BR112019010075A2 - método para produzir um produto alimentício ou de bebida com agregação de proteína de cátions divalentes livres - Google Patents

método para produzir um produto alimentício ou de bebida com agregação de proteína de cátions divalentes livres Download PDF

Info

Publication number
BR112019010075A2
BR112019010075A2 BR112019010075A BR112019010075A BR112019010075A2 BR 112019010075 A2 BR112019010075 A2 BR 112019010075A2 BR 112019010075 A BR112019010075 A BR 112019010075A BR 112019010075 A BR112019010075 A BR 112019010075A BR 112019010075 A2 BR112019010075 A2 BR 112019010075A2
Authority
BR
Brazil
Prior art keywords
milk
weight
protein
calcium
divalent cations
Prior art date
Application number
BR112019010075A
Other languages
English (en)
Other versions
BR112019010075B1 (pt
Inventor
Syrbe Axel
Joseph Etienne Schmitt Christophe
Stanislas Kolodziejczyk Eric
Jean René Bovetto Lionel
Nathusinh Vaghela Madansinh
Kreuss Markus
Dennis Sharp Michael
Indravadan DAVE Rajiv
Original Assignee
Nestec Sa
Priority date (The priority date is an assumption and is not a legal conclusion. Google has not performed a legal analysis and makes no representation as to the accuracy of the date listed.)
Filing date
Publication date
Application filed by Nestec Sa filed Critical Nestec Sa
Publication of BR112019010075A2 publication Critical patent/BR112019010075A2/pt
Publication of BR112019010075B1 publication Critical patent/BR112019010075B1/pt

Links

Classifications

    • AHUMAN NECESSITIES
    • A23FOODS OR FOODSTUFFS; TREATMENT THEREOF, NOT COVERED BY OTHER CLASSES
    • A23CDAIRY PRODUCTS, e.g. MILK, BUTTER OR CHEESE; MILK OR CHEESE SUBSTITUTES; MAKING THEREOF
    • A23C1/00Concentration, evaporation or drying
    • A23C1/14Concentration, evaporation or drying combined with other treatment
    • A23C1/16Concentration, evaporation or drying combined with other treatment using additives
    • AHUMAN NECESSITIES
    • A23FOODS OR FOODSTUFFS; TREATMENT THEREOF, NOT COVERED BY OTHER CLASSES
    • A23JPROTEIN COMPOSITIONS FOR FOODSTUFFS; WORKING-UP PROTEINS FOR FOODSTUFFS; PHOSPHATIDE COMPOSITIONS FOR FOODSTUFFS
    • A23J3/00Working-up of proteins for foodstuffs
    • A23J3/04Animal proteins
    • A23J3/08Dairy proteins
    • A23J3/10Casein
    • AHUMAN NECESSITIES
    • A23FOODS OR FOODSTUFFS; TREATMENT THEREOF, NOT COVERED BY OTHER CLASSES
    • A23CDAIRY PRODUCTS, e.g. MILK, BUTTER OR CHEESE; MILK OR CHEESE SUBSTITUTES; MAKING THEREOF
    • A23C1/00Concentration, evaporation or drying
    • A23C1/14Concentration, evaporation or drying combined with other treatment
    • AHUMAN NECESSITIES
    • A23FOODS OR FOODSTUFFS; TREATMENT THEREOF, NOT COVERED BY OTHER CLASSES
    • A23CDAIRY PRODUCTS, e.g. MILK, BUTTER OR CHEESE; MILK OR CHEESE SUBSTITUTES; MAKING THEREOF
    • A23C9/00Milk preparations; Milk powder or milk powder preparations
    • A23C9/152Milk preparations; Milk powder or milk powder preparations containing additives
    • A23C9/1522Inorganic additives, e.g. minerals, trace elements; Chlorination or fluoridation of milk; Organic salts or complexes of metals other than natrium or kalium; Calcium enrichment of milk
    • AHUMAN NECESSITIES
    • A23FOODS OR FOODSTUFFS; TREATMENT THEREOF, NOT COVERED BY OTHER CLASSES
    • A23GCOCOA; COCOA PRODUCTS, e.g. CHOCOLATE; SUBSTITUTES FOR COCOA OR COCOA PRODUCTS; CONFECTIONERY; CHEWING GUM; ICE-CREAM; PREPARATION THEREOF
    • A23G1/00Cocoa; Cocoa products, e.g. chocolate; Substitutes therefor
    • A23G1/30Cocoa products, e.g. chocolate; Substitutes therefor
    • A23G1/56Cocoa products, e.g. chocolate; Substitutes therefor making liquid products, e.g. for making chocolate milk drinks and the products for their preparation, pastes for spreading, milk crumb
    • AHUMAN NECESSITIES
    • A23FOODS OR FOODSTUFFS; TREATMENT THEREOF, NOT COVERED BY OTHER CLASSES
    • A23GCOCOA; COCOA PRODUCTS, e.g. CHOCOLATE; SUBSTITUTES FOR COCOA OR COCOA PRODUCTS; CONFECTIONERY; CHEWING GUM; ICE-CREAM; PREPARATION THEREOF
    • A23G3/00Sweetmeats; Confectionery; Marzipan; Coated or filled products
    • A23G3/34Sweetmeats, confectionery or marzipan; Processes for the preparation thereof
    • AHUMAN NECESSITIES
    • A23FOODS OR FOODSTUFFS; TREATMENT THEREOF, NOT COVERED BY OTHER CLASSES
    • A23GCOCOA; COCOA PRODUCTS, e.g. CHOCOLATE; SUBSTITUTES FOR COCOA OR COCOA PRODUCTS; CONFECTIONERY; CHEWING GUM; ICE-CREAM; PREPARATION THEREOF
    • A23G9/00Frozen sweets, e.g. ice confectionery, ice-cream; Mixtures therefor
    • A23G9/04Production of frozen sweets, e.g. ice-cream
    • AHUMAN NECESSITIES
    • A23FOODS OR FOODSTUFFS; TREATMENT THEREOF, NOT COVERED BY OTHER CLASSES
    • A23GCOCOA; COCOA PRODUCTS, e.g. CHOCOLATE; SUBSTITUTES FOR COCOA OR COCOA PRODUCTS; CONFECTIONERY; CHEWING GUM; ICE-CREAM; PREPARATION THEREOF
    • A23G9/00Frozen sweets, e.g. ice confectionery, ice-cream; Mixtures therefor
    • A23G9/32Frozen sweets, e.g. ice confectionery, ice-cream; Mixtures therefor characterised by the composition containing organic or inorganic compounds
    • AHUMAN NECESSITIES
    • A23FOODS OR FOODSTUFFS; TREATMENT THEREOF, NOT COVERED BY OTHER CLASSES
    • A23GCOCOA; COCOA PRODUCTS, e.g. CHOCOLATE; SUBSTITUTES FOR COCOA OR COCOA PRODUCTS; CONFECTIONERY; CHEWING GUM; ICE-CREAM; PREPARATION THEREOF
    • A23G9/00Frozen sweets, e.g. ice confectionery, ice-cream; Mixtures therefor
    • A23G9/32Frozen sweets, e.g. ice confectionery, ice-cream; Mixtures therefor characterised by the composition containing organic or inorganic compounds
    • A23G9/325Frozen sweets, e.g. ice confectionery, ice-cream; Mixtures therefor characterised by the composition containing organic or inorganic compounds containing inorganic compounds
    • AHUMAN NECESSITIES
    • A23FOODS OR FOODSTUFFS; TREATMENT THEREOF, NOT COVERED BY OTHER CLASSES
    • A23GCOCOA; COCOA PRODUCTS, e.g. CHOCOLATE; SUBSTITUTES FOR COCOA OR COCOA PRODUCTS; CONFECTIONERY; CHEWING GUM; ICE-CREAM; PREPARATION THEREOF
    • A23G9/00Frozen sweets, e.g. ice confectionery, ice-cream; Mixtures therefor
    • A23G9/32Frozen sweets, e.g. ice confectionery, ice-cream; Mixtures therefor characterised by the composition containing organic or inorganic compounds
    • A23G9/38Frozen sweets, e.g. ice confectionery, ice-cream; Mixtures therefor characterised by the composition containing organic or inorganic compounds containing peptides or proteins
    • AHUMAN NECESSITIES
    • A23FOODS OR FOODSTUFFS; TREATMENT THEREOF, NOT COVERED BY OTHER CLASSES
    • A23JPROTEIN COMPOSITIONS FOR FOODSTUFFS; WORKING-UP PROTEINS FOR FOODSTUFFS; PHOSPHATIDE COMPOSITIONS FOR FOODSTUFFS
    • A23J3/00Working-up of proteins for foodstuffs
    • A23J3/04Animal proteins
    • A23J3/08Dairy proteins

Landscapes

  • Chemical & Material Sciences (AREA)
  • Life Sciences & Earth Sciences (AREA)
  • Engineering & Computer Science (AREA)
  • Food Science & Technology (AREA)
  • Polymers & Plastics (AREA)
  • Inorganic Chemistry (AREA)
  • Zoology (AREA)
  • Health & Medical Sciences (AREA)
  • Nutrition Science (AREA)
  • Biochemistry (AREA)
  • Proteomics, Peptides & Aminoacids (AREA)
  • Confectionery (AREA)
  • Dairy Products (AREA)
  • Non-Alcoholic Beverages (AREA)
  • Coloring Foods And Improving Nutritive Qualities (AREA)

Abstract

a presente invenção refere-se a um método para produzir um produto alimentício ou de bebida que compreende as etapas de: fornecer uma composição de ingredientes que compreende caseínas micelares e proteínas de soro de leite e que tem um ph de 6,1 a 7,1 e uma concentração de 1 a 15%, em peso, de proteínas, e sendo que a composição de ingredientes tem uma razão entre caseína e proteína de soro de leite de 90/10 a 60/40, adicionar de 3 a 25 mm de cátions divalentes livres para fornecer uma concentração de 3 a 8 mm de cátions divalentes livres na composição de ingredientes, homogeneizar a composição de ingredientes, e, subsequentemente, pasteurizar e misturar a composição de ingredientes a uma temperatura de 80°c a 100°c durante um período de 0,5 a 3 minutos para formar aglomerados de proteína que compreendem caseínas e beta-lactoglobulina a partir das proteínas de soro de leite, tendo os aglomerados um tamanho de 5 a 50 mícrons, conforme medido por diâmetro médio d(4,3). a invenção se refere também a um produto alimentício ou de bebida que compreende agregados de proteína que compreendem caseína micelar e agregados de proteína de soro de leite, sendo que o produto tem um ph de 6,1 a 7,1, uma concentração de 6 a 40%, em peso, de sólidos de leite, uma razão entre caseína e proteína de soro de leite de 90/10 a 60/40, e uma concentração de 3 a 8 mm de cátions divalentes livres, e sendo que os aglomerados têm um tamanho de diâmetro médio d(4,3) de 5 a 50 mícrons, conforme medido através de difração de laser.

