BR112013030539B1 - artigo do tipo barraca ou abrigo - Google Patents

Abstract

ARTIGO DO TIPO BARRACA OU ABRIGO. A presente invenção refere-se a um artigo (1) do tipo barraca ou abrigo incluindo um elemento de cobertura (2) cobrindo pelo menos parcialmente uma área de abrigo (3), o dito elemento de cobertura incluindo um painel flexível principal (4) tendo faces opostas externas (4a) e internas (4b), a face interna (4b) sendo destinada, durante a operação, a ser orientada através da dita área de abrigo (3). Caracteristicamente, a face interna (4b) tem uma taxa de emissividade (%) de raios de infravermelho longo menor do que a taxa de emissividade (%) de raios de infravermelho longo da face externa (4a).

Description

A presente invenção refere-se ao campo técnico de artigos do tipo barraca ou abrigo incluindo um elemento de cobertura ao menos cobrindo parcialmente a área de abrigo, mais particularmente aqueles adequados para isolar termicamente o(s) usuário(s) localizado(s) na área de abrigo bem como melhorar seu conforto, em especial no verão em calor excessivo.

Geralmente, as barracas também incluem um espaço interno coberto pelo dito elemento de cobertura servindo como uma área de abrigo.

No verão, foi observado que a temperatura nessas áreas de abrigo expostas ao sol, em especial nos espaços internos, é maior do que a temperatura fora da dita área de abrigo, também designada neste texto como temperatura do ambiente. Uma diferença de temperatura foi assim medida, como um exemplo em latitudes europeias, de até 15°C entre a temperatura do ar nas áreas mais altas da sala interna e a temperatura do ar ambiente fora do dito artigo do tipo barraca. Além do mais, foi observado que a presença de radiação térmica no espaço interno implica que a temperatura sentida (temperatura radiante) por um usuário seja maior do que aquela realmente medida naquele espaço, o que acentua ainda mais o desconforto relacionado ao calor.

Como resultado, o usuário não consegue permanecer em uma barraca ou abrigo exposta à luz do sol um dia inteiro sem sofrer ainda mais calor do que aquele encontrado fora da dita área de abrigo.

Essa diferença de temperatura entre a área de abrigo, em especial o espaço interno e a atmosfera é devido, por um lado, a uma contribuição fundamental pela radiação solar e, por outro lado, pela ventilação insuficiente da área de abrigo, em especial do espaço interno.

Um efeito estufa foi de fato observado relacionado à radiação solar que ocorre na área de abrigo. Os elementos de cobertura permitem que parte da radiação solar incidente passe, que é feita de radiações de ultravioleta (UV) e de infravermelho próximo e visível na faixa de curto comprimento de onda (de 0,2 μm a 2 μm) . No entanto, os ditos elementos de cobertura não permitem que a radiação de infravermelho longo com longos comprimentos de onda (maiores do que 5 μm) emitida e refletida pela área de abrigo, em especial através das paredes do espaço interno, do piso e opcionalmente os usuários naquela área, escapem da dita área de abrigo.

Esses raios de infravermelho longo refletidos e emitidos pela área de abrigo são então capturados neste último e se acumulam, aumentando assim a temperatura dentro da área de abrigo, bem como nas paredes do espaço interno quando este é provido. Este efeito estufa é ainda mais significativo em um espaço interno.

Ainda conhecido a partir do documento US- 2010/0059095 é um abrigo com uma cobertura reversível incluindo uma face para o inverno de cor escura para aquecer a área do abrigo na qual uma ou mais pessoas estão abrigadas e uma face para o verão com uma cor clara de modo a refrescar a área de abrigo refletindo os raios do sol. No verão, a face clara torna possível evitar que a temperatura na área de abrigo seja alta demais em relação à atmosfera.

Entretanto, a temperatura na área de abrigo ainda permanece muito alta e existe uma necessidade em melhorar o conforto térmico dos usuários.

