BR102021018941A2 - Composição fungicida concentrada de azoxistrobina, ciproconazol e clorotalonil de alta carga, formulações e método para controlar ferrugem-asiática e de outras doenças - Google Patents

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Thais Balbao Clemente Bueno De Oliveira
Roberto Estêvão Bragion De Toledo
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Richard Feliciano
Leonardo Campos Araújo
Flavia De Oliveira Biazotto
Marco Antonio Drebes Da Cunha
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Abstract

A presente invenção descreve uma composição fungicida concentrada de azoxistrobina, ciproconazol e clorotalonil de alta carga e de outras formulações contendo clorotalonil com efeito fotoprotetor do azoxistrobina, ciproconazol e de outros ingredients ativos e/ou derivadas desta composição, bem como o método de tratamentos de doenças provocadas por fungos.

Description

COMPOSIÇÃO FUNGICIDA CONCENTRADA DE AZOXISTROBINA, CIPROCONAZOL E CLOROTALONIL DE ALTA CARGA, FORMULAÇÕES E MÉTODO PARA CONTROLAR FERRUGEM-ASIÁTICA E DE OUTRAS DOENÇAS CAMPO DE APLICAÇÃO
[0001] A presente invenção se aplica na área da agricultura, mais especificamente, na área de defensivos agrícolas onde o produto da presente invenção envolve uma composição fungicida concentrada de azoxistrobina, ciproconazol e clorotalonil de alta carga e de outras formulações contendo clorotalonil com efeito fotoprotetor do azoxistrobina, ciproconazol e de outros ingredients ativos e/ou derivadas desta composição, bem como o método de tratamentos de doenças provocadas por fungos.
ESTADO DA ARTE
[0002] A ferrugem-asiática (Phakopsora pachyrhizi) se constitui em enorme preocupação para o cultivo de soja no Brasil. Conhecida por reduzir consideravelmente a produtividade de grãos, sua ocorrência tem sido observada em praticamente todas as regiões de produção, alternando os níveis de agressividade em função do clima, ou fatores predisponentes locais
[0003] Desde a primeira identificação da ferrugem-da-soja ou ferrugemasiática na safra de 2000/2001 e a epidemia em 2003/2004 no Brasil, sua presença já foi registrada em mais de 65% da área de produção da América do Sul e no Brasil, em mais de 90% da área cultivada com soja.
[0004] Diferentes fatores têm contribuído para que a ferrugem-da-soja continue a causar perdas já superiores a 23 bilhões de dólares, se considerada toda cadeia produtiva.
[0005] Alguns parâmetros epidemiológicos têm sido consistentes com o passar das safras, destacando-se a evolução populacional da ferrugem da soja (Phakopsora pachyrhizi) aliado a condições climáticas favoráveis para infecção (molhamento foliar e temperaturas noturnas amenas) e dispersão (frequência de chuva).
[0006] Os sintomas são particularmente evidentes nas folhas, evoluindo desde urédias isoladas até áreas com pronunciada coalescência quando provoca amarelecimento e prematura abscisão foliar.
[0007] Segundo Bromfield (1984) as infecções no início do florescimento produzem elevados níveis de dano, afetando também o teor de proteína no grão (Ogle et al., 1979).
[0008] O aperfeiçoamento do controle de doenças na cultura da soja ocorre através da utilização racional, econômica e ecológica de múltiplos métodos, assegurando uma produção vegetal estável e minimizando os riscos ao ambiente, homens e animais.
[0009] Importante recuperar o conceito de doença, que é a ação de fatores bióticos (patógenos) ou abióticos (fatores nutritivos, climáticos, edáficos), estabelecendo interações compatíveis estáveis com plantas hospedeiras suscetíveis ou sensíveis, afetando definitivamente funções fisiológicas vitais e cujos reflexos são suficientemente permanentes ou duradouros a ponto de causar danos econômicos na produção de soja.
[0010] Assim posto, toda vez que ocorrer o estabelecimento exitoso de um patógeno sobre tecidos de um hospedeiro, sem que medidas protetoras tenham sido adotadas, quaisquer ferramentas de controle terão sua eficácia comprometida na proporção do comprometimento fisiológico do hospedeiro.
[0011] Observações apontam para uma redução anual média e aproximada de 20% na produtividade da soja devido à incidência de doenças. No caso particular da ferrugem, estes valores variam entre locais e dependendo da adequação do clima à evolução do patógeno.
[0012] Considerando a área plantada com soja e ocupada em sua maior extensão por cultivares suscetíveis, tanto no Brasil como na América do Sul, aliado à fácil disseminação de esporos abundantemente produzidos pelo patógeno, é evidente que a quantidade de inóculo disponível para infecção tem aumentado continuamente, refletindo diretamente no início das infecções no campo (Miles et al., 2007).
[0013] O cenário torna-se ainda mais crítico se for considerado que a janela de cultivo da soja na América do Sul atinge praticamente 12 meses, viabilizando a manutenção de um nível elevado de inóculo inicial.
[0014] Em função das estratégias agronômicas de controle usualmente utilizadas, mesmo que a quantidade de inóculo inicial fosse mínima, na medida do avanço da safra o inóculo disponível para infecção e presente no ar atingiria níveis muito elevados entre o final de dezembro e final de março.
[0015] Tal saturação de inóculo compromete quase completamente a eficácia de quaisquer ativos sistêmicos, desenhados para proteger e não para erradicar. Sendo assim, fungicidas aplicados de forma preventiva têm se destacado como a estratégia mais eficaz no controle desta doença (Hartman et al., 1991).
[0016] Maior período residual e melhor desempenho dos fungicidas foram obtidos por Vitti et al. (2004) devido à aplicação preventiva de fungicidas.
[0017] Da mesma forma, Oliveira (2004) observou aumento no rendimento de até 100% quando realizou o controle da doença preventivamente.
[0018] Para reduzir o risco de danos à cultura, as estratégias de manejo recomendadas no Brasil para essa doença são a utilização de cultivares de ciclo precoce, semeaduras no início da época recomendada, a eliminação de plantas voluntárias de soja, a ausência de cultivo de soja na entressafra por meio do vazio sanitário, o monitoramento da lavoura desde o início do desenvolvimento da cultura, a utilização de fungicidas no aparecimento dos sintomas ou preventivamente e a utilização de cultivares resistentes, quando disponíveis.
[0019] A aplicação de fungicidas em pulverização da parte aérea da cultura da soja, tendo como alvo a ferrugem-asiática, tem sido preconizada.
[0020] Os ingredientes ativos dos fungicidas registrados para o controle da ferrugem-asiática da soja pertencem, na sua maioria, a grupos químicos orgânicos estrobilurinas, triazóis e carboxamidas.
[0021] A atividade fungicida das estrobilurinas (QoI) está ligada a habilidade em inibir a respiração mitocondrial por se ligar ao sítio Q0 do citocromo b (Bartlett et al., 2002). Citocromo b é parte do complexo bc1, localizado na membrana mitocondrial do fungo e outros eucariontes.
[0022] Quando os fungicidas QoI se ligam, há o bloqueio na transferência de elétrons entre citocromo b e o citocromo c1, alterando o ciclo de produção de energia do fungo (Bartlett et al., 2002).
[0023] Tais compostos apresentam alta atividade contra a germinação de esporos e em nível de tubo germinativo do esporo (Leinhos et al., 1997). Esse grupo de compostos atua na síntese de energia do fungo, e dessa forma é altamente efetivo nas fases de maior demanda energética do desenvolvimento do fungo (Bartlett et al., 2002).
[0024] O potente efeito de estrobilurinas na germinação de esporos explica a alta atividade preventiva que esses fungicidas entregam (Bartlett et al., 2002). No entanto, os fungicidas também inibem o crescimento micelial de fungos, apresentando propriedades curativas e protetoras.
[0025] As estrobilurinas podem apresentar falhas de controle quando posicionadas de maneira curativa ou erradicativa, em função da menor probabilidade de chegar ao sítio alvo do fungo quando em crescimento micelial abundante.
[0026] Os fungicidas triazóis (DMIs) atuam inibindo a biossíntese do ergosterol, substância importante para manutenção da integridade da membrana celular dos fungos. A redução da disponibilidade de ergosterol leva ao rompimento da célula fúngica e à interrupção do crescimento micelial (Hewitt, 1998).
[0027] Os triazóis atuam eficientemente a nível micelial. A grande eficácia do mecanismo de ação de DMIs é no desenvolvimento do haustório e no crescimento micelial no interior dos tecidos (Buchenauer, 1987) e é por esse motivo que se atribui aos fungicidas DMIs ação curativa. DMIs não afetam eficientemente a germinação de esporos e fase de tubo germinativo em função do patógeno obter o suprimento de ergosterol ou seus precursores a partir de reservas contidas nos esporos (Hänssler & Kuck, 1987).