Description

Relatório Descritivo da Patente de Invenção para MÉTODO PARA PRODUZIR UM PRODUTO ALIMENTÍCIO OU DE BEBIDA COM AGREGAÇÃO DE PROTEÍNA DE CATIONS DIVALENTES LIVRES. CAMPO DA INVENÇÃO [0001] A presente invenção refere-se a um método de produção de um produto alimentício ou de bebida, em particular, a um método para formação de proteínas aglomeradas em uma composição de ingredientes. A invenção também se refere a um produto alimentício ou de bebida que compreende agregados de proteína que compreendem caseína micelar e agregados de proteína de soro de leite.
ANTECEDENTES [0002] É conhecido o fornecimento de textura e sensação bucal para produtos alimentícios e de bebidas mediante a agregação de proteínas, havendo a necessidade contínua de produtos alimentícios e de bebidas que apresentem equilíbrio nutricional de macronutrientes, ao mesmo tempo que proporcionam sabor e textura satisfatórios.
[0003] O documento CN104489097A descreve um processo para obter preparações protetoras secadas por convecção térmica para bactérias lácticas ou probióticos que consiste em tratar por calor a 60°C uma preparação láctea enriquecida com cálcio para induzir a agregação de proteínas e, subsequentemente, submeter a preparação a um tratamento de homogeneização mecânica.
[0004] O documento W007040113A descreve a produção de um ingrediente que apresenta teor elevado de lipídios complexos derivados de leite. Ele é obtido por precipitação das frações de proteína do soro de manteiga a um pH 4,0 a 5,0 na presença de cálcio e filtração do sobrenadante a fim de se concentrar os lipídios complexos.
[0005] O documento WO 06065135 A2 descreve a produção de um produto alimentício líquido rico em cátions divalentes livres no qual 20% dos resíduos de lisina conduzidos pelas proteínas foram glicosados para
Petição 870190046233, de 17/05/2019, pág. 18/71
2/36 aumentar sua resistência à agregação na presença de cálcio. Portanto, o documento WO 06065135 A2 está relacionado à prevenção da agregação de proteínas na presença de cátions divalentes, cálcio, entre outros.
[0006] O documento US20130011515 A1 descreve um processo para a produção de um concentrado de proteína do leite que é enriquecido com proteínas de soro de leite. O leite desnatado é aquecido em um pH na faixa de 6,5 a 7,0 a fim de promover a agregação de proteínas de soro de leite juntamente com caseínas. O produto aquecido é subsequentemente submetido a filtração para concentrar agregados de proteína e para remover a lactose.
[0007] D. L. Van Hekken et al. [Rheology and Microestructure of Chemically Superphosphorilated Whole Casein, 1997, J; Dairy Sci. 80 2740-2750.] descrevem o efeito da adição de cálcio livre sobre a viscosidade das caseínas superfosforiladas. Foi mostrado que a viscosidade de 4%, em peso, de caseínas superfosforiladas (190% de fosforilação) aumentou mediante a adição de 30 mM de cálcio a um pH de 8,4.
[0008] C. Holt descreveu em seu artigo [An equilibrium thermodynamic model of the sequestration of calcium phosphate by casein micelles and its application to the calculation of the partition of salts in milk, 2004, Eur. J. Phys., 33, 421-434] que a quantidade de ions de cálcio livres no leite bovino a um pH de 6,70 era de 10,2 mM e que este valor diminuiu para 8 mM quando o pH do leite foi reduzido para 6,0.
[0009] I.R. McKinon al. [Diffusing-wave spectroscopy investigation of heated reconstituted skim milks containing calcium chloride, 2009, Food Hydrocolloids, 1127-1133] investigaram o efeito da adição de cloreto de cálcio ao leite desnatado reconstituído a 10%, em peso, em uma faixa de pH de 6,0 a 7,2 e o efeito subsequente sobre a viscosidade quando o leite foi aquecido por 10 minutos a 60, 75 e 90°C. Eles relata
Petição 870190046233, de 17/05/2019, pág. 19/71
3/36 ram uma instabilidade crítica nos leites a um pH de 5,9 mediante aquecimento a 90°C com um teor de cloreto de cálcio de até 10 mM.
[0010] L. Ramasubramanian et al. [The rheological properties of calcium-induced milk gels, 2014, J. Food Engineering, 45-51] determinaram o impacto da adição de cloreto de cálcio ao leite integral (3,5% de gordura) mediante aquecimento a 70°C. Foi relatado que a adição de cloreto de cálcio abaixo de 12,5 mM produzia dispersões viscosas, enquanto concentrações mais altas de cloreto de cálcio induziam à formação de géis mais fortes. Curiosamente, o pré-tratamento do leite a 90°C durante 10 minutos antes da adição de cloreto de cálcio e o subsequente aquecimento a 70°C estava produzindo géis mais fortes. A formação de gel não é desejável em muitos produtos alimentícios e de bebidas semissólidos.
[0011] T. Phan-Xuan et al. [Tuning the structure of protein particles and gels with calcium or sodium ions. 2013, Biomacromolecules, 14, 6, 1980-1989.] relataram que o tratamento de proteína de soro de leite a 100% (beta-lactoglobulina) com adição de cloreto de cálcio a um pH 7,0 estava produzindo microgéis ou uma formação de gel mediante o aquecimento a 68 ou 85°C quando o teor de cálcio era de 5 a 6 mM para uma concentração de proteína de 4%, em peso. Novamente, a formação de gel não é desejável em muitos produtos alimentícios e de bebidas semissólidos.
[0012] O ensinamento da técnica anterior mostra que embora a viscosidade possa ser obtida com adição de cálcio, a gelificação é um efeito bem conhecido que pode ser indesejável na produção de alimentos. Além disso, o pH do produto pode variar e influenciar o processo, podendo levar à instabilidade do produto. A técnica anterior não mostra como fornecer produtos alimentícios e de bebidas que proporcionem sabor e textura desejáveis.
[0013] Dessa forma, existe uma necessidade de produtos alimentícios
Petição 870190046233, de 17/05/2019, pág. 20/71
4/36 e de bebidas que apresentem equilíbrio nutricional de macronutrientes, ao mesmo tempo que proporcionam sabor e textura satisfatórios.
Objetivo da invenção [0014] Dessa forma, o objeto da presente invenção consiste em fornecer um alimento ou produto lácteo com textura e impressão sensorial na boca aprimoradas.
SUMÁRIO DA INVENÇÃO [0015] A presente invenção fornece um aprimoramento mediante o uso de agregados à base de proteína de leite através de tratamento por calor específico na presença de uma concentração específica de cátions divalentes adicionados.
[0016] Em um primeiro aspecto, a invenção se refere a um método de produção de um produto alimentício ou de bebida que compreende as etapas de:
fornecer uma composição de ingredientes que compreende caseínas micelares e proteínas de soro de leite com um pH de 6,1 a 7,1 e uma concentração de 1 a 15%, em peso, de proteínas, sendo que a composição de ingredientes tem uma razão entre caseína e proteína de soro de leite de 90/10 a 60/40, adicionar de 3 a 25 mM de cátions divalentes para fornecer uma concentração de 3 a 8 mM de cátions divalentes livres à composição de ingredientes, homogeneizar a composição de ingredientes, e, subsequentemente, pasteurizar e agitar a composição de ingredientes a uma temperatura de 80°C a 100°C durante um período de 0,5 a 3 minutos para formar aglomerados de proteína que compreendem caseínas e beta-lactoglobulina a partir de proteínas de soro de leite, tendo os aglomerados um tamanho de 5 a 50 microns, conforme medido por um diâmetro médio D(4,3).
Petição 870190046233, de 17/05/2019, pág. 21/71
5/36 [0017] A presente invenção usa agregados à base de proteína de leite que são gerados mediante o tratamento por calor na presença de cátions divalentes livres adicionados para fornecer propriedades sensoriais ideais, permitindo ao mesmo tempo uma redução do teor de gordura total no produto. Além disso, a invenção descrita possibilita a formulação de produtos texturizados à base de laticínios sem o uso de estabilizantes ou hidrocoloides adicionais.
[0018] Em um segundo aspecto, a invenção se refere a um produto alimentício ou de bebida que compreende agregados de proteína que compreendem caseína micelar e agregados de proteína de soro de leite, sendo que o produto tem um pH de 6,1 a 7,1, uma concentração de 6 a 40%, em peso, de sólidos de leite, uma razão entre caseína e proteína de soro de leite de 90/10 a 60/40 e uma concentração de 3 a 8 mM de cátions divalentes livres, e sendo que os aglomerados têm um tamanho de diâmetro médio D(4,3) de 5 a 50 microns, conforme medido por difração de laser.
BREVE DESCRIÇÃO DOS DESENHOS [0019] A Figura 1 mostra tubos de vidro após o tratamento por calor de 3,5%, em peso, de leite a 90°C durante 15 minutos mediante adição de cloreto de cálcio. As etiquetas nos tubos indicam a quantidade adicionada de cálcio livre em mM na amostra. A concentração crítica de cálcio livre para induzir à formação de agregados de proteína, levando a um aumento de viscosidade, foi de 3,7 mM, correspondendo a 4 mM de adição de CaCI2.
[0020] A Figura 2 mostra a distribuição de tamanho de partícula de emulsões estabilizadas por 3%, em peso, de isolado de caseína micelar, a um pH de 7,0 ou após a adição de 5 mM de CaCI2 e aquecimento a 95°C durante 15 minutos, conforme descrito no Exemplo 2. (A) 2,5%, em peso, de emulsão oleosa, (B) 5%, em peso, de emulsão, (C) 10%, em peso, de emulsão.
Petição 870190046233, de 17/05/2019, pág. 22/71
6/36 [0021 ] A Figura 3 mostra micrografias obtidas por microscopia confocal de varredura a laser de emulsão de óleo de girassol com alto teor oleico estabilizada com 3%, em peso, de concentrado de proteína de leite após tratamento por calor e cisalhamento a 95°C durante 15 minutos a um pH de 7,0. (A) 2,5%, em peso, de óleo, (B) 5%, em peso de óleo, (C) 10%, em peso, de óleo. A barra de escala é de 10 microns. [0022] A Figura 4 mostra micrografias obtidas por microscopia confocal de varredura a laser de emulsão de óleo de girassol com alto teor oleico estabilizada com 3%, em peso, de concentrado de proteína de leite após tratamento por calor e cisalhamento a 95°C durante 15 minutos na presença de 5 mM de CaCI2. (A) 2,5%, em peso, de óleo, (B) 5%, em peso de óleo, (C) 10%, em peso, de óleo. As gotículas de óleo e a fase de proteína são mostradas pelas setas. A barra de escala é de 10 microns.
[0023] A Figura 5 mostra uma curva de fluxo a 20°C para a emulsão de 5%, em peso, de óleo de girassol com alto teor oleico estabilizada com 3%, em peso, de concentrado de proteína de leite após tratamento por calor e cisalhamento a 95°C durante 15 minutos a um pH de 7,0 ou na presença de 5 mM de CaCI2.
[0024] A Figura 6 mostra a viscosidade a uma taxa de cisalhamento de 10 s-1 para emulsões de óleo de girassol com alto teor oleico estabilizadas com 3%, em peso, de concentrado de proteína de leite após tratamento por calor e cisalhamento a 95°C durante 15 minutos a um pH de 7,0 ou na presença de 5 mM de CaCI2.
[0025] A Figura 7 mostra a distribuição de tamanho de partícula de leite duplamente concentrado aquecido na presença de 5 mM de cloreto de cálcio após reconstituição do pó até 13% de sólidos totais. [0026] A Figura 8 mostra micrografias obtidas por microscopia confocal de varredura a laser de leite duplamente concentrado aquecido na presença de 5 mM de cloreto de cálcio após reconstituição do pó
Petição 870190046233, de 17/05/2019, pág. 23/71
7/36 até 13% de sólidos totais. As barras de escala são de 20 e 10 microns em (A) e (B), respectivamente.
[0027] A Figura 9 mostra uma curva de fluxo a 25°C do leite em pó reconstituído até 50% de sólidos totais da invenção com 5 mM de cloreto de sódio adicionado. Círculos abertos: curva de fluxo com taxa de cisaIhamento crescente (para cima). Círculos fechados: curva de fluxo com taxa de cisalhamento crescente (para baixo).
[0028] A Figura 10 mostra a distribuição de tamanho de partícula do leite de controle submetido a secagem até 50% de sólidos totais (A) e a amostra da presente invenção (B) submetida a secagem até 37% de sólidos totais na presença de 6,5 mM de CaCI2 após reconstituição até 13% de sólidos totais.
[0029] A Figura 11 mostra uma curva de fluxo a 20°C para o leite de controle submetido a secagem até 50% de sólidos totais e para a amostra da presente invenção submetida a secagem até 37% de sólidos totais na presença de 6,5 mM de Cacl2 após reconstituição até 50% de sólidos totais.
[0030] A Figura 12 mostra a variação do cálcio iônico na mistura de sorvete mediante a adição de CaCI2 a 20°C.
[0031] A Figura 13 mostra a variação do pH na mistura de sorvete mediante a adição de CaCI2 a 20°C.
[0032] A Figura 14 mostra a variação da viscosidade na mistura de sorvete como uma função de teor de cálcio iônico a 20°C.
[0033] A Figura 15 mostra a aparência microscópica das misturas de sorvete com e sem adição de cloreto de cálcio após pasteurização e resfriamento. (A) Nenhum cálcio livre na amostra. (B) 0,15% (0,15 g/L) de cálcio livre na amostra. A barra de escala é de 100 microns.
[0034] A Figura 16 mostra os perfis de fusão do sorvete produzido com diferentes níveis de cloreto de cálcio a 22°C.
DESCRIÇÃO DETALHADA DA INVENÇÃO
Petição 870190046233, de 17/05/2019, pág. 24/71
8/36 [0035] Ao realizar os experimentos relativos ao efeito da adição de cátions divalentes, em particular, cálcio, ao leite integral sobre a agregação de proteína e o acúmulo de viscosidade, descobriu-se, surpreendentemente, que há uma faixa crítica de adição de cátions divalentes que leva à agregação ideal de proteínas sem precipitação ou gelificação dos agregados formados mediante aquecimento. Quando esta concentração ideal de cálcio é ultrapassada, o sistema exibiu uma super agregação com precipitação ou uma redução no tamanho do agregado.