Também conhecido no documento US-3.244.186 é uma barraca compreendendo uma parte para o verão e uma parte para o inverno as quais podem ser intercambiáveis por uma rotação de 180° em volta de seu eixo vertical sem que seja necessário inverter o último a partir do interno ou externo. Na figura 1, o documento US-3.244.186 descreve uma alternativa na qual a barraca é fornecida com um revestimento reflexivo sobre sua parte externa, por exemplo, uma pintura de alumínio reflexiva e sobre sua parte interna, com um revestimento que absorve calor, por exemplo, uma pintura negra não reflexiva. Durante a operação quando a barraca é exposta aos raios do sol, a face interna absorve e armazena mais calor do que a face externa e retransmite mais raios de infravermelhos do que a face externa, criando assim o aquecimento da área de abrigo que a barraca cobre.

A presente invenção visa ainda propor um artigo do tipo barraca ou abrigo tornando possível melhorar o conforto térmico na área de abrigo, em especial no espaço interno, enquanto preserva um artigo claro que é fácil de fabricar, dobrável e tem as características de tais tipos de artigo: impermeável à água e permeável ao ar, resistente à operação e rasgamento.

A presente invenção contrabalança os problemas acima mencionados no que se refere a um artigo do tipo barraca ou abrigo incluindo um elemento de cobertura, ao menos parcialmente cobrindo a área de abrigo, o dito elemento de cobertura incluindo um painel principal flexível tendo faces interna e externa opostas, a face interna que se destina a ser orientada, durante a operação, transversal da dita área de abrigo, a face externa sendo destinada a ser orientada, durante a operação, transversal dos raios do sol.

Caracteristicamente, a face interna tem uma taxa de emissividade (%) dos raios de infravermelho longo mais baixa do que a taxa de emissividade (%) de raios de infravermelho longo da face externa e a face externa está disposta de modo a refletir os raios solares.

Vantajosamente, a fração da radiação solar absorvida pelo elemento de cobertura é melhor reemitida na atmosfera do que na área de abrigo. Este efeito técnico torna possível atenuar significativamente o efeito estufa observado no estado da técnica, uma vez que os raios de infravermelho longo serão reemitidos na área de abrigo e aptos a se acumular. Além disso, a radiação térmica na área de abrigo (piso, usuário, opcionalmente paredes do espaço) é diminuída e assim, correlativamente, a temperatura radiante percebida pelo usuário, o que melhora seu conforto térmico.

A combinação das propriedades reflexivas da face externa com diferença de emissividade entre as faces interna e externa do painel principal torna possível atenuar ainda mais o efeito estufa que pode ocorrer na área de abrigo. Na verdade, a menor parte dos raios solares incidentes será transmitida, então reemitida na dita área de abrigo, em especial menos radiação no raio infravermelho longo estará apta a se acumular na dita área. O conforto térmico do usuário na área de abrigo é melhorado ainda mais.

A emissividade (ε) é a propriedade da superfície de um corpo de emitir calor por radiação, expresso pela razão entre a energia irradiada por essa superfície e aquela irradiada por um corpo negro na mesma temperatura. Um corpo negro é um objeto teórico que absorve toda a radiação eletromagnética que ele recebe, em todos os comprimentos de onda. Nenhuma radiação eletromagnética passa através dele e nenhuma é refletida.

A emissividade depende ainda de muitos parâmetros, a saber, a temperatura do corpo em questão, a direção à radiação, o comprimento de onda e, acima de tudo, o estado de superfície das faces interna e externa do painel principal.

A reflexão refere-se ao fenômeno pelo qual uma onda que incide sobre uma superfície de separação de dois meios de propagação providos com propriedades diferentes retorna ao meio do qual ela veio; em especial envolvendo o painel flexível principal, a face externa serve como o primeiro meio enquanto o ar ambiente no qual a face externa emerge serve como segundo meio.

A transmissão de uma radiação refere-se à passagem de uma radiação através do meio, sem mudar o comprimento de onda, em especial através do painel flexível principal.

Os raios solares, de acordo com a invenção, cobrem o espectro solar, o que em especial inclui os raios visíveis, os próximos ao infravermelho e ultravioleta.

O infravermelho longo (FIR) é parte dos raios térmicos emitidos por corpos diferentes, tais como o solo, o painel flexível principal, qualquer espaço interno, os objetos posicionados na área de abrigo e, por último e acima de todos, um ou mais usuários localizados na área de abrigo. As ondas no infravermelho longo penetram na pele sem danificar e aquecer os tecidos do corpo do usuário similarmente ao sol, mas sem a radiação prejudicial dos raios ultravioleta.