[0028] As carboxamidas, inibidores da succinato desidrogenase (SDHI), é outro grupo químico recentemente introduzido no controle da Phakopsora pachyrrizi. O complexo II é a succinato desidrogenase do ácido tricarboxílico (TCA) ou ciclo de Krebs do fungo. Esse ciclo catalisa a oxidação de succinato a fumarato, acoplada à redução de ubiquinona a ubiquinol.
[0029] Os fungicidas SDHIs se ligam às subunidades do complexo II e atuam rompendo o ciclo respiratório do fungo (Walter, 2011). De maneira geral esses fungicidas têm as mesmas características mencionadas anteriormente para os compostos QoI.
[0030] Apresenta alta atividade em nível de esporo e formação de tubo germinativo, fase que o fungo demanda muita energia metabólica. Dessa forma devem ser necessariamente posicionadas preventivamente para que entreguem melhores desempenhos de controle
[0031] De acordo com moção apresentada ao MAPA em julho de 2014, observou-se uma redução na eficiência de fungicidas no controle da ferrugem-asiática. De lá pra cá os dados de eficiência dos fungicidas nas últimas safras mostraram diferenças significativas da perda de eficiência para os principais grupos.
[0032] Influenciado por fatores climáticos, este fungo causou uma epidemia extremamente agressiva no sul do Brasil, surgindo muito cedo em relação ao histórico das demais safras.
[0033] O inverno quente e úmido, aliado à presença de inóculo no ar e de plantas voluntárias, proporcionou detecções de ferrugem em lavouras comerciais ainda no estádio vegetativo da soja, incidindo sobre as plantas ainda não protegidas por fungicidas.
[0034] Os mecanismos de resistência desenvolvidos pela ferrugem da soja (P. pachyrhizi), ao longo dos últimos 15 anos de controle químico, descritos em diversos trabalhos científicos, os grupos químicos triazóis, no gene Cyp5 l alterando a "força" de ligação dos DMIs com a enzima alvo e super expressão, e as estrobilurinas, fenil alanina trocada por leucina na posição 129-Fl29L no CytB, em ambos os casos a resistência de populações de P. pachyrhizi a estes fungicidas é produzida por uma seleção direcional.
[0035] O uso intensivo e extensivo destas tecnologias, associado às condições ambientais conducentes à alta multiplicação do patógeno, facilita e acelera a seleção de mutantes, fazendo com que estes indivíduos menos sensíveis consigam predominar dentro da população, aparentemente sem custo adaptativo, mantendo-se virulentos e tomando o controle da ferrugem cada vez mais difícil.
[0036] Os fungicidas mutissítio ou protetores, como o clorotalonil, foram avaliados quando a ferrugem entrou no Brasil. No entanto, em função da menor eficiência de controle comparado aos triazóis no início dos testes, foram descartados para o controle da ferrugem. Com a redução de eficiência dos triazóis e das misturas de triazóis e estrobilurinas, fungicidas multissítio têm sido registrados para o controle de doenças na soja e sua utilização aumentou na última safra em associação aos fungicidas sistêmicos.
[0037] Os fungicidas multissítio têm sido vistos como uma ferramenta importante em programas de manejo da ferrugem na soja, aumentando a eficiência de controle dos fungicidas já com problemas de resistência e podendo atrasar o aparecimento nos que ainda não apresentam.
[0038] Fungicidas multissítio apresentam a grande vantagem, pois além de ser de baixo preço, atuam em múltiplos locais de ação, na célula fúngica, interferindo com numerosos processos metabólicos do fungo, e consequentemente, a resistência a este grupo de fungicidas é rara ou inexistente (ZAMBOLIM, 2008).
[0039] As misturas de produtos como estratégias de aumento de espectro de ação é uma prática que vem sendo realizada nas propriedades rurais no momento da aplicação. Tal fato ocorreu com o ditiocarbamato mancozebe no Brasil.
[0040] Porém trabalha-se com formulações em pó-molhável utilizadas em culturas como batata e tomate. Assim o lançamento de uma formulação tripla, DMI + Qol + Clorotalonil, mostra vantagens em função de transpor efetivamente restrições dos agricultores e ainda por poderem agregar características adequadas quanto à formulação.
[0041] Combinações binárias de azoxistrobina e clorotalonil encontram-se descritas, por exemplo, no documento CN106879583 que revela uma microemulsão contendo 5-20% de azoxistrobina, 5-15% de clorotalonil, 5- 25% de co-solvente, 5-25% de tensoativos, 2-8 % de agente anticongelante, 0,5-4% de agente penetrante e água.
[0042] O documento CN108902156 descreve uma suspensão bactericida contendo 3 a 12 partes de azoxistrobina, 35 a 55 partes de clorotalonil, 3 a 10 partes de um tensoativo, 0,04 a 0,16 partes de um espessante, 2 a 8 partes de um agente anticongelante, 0,1 a 1 parte de um agente auxiliar e 35 a 45 partes de água. A dita suspensão apresenta boa estabilidade em um processo de armazenamento e é usada para prevenção e controle de doenças de várias culturas
[0043] Composições binárias de azoxistrobina e ciproconazol encontramse descritas, por exemplo, nos documentos CN107980787 e CN107494547.
[0044] O documento CN107980787 revela grânulos dispersíveis em água contendo azoxistrobina e ciproconazol. Os grânulos dispersíveis em água são preparados a partir de azoxistrobina, ciproconazol, um dispersante de lignossulfonato, um agente umectante de alquil sulfato e um agente de enchimento. Os grânulos dispersíveis em água têm excelente desintegração, propriedade de suspensão e baixa capacidade de espuma em alta concentração de água dura.
[0045] O documento CN107494547 refere-se agente de suspensão composto 10 a 30 partes de azoxistrobina, 5 a 15 partes de ciproconazol, 3 a 5 partes de alquilfenol etoxilato de sulfato de sódio, 2 a 4 partes de dispersante, 2 para 4 partes de etilenoglicol e 60 a 70 partes de água, em que o dispersante é uma mistura de lignina sulfonato de sódio e lignina sulfonato de cálcio de acordo com uma razão de massa de (1,7 a 2,1): 1.
[0046] As combinações binárias de ciproconazol e clorotalonil estão descritas, por exemplo, nos documentos CN102017951 que se refere a uma composição germicida com efeito sinérgico. Os componentes ativos eficazes da composição de germicida compreendem ciproconazol e clorotalonil, em que a proporção em peso de ciproconazol para clorotalonil é de 1:1-1:90. Os componentes ativos eficazes são preparados em pó molhável, grânulos dispersíveis em água e agentes de suspensão por adição de adjuvantes e excipientes.
[0047] O lançamento de uma formulação mais completa considerando três ingredientes ativos, como uma estrobilurina, um triazol e o clorotalonil, ou seja, com três mecanismos de ação é um avanço e possibilitará a utilização em grande escala na cultura da soja. Misturas formuladas de fungicidas sistêmicos com o clorotalonil são de grande importância por não permitirem que surjam mutantes do fungo resistentes na população de P. pachyrhizi, além de aumentar a vida útil dos fungicidas sistêmicos, bem como a presente invenção da formulação e descoberta da Ourofino Agrociência do efeito fotoprotetor do clorotalonil reduzindo a degradação de azoxistrobina e do ciproconazol e de outras estrobilurinas e triazóis, aumentando a eficácia no controle da ferrugem da soja e preservando significativamente a produtividade.
[0048] A presente invenção, portanto, está na introdução dos fungicidas protetores nas formulações de fungicidas sistêmicos, o efeito fotoprotetor do clorotalonil reduzindo a degradação de diferentes ingredientes ativos de ação fungicidas, herbicidas, inseticidas e outros.
SÍNTESE DA INVENÇÃO
[0049] A fim de resolver os problemas técnicos do estado da arte apontados acima, uma nova composição fungicida concentrada de azoxistrobina, ciproconazol e clorotalonil de alta carga e de outras formulações derivadas desta composição contendo clorotalonil com efeito fotoprotetor do azoxistrobina e/ou outras estrobilurinas e de ciproconazol e/ou outros triazóis, bem como o método de tratamento de doenças provocadas por fungos foram desenvolvidos.
BREVE DESCRIÇÃO DAS FIGURAS
[0050] A Figura 01 apresenta a porcentagem de absorção de luz de diferentes comprimentos de onda pelos três ingredientes ativos com ação fungicida em estudo, nas concentrações típicas de aplicação.
[0051] A Figura 02 ilustra a escala diagramática de ferrugem-asiática da soja, seguindo a escala de (Godoy et al, 1997).
[0052] A Figura 03 ilustra a escala diagramática das doenças de final de ciclo da soja (Glycine max) causadas por Septoria glycines e Cercospora kikuchii. Painel superior, sintomas agregados. Painel inferior, sintomas aleatoriamente distribuídos, seguindo escala de (Martins et al, 2004).