[0036] Sem se ater à teoria, é provável que a adição de cloreto de cálcio a proteínas leve a uma troca entre os prótons adsorvidos na superfície das proteínas e os íons de cálcio que têm uma maior afinidade. Este fenômeno resultou em uma redução do pH da dispersão e, assim, em uma redução de repulsões eletrostáticas entre as proteínas. Nestas condições, um tratamento por calor subsequente do leite ou das dispersões à base de leite leva a uma agregação controlada das proteínas que demonstrou influir positivamente sobre as propriedades sensoriais e de textura dos produtos acabados.
[0037] Uma grande vantagem da presente invenção é que ela permite texturizar sistemas baseados em proteína de leite com teor de gordura reduzido e reduzir ou eliminar o uso de hidrocoloides e/ou emulsificantes adicionais.
[0038] No presente contexto, os aglomerados criados com o método de acordo com a invenção e presentes no produto da invenção têm um tamanho de diâmetro médio de 5 a 50 microns, conforme medido por diâmetro médio D(4,3). A distribuição de tamanho de partícula (PSD, de particle size distribution) do aglomerado é medida com o uso de um granulômetro a laser, como um Mastersizer 2000 (Malvern Instruments, Reino Unido). Para as medições, uma amostra pode, por exemplo, ser dispersa na célula de medição Hydro SM até que uma taxa de obscurecimento de 9 a 10% seja obtida e, então, analisada no Mastersizer.
Petição 870190046233, de 17/05/2019, pág. 25/71
9/36 [0039] Adicionalmente no presente contexto, os cátions divalentes livres podem ser medidos por meio de um eletrodo seletivo. Por exemplo, a concentração de cálcio livre (iônico) é determinada através de meiascélulas de eletrodo de cálcio seletivo da série Perfection™ DX da MettlerToledo com um conector BNC P/N 51344703 conectado a um medidor de pH/íons 692 (Metrohm, Suíça).
[0040] Adicionalmente no presente contexto, exceto onde indicado em contrário, a porcentagem de um componente significa a porcentagem em peso com base no peso da composição, isto é, peso/porcentagem em peso.
[0041 ] Além disso, a expressão produto de confeitaria aerado congelado significa qualquer produto aerado, como sorvete, sorbet, mellorine (sorvete não lácteo de baixo custo), leite batido (milk shake), qualquer sobremesa congelada, etc.
[0042] Além disso, no presente contexto, o termo misturação significa mover a composição de ingredientes. A misturação pode resultar em um cisalhamento da composição de ingredientes. Se isso ocorrer, é preferencial que seja feito sem destruir os aglomerados.
[0043] Em uma modalidade preferencial da invenção, os agregados têm de 10 a 40 microns, de preferência, de 10 a 30 microns. Isso confere uma impressão sensorial na boca desejável ao produto sem que os agregados provoquem uma sensação arenosa.
[0044] De acordo com a invenção, é preferencial que os cátions divalentes sejam selecionados do grupo que consiste em cátions de Ca e Mg ou uma combinação dos mesmos. Esses cátions divalentes são de grau alimentício e não contribuem para aumentar a oxidação de gordura.
[0045] Em uma modalidade preferencial da invenção, os cátions divalentes são cátions de cálcio.
[0046] Vantajosamente, os cátions divalentes são adicionados até
Petição 870190046233, de 17/05/2019, pág. 26/71
10/36 que a concentração de cátions divalentes livres seja de 3,5 a 6,5 mM de cátions divalentes. Descobriu-se que as quantidades que precisam ser adicionadas ao leite ou a produtos alimentícios são de 3 a 25 mM. [0047] Além disso, é preferencial que os cátions divalentes sejam adicionados sob a forma de um sal mineral. De preferência, o sal mineral é sal de cálcio e é selecionado do grupo que consiste em cloreto de cálcio, lactato de cálcio, gluconato de cálcio ou fosfato de cálcio. Em uma modalidade preferencial específica da invenção, o sal de cálcio é cloreto de cálcio.
[0048] Em uma modalidade natural da invenção, o cálcio é obtido de minerais de concentração do leite após a separação da proteína, gordura e lactose, por exemplo, através de fracionamento por membrana. [0049] De acordo com a invenção, o pH da composição de ingredientes é, de preferência, de 6,2 a 7,1 antes da adição dos cátions de cálcio.
[0050] O teor de proteína solúvel na composição de ingredientes é, de preferência, igual ou inferior a 30% em relação ao teor de proteína total, indicando que a maior parte das proteínas está sob a forma de agregados.
[0051] Em uma modalidade da invenção, a composição de ingredientes compreende de 0 a 36%, em peso, de gordura, de preferência, de 1,0 a 20%, em peso, com mais preferência, de 3,0 a 15%, em peso, com a máxima preferência, de 5 a 10%, em peso, de gordura. Descobriu-se que mesmo com baixas quantidades de gordura, a textura do produto ainda é percebida como cremosa devido à aglomeração criada dentro do produto.
[0052] As caseínas e proteínas de soro de leite na composição de ingredientes são, de preferência, fornecidas sob a forma selecionada do grupo que consiste em leite cru, leite pasteurizado, leite concentrado
Petição 870190046233, de 17/05/2019, pág. 27/71
11/36 obtido por tratamento em baixa temperatura, leite em pó obtido por tratamento em baixa temperatura, concentrado de proteína de leite, isolado de proteína de leite sob a forma líquida ou em pó, ou uma combinação dos mesmos, ao passo que as proteínas de soro de leite adicionais são fornecidas sob uma forma selecionada do grupo que consiste em soro de leite doce, concentrados de proteína de soro de leite, isolados de proteína de soro de leite sob a forma líquida, concentrada ou em pó, ou uma combinação dos mesmos.
[0053] Descobriu-se que o método de acordo com a invenção é particularmente útil para a produção de sorvete. Nesta modalidade da invenção, a composição de ingredientes é uma mistura para doce congelado e compreende gordura em uma quantidade de 0,5 a 20%, em peso, sólidos de leite isentos de gordura em uma quantidade de 5 a 15%, em peso, um agente adoçante em uma quantidade de 5 a 30%, em peso e um sistema estabilizante em uma quantidade de até 6%, em peso.
[0054] A mistura pode compreender adicionalmente quaisquer flavorizantes, corantes, água, componentes acidificantes e componentes alcalinizantes.
[0055] Para a fabricação de um doce congelado, a mistura de ingredientes pode ser congelada, ao mesmo tempo que é opcionalmente aerada, de preferência, até atingir um overrun (incorporação de ar ao produto durante congelamento) de ao menos 20%, de preferência, ao menos 40%, com a máxima preferência, entre 100% e 120% para formar o produto de confeitaria congelado aerado, e opcionalmente, endurecido. Na produção de um doce congelado, o produto é opcionalmente submetido a um resfriamento dinâmico a uma temperatura abaixo de 11 °C em uma extrusora de rosca simples ou de rosca dupla.
[0056] A invenção também se refere a um produto alimentício ou de bebida obtido pelo método descrito acima. Em uma modalidade pre
Petição 870190046233, de 17/05/2019, pág. 28/71
12/36 ferencial específica da invenção, o produto alimentício é um doce congelado obtido com o método acima descrito.
[0057] Em um outro aspecto da invenção discutida acima, a invenção se refere a um produto alimentício ou de bebida que compreende agregados de proteína que compreendem caseína micelar e agregados de proteína de soro de leite, sendo que o produto tem um pH de 6,1 a 7,1, uma concentração de 6 a 40%, em peso, de sólidos de leite, uma razão entre caseína e proteína de soro de leite de 90/10 a 60/40 e uma concentração de 3 a 8 mM de cátions divalentes livres, e sendo que os aglomerados têm um tamanho de diâmetro médio D(4,3) de 5 a 50 microns medido através de difração de laser. Para este produto, é preferencial que ele tenha cátions divalentes livres na faixa de 3,5 a 6,5 mM. Os cátions divalentes são, de preferência, selecionados a partir de cátions divalentes Ca e Mg ou uma combinação dos mesmos. O produto pode compreender de 1,0 a 15%, em peso, de proteína.
[0058] No produto de acordo com a invenção, é vantajoso que o teor de proteína solúvel no produto seja igual ou inferior a 30% em relação ao teor de proteína total.
[0059] Além disso, é preferencial que o produto compreenda de 0 a 20%, em peso, de gordura, de preferência, de 2,0 a 15%, em peso, com a máxima preferência, de 2,5 a 10%, em peso, de gordura. Descobriuse que mesmo produtos de zero gordura ou com baixo teor de gordura com uma impressão sensorial na boca desejável podem ser obtidos. O produto de acordo com a invenção pode ter gotículas de gordura iniciais (presentes antes do tratamento por calor) com um tamanho de 0,5 a 2,0 microns, que são floculadas em agregados de proteína de 5 a 50 microns.
[0060] O produto de acordo com a invenção pode ter um sistema de proteína ao menos parcialmente agregado que é obtido submetendo-se uma composição a um tratamento por calor entre 80 e 100°C durante um
Petição 870190046233, de 17/05/2019, pág. 29/71
13/36 período de 0,5 a 3 minutos.
[0061] A caseína micelar pode ser obtida do grupo que consiste em leite, concentrado e isolado de proteína de leite e sob uma forma líquida ou em pó, ou uma combinação dos mesmos.
[0062] Os produtos de acordo com a invenção podem ser produtos à base de laticínios, como sorvete ou doces congelados, concentrados ou sobremesas lácteas, molhos, etc. O formato inclui produto congelado, em temperatura ambiente, líquido e em pó.
Exemplos [0063] A título de exemplo e não de limitação, os exemplos a seguir são ilustrativos de várias modalidades da presente invenção.
Exemplo 1:
Agregados à base de proteína de leite obtidos por adição de cloreto de cálcio ao leite integral aquecido.
Material e métodos [0064] O leite integral pasteurizado e microfiltrado resfriado (3,5%, em peso, de gordura) foi fornecido pela Cremo S.A. (Le Mont-sur-Lausanne, Suíça). O leite tinha um pH inicial de 6,77, medido a 25°C. Para a adição de cálcio, uma solução de CaCI2, 2(H20) (Merck, de Darmstadt, Alemanha) foi preparada a 200 mM em água Milli-Q. Um volume de 50 ml de leite foi introduzido em uma garrafa de vidro Pyrex de 50 ml (do tipo Schott Duran, Alemanha) para cada adição de solução de cloreto de cálcio a fim de cobrir uma adição de cálcio livre na faixa de 1 a 16 mM. A misturação magnética foi realizada a 300 rpm e à temperatura ambiente entre 20 a 23°C.
[0065] Após a adição do cloreto de cálcio, 20 ml de leite foram introduzidos em um tubo de vidro vedado de 22 ml contendo um cilindro magnético. Os tubos vedados foram parcialmente imersos (2/3) durante 15 minutos em um banho-maria regulado a 92,5°C para se atingir uma temperatura de produto de 90°C em 3 minutos. A incubação foi
Petição 870190046233, de 17/05/2019, pág. 30/71
14/36 realizada sob agitação magnética (500 rpm) para assegurar o cisalhamento das amostras. Após a incubação, os tubos foram transferidos para água gelada para resfriamento.
[0066] A viscosidade capilar foi determinada com o uso do Rheotest LK 2.2 (Medingen GmbH, Dresden, Alemanha), e a distribuição de tamanho de partícula (PSD) foi realizada com o uso do Mastersizer 2000 (Malvern Intruments, Reino Unido).
[0067] A aparência visual direta dos tubos foi inspecionada para detectar a primeira concentração de cloreto de cálcio livre onde os agregados de proteína foram formados. A concentração de cálcio iônico (livre) após aquecimento foi determinada através de meias-células de eletrodo de cálcio seletivo da série Perfection™ DX da Mettler Toledo com um conector BNC P/N 51344703 conectado a um medidor de pH/íons 692 (Metrohm, Suíça).
Resultados
Tabela 1: pH inicial, diâmetros médios de partícula e viscosidade do leite integral antes e depois do aquecimento a 90°C durante 15 minutos.
CaCI2 adicionado (mM) PH D [4,3] - média ponderada por volume (um) D [3,2] - média ponderada de superfície (um) n. (mPas) 20°C +/- Ca++ livre (mM) pH final D [4,3] - média ponderada por volume (um) D [3,2] - média ponderada de superfície (um) n. (mPas) 20°C +/-
0 6,77 0,632 0,359 1,99 0,04 1,99 6,63 0,648 0,369 2,06 0,07
0,5 nd nd nd nd nd 2,20 6,67 0,599 0,308 2,13 0,06
1 nd nd nd nd nd 2,53 6,66 0,609 0,315 2,11 0,06
2 nd nd nd nd nd 2,93 6,63 0,598 0,302 2,07 0,06
3 nd nd nd nd nd 3,41 6,58 0,624 0,294 2,08 0,05
4 nd nd nd nd nd eo&soio i···; 0,06
5 nd nd nd nd nd 4,24 6,50 217,27 190,52 3,52 0,04
6 nd nd nd nd nd 4,50 6,46 29a 74 20733 3,92 0,02
7 6,61 0,625 0,349 1,88 0,02 5,25 6,44 207,09 35,19 3,93 0,08
8 nd nd nd nd nd 5,80 6,41 138,98 40,72 4,80 0,11
9 nd nd nd nd nd 6,36 6,40 134,17 44,42 5,31 0,13
10 nd nd nd nd nd 6,91 6,37 113,03 41,19 0,20
11 nd nd nd nd nd 7,55 6,34 123,64 37,74 6,27 0,19
13 nd nd nd nd nd 8,09 6,30 177,75 55,80 5,79 0,51
14 nd nd nd nd nd 8,89 6,28 155,64 54,94 6,27 0,24
15 nd nd nd nd nd 9,35 6,27 269,81 79,34 6,12 0,40
16 6,36 0,528 0,253 1,86 0,05 10,10 6,24 173,10 58,53 5,89 0,20
nd: não determinado
Petição 870190046233, de 17/05/2019, pág. 31/71
