BR112012012539B1 - Derivados de ortoéster de éteres de coroa e composição farmacêutica ou de diagnóstico que os compreende - Google Patents

Derivados de ortoéster de éteres de coroa e composição farmacêutica ou de diagnóstico que os compreende Download PDF

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Abstract

ÉTER DE COROA E COMPOSIÇÃO FARMACÊUTICA OU DE DIAGNÓSTICO QUE O COMPREENDE. A presente invenção refere-se a um éter de coroa da fórmula (I) em que m é 4, 5, 6, 7, ou 8 e i é, independentemente para cada ocorrência, 1 ou 2; pelo menos uma ocorrência no éter de coroa de R 1 , R 2 e o carbono ao qual R 1 e R 2 estão ligados, o dito carbono estando diretamente ligado a um oxigênio do éter da fórmula (I), juntos formam u m grupo da fórmula (II) em que L é um ligante que está ausente ou é selecionado de uma ligação covalente e (CR 5 R 6 ) n, úteis como veículos para composições farmacêuticas e de diagnóstico.

Description

[0001] A presente invenção refere-se a um éter de coroa da fórmula (I)
Figure img0001
em que m é 4, 5, 6, 7, ou 8 e i é, independentemente para cada ocorrência, 1 ou 2; cada ocorrência de R1 e R2 é independentemente selecionada de hidrogênio; C1 a C10 alquila, alquenila e alquinila lineares ou ramificadas e substituídas ou insubstituídas; e arila substituída ou insubstituída com até 10 átomos do anel; ou R1 e R2 juntos formam um grupo oxo; pelo menos uma ocorrência no éter de coroa de R1, R2 e o carbono ao qual R1 e R2 estão ligados, o dito carbono estando diretamente ligado a um oxigê- nio do éter da fórmula (I), formam um grupo da fórmula (II)
Figure img0002
em que L é um ligador que está ausente ou selecionado de uma ligação covalente e (CR5R6)n, cada ocorrência de R5 e R6 sendo independentemente selecionada de hidrogênio; C1 a C10 alquila, alquenila e alquinila lineares ou ramificadas e substituídas ou insubstituídas; e arila substituída ou insubstituída com até 10 átomos do anel, n sendo 1, 2 ou 3; X e Y, independentemente um do outro, são selecionados de O e S; Z, independentemente para cada ocorrência, está ausente ou um grupo de retirada de elétrons; R3 e R4, independentemente para cada ocorrência, são selecionados de hidro gênio; C1 a C10 alquila, alquenila e alquinila lineares ou ramificadas e substituídas ou insubstituídas; arila substituída ou insubstituída com até 10 átomos do anel; H(OCH2CH2)k- e H(OCH2CH2)kO-, em que k é um número inteiro de 1 a 10; em que os substituintes, se presentes, são selecionados de OH, O-CH3 e halogênios.
[0002] Neste relatório descritivo, vários documentos incluindo pedidos de patente e manuais do fabricante são citados. A revelação destes documentos, embora não considerados relevantes para a patentabilidade desta invenção, é por este meio incorporada por referência em sua totalidade.
[0003] Um número crescente de fármacos é de natureza peptídica ou proteinácea. Estes fármacos, em muitos casos, têm uma vida de prateleira limitada e/ou sua administração pode ser apenas realizada de uma maneira invasiva. Administração intravenosa, por sua vez, frequentemente requer degradação significativa do fármaco no fígado. O último poderia ser evitado se fosse possível liberar o fármaco de uma maneira que evitasse o sistema de degradação do fígado. Além disso, administração não invasiva é menos incômoda e mais conveniente para os pacientes e pessoal médico. Porém, administração não invasiva, por exemplo, pela rota oral, bucal, sublingual, nasal, pulmonar, dérmica ou transdérmica, é impedida para muitos fármacos, em particular peptídeos e proteínas, porque eles carregam cargas eletrostáticas. A presença de cargas eletrostáticas torna as membranas celulares uma barreira insuperável para estes fármacos. Modificação covalente para remover as cargas pode ter efeitos deletérios, incluindo desdobramento da estrutura polipeptídica. Uma outra desvantagem da modificação covalente é que um composto é obtido pela dita modificação que é distinta do fármaco para o qual a aprovação foi obtida.
[0004] Poliésteres cíclicos (polilactonas) são conhecidos na literatura como ionóforos de cátion. Por exemplo, nonactina e tetranactina são antibióticos de macrotetrolídeos que coordenam os íons de metal. Outros tipos de poliésteres cíclicos (ésteres poliglicólicos ou lácticos) foram estudados por cálculo orbital molecular ab initio e foram descobertos, dependendo do número de unidades (tamanho do anel), acomodar certos cátions com alguma seletividade (McGeary e Bruget (2000), Lifson e outros (1983), Lifson e outros (1984)).
[0005] Poliéteres cíclicos ou éteres de coroa são conhecidos na literatura complexar cátions. Por exemplo, 18-coroa-6 é um poliéter cíclico conhecido complexar muitos cátions incluindo Na+, K+ e NH4+.
[0006] Há uma necessidade não satisfeita por modificar fármacos, em particular fármacos peptídicos ou proteináceos, fármacos que são ácidos nucleicos tais como siRNAs como também fármacos que compreendem cátions, para intensificar sua formulação e, com respeito a isso, suas propriedades de administração. O termo “propriedades de administração” é entendido incluir as rotas disponíveis de administração para um agente ativo dado em uma formulação dada.
[0007] O problema técnico que é subjacente à presente invenção foi a provisão de meios e métodos para modificar as propriedades de formulação dos agentes farmacêutica ou diagnosticamente ativos.
[0008] Consequentemente, esta invenção diz respeito a um éter de coroa da fórmula (I)
Figure img0003
em que m é 4, 5, 6, 7, ou 8 e i é, independentemente para cada ocorrência, 1 ou 2; cada ocorrência de R1 e R2 é independentemente selecionada de hidrogênio; C1 a C10 alquila, alquenila e alquinila lineares ou ramificadas e substituídas ou insubstituídas; e arila substituída ou insubstituída com até 10 átomos do anel; ou R1 e R2 juntos formam um grupo oxo; pelo menos uma ocorrência no éter de coroa de R1, R2 e o carbono ao qual R1 e R2 estão ligados, o dito carbono estando diretamente ligado a um oxigênio do éter da fórmula (I), formam um grupo da fórmula (II)
Figure img0004
em que L é um ligador que está ausente ou selecionado de uma ligação covalente e (CR5R6)n, cada ocorrência de R5 e R6 sendo independentemente selecionada de hidrogênio; C1 a C10 alquila, alquenila e alquinila lineares ou ramificadas e substituídas ou insubstituídas; e arila substituída ou insubstituída com até 10 átomos do anel, n sendo 1, 2 ou 3; X e Y, independentemente um do outro, são selecionados de O e S; Z, independentemente para cada ocorrência, está ausente ou um grupo de retirada de elétrons; R3 e R4, independentemente para cada ocorrência, são selecionados de hidrogênio; C1 a C10 alquila, alquenila e alquinila lineares ou ramificadas e substituídas ou insubstituídas; arila substituída ou insubstituída com até 10 átomos do anel; H(OCH2CH2)k- e H(OCH2CH2)kO-, em que k é um número inteiro de 1 a 10; em que os substituintes, se presentes, são selecionados de OH, O-CH3 e halogênios. Halogênios preferidos são F, Cl e Br.
[0009] A linha retangular na fórmula (I) representa uma ligação simples covalente que conecta o átomo de oxigênio da primeira ocorrência da metade entre colchetes com o último átomo de carbono da última ocorrência da metade entre colchetes.
[00010] O bloco de construção entre colchetes é repetido m vezes. Um valor preferido de m é 6. Outros valores preferidos são 5 e 7. Cada bloco de construção, dependendo do valor de i, compreende dois ou três átomos de carbono que formam o anel de éter de coroa, em que a preferência é dada a i=1, isto é, dois átomos de carbono de cada bloco de construção contribuindo para o anel de éter de coroa. Os termos “anel de éter de coroa”, “macrociclo de éter de coroa” e “estrutura do anel do dito éter de coroa” referem-se ao anel ou macrociclo formados por todos os oxigênios e carbonos mostrados na fórmula (I). No caso da modalidade preferida de m sendo 6 e i sendo 1, este anel ou macrociclo é o anel ou o macrociclo de 18-coroa-6, isto é, compreende 6 oxigênios e 12 carbonos, dando origem a um macrociclo de 18 membros.
[00011] Além da funcionalidade do ortoéster, o éter de coroa pode ser ainda modificado por R1 e R2 como definidos acima. Dentro da definição de R1 e R2, grupos alquila, alquenila e alquinila lineares são preferidos aos grupos alquila, alquenila e alquinila ramificados. Além disso, grupos insubstituídos R1 e R2 são preferidos. O termo “substituídos” refere-se à presença de substituintes, os ditos substituintes sendo selecionados de OH e halogênio. Dentro de alquila, alquenila e alquinila, preferência é dada à alquila. Compri-mento preferido da cadeia de alquila, alquenila e alquinila é C1 a C6, mais preferido C1 a C4. Arila preferivelmente é um anel de cinco ou seis membros. Grupos arila preferidos incluem fenila.
[00012] Preferência é dada às modalidades em que cada ocorrência de R1 e R2, contanto que não formem um grupo da fórmula (II), é hidrogênio. Em outra modalidade preferida, cada um de R1 e R2, à extensão que elas não formem um grupo da fórmula (II) nem um grupo oxo, é hidrogênio.
[00013] Nos éteres de coroa da fórmula (I), pelo menos um átomo de carbono que esteja diretamente ligado a um oxigênio do éter da fórmula (I) é modificado como requerido pela fórmula (II). Como uma consequência, o éter de coroa compreende pelo menos um ortoéster ou um tio-análogo do mesmo. Em tio-análogos, um ou ambos de X e Y são S. Como usado no seguinte, o termo “ortoéster” abrange os ditos tio-análogos. O ortoéster pode ser visto como um derivado de um equivalente de um éter de coroa tendo um grupo carbonila adjacente a um oxigênio do éter - tal éter de coroa compreendendo um grupo éster e dois equivalentes de um álcool ou tiol. É entendido que o átomo de carbono com duas valências livres como mostrado na fórmula (II) faz parte do anel de éter de coroa.
[00014] Se o ligador L estiver presente, o ortoéster é cíclico. O ciclo compreende X e Y. Ortoésteres cíclicos podem ser considerados como derivados de um éter de coroa compreendendo um grupo éster, o dito derivado sendo obtenível tratando o dito éter de coroa compreendendo um grupo éster com um diol (ou glicol) ou um tio-análogo do mesmo tal como um ditiol. Também alcoóis com um hidróxi e um grupo tiol são visados e submetidos sob o termo “tio-análogo de um diol”. No caso de um diol vicinal ou tio-análogo do mesmo tal como etileno glicol ou propileno glicol, L no ortoéster cíclico resultante é uma ligação covalente. No caso de um diol de N,N+2 (N e N+2 sendo os números dos átomos de carbono que carregam os grupos hidróxi) ou tio- análogo dos mesmos, N+2 não excedendo o número de átomos de carbono no dito diol ou tio-análogo do mesmo, L no ortoéster cíclico resultante é um grupo metileno ou CR5R6, R5 e R6 sendo definidos acima e ainda especificados abaixo. Similarmente, no caso de um diol de N,N+3 ou tio-análogo do mesmo, N+3 não excedendo o número de átomos de carbono no dito diol ou tio-análogo do mesmo, L no ortoéster cíclico resultante é CH2CH2 ou CR5R6CR5R6, R5 e R6 sendo definidos acima. O dito tiol ou tio-análogo do mesmo pode compreender outros grupos funcionais. Dentro da definição de R5 e R6, grupos alquila, alquenila e alquinila lineares são preferidos aos grupos alquila, alquenila e alquinila ramificados. Além disso, os grupos insubstituídos R5 e R6 sendo preferidos. O termo “substituído” refere- se à presença de substituintes, os ditos substituintes sendo selecionados de OH e halogênio. Dentro de alquila, alquenila e alquinila, preferência é dada à alquila. Comprimento preferido da cadeia de alquila, alquenila e alquinila são C1 a C6, mais preferido C1 a C4. Arila é preferivelmente um anel de cinco ou seis membros. Grupos arila preferidos incluem fenila. Como indicado acima, preferência é dada, além disso, às modalidades em que cada ocorrência de R5 e R6 seja hidrogênio.
[00015] Um diol vicinal preferido compreendendo outros grupos funcionais é ácido tartárico; vide, por exemplo, fórmulas (III) a (VI), (VIII) e (IX). Como mostrado nas estruturas particularmente preferidas abaixo, os grupos carboxílicos da metade de ácido tartárico de um ortoéster podem ser estereficados com um álcool, por exemplo glicerol ou etanol; vide, por exemplo fórmulas (VIII) e (IX). Em cujo caso, os grupos de retirada de elétrons Z são grupos éster. Os grupos hidroxila livres de glicerol estão disponíveis para outra derivatização, se desejado. Tal outra derivatização pode incluir a ligação dos polímeros ou oligômeros tais como polietileno glicol (PEG) ou esterificação com ácidos graxos, os ditos ácidos graxos preferivelmente sendo C4 a C20 ácidos alcanoicos saturados ou insaturados. Tal derivatização ainda pode ser útil na intensificação ou modificação da biocompatibilidade e/ou liberação ao longo das membranas, mucosas, ou para visar sítios dentro de uma célula ou um organismo.
[00016] Um diol vicinal preferido ainda compreendendo outros grupos funcionais é ácido 2,3-di-hidróxi-propanoico; vide, por exemplo, fórmula (XI). O grupo carboxílico de ácido 2,3-di-hidróxi-propanoico pode ser ainda derivatizado, por exemplo estereficado; vide, por exemplo, a opção para R na fórmula (XI).
[00017] Se L estiver ausente, X e Y não fazem parte de um ciclo. Em cujo caso, as valências livres dos átomos de carbono ligados a X ou Y, respectivamente e carregando Z (ou R3 e/ou R4 no caso da ausência de Z) são saturadas com hidrogênio. Se L estiver ausente, os ortoésteres podem ser considerados como derivados de um éter de coroa compreendendo um grupo éster e um álcool ou tiol ou misturas dos mesmos. Éteres de coroa preferidos da invenção compreendendo ortoésteres acíclicos são os éteres de coroa das fórmulas (VII) e (X). Um exemplo do composto da fórmula (X) é mostrado na fórmula (XII) abaixo.
[00018] Z é um grupo de retirada de elétrons que pode estar ausente em uma ou ambas as ocorrências. Se Z estiver ausente, R3 e/ou R4 estão diretamente ligados ao átomo de carbono que por sua vez está diretamente ligado a X ou Y, respectivamente. Preferência é dada a uma ou duas ocorrências de Z estando presentes dentro de um grupo da fórmula (II).