[0053] A Figura 04 ilustra a escala de estimativa de desfolha (MARIO HIRANO et al, 2010).
[0054] A Figura 05 ilustra a escala diagramática para avaliação de fitotoxidez em função do bronzeamento, cloroses e necroses foliares provocadas pela aplicação de fungicidas em soja (Campos et al, 2012).
[0055] A Figura 06 ilustra a média da produtividade em kg por hectare dos produtos OFA-T 0125/16 (azoxistrobina + ciproconazol + clorotalonil) e picoxistrobina + ciproconazol (produto padrão), na cultura da soja.
[0056] A Figura 07 ilustra a Escala diagramática para a avaliação de severidade de mancha-alvo em soja (Soares et al. 2009).
[0057] A Figura 08 ilustra um gráfico da eficiência de controle (% de redução da AACPD) de diferentes fungicidas aplicados para o controle de mancha-alvo em plantas de soja no ensaio conduzido em Anaurilândia, MS, 2020.
[0058] A Figura 09 ilustra um gráfico da eficiência de controle (% de redução da AACPD) de diferentes fungicidas aplicados na para o controle de mancha-alvo em plantas de soja no ensaio conduzido em Itaquiraí, MS, 2020.
DESCRIÇÃO DETALHADA DA INVENÇÃO
[0059] A presente invenção tem como objetivos: 1) aumento da concentração dos ativos na composição e formulações reduzindo o consumo de matérias primas e gastos com transporte; 2) uso de matérias primas mais seguras em termos toxicológicos e ambientais; 3) desenvolvimento de formulações estáveis durante o armazenamento e transporte; 4) aumento da deposição com redução das perdas por deriva; 5) desenvolvimento de formulações contendo clorotalonil como fungicida protetor potencializando a dinâmica e persistência de cada um dos ingredientes ativos dos grupos das estrobilurinas e triazóis, visto seu efeito fotoprotetor reduzindo a degradação destes ativos, promovendo maior controle de patógenos; e 6) alta eficácia em ensaios comparativos em condições práticas de uso.
[0060] A Ourofino Agrociência é uma empresa que atua no mercado agrícola desenvolvendo formulações inovadoras de defensivos agrícolas que contribuem para o manejo sustentável de pragas, doenças e plantas daninhas. O desenvolvimento de uma formulação inovadora envolve a construção de um arranjo de informações e tecnologias que precisam ser selecionadas, combinadas, avaliadas e aprimoradas continuamente até a obtenção de um produto viável em termos econômicos, sociais e ambientais. O processo é complexo, demanda tempo e grandes investimentos, sendo fundamental a proteção por patentes para que a empresa possa explorar comercialmente com exclusividade a inovação desenvolvida, permitindo a recuperação dos recursos investidos.
[0061] A empresa também tem a ética como um de seus pilares de sustentação. Nesse contexto, entende que a obtenção de patentes deve servir ao efetivo desenvolvimento científico e tecnológico buscando a produção sustentável de alimentos, fibras e bioenergia. Contraria os princípios éticos da empresa a solicitação de patentes que têm por objetivo criar insegurança jurídica para os competidores e vantagens comerciais injustas.
[0062] Vale ressaltar a complexidade dos estudos conduzidos para que a nova formulação pudesse ser desenvolvida e avaliada. Além de conceitos inovadores em termos de seleção dos componentes e processos fabris, foi um grande desafio desenvolver métodos experimentais e analíticos que permitissem quantificar com precisão os teores dos três fungicidas na superfície ou no interior das folhas. Também foi necessário desenvolver procedimentos para medir as concentrações dos fungicidas na água de chuva para comparar as formulações experimentais e produtos comerciais em termos de capacidade de permanecer nas folhas após a ocorrência de precipitação. No total realizadas 3.258 quantificações dos fungicidas (ingredientes ativos) em diferentes tipos de matrizes. O clorotalonil destacase em termos de dificuldade analítica exigindo o uso de procedimentos específicos de ionização e análise em sistemas de LC-MSMS que foram desenvolvidos exclusivamente para a realização deste projeto.
[0063] 1 - Da combinação dos ingredientes ativos e da escolha do clorotalonil como fungicida protetor.
[0064] As informações apresentadas foram obtidas em consulta aos portais do Comitê de Ação a Resistência a Fungicidas – FRAC-BR (https://www.frac-br.org/) e “FRAQ – Fungicide Resistance Action Commitee” (https://www.frac.info/home). Os portais resumem as informações mais atuais sobre os sítios e modos de ação de fungicidas e estratégias para reduzir os problemas com resistência de fungos a fungicidas. A mistura de ingredientes ativos com diferentes modos e sítios de ação é uma estratégia fundamental com esse objetivo.
[0065] O ciproconazol tem como sítio de ação: Grupo G1 ou C14 - desmetilase na biossíntese de esterol (erg11/cyp51) / DMI-fungicidas (inibidores da desmetilação) (SBI: Classe I). Em geral, os fungicidas triazóis, grupo que inclui o ciproconazol, tem ação predominante erradicante e antiesporulante com alguma ação curativa. A azoxistrobina tem como sítio de ação: Grupo C3 - Complexo III: citocromo bc1 (ubiquinol oxidase) no sítio Qo / QoI-fungicidas (Inibidores extracelulares de Quinona). As estrobilurinas, com ação extracelular, atuam predominantemente como fungicidas preventivos e curativos.
[0066] O clorotalonil é uma cloronitrila com múltiplos sítios de ação e mecanismo de ação ainda não estabelecido. É um fungicida de ação protetora. O trabalho de Kim et al. (2004) indica que a biotransformação de clorotalonil é dependente de glutationa e que para cada molécula de clorotalonil biodegradada há o consumo de três glutationas. O consumo excessivo de glutationas pode comprometer o crescimento de fungos e a tolerância a estresses, incluindo os de natureza química, como pode limitar a biotransformação química (degradação) dos demais fungicidas aplicados em mistura. A primeira hipótese estabelecida é que a redução da velocidade de biotransformação química dos demais fungicidas pode ocorrer tanto no fungo, aumentando a eficácia, quanto nas plantas, aumentando a persistência dos demais fungicidas aplicados em mistura (azoxistrobina e ciproconazol).
[0067] Um outro fator que contribuiu na seleção do clorotalonil como o fungicida protetor para compor a mistura de fungicidas, objetos desse pedido de patente, corresponde a sua intensa absorção de luz em comprimentos de onda críticos a fotólise dos outros dois ativos, reduzindo assim a fotodegradação da azoxistrobina e do ciproconazol. Na Figura 01 são apresentadas as informações de porcentagem de absorção de luz dos três fungicidas nas concentrações características de aplicação em comprimentos de onda entre 200 nm e 330 nm. Acima de 330 nm a absorção de luz dos três ingredientes ativos foi praticamente nula inviabilizando a obtenção e apresentação de informações.
[0068] Na Tabela 01 são apresentadas as médias para as porcentagens de absorção de luz nas faixas de comprimentos de onda que correspondem ao UVA (parcial), UVB e UVC (parcial). Não foi possível cobrir completamente as faixas de comprimentos de onda que correspondem ao UVC e UVA por limitações nos espectrofotômetros disponíveis e pelo fato dos compostos praticamente não absorverem luz com comprimento de onda superior a 330 nm.
[0069] Tabela 01. Médias das porcentagens de absorção de luz de azoxistrobina, ciproconazol e clorotalonil nas faixas de comprimentos de onda que correspondem ao UVA (parcial), UVB e UVC (parcial)
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[0070] As informações contidas na Figura 01 e na Tabela 01 indicam que nas concentrações típicas de aplicação em campo, o clorotalonil absorve praticamente toda a luz ultravioleta entre 200 e 330 nm apresentando potencial de ser um eficiente fotoprotetor da azoxistrobina e ciproconazol. A segunda hipótese considerada no desenvolvimento da formulação objeto desse pedido de patente é que ao fotoproteger a azoxistrobina e o ciproconazol, o clorotalonil contribui para a persistência e eficácia desses fungicidas.
[0071] Para efeitos de comparação com os demais ingredientes ativos da formulação, o clorotalonil apresenta taxas médias diárias de degradação de 11,8 e 12,9% apenas na superfície e na superfície e interior de tecidos vegetais, respectivamente (http://sitem.herts.ac.uk/aeru/ppdb/en/atoz.htm).
[0072] Os experimentos foram desenhados com o fim específico de avaliar não só a eficácia da mistura tripla dos fungicidas, mas, também para avaliar a contribuição do clorotalonil em aumentar a persistência e eficácia dos dois demais fungicidas (azoxistrobina e ciproconazol). Portanto, o primeiro objetivo deste projeto foi o de testar as hipóteses 1 e 2 que indicam que o clorotalonil além de apresentar ação fungicida é capaz de limitar a degradação do ciproconazol e da azoxistrobina. O segundo objetivo foi demonstrar que os fungicidas se complementam em termos de ação proporcionando elevados níveis de eficácia em condições controladas ou em condições de campo.