15/36 [0068] Pode-se observar a partir da Tabela 1 que o leite original já continha 2 mM de cálcio iônico livre sob a forma de cálcio coloidal solúvel. A adição de CaCI2 ao leite levou a um aumento no teor de cálcio iônico livre, mas também a uma redução do pH após o aquecimento. Até uma concentração de cloreto de cálcio adicionado de 4 mM (correspondendo a 3,8 mM de cálcio livre medido), o tamanho de partícula no leite aquecido permaneceu em torno de 600 nm para D43 e 300 nm para D32, o que corresponde ao tamanho das gotículas de gordura de leite revestidas com proteína e às micelas de caseína. Acima desse valor crítico de CaCI2, partículas maiores são formadas, atingindo centenas de microns para D43 e D32. Esses agregados são visíveis sobre a superfície dos tubos de vidro na Figura 1. Surpreendentemente, o tamanho dos agregados à base de proteína atinge o máximo de cerca de 6 mM de CaCI2 e depois diminui de forma constante, enquanto mais cálcio está presente no sistema. A viscosidade do sistema aumenta com o aumento do teor de cloreto de cálcio. Os sistemas não gelificaram, o que comprova que as interações entre os agregados de proteína podem ser controladas pela aplicação de cisalhamento aos tubos durante o aquecimento.
Exemplo 2:
Adição de cálcio em emulsões estabilizadas com concentrado de proteína de leite
Material e métodos [0069] A solução de estoque de dispersão de caseínas micelares foi preparada a uma concentração de proteína de 10%, em peso. O concentrado de caseínas micelares Promilk852B (lote 13610656) foi adquirido junto à Ingredia (Arras, França). A composição em pó continha (g/100 g de pó úmido): proteína (Nx6,38) 82,3, Ca 2,6, Mg 0,1, Na 0,07, K 0,29, Cl 0,05, P 1,56. A massa de pó necessária para preparar a dispersão foi calculada como uma função do teor de proteína no pó.
Petição 870190046233, de 17/05/2019, pág. 32/71
16/36 [0070] O pó de caseína micelar foi hidratado em água Milli-Q durante 3 horas sob misturação à temperatura ambiente. Após 3 horas, a dispersão de proteína foi homogeneizada com um homogeneizador EmulsiFlex C-5 de alta pressão e estágio único (Avestin®, Canadá). Este tratamento reduziu o tamanho médio de partícula das caseínas micelares e a quantidade de caseínas não sedimentáveis (k, as1 e as2) no soro aumentou, permitindo estabilizar a solução e evitando a sedimentação do MCI.
[0071] O diâmetro médio de partícula foi determinado após a homogeneização com o uso de um Nanosizer ZS (Malvern Instruments®, Reino Unido), estando monodispersa e em torno de 250 nm.
Preparo da emulsão [0072] Emulsões de óleo-em-água foram preparadas mediante adição de óleo de girassol com alto teor oleico (Oleificio Sabo, Manno, Suíça) às dispersões de proteína para que a amostra total resultasse em um teor de óleo de 2,5, 5 e 10%, em peso, e um teor de proteína constante de 3%, em peso. As misturas foram subsequentemente pré-homogeneizadas com o uso de um Ultra-Turrax T25 básico (IKA®, Suíça) a 11.000 rpm/minuto durante 1 minuto para um volume de 500 ml. As emulsões pré-homogeneizadas foram posteriormente homogeneizadas sob alta pressão com um PandaPLUS HomoGenius 2000 (GEA®, Alemanha) ajustado a 50 bares para a primeira válvula e a 250 bares para a segunda, a fim de se obter uma pressão total de 300 bares.
[0073] As emulsões foram homogeneizadas duas vezes por este método. Após a homogeneização, o pH e a concentração de CaCI2 foram ajustados para valores-alvo definidos. As amostras com pH diferente foram aquecidas a 95°C durante 15 minutos em um banho-maria quente logo após terem sido preparadas e 1 hora depois para uma concentração diferente de CaCI2. As emulsões foram posteriormente resfriadas em água gelada durante 20 minutos e armazenadas a 4°C
Petição 870190046233, de 17/05/2019, pág. 33/71
17/36 durante 1 hora.
[0074] As amostras foram posteriormente submetidas a cisalhamento a 16.000 rpm durante 2 minutos com o uso de um Ultra-Turrax T25 básico (IKA®, Suíça) em um béquer para um volume de 60 ml, sendo que trinta círculos foram aplicados para se obter o mesmo cisalhamento para todo o volume. As emulsões foram posteriormente armazenadas a 4°C até que as análises fossem realizadas.
Distribuição de tamanho de partícula [0075] Para avaliar a distribuição de tamanho de partícula, as dispersões e as emulsões foram analisadas após cisalhamento por dispersão dinâmica de luz com o uso de um MasterSizer 3000 (Malvern Instruments Ltd®, Reino Unido). A amostra de emulsão foi dispersa na célula de medição Hydro SM até que uma taxa de obscurecimento de 9 a 10% fosse obtida. Amostras não aquecidas e aquecidas foram analisadas. As medições foram realizadas três vezes e a média das três replicações foi registrada.
Microestrutura de agregados de proteína
Criosseccionamento de amostras [0076] Cortes criogênicos foram feitos para analisar as amostras por CLSM. Para este fim, sacarose e formaldeído foram adicionados às amostras para sua conservação (PRICE e JEROME, 2011). As porcentagens são: para a sacarose, 30%, em peso, do volume total e 3,7%, em peso, para o formaldeído. As amostras foram homogeneizadas com o uso de um vórtice e armazenadas de um dia para o outro a 4°C e antes de se iniciar as análises.
[0077] Depois, as amostras foram fixadas. Esta etapa consistia em adicionar 0,5 g da amostra em 1 g de composto de Optimum Cutting Temperature (OCT) para seccionamento em criostato, Tissue-Tek®. A composição foi homogeneizada e 0,1 g foi adicionado ao suporte de amostra do criostato, ele próprio já contendo composto de OCT para seccionamento
Petição 870190046233, de 17/05/2019, pág. 34/71
18/36 em criostato, Tissue-Tek®.
[0078] O suporte de amostra do criostato foi imerso em um frasco plástico contendo 80 ml de 2-metilbutano (99%, disponível junto à Sigma Aldrich®, (EUA)), ele próprio imerso em uma caixa Sagex de nitrogênio líquido. A solução de 2-metilbutano assegura um bom congelamento da amostra, protegendo-a contra a secagem.
[0079] As amostras foram, então, colocadas em um criostato CM 3050 (Leica®, Suíça). Foram realizados cortes em um micrótomo com 7 pm de espessura a -21°C. As lâminas para microscópio foram conservadas em um congelador a -20°C até que as análises fossem realizadas.
[0080] As lâminas para microscópio foram previamente tratadas com HistoGrip (50x concentrado, disponível junto à ThermoFisher Scientific®, EUA) para aderir o tecido às lâminas de vidro e evitar a remoção dos tecidos durante processos adversos.
Microscopia confocal de varredura a laser [0081 ] Para distinguir as proteínas e os glóbulos de gordura, as amostras individuais 100/0 (MCI/SPI) e 0/100 (MCI/SPI) foram marcadas com corantes.
[0082] Verde rápido foi usado para colorir as proteínas e vermelho do Nilo foi usado para colorir glóbulos de gordura. De acordo com FOWLER et aL, 1985, o vermelho do Nilo é um excelente corante para a detecção de gotículas de lipídios intracelulares por microscopia de fluorescência e é altamente hidrofóbico e fluorescente. Vinte e cinco (25) mg de vermelho do Nilo foram solubilizados em 100 ml de etanol. O comprimento de onda de excitação foi obtido com o uso de emissão a 488 nm a partir de laser de diodo, e a luz emitida foi coletada entre 488 nm e 630 nm.
[0083] O verde rápido é um corante orgânico, atraído eletrostaticamente por grupos carregados em proteínas (MERRIL e WASHART, 1998). Ele pode se ligar de forma não covalente ao biopolímero de interesse por
Petição 870190046233, de 17/05/2019, pág. 35/71
19/36 interações eletrostáticas (AUTY, 2013). O comprimento de onda de excitação foi ajustado com o uso de emissão a 633 nm a partir de laser de diodo, e a luz emitida foi coletada entre 633 nm e 740 nm. O verde rápido usado estava a 1%, em peso, em água.
[0084] As amostras foram tingidas com uma mistura de vermelho do Nilo (100 μΙ) e verde rápido (3 ml). A mistura foi colocada sobre lâminas para microscópio durante 10 minutos e enxaguada. As lâminas foram montadas com um conjunto de meio de montagem Vectashield Hard Set Mounting Medium (Vector Laboratories®, EUA).
[0085] As lâminas para microscópio foram depois analisadas com o uso de um microscópio de varredura confocal Zeiss® LSM 710 (Zeiss, Alemanha). O CLSM é equipado com lasers que permitem excitações de várias sondas fluorescentes ao mesmo tempo, e esse recurso possibilita a formação de imagens múltiplas de uma amostra mediante a seleção do comprimento de onda de excitação e filtros corretos para se coletar a luz de emissão de um corante específico. Uma objetiva PL APO de 10/0,45 °°/0,17/PL APO e 63x/ 1,4 de óleo/DIC 420782-9900 foi usada em todas as imagens.
Propriedades de fluxo [0086] Um dia após o cisalhamento, foram realizados experimentos de fluxo com o uso de um reômetro de tensão controlada Physica MCR501 (Anton Paar®, Áustria) com geometria de cilindros concêntricos CC27-SS/S (diâmetro = 27 mm, vão = 1,14 mm, disponível junto à Anton Paar®, Áustria).
[0087] As medições de fluxo em estado de equilíbrio foram conduzidas a uma temperatura constante de 25°C, uma tensão de cisalhamento de 100 1/s foi aplicada às amostras durante 5 minutos, seguida por quatro taxas de cisalhamento, uma de 0,1 a 500 1/s e outra de 500 a 0,1 1/s, que foram feitas duas vezes; foram feitas 15 medições a cada 30 segundos. A viscosidade aparente foi registrada como uma função
Petição 870190046233, de 17/05/2019, pág. 36/71
20/36 da taxa de cisalhamento.
[0088] Para cada medição, uma alíquota (19 ml) da amostra de emulsão foi despejada no recipiente. As medições foram realizadas três vezes e a média das três replicações foi registrada.
Teor de proteína solúvel [0089] A fim de caracterizar o teor de proteínas solúveis nos produtos da invenção, as emulsões foram centrifugadas a 16.000 g à temperatura ambiente durante 20 minutos com o uso de uma centrífuga 5418 Eppendorf® (Vaudaux-Eppendorf AG®, Suíça) um dia após a produção. O sobrenadante foi cuidadosamente retirado e armazenado a 4°C para ser analisado por cromatografia líquida de fase reversa de ultraeficiência (RP-UPLC).
[0090] O sistema de UPLC (Waters Corp Milford Ma, EUA) consistia em uma bomba binária, um autoamostrador de temperatura controlada (gerenciador de amostra - UPSMPM6R) e um detector de matriz de fotodiodo (UPPDA-E). O equipamento foi controlado pelo software Empower® 3, versão Pro.
[0091] As separações foram realizadas em uma coluna analítica de fase reversa Acquity UPLC® BEH300 C4 1,7 pm de 2,1 x 150 mm (Waters Corp Milford Ma, EUA) e em uma pré-coluna VANGUARDTM BEH300 C4 1,7 pm de 2,1 x 5 mm (Waters Corp Milford Ma, EUA). Os frascos de UPLC foram mantidos em temperatura constante entre 8°C ± 2°C e injetados pelo sistema de gerenciamento de amostras. Foram usadas uma seringa de injeção de 500 pl e uma alça de injeção de 250 pl.
[0092] Padrões de caseínas foram preparados em concentrações de 0,1,0,3, 1,3, e 5%, em peso, por diluição em água Milli-Q a partir de uma solução de referência de 10%, em peso. Em um microtubo Eppendorf® de 1,5 ml, 200 pl da amostra e 800 pl de tampão {Guanidina-HCI
7,5 M, citrato trissódico 6,25 mM, DTT 23 mM} foram adicionados. As
Petição 870190046233, de 17/05/2019, pág. 37/71
21/36 massas da amostra e do tampão foram pesadas com precisão. A composição foi, então, homogeneizada com o uso de um vórtice e incubada em um misturador Eppendorf® Thermomixer Compact (Vaudaux-Eppendorf AG®, Suíça) a 60°C durante 10 minutos a 650 rpm.
[0093] Após a incubação, as amostras foram homogeneizadas e centrifugadas a 16.000 g durante 10 minutos à temperatura ambiente com o uso da centrífuga Eppendorf® 5418 (Vaudaux Eppendorf AG®, Suíça). O sobrenadante foi, então, cuidadosamente retirado e introduzido em um frasco de UPLC, com atenção voltada para a camada de gordura e também para não suspender os péletes, caso estivessem presentes. O volume de injeção foi variável de 30 μΙ a 150 μΙ, adaptado ao teor de proteína da amostra (determinado pelo método Kjeldahl, Nx6,38) para ter sinal suficiente. Os padrões também foram injetados com volumes ajustados levando em conta a variabilidade.
[0094] Uma eluição gradiente foi executada com dois solventes misturados durante a eluição. O solvente A consistia em 0,1% de TFA em água e o solvente B, em 0,1% de TFA em acetonitrila/água (90/10) (v:v). As separações foram realizadas com um gradiente linear de 15 a 35% B em 4 minutos (5% B.min-1), 35 a 47% B em 24 minutos (0,5% B.min1) e de 47% B a 80% B em 4 minutos (8,25% B.min-1). Seguiu-se uma eluição isocrática a 80% B durante 1 minuto. Então, retornou-se linearmente à condição inicial em 2 minutos, seguido do reequilíbrio da coluna por 5 minutos.
[0095] A vazão foi de 0,6 ml.min-1, e a temperatura da coluna foi mantida constante a 40 ± 1 °C. A captura foi obtida a λ = 214 nm (resolução 2,4 nm - 20 pontos/seg - tempo de exposição automático).
[0096] Cada cromatograma foi integrado manualmente. Para as curvas de calibração, a área total foi plotada como uma função da quantidade de proteínas injetadas. O teor de proteína solúvel foi calculado a partir da razão entre quantidade de proteína presente no sobrenadante
Petição 870190046233, de 17/05/2019, pág. 38/71
22/36 após centrifugação e a quantidade total de proteína presente na emulsão sem centrifugação, sendo expresso em percentagem.
Resultados
Distribuição de tamanho de partícula [0097] A Figura 2 mostra que mediante tratamento por calor e cisalhamento, a distribuição de tamanho das emulsões em pH 7,0 exibe um pico em torno de 400 a 600 nm para os 3 teores de óleo de girassol testados. Partículas maiores, ao contrário, são formadas quando o tratamento por calor é realizado na presença de 5 mM de cálcio livre adicionado. Portanto, há uma alteração clara da distribuição de tamanho para cerca de 15 a 25 microns, indicando que as gotículas de óleo iniciais foram agregadas a partículas maiores à base de proteína.