[00019] Dentro da definição de R3 e R4 grupos alquila, alquenila e alquinila lineares são preferidos aos grupos alquila, alquenila e alquinila ramificados. Além disso, grupos insubstituídos R3 e R4 são preferidos. O termo “substituído” refere-se à presença de substituintes, os ditos substituintes sendo selecionados de OH e halogênio. Dentro de alquila, alquenila e alquinila, preferência é dada à alquila. Comprimento preferido da cadeia de alquila, alquenila e alquinila é C1 a C6, mais preferido C1 a C4. Arila preferivelmente é um anel de cinco ou seis membros. Grupos arila preferidos incluem fenila. Com respeito a H(OCH2CH2)k- e H(OCH2CH2)kO-, preferência é dada aos valores seguintes de k: 1, 2, 3, 4 e 5. Valores particularmente preferidos de k são 3 e 5.
[00020] Em modalidades preferidas, R3 e R4, independentemente para cada ocorrência, são selecionados de hidrogênio, metila, etila, n- propila, i-propila e (H(OCH2CH2)5-). Particularmente preferido é que R3 e/ou R4 sejam etila.
[00021] Se Z estiver presente, H(OCH2CH2)k- é a opção preferida de H(OCH2CH2)k- e H(OCH2CH2)kO-. É entendido que os éteres de coroa da invenção não compreendem grupos peróxido. Se Z estiver ausente, H(OCH2CH2)kO- é a opção preferida de H(OCH2CH2)k- e H(OCH2CH2)kO-.
[00022] Os éteres de coroa da fórmula (I) exibem grupos funcionais éter e pelo menos um grupo funcional ortoéster. Pares de elétrons solitários dos oxigênios estão disponíveis para formar um complexo com um ligante. Os ligantes visados são detalhados mais abaixo. De relevância particular para complexação são oxigênio do éter não tendo um grupo de retirada de elétrons (tal como um grupo carbonila) em sua imediação imediata. Neste respeito, os compostos cíclicos da invenção se assemelham aos éteres de coroa da técnica anterior (vide acima). Éteres de coroa da técnica anterior, em particular aqueles em que os grupos éter são os únicos grupos funcionais contendo oxigênio, embora adequados para complexação, porém, têm a desvantagem que eles não são biodegradáveis ou não biodegradável a uma extensão suficiente.
[00023] Com relação ao(s) grupo(s) funcional(is) ortoéster, notamos que os ortoésteres são suscetíveis à hidrólise nos organismos e consequentemente biodegradáveis. Eliminação (também referida como “depuração”) do ortoéster é ainda facilitada na presença de um ou dois grupos de retirada de elétrons (designados “Z”). Grupos Z particularmente preferidos são ésteres que, sob hidrólise, rendem grupos que estão negativamente carregados no pH fisiológico, desse modo permitindo eliminação mais rápida do ortoéster. Para explicar dois grupos éster adicionais (com o grupo carbonila do grupo éster estando diretamente ligado à estrutura cíclica indicada na fórmula (II)) para gerar dois carboxilatos negativamente carregados, assim ainda facilitando a eliminação. Degradação do éter de coroa de acordo com a invenção pode ser ainda mais facilitada pela presença de um ou mais grupos oxo como definidos acima.
[00024] Como tal, os éteres de coroa de acordo com a invenção fornecem um acordo vantajoso entre a capacidade de complexação e a biodegradabilidade como conferida por um ou mais grupos funcionais ortoéster.
[00025] Consequentemente, os compostos de acordo com a invenção são biodegradáveis e biocompatíveis. O termo “biodegradável” refere-se às substâncias sendo degradantes em organismos vivos. O termo “biocompatíveis” denota substâncias que não dão origem a reações adversas do corpo humano ou animal, preferivelmente nem em sua forma intacta nem quando degradadas. O termo “biocompatíveis” é equivalente a “em geral reconhecidos como seguro (GRAS)”. Meios para avaliar a biocompatibilidade são bem conhecidos na técnica e incluem testes in vitro executados em linhagens celulares, testes in vivo em animais como também testes clínicos em seres humanos e não têm que ser adicionalmente detalhados aqui. Qualquer teste requerido ou recomendado pelas autoridades reguladoras para a avaliação se um composto é em geral reconhecido como seguro (GRAS), é preferivelmente empregado.
[00026] Biodegradabilidade pode ser expressa em termos quantitativos, por exemplo em termos da meia-vida em plasma de um éter de coroa da invenção. Meios e métodos para determinar a meia- vida em plasma são conhecidos na técnica. Por exemplo, um éter de coroa é misturado com plasma de um fundo geral de plasma e subsequentemente incubado a 37°C enquanto agitando. Em pontos de tempo dados, alíquotas são removidas e analisadas por HPLC.
[00027] O termo “meia-vida” refere-se ao período de tempo requerido para a abertura da estrutura do anel da fórmula (I). Tipicamente, a série seguinte de reações ocorre no plasma ou sob condições fisiológicas. Primeiro, os grupos hidrolisáveis Z são hidrolisados tais como grupos éster, se presentes. Se o grupo carbonila do grupo éster estiver diretamente ligado à estrutura cíclica da fórmula (II), a hidrólise gera um carboxilato preso ao ortoéster. Subsequentemente, e facilitado pelo carboxilato, o ortoéster é eliminado. Como uma consequência, a estrutura do anel da fórmula (I) se abre. Se Z estiver ausente em todas as ocorrências, a eliminação do ortoéster em geral será a primeira reação a ocorrer (em cujo caso sem facilitação por um grupo de retirada de elétrons). Em qualquer caso, a abertura do anel é o evento sendo determinado ao determinar a meia-vida em plasma ou sob condições fisiológicas. Consequentemente, a biodegradabilidade refere-se à capacidade do anel de se abrir em um ambiente biológico, mais especificamente no plasma ou sob condições fisiológicas. Exemplos de condições fisiológicas são dadas abaixo.
[00028] Ao abrir o anel, outras reações, levando à degradação adicional seguirão. Se mais de um ortoéster estiver presente, e todos os ortoésteres tiverem a mesma estrutura, espera-se que a eliminação do ortoésteres restante rapidamente siga a eliminação do primeiro ortoéster. No caso dos ortoésteres serem diferentes em estrutura, a eliminação dos ortoésteres mais estável, por exemplo aqueles com apenas um ou nenhum grupo Z apresentes, ocorrerá de uma maneira atrasada em média. Se apenas um ortoéster estiver presente, degradação ainda pode ser facilitada pela presença de um ou mais grupos oxo como definidos acima. De acordo com uma modalidade preferida, o átomo de carbono que carrega o grupo oxo é diretamente adjacente a um oxigênio do éter da estrutura do anel do éter de coroa, assim dando origem a um grupo éter. Um tal grupo éster é hidrolisável em plasma e sob condições fisiológicas.
[00029] Em uma modalidade preferida, a meia-vida de um éter de coroa da invenção em plasma é mais curta que 24 horas, mais preferivelmente mais curta que 12 horas, 6 horas, 3 horas, 2 horas, 1 hora, 30 min, 20 min, 10 min ou 5 min. O termo “biodegradável” refere- se à degradação do dito éter de coroa, em que é entendido que a degradação consiste ou inclui clivagem ou hidrólise de pelo um menos um grupo ortoéster do dito éter de coroa.
[00030] Os termos “complexo” e “complexação” são bem conhecidos na técnica e referem-se a uma associação reversível de moléculas, átomos, ou íons através de ligações químicas não covalentes. Usualmente dois pares de interação, um agente complexador tendo uma pluralidade de grupos funcionais e uma molécula pequena, átomo ou íon ligado pela dita pluralidade de grupos funcionais são incluídos. Como aqui usado, o termo complexo não é confinado a íons de metal ligados a um agente complexador. Este diz respeito em geral aos complexos entre um composto da invenção e um cátion ou grupo catiônico também referido como ligante. Os éteres de coroa da invenção fornecem grupos funcionais contendo oxigênio, o oxigênio estando disponível para formação de complexo.
[00031] No seguinte, os éteres de coroa de acordo com a invenção são às vezes referidos como “compostos” da invenção ou “compostos cíclicos” da invenção. Além disso, é entendido que a preferência é dada aos ésteres de coroa que são capazes de melhorar pelo menos um dos seguintes: (a) liberação transmembranosa e/ou transmucosa; (b) solubilidade em solventes não aquosos; e (c) estabilidade de um agente, o dito agente sendo ainda definido abaixo. Também, é entendido que qualquer descrição ou representação gráfica dos compostos da invenção refere-se a tais compostos na medida que a valência e a estabilidade permitam.
[00032] O termo “liberação transmembranosa” diz respeito à capacidade do dito agente ativo para cruzar as membranas celulares. Considerando que as membranas celulares compreendem uma camada hidrofóbica formada pelas partes lipofílicas dos lipídios da membrana, as moléculas carregadas não cruzam facilmente a membrana. Como uma consequência, a liberação ao longo das membranas é desprezível ou zero. É entendido que uma melhoria da liberação transmembranosa também requeira uma melhoria, por exemplo, da liberação transdérmica e da liberação transepitelial.
[00033] O termo “liberação transmucosa” diz respeito à capacidade do dito agente ativo para cruzar a mucosa. Qualquer mucosa é visada, incluindo a mucosa de boca, estômago, intestino, nariz e pulmões. Uma vez que qualquer mucosa compreende membranas celulares, as considerações relativas às membranas celulares acima se aplicam também à mucosa.
[00034] O termo “solubilidade melhorada” refere-se a qualquer aumento da solubilidade no dito solvente não aquoso. Preferivelmente, o aumento na solubilidade é 1,2 vez; 1,5 vez, dobro, triplo, quádruplo, quíntuplo, décuplo, cem vezes ou mil vezes. Também o aumento na solubilidade por mais de três ordens de magnitude é visado deliberadamente.
[00035] O termo “solvente não aquoso” como aqui usado diz respeito aos solventes que não estão em uma base aquosa. O termo “solvente não aquoso” inclui solventes anidros, mas não são confinados a estes. Em outras palavras, o solvente não aquoso pode compreender traços de água. Preferivelmente, a quantidade de água é menor de 5 % em vol, depois 2% em vol, 1% em vol, mais preferido menos de 0,5 % em vol, menos de 0,1 % em vol, menos de 0,01 % em vol ou menos de 0,001 % em vol. O termo inclui solventes orgânicos, em particular solventes orgânicos apolares, solventes orgânicos com um momento de dipolo menor que a água como também solventes orgânicos que sejam hidrofóbicos, isto é, solventes que quase não são ou não são miscíveis com água. O termo “solvente orgânico” é conhecido na técnica e diz respeito às substâncias com base em carbono comumente usadas na indústria química, capazes de dissolver ou dispersar uma ou mais substâncias. Em geral, os solventes orgânicos são mais lipofílicos ou hidrofóbicos que a água. Como uma consequência, seus valores de logP são em geral maiores que zero. Solventes orgânicos de acordo com a invenção referem-se aos solventes de hidrocarboneto insubstituído como hidrocarbonetos parafínicos, alifáticos e aromáticos e seus derivados contendo heterátomos, como oxigênio (por exemplo, alcoóis, cetonas, ésteres de glicol), halogênio (por exemplo, tetracloreto de carbono), nitrogênio (por exemplo, DMF, dimetil formamida e acetonitrila) ou enxofre (por exemplo, DMSO: sulfóxido de dimetila). Solventes orgânicos comumente usados são metanol, etanol, propileno glicol (PG), glicerol, C3 a C10 alcoóis, acetonitrila, butanona, 1,1,1-trifluoroetanol (TFE), hexafluoroisopropanol (HFIP), acetato de etila, tetracloreto de carbono, butanol, éter dibutílico, éter dietílico, cicloexano, cloreto de metileno (diclorometano), hexano, acetato de butila, éter de di-isopropila, benzeno, éter de dipentila, clorofórmio, heptano, tetracloroetileno, tolueno, hexadecano, dimetilformamida (DMF), N-metilpirrolidona (NMP), dimetilacetamida (DMA), tetraidrofurano (THF) e dioxano.
[00036] Solventes não aquosos preferidos de acordo com a invenção incluem solventes que podem ser usados como um constituinte em uma composição farmacêutica ou de diagnóstico e/ou solventes que podem ser usados durante o curso da fabricação e formulação da dita composição farmacêutica ou de diagnóstico. Em outras palavras, o uso médico de tais solventes é aprovado e/ou seu uso não impõe uma ameaça à saúde de um indivíduo a ser tratado. Solventes não aquosos específicos que são visados deliberadamente incluem os solventes orgânicos descritos acima. O termo “solvente não aquoso” também inclui produtos naturais tais como óleos incluindo azeite de oliva e ácidos graxos que podem ser saturados ou não- saturados. Outro solvente não aquoso preferido é um veículo ou diluente hidrofóbico aprovado pelo FDA, tal como por exemplo, mas não limitado a Cremofor EL e gliceróis de acila, em particular gliceróis de C6 a C24 acila ou gliceróis de C6 a C20 acila. De acordo com a invenção, os gliceróis de acila podem ser saturados e insaturados. De interesse particular são gliceróis de C8 - C10 mono-acila e gliceróis de C21-C24 acila monoinsaturados.
[00037] O termo “estabilidade” inclui a vida de prateleira do agente ativo em forma pura ou das formulações compreendendo o agente ativo. Como tal, o termo “estabilidade” diz respeito à estabilidade tanto na forma sólida (complexo puro ou composição farmacêutico ou de diagnóstico sólida) do agente ativo como também na forma líquida/de solução (incluindo formulações líquidas). Termoestabilidade, além disso, inclui também estabilidade contra degradação enzimática. O termo “estabilidade” inclui manutenção da atividade biológica, farmacêutica e/ou de diagnóstico. O termo “estabilidade” também refere-se à estabilidade dos constituintes ou alimento funcional ou suplementos alimentícios descritos aqui abaixo. Tem que ser entendido que melhoria da estabilidade do dito agente ativo não é uma consequência óbvia ou extrapolação de uma melhoria da liberação transmembranosa ou transmucosa. De fato, para a melhoria da estabilidade, a modulação pelo composto cíclico da interação entre as moléculas do agente ativo é relevante ao invés de a modulação da interação entre o agente ativo e o ambiente em uma membrana ou mucosa. Isto é particularmente vantajoso para moléculas ativas facilmente degradáveis, incluindo ácidos nucleicos tais como agentes de RNAi.
[00038] Os éteres de coroa de acordo com a invenção têm a vantagem ainda que sua interação (formação de complexo) com um agente ativo (detalhado mais abaixo) é transiente. O termo “transiente”, como aqui usado, refere-se à reversibilidade sob condições fisiológicas. Na passagem da membrana da célula, mucosa e/ou pele, os compostos cíclicos ou se separam do agente ativo, por exemplo como consequência da presença de ligantes competidores tais como íons de amônio ou amidas primária ou secundária, e/ou são degradados.
[00039] Em uma modalidade preferida, pelo menos uma ocorrência no éter de coroa de R1 e R2 juntos forma um grupo oxo.