[0073] Enfatizamos que melhorar a dinâmica e a eficácia dos fungicidas permite reduzir tanto as doses quando número de aplicações, contribuindo para a produção sustentável de alimentos fibras e bioenergia.
[0074] A análise das informações apresentadas indica que a seleção dos três ingredientes ativos é coerente e alinhada com os conhecimentos mais recentes sobre metabolismo, sítio e modo de ação de fungicidas. A combinação dos três ativos corresponde à primeira inovação presente no produto desenvolvido.
[0075] Comprovadas as hipóteses iniciais que o clorotalonil reduz a degradação da azoxistrobina e ciproconazol, foram desenvolvidas tecnologias específicas para controlar a biotransformação e fotodecomposição do próprio clorotalonil para estender o seu efeito fungicida e sua ação protegendo os demais ingredientes ativos. O conjunto de tecnologias para controlar a disponibilidade, biotransformação e fotodegradação do clorotalonil corresponde à segunda inovação presente no produto desenvolvido.
[0076] 2 – Escolha do triazol ciproconazol
[0077] Os triazois vêm sendo utilizados no controle de doenças fúngicas em humanos, animais e culturas agrícolas nas últimas quatro décadas, conforme pode ser observado na Tabela 02 que resume as principais informações sobre esses compostos obtidas a partir do portal PPDB: Pesticide Properties DataBase mantido pela Universidade de Hertfordshire (http://sitem.herts.ac.uk/aeru/ppdb/en/atoz.htm) que constitui uma das fontes de maior uso e confiabilidade de informações sobre defensivos agrícolas em todo o mundo. Foram selecionadas apenas algumas informações que foram fundamentais para a seleção do ciproconazol para compor a formulação inovadora de fungicidas de que trata esta solicitação.
[0078] Tabela 02. Compilado de algumas informações sobre fungicidas triazóis.
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[0079] O primeiro critério de seleção foi a característica do ciproconazol de não sofrer ionização. Como esse composto não é ácido ou básico, suas características físicas e químicas permanecem praticamente inalteradas em diferentes pHs. Essa é uma característica bastante desejável considerando o objetivo de adicioná-lo a dois outros ingredientes ativos na nova formulação, sendo um deles (clorotalonil) em concentração muito superior aos demais. O segundo critério foi buscar entre os triazóis não ionizáveis, o de maior solubilidade. A análise da Tabela 02, indica que o ciproconazol tem solubilidade de 93 ppm, muito superior à dos demais triazóis não ionizáveis. Mesmo considerando todos os triazóis, o ciproconazol tem solubilidade inferior apenas a três compostos que correspondem a duas bases e um ácido. A busca de um triazol não ionizável e com maior solubilidade justifica-se considerando que os outros dois fungicidas selecionados para compor o produto comercial objeto desse pedido de patente, azoxistrobina e clorotalonil, apresentam solubilidades bastante baixas, de 6,7 e 0,81 ppm, respectivamente. A concentração do ciproconazol na formulação é bastante baixa, assim como suas doses por hectare, em condições de uso comercial. Mesmo que não fossem adicionados surfactantes ao produto comercial ou adjuvantes à aplicação, a solubilidade de 93 ppm do ciproconazol, indica que este ativo vai estar predominantemente ou completamente solubilizado nas condições práticas de uso comuns no Brasil. Um dos objetivos do projeto foi, também, avaliar se o ciproconazol por ser mais solúvel teria absorção mais fácil do que os demais compostos incluídos na formulação (clorotalonil e azoxistrobina). Para efeitos de comparação com os demais ingredientes ativos da formulação, o ciproconazol apresenta taxas médias diárias de degradação de 4,9 % apenas na superfície e 5,8 % na superfície e interior de tecidos vegetais, respectivamente (http://sitem.herts.ac.uk/aeru/ppdb/en/atoz.htm).
[0080] Em síntese, o ciproconazol é um composto com amplo histórico de uso efetivo e seguro na agricultura, que não é ionizável e com solubilidade superior à apresentada pela maioria dos fungicidas triazóis, azoxistrobina e clorotalonil. A seleção do ciproconazol com base nas informações apresentadas corresponde à terceira inovação incluída no produto desenvolvido.
[0081] 3 – Escolha da estrobilurina azoxistrobina.
[0082] A escolha da azoxistrobina foi mais complexa e teve como ponto de partida as informações apresentadas na Tabela 03 que tem como fontes o portal PPDB: Pesticide Properties DataBase mantido pela Universidade de Hertfordshire (http://sitem.herts.ac.uk/aeru/ppdb/en/atoz.htm) e o portal Pubchem mantido pelo National Library of Medicine / National Center for Biotechnology Information (https://pubchem.ncbi.nlm.nih.gov/). No processo de escolha foram consideradas apenas as estrobilurinas não protegidas por patentes e de uso mais comum no Brasil e no mundo. O objetivo da formulação desenvolvida com os três fungicidas é combinar ação curativa e protetora. Além disso, também foi relevante considerar as informações sobre persistência dos fungicidas e características que podem interferir nessa persistência, como a pressão de vapor. As principais informações são apresentadas nas Tabelas 03 e 04.
[0083] Para efeitos de comparação com os demais ingredientes ativos da formulação utilizando a mesma base de informação (http://sitem.herts.ac.uk/aeru/ppdb/en/atoz.htm), a azoxistrobina apresenta taxas médias diárias de degradação de 8,7 % apenas na superfície e 8,3 % na superfície e interior de tecidos vegetais, respectivamente. Os valores são bastante próximos aos encontrados no levantamento detalhado da literatura que é apesentado na Tabela 04.
[0084] A análise das informações indica que a azoxistrobina diferencia-se por ser o composto mais solúvel, menos volátil e mais persistente na matriz vegetal. Outra característica considerada na seleção da azoxistrobina foi o log Kow. O trabalho de Bromilow et al. (1990) originalmente desenvolvido tomando como exemplos herbicidas, mas cujas conclusões são aplicáveis a todos os compostos orgânicos em plantas, ressalta que valores de log Kow próximos a 2 indicam máxima facilidade dos compostos cruzarem membranas biológicas. A azoxistrobina tem log Kow de 2,5 sendo, dentre as estrobilurinas estudadas, a que tem o valor dessa característica mais próximo do valor 2, considerado ideal pelos autores em termos de facilidade em cruzar membranas biológicas.
[0085] Em síntese, a azoxistrobina é um composto com amplo histórico de uso efetivo e seguro na agricultura e que se destaca das demais estrobilurinas não protegidas por patentes em termos de solubilidade, Log de Kow (indicador da facilidade em cruzar membranas biológicas), pressão de vapor (indicador de volatilidade) e persistência na matriz vegetal. Merece destaque o compilado de informações sobre persistência na matriz vegetal (Tabela 04) indicando que a azoxistrobina é relativamente mais persistente do que as demais estrobilurinas consideradas, o que é relevante na construção de um novo fungicida do qual se espera a persistência dos efeitos em condições de campo. A seleção da azoxistrobina com base nas informações apresentadas corresponde à quarta inovação incluída no produto desenvolvido.
[0086] Tabela 03. Compilado de algumas informações sobre fungicidas do grupo das estrobilurinas.
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[0087] Tabela 04. Informações sobre a persistência de fungicidas do grupo das estrobilurinas na matriz vegetal.
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[0088] Do processo de desenvolvimento das formulações
[0089] A etapa mais crítica foi a seleção dos ativos, conforme apresentado nos itens anteriores. A partir dessa definição e tendo a sustentabilidade e redução de riscos como principais objetivos, foram identificados os principais pontos de melhoria que deveriam ser incorporados ao novo produto comercial: 1) aumento da concentração dos ativos na formulação reduzindo o consumo de matérias primas e gastos com transporte; 2) uso de matérias primas mais seguras em termos toxicológicos e ambientais; 3) desenvolvimento de formulações estáveis durante o armazenamento e transporte; 4) aumento da deposição com redução das perdas por deriva; 5) desenvolvimento de formulações com dinâmica e persistência de cada um dos ingredientes ativos mais adequada ao controle de patógenos; 6) alta eficácia em ensaios comparativos em condições práticas de uso.
[0090] Os seis itens citados seguem ordem tanto lógica quanto cronológica. De fato, o circuito por eles representado foi percorrido várias vezes obtendo-se novas informações e melhorando continuamente os protótipos produzidos. Foram desenvolvidas e avaliadas dezenas de formulações experimentais até que fosse possível chegar à formulação definitiva que permite alcançar, simultaneamente, todos os objetivos estabelecidos.