Microestrutura [0098] A microestrutura dos agregados à base de proteína é claramente mostrada na Figura 3. Agregados mais numerosos foram obtidos quando o teor de óleo na emulsão foi aumentado (Figuras 3A a 3C). Curiosamente, uma ampliação maior das partículas mostra que elas são compostas por gotículas de óleo firmemente incluídas em uma matriz de proteína circundante (Figura 4). Quanto maior o teor de óleo de girassol na emulsão, mais compacto e esférico era o formato das partículas (Figura 4C). Ao contrário, partículas mais ramificadas e alongadas foram obtidas com o teor de óleo mais baixo (Figura A). Descobriu-se que o teor de proteína solúvel na emulsão a 5%, em peso, de óleo era de 76% a um pH de 7,0, enquanto que, mediante tratamento por calor na presença de 5 mM de cloreto de cálcio, este teor era de cerca de 3%, conforme revelado por análise de UPLC.
Propriedades de fluxo [0099] As propriedades de fluxo da emulsão produzida com 5%, em peso, de óleo, foram comparadas após tratamento por calor e cisalhamento em pH 7,0, e após a adição de 5 mM de CaCI2. As propriedades
Petição 870190046233, de 17/05/2019, pág. 39/71
23/36 de fluxo são mostradas na Figura 5.
[0100] A emulsão produzida em pH 7,0 exibiu um comportamento de fluxo newtoniano com uma independência da viscosidade como uma função da taxa de cisalhamento. Isso é explicado pelo fato de que a viscosidade é principalmente induzida pela fração de volume de óleo e pelo fato de que as gotículas de óleo não estão interagindo. Na amostra da presente invenção contendo 5 mM de cálcio, o comportamento de fluxo é um adelgaçamento do cisalhamento, que é uma indicação de que partículas sensíveis a cisalhamento foram produzidas, afetando o comportamento geral do fluxo. A viscosidade da amostra é comparada em relação aos 3 teores de óleo de girassol testados a uma taxa de cisalhamento de 10 s-1, que é relevante para condições na boca (consulte a Figura 6). Pode-se notar que em pH 7,0, a viscosidade aumenta ligeiramente com o aumento do teor de óleo. Para as amostras da presente invenção preparadas na presença de cálcio, a viscosidade foi de cerca de 10 a 100 vezes maior do que a da amostra correspondente a um pH de 7,0. Isto indica claramente que as partículas da presente invenção possibilitam a criação de viscosidade a um teor de óleo muito mais baixo, permitindo a diminuição de gordura em produtos alimentícios; consulte a Figura 5.
Exemplo 3:
Adição de cálcio a leite duplamente concentrado, tratamento por calor e secagem por atomizacão
Material e métodos [0101] Um conjunto de 2 amostras foi produzido de acordo com o procedimento exposto a seguir, envolvendo: concentração de um leite integral comercial até 35% do teor de sólidos totais (TS, de total solids), adição de uma quantidade variável de CaCI2 (5 e 10 mM) no concentrado de leite, processamento térmico padronizado incluindo uma etapa de injeção direta de vapor e secagem por atomização para
Petição 870190046233, de 17/05/2019, pág. 40/71
24/36 se obter um leite em pó funcionalizado.
[0102] O leite integral homogeneizado, pasteurizado e microfiltrado, disponível comercialmente (3,5% de teor de gordura, Cremo, Le Mont-sur-Lausanne, CH) é concentrado até atingir um teor total de sólidos, conforme indicado na Tabela 2, com um evaporador cônico giratório de filme fino Centritherm® CT1-09 (Flavourtech Inc., Austrália).
[0103] O processo de concentração é realizado em modo de batelada com recirculação, iniciando com o leite a 4°C. O leite é bombeado com uma bomba de cavidade progressiva, de um tanque de reserva através de um trocador de calor a placas com temperatura de saída ajustada em 40°C e do evaporador Centritherm® CT1 -09, de volta para o tanque de reserva. Dessa forma, há um aumento gradual da concentração de sólidos e da temperatura do leite armazenado no tanque de reserva. Quando um limite de concentração crítica é atingido, o leite é conduzido para o teor de sólidos totais desejado por passagem final em evaporador sem remistura e coletado em um tanque de retenção separado.
[0104] São utilizados os seguintes parâmetros de processo: vazão de 100 l/h, temperatura de entrada do evaporador de 40°C, pressão de vácuo do evaporador 40 a 100 mbares, temperatura de vapor do evaporador de 90°C. Isto resulta em temperaturas de saída de concentrado em torno de 35°C e em vazões de evaporação que diminuem gradualmente de cerca de 50 l/h a 30 l/h com um aumento da concentração de leite. Altas vazões do produto em torno de 100 l/h e uma temperatura de entrada de produto estável de 40°C são importantes para evitar a incrustação do concentrado de leite sobre a superfície de troca de calor do dispositivo Centritherm®.
[0105] O concentrado de leite é resfriado até 10°C, e a quantidade necessária de CaCI2, pó de 2H2O (Merck, Darmstadt, Alemanha) foi adicionada ao leite, sob agitação. O período de tempo típico para a adição de pó de cálcio a um lote de 40 kg é de cerca de 15 minutos.
Petição 870190046233, de 17/05/2019, pág. 41/71
25/36 [0106] O concentrado de leite carregado de cálcio e resfriado foi processado termicamente em um modo semicontínuo em uma linha de planta piloto OMVE HT320-20 DSI comercialmente disponível (OMVE Netherlands B.V., Países Baixos). As etapas de processamento são: pré-aquecimento no trocador de calor tubular OMVE até 60°C, injeção direta de vapor a uma temperatura de saída de 95°C, período de retenção a quente de 300 segundos a 95°C nos dois trocadores de calor de superfície raspada da linha do OMVE, conectada em série e operando em rpm máximas, e subsequente resfriamento até cerca de 23°C da temperatura de saída de produto, sendo o trocador de calor tubular OMVE resfriado com água gelada. A vazão é ajustada para 14 l/h a fim de se obter uma soma de aproximadamente 300 segundos de tempo de residência nas unidades do trocador de calor de superfície raspada. O tempo de residência no resfriador do OMVE é de cerca de 2 minutos. Os tempos de residência são médias de vazões volumétricas e de volume morto de elementos de linha (trocador de calor tubular, trocador de calor de superfície raspada).
[0107] A obstrução do injetor DSI é um fenômeno crítico, e a linha deve ser cuidadosamente controlada com respeito a isso. Nenhuma evaporação flash é aplicada, e o vapor de condensação permanece inteiramente no produto.
[0108] O concentrado de leite processado termicamente com 5 mM de cálcio adicionado foi secado por atomização em uma torre de atomização de planta piloto Niro SD 6.3 (GEA NIRO Process Engineering, Dinamarca) equipada com um atomizador giratório FS1. Os parâmetros operacionais são: fluxo de alimentação de produto de 10 a 20 kg/hora, temperatura de entrada de produto no atomizador giratório de 25 a 30°C, velocidade do atomizador giratório de 25.000 rpm, fluxo de ar de 350 a 400 kg/h (controle de fluxo de massa), temperatura de entrada de ar de 160°C, temperatura de ar de exaustão de 80°C e umidade relativa de ar de exaustão
Petição 870190046233, de 17/05/2019, pág. 42/71
26/36 de 15%. O produto acabado em pó é embalado imediatamente em sacos herméticos e tem uma umidade residual abaixo de 4%.
[0109] Os mesmos métodos usados no Exemplo 2 foram usados para caracterizar a distribuição de tamanho da amostra, a microestrutura e as propriedades de fluxo. Para os experimentos realizados em pó secado por atomização contendo 5 mM de CaCI2, a amostra foi reconstituída até 13 ou 50% de sólidos totais antes das medições. Água destilada foi despejada em um béquer e aquecida de 42°C a 44°C em banho-maria. Um volume de 150 ml de água destilada de 42°C a 44°C foi medido e transferido para um béquer de vidro com o uso de um cilindro volumétrico. Uma quantidade de 22,5 g de leite em pó é adicionada aos 150 ml de água destilada a 42°C e misturada com uma colher durante 30 segundos.
Resultados
Amostras líquidas
Tabela 2: Diâmetros médios de D43 e D32 e viscosidade a uma taxa de cisalhamento de 13 s~1 medida a 25°C para 0 leite duplamente concentrado (25% de TS) antes e após 0 tratamento por calor na presença de CaCE a 95°C durante 300 segundos.
Amostra PH D(4,3)(mícrons) D(3,2)(mícrons) Viscosidade de cisalhamento a 13 S’1 (mPa.s)
5 mM de CaCb de leite com 25% de TS não aquecido 6,38 0,836 0,569 6,2
5 mM de CaCb de leite com 25% de TS aquecido 6,39 28,40 9,42 349
10 mM de CaCb de leite com 25% de TS não aquecido 6,23 0,816 0,542 4,23
10 mM de CaCb de leite com 25% de TS aquecido 6,24 66,80 11,20 150
[0110] Pode ser visto na Tabela 2 que as amostras da presente invenção exibiram um aumento acentuado no tamanho de partícula
Petição 870190046233, de 17/05/2019, pág. 43/71
27/36 após o tratamento por calor, o que levou a um aumento na viscosidade. Pode-se notar que na presença de adição de 10 mM de cloreto de cálcio, o D(4,3) aumentou para 66,8 microns, o que causou uma ligeira sensação arenosa na amostra. Para esta concentração de leite, os melhores perfis de agregação e condições foram obtidos com a adição de 5 mM de CaCI2, o que também pode ser inferido pela viscosidade mais alta (349 mPa.s) atingida em comparação com a adição de 10 mM de CaCI2 (150 mPa.s). Após secagem por atomização, as amostras foram caracterizadas mediante reconstituição em água Milli-Q.
Distribuição de tamanho de partícula [0111] A distribuição de partículas mediante a reconstituição apresenta um pico em cerca de 20 microns (consulte Figura 7), o que é muito próximo ao tamanho de partícula obtido antes da secagem por atomização (D(4,3) = 28,4 microns, Tabela 2). A ligeira redução no tamanho de partícula pode ser atribuída ao efeito de cisalhamento que ocorre durante a secagem por atomização do produto. Surpreendentemente, o teor de proteína solúvel obtido após a reconstituição do pó com 13% de TS foi de 7% das proteínas totais, indicando que a maior parte das proteínas de leite estava envolvida na estrutura agregada.
Microestrutura [0112] A microestrutura das partículas pode ser vista nas Figuras 8A e 8B. Os agregados eram bastante compactos e eram compostos por proteínas e gotículas de gordura, sem sinais de proteínas não reagentes, o que confirma a baixa quantidade de proteínas solúveis. Uma ampliação maior das partículas na Figura 8B mostra gotículas de gordura bem integradas com um tamanho médio de 1 a 2 microns em uma matriz de proteína densa. Há pouco sinal de coalescência de gotículas de gordura, indicando que a formação de agregados teve origem em um mecanismo de floculação.
Propriedades de fluxo mediante reconstituição a 50% de TS
Petição 870190046233, de 17/05/2019, pág. 44/71
28/36 [0113] O leite em pó secado por atomização de acordo com a presente invenção foi reconstituído até 50% de TS, que é geralmente o TS no qual o leite integral é secado por atomização. Pode ser visto na Figura 9 que o comportamento de fluxo é um forte adelgaçamento do cisalhamento, exibindo um coeficiente angular íngreme negativo e uma alta viscosidade sob baixo cisalhamento. Este é um sinal de que o produto, mediante reconstituição, desenvolveu certa estrutura e que os agregados de proteína foram capazes de interagir entre si. Surpreendentemente, a estrutura poderia ser recuperada mediante a liberação da tensão sobre a amostra, já que as curvas para cima e para baixo eram quase sobrepostas.
Exemplo 4:
Adição de cálcio, tratamento por calor e secagem por atomização de leite triplamente concentrado
Material e métodos
Leite de referência [0114] Leite integral, homogeneizado e pasteurizado, comercialmente disponível (3,5% de teor de gordura, Emmi, Lucerna, Suíça) foi concentrado em um evaporador de filme descendente de triplo efeito Scheffers (disponível junto à Scheffers B.V.) até 50% de sólidos totais. O concentrado de leite é resfriado em um trocador de calor a placas até 4°C, e o pH do concentrado de leite líquido homogeneizado foi medido como sendo 6,5. A composição é pré-aquecida novamente a 60°C em um trocador de calor a placas e subsequentemente aquecida a 85°C pelo sistema de injeção direta de vapor (autoconstrução da Nestlé) com um tempo de retenção de 15 segundos. Após o tratamento por calor, o concentrado de leite é rapidamente resfriado por um trocador de calor de superfície raspada 3VT460 CREPACO (disponível junto à APV Invensys Worb) até 40°C. O concentrado de leite é, então, secado por atomização em um Egron 3,5 m da Nestlé (autoconstrução) por um sistema de bocais
Petição 870190046233, de 17/05/2019, pág. 45/71
29/36 de duas fases (bocal de 1,8 mm) até um teor de umidade máxima de 3% e é embalado em sacos herméticos. As condições da secagem por atomização eram: fluxo de produto de 413 kg/h a 37°C de temperatura do produto, temperatura de entrada de ar quente de 270°C e um fluxo de ar de 4.664 kg/h, e temperatura do ar de saída de 88°C.