[00040] É entendido que (i) nenhum anidrido de ácido está presente naqueles casos onde mais que um grupo oxo está presente, e (ii) um grupo oxo e um grupo da fórmula (II) não estão presentes nas duas posições adjacentes ao mesmo oxigênio do éter, notando que em um tal caso um anidrido seria formado na hidrólise do ortoéster compreendendo o grupo da fórmula (II).
[00041] Em uma outra modalidade preferida, a estrutura do anel do dito éter de coroa é fornecida por 18-coroa-6, 12-coroa-4, 13-coroa-4, 14-coroa-4, 15-coroa-5, 16-coroa-5, 17-coroa-5, 20-coroa-6, 21-coroa- 7 ou 24-coroa-8. Particularmente preferido é 18-coroa-6.
[00042] Em uma outra modalidade preferida, um ou dois grupos oxo estão presentes.
[00043] É preferido que o átomo de carbono que carrega o grupo oxo seja diretamente adjacente a um átomo de oxigênio do éter da estrutura do anel do dito éter de coroa, assim dando surgimento a um grupo éster.
[00044] Em uma outra modalidade preferida, o número de átomos de oxigênio do éter no anel é um número par e um grupo oxo está presente adjacente a cada outro átomo de oxigênio do éter.
[00045] Em uma outra modalidade preferida, (a) um grupo da fórmula (II) e dois grupos oxo; (b) dois grupos da fórmula (II) e um grupo oxo; ou (c) três grupos da fórmula (II) e nenhum grupo oxo estão presentes. Em uma modalidade particularmente preferida, a estrutura do anel do dito éter de coroa é fornecida por 18-coroa-6 e os três grupos de acordo com qualquer uma das opções (a) a (c) ficam localizados em cada outro bloco de construção, o dito bloco de construção sendo o grupo entre colchetes da fórmula (I) acima. Mais preferivelmente, os três grupos de acordo com qualquer uma das opções (a) a (c) ficam localizados de modo que uma simetria de três vezes está presente. Um exemplo de simetria de três vezes é mostrado abaixo.
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[00046] De acordo com a modalidade descrita acima, um, dois ou três dos grupos oxo exibidos são substituídos com um grupo da fórmula (II).
[00047] Em uma modalidade preferida alternativa, (a) um grupo da fórmula (II) e um grupo oxo estão presentes, em que o átomo de carbono do dito grupo da fórmula (II), o dito átomo de carbono que faz parte da estrutura do anel do éter de coroa, está diretamente ligado ao átomo de carbono que carrega o grupo oxo; ou (b) dois grupos da fórmula (II) estão presentes, em que os dois átomos de carbono dos ditos dois grupos da fórmula (II), os ditos átomos de carbono que fazem parte da estrutura do anel do éter de coroa, estão diretamente ligados um ao outro.
[00048] Esta modalidade inclui modalidades, em que o éter de coroa pode ser visto compreender uma metade de ácido oxálico, em que ambos os grupos de carboxila da dita metade de ácido oxálico estão envolvidos nas ligações de éster dentro do anel de éter de coroa, e, além disso, uma ou duas das ditas ligações de éster são modificadas para ser um ortoéster. Éteres de coroa particularmente preferidos deste tipo são os éteres de coroa das fórmulas (V) a (VII).
[00049] Em uma outra modalidade preferida, L é uma ligação covalente.
[00050] Em uma outra modalidade preferida, X e Y são O.
[00051] Em uma modalidade preferida, Z é selecionado de -O- C(=O)-, -C(=O)-O- e -C(=O)-. Particularmente preferido é que R3Z e/ou R4Z sejam R3-O-C(=O)- e/ou R4-O-C(=O)-.
[00052] Em uma outra modalidade preferida, R3 e R4 são independentemente selecionados de hidrogênio, metila, etila, n- propila, i-propila, 2,3-di-hidróxi-propila, e H(OCH2CH2)5-. Em uma modalidade mais preferida, R3 e R4 são selecionados para serem os mesmos.
[00053] Em uma outra modalidade preferida, R3-Z e R4-Z são independentemente selecionados de etil-óxi-carbonila, 2,3-di-hidróxi- propil-óxi-carbonila, e H(OCH2CH2)5-O-C(=O)-. Preferivelmente, R3-Z e R4-Z são os mesmos. Particularmente preferido é que R3-Z e/ou R4-Z sejam etil-óxi-carbonila.
[00054] Éteres de coroa particularmente preferidos da invenção são mostrados abaixo.
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em que R, independentemente para cada ocorrência, é selecionado de hidrogênio; C1 a C10 alquila, alquenila e alquinila lineares ou ramificadas e substituídas ou insubstituídas; arila substituída ou insubstituída com até 10 átomos do anel; e H(OCH2CH2)k-, em que k é um número inteiro de 1 a 10; em que os substituintes, se presentes, são selecionados de OH e halogênio.
[00055] Em modalidades preferidas, R, independentemente para cada ocorrência, é selecionado de hidrogênio, metila, etila, n-propila, i- propila e (H(OCH2CH2)5-). Particularmente preferido é que R seja etila.
[00056] Além disso, prefere-se que em modalidades com mais de uma ocorrência de R, todas as ocorrências de R sejam selecionadas para ser as mesmas.
[00057] No caso da fórmula (VII), um grupo particularmente preferido R é etila.
[00058] A presente invenção também diz respeito a uma composição compreendendo um ou mais éteres de coroa como definidos aqui.
[00059] Uma composição preferida (para mais detalhes sobre as composições, vide abaixo) compreendendo éteres de coroa de acordo com a invenção é ligeiramente acídica, preferivelmente tendo um pH na faixa de cerca de 3 a 5, mais preferivelmente de cerca de 3,5 a 4.
[00060] Como declarado mais abaixo, fornecida é também uma composição farmacêutica ou de diagnóstico compreendendo um ou mais éteres de coroa de acordo com a invenção e um agente farmacêutica ou diagnosticamente ativo como definido mais abaixo. Um exemplo preferido de tal agente ativo é um peptídeo. Para peptídeos que não são solúveis e/ou não estáveis sob pH ácido abaixo de 60, as composições preferidas são não-iônicas. Preferivelmente tal composição não iônica compreende ou consiste, além de um ou mais peptídeos como definidos acima, em gliceróis de monoacila, um solvente orgânico neutro (isto é, não ácido e não básico) e opcionalmente um tensoativo não iônico.
[00061] Preferivelmente tal composição ainda compreende lipídios. De interesse particular são lipídios onde uma molécula de lipídio compreende uma ou mais metades de ácido graxo. Exemplos de tais lipídios são triacilgliceróis, diacilgliceróis, monoacilgliceróis e fosfolipídeos. Ácidos graxos preferidos são ácidos graxos de intensificação de permeabilidade tais como ácidos carboxílicos alifáticos que podem ser saturados ou insaturados, ramificados ou lineares. Também visado é a presença de metades de ácido graxo diferentes dentro de uma molécula de lipídio compreendendo mais de uma metade de ácido graxo. Além disso, misturas de lipídios diferentes são visadas como constituintes da composição definida acima. Exemplos de ácidos graxos de interesse particular incluem ácidos graxos saturados tendo 7-19 átomos de carbono, preferivelmente selecionados de ácido caprílico, ácido octanoico, ácido nonanoico, ácido decanoico, ácido undecanoico, ácido dodecanoico, ácido mirístico, ácido palmítico, ácido esteárico, e ácido araquídico. Exemplos de ácidos graxos insaturados incluem aqueles tendo 7-19 átomos de carbono, preferivelmente selecionados de ácido palmitoleico, ácido oleico, ácido linoleico, e ácido alfa-linoleico.
[00062] Lipídios preferidos adicionais são óleo de rícino (Cremophor EL, d-α-tocoferol (Vitamina E), Beta caroteno e Vitamina A.
[00063] Uma formulação preferida é onde o veículo hidrofóbico não aquoso compreende pelo menos um acilglicerol, pelo menos um lipídio, e opcionalmente, pelo menos um solvente orgânico, tal como um solvente orgânico solúvel em água. Outra formulação preferida é onde o veículo hidrofóbico não aquoso compreende pelo menos um acilglicerol, pelo menos um solvente orgânico solúvel em água, opcionalmente um tensoativo não iônico, e opcionalmente um lipídio.
[00064] Em uma outra modalidade preferida, o agente ativo de acordo com a invenção, preferivelmente um peptídeo, pode ser formulado apenas com um ou mais éteres de coroa da invenção. Em outras palavras, as composições farmacêuticas e de diagnósticos são fornecidas que preferivelmente consistem em um ou mais agentes ativos, preferivelmente um ou mais peptídeos, e um ou mais éteres de coroa da invenção. Em tais modalidades, o éter de coroa pode também funcionar como veículo.
[00065] Exemplos do tensoativo não iônico incluem, mas não são limitados a, óleo de rícino hidrogenado de polioxila 35, de polioxila 40 (Cremophor RH 40), e óleo de rícino hidrogenado de polioxila 60 (Cremophor RH 60), como também d-α-tocoferol, succinato de polietileno glicol 1000, polissorbato 20, polissorbato 80, Monolaurato de sorbitan (Span 20), Monopalmitato de sorbitan (Span 40); Monoestearato de sorbitan (Span 60); Mono-oleato de sorbitan (Span 80), Solutol HS 15, Mono-oleato de sorbitan, poloxâmero 407, Labrafil M-1944CS, Labrafil M-2125CS, Labrasol, Gellucire 44/1.
[00066] Uma formulação preferida ainda é onde o lipídio é um ácido graxo. Ácidos graxos preferidos são dados acima. Sob tais condições, a presença de um ou dois grupo de retirada de elétrons Z no ortoéster tem um efeito de estabilização no éter de coroa da invenção. Uma composição preferida é uma composição farmacêutica ou de diagnóstico como mais detalhada abaixo.
[00067] Sob condições sendo quase pH neutro, incluindo condições fisiológicas, os éteres de coroa de acordo com a invenção são mais lábeis. Em geral, ortoésteres são mais estáveis em pH básico, com estabilidade diminuindo para pH neutro. Quando um ou mais grupos Z estiverem presentes, o grupo Z sendo um éster com o grupo carbonila que está diretamente ligado à estrutura cíclica da fórmula (II), o éster será clivado em pH neutro e sob condições fisiológicas, assim desencadeando eliminação do ortoéster carregando o grupo Z. Labilidade dos éteres de coroa da invenção sob condições fisiológicas é desejável, notando que sob liberação de um agente farmacêutica ou diagnosticamente ativo complexado com um ou mais éteres de coroa da invenção, os ditos éteres de coroa são em geral não mais neces-sários e sua degradação é preferida.
[00068] Condições fisiológicas de acordo com a presente invenção podem variar significativamente, por exemplo ao comparar o interior de uma célula ao espaço extracelular. Condições intracelulares exemplares compreendem 14 mM de Na+, 140 mM de K+, 10-7 mM de Ca2+, 20 mM de Mg2+, 4 mM de Cl-, 10 mM de HCO3-, 11 mM de HPO42- e H2PO4-, 1 mM de SO42-, 45 mM de fosfocreatina, 14 mM de carnosina, 8 mM de aminoácidos, 9 mM de creatina, 1,5 mM de lactato, 5 mM de ATP, 3,7 mM de monofosfato de hexose, 4 mM de proteína e 4 mM de ureia. Condições intersticiais exemplares compreendem 140 mM de Na+, 4 mM de K+, 1,2 mM de Ca2+, 0,7 mM de Mg2+, 108 mM de Cl-, 28,3 mM de HCO3-, 2 mM de HPO42- e H2PO4- , 0,5 mM de SO42-, 2 mM de aminoácidos, 0,2 mM de creatina, 1,2 mM de lactato, 5,6 mM de glicose, 0,2 mM de proteína e 4 mM de ureia.
[00069] A presente invenção fornece uma composição farmacêutica ou de diagnóstico compreendendo, além disso, um ou mais éteres de coroa de acordo com a invenção e um agente farmacêutica ou diagnosticamente ativo, o dito agente farmacêutica ou diagnosticamente ativo compreendendo um ou mais grupos amino protonados primários e/ou secundários e/ou grupos guanidínio protonados e/ou o dito agente farmacêutica ou diagnosticamente ativo é um sal com um íon de metal ou com um íon de amônio (NH4+). O termo “agente farmaceuticamente ativo” refere-se a qualquer agente capaz de suscitar efeitos farmacêuticos. O termo “fármaco” é equivalentemente usado aqui. Uma composição farmacêutica de acordo com a invenção compreende um ou mais agentes farmaceuticamente ativos. Pode também compreender mais de um éter de coroa de acordo com a invenção.
[00070] Outras características preferidas e constituintes das composições farmacêuticas e de diagnósticos de acordo com a invenção são descritas aqui acima junto com as composições de acordo com a invenção. Em particular, as composições ligeiramente acídicas, preferivelmente tendo um pH na faixa de cerca de 3 a 5, mais preferivelmente de cerca de 3,5 a 4.
[00071] Na dita composição, (a) liberação transmembranosa e/ou transmucosa; (b) solubilidade em solventes não aquosos; e/ou (c) estabilidade do dito agente são melhoradas devido à presença de um ou mais éteres de coroa de acordo com a invenção. Consequentemente, é visado que, de acordo com uma modalidade preferida, a dita composição seja confeccionada para liberação transdérmica e/ou transmucosa.
[00072] O termo “formulação” diz respeito ao preparo ou confecção de uma composição farmacêutica ou de diagnóstico.
[00073] A invenção diz respeito, além disso, ao uso de um éter de coroa de acordo com a invenção na formulação de um agente farmacêutica ou diagnosticamente ativo, o dito agente ativo compreendendo um ou mais grupos amino protonados primários e/ou secundários e/ou grupos guanidínio protonados e/ou o dito agente farmacêutica ou diagnosticamente ativo é um sal com um íon de metal ou com um íon de amônio.
[00074] Também fornecido é um método de preparar uma composição farmacêutica ou de diagnóstico compreendendo a etapa de colocar em contato um éter de coroa de acordo com a invenção com um agente farmacêutica ou diagnosticamente ativo, o dito agente compreendendo um ou mais grupos amino protonados primários e/ou secundários e/ou grupos guanidínio protonados e/ou sendo um sal com um íon de metal ou com um íon de amônio.
[00075] “Colocar em contato” de acordo com a invenção será realizado sob condições adequadas para a formação de um complexo entre o um ou mais grupos amino protonados primários e/ou secundários e/ou grupos guanidínio protonados com o dito éter de coroa.