O infravermelho longo refere-se a qualquer radiação que possua comprimentos de onda maiores ou iguais a 5 μm.

A absorção de radiação refere-se à penetração, retenção e assimilação da dita radiação na espessura do material, no caso da presente invenção, no painel flexível principal.

As taxas de reflexão, transmissão e absorção são definidas como a fração da radiação incidente, em especial a radiação solar, que é respectivamente refletida, transmitida ou absorvida.

A emissividade, transmissão e absorção compõem as propriedades radiativas do painel flexível principal.

A atmosfera refere-se a qualquer coisa posicionada fora do artigo, de acordo com a invenção; a face externa é, em especial, destinada a ser orientada, durante a operação, em direção aos raios emitidos pelo sol.

Deve se notar que a cor da face externa e/ou a face interna não influencia nas propriedades de emissividade de infravermelho longo do painel flexível principal. Na verdade, a emissividade da face externa branca de um painel têxtil foi avaliada como sendo de mesma ordem de grandeza que a face externa colorida (por exemplo, laranja ou verde) de outro painel têxtil, ou seja, aproximadamente 83-85%.

O artigo, de acordo com a invenção, pode ser uma barraca; preferivelmente nesse caso, a barraca inclui um espaço interno. O artigo, de acordo com a invenção, pode ser também um abrigo incluindo um elemento de cobertura, tal como um guarda-sol, um guarda-chuva, um dossel ou uma cortina.

A face interna do painel flexível principal é, ao menos, localizada em contato com uma camada de ar, mesmo uma camada de ar com um mínimo de espessura quando a área de abrigo compreende um espaço interno ou diretamente no volume da área de abrigo.

A taxa de emissividade de infravermelho longo das faces interna e externa pode ser medida usando um método descrito abaixo ou de acordo com o padrão NF EN 15976.

Os valores de emissividade são dados no presente texto dentro de +/- 3 pontos percentuais.

A diferença de emissividade ε (%) entre a face interna e a face externa é preferivelmente, pelo menos, 3 pontos percentuais, ainda mais preferivelmente, pelo menos, 6 pontos percentuais.

Preferivelmente, o painel flexível principal é revestido ao longo de sua face interna e/ou externa com uma película de polímero base, em particular não incluindo qualquer componente que tenha propriedades de emissividade ou reflexão específicas. Essa película de polímero base serve para conectar os poros da face interna e/ou da face externa do painel principal, para nivelar e melhorar seu planejamento. Este fio de polímero base também contribui para conferir as propriedades do painel flexível principal para suportar abrasão e ser impermeável à água. Preferivelmente, o peso/m2de uma película de polímero base é menor ou igual a 100 g/m2, preferivelmente menor ou igual a 50 g/m2e ainda mais preferivelmente menor ou igual a 10 g/m2. No caso onde o painel flexível principal inclui duas películas de polímero base, respectivamente posicionadas nas suas faces externa e interna, a soma do peso/m2das duas películas é menor ou igual a 200 g/m2, preferivelmente menor ou igual a 100 g/m2e ainda mais preferivelmente menor ou igual a 20 g/m2.

Os valores de peso/m2das películas são dados no presente texto no artigo finalizado quando as películas estão secas (em especial, o solvente ou fase aquosa da composição de revestimento de ligação foi evaporado).

Em uma alternativa, a taxa de emissividade (%) dos raios de infravermelho longo da face interna é menor do que, pelo menos, 10 pontos percentuais, preferivelmente menor do que, pelo menos, 20 pontos percentuais, na taxa de emissividade (%) dos raios de infravermelho longo da face externa.

Quanto maior a diferença de emissividade entre as faces interna e externa, mais a radiação térmica na área de abrigo será reduzida, melhorando assim o conforto térmico do usuário.

Em uma alternativa, a área de abrigo inclui um espaço interno, pelo menos, parcialmente coberto pelo dito elemento de cobertura, o dito elemento de cobertura e o espaço interno sendo disposto de modo a estarem afastados, ao menos, localizado por uma distância (d) por uma camada de ar, preferivelmente por uma distância (d) maior ou igual a 7 mm.

Esta camada de ar posicionada entre a face interna do painel principal e o espaço interno é necessária de modo a não alterar as propriedades de emissividade da face interna e preservar a atenuação do efeito estufa observada na área de abrigo.

