BR112018002070B1 - Método para determinação da potência óptica de uma lente óptica, método para determinação de uma função dióptrica de uma lente óptica, método para a fabricação de uma lente oftálmica adaptada a uma pessoa e dispositivo de determinação de potência óptica - Google Patents
Método para determinação da potência óptica de uma lente óptica, método para determinação de uma função dióptrica de uma lente óptica, método para a fabricação de uma lente oftálmica adaptada a uma pessoa e dispositivo de determinação de potência óptica Download PDFInfo
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Abstract
A presente invenção se relaciona a um método para determinação da potência óptica de uma lente óptica a ser colocada na frente do olho de uma pessoa e adaptada à referida pessoa, o método compreendendo pelo menos: uma etapa de determinação de primeira distância durante a qual é determinada uma primeira distância de olhar fixo, a primeira distância de olhar fixo sendo a distância entre o olho da pessoa e um primeiro estímulo visual quando a pessoa olha fixamente para o referido primeiro estímulo visual em uma determinada direção de olhar fixo com um primeiro nível de atenção, uma etapa de determinação de segunda distância durante a qual é determinada uma segunda distância de olhar fixo, a segunda distância de olhar fixo sendo a distância entre o olho da pessoa e um segundo estímulo visual quando a pessoa olha fixamente para o referido segundo estímulo visual na referida determinada direção de olhar fixo com um segundo nível de atenção, o segundo nível de atenção sendo diferente do primeiro nível de atenção, uma etapa de determinação de potência óptica durante a qual a potência óptica adaptada à pessoa é determinada com base na primeira e na segunda distâncias de olhar fixo.(...).
Description
[0001] A invenção se relaciona com um método para determinação da potência óptica de uma lente óptica a ser colocada na frente do olho de uma pessoa e adaptada à referida pessoa, um método para determinação de uma função dióptrica de uma lente óptica adaptada a uma pessoa e um método para fabricação de uma lente óptica. ANTECEDENTES DA INVENÇÃO
[0002] Normalmente, uma pessoa desejando ter equipamento óptico consulta um profissional de saúde ocular.
[0003] A pessoa pode obter uma prescrição de uma correção de potência óptica positiva ou negativa. Para usuários presbiópicos, o valor da correção de potência é diferente para visão de longe e visão de perto, devido às dificuldades de acomodação de seus olhos na visão de perto. A prescrição compreende assim um valor de potência de visão de longe e uma adição representando o incremento de potência entre visão de longe e visão de perto. A adição é qualificada como adição prescrita. As lentes oftálmicas adequadas para usuários presbiópicos são lentes multifocais, as lentes mais adequadas sendo lentes multifocais progressivas.
[0004] As potências ópticas são normalmente determinadas para permitir que a pessoa realize diversas atividades, por exemplo uma atividade de pequena distância pode ser ler ou fazer tricô, uma atividade de distância intermédia pode ser usar um computador, cozinhar, e uma atividade de grande distância pode ser dirigindo ou jogando golfe.
[0005] Convencionalmente, cada atividade distante é associada a uma zona da lente óptica através da qual a pessoa irá procurar ao realizar essa atividade, e todas as zonas da lente óptica são associadas a uma distância. Tipicamente, a zona de visão de perto é associada a uma distância de visualização de 40 cm; a zona de visão intermédia é associada a uma distância de 1 m e a zona de visão de longe a uma distância de 5 m.
[0006] Por consequência, ao determinar a potência óptica adaptada para a pessoa, o profissional de saúde ocular realiza testes nessa distância predeterminada. Por exemplo, para determinar a potência óptica da zona de visão de perto, o profissional de saúde ocular realiza testes de visão a uma distância de 40 cm.
[0007] Embora essa prática forneça bons resultados em média, algumas pessoas podem realizar a maioria de suas atividades de visão de perto a uma distância diferente de 40 cm. Por consequência, a determinação da potência óptica de visão de perto a 40 cm para todas as pessoas pode originar resultados insatisfatórios. Ademais, os inventores declararam que a distância de trabalho para uma determinada atividade pode variar para uma pessoa de acordo com seu nível de atenção.
[0008] Por consequência, é necessário um método mais personalizado que melhore a satisfação global da pessoa ao usar um par de lentes oftálmicas.
[0009] Um objetivo da presente invenção é fornecer tal método.
[0010] Para esse fim, a invenção propõe um método para determinação da potência óptica de uma lente óptica a ser colocada na frente do olho de uma pessoa e adaptada à referida pessoa, o método compreendendo pelo menos: - uma etapa de determinação de primeira distância durante a qual é determinada uma primeira distância de olhar fixo, a primeira distância de olhar fixo sendo a distância entre o olho da pessoa e um primeiro estímulo visual quando a pessoa olha fixamente para o referido primeiro estímulo visual em uma determinada direção de olhar fixo com um primeiro nível de atenção, - uma etapa de determinação de segunda distância durante a qual é determinada uma segunda distância de olhar fixo, a segunda distância de olhar fixo sendo a distância entre o olho da pessoa e um segundo estímulo visual quando a pessoa olha fixamente para o referido segundo estímulo visual na referida determinada direção de olhar fixo com um segundo nível de atenção, o segundo nível de atenção sendo diferente do primeiro nível de atenção, - uma etapa de determinação de potência óptica durante a qual a potência óptica adaptada à pessoa é determinada com base nas primeira e na segunda distâncias de olhar fixo.
[0011] Os inventores observaram que, dependendo do nível de atenção da pessoa ao realizar uma atividade, a distância na qual essa atividade é realizada muda. Por exemplo, uma pessoa lendo um texto que requeira um nível elevado de atenção, por exemplo lendo um ensaio filosófico, pode ter uma tendência para reduzir a distância em relação ao texto em comparação com o que acontece quando a pessoa está lendo uma revista em quadrinhos por exemplo.
[0012] Vantajosamente, o método da invenção permite levar em consideração essa observação ao determinar a potência óptica de uma lente oftálmica adaptada à pessoa. Ao contrário do método do estado da técnica, em que é imposta uma distância de olhar fixo para uma determinada direção de olhar fixo, o método de acordo com a invenção permite ter diferentes distâncias de olhar fixo para uma determinada direção de olhar fixo.
[0013] De acordo com outras modalidades que podem ser consideradas sozinhas ou em conjunto: - o primeiro e o segundo estímulos visuais se encontram a uma distância de visão de perto, por exemplo realizados a distâncias inferiores a 50 cm; e/ou - o primeiro e o segundo estímulos visuais correspondem a textos e o nível de atenção da pessoa é adaptado com base na complexidade dos textos; e/ou - o primeiro e o segundo estímulos visuais se encontram a uma distância de visão intermédia, por exemplo realizados a distâncias superiores a 50 cm e inferiores a 1 m; e/ou - o primeiro e o segundo estímulos visuais são apresentados em uma tela de computador e o nível de atenção da pessoa é adaptado com base na complexidade da tarefa realizada pela pessoa no computador; e/ou - o método compreende ainda uma etapa de determinação de direção de olhar fixo durante a qual é determinada a referida determinada direção de olhar fixo.