Amostra da presente invenção [0115] Leite integral, homogeneizado e pasteurizado, comercialmente disponível (3,5% de teor de gordura, Emmi, Lucerna, Suíça) foi concentrado em um evaporador de filme descendente de triplo efeito Scheffers (disponível junto à Scheffers B.V.) até 37% de sólidos totais. O concentrado de leite é resfriado por um trocador de calor a placas a 4°C, e 6,5 mM de cloreto de cálcio são adicionados. O concentrado de leite ajustado com cálcio é pré-aquecido novamente a 60°C em trocador de calor a placas e subsequentemente aquecido a 95°C por sistema de injeção direta de vapor (autoconstrução da Nestlé) com um tempo de retenção de cerca de 300 segundos. Após o tratamento por calor, o concentrado de leite é rapidamente resfriado por um trocador de calor de superfície raspada 3VT460 CREPACO (disponível junto à APV Invensys Worb) até 40°C. O concentrado de leite é, então, secado por atomização em um secador por aspersão NI RO SD6 3N através de um sistema de bocais de disco giratório a 17.000 rpm até um teor de umidade máxima de 3% e embalado em sacos herméticos. As condições da secagem por atomização eram: fluxo de produto de 20 l/h a 40°C de temperatura do produto, temperatura de entrada de ar quente de 160°C e um fluxo de ar de 360 m3/h, e temperatura do ar de saída de 80°C.
Medições da distribuição de tamanho [0116] Os leites em pó da presente invenção foram comparados às referências acima e caracterizados por difração de laser para determinar a distribuição de tamanho de partícula (PSD, de particle size distribution).
Petição 870190046233, de 17/05/2019, pág. 46/71
30/36 [0117] As amostras em pó foram reconstituídas antes das medições. Água destilada foi despejada em um béquer e aquecida de 42°C a 44°C em banho-maria. Um volume de 150 ml de água destilada de 42°C a 44°C foi medido e transferido para um béquer de vidro com o uso de um cilindro volumétrico. Uma quantidade de 22,5 g de leite em pó é adicionada aos 150 ml de água destilada a 42°C e misturada com uma colher durante 30 segundos.
[0118] A dispersão da amostra em pó líquida ou reconstituída em água destilada ou desionizada e as medições da distribuição de tamanho de partícula foram feitas por difração de laser.
[0119] As configurações de medição usadas são um índice de retração de 1,46 para gotículas de gordura e 1,33 para água a uma absorção de 0,01. Todas as amostras foram medidas a uma taxa de obscurecimento de 2,0 a 2,5%.
Propriedades de fluxo [0120] As amostras foram reconstituídas até 50% de TS com o uso do processo descrito acima. Os experimentos de fluxo foram realizados com o uso de um reômetro de tensão controlada Physica MCR501 (Anton Paar®, Áustria) com geometria de cilindros concêntricos CC27SS/S (diâmetro = 27 mm, vão = 1,14 mm, disponível junto à Anton Paar®, Áustria).
[0121] As medições de fluxo em estado de equilíbrio foram conduzidas a uma temperatura constante de 25°C, sendo uma tensão de cisalhamento de 100 1/s aplicada às amostras durante 5 minutos, seguida de quatro taxas de cisalhamento, uma de 0 a 100 1/s e outra de 100 a 0 1/s, que foram feitas duas vezes; foram feitas 15 medições a cada 30 segundos. A viscosidade aparente foi registrada como uma função da taxa de cisalhamento.
[0122] Para cada medição, uma alíquota (19 ml) da amostra de emulsão foi despejada no recipiente. As medidas foram realizadas três vezes.
Petição 870190046233, de 17/05/2019, pág. 47/71
31/36
Resultados
Distribuição de tamanho de partícula [0123] A distribuição de tamanho de partícula do leite integral secado por atomização até 50% de TS foi determinada após a reconstituição até 13% de TS (Figura 10). Pode ser visto na Figura 10A que um pico principal foi encontrado em 0,5 micron, seguido de uma assimetria até 6 microns. Isto indica que as gotículas de gordura de leite e a caseína micelar do leite são concomitantemente medidas e que nenhuma agregação significativa ocorreu no sistema. Para a amostra da presente invenção que foi tratada na presença de 6,4 mM de cloreto de cálcio adicionado, a distribuição de tamanho foi deslocada para diâmetros de partícula maiores. O D(4,3) atingiu 11 microns, sendo responsável pela presença de agregados de proteína, enquanto um pequeno pico residual de cerca de 0,5 micron provavelmente responde pelas caseínas micelares não reagidas (Figura 10B). Os níveis de proteínas solúveis foram de 33,5% na amostra de leite controle, enquanto o resultado foi de 15,5% na amostra produzida na presença de cálcio adicionado. Isto mostra novamente que a presente invenção favorece a agregação de proteínas e o aprisionamento de gotículas de óleo nos agregados de proteína.
Propriedades de fluxo [0124] Os dois leites em pó foram reconstituídos até 50% de TS e suas propriedades de fluxo foram comparadas. O leite integral de controle que foi secado por atomização até 50% de TS apresentou um comportamento de adelgaçamento de viscosidade sob cisalhamento e um platô de viscosidade sob baixo cisalhamento de cerca de 100 Pa.s (consulte a Figura 11). O leite da presente invenção, quando reconstituído até 50% de TS, também apresentou um perfil de adelgaçamento cisalhamento, mas a viscosidade sob baixo cisalhamento era 100 vezes maior e a região de adelgaçamento de cisalhamento apresentou um coeficiente angular muito mais forte. Isto é um sinal de amostra altamente estruturada, bem como a
Petição 870190046233, de 17/05/2019, pág. 48/71
32/36 prova de interação entre os agregados de proteína. Isso também mostra que a presente invenção é claramente capaz de gerar uma viscosidade mais alta com teor de gordura equivalente e que tem, portanto, potencial para redução de gorduras em produtos alimentícios.
Agregados à base de proteína de leite obtidos por adição de cloreto de cálcio a sorvete
Material e métodos
Preparação da mistura de sorvete [0125] Dois testes foram realizados, e para os dois testes, a preparação da mistura de sorvete era similar. Uma mistura de 200 Ibs foi produzida em um misturador Lanco com as seguintes concentrações de ingredientes:
Tabela 3: Composição da mistura de sorvete.
Ingrediente Concentração (%)
Creme (40% de gordura) 13,397
Leite condensado desnatado (30% de sólidos sem gordura (SNF, desolid non-fat) 32,354
Água 24,973
Sacarose líquida (67% de sólidos) 26,607
Leitelho em pó 2,346
Goma guar 0,147
Pectina (60% de esterificação) 0,177
[0126] A meta da mistura final era de 36,7% de sólidos, 5,5% de gordura e 13% de SNF.
[0127] A mistura foi, então, separada em amostras de 40 Ibs e cloreto de cálcio foi misturado e deixado em descanso durante 30 minutos antes do processamento. A mistura foi pasteurizada e homogeneizada com o uso de uma unidade de mistura Microthermix. Todas as misturas foram pré-aquecidas a 145°F, então homogeneizadas a pressões de
1.500 psi no primeiro estágio e de 500 psi no segundo estágio. O aquecimento final foi de 182°F com um segundo tempo de retenção de 90 segundos. A mistura foi, então, resfriada até 45°F e armazenada a
Petição 870190046233, de 17/05/2019, pág. 49/71
33/36
40°F de um dia para outro. Para o segundo teste, todas as misturas foram aeradas e congeladas com o uso de um congelador contínuo KF-80. A temperatura de extração para cada mistura era de 21 °F, e cada sorvete foi congelado até atingir 105% de overrun.
Determinação iônica (cálcio livre) [0128] A concentração de cálcio iônico foi medida com o uso de um eletrodo sensível a cálcio Perfection da Mettler-Toledo e um medidor de pH/mV/íons Seven Multi da Mettler-Toledo no modo mV. A concentração de ions de cálcio foi calculada a partir de leituras em milivolts, com base em uma equação de regressão de uma curva padrão de leituras mV para soluções padrão de 10, 25, 100, 250 e 500 mg/l de cálcio. Esses padrões foram preparados a partir de uma solução de estoque de 1.000 mg/l fornecida pela Mettler-Toledo.
Determinação da viscosidade da mistura [0129] A viscosidade da mistura foi medida com o uso de um reômetro
Anton Paar MCR302. Cada mistura foi medida a 40°F (4,44°C) com o uso de um sistema de medição em cilindros concêntricos CC27. O modelo Ostwald - de Waele (lei de potência) foi usado para calcular a viscosidade estimada a 0 cisalhamento.
Medição de derretí mento do sorvete [0130] Foi usado um analisador de derretimento MDA-1 (Certa Fides GmbH) a 22°C. As amostras foram colocadas em bandejas de malha de arame pré-taradas (abertura de 2,4 mm, equivalente à malha americana n° 8) e penduradas em sensores de peso. O peso do sorvete restante nas bandejas de malha de arame foi medido a cada 5 segundos durante todo o período de teste. A partir disso, o software MDA calculou a % de gotejamento com base no peso imediato em comparação com o peso inicial da amostra.
Distribuição de tamanho de partícula [0131] A distribuição de tamanho de partícula foi medida com um
Petição 870190046233, de 17/05/2019, pág. 50/71
34/36 analisador de tamanho de partícula Malvern Mastersizer 3000. A temperatura da amostra era de 4,4°C com os seguintes parâmetros do instrumento: Velocidade de agitação, sem ultrassom, 1700 rpm, índice de retração de partícula 1,4550, absorbância 0,100, índice de retração do dispersante 1,3300.
Microestrutura da amostra [0132] 1 parte em peso da mistura de sorvete foi diluída em 9 partes de uma solução tamponada de corante de azul de toluidina O e misturada. A concentração do corante era de 0,04%, em peso, dissolvida em uma mistura de 0,5%, em peso, com tampão de calibração em água deionizada Ricca/BDH com pH 7 e passada através de um papel filtro para remover qualquer material não dissolvido. O tampão de pH 7 continha NaH2PO4 e K2HPO4. Após 60 segundos, 2 gotas da mistura de sorvete com corante foram colocadas em uma lâmina para microscópio, e cada uma foi coberta com uma lamínula de vidro quadrada de 22 mm. Com o uso de uma objetiva de microscópio 10x com óptica DIC, 40 imagens foram capturadas durante a varredura através das duas lamínulas de vidro.
Resultados [0133] A medição de cálcio iônico mostrou que o teor de cálcio livre no sorvete foi aumentando com a adição de cloreto de cálcio à mistura (Figura 12). Surpreendentemente, uma alteração no coeficiente angular ficou visível a uma concentração crítica de CaCI adicionado de 8 mM, o que pode corresponder à saturação superficial de proteínas pelos íons de cálcio nesta receita de sorvete.
[0134] Como já foi relatado no Exemplo 1, a adição de cloreto de cálcio levou a uma diminuição linear do pH, indicando que os íons de cálcio deslocaram as proteínas da superfície das proteínas e, assim, reduziram sua densidade de carga (consulte a Figura 12).
Viscosidade do sorvete
Petição 870190046233, de 17/05/2019, pág. 51/71
35/36 [0135] Mediante a pasteurização, a viscosidade da mistura de sorvete aumentou com o aumento do cálcio livre para 0,25 g/l (6,25 mM de cálcio) conforme mostrado na Figura 14. Esse aumento da viscosidade se deu provavelmente por causa da formação de agregados de proteína na mistura, e as interações de partícula ocorreram. Após um aumento adicional do cálcio na mistura, observou-se uma diminuição na viscosidade, o que poderia ser, em parte, devido à dissociação das caseínas micelares, mas também devido à sobrecarga na superfície da proteína, o que prejudicou a agregação de proteínas.
Tamanho de partícula e morfoloqia [0136] A formação de agregados de partícula foi demonstrada por medições de tamanho após diluição da mistura de sorvete (consulte a Tabela 4). Pode-se notar que o D(4,3) aumentou até a adição de 10 mM de CaCI2 e, então, diminuiu quando outros íons de cálcio foram adicionados. A morfologia dos agregados pode ser observada na Figura 15, que mostra micrografias da mistura de sorvete em que agregados à base de proteína foram tingidos com o uso de azul de toluidina. Agregados muito pequenos foram observados na mistura de sorvete de controle (Figura 15A) enquanto partículas muito maiores se formaram quando 0,15% de CaCI2 adicionado estava presente, correspondendo a 10 mM de cálcio livre (Figura 15B).
Tabela 4: Tamanho médio de partícula (D 4,3) na mistura de sorvete como uma função da adição de cloreto de cálcio.
CaCI2 (mM) 0 1,36 3,4 5,44 10,2 13,61 17,00
D(4,3) em microns 1,25 1,25 3,06 4,58 16,21 11,28 9,24
Derretimento do sorve e degustação informal [0137] Os perfis de derretimento do sorvete contendo vários níveis de cloreto de cálcio adicionado são apresentados na Figura 16.
[0138] Pode-se notar que o baixo nível de adição de cálcio levou a um perfil de derretimento similar ao da amostra de controle, enquanto que um teor de cálcio mais alto causou um derretimento mais lento. O
Petição 870190046233, de 17/05/2019, pág. 52/71
36/36 nível de agregação de proteínas induzida pelo cálcio teve, portanto, um efeito importante sobre o sorvete acabado e deve ser ajustado dependendo das necessidades.
[0139] As amostras foram degustadas por uma banca examinadora e descobriu-se que baixos níveis de adição de cloreto de cálcio geravam amostras agradáveis, enquanto que níveis mais altos causavam problemas de textura e sabor perceptíveis (consulte a Tabela 5). Tabela 5: Resultados sensoriais.
mM de CaCI2 na mistura Textura (comparada a 0%) Sabor (comparado a 0%)
3,4 Muito semelhante, ligeiramente menos frio Sem diferenças
10,2 Mais suave, mais mastigável, derretimento mais lento Sabor ligeiramente estranho, não desagradável
17,00 Ligeiramente mais suave, ligeiramente menos frio, derretimento ligeiramente mais lento Gosto estranho muito forte, gredoso, desinfetante
0140] Deve-se entender que várias alterações e modificações às presentes modalidades preferenciais aqui descritas ficarão evidentes aos versados na técnica. Tais alterações e modificações podem ser feitas sem que se desvie do espírito e do âmbito do assunto em questão e sem que se diminua suas vantagens pretendidas. Pretende-se, portanto, que tais alterações e modificações sejam abrangidas pelas reivindicações em anexo.