[00076] Condições adequadas para a formação de complexo incluem uma solução do dito agente farmacêutica ou diagnosticamente ativo e do dito éter de coroa em uma mistura de água e um ou mais solventes orgânicos (por exemplo uma mistura de água, acetonitrila e álcool), um solvente orgânico que contém 1 a 10 % vol de água, ou um solvente orgânico. Solventes orgânicos preferidos são solventes polares e/ou próticos tais como metanol ou etanol. Alternativamente, também solventes apolares e apróticos podem ser usados tais como diclorometano. Em uma modalidade preferida do método da invenção, o dito colocar em contato ocorre em uma solução do dito agente farmacêutica ou diagnosticamente ativo e do dito éter de coroa em um solvente polar e/ou prótico. Em uma outra modalidade preferida, o dito solvente polar e/ou prótico é subsequentemente removido, por exemplo por evaporação. Em uma modalidade mais preferida, o complexo obtido sob evaporação é absorvido em um solvente apolar ou uma mistura hidrofóbica que é preferivelmente uma mistura de lipídio. A mistura de lipídio pode incluir lipídios diferentes. Como declarado mais acima, o termo “lipídio” compreende mas não é limitado a um ácido graxo. Ácidos graxos preferidos são ácidos graxos de intensificação da permeabilidade tais como ácidos carboxílicos alifáticos, acil-gliceróis, e lipídios de não-ácido tais como vitaminas A e E. A mistura de lipídio opcionalmente contém um solvente orgânico. Ácidos carboxílicos alifáticos preferidos são definidos mais acima. Este procedimento de duas etapas de preparar um complexo dissolvido em um solvente apolar e aprótico pode render soluções do dito agente ativo de concentração mais alta quando comparado ao procedimento “direto” de combinar o agente ativo, o éter de coroa, e o solvente apolar e aprótico.
[00077] Preferivelmente, o dito agente ativo é um peptídeo, um polipeptídeo, uma proteína, uma molécula pequena, um sacarídeo, um polissacarídeo ou um ácido nucleico, mais preferivelmente um agente de RNAi.
[00078] O termo “peptídeo” refere-se a um polímero de aminoácidos que consiste em até 30 aminoácidos. O termo “polipeptídeo” refere-se aos polímeros de aminoácidos que compreendem mais de 30 aminoácidos. O termo “polipeptídeo”, além disso, compreende proteínas, contanto que as proteínas consistam em um polipeptídeo simples. Proteínas em geral podem também compreender mais de uma cadeia de polipeptídeo. Também aqui usado é o termo (poli)peptídeo. Este termo abrange peptídeos e polipeptídeos.
[00079] Os termos “peptídeo”, “polipeptídeo” e “proteína” incluem compostos que compreendem um ou mais aminoácidos de ocorrência não-natural tais como beta-alanina, ácido alfa-aminobutírico, ácido gama-aminobutírico, ácido alfa-aminoisobutírico, norvalina, norleucina, epsilo-lisina, ornitina, homosserina e hidroxiprolina. Além disso, os grupos reativos incluindo o término N e C podem ser bloqueados pelos grupos de proteção. Também outra derivatização dos peptídeos, polipeptídeos e proteínas como conhecidos na técnica, incluindo modificações pós-translacionais de ocorrência natural, é incluída deliberadamente.
[00080] Uma “molécula pequena” tem um peso molecular sendo preferivelmente abaixo de 1000, mais preferivelmente abaixo de 900, abaixo de 800, abaixo de 700 ou abaixo de 600 g mol-1. Preferido é também um peso molecular de cerca de 500 ou menos. Porém, outros agentes ativos que não necessariamente sejam biomoléculas selecionadas de peptídeos, polipeptídeos, proteínas, sacarídeos e ácidos nucleicos e tendo um peso molecular entre 500 e 5000 g mol-1, são visados.
[00081] O termo “molécula pequena” compreende moléculas pequenas orgânicas e inorgânicas.
[00082] Uma “molécula orgânica pequena” é uma molécula pequena compreendendo um esqueleto de carbono e, opcionalmente um ou mais heteroátomos, preferivelmente selecionados de O, N, S e P.
[00083] Mostra que os efeitos vantajosos dos éteres de coroa da presente invenção, incluindo melhoria da liberação transmembranosa e/ou transmucosa, da solubilidade em solventes não aquosos, e/ou da estabilidade dos agentes ativos sendo complexados com um éter de coroa da invenção não só são observados com os agentes ativos sendo moléculas pequenas, mas também com os agentes ativos sendo peptídeos, polipeptídeos ou proteínas. Isto é particularmente surpreendente, uma vez que mecanismos ou efeitos completamente diferentes são responsáveis pela dita melhoria em qualquer caso. No caso de moléculas pequenas, a complexação com éteres de coroa da invenção tipicamente leva a uma proteção substancial da dita molécula pequena. Isto é por causa do tamanho, é uma molécula pequena (o éter de coroa) complexando com outra molécula pequena (o agente farmaceuticamente ativo). Além disso, as moléculas pequenas, devido ao seu tamanho pequeno (por exemplo, na faixa de 500 Dáltons ou menos) podem também ser absorvidas através de um mecanismo paracelular, isto é, através dos poros ou canais pequenos entre as células que compõem o tecido. Se, além disso, a molécula pequena em questão possuir outras características específicas incluindo uma hidrofobicidade pronunciada, a molécula é absorvida por meio de uma via transcelular, isto é, por absorção passiva, também. Além disso, tem que ser entendido que quaisquer propriedades, em particular propriedades fisicoquímicas da dita molécula pequena, as ditas pro-priedades comprometendo, por exemplo a liberação transmembranosa e/ou transmucosa, ficam menos relevantes sob complexação, uma vez que a complexação requer proteção essencialmente de toda a molécula pequena devido à similaridade de tamanho.
[00084] No caso de biopolímeros tais como por exemplo peptídeos, polipeptídeos, proteínas, sacarídeos, polissacarídeos e ácidos nucleicos, por outro lado, proteção da molécula inteira pelo éter de coroa da invenção tipicamente não ocorre uma vez que, em geral, o tamanho de um polipeptídeo ou proteína excederá significativamente o tamanho do dito éter de coroa; não obstante, a dita melhoria ainda ocorre. Surpreendentemente confirmar-se que diferente das moléculas pequenas sendo conhecidas para cruzar as membranas, a proteção local das cargas nos ditos peptídeos, polipeptídeos ou proteínas, que do contrário são conhecidos não cruzar as membranas, é suficiente para requerer a dita melhoria. Uma proteção global do peptídeo, polipeptídeo ou proteína inteiro surpreendentemente mostra não ser a força motriz principal quando a dita melhoria é para ser alcançada.
[00085] Nas modalidades descritas acima, uma mistura dos éteres de coroa pode ser usada de acordo com a invenção. Porém, preferivelmente apenas uma espécie química é usada.
[00086] A capacidade dos éteres de coroa da invenção para formar um complexo com o dito grupo amino protonado primário ou grupo amino protonado secundário ou grupo guanidínio protonado pode ser verificada de uma maneira direta pela pessoa versada.
[00087] Um ensaio adequado compreende avaliação da solubilidade de um agente ativo tal como um peptídeo ou proteína, por exemplo insulina ou eritropoietina, em solvente orgânico, por exemplo metanol, etanol ou diclorometano. Em um primeiro experimento, a solubilidade do peptídeo, polipeptídeo ou proteína no solvente orgânico é determinada. Em um segundo experimento, um excesso molar de 1,1 a dez vezes, mais preferivelmente um excesso molar de 1,5 - a cinco vezes de um éter de coroa da invenção é acrescentado ao peptídeo ou proteína junto com o solvente orgânico. O termo “excesso molar” refere-se a uma quantidade do éter de coroa que excede a quantidade de grupos amino protonados primários, grupos amino protonados secundários e grupos guanidínio protonados do peptídeo ou proteína ou qualquer metade positivamente carregada incluindo contraíons orgânicos e inorgânicos nos carboxilatos negativamente carregados. Na ausência de um éter de coroa da invenção, o peptídeo/proteína gera uma suspensão, suspensão coloidal ou depósitos na forma de partículas.
[00088] Em uma outra modalidade do ensaio, qualquer material insolúvel ainda presente em qualquer experimento pode ser removido por centrifugação e a concentração de peptídeo/proteína na solução subsequentemente determinada por meios conhecidos na técnica. Tais meios incluem análise de HPLC do sobrenadante da centrifugação e determinação da quantidade de peptídeo ou proteína determinando a área do pico de peptídeo/proteína no cromatograma.
[00089] Preferivelmente, a constante de dissociação KD do dito complexo é menos que 10-3, mais preferido menos que 10-4, 10-5 ou 10-6 mol-1 l.
[00090] O termo “íon de metal” como aqui usado refere-se a qualquer íon de metal. Preferivelmente diz respeito aos íons daqueles metais que estão presentes no corpo humano. Íons de metal preferidos específicos incluem Na+, K+, Ca2+, Li+ e Mg2+.
[00091] Preferivelmente, a dita composição farmacêutica ou de diagnóstico é para ser liberada oralmente de um modo não invasivo tal como, bucal, sublingual, nasal, pulmonar, dérmica, transdérmica, ocular e/ou retalmente. O termo “bucal” inclui composições sendo absorvidos na boca. Como declarado acima, é uma das vantagens da presente invenção que os agentes ativos que até agora puderam apenas ser liberados de uma maneira invasiva, podem agora, em vista do ensinamento da presente invenção, ser obtidos em sua forma complexada com éteres de coroa da invenção e administrados de uma maneira não invasiva. Também preferido, pelas razões declaradas acima, é administração subcutânea.
[00092] Sacarídeos e polissacarídeos preferidos são sacarídeos e polissacarídeos tendo um ou mais grupos ácido sulfônico (-SO3-) tais como heparina. Heparina é um grupo heterogêneo de mucopolissacarídeos aniônicos de cadeia reta, chamados glicosaminoglicanos tendo propriedades anticoagulantes. Embora outros possam estar presentes, os açúcares principais que ocorrem na heparina são: (1) 2-sulfato de ácido a-L-idurônico, (2) 6-sulfato de 2- deóxi-2-sulfamino-a-D-glicose, (3) ácido e-D-glucurônico, (4) 2-ace- tamido-2-deóxi-a-D-glicose, e (5) ácido a-L-idurônico. Estes açúcares estão presentes em quantidades decrescentes, usualmente na ordem (2) > (1) > (4) > (3) > (5), e são unidos por ligações glicosídicas, formando polímeros de tamanhos variados. Heparina é fortemente acídica por causa de seu conteúdo de grupos sulfato e ácido carboxílico covalentemente ligados. Em heparina sódica, os prótons acídicos das unidades de sulfato são substituídos parcialmente pelos íons de sódio. Mostrado abaixo é um fragmento representativo de Heparina sódica:
Figure img0008
[00093] Heparina sódica, e Heparina de cálcio foram aprovadas como medicamentos. Os usos da presente invenção são esperados permitir uma intensificação da absorção, liberação e/ou estabilidade (metade vida) da Heparina sódica e Heparina de cálcio. O mesmo é esperado aplicar a um sal de lisina de heparina.
[00094] No caso de agentes farmaceuticamente ativos sendo ácidos nucleicos, é visado usar os éteres de coroa para a proteção das cargas positivas dos contraíons dos fosfatos negativamente carregados. Os ditos contraíons (positivamente carregados) incluem amônio, aminoácidos tais como Lys e derivados dos mesmos, e íons de metal. Também incluídos são ácidos nucleicos onde o fosfato é estereficado com um grupo alquil amino ou alquil guanidino. Ácidos nucleicos de acordo com a presente invenção, incluem DNA, tal como cDNA ou DNA genômico, e RNA. Além disso, o termo “ácido nucleico” inclui oligonucleotídeos unifilamentados e bifilamentados. É entendido que o termo “RNA” como aqui usado compreende todas as formas de RNA incluindo mRNA, ncRNA (RNA de não codificação), rRNA e tRNA. O termo “RNA de não codificação” inclui siRNA (RNA interferente pequeno), miRNA (micro RNA), rasiRNA (RNA associado à repetição), snoRNA (RNA nucleolar pequeno), e snRNA (RNA nuclear pequeno).
[00095] Um ácido nucleico preferido é um agente de RNAi. Agentes de RNAi são agentes capazes de desencadear a interferência do RNA. Agentes de RNAi incluem RNAs interferentes pequenos. O termo “RNA interferente pequeno” (siRNA), às vezes conhecido como RNA interferente curto ou RNA de silenciamento, refere-se a uma classe de moléculas de RNA em geral curtas e bifilamentadas que representam uma variedade de papéis na biologia e, em uma extensão crescente, no tratamento de uma variedade de doenças e condições. Notavelmente, siRNA está envolvido na via de interferência do RNA (RNAi) onde o siRNA interfere com a expressão de um gene específico (vide, por exemplo Zamore Nat Struct Biol 2001, 8(9):746- 50; Tuschl T. CHEMBIOCHEM. 2001, 2:239-245; Scherr e Eder, Cell Cycle. fev de 2007;6(4):444-9; Leung e Whittaker, Pharmacol Ther. ago. de 2005;107(2):222-39; de Fougerolles e outros, Nat. Rev. Drug Discov. 2007, 6: 443-453). Além disso, compreendidos estão os ácidos ribonucleicos bifilamentados que, ao processar dentro de uma célula ou organismo, por exemplo pela enzima Dicer, dão origem aos siRNAs.
[00096] Polipeptídeos ou proteínas preferidos são anticorpos. O termo “anticorpo” inclui anticorpos monoclonais, anticorpos policlonais, anticorpos de cadeia simples, ou fragmentos dos mesmos, também incluindo anticorpos biespecíficos, anticorpos sintéticos, fragmentos de anticorpo, tais como fragmentos Fab, F(ab2)’, Fv ou scFv etc., ou um derivado quimicamente modificado de qualquer um destes. Anticorpos a serem empregados de acordo com a invenção ou sua(s) cadeia(s) de imunoglobulina correspondente(s) pode(m) ser ainda modificado(s) usando técnicas convencionais conhecidas na técnica, por exemplo, usando deleção(ões) de aminoácido, inserção(ões), substituição(ões), adição(ões), e/ou recombinação(ões) e/ou quaisquer outras modificação(ões) conhecida(s) na técnica ou sozinhas ou em combina-ção. Métodos para introduzir tais modificações na sequência de DNA subjacente à sequência de aminoácido de uma cadeia da imunoglobulina são bem conhecidos à pessoa versada na técnica; vide, por exemplo, Sambrook, Molecular Cloning: A Laboratory Manual, Cold Spring Harbor Laboratory, Cold Spring Harbor, NY, 1989.
[00097] O termo “anticorpo monoclonal” ou “policlonal” (vide Harlow e Lane, (1988), loc. cit.) também diz respeito aos derivados dos ditos anticorpos que retêm ou essencialmente retêm sua especificidade de ligação.
[00098] O termo “fragmento de scFv” (fragmento de Fv cadeia simples) é bem entendido na técnica e preferido devido ao seu tamanho pequeno e à possibilidade para facilmente produzir tais fragmentos através de meios recombinantes.
[00099] Em uma modalidade particularmente preferida do uso ou do método da invenção, o dito anticorpo ou porção de ligação do anticorpo ou é derivado de um anticorpo humano ou de um anticorpo humanizado.