[0014] A invenção se relaciona também com um método para determinação de uma função dióptrica de uma lente óptica adaptada a uma pessoa, o método compreendendo: - uma etapa de fornecimento de dados da pessoa durante a qual são fornecidos dados da pessoa compreendendo a prescrição oftálmica da pessoa, a prescrição oftálmica compreendendo as primeira e a segunda distâncias de olhar fixo determinadas de acordo com o método da invenção, - uma etapa de determinação de função dióptrica durante a qual é determinada uma função dióptrica com base pelo menos nas primeira e na segunda distâncias de olhar fixo.
[0015] De acordo com outras modalidades que podem ser consideradas sozinhas ou em conjunto:
[0016] a função dióptrica compreende uma zona tendo uma potência óptica determinada com base em uma soma ponderada da primeira e da segunda distâncias de olhar fixo; e/ou
[0017] os coeficientes da soma ponderada são determinados com base pelo menos na frequência e/ou quantidade de tempo gasto diariamente pela pessoa realizando a referida atividade com um primeiro ou segundo nível de atenção; e/ou
[0018] a função dióptrica compreende uma primeira zona tendo uma potência óptica determinada com base na primeira distância de olhar fixo e uma segunda zona tendo uma potência óptica determinada com base na segunda distância de olhar fixo; e/ou
[0019] a etapa de fornecimento de dados do usuário durante a qual é fornecido o conjunto de direções de olhar fixo da pessoa após a realização da atividade, e a primeira e a segunda zonas correspondem a direções de olhar fixo extremas do conjunto de direções de olhar fixo.
[0020] A invenção se relaciona ainda com um método para a fabricação de uma lente oftálmica adaptada a uma pessoa compreendendo: - uma etapa de fornecimento de lente em bruto, durante a qual é fornecida uma lente em bruto, - uma etapa de fornecimento de função dióptrica durante a qual é fornecida uma função dióptrica determinada de acordo com o método de acordo com a invenção, - uma etapa de fabricação durante a qual a lente em bruto óptica é fabricada com base na função dióptrica.
[0021] A invenção se relaciona igualmente com dispositivo de determinação de potência óptica configurado para determinar a potência óptica de uma lente óptica a ser colocada na frente do olho de uma pessoa e adaptada à referida pessoa, o dispositivo compreendendo pelo menos: - um módulo de medição de distância configurado para medir uma distância entre um estímulo visual e os olhos de uma pessoa, - uma memória configurada para armazenar instruções executáveis por computador; e - um processador para executar as instruções executáveis por computador, em que as instruções executáveis por computador compreendem instruções para: - determinação de uma primeira distância de olhar fixo, a primeira distância de olhar fixo sendo a distância entre o olho da pessoa e um primeiro estímulo visual quando a pessoa olha fixamente para o referido primeiro estímulo visual em uma determinada direção de olhar fixo com um primeiro nível de atenção, - determinação de uma segunda distância de olhar fixo, a segunda distância de olhar fixo sendo a distância entre o olho da pessoa e um segundo estímulo visual quando a pessoa olha fixamente para o referido segundo estímulo visual na referida determinada direção de olhar fixo com um segundo nível de atenção, o segundo nível de atenção sendo diferente do primeiro nível de atenção, - determinação de pelo menos uma potência óptica adaptada à pessoa com base na primeira e na segunda distâncias de olhar fixo.
[0022] O dispositivo de acordo com a invenção pode ainda compreender um módulo de apresentação configurado para apresentar estímulo visual.
[0023] A invenção se relaciona ainda com um produto de programa de computador compreendendo uma ou mais sequências armazenadas de instruções que se encontram acessíveis a um processador e que, quando executadas pelo processador, fazem com que o processador realize pelo menos a etapa de recolha de dados e a etapa de personalização do método de acordo com a invenção.
[0024] A invenção se relaciona igualmente com um meio de armazenamento legível por computador tendo um programa gravado no mesmo; em que o programa faz com que o computador execute pelo menos a etapa de recolha de dados e a etapa de personalização do método da invenção.
[0025] A invenção se relaciona ainda com um dispositivo compreendendo um processador adaptado para armazenar uma ou mais sequências de instruções e para realizar pelo menos a etapa de recolha de dados e a etapa de personalização do método de acordo com a invenção.
[0026] As modalidades da invenção serão agora descritas, somente como exemplo, e com referência aos seguintes desenhos nos quais: - a Figura 1 ilustra o eixo de astigmatismo Y de uma lente na convenção TABO; - a Figura 2 ilustra o eixo de cilindro yAX em uma convenção usada para caracterizar uma superfície asférica; - as Figuras 3 e 4 mostram esquematicamente sistemas ópticos de olho e lente; - a Figura 5 mostra um traçado de raio desde o centro de rotação do olho; - a Figura 6 mostra zonas de visão de campo de uma lente; - a Figura 7 é uma ilustração de um fluxograma de uma modalidade de um método de determinação de potência óptica de acordo com a invenção; - a Figura 8 é uma ilustração de um fluxograma de uma modalidade do método de fornecimento de desenho dióptrico de acordo com a invenção; e - as Figuras 9 e 10 ilustram exemplos de implementação do método de acordo com a invenção.
[0027] Os elementos nas Figuras são ilustrados por motivos de simplicidade e clareza e não foram necessariamente desenhados em escala. Por exemplo, as dimensões de alguns dos elementos na Figura podem ser exageradas em relação a outros elementos para ajudar a melhorar a compreensão das modalidades da presente invenção.
[0028] No sentido da invenção, uma função óptica corresponde a uma função fornecendo para cada direção de olhar fixo o efeito de uma lente óptica no raio de luz passando pela lente óptica.
[0029] A função óptica pode compreender função dióptrica, absorção de luz, capacidade de polarização, reforço de capacidade de contraste, etc.
[0030] A função dióptrica corresponde à potência de lente óptica (potência média, astigmatismo, etc....) como uma função da direção de olhar fixo.
[0031] A expressão "desenho óptico" é uma expressão muito usada conhecida do perito na técnica no domínio oftálmico para designar o conjunto de parâmetros permitindo definir uma função dióptrica de uma lente oftálmica; cada criador de lente oftálmica tem seus próprios desenhos, particularmente para lentes oftálmicas progressivas. Por exemplo, um "desenho" de lente oftálmica progressiva resulta de uma otimização de uma superfície progressiva de modo a restaurar uma capacidade do presbíope para ver claramente a todas as distâncias, mas também para respeitar otimamente todas as funções visuais fisiológicas, como por exemplo visão foveal, visão extrafoveal, visão binocular, e para minimizar astigmatismos indesejados. Por exemplo, um desenho de lente progressiva compreende: - um perfil de potência ao longo das direções de olhar fixo (linha meridiana) usado pelo usuário da lente durante atividades diárias, - distribuições de potências (potência média, astigmatismo,...) nos lados da lente, ou seja, longe da direção de olhar fixo.
