9/11 referência é menor do que 10% da frequência de referência. Ademais, em geral, cada um dos dois picos do espectro corresponde ao máximo do espectro em seu respectivo lado da frequência de referência;
[0039] Em seguida, a detecção dos picos do espectro e a identificação das frequências correspondente esses picos de detecção não apresentam dificuldades para sua implantação pela unidade de processamento de dados computadorizada 9 configurada para esse propósito. De fato, os dois picos de espectro podem ser detectados buscando-se a amplitude máxima em cada lado da frequência de referência fo por uma dada faixa (por exemplo, não se desviando em cada lado em mais do que 10% da frequência de referência), e essa detecção pode ser verificada comparando-se os respectivos desvios entre as duas frequências correspondentes aos dois picos do espectro, que devem ser próximos.
[0040] A detecção do espectro picos é facilitada pela qualidade satisfatória da aquisição da resposta acústica para as frequências próximas à frequência fundamental. Em relação a isso, a disposição do microfone 10 dentro de do pneu 1 permite uma qualidade de aquisição que é particularmente adequada para essa aplicação. Em efeito, somente um microfone 10 disposto dentro do pneu pode revelar a duplicação da frequência fundamental do primeiro modo de cavidade, que é refletida no espectro por dois picos próximos entre si. Portanto, a disposição do microfone 10 dentro do pneu evita a aquisição de sinais perturbadores.
[0041] A Figura 6 ilustra a representação de frequência de tempo das duas respostas acústicas pulsadas ilustradas na Figura 5. Embora a frequência fundamental tenha sido estimada como frequência de referência a 84 Hz, a presença de um par de picos pode ser claramente observada ao redor dessa frequência de referência:
- para a pressão em 0,16 Mpa (1,6 bar), um primeiro pico 41 a 82 Hz e um segundo pico 42 em 86 Hz, isto é, um desvio de 4 Hz, e
- para a pressão a 0,1 Mpa (1,0 bar), um primeiro pico 43 a 80 Hz e um segundo pico 44 a 89 Hz, isto é, um desvio de 9 Hz.
[0042] Pode-se observar que o desvio entre as frequências dos dois picos não é o mesmo em ambos os casos: o desvio é uma função da deformação e, portanto, da pressão e da carga. Consequentemente, o processamento da resposta acústica de
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10/11 um pneu compreende uma etapa S33 de determinação do desvio entre as frequências dos dois picos, então uma etapa S34 de determinação de informações relacionadas a pelo menos um parâmetro de uso do pneu a partir desse desvio. [0043]
Desse modo, para duas frequências de picos fi e Í2, é aplicado o seguinte:
Vcp fl - f2 = 4/ « /oy
Com Af, o desvio entre as duas frequências dos picos, Vcp o volume do [0044] tubo interno do pneu deformado 1, e V o volume total do pneu quando não esmagado. Portanto, é possível definir um fator de deformação correspondente à razão entre o desvio Af entre as duas frequências correspondentes ao primeiro modo de cavidade e a frequência de referência fo:
, _ Içp _ [0045] Para retornar para esses exemplos numéricos descritos anteriormente, por exemplo, é aplicado o seguinte:
- para 0,16 Mpa (1,6 bar):
í^cp\4 ( —) « — «5% y V /0,16 Mpa (1,6 bar)84
- para 0,10 Mpa (1,0 bar):
/Vcp\9
Η?
' v / 0,10 Mpa (1,0 bar) °4 [0046] Conforme indicado acima, a deformação, a pressão e a carga no eixo são ligados. Consequentemente, adicionalmente ao fator de deformação, múltiplas informações em diferentes parâmetros de uso podem ser determinadas. Por exemplo, quando a pressão dentro do pneu 1 é conhecida, é possível determinar informações relacionadas a uma carga do veículo 7 como parâmetro de uso, como uma função do desvio entre as frequências dos picos do espectro e da pressão. Quando a carga do veículo 7 é conhecida, é possível determinar informações relacionadas a uma pressão como parâmetro de uso, como uma função do desvio entre as frequências dos picos do espectro e da carga do veículo.
[0047] Ademais, o fator de deformação é, por si só, indicativo da deformação, e portanto, pode constituir diretamente informações sobre a deformação como parâmetro de uso. Também é possível deduzir a partir disso outros parâmetros
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11/11 ligados à deformação, tais como, por exemplo, a deflexão do pneu 1.