[000100] O termo “anticorpo humanizado” significa, de acordo com a presente invenção, um anticorpo de origem não humana onde pelo menos uma região de determinação de complementaridade (CDR) nas regiões variáveis tais como CDR3 e preferivelmente todas as 6 CDRs foram substituídas por CDRs de um anticorpo de origem humana tendo uma especificidade desejáda. Opcionalmente, a(s) região(ões) constante(s) não humana(s) do anticorpo foi/foram substituída(s) por região(ões) constante(s) de um anticorpo humano. Métodos para a produção de anticorpos humanizados são descritos, por exemplo, em EP-A1 0 239 400 e WO90/07861.
[000101] Os termos “molécula pequena” ou, onde aplicável, “molécula orgânica pequena” como aqui usados incluem os agentes listados no seguinte, em que a indicação médica correspondente é também fornecida: (a) Antibióticos sintéticos e naturais: Derivados do anel piridônico (ácido nalidixix, ácido oxolínico), Derivados de penicilina (Benzil-penicilina, Fenoximetil-penicilina. Meticilina, Oxacilina, Ampicilina, Amoxicilina, Pivampicilina, Talampicilina, Carbe- nicilina, Ticarcilina), Derivados de cefalosporina (Cefalosporina C, Ce- faloglicina, Cefotaxima, Cefmetazol, Cefradina, Cefalexina, Cefalotina, Cefaloridina, Cefazolina, Cefsulodina, Cefacetril, Cefapirina, Cefuroxima, Cefamandol, Cefoxitina, Cefazol Cefoperazona, Ceftriaxona), antibióticos de aminoglicosídeo (Estreptomicina, Neomicina, Gentamicina, Tobramicina, Amicacina), Polienos (Nistatina, Anfotericina B), Antitubercolose (Ácido para-aminos- salicílico) (b) Neurotransmissores: Catecolaminas (Adrenalina, Noradrenalina, L-dopamina LevoDopa, Malevodopa (metil éster de Levodopa e análogos dos mesmos), Dopamina, Carbidopa, Serotonina, (ácido amino-butírico (GABA); (c) Não esteroides anti- inflamatórios e analgésicos: Ácido salicílico, Ácido acetilsalicílico; Ácidos fenilacético: Ibuprofeno, Fenoxiprofeno, Cetoprofeno, Naproxeno, Diclofenaco; Ácidos eterocíclicos-acéticos: Indometacina, Clometacina, Sulindaco, Zomepiraco, Ácido tiaprofeico; Ácidos antraní- licos: Ácido mefenâmico, Ácido Flufenâmico, Ácido meclofenâmicos, Ácido tolfenâmico, Ácido niflúmico, (d) Anticoágulos: Heparina (ou derivados de sódio ou de cálcio), Sulfato de dermatan, Enoxaparina sódica, Dalteparina sódica; (e) Diuréticos: Furosemida, Bumetanida, Ácido etacrínico, Ácido tienílico, Triamtereno, Amilorida; (e) Vários: Ácido valproico (anti-epilético), Ácido clavulânico (inibidor das β- Lactamases), Sais de lítio (antipsicótico).
[000102] É entendido que a invenção também adicionalmente diz respeito às moléculas pequenas terapeuticamente relevantes que são modificadas de acordo com os usos e métodos da invenção, isto é, por meio da formação de complexo. Neste caso, a indicação médica visada é a indicação que pode ser impedida, melhorada ou curada com a molécula pequena sob consideração.
[000103] O termo “peptídeo” de acordo com a presente invenção e doenças associadas a ser tratadas incluem: (a) o peptídeo é Lisinopril também conhecido como Privinil e a doença é hipertensão; (b); o peptídeo é Goserrelina, análogo de decapeptídeo sintético do hormônio de liberação de hormônio luteinizante (LHRH) e a doença é Câncer de Próstata; (c) o peptídeo é Calcitonina e a doença é Osteoporose; (d) o peptídeo é Leuprolida e a doença é Câncer de Próstata; (e) o peptídeo é Glucagon e a doença é hipoglicemia; (f) o peptídeo é Integrilina e a doença é Anticoagulação; (g) o peptídeo é hirudina e é usado como anticoagulante e agente antitrombótico; (h) o peptídeo é desmopressina sendo um análogo de vasopressina e é terapeuticamente usado como um antidiurético e no controle de hemorragia em indivíduos com algumas formas de hemofilia e doença de von Willebrand, e em que o (poli)peptídeo é modificado como definido aqui acima, isto é, por formação de um complexo com os compostos cíclicos da invenção.
[000104] É entendido que a invenção também adicionalmente diz respeito ao uso de peptídeos terapeuticamente relevantes que são modificados (isto é, complexados) de acordo com a invenção. Neste caso, a indicação médica visada é a indicação que pode ser impedida, melhorada ou curada com o peptídeo ou polipeptídeo sob consideração.
[000105] O termo “(poli)peptídeo” de acordo com a presente invenção e doenças associadas a serem tratadas incluem: (a) o (poli)peptídeo é insulina (Incluindo Insulina Lispro, insulina aspart, e a doença é diabetes; (b) o (poli)peptídeo é Epoietina alfa e a doença é anemia; (c) o (poli)peptídeo é Epoietina beta e a doença é anemia;. (d) o (poli)peptídeo é Darbepoetina e a doença é anemia; (e) o (poli)peptídeo é Eritropoietina e a doença é anemia ou insuficiência renal crônica; (f) o (poli)peptídeo é Filgrastim e as indicações são Distúrbios imunes, leucemia, úlceras de pé diabético; Leucopenia, e doenças neoplásticas; (g) o (poli)peptídeo é Lenograstim e a indicação é Leucopenia; (h) o (poli)peptídeo é Sargramostina e a indicação é Leucopenia; (i) o (poli)peptídeo é Molgramostina e a indicação é Leucopenia; (j) o (poli)peptídeo é Mirimostim e a indicação é Leucopenia; (k) o (poli)peptídeo é Nartograstim e a indicação é Leucopenia; (l) o (poli)peptídeo é GCSF e a doença é Neutropenia induzida por quimioterapia; (m) o (poli)peptídeo é GMCSF e a indicação é Transplante de medula óssea autólogo; (n) o (po- li)peptídeo é uma asparaginase e a doença é câncer; Formas de câncer preferidas tratáveis por tratamento com asparaginases são leucemias linfoblásticas e linfoma de célula grande; (o) o (poli)peptídeo são os produtos do Fator VIIa, Fator VIII, Fator IX (Fatores de coágulo sanguíneo) e a doença é Hemofilia A, Hemofilia b; (p) o (poli)peptídeo é interferona α-alfa (inclui interferona alfa-2a, interferona alfa-2b, interferona alfacon-1, interferona alfa 3n), e a doença é hepatite crônica B ou C e alguns tipos de câncer; (q) o (poli)peptídeo é interferona β (em que -beta- inclui interferona beta-1a, e interferona beta 1b) para tratar Esclerose Múltipla e hepatite; (r) o (poli)peptídeo interferona Y (em que -gama- inclui Interferona gama-1b). e a doença é fibrose, tuberculose, meningite ou câncer; (s) o (poli)peptídeo é hormônio de crescimento humano (hGH) e a doença é Deficiência de crescimento humano em crianças; (t) o (poli)peptídeo é somatrem/somatropina e a doença é Deficiência de hormônio do crescimento em crianças; (u) o (poli)peptídeo é uma superóxido dismutase e a doença é uma lesão cerebral; (v) o (poli)peptídeo é interleucina-2 e a doença é câncer (câncer renal metastático) ou uma condição que requer imunoestimulação; (w) Antagonista do hormônio de crescimento humano (hGH) B2036 é bem conhecido na técnica. B2036 é obtido de hGH pela introdução de nove substituições de aminoácido que conferem propriedades antagonísticas e afinidade de receptor aumentada (vide patente US 5.849.535). Para o propósito de tratar acromegamente qualquer outro hormônio de crescimento, o antagonista do receptor (GH) (alternativamente ou além do antagonista do receptor de GH B2036) é visado; (x) o (poli)peptídeo é Transtuzumab e a doença é Câncer; (y) o (poli)peptídeo é Exendina-4 e a doença é Diabetes II ou obesidade; (z) o peptídeo é PTH 1-34 (teriparatídeo) e a doença é Osteoporose; (aa) o peptídeo é Taspo- glutida e a doença é Diabetes II ou obesidade; (bb) o peptídeo é Lira- glutida e a doença é Diabetes II ou obesidade;. (cc) o peptídeo é Albiglutida e a doença é Diabetes II ou obesidade; (dd) o peptídeo é Taspoglutida e a doença é Diabetes II ou obesidade; (ee) o peptídeo é ZP10 (AVE0010) e a doença é Diabetes II ou obesidade; (ff) o peptídeo é OP-286 e a doença é Diabetes II ou obesidade. É entendido que o termo (poli)peptídeo como aqui usado inclui peptídeos, polipeptídeos e proteínas.
[000106] É entendido que a invenção também diz respeito ao uso de outros (poli)peptídeos terapeuticamente relevantes que são modificados (isto é, complexados) de acordo com a invenção. Neste caso, a indicação médica visada é a indicação que pode ser impedida, melhorada ou curada com o (poli)peptídeo sob consideração.
[000107] O termo “agente diagnosticamente ativo” refere-se a qualquer agente adequado para praticar um método de diagnose. Exemplos incluem peptídeos, polipeptídeos, anticorpos ou moléculas orgânicas pequenas que ligam uma molécula alvo, sua presença, ausência e/ou quantidade é para ser determinada. A molécula alvo, por sua vez, pode ser qualquer molécula que ocorra no corpo humano ou animal em um estado saudável e/ou doente. O termo “molécula alvo” inclui peptídeos, polipeptídeos e proteínas. Preferivelmente, o dito agente diagnosticamente ativo é detectavelmente marcado.
[000108] O agente farmacêutica ou diagnosticamente ativo de acordo com a invenção apresenta um ou mais grupos protonados selecionados dos grupos amino primários (-NH3+), grupos amino protonados secundários (-NH2+-) e grupos guanidínio protonados (-NH- C(=NH2+)-NH2). A presença de um ou mais cargas positivas limita as possibilidades para formular e liberar o dito agente na ausência dos éteres de coroa da invenção. Em uma modalidade preferida, o dito grupo amino primário ou secundário é um grupo amino alifático primário ou secundário, respectivamente. Também, o dito grupo guani- dínio é preferivelmente um grupo guanidínio alifático, isto é, um grupo guanidínio ligado a uma metade alifática. Naqueles casos onde o dito agente ativo é um peptídeo, polipeptídeo, proteína ou anticorpo, é entendido que “grupo amino alifático primário” inclui ou refere-se ao grupo amino de Lys, “grupo guanidínio alifático” inclui ou refere-se ao grupo guanidínio de Arg e “grupo amino secundário” refere-se a His e Trp.
[000109] Além dos agentes farmacêutica ou diagnosticamente ativos, os constituintes de alimento funcional ou suplementos alimentícios podem ser complexados com os compostos da invenção, contanto que o constituinte de um alimento funcional ou o constituinte de um suplemento alimentício carregue um ou mais grupos amino protonados primários, grupos amino protonados secundários e grupos guanidínio protonados e/ou é um sal com um íon de metal. Tal constituinte (também referido como agente ativo) pode ocorrer do agente farmacêutica ou diagnosticamente ativos nos usos e métodos da invenção. Um exemplo de uns constituintes de alimento funcional é creatina.
[000110] Consequentemente, a presente invenção também diz respeito ao uso de um éter de coroa da invenção; em que o dito éter de coroa é capaz de formar um complexo com um grupo amino protonado primário e/ou protonado secundário e/ou um grupo guanidínio protonado e/ou com um sal com um íon de metal para melhorar (a) liberação transmembranosa e/ou transmucosa; (b) solubilidade em solventes não aquosos; e/ou (c) estabilidade de um agente ativo, em que o dito agente ativo compreende um ou mais grupos amino protonados primários e/ou secundários e/ou uns grupos guanidínio protonados. O termo agente ativo compreende agentes ou fármacos farmaceuticamente ativos, agentes diagnosticamente ativos como também constituintes de alimento funcional e constituintes de suplementos alimentícios.
[000111] As composições farmacêuticas de acordo com a invenção podem ainda compreender veículos, excipientes e/ou diluentes farmaceuticamente aceitáveis. Exemplos de veículos, excipientes e/ou diluentes farmacêuticos adequados são bem conhecidos na técnica e incluem soluções Salinas tamponadas de fosfato, água, emulsões, tais como emulsões de óleo/água, vários tipos de agentes umectantes, soluções estéreis etc. Veículos ou diluentes preferidos para liberação transmembranosa ou transmucosa para formulação de acordo com a invenção incluem os solventes não aquosos debatidos mais abaixo. Composições que compreendem tais veículos podem ser formuladas por métodos convencionais bem conhecidos. Estas composições farmacêuticas podem ser administradas ao sujeito a uma dose adequada. O regime de dosagem será determinado pelo médico assistente e dependendo dos fatores clínicos. Como é bem conhecido nas técnicas médicas, dosagens para qualquer um paciente depende de muitos fatores, incluindo o tamanho do paciente, área de superfície do corpo, idade, do composto particular a ser administrado, sexo, tempo e rota de administração, saúde geral, e outros fármacos sendo administradas simultaneamente. Substância proteinácea farmaceuticamente ativa pode estar presente em quantidades entre 1 ng e 10 mg/kg de peso do corpo por dose; porém, doses abaixo ou acima desta faixa exemplar são previstas, especialmente considerando os fatores acima mencionados. Formulações visadas compreendem microesferas, lipossomas, microcápsulas, e nanopartículas ou nanocápsulas, além disso.
[000112] Para também explicar, o aumento de hidrofobicidade pela proteção da(s) carga(s) positiva(s) presente(s) no agente farmacêutica ou diagnosticamente ativo de acordo com as composições, usos e métodos da presente invenção abrem possibilidades para projetar novas abordagens de liberação: por exemplo, atraindo o ingrediente ativo nos (i) lipossomas, (ii) microesferas, (iii) microcápsulas, (iv) nanopartículas/nanocápsulas compostas de, por exemplo, mas não limitadas a, ácidos poliacrílicos (PAA), ácidos polimetacrílicos (PMAA), ácidos poliláctico e glicólico (PLGA), mesilato de gabexato (GM), quitosana, amido, cloreto de tereftaloíla (TC), ciclodextrinas reticuladas, poli(etilcianoacrilato) (PECA), PEGs, e outros.