[0091] Merece destaque que o objetivo “4) aumento da deposição com redução das perdas por deriva” é continuamente buscado no processo de desenvolvimento de formulações da Ourofino Agrociência. Quando um produto fitossanitário é aplicado, ele pode se depositar sobre o alvo ou sofrer deriva e outras perdas. O aumento da deposição, pode permitir aumentar a eficácia ou persistência de efeitos com uma mesma dose aplicada; reduzir a dose aplicada ou número de aplicações sem comprometer a eficácia. Portanto, o aumento da deposição precisa ser sempre considerado como a base de estratégias de formulação, com o objetivo de aumentar a segurança dos produtos fitossanitários para os trabalhadores, consumidores e para o ambiente.
[0092] De modo específico, foi um grande desafio desenvolver formulações eficazes e estáveis contendo os três ingredientes ativos com diferentes características em termos de estado físico em temperatura ambiente e solubilidade. Azoxistrobina, clorotalonil e ciproconazol são compostos não ionizáveis com características físicas e químicas pouco alteradas pelo pH e com solubilidades em água de 6,7; 0,81 e 93 mg/L, respectivamente. As massas específicas (densidades) dos três compostos são de 1,34; 1,74 e 1,26 g/mL, também de modo respectivo (http://sitem.herts.ac.uk/aeru/ppdb/en/atoz.htm).
[0093] O clorotalonil, presente na formulação em concentração muito superior à dos demais ingredientes ativos, tem papel central no desenvolvimento da formulação inovadora que é objeto desse pedido de patente. Além da capacidade de controlar fitopatógenos, este composto demonstrou a capacidade de proteger e reduzir a biotransformação e fotólise da azoxistrobina e do ciproconazol. Foi necessário desenvolver, avaliar e comparar dezenas de protótipos até que a formulação objeto desse pedido de patente fosse validada como a que maximiza tanto a eficácia do clorotalonil quanto a sua ação protetora para azoxistrobina e ciproconazol.
[0094] O objetivo “5) desenvolvimento de formulações com dinâmica e persistência de cada um dos ingredientes ativos mais adequada ao controle de patógenos” é bastante complexo e demanda o emprego de um amplo conjunto de tecnologias. Neste caso explorou-se o potencial de fotoproteção do clorotalonil aos dois outros ingredientes ativos presentes na formulação e soluções específicas para aumentar ou diminuir a absorção e reduzir os efeitos da água de chuva removendo os compostos da folha. A água da chuva remove apenas os compostos que se encontram externamente às folhas e, portanto, uma estratégia para reduzir seus efeitos é aumentar a absorção dos compostos. Considerando os modos de ação da azoxistrobina e ciproconazol, a absorção pelas folhas também é fundamental para que esses fungicidas exerçam sua ação. No caso do clorotalonil, a questão é mais complexa, considerando a ação protetora desse fungicida indicando que o ideal seria que esse fungicida permanecesse o maior tempo possível na superfície das folhas (sem ser absorvido e sem ser lavado pela água de chuva). Em termos de fotoproteção dos demais compostos, a permanência na superfície da folha também é desejável. Por outro lado, a possível proteção do clorotalonil em termos de biotransformação de ciproconazol e azoxistrobina nas plantas depende da absorção desse composto.
[0095] Para responder a todas as questões necessárias ao atendimento do objetivo 5, discutido no parágrafo anterior, a estratégia experimental utilizada consistiu na realização de vários testes em que sempre foram avaliados os teores dos compostos nas seguintes condições: 1) teores internos às folhas expressos em ng dos compostos / g de matéria seca de folhas liofilizadas; 2) teores na água de chuva coletada após o impacto e escorrimento pelas plantas determinados em ng/mL e depois expressos em ng dos compostos / g de matéria seca de folhas liofilizadas; 3) teores externos removidos por lavagem com grande volume de água, após a ocorrência de chuva, determinados em ng/mL e depois expressos em ng dos compostos / g de matéria seca de folhas liofilizadas; 4) os teores totais foram determinados pela soma dos valores obtidos para as condições 1, 2 e 3 após a uniformização das unidades em que os valores foram expressos (ng dos compostos / g de matéria seca de folhas liofilizadas). Todas as avaliações foram realizadas em diferentes períodos após a aplicação dos protótipos de fungicidas para que fosse possível comparar as formulações experimentais em termos de deposição, absorção e degradação ao longo do tempo. Todas as aplicações foram feitas com a adição de adjuvante para melhorar a absorção em concentração compatível com as utilizadas em aplicações comerciais de fungicidas em soja.
[0096] Para ciproconazol e azoxistrobina, priorizou-se a apresentação das informações referentes aos teores totais e teores internos. Essas informações permitem avaliar de modo combinado a contribuição das inovações incorporadas em cada protótipo para aumentar a deposição, absorção e persistência, destacando-se a inclusão de adjuvantes e do clorotalonil com potencial de fotoproteção e redução das biotransformações desses dois fungicidas.
[0097] No caso do clorotalonil, priorizou-se a apresentação das informações referentes aos teores totais e os teores na superfície das folhas. Essas informações permitem avaliar de modo combinado a contribuição das inovações incorporadas em cada protótipo para aumentar a deposição e a presença do clorotalonil nas regiões da folha em que exerce suas funções como fungicida e protetor dos demais fungicidas presentes na formulação (ciproconazol e azoxistrobina). A comparação dos teores de clorotalonil são úteis para prever os efeitos desse fungicida em fitopatógenos, mas o melhor modo de avaliar a ação protetora desse composto sobre a azoxistrobina e ciproconazol é avaliar os efeitos sobre os teores desses fungicidas conforme descrito no parágrafo anterior. Foi um grande desafio desenvolver protótipos que para reduzir a lavagem do clorotalonil pela chuva e que permitissem a permanência do composto na superfície das folhas e a absorção em quantidades adequadas para que o clorotalonil desempenhasse adequadamente todas as funções que dele eram esperadas. Conforme já citado foram realizadas 3.258 determinações precisas dos teores dos fungicidas em folhas de soja, água de chuva e água de lavagem após a aplicação de chuva.
[0098] Após todas as determinações dos teores, um último cuidado foi necessário. Com o objetivo de comparar os três fungicidas avaliados em termos de facilidade de absorção (refletida no teor interno às folhas) e comparar os protótipos experimentais desenvolvidos aos padrões comerciais, foi necessário corrigir os teores em função da dose aplicada. Exemplificando, os padrões comerciais não são utilizados exatamente nas mesmas doses ou proporções de doses de ingredientes ativos que ocorrem nos protótipos desenvolvidos pela Ourofino Agrociência. Para contornar essa limitação, todos os teores expressos em ng dos compostos / g de matéria seca de folhas liofilizadas foram normalizados pela dose de cada fungicida expressa em g/ha. Desse modo, os resultados que serão apresentados serão expressos em:
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[0099] Assim, foi possível estabelecer comparações entre produtos com diferentes doses de cada ingrediente ativo e até mesmo entre os ingredientes ativos aplicados em diferentes doses.
[0100] Nos próximos itens serão apresentadas as informações sobre as tecnologias desenvolvidas para que fossem alcançados os seis objetivos que orientam o processo de desenvolvimento de formulações na Ourofino Agrociência.
[0101] Para atingir os objetivos acima, a presente invenção, além dos ingredientes ativos azoxistrobina, ciproconazol e clorotalonil na composição, compreende um sistema de tensoativos balanceado adequadamente, com tensoativos que tem características dispersantes e molhantes.
[0102] O sistema tensoativo compreende polietileno-polipropilenoglicol, éter monobutílico, uma base de fosfato de polioxietileno tristirilfenol, sal de potássio e uma base de ácido lignossulfônico, sal de sódio.
[0103] Ácido lignossulfônico, sal de sódio, são macromoléculas polimerizadas, com características de um polieletrólito, são soluvéis em água, com caráter aniônico. Possui propriedades aglomerante, controle reológio e dispersão, estabilização da emulsão, umidificação, suspensibilidade e redispersibilidade.
[0104] Álcool butílico etoxilado propoxilado é um surfactante não iônico eto-propoxilado, principalmente para atuar com características de emulsificante e agente dispersante em formulações agroquímicas. Utilizado em combinação com outros surfactantes proporciona um excelente balanceamento entre os surfactantes proporcionando estabilidade na formulação e benefícios na aplicabilidade do produto. Graças à sua natureza não aniônica é eficaz em uma ampla faixa de pH, lipofilicidade e força iônica.
[0105] Fosfato de polioxietileno tristirilfenol, sal de potássio é um surfactante aniônico etoxilado TSP, desenvolvido principalmente para atuar como emulsificante e agente dispersante em formulações agroquímicas. Os tensoativos tristirilfenol etoxilados são excelentes agentes dispersantes e emulsificantes, apresentando grande versatilidade de uso dentro desta gama de surfactantes, várias porções não iônicas e aniônicas estão disponíveis.