[0048] A invenção não é limitada à modalidade descrita e representada nas Figuras anexas. Modificações são ainda possíveis, particularmente a partir do ponto de vista da constituição dos vários elementos ou através da substituição de equivalentes técnicos, sem se afastar de modo algum do escopo de proteção da invenção.

Claims (13)

  1. REIVINDICAÇÕES
    1. Método para verificar e/ou monitorar o uso de um pneu (1) montado em um veículo (7), que compreende as seguintes etapas:
    - aquisição, por um microfone disposto dentro do pneu, de uma resposta acústica do dito pneu (1) obtida sob o efeito de um estresse mecânico pulsado no dito pneu quando parado,
    - processamento da dita resposta acústica no domínio de frequência por uma unidade de processamento de dados computadorizada, caracterizado pelo fato de que o dito processamento identifica, na resposta no domínio de frequência, dois picos espectrais situados em qualquer lado de uma frequência de referência correspondente ao primeiro modo de cavidade do pneu e, como uma função do desvio de frequência entre os dois picos devidamente identificados, determina informações relacionadas a pelo menos um parâmetro de uso do pneu.
  2. 2. Método, de acordo com a reivindicação precedente, caracterizado pelo fato de que cada um dos dois picos do espectro corresponde ao máximo do espectro em seu respectivo lado da frequência de referência.
  3. 3. Método, de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de que o espaçamento da frequência de cada um dos picos relativos à frequência de referência é menor do que 10% da frequência de referência.
  4. 4. Método, de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de que as informações relacionadas a pelo menos um parâmetro de uso do pneu é um fator de deformação que corresponde à razão entre o desvio entre as duas frequências dos picos do espectro e a frequência de referência.
  5. 5. Método, de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de que a frequência de referência é definida como a razão da velocidade do som no ar para a circunferência interna média do pneu (1).
  6. 6. Método, de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de que o microfone é ligado a um transmissor sem fio, e a resposta acústica é transmitida pelo transmissor sem fio à unidade de processamento de dados computadorizada, sendo que a dita unidade de
    Petição 870190047300, de 21/05/2019, pág. 24/31
    2/3 processamento de dados computadorizada é disposta fora do pneu.
  7. 7. Método, de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de que o microfone é preso a um rebordo (2) que porta o pneu (1).
  8. 8. Método, de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de que a pressão dentro do pneu (1) é conhecida, e o método compreende a determinação de informações relacionadas a uma carga do veículo como parâmetro de uso, como uma função do desvio entre as frequências dos picos do espectro e da pressão.
  9. 9. Método, de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de que a carga do veículo (7) é conhecida, e o método compreende a determinação de informações relacionadas a uma pressão como parâmetro de uso, como uma função do desvio entre as frequências dos picos do espectro e da carga do veículo.
  10. 10. Produto de programa de computador caracterizado pelo fato de que compreende instruções de código de programa para executar o método de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, quando o dito programa é executado em um computador.
  11. 11. Sistema para verificar e/ou monitorar o uso de um pneu (1) montado em um veículo (7), sendo que o dito sistema é caracterizado pelo fato de que compreende:
    - um microfone (10) disposto dentro do pneu (1) e adequado para adquirir uma resposta acústica do dito pneu ao estresse mecânico pulsado no mesmo,
    - uma unidade de processamento de dados computadorizada (9) configurada para identificar, na resposta no domínio de frequência, dois picos do espectro situados em qualquer lado de uma frequência de referência correspondente ao primeiro modo de cavidade, e, como uma função do desvio de frequência entre dois picos devidamente identificados, determinar informações relacionadas a pelo menos um parâmetro de uso do pneu (1).
  12. 12. Sistema, de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de que o microfone é ligado a um transmissor
    Petição 870190047300, de 21/05/2019, pág. 25/31
    3/3 sem fio configurado para transmitir a resposta acústica à unidade de processamento de dados computadorizada, sendo que a dita unidade de processamento de dados computadorizada é disposta fora do pneu.
  13. 13. Sistema, de acordo com qualquer uma das reivindicações 11 e 12, caracterizado pelo fato de que o microfone (10) é preso a um rebordo (2) que porta o pneu (1).
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