[000113] Adicional visado constituintes das composições farmacêuticas ou de diagnósticos de acordo com a invenção inclui ciclodextrinas (vide, por exemplo, Irie e Uekama (1999) ou Challa e outros (2005)) e/ou quitosana. Composições compreendendo ciclodextrinas ou quitosana podem exibir características de retardo, isto é, elas fornecem uma liberação controlada e/ou uma liberação em um período estendido de tempo do agente ativo. Ciclodextrinas formam complexos de inclusão com as metades hidrofóbicas presentes em um composto. As ciclodextrinas são conhecidas para ter cavidades internas lipofílicas e superfícies externas hidrófilas e são capazes de interagir com um número grande de moléculas. Ciclodextrinas são usadas na formulação para melhorar a solubilidade de fármaco evidente dos fármacos hidrofóbicos (fracamente solúveis em água) e desse modo intensificam a biodisponibilidade dos fármacos insolúveis aumentando a solubilidade do fármaco, dissolução, e ou permeabilidade do fármaco. No contexto da presente invenção, a hidrofobicidade intensificada do agente ativo devido à proteção da(s) carga(s) positiva(s) pelos éteres de coroa da invenção permite incorporação mais direta e mais profunda dentro do núcleo lipofílico da estrutura de ciclodextrina. Em outras palavras, um agente ativo hidrófilo que não seja covalente e temporariamente complexado com os compostos da invenção altera suas propriedades biofísicas e fica hidrofóbico de modo que este - ou as partes hidrofóbicas - pode ser inserido na parte interna (núcleo lipofílico) das ciclodextrinas. Como resultado, o agente ativo pode ser primeiro complexado com os compostos cíclicos da invenção que protegem a(s) carga(s) positiva(s) presente(s) e depois, em uma segunda etapa, o complexo formado pelo agente ativo e o(s) dito(s) composto(s) cíclico(s) pode ser permitido formar um complexo com uma ou mais ciclodextrinas, assim rendendo em total duas camadas de complexação. Espera-se que o complexo duplo seja adequado para liberação de fármaco não invasiva, incluindo liberação ocular, retal, dérmica e transdérmica, além disso, em liberação de fármaco parenteral (injeções), para visar a liberação no cérebro intensificando a passagem pela barreira hematoencefálica (BBB) e em liberação de fármaco controlada para atuar como materiais de veículos funcionais na formulação farmacêutica para obter liberação eficiente e precisa.
[000114] Consequentemente, em outra modalidade preferida, a dita composição farmacêutica ou de diagnóstico a ser fabricada adicionalmente compreende uma ou mais ciclodextrinas. Ciclodextrinas são conhecidas na técnica e incluem alfa-ciclodextrina, beta-ciclodextrina e gama-ciclodextrina. Também esta abordagem abre possibilidades para projetar abordagens de liberação novas: para exemplos, atraindo o ingrediente ativo nos (i) lipossomas, (ii) microesferas, (iii) microcápsulas, (iv) nanopartículas/nanocápsulas.
[000115] Além disso, a complexação de ingredientes farmaceuticamente ativos com éteres de coroa da invenção fornece vantagens significativas no campo galênico e técnicas farmacêuticas. De fato, especialmente no caso de biopolímeros como, por exemplo, peptídeos, polipeptídeos, proteínas e ácidos nucleicos que podem ser manipulados principalmente em meios aquosos, a opção dual e concomitante de ter um ingrediente farmacêutico que seja solúvel tanto em água como também em solventes orgânicos (como um complexo com éteres de coroa da invenção) pode permitir formas galênicas melhoradas incluindo mas não limitadas a: pílulas, tabletes, cápsulas, supositório, elixires, aerossóis, gotas, pós, liofilizados, emulsões, géis, cremes, emplastros e coloides. Tem que ser entendido que a melhoria das formas galênicas do dito agente ativo não é uma consequência óbvia ou extrapolação de uma melhoria de liberação transmembranosa ou transmucosa. Éteres de coroa de acordo com a invenção levam a um aumento da hidrofobicidade de um agente farmacêutica ou diagnosticamente ativo sob complexação com o composto cíclico. Concomitantemente, uma proteção da carga positiva do grupo amino protonado primário ou secundário ou grupo guanidínio protonado ocorre. O aumento da hidrofobicidade e da proteção da(s) carga(s) positiva(s) presente(s) no agente farmacêutica ou diagnosticamente ativo abre possibilidades previamente indisponíveis para a formulação. Por exemplo, os agentes ativos predominantemente hidrófilos tais como peptídeos, polipeptídeos ou proteínas incluindo anticorpos podem ser dissolvidos (em sua forma complexada) em solventes onde sua solubilidade em sua forma não complexada é baixa ou zero. Tais solventes incluem solventes não aquosos. Além disso, a hidrofobicidade aumentada do agente ativo em sua forma complexada abre rotas novas de administração para agentes ativos que até agora puderam apenas ser administrados de uma maneira invasiva tal como intravenosamente. Apesar de tal administração invasiva (incluindo administração intravenosa) exibir desvantagens conhecidas tais como degradação parcial ou significativa do agente ativo no fígado, nenhuma outra opção esteve disponível até agora para vários agentes ativos incluindo em particular agentes ativos proteináceos. Na complexação com os éteres de coroa de acordo com a invenção, o agente ativo é tornado suficientemente hidrofóbico para assegurar permeação suficiente através das membranas celulares tais como as membranas celulares presentes na mucosa ou na pele. Como uma consequência, as rotas de liberação não invasivas que são mais detalhadas abaixo podem ser consideradas para tais agentes ativos. Alternativamente, a liberação não invasiva pode ser uma opção também para a forma não complexada do agente ativo, porém, com a desvantagem da permeação limitada da mucosa ou da pele. Em um tal caso, a complexação com os éteres de coroa de acordo com a invenção intensifica a liberação e torna a liberação não invasiva a rota preferida de liberação. As composições farmacêuticas ou de diagnósticos obtidas de acordo com o uso da invenção são preferivelmente hidrofóbicas, notando que o complexo hidrofóbico do agente ativo permite o uso de veículos hidrofóbicos. Devido à hidrofobicidade (e lipofilicidade) da composição, a liberação do agente ativo sob liberação ao sujeito pode ser retardada quando comparada a uma formulação convencional, menos hidrofóbica. Em outras palavras, certas composições obtidas de acordo com a invenção são formas de retardo do agente ativo compreendido.
[000116] Uma outra vantagem da presente invenção diz respeito à liberação invasiva, em particular à liberação subcutânea. O volume de uma composição farmacêutica ou de diagnóstico para a liberação subcutânea é inerentemente limitada. Se a formulação convencional não permitir obter uma solução para injeção, em que o volume limitado para injeção subcutânea compreende a dose requerida, o tratamento é incômodo (intervalos curtos entre as administrações) ou impossível. Notando que os usos da invenção permitem a preparação de composições com concentrações elevadas do agente ativo, estes problemas na técnica anterior podem ser superados.
[000117] Em uma modalidade preferida, o éter de coroa da invenção tem um valor de logP sendo maior que 1, mais preferido maior que 2 e ainda mais preferido maior que 3.
[000118] Os termos “hidrofóbico” e “hidrofobicidade” são bem conhecidos na técnica e designam uma miscibilidade baixa, ou nenhuma, com água e meios aquosos. Os termos “lipofílico” e “lipofilicidade” são usados com significado de equivalente aqui. Um parâmetro comumente usado para quantificar a hidrofobicidade é o valor de logP.
[000119] O fluxo de massa de uma molécula na interface de dois sol-ventes imiscíveis ou substancialmente imiscíveis é governado por sua lipofilicidade. Quanto mais lipofílica uma molécula for, mais solúvel é na fase orgânica lipofílica. O coeficiente de partição de uma molécula que é observada entre água e n-octanol foi adotado como a medida padrão de lipofilicidade. O coeficiente de partição P de uma espécie A é definido como a razão P = [A]n-octanol / [A]água. Uma figura comumente relatada é o valor de logP que é o logaritmo do coeficiente de partição. No caso de uma molécula ser ionizável, uma pluralidade de microespécies distintas (formas ionizadas e não ionizadas da molécula) estará em princípio presente em ambas as fases. A quantidade que descreve a lipofilicidade geral de uma espécie ionizá- vel é o coeficiente de distribuição D, definido como a razão D = [soma das concentrações de toda as microespécies]n-octanol / [soma das concentrações de todas as microespécies]água. Análogo a logP, frequentemente o logaritmo do coeficiente de distribuição, logD, é relatado.
[000120] Se o caráter lipofílico de um substituinte em uma primeira molécula for para ser avaliado e/ou ser determinado quantitativamente, pode-se avaliar uma segunda molécula correspondendo à do substituinte, em que a dita segunda molécula é obtida, por exemplo, quebrando a ligação que conecta o dito substituinte ao restante da primeira molécula e conectando a(s) valência(s) livre(s) assim obtida(s) para o(s) hidrogênio(s).
[000121] Alternativamente, a contribuição do substituinte para o logP de uma molécula pode ser determinada. A contribuição πx de um substituinte X para o logP de uma molécula R-X é definida como πx = logPR-X - logPR-H, em que R-H é o composto parental insubstituído.
[000122] Valores de P e D maiores que um como também valores logP, logD e πx maiores que zero indicam caráter lipofílico/hidrofóbico, enquanto que valores de P e D menores que um como também valores de logP, logD e πx menores que zero indicam caráter hidrófilo das respectivas moléculas ou substituintes.
[000123] Os parâmetros descritos acima que caracterizam a lipofilicidade do grupo lipofílico de acordo com a invenção podem ser determinados através de meios experimentais e/ou prognosticados por métodos computacionais conhecidos na técnica (vide, por exemplo, Sangster, Octanol-water Partition Coefficients: fundamentals and physical chemistry, John Wiley & Sons, Chichester (1997)).
[000124] Na prática, os valores de logP, logD e πx variarão até certo ponto de acordo com as condições específicas sob as quais eles são medidos.
[000125] Foi mostrado que para os fármacos ou agentes ativos terem uma probabilidade razoável de serem bem absorvidos, seu valor de logP não deve ser maior que 5. A densidade de probabilidade dos valores de logP dos fármacos no mercado (vide, por exemplo, http://www.organic-chemistry.org/prog/peo/cLogP.html) mostra um máximo para um valor de logP ao redor de 3.
[000126] Em uma outra modalidade preferida dos usos e métodos da invenção, a formação de complexo do dito éter de coroa com o dito grupo amino protonado primário e/ou secundário e/ou grupo guanidínio protonado é seletiva. Seletividade pode ser avaliada pela pessoa versada de uma maneira direta. Para este fim, um ligante de candidato e um éter de coroa da invenção são colocados em contato sob condições permitindo a formação de um complexo. Formas complexadas e/ou livres de ligante e/ou composto cíclico são determinadas com quaisquer meios adequados. Tais ensaios são executados repetidamente (ou em paralelo), em que uma implementação do ensaio é direcionada para determinar a formação do complexo do dito composto com o dito grupo amino protonado primário e/ou secundário e/ou grupo guanidínio protonado e pelo menos uma outra implementação do ensaio é direcionada para determinar a formação do complexo do dito composto com uma espécie competidora. Espécies competidoras incluem íons de metal tais K+ e Na+. Seletividade significa que uma maior parte dos ditos compostos forma um complexo com o dito grupo amino protonado primário e/ou secundário e/ou grupo guanidínio protonado (“complexo A”; em que o “complexo A” designa a quantidade ou concentração do complexo formado entre o dito composto cíclico em um lado e o dito grupo amino protonado primário e/ou secundário e/ou grupo guanidínio protonado no outro lado), enquanto que o restante (ou uma fração do restante) forma um complexo com uma ou mais espécies competidoras (“complexo B”; em que o “complexo B” designa a soma das quantidades ou concentrações dos complexos com as espécies competidoras). Em outras palavras, a razão de complexo A/complexo B é maior que 1. Preferivelmente, a dita razão é 1,2; 1,5; 2; 3; 4; 5; 10; 100, 1000 ou mais.
[000127] Em uma outra modalidade preferida dos usos e métodos da invenção, um contraíon é acrescentado à composição. Contraíons preferidos para um agente farmacêutica ou diagnosticamente ativo compreendendo um ou mais grupos amino protonados primários e/ou secundários e/ou um ou mais grupos guanidínio protonados, em particular para peptídeos, polipeptídeos e proteínas, incluem trifluoroacetato (TFA) e sais de ácidos alcanoicos, preferivelmente de ácidos alcanoicos tendo entre 2 e 30, mais preferido entre 2 e 20, ainda mais preferido entre 2 e 10 átomos de carbono. Em outras modalidades preferidas, tal contraíon pode compreender um grupo aromático. Estes contraíons podem ser usados para substituir outros contraíons que formam um sal com o dito grupo amino protonado primário e/ou secundário e/ou grupo guanidínio protonado. Sais de ácidos alcanoicos são mais lipofílicos que os contraíons de ocorrência geral tais como fosfato. TFA, além disso exibe um valor de pKa inferior, a consequência sendo uma ligação de sal mais forte entre o grupo amino protonado primário ou secundário ou grupo guanidínio protonado em um lado e TFA no outro lado. Carboxilatos de arila, tais como benzoato e salicilato estão outros exemplos de contraíons adequados. Outra classe preferida de contraíons em particular para peptídeos, polipeptídeos e proteínas são ácidos alquil ou aril sulfônicos. Ácidos alquil sulfônicos preferidos têm uma cadeia de alquila com entre 1 e 30, mais preferido entre 8 e 10 átomos de carbono. Ácidos aril sulfônicos com um ou mais substituintes de alquila no anel aromático, cada substituinte de alquila preferivelmente tendo entre 2 e 30, mais preferido entre 8 e 10 átomos de carbono, são outros exemplos de contraíons adequados. Exemplos são ácido metanossulfônico (contraíon de mesilato) e ácido p-toluenossulfônico (contraíon de tosilato). Outra classe de contraíons preferidos, em particular para peptídeos, polipeptídeos e proteínas, são fosfolipídeos com pelo menos um próton acídico no fosfato, tal como um glicerol de fosfatidila ou açúcar de fosfatidila com um próton acídico, ou um ácido fosfatídico com dois prótons acídicos. Os ácidos alcanoicos compreendidos nos ditos fosfolipídeos ou nas metades de fosfatidila, respectivamente, preferivelmente têm entre 4 e 30 cada, mais preferido entre 6 e 20, ainda mais preferido entre 8 e 18 átomos de carbono. Fosfolipídeos que compreendem dois ácidos alcanoicos podem simétricos ou assimétricos. No último caso, uma molécula de fosfolipídeo compreende dois ácidos graxos diferentes. Em outra modalidade preferida, os fosfolipídeos são de origem natural, como por exemplo fosfatidilinositol.
[000128] Por outro lado, contraíons preferidos para os polímeros acídicos (por exemplo, heparina) ou outros agentes farmacêutica ou diagnosticamente ativos acídicos são fosfolipídeos carregando uma carga positiva. Preferivelmente eles têm um grupo amino primário livre como. Exemplos incluem, mas não são limitados a, fosfatidil serina e fosfatidil etanolamina.
[000129] Uma lipofilicidade aumentada do contraíon aumenta a estabilidade do complexo entre um composto cíclico da invenção com o dito grupo amino protonado primário e/ou secundário e/ou grupo guanidínio protonado.