Claims (3)

1 a 10, caracterizado pelo fato de que as caseínas e proteínas de soro de leite na composição de ingredientes são fornecidas sob uma forma selecionada do grupo que consiste em leite cru, leite pasteurizado, leite concentrado obtido por tratamento em baixa temperatura, leite em pó obtido por tratamento em baixa temperatura, concentrado de proteína do leite, isolado de proteína de leite sob a forma líquida ou em pó, ou uma combinação dos mesmos, ao passo que as proteínas de soro de leite adicionais são fornecidas sob uma forma selecionada do grupo que
Petição 870190046233, de 17/05/2019, pág. 55/71
3/4 consiste em soro de leite doce, concentrados de proteína de soro de leite, isolados de proteína de soro de leite sob a forma líquida, concentrada ou em pó, ou uma combinação dos mesmos.
12. Método, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 11, caracterizado pelo fato de que a composição de ingredientes é uma mistura para doce congelado e compreende gordura em uma quantidade de 0,5 a 20%, em peso, sólidos de leite isentos de gordura em uma quantidade de 5 a 15%, em peso, um agente adoçante em uma quantidade de 5 a 30%, em peso, e um sistema estabilizante em uma quantidade de até 6%, em peso.
13. Método, de acordo com a reivindicação 12, caracterizado pelo fato de que a mistura é congelada, ao mesmo tempo que é opcionalmente aerada, de preferência até atingir um overrun (incorporação de ar ao produto durante congelamento) de ao menos 20%, de preferência, ao menos 40%, com a máxima preferência, entre 100% e 120%, para formar o produto de confeitaria congelado aerado, e opcionalmente, endurecido.
14. Método, de acordo com a reivindicação 12 ou 13, caracterizado pelo fato de que o produto é submetido a um resfriamento dinâmico a uma temperatura abaixo de -11°C em uma extrusora de rosca simples ou de rosca dupla.
15. Produto alimentício ou de bebida, caracterizado pelo fato de que é produzido pelo método, como definido em qualquer uma das reivindicações 1 a 14.
16. Produto alimentício ou de bebida, caracterizado pelo fato de que compreende agregados de proteína que compreendem caseína micelar e agregados de proteína de soro de leite, sendo que o produto apresenta um pH de 6,1 a 7,1, uma concentração de 6 a 40%, em peso, de sólidos de leite, uma razão entre caseína e proteína de soro de leite de 90/10 a 60/40, e uma concentração de
Petição 870190046233, de 17/05/2019, pág. 56/71
4/4
1. Método de produção de um produto alimentício ou de bebida, caracterizado pelo fato de que compreende as etapas de:
fornecer uma composição de ingredientes que compreende caseínas micelares e proteínas de soro de leite e que tem um pH de
6,1 a 7,1 e uma concentração de 1 a 15%, em peso, de proteínas, e sendo que a composição de ingredientes tem uma razão entre caseína e proteína de soro de leite de 90/10 a 60/40, adicionar de 3 a 25 mM de cátions divalentes para fornecer uma concentração de 3 a 8 mM de cátions divalentes livres à composição de ingredientes, homogeneizar a composição de ingredientes, e, subsequentemente, pasteurizar e agitar a composição de ingredientes a uma temperatura de 80°C a 100°C durante um período de 0,5 a 3 minutos para formar aglomerados de proteína que compreendem caseínas e beta-lactoglobulina a partir de proteínas de soro de leite, tendo os aglomerados um tamanho de 5 a 50 microns, conforme medido por um diâmetro médio D(4,3).
2/4 a 4, caracterizado pelo fato de que os cátions divalentes são adicionados até que a concentração de cátions divalentes livres mensuráveis seja de
3,5 a 6,5 mM de cátions divalentes.
6. Método, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 5, caracterizado pelo fato de que os cátions divalentes são adicionados sob a forma de um sal mineral.
7. Método, de acordo com a reivindicação 6, caracterizado pelo fato de que o sal mineral é sal de cálcio selecionado do grupo que consiste em cloreto de cálcio, lactato de cálcio, gluconato de cálcio ou fosfato de cálcio.
8. Método, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 7, caracterizado pelo fato de que o pH da composição de ingredientes é de 6,2 a 7,1 antes da adição dos cátions de cálcio.
9. Método, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 8, caracterizado pelo fato de que o teor de proteína solúvel é igual ou inferior a 30% em relação ao teor de proteína total.
10. Método, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 9, caracterizado pelo fato de que a composição de ingredientes compreende de 0 a 36%, em peso, de gordura, de preferência, de 1,0 a 20%, em peso, com mais preferência, de 3,0 a 15%, em peso, com a máxima preferência, de 5 a 10%, em peso, de gordura.
11. Método, de acordo com qualquer uma das reivindicações
2. Método, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que os agregados apresentam de 10 a 40 microns, de preferência, de 10 a 30 microns, com mais preferência, acima de 10 e abaixo de 30 microns.
3. Método, de acordo com a reivindicação 1 ou 2, caracterizada pelo fato de que os cátions divalentes são selecionados do grupo que consiste em cátions de Ca e Mg, ou uma combinação dos mesmos.
4. Método, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 3, caracterizado pelo fato de que os cátions divalentes são cátions de cálcio.
5. Método, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1
Petição 870190046233, de 17/05/2019, pág. 54/71
3 a 8 mM de cátions divalentes livres, e sendo que os aglomerados apresentam um tamanho de diâmetro médio D(4,3) de 5 a 50 microns, conforme medido por difração de laser.
BR112019010075-0A 2016-12-19 2017-12-18 Método para produzir um produto alimentício ou de bebida com agregação de proteína de cátions divalentes livres BR112019010075B1 (pt)