O espaço interno é preferivelmente obtido pela montagem de um ou mais painéis flexíveis pré-cortados, em especial painéis têxteis.

Quando o artigo, de acordo com a invenção, não inclui tal espaço interno, o painel principal que compõe o elemento de cobertura é suspenso acima da área de abrigo e a face interna do dito painel principal está em contato com a camada de ar.

A face externa do painel principal sendo destinada a ser orientada transversal dos raios solares, a face externa está em contato com o ar ambiente, que forma também uma camada de ar sobre sua superfície de certa maneira.

Em uma alternativa, a face externa do painel flexível principal tem uma taxa de reflexão maior ou igual a 40%, medido de acordo com o padrão NF EN 410.

Este arranjo torna possível melhorar ainda mais o efeito desejado no contexto da invenção, ou seja, para diminuir a proporção dos raios solares incidentes transmitidos, então reemitidos na área de abrigo de modo a limitar o acúmulo de raios de infravermelho longo naquela área.

Em uma alternativa, a face externa do painel flexível principal é, pelo menos, parcialmente revestida com um primeiro componente reflexivo e a face interna é, pelo menos, parcialmente revestida com um segundo componente, dito o primeiro e segundo componente sendo selecionado tal que o dito primeiro possua uma emissividade de raios de infravermelho longo (%) maior do que a emissividade dos raios de infravermelho longo (%) do segundo componente.

Em uma alternativa, o primeiro componente e o segundo componente são partículas de metal, opcionalmente oxidadas.

Em uma alternativa, o primeiro componente é o dióxido de titânio e o segundo componente é um pó de alumínio ou prata.

Em uma alternativa, a face externa é, pelo menos, parcialmente revestida com uma primeira película de um primeiro polímero e o dito primeiro componente, a dita película sendo opcionalmente colorida.

A película pode ser colorida pela adição um ou mais pigmentos.

Preferivelmente, a película de polímero base é posicionada entre a primeira película e a face externa do painel flexível principal.

Em uma alternativa, a face interna é, pelo menos, parcialmente revestida com uma segunda película em, pelo menos, um polímero capaz de tornar a face interna impermeável à água, a dita segunda película opcionalmente incluindo o dito segundo componente.

Preferivelmente, a película de polímero base é posicionada entre face interna e a segunda película.

Preferivelmente, o peso/m2da primeira película e/ou a segunda película é menor ou igual a 100 g/m2, preferivelmente menor ou igual a 50 g/m2, ainda mais preferivelmente menor ou igual a 10 g/m2.

Em uma alternativa, o polímero é escolhido sozinho ou em combinação entre os seguintes polímeros: politetrafluoretileno, poliuretano, tereftalato de polietileno, etil vinil acetato (EVA).

O dito polímero corresponde àquele envolvido na composição da película base e/ou a primeira película e/ou a segunda película.

O dito polímero corresponde ao ligante da composição ligante aquosa ou com base em solvente implementada pelo revestimento, por exemplo, usando um revestimento por rolo(s) e raspadeira(s) para formar as ditas películas.

Em uma alternativa, a proporção peso do primeiro componente na dita primeira película é menor ou igual a 75%, preferivelmente menor ou igual a 50%.

Os valores acima mencionados são dados no artigo finalizado.

Preferivelmente, a proporção pelo peso do primeiro componente relativa ao peso total da composição ligante aquosa ou à base de solvente que se destina a formar a primeira película é menor ou igual a 25%, ainda mais preferivelmente menor ou igual a 20%.

Em uma alternativa, a proporção peso do segundo componente na segunda película é menor ou igual a 75%, preferivelmente menor ou igual a 50%.

Os valores acima mencionados são dados no artigo finalizado.

Preferivelmente, a proporção pelo peso do segundo componente relativo ao peso total da composição ligante aquosa ou à base de solvente que se destina a formar a dita segunda película é menor ou igual a 25%, ainda mais preferivelmente menor ou igual a 15% e ainda mais preferivelmente menor ou igual a 10%.

Nas modalidades alternativas descritas acima, a primeira e segunda película podem ser obtidas pelo revestimento com uma composição de polímero incluindo um polímero e o primeiro ou segundo componente, respectivamente. O revestimento pode ser feito de uma maneira conhecida usando um revestimento por rolo ou raspadeira.