[000130] Exemplos de agentes farmaceuticamente ativos que são sais compreendendo uma amina primária ou secundária são lisinato de ibuprofeno, isto é, o sal de lisina de ibuprofeno, e penicilina de procaína. No caso de lisinato de ibuprofeno, ibuprofeno é o componente do dito sal que fornece um carboxilato e a lisina é o componente que fornece um grupo amino primário. Similarmente, no caso de penicilina de procaína, penicilina é o componente do dito sal que fornece um carboxilato e procaína é o componente que fornece um grupo amino primário e secundário. Embora estes sejam apenas exemplos específicos, é visado que qualquer fármaco que (i) compre-enda um grupo funcional ácido carboxílico e (ii) seja um sal com um composto compreendendo uma amina primária ou secundária ou um grupo guanidínio pode ser formulado como um complexo com um composto da invenção. Tais fármacos incluem fármacos anti- inflamatórios que satisfazem estes dois requerimentos incluindo lisinato de ibuprofeno como também antibióticos tais como penicilina de procaína ou aminoglicosídeos.
[000131] Em uma modalidade preferida dos usos e métodos da invenção, o dito agente ativo sendo um peptídeo, polipeptídeo ou proteína compreende um ou mais aminoácidos selecionados de Asp e Glu.
[000132] Em uma modalidade mais preferida, a dita composição farmacêutica ou de diagnóstico é acídica. Esta modalidade é direcionada aos agentes ativos que além dos grupos amino protonados primários e/ou secundários e/ou uns grupos guanidínio protonados, compreendem grupos que são negativamente carregados em pH neutro, tais como os carboxilatos de Asp e Glu nos peptídeos, polipeptídeos e proteínas. Em um tal caso, a meta de formar um complexo com os compostos da invenção, que é aumentando a hidrofobicidade e protegendo as cargas, pode ser mais difícil de alcançar, dada a presença dos ditos grupos que estão negativamente carregados em pH neutro, tais como os carboxilatos de Asp e Glu. Uma opção de remover as cargas para acidificar a composição em um pH onde uma fração significativa dos ditos grupos que estão negativamente carregados em pH neutro se torna protonada e por conseguinte descarregada.
[000133] Mais preferido, a dita composição farmacêutica ou de diagnóstico tem um valor de pH entre 2 e 6. Ainda mais preferido, o valor de pH é entre cerca de 3 e cerca de 5. Até mesmo mais preferido, um valor de pH é entre 3,5 e 4.
[000134] Alternativa para a dita composição farmacêutica ou de diagnóstico sendo acídica ou além desta, um ou mais dos resíduos Asp ou Glu são estereficados com um amino álcool e/ou álcool de guanidínio, em que o grupo amino do dito amino álcool é um grupo amino primário ou secundário. Preferivelmente, a maior parte (isto é, mais que 50%), mais preferido 60%, 70%, 80%, 90%, 95%, 98%, 99% ou todos os ditos resíduos Asp ou Glu são estereficados. A esterificação leva à formação de um profármaco. Um “profármaco” é um composto que é em geral não biológica e/ou farmacologicamente ativo. Porém, quando ativado, tipicamente in vivo por meio de clivagem enzimática ou hidrolítica para converter o profármaco para um com-posto biológico e/ou farmacologicamente, a administração do profármaco terá o efeito médico intencionado. Profármacos são tipicamente formados por modificação química tal como pela esterificação acima descrita dos compostos biológica e/ou farmacologicamente. Procedimentos convencionais para a seleção e preparação dos derivados de profármacos adequados são descritos, por exemplo, em Design of Prodrugs, ed. H. Bundgaard, Elsevier, 1985.
[000135] Preferivelmente, o dito amino álcool é um ômega-amino- alquil-ol.
[000136] Preferivelmente, o dito amino álcool é 4-amino-1-butanol ou 6-amino-1-hexanol. A forma esterificada de Asp e/ou Glu é aqui referida como “pseudolisina”, uma vez que uma estrutura é gerada sendo similar a Lys em que uma cadeia de alquila linear está ligada com um de seus términos ao carboxilato (por meio de uma ligação de éster), em que a cadeia de alquila carrega um grupo amino primário no outro término. Alternativamente, ou além disso, ômega-guanidínio- alcoóis podem usados, assim gerando “pseudo-argininas”, tendo uma cadeia de carbono entre o grupo guanidínio e a função éster de 10 a 2 carbonos, mais preferivelmente de 4 a 2. Opcionalmente, o grupo guanidínio pode ser N-metilado no nitrogênio fazendo parte da amina secundária com o dito grupo guanidínio (como é o caso na creatina). Em uma outra modalidade, um ligador de poliol (1,1,1-tris-(hidroxime- tila)etano, glicerol ou estrutura similar) pode ser usado para ligar os dois grupos guanidínio a um resíduo Asp ou Glu simples. No último caso, um grupo hidroxila do ligador de glicerol ou de poliol é estereficado com o ácido carboxílico de cadeia lateral de Asp ou Glu, e as metades de hidroxila restantes podem ser esterificadas com uma, duas ou mais moléculas de um ácido alcanoico de guanidínio.
[000137] Em geral, o dito agente ativo que é um peptídeo, polipeptídeo ou proteína (a) pode ser estereficado ou tioestereficado (i) no carboxilato do término C com um alcanol de guanidínio, um alcanotiol de guanidínio, um polietileno glicol (PEG) substituído com um grupo guanidínio e tendo um grupo hidroxila livre, ou um PEG substituído com um grupo guanidínio e um grupo sulfidrila; (ii) em um carboxilato de cadeia lateral de um ou mais resíduos Asp ou Glu, se presentes, com um alcanol de guanidínio, um alcanoltiol de guanidínio, um PEG substituído com um grupo guanidínio e tendo um grupo hidroxila livre, ou um PEG substituído com um grupo guanidínio e um grupo sulfidrila; (iii) em um grupo hidroxila de um ou mais resíduos Ser, Thr ou Tyr, se presentes, com um ácido alcanoico de guanidínio ou um PEG substituído com um grupo guanidínio e um grupo carboxila; (iv) em um grupo sulfidrila de um ou mais resíduos Cys, se presentes, com um ácido alcanoico de guanidínio ou um PEG substituído com um grupo guanidínio e um grupo carboxila; e/ou (v) no término N com um ácido alcanoico de guanidínio ou um PEG substituído com um grupo guanidínio e um grupo carboxila, em que o dito término N é previamente amidado com um alfa ou beta-hidróxi ácido, e em que o éster é formado entre o grupo hidróxi do dito alfa ou beta-hidróxi ácido e o grupo carboxílico do dito ácido alcanoico de guanidínio ou do dito PEG substituído com um grupo guanidínio e um grupo carboxila; e/ou (b) pode conter um ou mais dissulfetos, o dissulfeto sendo formado entre o grupo sulfidrila de um resíduo Cys, se presente, e um alcanotiol de guanidínio ou um PEG substituído com um grupo guanidínio e um grupo sulfidrila.
[000138] Em uma modalidade preferida, (i) um excesso do dito éter de coroa é usado; e/ou (ii) um segundo éter de coroa de acordo com a invenção é usado, em que o dito segundo éter de coroa preferivelmente forma um complexo com um cátion, o dito cátion sendo um contraíon do carboxilato do dito Asp e/ou Glu. O termo “cátion” inclui cátions inorgânicos. Cátions inorgânicos incluem íons de metal tais como Na+ e K+. Alternativa ou além das opções de acidificar a composição, esterificar o dito Asp e/ou Glu, esta modalidade fornece mais duas opções. Qualquer uma destas quatro opções pode ser usada sozinha ou em combinação.
[000139] Consequentemente, em uma outra modalidade preferida do método de preparar uma composição farmacêutica ou de diagnóstico da invenção, o dito agente ativo é um peptídeo, polipeptídeo ou proteína compreendendo um ou mais aminoácidos selecionados de Asp e Glu e o método compreende a(s) outra(s) etapa(s) de (b) acidificar a dita composição farmacêutica ou de diagnóstico; (c) esterificar um ou mais dos resíduos de Asp ou Glu com um amino álcool, em que o grupo amino do dito amino álcool é um grupo amino primário; e/ou (d) colocar em contato com o dito agente farmacêutica ou diagnosticamente ativo um ou mais compostos adicionais da invenção, em que o(s) ditos(s) outro(s) composto(s) preferivelmente forma(m) um complexo com um íon de metal, o dito íon de metal sendo um contraíon do carboxilato do dito Asp e/ou Glu.
[000140] O termo “excesso” diz respeito às quantidades do dito composto que excede uma quantidade equimolar dos ditos grupos amino primários e/ou secundários e/ou grupos guanidínio a serem complexados. Tal excesso pode ser usado para assegurar complexação de uma fração substancial ou todos dos grupos amino primários e/ou secundários e/ou grupos guanidínio a serem complexados. Embora quantidades equimolares possam ser suficientes para este fim, preferiu-se usar um excesso tal como um excesso molar de três - dez vezes ou mais preferivelmente excesso molar de três - cinco vezes.
[000141] Qualquer quantidade de excesso não envolvida nos complexos com os grupos amino primários e/ou secundários e/ou grupos guanidínio estarão disponíveis para a complexação dos cátions que servem como contraíons dos carboxilatos negativamente carregados presentes nos ditos resíduos Asp e/ou Glu. Para assegurar complexação destes contraíons como também (além da complexação de uma fração substancial ou todos os ditos grupos amino primários e/ou secundários e/ou grupos guanidínio), uma quantidade preferida de éter de coroa da invenção é um excesso molar de cinco - sete vezes a quantidade de carboxilatos. Como uma consequência, prefere-se usar uma quantidade do dito éter de coroa que é uma soma de um excesso molar de três - cinco vezes a quantidade de grupos de amino primários e/ou secundários e/ou grupos guanidínio e um excesso molar de cinco - sete vezes a quantidade de carboxilatos. Tal complexação dos cátions por éteres de coroa da invenção projetada para complexar grupos amino primários e/ou secundários e/ou grupos guanidínio funcionará melhor quanto menos específica a complexação dos ditos grupos amino primários e/ou secundários e/ou grupos guanidínio for. No caso de éteres de coroa da invenção serem usados que complexam os ditos grupos amino primários e/ou secundários e/ou grupos guanidínio com um grau alto de especificidade, preferiu-se usar um segundo éter de coroa da invenção, em que o dito segundo éter de coroa preferivelmente forma um complexo com o dito cátion, o dito cátion sendo por exemplo um íon de metal. Naqueles casos, os ditos compostos que complexam os ditos grupos amino primários e/ou secundários e/ou grupos guanidínio são referidos como “primeiros” compostos. Em uma outra modalidade preferida, o primeiro composto cíclico e/ou o segundo composto cíclico é/são capaz(es) de formar um complexo com um íon de amônio (NH4+).
[000142] Os Exemplos ilustram a invenção. EXEMPLO 1 SÍNTESE DOS COMPOSTOS DE ACORDO COM A INVENÇÃO
[000143] Uma via sintética para os compostos da invenção é descrita no esquema 1. Derivados de HEAA protegidos 3 e 10 foram preparados respectivamente a partir de 2-(tetraidro-2H-piran-2- ilóxi)etanol 1 (comercialmente disponível ou obtido de monoproteção seletiva de THP de dietileno glicol) e 2-(benzilóxi)etanol 8 comercialmente disponível. 3 completamente protegido foi obtido por um procedimento de duas etapas incluindo formação de ácido 2 por reação de álcool 1 com ácido bromoacético, seguido por DIC/DMAP promoveu acoplamento com álcool benzílico. Outra remoção do grupo de proteção de THP forneceu álcool 4 que foi acoplado com ácido 2 para dar dímero 5 com 82% de rendimento. Desproteção final por tratamento acídico levou à obtenção do álcool 6 desejado, primeiro bloco de construção para a obtenção do composto de trímero fundamental 11. Esta conversão também levou à formação de quantidades pequenas de álcool 7, desse modo refletindo a instabilidade deste último nestas condições (transesterificação intramolecular provável do álcool de dímero 6). Tentativas para obter dímero puro 6 através de cromatografia rápida deram apenas rendimentos ruins e o resíduo bruto foi finalmente usado para próxima etapa sem outra purificação.
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ESQUEMA 1
[000144] Segundo precursor fundamental 10 foi preparado primeiro acoplando 2-(benzilóxi)etanol 8 com t-butil éster de ácido bromoacético usando t-BuOK como uma base. Tratamento de TFA subsequente forneceu completamente ácido 10 após processamento aquoso (extração da base do ácido). Esta sequência sintética produziu o ácido desejado com 91% de rendimento para as 2 etapas. Em uma última etapa, ácido 10 e álcool 6 foram reagidos em um procedimento de esterificação de Mitsunobu. Conversão deu uma mistura de trímero 11 e dímero 12 completamente protegida desejada. Formação do dímero é em parte devido à presença do álcool 7 em quantidades pequenas nos reagentes, mas provavelmente também à tran- sesterificação intramolecular do álcool do dímero antes do acoplamento nestas condições. Desse modo, purificação através de cromatografia rápida forneceu os compostos 11 e 12 em uma razão de 75/25, e o composto fundamental desejado 11 foi isolado com 48% de rendimento. Remoção dos grupos de proteção finais através de hidrogenação forneceu quantitativamente seco-ácido 13 que foi ciclizado por um procedimento de Mitsunobu para dar o composto 14 com 60% de rendimento. Esta sequência sintética permitiu a obtenção de HEAA cíclico derivado 14 com um rendimento geral de 8% para 10 etapas. Ditionação seletiva subsequente deste último usando reagente de Lawesson em tolueno refluxante deu ditiolactona 15 que foi reagida com tartarato de L-dietila em um processo de dessulfurização/conden- asção desse modo fornecendo bis-ortoéster alvo 16. EXEMPLO 2 OUTROS PROCEDIMENTOS SINTÉTICOS
Figure img0010
2-(TETRAIDRO-2H-PIRAN-2-ILÓXI)ETANOL 1.
[000145] Uma solução de etileno glicol (22,3 ml, 0,40 mol), DHP (0,1 mol, 9 ml) e 4 gotas de HCl concentrado foi agitada durante a noite em temperatura ambiente. Mistura foi depois dissolvida em 20% de solução de NaHCO3 (100 ml), extraída com éter (2x50ml) até que o composto de di-THP fosse removido (TLC). Camada aquosa foi extraída com diclorometano. As camadas orgânicas combinadas foram secadas em MgSO4, filtradas e concentradas para dar o composto 3 puro usado para a próxima etapa sem outra purificação.
Figure img0011
ÁCIDO [2-(TETRAIDRO-2H-PIRAN-2-ILÓXI)ETÓXI]ACÉTICO 2.