Applications Claiming Priority (3)

Application Number Priority Date Filing Date Title
EP16205129 2016-12-19
EP16205129.6 2016-12-19
PCT/EP2017/083344 WO2018114818A1 (en) 2016-12-19 2017-12-18 A method of producing a food or beverage product with free divalent cations protein aggregation

Publications (2)

Publication Number Publication Date
BR112019010075A2 true BR112019010075A2 (pt) 2019-10-01
BR112019010075B1 BR112019010075B1 (pt) 2023-12-26

Family

ID=57614161

Family Applications (1)

Application Number Title Priority Date Filing Date
BR112019010075-0A BR112019010075B1 (pt) 2016-12-19 2017-12-18 Método para produzir um produto alimentício ou de bebida com agregação de proteína de cátions divalentes livres

Country Status (12)

Country Link
US (2) US11266164B2 (pt)
EP (1) EP3554249A1 (pt)
JP (1) JP6990243B2 (pt)
CN (1) CN109982570A (pt)
AU (2) AU2017381641B2 (pt)
BR (1) BR112019010075B1 (pt)
CA (1) CA3043548A1 (pt)
CL (1) CL2019001391A1 (pt)
MX (1) MX2019005951A (pt)
NZ (1) NZ753149A (pt)
RU (1) RU2759136C2 (pt)
WO (1) WO2018114818A1 (pt)

Families Citing this family (5)

* Cited by examiner, † Cited by third party
Publication number Priority date Publication date Assignee Title
AU2018277283B2 (en) 2017-06-01 2024-04-18 Societe Des Produits Nestle S.A. A method of producing a food or beverage product with free divalent cations dairy and plant protein aggregation
EP3890513A1 (en) * 2018-12-03 2021-10-13 Société des Produits Nestlé S.A. Food or beverage product with agglomerated pea protein
NL2022324B1 (en) * 2018-12-28 2020-07-23 Ausnutria B V Liquid composition comprised of a micellar casein concentrate
CA3166030A1 (en) * 2019-12-30 2021-07-08 Arla Foods Amba Method of producing dense whey protein nanogels, the resulting whey protein nanogels or nanogel compositions, and food products containing such whey protein nanogels or nanogel compositions
WO2023244778A2 (en) * 2022-06-16 2023-12-21 Climax Foods Inc. Structured protein isolates and related methods

Family Cites Families (15)

* Cited by examiner, † Cited by third party
Publication number Priority date Publication date Assignee Title
SU1703025A1 (ru) 1989-04-21 1992-01-07 Центральное Проектно-Конструкторское И Технологическое Бюро "Росагропромремтехпроект" Способ пастеризации молочных продуктов в емкости
WO2006065135A2 (en) 2004-12-15 2006-06-22 Csm Nederland B.V. Modified proteins with altered aggregation properties
JP4852684B2 (ja) 2005-09-30 2012-01-11 雪印メグミルク株式会社 乳由来複合脂質高含有粉末
CN102395281B (zh) * 2009-02-13 2014-04-16 雀巢产品技术援助有限公司 冷冻充气产品
WO2011049991A2 (en) 2009-10-19 2011-04-28 Cytosport, Inc. Milk protein concentrates
WO2012017043A2 (en) 2010-08-05 2012-02-09 Nestec S.A. Milk protein containing liquid beverage products
EP2600730B1 (en) 2010-08-05 2018-05-30 Nestec S.A. Frozen confectionery products with improved texture
CA2829231A1 (en) * 2011-03-29 2012-10-04 Nestec S.A. Aerated food products comprising a protein-based reversible gel
CN104489097B (zh) 2014-11-25 2018-01-23 南通东概念新材料有限公司 活性乳酸菌或益生菌的热和对流干燥保护剂及其制备方法
CN107105706A (zh) * 2014-12-22 2017-08-29 雀巢产品技术援助有限公司 具有改善的口感的奶粉
WO2016102500A1 (en) 2014-12-22 2016-06-30 Nestec S.A. Milk concentrates with improved mouth feel
PT3236761T (pt) * 2014-12-22 2018-12-28 Nestle Sa Bebidas lácteas prontas a beber com textura/paladar melhorados através de agregação controlada de proteínas, e seu método de preparação
CA2994045A1 (en) 2015-08-06 2017-02-09 Nestec S.A. Ready-to-drink beverages with improved texture by controlled protein aggregation
BR112018003581B1 (pt) 2015-08-24 2022-09-06 Arla Foods Amba Método de produção de um líquido lácteo engrossado e termicamente tratado, líquido lácteo engrossado e termicamente tratado, queijo tipo cottage, e método de produção de um queijo tipo cottage
ES2837050T3 (es) * 2015-10-01 2021-06-29 Frieslandcampina Nederland Bv Composición nutricional líquida que comprende caseína micelar y proteína de suero de leche hidrolizada

Also Published As

Publication number Publication date
JP2020513736A (ja) 2020-05-21
MX2019005951A (es) 2019-11-28
US11266164B2 (en) 2022-03-08
RU2019115755A3 (pt) 2021-03-17
WO2018114818A1 (en) 2018-06-28
BR112019010075B1 (pt) 2023-12-26
US20200037632A1 (en) 2020-02-06
AU2017381641A1 (en) 2019-05-23
CA3043548A1 (en) 2018-06-28
AU2017381641B2 (en) 2022-01-27
RU2759136C2 (ru) 2021-11-09
NZ753149A (en) 2023-01-27
RU2019115755A (ru) 2020-11-23
CN109982570A (zh) 2019-07-05
JP6990243B2 (ja) 2022-01-12
EP3554249A1 (en) 2019-10-23
AU2022202636A1 (en) 2022-05-12
US20220142202A1 (en) 2022-05-12
AU2022202636B2 (en) 2024-05-30
CL2019001391A1 (es) 2019-08-30

Similar Documents

Publication Publication Date Title
BR112019010075A2 (pt) método para produzir um produto alimentício ou de bebida com agregação de proteína de cátions divalentes livres
ES2682054T3 (es) Productos de confitería congelados de textura mejorada
US11266165B2 (en) Method of producing a food or beverage product with free divalent cations dairy and plant protein aggregation
BR112017009941B1 (pt) Ingrediente alimentar seco, método de produção do ingrediente alimentar, método de produção de um produto tipo iogurte à base de proteína de soro de leite, produto tipo iogurte à base de proteína de soro de leite, e uso de uma combinação de partículas de proteína de soro de leite insolúveis
BR112019010239B1 (pt) Método para produzir um produto de bebida pronto para consumo e estável durante o armazenamento com agregação de proteína na presença de cátions divalentes livres
BR112019000731B1 (pt) Método para preparar uma composição de proteína do soro de leite gelificável por ácido e método para preparar um produto alimentício
JP7349515B2 (ja) 遊離二価カチオンタンパク質凝集体を有する乳製品濃縮物の製造方法
BR112019025180B1 (pt) Produto alimentício ou de bebida com agregação de laticínios e proteína vegetal com cátions divalentes livres, e seu método de produção
RU2799524C2 (ru) Способ получения пищевого продукта или напитка с использованием агрегации молочного или растительного белка в присутствии свободных двухвалентных катионов
Edris Preparation and stability of a protein stabilized orange oil‐in‐water emulsion
Tangsuphoom Properties and structure of coconut milk emulsions
Rathod et al. Production and functional evaluation of nonfat dry milk with whey proteins as fibrils
BR112021004325A2 (pt) produto alimentício ou de bebida com proteína de ervilha aglomerada

Legal Events

Date Code Title Description
B25A Requested transfer of rights approved

Owner name: SOCIETE DES PRODUITS NESTLE S.A. (CH)

B350 Update of information on the portal [chapter 15.35 patent gazette]
B06W Patent application suspended after preliminary examination (for patents with searches from other patent authorities) chapter 6.23 patent gazette]
B07A Application suspended after technical examination (opinion) [chapter 7.1 patent gazette]
B09A Decision: intention to grant [chapter 9.1 patent gazette]
B16A Patent or certificate of addition of invention granted [chapter 16.1 patent gazette]

Free format text: PRAZO DE VALIDADE: 20 (VINTE) ANOS CONTADOS A PARTIR DE 18/12/2017, OBSERVADAS AS CONDICOES LEGAIS