[0106] A combinação destes tensoativos balanceados adequadamente proporciona ao produto desenvolvido uma excelente estabilidade físicoquímica, tais como, dispersibilidade, propriedades aglomerantes, controle reológio, estabilização da emulsão, umidificação, suspensibilidade, redispersibilidade, facilidade no processo fabril, inibição do crescimento de cristais, proteção UV, antioxidante e formação de complexos.
[0107] Em resumo, a presente invenção se refere a uma composição e formulações a base dos fungicidas azoxistrobina, ciproconazol e clorotalonil em altas concentrações, compreendendo um sistema tensoativo mais componentes na formulação em associação com diferentes concentrações dos ingredientes ativos e alta carga. Em particular, a invenção refere-se a composições de azoxistrobina, ciproconazol e clorotalonil com alta carga que apresentam reduções de perdas dos fungicidas pela lavagem da água das chuvas após a aplicação e por deriva, deposição e espalhamento na superfície das folhas, menor fotodegradação do azoxistrobina e/ou outras estrobilurinas e do ciproconazol e/ou outros triazóis em função da atuação do clorotalonil como fotoprotetor desses ingredientes ativos, promovendo assim maior facilidade de absorção e penetração dos fungicidas nas folhas, e melhor translocação nas plantas, resultando em maior eficácia no controle de ferrugem-asiática e manchas foliares na soja e de outras doenças em diferentes culturas agrícolas
[0108] A presente invenção apresenta como objetivo principal o alcance de uma composição que promova o aumento da concentração dos fungicidas azoxistrobina e/ou outras estrobilurinas, ciproconazol e/ou outros triazóis e o clorotalonil com ação de fotoproteção a outros a ser aplicado nas plantas, de modo que adicionalmente ao seu efeito fungicida eficaz e de maior velocidade de ação de controle, também se apresente com o objetivo de reduzir os possíveis processos de perdas dos ingredientes ativos presentes na formulação pela água da chuva, reduzindo assim o impacto ambiental, além de minimizar despesas de transporte, armazenamento e, principalmente, de descarte de embalagens.
[0109] Mais especificamente foram exploradas combinações que compreendem diferentes concentrações de azoxistrobina, ciproconazol e clorotalonil de alta carga e um sistema tensoativo, com o objetivo de aumentar a concentração dos fungicidas, isto é, melhorar a sua eficácia e dinâmica nas plantas quanto ao controle das diferentes doenças nas culturas, a exemplo da ferrugem-asiática da soja.
[0110] Contudo, a presente invenção apesar do aumento da concentração dos fungicidas nas plantas, não compromete a eficácia, a seletividade da cultura da soja, milho e algodão, dentre outras culturas, além de promover maior segurança para agricultores, consumidores e para o meio ambiente
[0111] Mais especificamente ainda, os componentes da composição da presente invenção, se apresentam em proporções adequadamente balanceadas acarretando maior eficácia agronômica no manejo da ferrugem-asiática e manchas foliares na soja, dentre outras doenças em diferentes culturas agrícolas, bem como seletividade a culturas convencionais e transgênicas de soja, milho e algodão contribuindo assim para a preservação do potencial produtivo dessas culturas. Adicionalmente, a composição da presente invenção também apresenta baixa toxicidade ao homem e ao ambiente, além de proporcionar baixo custo de produção.
[0112] A presente invenção também diz respeito a uma formulação oriunda da referida composição sob forma de uma suspensão concentrada, de modo a se obter em uma única embalagem, uma formulação pronta que é dissolvida in situ, diretamente no tanque de água adequada para pulverização no campo.
[0113] Mais especificamente ainda, portanto, a presente invenção também inclui formulações fungicidas concentradas, contendo azoxistrobina, ciproconazol e clorotalonil de alta carga e componentes adequadamente balanceados utilizando um sistema tensoativo. As ditas formulações visam a facilitar a deposição e espalhamento dos fungicidas na superfície das folhas, absorção e penetração na folha da planta e translocação na planta.
[0114] A combinação de um sistema de tensoativo balanceado adequadamente, com tensoativos que tem características de dispersante e molhante utilizado nestes fungicidas consistem em um conjunto de tensoativos a base de polietileno-polipropilenoglicol, éter monobutílico, uma base de fosfato de polioxietileno tristirilfenol, sal de potássio e uma base de ácido lignossulfônico, sal de sódio.
[0115] Ácido lignossulfônico e sal de sódio são macromoléculas polimerizadas com características de um polieletrólito, são soluvéis em água, e com caráter aniônico. Possui propriedades aglomerante, controle reológio e dispersão, estabilização da emulsão, umidificação, suspensibilidade e redispersibilidade.
[0116] Álcool butílico etoxilado propoxilado é um surfactante não iônico eto-propoxilado, principalmente para atuar com características de emulsificante e agente dispersante em formulações agroquímicas. Utilizando em combinação com outros surfactantes proporciona um excelente balanceamento entre os surfactantes proporcionando estabilidade na formulação e benefícios na aplicabilidade do produto. Graças à sua natureza não aniônica é eficaz em uma ampla faixa de pH, lipofilicidade e força iônica.
[0117] Fosfato de polioxietileno tristirilfenol sal de potássio é um surfactante aniônico etoxilado TSP, desenvolvido principalmente para atuar como emulsificante e agente dispersante em formulações agroquímicas. Os tensoativos tristirilfenol etoxilados são excelentes agentes dispersantes e emulsificantes, apresentando grande versatilidade de uso dentro desta gama de surfactantes, várias porções não iônicas e aniônicas estão disponíveis.
[0118] A combinação destes tensoativos balanceados adequadamente proporciona ao produto desenvolvido uma excelente estabilidade físicoquímica, tais como, dispersibilidade, propriedades aglomerantes, controle reológio, estabilização da emulsão, umidificação, suspensibilidade, redispersibilidade, facilidade no processo fabril, inibição do crescimento de cristais, proteção UV, antioxidante e formação de complexos.
[0119] A composição fungicida da presente invenção contém como ingredientes ativos, o Clorotalonil na concentração de 46,99% a 50,75% m/m da composição, com efeito fotoprotetor dos demais ingredientes ativos, a Azoxistrobina na concentração de 3,58% a 4,38% m/m da composição e o Ciproconazol na concentração de 1,02% a 1,38% m/m da composição.
[0120] A composição fungicida da presente invenção contém ainda Propileno glicol na concentração de 1,00% a 20,00% m/m da composição, 1,2-benzisotiazolin-3-ona na concentração de 0,10% a 1,00% m/m da composição, Poli(dimetilsiloxano) na concentração de 0,50% a 2,00% m/m da composição, Goma xantana na concentração de 0,05% a 0,20% m/m da composição, e água na concentração de 20,00% a 40,00% m/m da composição.
[0121] A composição fungicida da presente invenção pode conter adicionalmente ao menos um tensoativo na concentração de 0,50% a 20,00% m/m da composição selecionado dentre Polietileno-polipropileno glicol éter monobutílico, Fosfato de polioxietileno tristirilfenol sal de potássio, Ácido lignossulfônico sal de sódio, Alquilnaftalenossulfonato de sódio condensado de formaldeído, N, N-óxido de dimetildodecilamina, e/ou Ácido lignossulfônico sal de sódio.
[0122] A composição fungicida da presente invenção pode conter adicionalmente Dióxido de Titânio na concentração de 1,00% a 4,00% m/m da composição.
[0123] A composição fungicida da presente invenção pode conter adicionalmente Polivinilpirrolidona na concentração de 0,50% a 3,00% m/m da composição.
[0124] Na tabela abaixo está um exemplo da composição do fungicida da presente invenção.
[0125] Tabela 05. Composição exemplificada do fungicida da presente invenção.
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[0126] Na tabela abaixo são listados algumas das formulações derivadas da composição da presente invenção.
[0127] Tabela 06. Exemplos de protótipos desenvolvidos dos fungicidas agrícolas contendo azoxistrobina, ciproconazol e clorotalonil.
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[0128] 4) aumento da deposição com redução das perdas por deriva;
[0129] 5) desenvolvimento de formulações com dinâmica e persistência de cada um dos ingredientes ativos mais adequada ao controle de patógenos; Deriva e deposição são fenômenos opostos.
[0130] A deriva indica perdas durante o processo de aplicação e a deposição indica o quanto do produto aplicado efetivamente depositou sobre o alvo (plantas de soja neste caso). Hoje, a deriva é apontada como a principal causa de perdas e contaminações ambientais relacionadas à aplicação de defensivos agrícolas. Reduzir a deriva é fundamental para aumentar a deposição e eficácia, reduzir a contaminação ambiental e, ao reduzir a quantidade de gotas em suspensão, reduzir a exposição dos trabalhadores envolvidos na aplicação.