[0032] Essas características ópticas fazem parte dos "desenhos" definidos e calculados pelos criadores de lente oftálmica e que sãoprovidos com lentes progressivas.
[0033] Embora a invenção não seja limitada a lentes progressivas, a expressão usada é ilustrada nas Figuras 1 a 6 para uma lente progressiva. O perito na técnica pode adaptar as definições no caso de lentes de visão única.
[0034] Uma lente progressiva compreende pelo menos uma, mas preferencialmente duas superfícies asféricas simétricas de forma não rotativa, por exemplo, mas não se limitando a, superfície progressiva, superfície regressiva, superfícies tóricas ou atóricas.
[0035] Como é sabido, uma curvatura mínima CURVmín é definida a qualquer momento em uma superfície asférica pela fórmula: onde Rmáx corresponde ao raio máximo local de curvatura, expressado em metros, e CURVmín é expressado em dioptrias.
[0036] Similarmente, uma curvatura máxima CURVmáx pode ser definida a qualquer momento em uma superfície asférica pela fórmula: onde Rmín corresponde ao raio mínimo local de curvatura, expressado em metros, e CURVmáx é expressado em dioptrias.
[0037] É possível notar que, quando a superfície é localmente esférica, o raio mínimo local de curvatura Rmín e o raio máximo local de curvatura Rmáx são iguais e, conformemente, as curvaturas mínima e máxima CURVmín e CURVmáx são igualmente idênticas. Quando a superfície é asférica, o raio mínimo local de curvatura Rmín e o raio máximo local de curvatura Rmáx são diferentes.
[0038] Desde essas expressões das curvaturas mínima e máxima CURVmíne CURVmáx, podem ser deduzidas as esferas mínima e máxima identificadas como SPHmín e SPHmáx de acordo com o tipo de superfície considerada.
[0039] Quando a superfície considerada corresponde à superfície lateral do objeto (igualmente referida como a superfície frontal), as expressões são as seguintes: onde n corresponde ao índice do material constituinte da lente.
[0040] Se a superfície considerada corresponder a uma superfície lateral do globo ocular (igualmente referida como a superfície traseira), as expressões são as seguintes: onde n corresponde ao índice do material constituinte da lente.
[0041] Como é bem conhecido, uma esfera média SPHmédia a qualquer momento em uma superfície asférica pode igualmente ser definida pela fórmula:
[0042] Por consequência, a expressão da esfera média depende da superfície considerada: se a superfície corresponder à superfície lateral do objeto, se a superfície corresponder a uma superfície lateral do globo ocular, um cilindro CYL é igualmente definido pela fórmula
[0043] As características de qualquer face asférica da lente podem ser expressadas pelos cilindros e pelas esferas médias locais. Uma superfície pode ser considerada como localmente asférica quando o cilindro é superior a 0,25 dioptrias.
[0044] Para uma superfície asférica, pode ser ainda definido um eixo de cilindro local YAX. A Figura 1 ilustra o eixo de astigmatismo Y como definido na convenção TABO e a Figura 2 ilustra o eixo de cilindro yAX em uma convenção definida para caracterizar uma superfície asférica.
[0045] O eixo de cilindro yAX corresponde ao ângulo da orientação da curvatura máxima CURVmáx com relação a um eixo de referência e no sentido escolhido de rotação. Na convenção definida acima, o eixo de referência é horizontal (o ângulo desse eixo de referência corresponde a 0°) e o sentido de rotação é em sentido anti-horário para cada olho, olhando para o usuário (0°<YAX<180°). Um valor de eixo para o eixo de cilindro yAX de +45° representa por consequência um eixo orientado obliquamente que, olhando para o usuário, se estende desde o quadrante situado acima à direita até ao quadrante situado abaixo à esquerda.
[0046] Além do mais, uma lente multifocal progressiva pode igualmente ser definida por características ópticas, levando em consideração a situação da pessoa que usa as lentes.
[0047] As Figuras 3 e 4 são ilustrações esquemáticas de sistemas ópticos de olho e lente, mostrando assim as definições usadas na descrição. Mais precisamente, a Figura 3 representa uma vista em perspectiva de um sistema desses ilustrando parâmetros α e β usados para definir uma direção de olhar fixo. A Figura 4 é uma vista no plano vertical paralelo em relação ao eixo antero-posterior da cabeça do usuário e passando pelo centro de rotação do olho no caso em que o parâmetro β é igual a 0.
[0048] O centro de rotação do olho é identificado como Q'. O eixo Q'F', mostrado na Figura 4 em uma linha pontilhada/tracejada, corresponde ao eixo horizontal passando pelo centro de rotação do olho e se estendendo na frente do usuário, ou seja, o eixo Q'F' correspondendo à visão primária de olhar fixo. O eixo corta a superfície asférica da lente em um ponto denominado cruz de ajustamento, que está presente nas lentes para permitir o posicionamento das lentes em uma armação por um oculista. O ponto de interseção da superfície posterior da lente e o eixo Q'F' corresponde ao ponto O. O pode ser a cruz de ajustamento se estiver situada na superfície posterior. Uma esfera do ápice, do centro Q', e do raio q', é tangencial em relação à superfície posterior da lente em um ponto do eixo horizontal. Como exemplos, um valor de raio q' de 25,5 mm corresponde a um valor normal e fornece resultados satisfatórios ao usar as lentes.
[0049] Uma determinada direção de olhar fixo, representada por uma linha sólida na Figura 3, corresponde a uma posição do olho em rotação em torno de Q' e a um ponto J da esfera do ápice; o ângulo β corresponde ao ângulo formado entre o eixo Q'F' e a projeção da linha reta Q'J no plano horizontal compreendendo o eixo Q'F'; esse ângulo aparece no esquema da Figura 3. O ângulo α corresponde ao ângulo formado entre o eixo Q'J e a projeção da linha reta Q'J no plano horizontal compreendendo o eixo Q'F'; esse ângulo aparece no esquema das Figuras 3 e 4. Uma determinada perspectiva do olhar fixo corresponde a um ponto J da esfera do ápice ou a um par (α, β). Quanto mais o valor do ângulo de redução do olhar fixo for positivo, mais o olhar fixo é reduzido, e quanto mais o valor for negativo, mais o olhar fixo é aumentado.
[0050] Em uma determinada direção de olhar fixo, a imagem de um ponto M no espaço do objeto, situada a uma determinada distância do objeto, é formada entre dois pontos S e T correspondendo a distâncias mínima e máxima JS e JT, que seriam os comprimentos focais locais sagitais e tangenciais. A imagem de um ponto no espaço do objeto no infinito é formada no ponto F'. A distância D corresponde ao plano frontal-posterior da lente.