A primeira e/ou segunda película podem também ser laminadas a quente na face externa e/ou interna, respectivamente, do painel principal.

Em uma alternativa, a face interna é completamente ou parcialmente revestida com uma película metalizada, em especial uma película aluminizada.

Nesse caso, a película aluminizada pode ser laminada a quente ao longo de toda ou parte da face interna do painel flexível principal.

Em uma alternativa, o painel flexível principal é um painel têxtil.

Os painéis têxteis descritos neste texto podem ser formados por um ou mais painéis pré-cortados, formados de um ou mais tecidos e/ou não tecidos e/ou malhas.

A presente invenção será melhor entendida após a leitura de uma modalidade de exemplo, citada como um exemplo não limitante e ilustrada pelas figuras descritas abaixo e anexas, nas quais: - A figura 1 é uma ilustração de perspectiva diagramática de um exemplo de um artigo do tipo barraca, de acordo com a invenção, - A figura 2 é uma ilustração ao longo do plano de corte II-II feito na figura 1, do painel flexível principal, - A figura 3 é uma ilustração diagramática da atenuação do efeito estufa observada na área de abrigo do artigo descrito na figura 1 e - A figura 4 é uma tabela que ilustra as propriedades de transmissão e reflexão da radiação solar bem como a emissividade no infravermelho longo de diferentes amostras (nos. 2-4) dos painéis flexíveis principais comparados a um painel flexível principal do estado da técnica (amostra 1).

O artigo do tipo barraca 1, mostrado na figura 1, inclui um elemento de cobertura 2 cobrindo uma área de abrigo 3. O elemento de cobertura 2 inclui um painel flexível principal 4 que tem face externa 4a e interna 4b contrabalançadas, a face interna 4b sendo destinada a ser orientada, durante a operação, transversal da dita área de abrigo 3. A taxa de emissividade (%) dos raios de infravermelho da face interna 4b é mais baixa do que taxa de emissividade dos raios de infravermelho da face externa 4a. A área de abrigo 3 inclui um espaço interno 5, coberto pelo elemento de cobertura 2, o dito elemento de cobertura 2 e o espaço interno 5 sendo disposto de modo a ser, pelo menos, localizado separadamente por uma distância (d) por uma camada de ar 6. Neste exemplo específico, a distância d é maior ou igual a 7 mm. Preferivelmente, a taxa de emissividade da face interna 4b é, pelo menos, 20 pontos de porcentagem mais baixa do que a taxa de emissividade da face externa 4a.

A face externa 4a do painel flexível principal 4 é disposta de modo a refletir os raios solares; preferivelmente, a face externa 4a tem uma taxa de reflexão maior do que ou igual a 40% (medida de acordo com a norma NF EN 410).

Neste exemplo específico, a face externa 4a é revestida com uma primeira película de polímero 7 incluindo partículas de metal oxidadas, preferivelmente dióxido de titânio. A segunda face interna 4b é revestida com uma segunda película de polímero 8 incluindo partículas de metal não oxidadas, preferivelmente pó de alumínio. As primeira e segunda películas de polímero 7, 8 são preferivelmente feitas de um ou mais polímeros selecionados dentre os seguintes polímeros: tereftalato de polietileno, poliuretano, politetrafluoroetileno, etil vinil acetato.

A figura 4, assim, ilustra as propriedades de transmissão e reflexão de diferentes amostras de painéis flexíveis medidas de acordo com a norma NF EN 410. A amostra no. 1 do estado da técnica é um painel têxtil cuja face externa não é revestida com qualquer película e cuja face interna é revestida com uma película de poliuretano não incluindo qualquer componente tendo uma função de reflexão ou emissividade particular, em particular não incluindo partículas de metal, sejam oxidadas ou não. A amostra no. 2 corresponde a um painel têxtil cuja única face externa foi revestida com uma película de polímero incluindo pó de alumínio. A amostra no. 3 corresponde a um painel têxtil cuja única face externa foi revestida com uma película de polímero incluindo dióxido de titânio. A amostra no. 4 corresponde ao painel flexível principal 4 de acordo com a invenção. Os painéis têxteis flexíveis dos quais as amostras 1 a 4 foram preparadas são os mesmos; em particular, eles são tecidos com fios de poliéster. A porção de pó de dióxido de titânio e alumínio é substancialmente a mesma em cada uma das películas de polímero. Por último, a película de polímero tem uma base de poliuretano. Neste exemplo específico, as faces externas 4a e internas 4b também são revestidas com uma película de polímero base, cujo peso/m2é preferivelmente menor do que ou igual a 10 g/m2. As películas de polímero base são interpostas entre as faces internas e externas e as primeira e segunda películas de polímero, incluindo os primeiro e segundo componentes, respectivamente.