[0131] Quando são utilizados alvos planos como a superfície do solo, fazer um balanço de massas da aplicação determinando com precisão a deposição e deriva é relativamente simples. No entanto, em plantas, com grande variação de arquitetura, área foliar e morfologia, realizar um balanço de massas não é possível e o procedimento mais adequado é medir a deposição ou depósito dos compostos aplicados por unidade de área ou massa da planta.
[0132] É muito relevante conduzir as avaliações em condições representativas das condições práticas de aplicação em termos de tecnologia de aplicação e características das soluções de aplicação. Neste caso, foram utilizadas as próprias informações produzidas nos estudos comparativos de dinâmica conduzidos com o objetivo de comparar os protótipos de formulações entre si e com o principal padrão comercial. As aplicações foram feitas em condições controladas com velocidade de 1 m/s, com uso de pontas XR 110.02, pressão de 2 Bar e taxa de aplicação de 200 L/ha, temperatura de 28 °C e umidade relativa de 56 %. A aplicação foi feita com equipamento experimental de alta precisão que permite o controle das variáveis operacionais citadas. O estudo foi conduzido utilizando-se plantas de soja no estágio V6 como alvo, com cinco repetições para cada ingrediente ativo. No experimento priorizado em termo de apresentação de informações para este pedido de patente, os tratamentos confrontados foram: 1) aplicação de oito protótipos de formulações na dose de 1,5 L/ha, condicionando doses de azoxistrobina, ciproconazol e clorotalonil de 79,5, 24 e 975 g/ha, respectivamente; 2) tratamento com o padrão comercial azoxistrobina + mancozeb (padrão comercial 1), na dose de 1,5 L/ha, condicionando doses dos compostos azoxistrobina e mancozeb de 75 e 1.050 g/ha, respectivamente; padrão comercial azoxistrobina + ciproconazol + mancozeb (padrão comercial 2) na dose de 1,5 L/ha, condicionando doses de azoxistrobina, ciproconazol e mancozeb de 45, 18 e 900 g/ha, respectivamente. Todos os tratamentos receberam a adição do adjuvante óleo mineral na concentração de 0,50 % (equivalente a 0,5 L/ha). O estudo foi conduzido com cinco repetições e três períodos de avaliação: 03, 06 e 11 dias após a aplicação (DAA). Durante todo o período experimental as parcelas foram mantidas em casa-de-vegetação à noite e em ambiente externo durante o dia. Esse cuidado foi necessário considerando que tanto o vidro como o policarbonato, materiais de cobertura da casa-de-vegetação, não transmitem adequadamente luz ultravioleta, inviabilizando a realização de estudos que envolvem a fotólise no interior dessas estruturas e similares. Vidro e policarbonato praticamente não transmitem UVB e UVC, os mais absorvidos pelos fungicidas em teste.
[0133] Conforme já descrito, todas as unidades experimentais foram submetidas a chuvas de 20 mm aos 02, 05 e 10 DAA, 24 horas antes de cada avaliação aos 03, 06 e 11 DAA. Determinaram-se os teores dos fungicidas internos às folhas, na água de chuva após o impacto e escorrimento pelas plantas e remanescentes na superfície da folha após a chuva. Os valores foram somados para determinar o teor total dos compostos.
[0134] Como já exposto, as doses de aplicação dos compostos foram distintas entre os tratamentos exigindo que os dados fossem corrigidos (divididos) pelas doses de aplicação expressas em g/ha. Sumarizando, determinou-se qual o resultado proporcionado pela aplicação de 1 g/ha de cada um dos compostos em termos de quantidade presente em uma grama de folha de soja liofilizada.
[0135] Os principais resultados obtidos são apresentados nas Tabelas 05 a 10. Todos os valores do Teste F aplicado a análise de variância para tratamentos foram significativos aos níveis de 5 % e 1 % de probabilidade. As médias observadas para o Protótipo 3, selecionado para ser produzido comercialmente e objeto deste pedido de patente, foram representadas, também, como porcentagens das médias de todos os demais protótipos, todos os demais tratamentos e dos padrões comerciais utilizados. Também são informados os valores da diferença mínima significativa pelo teste T ao nível de 5% de probabilidade e o percentil.
[0136] O percentil representa a porcentagem do total de tratamentos (protótipos e padrões comerciais) que apresentaram médias inferiores à média do Protótipo 3. Os valores médios dos percentis do Protótipo 3 para todas as informações de teores dos fungicidas aos 03, 06 e 11 DAA foram de 85,5%, 100% e 100%, respectivamente. Os resultados indicam desempenho superior do Protótipo 3 em relação a praticamente todos os demais protótipos e padrões na primeira avaliação superior a todos os demais tratamentos aos 06 e 11 DAA. Considerando o objetivo do novo produto comercial que é a prevenção da incidência de fitopatógenos na planta, controlar a evolução da doença (severidade) provenientes da incidência já estabelecida e evitar novas infecções com fitopatógenos, as avaliações aos 06 e 11 DAA são particularmente relevantes e indicam que o Protótipo 3 se destacou em relação aos demais protótipos e padrões comerciais tendo sempre o melhor desempenho, com os maiores teores dos fungicidas nas regiões consideradas críticas para a prevenção e controle.
[0137] A análise das médias observadas para o Protótipo 3 expressas como porcentagens das médias: 1.) dos demais protótipos; 2.) dos protótipos e padrões comerciais e 3.) dos padrões comerciais; também não deixam qualquer dúvida sobre a consistência do desempenho superior do Protótipo 3, independentemente do ingrediente ativo considerado. As vantagens desse protótipo aumentam com o tempo e alcançam valores máximos aos 11 DAA, o que é coerente com os objetivos do projeto e da invenção construída. Além da eficácia inicial buscou-se uma formulação que permitisse aumentar a persistência estendendo o controle de fitopatógenos em condições de campo. Não restam dúvidas que a formulação desenvolvida e objeto desse pedido de patente, contribuirá para o controle sustentável de fitopatógenos.
[0138] Também é relevante comparar em termos gerais os três fungicidas para que a empresa possa aprimorar as suas estratégias de formulação e produtos no futuro. A base de informações constituída é única e certamente ainda será muito útil para a Ourofino Agrociência. No primeiro período de avaliação (03 DAA) os teores totais médios para todos os produtos comerciais e protótipos avaliados, considerando um total de 40 a 50 repetições, indicou teores totais médios de clorotalonil, azoxistrobina e ciproconazol de 210, 352 e 267 (ng/g)/(g/ha) ou, simplificadamente, ng.ha/g². Na segunda avaliação (06 DAA) os valores médios foram de 132, 188 e 173 ng.ha/g². Na terceira avaliação (11 DAA) os valores médios foram de 66, 114 e 83 ng.ha/g².
[0139] Considerando que os três fungicidas foram aplicados em mistura, as diferenças observadas para cada produto comercial ou protótipo não se referem a diferenças de deposição, mas sim a diferenças em termos de velocidade de degradação no primeiro período de avaliação. As informações de literatura indicam que o clorotalonil é o ingrediente ativo degradado com maior velocidade e esse comportamento também ocorreu neste estudo. No entanto, ficou evidente a maior estabilidade da azoxistrobina comparada ao ciproconazol, contrariando as informações de literatura. As informações obtidas neste estudo contam com um número muito grande de repetições e considerando técnicas de aplicação similares às utilizadas em campo, indicando que a azoxistrobina pode contribuir mais do que o esperado em termos de duração dos efeitos fungicidas em condições de campo.
[0140] Os dados obtidos também permitem comparar a azoxistrobina e o ciproconazol em termos de absorção, uma informação fundamental considerando o tipo de ação dos dois compostos que demanda entrada nas folhas para maior efetividade no controle de fitopatógenos. Foi possível estimar a porcentagem do teor interno em relação ao teor total dos dois fungicidas considerando as informações para todos os protótipos e padrões comerciais. Os números de repetições para azoxistrobina e ciproconazol foram, respectivamente, de 50 e 45 em cada período de avaliação. Para azoxistrobina os valores médios encontrados aos 03, 06 e 11 DAA foram de 29, 29 e 31 % respectivamente. Para o ciproconazol os valores médios foram de 69, 62 e 85 % também de modo respectivo. Se por um lado, o ciproconazol foi degradado mais rapidamente do que a azoxistrobina, por outro foi absorvido de modo mais eficiente e, possivelmente, destaca-se no controle inicial de fitopatógenos logo após a aplicação.
[0141] Na parte direita das Tabelas 07 a 12, os teores dos compostos observados aos 06 e 11 DAA são representados em porcentagens dos valores médios observados aos 03 DAA. Para clorotalonil não há padrão comercial e a comparação entre os protótipos indica que os Protótipos 3, 9 e 10 foram os que apresentaram menores taxas de degradação (maiores teores em porcentagens dos valores observados aos 3 DAA) indicando que as inovações desenvolvidas pela Ourofino Agrociência para aumentar a persistência do clorotalonil foram efetivas. É importante ressaltar que a redução da degradação é relevante, mas quando se compara os teores do clorotalonil, principalmente aos 11 DAA, o Protótipo 3 foi superior a todos os demais inclusive os Protótipos 9 e 10.