[0051] O Ergorama é uma função associando a cada direção de olhar fixo a distância habitual de um ponto do objeto. Tipicamente, na visão de longe seguindo a direção primária de olhar fixo, o ponto do objeto se encontra no infinito. Na visão de perto, seguindo uma direção de olhar fixo essencialmente correspondendo a um ângulo α da ordem de 35° e a um ângulo β da ordem de 5° no valor absoluto em direção ao lado nasal, a distância do objeto é da ordem de 30 a 50 cm. Para mais detalhes relativamente a uma possível definição de um ergorama, pode ser considerada a patente US-A-6,318,859. Esse documento descreve um ergorama, sua definição e respectivo método de modelagem. Para um método da invenção, os pontos podem se encontrar no infinito ou não. O ergorama pode ser uma função da ametropia do usuário ou da adição do usuário.
[0052] Usando esses elementos, é possível definir a potência óptica e o astigmatismo de um usuário, em cada direção de olhar fixo. É considerado um ponto do objeto M a uma distância do objeto fornecida pelo ergorama para uma direção de olhar fixo (α,β). Uma proximidade do objeto ProxO é definida para o ponto M no raio luminoso correspondente no espaço do objeto como o inverso da distância MJ entre o ponto M e o ponto J da esfera do ápice: ProxO=1/MJ
[0053] Isso permite calcular a proximidade do objeto em uma aproximação de lente fina relativamente a todos os pontos da esfera do ápice, que é usada para a determinação do ergorama. Para uma lente real, a proximidade do objeto pode ser considerada como o inverso da distância entre o ponto do objeto e a superfície frontal da lente, no raio luminoso correspondente.
[0054] Para a mesma direção de olhar fixo (α,β), a imagem de um ponto M tendo uma determinada proximidade do objeto é formada entre dois pontos S e T que correspondem respectivamente às distâncias focais mínima e máxima (que seriam distâncias focais sagitais e tangenciais). A quantidade ProxI é denominada proximidade da imagem do ponto M:
[0055] Por analogia com o caso de uma lente fina, pode portanto ser definida, para uma determinada direção de olhar fiXo e para uma determinada proXimidade do objeto, ou seja para um ponto do espaço do objeto no raio luminoso correspondente, uma potência óptica Pui como a soma da proXimidade da imagem e da proXimidade do objeto. Pui = Pr oxO + Pr oxl
[0056] Com as mesmas notações, é definido um astigmatismo Ast para cada direção de olhar fixo e para uma determinada proximidade do objeto como:
[0057] Essa definição corresponde ao astigmatismo de um feixe de raios criado pela lente. É possível notar que a definição fornece, na direção primária de olhar fixo, o valor clássico de astigmatismo. O ângulo de astigmatismo, usualmente denominado eixo, corresponde ao ângulo Y- O ângulo Y é medido na armação {Q', Xm, ym, zm} associada ao olho. O mesmo corresponde ao ângulo com o qual a imagem S ou T é formada dependendo da convenção usada com relação à direção zm no plano {Q', zm, ym}.
[0058] As possíveis definições da potência óptica e do astigmatismo da lente, nas condições de uso, podem assim ser calculadas como explicado no artigo por B. Bourdoncle et al., intitulado "Ray tracing through progressive ophthalmic lenses", 1990 International Lens Design Conference, D.T. Moore ed., Proc. Soc. Photo. Opt. Instrum. Eng.
[0059] A Figura 5 representa uma vista em perspectiva de uma configuração em que os parâmetros α e β não correspondem a zero. O efeito de rotação do olho pode assim ser ilustrado mostrando uma armação fixa {x, y, z} e uma armação {xm, ym, zm} associada ao olho. A armação {x, y, z} tem sua origem no ponto Q'. O eixo x corresponde ao eixo Q'O e é orientado desde a lente em direção ao olho. O eixo y é vertical e orientado no sentido ascendente. O eixo z é de modo que a armação {x, y, z} seja ortonormal e direta. A armação {xm, ym, zm} se encontra associada ao olho e o respectivo centro corresponde ao ponto Q'. O eixo xm corresponde à direção de olhar fixo JQ'. Desse modo, para uma direção primária de olhar fixo, as duas armações {x, y, z} e {xm, ym, zm} são as mesmas. É sabido que as propriedades de uma lente podem ser expressadas em diversas formas diferentes e especialmente na superfície e opticamente. Uma caracterização de superfície é assim equivalente a uma caracterização óptica. No caso de uma lente em bruto, somente pode ser usada uma caracterização de superfície. É preciso compreender que uma caracterização óptica requer que a lente tenha sido feita à máquina segundo a prescrição do usuário. Em oposição, no caso de uma lente oftálmica, a caracterização pode ser de uma superfície ou tipo óptico, ambas as caracterizações permitindo descrever o mesmo objeto desde dois pontos de vista diferentes. Sempre que a caracterização da lente for do tipo óptico, a mesma se refere ao sistema ergorama-olho-lente descrito acima. Por motivos de simplicidade, o termo "lente" é usado na descrição, mas tem de ser compreendido como o "sistema de ergorama-olho-lente".
[0060] Os valores em termos ópticos podem ser expressados para direções de olhar fixo. As direções de olhar fixo são habitualmente fornecidas pelo respectivo grau de redução e azimute em uma armação cuja origem é o centro de rotação do olho. Quando a lente é montada na frente do olho, um ponto denominado cruz de ajustamento é colocado na frente da pupila ou na frente do centro de rotação Q' do olho para uma direção primária de olhar fixo. A direção primária de olhar fixo corresponde à situação em que um usuário está olhando em frente. Na armação escolhida, a cruz de ajustamento corresponde assim a um ângulo de redução α de 0° e um ângulo de azimute β de 0° independente da superfície da lente onde a cruz de ajustamento se encontre posicionada, superfície posterior ou superfície frontal.
[0061] A descrição acima feita com referência às Figuras 3 a 5 foi fornecida para visão central. Na visão periférica, uma vez que a direção de olhar fixo é fixa, é considerado o centro da pupila em vez do centro de rotação do olho e são consideradas direções do raio periférico em vez de direções de olhar fixo. Quando é considerada a visão periférica, o ângulo α e o ângulo β correspondem a direções do raio em vez de a direções de olhar fixo.
[0062] No resto da descrição, podem ser usados termos como "cima", "baixo", "horizontal", "vertical", "acima", "abaixo" ou outras palavras indicando posição relativa. Esses termos devem ser compreendidos nas condições de uso da lente. Especialmente, a parte "superior" da lente corresponde a um ângulo de redução negativo α <0° e a parte "inferior" da lente corresponde a um ângulo de redução positivo α >0°. Similarmente, a parte "superior" da superfície de uma lente, ou de uma lente em bruto semiacabada, corresponde a um valor positivo ao longo do eixo y, e preferencialmente a um valor ao longo do eixo y superior ao valor y na cruz de ajustamento, e a parte "inferior" da superfície de uma lente, ou de uma lente em bruto semiacabada, corresponde a um valor negativo ao longo do eixo y na armação, e preferencialmente a um valor ao longo do eixo y inferior ao valor y na cruz de ajustamento.