Em uma alternativa, a proporção em peso dos primeiro e segundo componentes nas primeira e segunda películas difere, respectivamente. Naquele caso, a composição de ligação aquosa ou com base em solvente destinada a formar a primeira película inclui entre 15 e 20 % em peso de TiO2 relativo a seu peso total e a composição de ligação aquosa ou com base em solvente destinada a formar a segunda película inclui entre 4 e 12 % em peso de pó de prata relativo a seu peso total.

A taxa de absorção foi deduzida taxas de transmissão e reflexão. As taxas de transmissão, reflexão e absorção no espectro solar foram medidas por radiação incidente emitida em direção à face externa das amostras a serem testadas. A taxa de emissividade do infravermelho longo das faces interna e/ou externa foi medida usando um método de medição descrito abaixo usando um emissômetro da marca INGLAS referenciada TIR 100-2.

Os valores de transmissão, reflexão e emissividade são providos em mais ou menos 3%.

Preferivelmente, os valores de transmissão e reflexão são providos dentro de 1 % ponto e 2 % pontos, respectivamente.

Pode ser observado, assim, que a taxa de emissividade da face externa do painel do estado da técnica é alta, visto que é de 80%. A taxa de emissividade da face externa da amostra no. 2 era baixa, visto que é de 55%, assim como a transmissão dos raios do espectro solar, que é também baixa porque é de 7%. A taxa de emissividade da face externa da amostra no. 3 é alta, visto que é de 79% e próxima àquela da amostra no. 1 do estado da técnica, mas tem uma boa reflexão dos raios solares, visto que é de 44%.

As taxas de emissividade das faces internas das amostras nos. 1, 2 e 3 são teoricamente da mesma ordem, visto que nenhuma destas faces internas é revestida com uma película incluindo um componente tendo uma função de reflexão ou emissividade particular. A emissividade das faces internas das amostras nos. 1, 2 e 3 é, assim, da mesma ordem que aquela medida para a face externa da amostra no. 1, isto é, 80% dentro de mais ou menos 3%. Assim, a emissividade das faces interna e externa das amostras no. 1 e no. 3 é da mesma ordem, enquanto a

emissividade da face interna da amostra no. 2, de aproximadamente 80% a dentro de 3%, é muito maior do que aquela da face externa revestida com uma película compreendendo partículas de alumínio, que é de 55% a dentro de mais ou menos 3%.

A taxa de emissividade da face interna 4b do painel flexível principal 4 (amostra no. 4) é 58%, que é pelo menos 20 pontos percentuais menores do que a taxa de emissividade de 83% da face externa 4a.

Durante a operação, os raios solares incidentes 9 chegam na face externa 4a do painel principal 4, uma parte 10 de cujos raios são refletidos, outra parte 11 é absorvida e por último uma parte final 12 é transmitida. Assim, a proporção dos raios solares transmitidos 12 na barraca 1 (aproximadamente 8%) é menor do que no estado da técnica (aproximadamente 34%), visto que a face externa 4a é disposta de modo a refletir os raios solares. Os raios transmitidos 12 na área de abrigo 3, como mostrado na figura 3, são refletidos novamente ou absorvidos, a seguir reemitidos no infravermelho longo pelo solo 13, a pele de quaisquer usuários 14 e as paredes do espaço interno 5 para formar a radiação no infravermelho longo representado pelas setas 15. Quando estes raios 15 são reemitidos pelas paredes do espaço interno 5 em direção ao painel flexível principal 4, eles são novamente absorvidos pelo painel principal 4. Devido às propriedades de emissividade das faces 4a e 4b do painel flexível principal 4, a radiação, assim, absorvida pelo painel 4, seja diretamente a partir da radiação solar incidente 9 (parte 11) ou indiretamente a partir da radiação de infravermelho longo 15, é melhor reemitida pela face externa 4a na atmosfera do que através da face interna 4b em direção à área de abrigo 3. Neste círculo inteiro, o efeito estufa é, assim, consideravelmente diminuído REM relação ao que foi observado no estado da técnica para uma barraca conhecida equipada com um elemento de cobertura incluindo um painel principal tal como uma amostra no. 1.