[000146] A uma suspensão agitada de NaH (60% de dispersão em óleo mineral, 4,80 g, 120 mmols) em THF, a 0°C, foi adicionada uma solução de THF (15 ml) de ácido bromoacético (6,11 g, 44 mmols). Mistura foi agitada em temperatura ambiente 0,5 h, depois uma solução de DMF (15 ml) de álcool 1 (5,84 g, 40 mmols) foi adicionada a gotas. A mistura foi agitada em temperatura ambiente por 17 h depois extinta com H2O e extraída duas vezes com éter. Camada aquosa foi acidificada em pH 2-3 e extraída com EtOAc. As camadas orgânicas combinadas foram secadas em MgSO4, filtradas e concentradas para dar composto 2 puro como um óleo amarelo pálido (6,93 g, 85%) usado para próxima etapa sem outra purificação.
Figure img0012
[2-(TETRAIDRO-2H-PIRAN-2-ILÓXI)ETÓXI]ACETATO DE BENZILA 3.
[000147] A uma solução agitada de ácido 4 (3 g, 14,71 mmols) em diclorometano (26 ml) foi adicionado álcool benzílico em temperatura ambiente (760 μl, 7,35 mmols), DIC (2,18 ml, 14,71 mmols) e DMAP (90 mg, 0,74 mmol). Mistura foi agitada em temperatura ambiente por 3 h, depois concentrada. Purificação através de cromatografia rápida EtOAc/pentano 1/1 rendeu o éster 3 (2 g, 93%) como um óleo.
Figure img0013
(2-HIDROXIETÓXI)ACETATO DE BENZILA 4.
[000148] A uma solução agitada de hidróxi éster THP-protegido 3 (2 g, 6,8 mmols) em metanol (80 ml) foi adicionado p-TsOH (80 mg, 1 mg/ml). A mistura de reação foi agitada em temperatura ambiente por 45 mn, concentrada e diluída com EtOAc. Camada orgânica foi lavada duas vezes com NaHCO3 e água, secada em MgSO4, filtrada e concentrada. O resíduo obtido foi usado sem outra purificação para próxima etapa ou, se necessário, purificado através de cromatografia rápida em sílica-gel (EtOAc/pentano 1/1) para dar hidróxi éster 4 como um óleo.
Figure img0014
2-(2-(TETRAIDRO-2H-PIRAN-2-ILÓXI)ETÓXI)ACETATO DE 2-(2- (BENZILÓXI)-2-OXOETÓXI)ETILA 5.
[000149] Uma solução do álcool 4 (685 mg, 3,26 mmols), o ácido 2 (932 mg, 4,57 mmols), DIC (680 μl, 4,57 mmols) e DMAP (39 mg, 0,32 mmol) foi agitada durante a noite em temperatura ambiente. A mistura foi depois filtrada e concentrada. Cromatografia rápida em sílica-gel (EtOAc/pentano 1/1) forneceu o composto 5 como um óleo (1,06 g, 82%).
Figure img0015
2-(2-HIDROXIETÓXI)ACETATO DE 2-[2-(BENZILÓXI)-2- OXOETÓXI]ETILA 6.
[000150] A uma solução agitada de hidróxi éster THP-protegido 5 (1 g, 2,53 mmols) em metanol (35 ml) foi adicionado p-TsOH (30 mg, 1mg/ml). A mistura de reação foi agitada em temperatura ambiente por 1 h, concentrada e diluída com EtOAc. Camada orgânica foi lavada duas vezes com NaHCO3 e água, secada em MgSO4, filtrada e concentrada. O resíduo oleoso obtido (712 mg, 90%) foi usado para próxima etapa sem outra purificação.
Figure img0016
[2-(BENZILÓXI)ETÓXI]ACETATO DE TERC-BUTILA 9.
[000151] A uma solução agitada de 2-(benzilóxi)etanol 8 (1,7 g, 11,17 mmols) em t-BuOH (25 ml) foi adicionado a t-BuOK em temperatura ambiente (1,38 g, 12,29 mmols). A mistura foi agitada em temperatura ambiente por 2,5 h. Bromoacetato de t-butila (2,7 ml, 20,11 mmols) foi depois adicionado enquanto mistura foi esfriada com um banho de água. A mistura foi agitada durante a noite em temperatura ambiente e concentrada. Água foi adicionada e a camada aquosa foi extraída com diclorometano. As camadas orgânicas combinadas foram secadas em MgSO4, filtradas e concentradas. Cromatografia rápida em sílica-gel (EtOAc/pentano 1/4) forneceu o éster 9 como um óleo (1,749 g, 59%).
Figure img0017
ÁCIDO [2-(BENZILÓXI)ETÓXI]ACÉTICO 10.
[000152] A uma solução agitada de éster 9 (2,66 g, 10 mmols) em diclorometano (91 ml) foi adicionado TFA (9 ml). A mistura de reação foi agitada em temperatura ambiente por 2 h e a mistura foi concentrada. Resíduo obtido foi diluído em água e basificado com uma solução de NaOH a 1N. Esta camada aquosa foi extraída com éter, depois acidificada e extraída duas vezes com EtOAc. As camadas orgânicas combinadas foram secadas em MgSO4, filtradas e concentradas para dar ácido 10 (2 g, 95%) como um óleo, usado para a próxima etapa sem outra purificação.
Figure img0018
2-(2-(BENZILÓXI)ETÓXI)ACETATO DE 3,9-DIOXO-1-FENIL-2,5,8,11- TETRAOXATRIDECAN-13-ILA 11.
[000153] A uma solução agitada de trifenilfosfina (1,175 g, 4,48 mmols) em tolueno (18 ml) a 0°C foi adicionado DEAD (820 μl, 4,48 mmols). A mistura foi agitada a 0°C 10 min, depois uma solução de tolueno (500 μl) de ácido 10 (235 mg, 1,12 mmol) foi adicionada a gotas, seguido por uma solução de tolueno (500 μl) do álcool 6 (350 mg, 1,12 mmol). A mistura foi agitada por 30 min a 0°C e concentrada. Cromatografia rápida cuidadosa em sílica-gel (EtOAc/pentano 1/) forneceu o trímero 11 como um óleo (273 mg, 48%). 1H RMN (CDCl3, 400 MHz): δ 7,36-7,31 (m, 5H), 5,17 (s, 2H), 4,55 (s, 2H), 4,35-4,29 (m, 4H), 4,21 (s, 2H), 4,16-4,12 (m, 4H), 3,78-3,73 (m, 6H), 3,68-3,63 (m, 2H).
Figure img0019
ÁCIDO 17-HIDRÓXI-7,13-DIOXO-3,6,9,12,15-PENTAOXA- HEPTADECAN-1-OICO 12.
[000154] A uma solução agitada do trímero 11 (168 mg) em metanol (2 ml) foram adicionados 10% de Pd/C (17 mg, 10% e peso). A mistura resultante foi agitada por 2 h em temperatura ambiente. O catalisador foi removido através de filtração através de um bloco de celite e a solução restante foi concentrado, fornecendo hidroxiácido 12 como um óleo incolor (110 mg, quant.), usado para próxima etapa sem outra purificação.
Figure img0020
1,4,7,10,13,16-HEXAOXACICLO-OCTADECANO-2,8,14-TRIONA 14.
[000155] A uma solução agitada de trifenilfosfina (4,68 g, 17,85 mmols) em uma mistura de diclorometano/tolueno 1/1 (1,5 l) foi adicionado DEAD em temperatura ambiente (8,2 ml, 44,63 mmols). A mistura de reação agitada em temperatura ambiente por 10 min, depois uma solução de tolueno de hidroxiácido 12 (1,18 g, 3,57 mmols) foi adicionada. A mistura foi agitada em temperatura ambiente e concentrada. Cromatografia rápida cuidadosa em sílica-gel (EtOAc/pentano 1/1 depois 2/1 depois EtOAc 100%) rendeu o cíclico 14 como um sólido branco (670 mg, 60%). 1H RMN (CDCl3, 400 MHz): δ 4,38-4,36 (m, 6H), 4,22 (s, 6H), 3,823,80 (m, 6H). PROCEDIMENTO GERAL PARA AS REAÇÕES DE TIONAÇÃO.
[000156] Uma solução de lactona (1 mmol) e reagente de Lawesson (1,5, 7 ou 8 mmols) foi aquecida a refluxo (temperatura do banho de óleo 125°C) por 24 h, depois deixada esfriar para temperatura ambiente e filtrada. Os sólidos foram lavados com as misturas de diclorometano/pentano e o filtrado foi concentrado. Purificação cuidadosa através de cromatografia rápida forneceu os derivados de tiolactona. PROCEDIMENTO GERAL PARA A FORMAÇÃO DE ORTOÉSTER.
[000157] A uma solução vigorosamente agitada de tiolactona (1 mmol) em acetonitrila foi adicionada ao tartarato de dietila em temperatura ambiente (3 ou 6 mmols), seguido por AgOTf (2,5 ou 5 mmols, em uma porção) imediatamente seguido pela adição a gotas de trietilamina (4 ou 6 mmols). A mistura foi agitada em temperatura ambiente por 30-45 mn, depois concentrada. Purificação através de cromatografia rápida forneceu os derivados de ortoéster. BIBLIOGRAFIA Irie e Uekama (1999), Advanced Drug Delivery Reviews 36: 101-123. Lifson, S., Felder, C.E. e Shanzer, A. (1983), J. Am. Chem. Soc, 105, 3866-3875. Lifson, S., Felder, C.E. e Shanzer, A. (1984), J. Am. Chem. Soc, 23, 2577-2590. McGeary e Bruget (2000). Tetrahedron 56: 8703-8713. Challa e outros (2005). AAPS PharmSciTech 6: E329-E357.

Claims (15)

1. Éter de coroa, caracterizado pelo fato de que apresenta a fórmula (I)
Figure img0021
em que m é 4, 5, 6, 7, ou 8 e i é, independentemente para cada ocorrência, 1 ou 2; cada ocorrência de R1 e R2 é independentemente selecionada de hidrogênio; C1 a C10 alquila, alquenila e alquinila lineares ou ramificadas e substituídas ou insubstituídas; e arila insubstituída ou substituída com até 10 átomos do anel; ou R1 e R2 juntos formam um grupo oxo; pelo menos uma ocorrência no éter de coroa de R1, R2 e o carbono ao qual R1 e R2 estão ligados, o dito carbono estando diretamente ligado a um oxigênio do éter da fórmula (I), formam um grupo da fórmula (II)
Figure img0022
em que L é um ligante que está ausente ou é selecionado de uma ligação covalente e (CR5R6)n, cada ocorrência de R5 e R6 sendo independentemente selecionada de hidrogênio; C1 a C10 alquila, alquenila e alquinila lineares ou ramificadas e substituídas ou insubstituídas; e arila insubstituída ou substituída com até 10 átomos do anel, n sendo 1, 2 ou 3; X e Y, independentemente um do outro, são selecionados de O e S; Z, independentemente para cada ocorrência, está ausente ou é um grupo de retirada de elétrons selecionado a partir de -O- C(=O)-, -C(=O)-O- e -C(=O)—; R3 e R4, independentemente para cada ocorrência, são selecionados de hidrogênio; C1 a C10 alquila, alquenila e alquinila lineares ou ramificadas e substituídas ou insubstituídas; arila insubstituída ou substituída com até 10 átomos do anel; H(OCH2CH2)k- e H(OCH2CH2)kO-, em que k é um número inteiro de 1 a 10; em que os substituintes, se presentes, são selecionados de OH, O-CH3 e halogênios.
2. Éter de coroa de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que pelo menos uma ocorrência no éter de coroa de R1 e R2 juntos forma um grupo oxo.
3. Éter de coroa de acordo com a reivindicação 1 ou 2, caracterizado pelo fato de que a estrutura do anel do dito éter de coroa é fornecida por 18-coroa-6, 12-coroa-4, 13-coroa-4, 14-coroa-4, 15- coroa-5, 16-coroa-5, 17-coroa-5, 20-coroa-6, 21-coroa-7 ou 24-coroa- 8,
4. Éter de coroa de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 3, caracterizado pelo fato de que um ou dois grupos oxo estão presentes.
5. Éter de coroa de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 4, caracterizado pelo fato de que o número de átomos de oxigênio do éter no anel é um número par e um grupo oxo está presente adjacente a cada outro átomo de oxigênio do éter.
6. Éter de coroa de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 5, caracterizado pelo fato de que todas as ocorrências de R1 e R2, desde que não formem um grupo oxo ou um grupo da fórmula (II), são hidrogênio.
7. Éter de coroa de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 6, caracterizado pelo fato de que: (a) um grupo da fórmula (II) e dois grupos oxo; (b) dois grupos da fórmula (II) e um grupo oxo; ou (c) três grupos da fórmula (II) e nenhum grupo oxo estão presentes.
8. Éter de coroa de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 6, caracterizado pelo fato de que: (a) um grupo da fórmula (II) e um grupo oxo estão presentes, em que o átomo de carbono do dito grupo da fórmula (II), o dito átomo de carbono fazendo parte da estrutura do anel do éter de coroa, está diretamente ligado ao átomo de carbono carregando o grupo oxo; ou (b) dois grupos da fórmula (II) estão presentes, em que os dois átomos de carbono dos ditos dois grupos da fórmula (II), os ditos átomos de carbono fazendo parte da estrutura do anel do éter de coroa, são diretamente ligados um ao outro.
9. Éter de coroa de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 8, caracterizado pelo fato de que L é uma ligação covalente.
10. Éter de coroa de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 9, caracterizado pelo fato de que ambos X e Y são O.
11. Éter de coroa de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 10, caracterizado pelo fato de que R3 e R4 são independentemente selecionados de hidrogênio, metila, etila, n- propila, i-propila, 2,3-di-hidróxi-propila, e H(OCH2CH2)5-.
12. Éter de coroa de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 11, caracterizado pelo fato de que R3-Z e independentemente R4-Z são selecionados de etil-óxi-carbonila-, 2,3- di-hidróxi-propil-óxi-carbonila-, e H(OCH2CH2)5-O-C(=O)-.
13. Éter de coroa de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 12, caracterizado pelo fato de que tem uma das fórmulas a seguir:
Figure img0023
Figure img0024
em que R, independentemente para cada ocorrência, é selecionado de hidrogênio; C1 a C10 alquila, alquenila e alquinila lineares ou ramificadas e substituídas ou insubstituídas; arila insubstituída ou substituída com até 10 átomos do anel; e H(OCH2CH2)k-, em que k é um número inteiro de 1 a 10; em que os substituintes, se presentes, são selecionados de OH e halogênio.
14. Composição farmacêutica ou de diagnóstico, caracterizada pelo fato de que compreende um ou mais éteres de coroa como definidos em qualquer uma das reivindicações 1 a 13 e um agente farmacêutico ou diagnosticamente ativo, o dito agente farmacêutico ou diagnosticamente ativo compreendendo um ou mais grupos amino protonados primários e/ou secundários e/ou grupos guanidínio protonados e/ou o dito agente farmacêutico ou diagnosticamente ativo é um sal com um íon de metal ou com um íon de amônio.
15. Composição farmacêutica ou de diagnóstico de acordo com a reivindicação 14, caracterizada pelo fato de ser para liberação transdérmica e/ou transmucosa.
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