[0063] As condições de uso devem ser compreendidas como a posição da lente oftálmica com relação ao olho de um usuário, por exemplo definida por um ângulo pantoscópico, uma distância da córnea até à lente, uma distância da pupila até à córnea, uma distância do CRO até à pupila, uma distância do CRO até à lente e um ângulo de tração. CRO denotando o centro de rotação do olho.
[0064] A distância da córnea até à lente corresponde à distância ao longo do eixo visual do olho na posição primária (usualmente considerada como sendo a horizontal) entre a córnea e a superfície traseira da lente; por exemplo igual a 12 mm.
[0065] A distância da pupila até à córnea corresponde à distância ao longo do eixo visual do olho entre as respectivas pupila e córnea; usualmente igual a 2 mm.
[0066] A distância do CRO até à pupila corresponde à distância ao longo do eixo visual do olho entre o respectivo centro de rotação do olho (CRO) e a córnea; por exemplo igual a 11,5 mm.
[0067] A distância do CRO até à lente corresponde à distância ao longo do eixo visual do olho na posição primária (usualmente considerada como sendo a horizontal) entre o CRO do olho e a superfície traseira da lente; por exemplo igual a 25,5 mm.
[0068] O ângulo pantoscópico corresponde ao ângulo no plano vertical, na interseção entre a superfície traseira da lente e o eixo visual do olho na posição primária (usualmente considerada como sendo a horizontal), entre a superfície normal e traseira da lente e o eixo visual do olho na posição primária; por exemplo igual a -8°.
[0069] O ângulo de tração corresponde ao ângulo no plano horizontal, na interseção entre a superfície traseira da lente e o eixo visual do olho na posição primária (usualmente considerada como sendo a horizontal), entre a superfície normal e traseira da lente e o eixo visual do olho na posição primária; por exemplo igual a 0°.
[0070] Um exemplo de condição de usuário pode ser definido por um ângulo pantoscópico de -8°, uma distância da córnea até à lente de 12 mm, uma distância da pupila até à córnea de 2 mm, uma distância do CRO até à pupila de 11,5 mm, uma distância do CRO até à lente de 25,5 mm e um ângulo de tração de 0°.
[0071] É possível usar outras condições. As condições de uso podem ser calculadas desde um programa de traçado de raio, para uma determinada lente.
[0072] Como indicado anteriormente, as direções de olhar fixo são usualmente definidas desde o centro de rotação do olho do usuário.
[0073] As zonas de campo visual observadas através de uma lente são ilustradas esquematicamente na Figura 6. A lente compreende uma zona de visão de longe 26 situada na parte superior da lente, uma zona de visão de perto 28 situada na parte inferior da lente e uma zona intermédia 30 situada na parte inferior da lente entre a zona de visão de longe 26 e a zona de visão de perto 28. A lente tem igualmente um meridiano principal 32 passando pelas três zonas e definindo um lado nasal e um lado temporal.
[0074] A invenção se relaciona com um método para determinação da potência óptica de uma lente óptica a ser colocada na frente do olho de uma pessoa e adaptada à referida pessoa.
[0075] Como ilustrado na Figura 7, o método de acordo com a invenção compreende: - uma etapa de determinação de primeira distância S1, - uma etapa de determinação de segunda distância S2, - uma etapa de determinação de potência óptica S3.
[0076] Durante a etapa de determinação de primeira distância S1, é determinada uma primeira distância de olhar fixo. A primeira distância de olhar fixo corresponde à distância entre o olho da pessoa e um primeiro estímulo visual quando a pessoa olha fixamente para o referido primeiro estímulo visual em uma determinada direção de olhar fixo com um primeiro nível de atenção.
[0077] A distância entre o olho da pessoa e o estímulo visual pode ser definida como a distância entre a pupila da pessoa e um ponto de referência do estímulo visual.
[0078] Preferencialmente, o estímulo visual é posicionado no plano mediano da pessoa, por consequência a distância entre ambos os olhos do usuário e o estímulo visual é substancialmente a mesma.
[0079] O estímulo visual corresponde tipicamente a texto ou imagens, por exemplo impressos ou apresentados em uma tela, como por exemplo um smartphone, um tablet, uma tela de computador ou uma tela de TV.
[0080] A direção de olhar fixo da pessoa pode ser imposta, por exemplo usando um dispositivo permitindo à pessoa ver somente em uma direção de olhar fixo específica.
[0081] É possível solicitar simplesmente à pessoa que olhe fixamente em uma direção de olhar fixo específica. A direção de olhar fixo pode ser determinada para checar se a pessoa está olhando fixamente na direção de olhar fixo específica, por exemplo usando um dispositivo de rastreamento do olhar.
[0082] Durante a etapa de determinação de primeira distância, a pessoa pode adaptar a distância entre o estímulo visual e seus olhos. No método do estado da técnica, é fixada essa distância. Por exemplo, quando o profissional de saúde ocular determina a potência óptica para visão de perto, ele dispõe um estímulo visual a uma determinada distância, normalmente 40 cm, para determinar a referida potência óptica adaptada à visão de perto.
[0083] A primeira distância corresponde à distância na qual a pessoa coloca o primeiro estímulo visual para olhar fixamente para o referido primeiro estímulo visual com um primeiro nível de atenção.
[0084] A distância pode ser determinada por qualquer processo conhecido, por exemplo usando: - rastreamento de movimento óptico, ou - telêmetro ultrassônico, ou - fita métrica, - câmera de vídeo e processamento de imagens (como por exemplo marcador Visioffice®), ou - a ação de munir a pessoa com armações inteligentes, que identificam as ações realizadas pela pessoa (câmera e processamento de imagens) e medem a distância até ao objeto que está sendo olhado fixamente.
[0085] Durante a etapa de determinação de primeira distância, é pedido à pessoa que olhe fixamente para um primeiro estímulo visual com um primeiro nível de atenção.
[0086] O nível de atenção da pessoa pode ser determinado com base na capacidade da pessoa para efetuar duas tarefas em simultâneo. Por exemplo, se a pessoa responder em um curto tempo a solicitações enquanto efetua uma tarefa principal, é considerado que seu nível de atenção em relação à tarefa principal é pequeno. Em vez disso, se a pessoa tiver um elevado tempo de resposta, pode ser considerado que seu nível de atenção em relação à tarefa principal é elevado. Por exemplo, se a pessoa demorar mais de 3 segundos a responder à solicitação do sistema, pode ser considerado que o nível de atenção é elevado (Kim e Rieh 2005), e esse tempo pode ser customizado com base na pessoa e/ou no seu ambiente e/ou na sua atividade.