Um estudo climático do sopro sobre o artigo do tipo barraca 1 descrito nas figuras 1 a 3 foi conduzido em comparação a um artigo da mesma estrutura incluindo um elemento de cobertura 5 tendo um painel principal do estado da técnica (amostra no. 1). O artigo 1 é posicionado em uma sala tendo um teto formado de modo a emitir raios no espectro solar. Os parâmetros climáticos do sopro são determinados na dita sala de modo a reproduzir um dia de verão nas latitudes europeias com muito pouco vento. A energia emitida pelo teto da dita sala é aproximadamente 600 watts/m2no solo. Termopares, um globo preto e sensores de fluxo radiativos (piranômetros), respectivamente tornam possível medir a temperatura da atmosfera (fora dos ditos artigos), a temperatura radiante na área de abrigo e a taxa de transmissão do artigo na área de abrigo (os sensores de fluxo radiativo são colocados na face externa 4a do painel principal 4 assim como no piso do espaço interno 5 e equivalentemente para o artigo do estado da técnica). Uma diminuição de 6°C é, assim, observada na temperatura radiante entre o artigo 1 e o artigo do estado da técnica, assim como uma diminuição de 2°C do ar na área de abrigo 3 relativa à área de abrigo do estado da técnica e a taxa de transmissão da radiação solar dividida por 4 na área de abrigo 3. A temperatura radiante está relacionada à radiação térmica solar e/ou do infravermelho longo absorvida pela pele de um usuário e a diminuição significativa daquele critério permite, assim, uma melhora clara no conforto térmico do usuário, visto que o dito usuário sente menos calor.

Deve ser notado que as capacidades de emitir radiação solar do sopro climático no qual este teste foi feito foram limitadas a 600 watts/m2no piso, enquanto que as condições de uso no verão com uma pele completamente clara estariam muito mais próximas a uma emissão de 800- 1000 watts/m2no piso. A redução da radiação térmica e da temperatura radiante relativa ao estado da técnica deve ser mais pronunciada para estas condições de uso.

As taxas de emissividade do infravermelho longo descritas no contexto da presente invenção podem ser medidas de acordo com a norma europeia EN 15976 ou de acordo com o método de teste descrito abaixo.

Este método é uma medição indireta da emissividade e, mais particularmente, a emissividade hemisférica. Assim, um corpo preto hemisférico, em uma temperatura de 100°C, irradia em direção a uma dada face de uma amostra da qual alguém deseja medir a emissividade. A porção do fluxo térmico refletido pela dita face da amostra é a seguir medida usando um emissômetro. A emissividade é, assim, deduzida da lei de Kirchoff da conservação de energia: (1 = tau + alfa + ro), na qual tau é o coeficiente de transmissão, ro é o coeficiente de refletividade e alfa é o coeficiente de absorção. Partindo do postulado de que os painéis flexíveis principais das amostras 1 a 4 são opacos à radiação de infravermelho longo, tau é zero nesta faixa de comprimento de onda (ele, portanto, corresponde ao infravermelho longo). É considerado adicionalmente que o comprimento de onda é monocromático, visto que o presente 5 está no infravermelho longo para a reflexão e a emissividade tal que a emissividade (épsilon) é igual ao valor alfa na lei de Kirchoff determinada acima; assim, a emissividade é igual a 1-ro. A medição da emissividade é feita com um emissômetro da marca INGLAS TIR100-2. Duas normas com uma baixa emissividade e alta emissividade, respectivamente, são usadas de antemão para calibrar o método de medição. Um, assim, mede mais precisamente a emissividade hemisférica dos raios de infravermelho longo, a qual de fato corresponde à produção de calor radiante.