[0087] O nível de atenção da pessoa pode ser determinado com base em marcadores fisiológicos. Por exemplo, pode ser considerada a frequência cardíaca da pessoa. O nível de atenção da pessoa em relação à tarefa pode estar relacionado com a diferença entre seu batimento cardíaco atual e seu batimento cardíaco médio. Por exemplo, se o batimento cardíaco for pelo menos 15 batimentos por minuto acima da média, é possível considerar que o nível de atenção da pessoa é elevado (Dehais et al., 2012), e esse nível de diferença pode ser customizado com base na pessoa e/ou no seu ambiente e/ou na sua atividade.
[0088] O nível de atenção da pessoa pode ser determinado com base em marcadores cerebrais. Usando espectroscopia de infravermelho próximo (NIRS - Near Infrared Spectroscopy), a relação de nível de hemoglobina desoxigenada em relação ao nível de hemoglobina oxigenada (rSO2) pode fornecer uma indicação do nível de atenção da pessoa. Por exemplo, se a relação de nível de hemoglobina desoxigenada em relação à hemoglobina oxigenada (rSO2) for inferior a 70%, é possível considerar que o nível de atenção da pessoa é elevado (consulte Braasch, 2010), e esse nível de diferença pode ser customizado com base na pessoa e/ou no seu ambiente e/ou na sua atividade.
[0089] O nível de atenção da pessoa pode ser determinado usando um dispositivo de rastreador do olhar.
[0090] Tipicamente, o dispositivo de rastreador do olhar pode ser usado para determinar o diâmetro pupilar da pessoa. Conhecendo o diâmetro pupilar normal da pessoa, é possível determinar a variação desse diâmetro. Se o diâmetro aumentar, é possível considerar que o nível de atenção da pessoa é elevado. Se o diâmetro permanecer no respectivo nível normal, é possível considerar que o nível de atenção da pessoa é baixo. Por exemplo, um aumento de mais de 1 mm pode ser considerado como uma indicação de nível elevado de atenção (Hossain e Yeasin, 2014), e esse nível de aumento pode ser customizado com base na pessoa e/ou no seu ambiente e/ou na sua atividade.
[0091] O dispositivo de rastreador do olhar pode ser usado para determinar a frequência de piscar os olhos da pessoa. Se a frequência de piscar os olhos baixar, isso pode ser uma indicação de que o nível de atenção da pessoa aumenta. Por exemplo, uma frequência de piscar os olhos inferior a 17 piscares de olhos por minuto pode ser considerada como uma indicação de nível elevado de atenção (Benedetto et al., 2011), e essa frequência pode ser customizada com base na pessoa e/ou no seu ambiente e/ou na sua atividade.
[0092] O dispositivo de rastreador do olhar pode ser usado para determinar a direção de olhar fixo da pessoa. Por exemplo, o dispositivo de rastreamento do olhar pode ser usado para determinar se a pessoa tem movimento de olho focal ou ambiente (Follet Le Meur Baccino, 2011). Se a pessoa efetuar movimento focal, ou seja, se encontrar focada em detalhes de seu ambiente visual; é possível considerar que seu nível de atenção é elevado. Se a pessoa tiver movimentos de ambiente, ou seja, a pessoa não se focar somente em uma determinada área do ambiente, mas alternar regularmente entre áreas diferentes, é possível considerar que seu nível de atenção é baixo.
[0093] Durante a etapa de determinação de segunda distância S2, é determinada uma segunda distância de olhar fixo.
[0094] A segunda distância de olhar fixo corresponde à distância entre o olho da pessoa e um segundo estímulo visual quando a pessoa olha fixamente para o referido segundo estímulo visual em uma referida determinada direção de olhar fixo com um segundo nível de atenção.
[0095] O segundo nível de atenção é diferente do primeiro nível de atenção.
[0096] De acordo com uma modalidade da invenção, o segundo estímulo visual pode ser igual ao primeiro estímulo visual. O nível de atenção é mudado usando o parâmetro de ambiente.
[0097] Por exemplo, durante a etapa de determinação de primeira distância, é solicitado à pessoa que leia um texto quando a música estiver tocando à sua volta, e durante a etapa de determinação de segunda distância, é solicitado à pessoa que leia o mesmo texto em ambiente silencioso. O nível de atenção requerido pela pessoa é diferente quando está realizando a etapa de determinação de primeira e segunda distâncias. A ação de ler pode ser ler para si mesmo ou ler em voz alta.
[0098] De acordo com uma outra modalidade, o segundo estímulo visual pode ser diferente do primeiro estímulo visual. Por exemplo, o primeiro estímulo visual pode ser um texto com pontuação e o segundo estímulo visual pode ser um texto no qual a pontuação foi removida, tornando a leitura e a compreensão do texto mais complexas, e requerendo assim um nível mais elevado de atenção por parte da pessoa ao lê-lo.
[0099] O estímulo visual e o ambiente podem igualmente ser adaptados à pessoa. Na verdade, uma pessoa diferente pode não requerer o mesmo nível de atenção para um determinado estímulo visual.
[00100] De acordo com uma modalidade, o primeiro e o segundo estímulos visuais se encontram a uma distância de visão de perto, por exemplo realizados a distâncias inferiores a 50 cm, como por exemplo entre 30 e 50 cm. Por exemplo, o primeiro e o segundo estímulos visuais são textos e o nível de atenção da pessoa é adaptado com base na complexidade dos textos a ler.
[00101] De acordo com uma modalidade da invenção, o primeiro e o segundo estímulos visuais se encontram a uma distância de visão intermédia, por exemplo realizados a distâncias superiores a 50 cm e inferiores a 1 m. Por exemplo, o primeiro e o segundo estímulos visuais são apresentados em uma tela de computador e o nível de atenção da pessoa é adaptado com base na complexidade da tarefa realizada pela pessoa no computador, como por exemplo digitar um texto e ver um vídeo ou jogar um videogame.
[00102] Durante a etapa de determinação de potência óptica, pelo menos uma potência óptica adaptada à pessoa é determinada com base nas primeira e na segunda distâncias.
[00103] De acordo com uma modalidade da invenção, pode ser determinada uma pluralidade de potência óptica associada à direção de olhar fixo. Por exemplo, podem ser determinadas uma primeira potência óptica correspondendo à primeira distância e uma segunda potência óptica correspondendo à segunda distância.
[0100] De acordo com uma modalidade da invenção, é determinada uma única potência óptica para a direção de olhar fixo.
[0101] A única potência óptica pode ser determinada com base em uma única distância. A única distância, por exemplo, se baseia em uma combinação das primeira e da segunda distâncias.
[0102] A única potência óptica pode ser determinada com base em uma combinação das primeira e da segunda potências ópticas. A primeira e a segunda potências ópticas são determinadas com base respectivamente nas primeira e na segunda distâncias.
[0103] Tipicamente, a única distância ou a única potência óptica podem ser determinadas com base em uma soma ponderada de respectivamente as primeira e a segunda distâncias e a primeira e a segunda potências ópticas.
[0104] Os coeficientes da soma ponderada podem ser determinados com base pelo menos na frequência e/ou quantidade de tempo gasto diariamente pela pessoa realizando a referida atividade com um primeiro ou segundo nível de atenção.
[0105] Por exemplo, se a pessoa indicar que gasta 80% do seu tempo realizando tarefas de visão de perto que requerem um nível elevado de concentração, o coeficiente da distância ou potência óptica determinado com o nível mais elevado de atenção é ponderado consequentemente.
[0106] A única potência óptica pode ainda ser determinada com base na tolerância à desfocagem da pessoa. Por exemplo, é pedido à pessoa que classifique sua tolerância à desfocagem para cada estímulo. Por exemplo, a pessoa pode indicar uma classificação de 2 à questão "sua visão é desfocada quando vê TV" e uma classificação de 4 à questão "sua visão é desfocada quando lê um contrato". A potência óptica ou distância associada à atividade "ler um contrato" pode ter uma importância duas vezes superior à importância da potência óptica ou distância associada à atividade "ver TV".
[0107] Como ilustrado na Figura 8, a invenção se relaciona ainda com um método para determinação de uma função dióptrica de uma lente óptica adaptada a uma pessoa.
[0108] O método compreende: - uma etapa de fornecimento de dados da pessoa S10 e - uma etapa de determinação de função dióptrica S11.
[0109] Durante a etapa de fornecimento de dados da pessoa S10, são fornecidos dados da pessoa compreendendo a prescrição oftálmica da pessoa. A prescrição oftálmica da pessoa compreende pelo menos as primeira e a segunda distâncias de olhar fixo determinadas de acordo com o método da invenção.
[0110] Em alternativa, a prescrição oftálmica pode compreender uma potência óptica determinada com base pelo menos nas primeira e na segunda distâncias ou pelo menos na primeira e na segunda potências ópticas determinadas com base respectivamente na primeira e na segunda distâncias.
[0111] Durante a etapa de determinação de função dióptrica, é determinada uma função dióptrica com base pelo menos na primeira e na segunda distâncias de olhar fixo.
[0112] A Figura 9 mostra potência óptica ao longo do meridiano de uma lente oftálmica determinada de acordo com uma modalidade da invenção. Os eixos x são graduados em dioptrias, e os eixos y fornecem a altura, em graus, na lente. O perfil de potência óptica 40 corresponde a um perfil de potência óptica do estado da técnica, ao passo que o perfil de potência óptica 50 corresponde a uma potência óptica obtida por um método da invenção.
[0113] Nesse exemplo, uma pessoa indica que gasta 80% do seu tempo realizando uma atividade que requer um nível baixo de atenção e 20% do seu tempo realizando uma atividade que requer um nível elevado de atenção.
[0114] Usando o método da invenção, é possível determinar que quando essa pessoa realiza uma atividade que requer um nível elevado de atenção existe uma tendência para ter uma distância entre o estímulo visual e seus olhos de cerca de 35 cm, e quando essa pessoa realiza uma atividade que requer um nível baixo de atenção existe uma tendência para ter uma distância entre o estímulo visual e seus olhos de cerca de 48 cm.
[0115] Com base nessas distâncias e no tempo gasto pela pessoa, o criador da lente pode modificar a função dióptrica de modo a ter uma adição Add = A*0,8 + B*0,2, com a adição A para fornecer visão clara a 48 cm e a adição B para fornecer visão clara a 35 cm.
[0116] Vantajosamente, nesse caso, a adição é inferior à adição requerida tendo uma visão clara a 40 cm, correspondendo a métodos do estado da técnica. Desse modo, é fornecido um desenho óptico com menos aberrações ópticas e que se ajusta melhor às necessidades visuais da pessoa.
[0117] De acordo com uma outra modalidade da invenção, ilustrada na Figura 10, o desenho óptico pode compreender não só uma mudança de adição como uma mudança na forma como a potência óptica é distribuída ao longo do meridiano da lente oftálmica.
[0118] Como ilustrado na Figura 10, o desenho óptico pode ser um desenho de múltiplas zonas estabilizadas compreendendo pelo menos uma primeira e uma segunda zonas de potência óptica estabilizada correspondendo a diferentes distâncias de olhar fixo ou potências ópticas.
[0119] Para fornecer um desenho de múltiplas zonas estabilizadas, o criador da lente pode determinar um desenho óptico, por exemplo usando um método de otimização conhecido, que tenha duas zonas de potência óptica estabilizada acima de um alcance de ângulo de pelo menos 4° com uma variação de potência óptica igual ou inferior a 0,1 dioptrias/grau entre as duas zonas de potência óptica estabilizada.
[0120] Preferencialmente, cada zona de potência óptica estabilizada é colocada em ângulos em cada lado do ângulo correspondendo à direção de olhar fixo na qual o método da invenção é realizado.
[0121] As duas zonas de potência óptica estabilizada podem ser de tamanho equivalente em graus.
[0122] No exemplo da Figura 10, a direção de olhar fixo do método da invenção corresponde a 20° e as medições estabelecem que a pessoa pode necessitar de uma adição de 2,5 dioptrias para atividades de nível de atenção baixo e uma adição de 2,9 dioptrias para atividades de nível de atenção elevado.
[0123] A potência óptica tem uma primeira zona estabilizada entre 12° e 18° correspondendo a uma adição de 2,5 dioptrias e uma segunda zona estabilizada entre 22° e 28° correspondendo a uma adição de 2,9 dioptrias.
[0124] Por consequência, quando a pessoa realiza atividades que requerem um nível de atenção baixo, pode usar a primeira zona estabilizada, e quando realiza atividades que requerem um nível elevado de atenção, pode usar a segunda zona estabilizada.
[0125] Embora na Figura 10 ambas as zonas estabilizadas cubram a mesma variação de ângulos; a invenção não é limitada a essa configuração. Por exemplo, a primeira zona correspondendo às atividades requerendo um nível de atenção mais baixo, como por exemplo ver um filme, pode abranger uma maior variação de ângulos que a segunda zona correspondendo às atividades requerendo um nível de atenção elevado, como por exemplo ler um texto.
[0126] Preferencialmente, como ilustrado na Figura 10, a primeira zona estabilizada não se estende a ângulos inferiores a 0°, preferencialmente não inferiores a 10°.
[0127] Os exemplos acima se destinam à visão de distância de perto, mas também podem se aplicar à visão de distância intermédia.
[0128] A invenção se relaciona ainda com um método para a fabricação de uma lente oftálmica adaptada a uma pessoa compreendendo: - uma etapa de fornecimento de lente em bruto, durante a qual é fornecida uma lente em bruto, - uma etapa de fornecimento de função dióptrica durante a qual é fornecida uma função dióptrica determinada de acordo com o método da invenção, - uma etapa de fabricação durante a qual a lente em bruto óptica é fabricada com base na função dióptrica.
[0129] A invenção foi descrita acima com a ajuda de modalidades sem limitação do conceito inventivo geral; em particular o dispositivo de detecção montado não se limita a um dispositivo montado na cabeça.