Claims (14)

1. Artigo (1) do tipo barraca ou abrigo incluindo um elemento de cobertura (2) cobrindo pelo menos parcialmente uma área de abrigo (3), o dito elemento de cobertura incluindo um painel principal flexível (4) tendo faces opostas externas (4a) e internas (4b), a face interna (4b) sendo destinada, durante a operação, a ser orientada transversal da dita área de abrigo (3), a face externa (4a) sendo destinada, durante a operação, a ser orientada transversal dos raios do sol, caracterizadopelo fato de que a face interna (4b) tem uma taxa de emissividade (%) de raios de infravermelho longo menor do que a taxa de emissividade (%) de raios de infravermelho longo da face externa (4a) e pelo fato de que a face externa (4a) é disposta de modo a refletir os raios solares.

2. Artigo (1), de acordo com a reivindicação 1, caracterizadopelo fato de que a taxa de emissividade (%) dos raios de infravermelho longo da face interna (4b) é menor do que pelo menos 10 % pontos, preferivelmente menor do que pelo menos 20 % pontos, na taxa de emissividade (%) dos raios de infravermelho longo da face externa (4a).

3. Artigo (1), de acordo com a reivindicação 1 ou2, caracterizadopelo fato de que a área de abrigo (3) inclui um espaço interno (5) pelo menos parcialmente coberto pelo dito elemento de cobertura (2), o dito elemento de cobertura (2) e o espaço interno (5) sendo dispostos de modo a serem espaçados entre si pelo menos localmente por uma distância (d) por uma camada de ar (6), preferivelmente por uma distância (d) maior do que ou igual a 7 mm.

4. Artigo (1), de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 3, caracterizado pelo fato de que a face externa (4a) do painel flexível principal tem uma taxa de reflexão maior do que ou igual a 40%, medida de acordo com a norma NF EN 410.

5. Artigo (1), de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 4, caracterizado pelo fato de que a face externa (4a) do painel flexível principal (4) é pelo menos parcialmente revestida com um primeiro componente refletivo, e a face interna (4b) é pelo menos parcialmente revestida com um segundo componente, os ditos primeiro e segundo componentes sendo selecionados de modo que o dito primeiro componente tenha uma emissividade de raios de infravermelho longo (%) maior do que a emissividade dos raios de infravermelho longo (%) do segundo componente.

6. Artigo (1), de acordo com a reivindicação 5, caracterizado pelo fato de que o primeiro componente e o segundo componente são partículas de metal, opcionalmente oxidadas.

7. Artigo (1), de acordo com a reivindicação 5 ou 6, caracterizado pelo fato de que o primeiro componente é dióxido de titânio e o segundo componente é um pó de alumínio ou prata.

8. Artigo, de acordo com qualquer uma das reivindicações 5 a 7, caracterizado pelo fato de que a face externa (4a) é pelo menos parcialmente revestida com uma primeira película (7) de um primeiro polímero e o dito primeiro componente, a dita película (7) opcionalmente sendo colorida.

9. Artigo (1), de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 8, caracterizado pelo fato de que a face interna é pelo menos parcialmente revestida com uma segunda película (8) em pelo menos um polímero capaz de tornar a dita face interna impermeável à água, a dita segunda película opcionalmente incluindo o dito segundo componente.

10. Artigo (1), de acordo com a reivindicação 8 ou 9, caracterizado pelo fato de que o polímero é escolhido sozinho ou em combinação dentre os seguintes polímeros: politetrafluoroetileno, poliuretano, tereftalato de polietileno, etil vinil acetato (EVA).

11. Artigo (1), de acordo com qualquer uma das reivindicações 8 a 10, caracterizado pelo fato de que a proporção em peso do primeiro componente na dita primeira película (7) é menor do que ou igual a 75%, preferivelmente menor do que ou igual a 50%.

12. Artigo, de acordo com qualquer uma das reivindicações 9 a 11, caracterizado pelo fato de que a proporção em peso do segundo componente na segunda película (8) é menor do que ou igual a 75%, preferivelmente menor do que ou igual a 50%.

13. Artigo (1), de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 11, caracterizado pelo fato de que a face interna (4b) é completa ou parcialmente revestida com uma película metalizada, em particular uma película aluminizada.

14. Artigo (1), de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 13, caracterizado pelo fato de que o painel flexível principal (4) é um painel têxtil.

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