[0130] Muitas outras modificações e variações surgirão aos peritos na técnica depois de ser feita referência às modalidades ilustrativas anteriores, que são fornecidas somente como exemplo e que não pretendem limitar o escopo da invenção, isso sendo determinado somente pelas reivindicações anexadas.
[0131] Nas reivindicações, a palavra "compreendendo" não exclui outros elementos ou outras etapas, e o artigo indefinido "um" ou "uma" não exclui uma pluralidade. O simples fato de diferentes funcionalidades serem recitadas em reivindicações dependentes mutuamente diferentes não indica que uma combinação dessas funcionalidades não pode ser vantajosamente usada. Quaisquer sinais de referência nas reivindicações não devem ser interpretados como limitando o escopo da invenção.
Claims (14)
1. Método implementado por computador para determinação da potência óptica de uma lente óptica a ser colocada na frente do olho de uma pessoa e adaptada à referida pessoa, o método caracterizado pelo fato de que compreende pelo menos: determinar primeira distância durante a qual é determinada uma primeira distância de olhar fixo, a primeira distância de olhar fixo sendo a distância entre o olho da pessoa e um primeiro estímulo visual quando a pessoa olha fixamente para o referido primeiro estímulo visual em uma determinada direção de olhar fixo com um primeiro nível de atenção, determinar segunda distância durante a qual é determinada uma segunda distância de olhar fixo, a segunda distância de olhar fixo sendo a distância entre o olho da pessoa e um segundo estímulo visual quando a pessoa olha fixamente para o referido segundo estímulo visual na referida determinada direção de olhar fixo com um segundo nível de atenção, o segundo nível de atenção sendo diferente do primeiro nível de atenção, determinar potência óptica durante a qual a potência óptica adaptada à pessoa é determinada com base na primeira e na segunda distâncias de olhar fixo, em que as distâncias de olhar fixo são determinadas com base na adaptação da distância entre o estímulo visual e os olhos do usuário, e em que os primeiro e segundo níveis de atenção são determinados: - com base em marcadores fisiológicos, e/ou - com base na capacidade da pessoa para efetuar duas tarefas em simultâneo, e/ou - com base em marcadores cerebrais, e/ou - usando um dispositivo rastreador do olhar.
2. Método, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que o primeiro e o segundo estímulos visuais se encontram a uma distância de visão de perto.
3. Método, de acordo com a reivindicação 1 ou 2, caracterizado pelo fato de que o primeiro e o segundo estímulos visuais correspondem a textos, e o nível de atenção da pessoa é adaptado com base na complexidade dos textos.
4. Método, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que o primeiro e o segundo estímulos visuais se encontram a uma distância de visão intermediária.
5. Método, de acordo com a reivindicação 1 ou 4, caracterizado pelo fato de que o primeiro e o segundo estímulos visuais são apresentados em uma tela de computador, e o nível de atenção da pessoa é adaptado com base na complexidade da tarefa realizada pela pessoa no computador.
6. Método, de acordo com qualquer uma das reivindicações antecedentes, caracterizado pelo fato de que o método compreende ainda uma etapa de determinação de direção de olhar fixo durante a qual é determinada a referida determinada direção de olhar fixo.
7. Método para determinação de uma função dióptrica de uma lente óptica adaptada a uma pessoa, o método caracterizado pelo fato de que compreende: fornecer dados da pessoa durante a qual são fornecidos dados da pessoa compreendendo a prescrição oftálmica da pessoa, a prescrição oftálmica compreendendo a primeira e a segunda distâncias de olhar fixo determinadas de acordo com o método, como definido em qualquer uma das reivindicações 1 a 6, determinar função dióptrica durante a qual é determinada uma função dióptrica com base pelo menos na primeira e na segunda distâncias de olhar fixo.
8. Método, de acordo com a reivindicação 7, caracterizado pelo fato de que a função dióptrica compreende uma zona tendo uma potência óptica determinada com base em uma soma ponderada da primeira e da segunda distâncias de olhar fixo.
9. Método, de acordo com a reivindicação 8, caracterizado pelo fato de que os coeficientes da soma ponderada são determinados com base pelo menos na frequência e/ou quantidade de tempo gasto diariamente pela pessoa realizando a referida atividade com um primeiro ou segundo nível de atenção.
10. Método, de acordo com a reivindicação 7, caracterizado pelo fato de que a função dióptrica compreende uma primeira zona tendo uma potência óptica determinada com base na primeira distância de olhar fixo e uma segunda zona tendo uma potência óptica determinada com base na segunda distância de olhar fixo.
11. Método, de acordo com a reivindicação 10, caracterizado pelo fato de que durante a etapa de fornecimento de dados do usuário, é fornecido o conjunto de direções de olhar fixo da pessoa após a realização da atividade, e a primeira e a segunda zonas correspondem a direções de olhar fixo extremas do conjunto de direções de olhar fixo.
12. Método para a fabricação de uma lente oftálmica adaptada a uma pessoa, caracterizado pelo fato de que compreende: fornecer lente em bruto fornecer função dióptrica, determinada de acordo com o método como definido em qualquer uma das reivindicações 7 a 11, fabricar a lente em bruto óptica com base na função dióptrica.
13. Dispositivo de determinação de potência óptica configurado para determinar a potência óptica de uma lente óptica a ser colocada na frente do olho de uma pessoa e adaptada à referida pessoa, o dispositivo caracterizado pelo fato de que compreende pelo menos: um módulo de medição de distância configurado para medir uma distância entre um estímulo visual e os olhos de uma pessoa; uma memória configurada para armazenar instruções executáveis por computador; e um processador para executar as instruções executáveis por computador, em que as instruções executáveis por computador compreendem instruções para: determinar uma primeira distância de olhar fixo, a primeira distância de olhar fixo sendo a distância entre o olho da pessoa e um primeiro estímulo visual quando a pessoa olha fixamente para o referido primeiro estímulo visual em uma determinada direção de olhar fixo com um primeiro nível de atenção, determinar uma segunda distância, a segunda distância de olhar fixo sendo a distância entre o olho da pessoa e um segundo estímulo visual quando a pessoa olha fixamente para o referido segundo estímulo visual na referida determinada direção de olhar fixo com um segundo nível de atenção, o segundo nível de atenção sendo diferente do primeiro nível de atenção, determinar pelo menos uma potência óptica adaptada à pessoa com base na primeira e na segunda distâncias de olhar fixo, em que as distâncias de olhar fixo são determinadas com base na adaptação da distância entre o estímulo visual e os olhos do usuário, e em que os primeiro e segundo níveis de atenção são determinados: - com base em marcadores fisiológicos, e/ou - com base na capacidade da pessoa para efetuar duas tarefas em simultâneo, e/ou - com base em marcadores cerebrais, e/ou - usando um dispositivo rastreador do olhar.
14. Dispositivo, de acordo com a reivindicação 13, caracterizado pelo fato de que ainda compreende um módulo de apresentação configurado para apresentar estímulo visual.
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