[0142] Quando os teores totais e internos de azoxistrobina foram expressos em porcentagem dos valores observados aos 3 DAA, ficou evidente que a presença do clorotalonil e outras tecnologias incorporadas pela Ourofino Agrociência aos protótipos foram fundamentais para aumentar a estabilidade desse composto permitindo que maiores eficácias e períodos de controle possam ser obtidos. A análise de todas as informações apresentadas nas Tabelas 9 e 10, priorizando as informações obtidas aos 11 DAA, fica evidente o desempenho superior do Protótipo 3 em relação aos demais protótipos e, sobretudo, em relação aos padrões comerciais. Considerando os teores internos de azoxistrobina aos 11 DAA, o Protótipo 3, um dos objetos desse pedido de patente, apresentou ganhos médios de 54 %, 76 % e 255 % quando comparado à média dos demais protótipos, dos demais tratamentos (protótipos e padrões comerciais) e dos padrões comerciais, respectivamente.
[0143] De modo similar, quando os teores totais e internos de ciproconazol foram expressos em porcentagem dos valores observados aos 3 DAA, ficou evidente que a presença do clorotalonil e outras tecnologias incorporadas pela Ourofino Agrociência aos protótipos foram fundamentais para aumentar a estabilidade também desse fungicida permitindo que maiores eficácias e períodos de controle possam ser obtidos. A análise de todas as informações apresentadas nas Tabelas 11 e 12, priorizando as informações obtidas aos 11 DAA, fica evidente o desempenho superior do Protótipo 3 em relação aos demais protótipos e, sobretudo, em relação aos padrões comerciais. Considerando os teores internos de ciproconazol aos 11 DAA, o Protótipo 3, objeto desse pedido de patente, apresentou ganhos médios de 36 %, 46 % e 213 % quando comparado à média dos demais protótipos, dos demais tratamentos (protótipos e padrões comerciais) e dos padrões comerciais, respectivamente.
[0144] Tabela 07. Teores totais de clorotalonil em folhas de soja aos 3, 6 e 11 DAA.
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[0145] Tabela 08 – Teores de clorotalonil na superfície de folhas de soja após chuva de 20 mm, aos 3, 6 e 11 DAA.
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[0146] Tabela 09. Teores totais de azoxistrobina em folhas de soja aos 3, 6 e 11 DAA
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[0147] Tabela 10. Teores internos de azoxistrobina em folhas de soja após chuva de 20mm, aos 3, 6 e 11 DAA.
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[0148] Tabela 11. Teores totais de ciproconazol em folhas de soja aos 3, 6 e 11 DAA.
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[0149] Tabela 12. Teores internos de ciproconazol em folhas de soja após chuva de 20 mm, aos 3, 6 e 11 DAA.
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[0150] 6) alta eficácia em ensaios comparativos em condições práticas de uso.
[0151] Os seguintes testes foram desenvolvidos com o objetivo de avaliar a eficiência e a praticabilidade agronômica do fungicida OFA-T 0125/16 (azoxistrobina 53 + ciproconazol 16 + clorotalonil 650 g.L-1 SC) ou Protótipo 3 para controle dos alvos da ferrugem-asiática (Phakopsora pachyrhizi SYDOW E SYDOW), mancha-parda (Septoria glycines Hemmi) na cultura da soja e mancha-alvo (Corynespora cassicola) em plantas de soja com diferentes fungicidas de sítio-específico no estado do Mato Grosso do Sul, MS.
[0152] Foram conduzidos seis estudos nos estados de São Paulo, Paraná e Goiás com o objetivo de avaliar o produto OFA-T 0125/16 (Azoxistrobina 53 + Ciproconazol 16 + Clorotalonil 650 g.L-1 SC) ou Protótipo 3 para controle dos alvos da ferrugem-asiática Phakopsora pachyrhizi SYDOW E SYDOW e mancha-parda Septoria glycines Hemmi, na cultura da soja [Glycine max (L.) Merrill] , conforme Tabela 13.
[0153] O delineamento estatístico utilizado foi de blocos casualizados com quatro blocos de seis tratamentos, sendo uma testemunha como exposto na Tabela 13.
[0154] Tabela 13. Doses do produto comercial/ha, do ingrediente ativo em gramas/ha e volume de calda/ha.
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[0155] Utilizou-se um pulverizador costal pressurizado a CO2, equipado com seis pontas de pulverização do tipo leque, TXA 8001 VK, espaçadas a 0,50 m entre eles, com pressão constante de 3,0 kgf/cm² e volume de calda equivalente a 150 L/ha, visando obter a melhor cobertura em diâmetro e densidade de gotas. Preconizou-se a utilização de pontas que possibilitam a produção de gotas finas e obter uma cobertura uniforme na parte aérea da cultura e consequentemente do alvo. Após as aplicações, foram realizadas avaliações aos 7 e 14 dias após a primeira aplicação (DA1A) e aos 7, 14, 21 e 28 dias após a segunda aplicação (DA2A) a fim de avaliar a severidade, produtividade e fitotoxicidade. Os dados de severidade da doença foram utilizados para calcular a área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD), segundo a equação de Shaner e Finny (1977) e a somatória da AACP foi utilizada para calcular a eficiência dos tratamentos utilizando a equação proposta por Abbott (1925). Para avaliação de produtividade os valores obtidos foram extrapolados em quilogramas por hectare (kg/ha).
Métodos de avaliação Descrição das Avaliações
[0156] Severidade para ferrugem-asiática (%): A avaliação de severidade nas plantas foi realizada pelo método visual por meio da atribuição de notas segundo à escala diagramática adaptada por Godoy et al. (2006). A nota foi atribuída em 20 trifólios do terço médio das plantas e calculada a média de severidade por parcela (Figura 2).
[0157] Severidade para mancha-parda (%): A avaliação de severidade nas plantas foi realizada pelo método visual por meio da atribuição de notas segundo a escala diagramática (Figura 3).
[0158] Desfolha (%): A avaliação de desfolha seguiu o método da escala proposta por Mario Hirano et al. (2010) (Figura 4).
[0159] Fitotoxidez (%): Para avaliação de fitotoxidade foi utilizado escala de Campos et al. (2012)( Figura 5).
Resultados e discussão sobre a ferrugem-asiática Incidência e Severidade
[0160] O período de latência média da ferrugem da soja (Phakopsora pachyrrizi ) (tempo entre o estabelecimento da infecção e a produção de inóculo) varia entre 7 e 9 dias (Alves et al., 2006). Historicamente, considerando a chegada de inóculo inicial e o período de latência do fungo, frequentemente a doença torna-se visível na fase de floração, estágio R1 (Fehr & Caviness, 1977), cerca de 35 a 45 dias após a emergência (Godoy, 2011).
[0161] Contudo, deve ser considerado que a detecção de sintomas ocorre após um ou dois ciclos do patógeno. Neste caso, é possível que na grande maioria dos casos, a infecção por Phakopsora pachyrrizi já tenha ocorrido aos 20 dias após a emergência.
[0162] A primeira aplicação de fungicida sempre tem sido posicionada e calendarizada no florescimento, ou mesmo mais tarde, mas nunca antes de visualização dos primeiros sintomas (Godoy, 2011).
[0163] Este fato sugere que, durante diversos anos, foram dadas condições plenas para geração de vários ciclos de infecção do patógeno e abundante produção de esporos, até que ocorresse a aplicação de fungicidas, caracterizando um posicionamento predominantemente erradicativo, sendo permitido o aumento na quantidade de esporos que, expostos de forma seletiva aos fungicidas, estão sendo selecionados ao longo de várias safras (Godoy, 2011).
[0164] A identificação dos primeiros sintomas foi usada como indicador para início das aplicações de fungicidas. Porém, a partir da identificação dos primeiros sintomas, tem sido observado um período muito curto para a entrada eficaz dos fungicidas.
[0165] Dessa forma, se forem consideradas as questões de maquinário, tamanho da área, e condição ambiental, pode haver empecilhos que dificultem a rápida entrada na lavoura para que os fungicidas sejam aplicados de forma eficaz.
[0166] Nesse sentido, em muitas situações, podem ocorrer perdas de rendimento mesmo após aplicação de fungicidas, muito em função de falhas de controle devido ao momento da aplicação não ser o ideal se considerado o estádio da patogênese (Calvo et al., 2008).
[0167] A avaliação de incidência, prévia à primeira aplicação, foi realizada nas folhas das plantas e não foram observados sintomas de infecção do fungo Phakopsora pachyrhizi, foram observados quatro pontos em cada parcela e não foi encontrado nenhum sintoma de infecção.
[0168] Desse modo a aplicação ocorreu preventivamente à incidência da doença. Os sintomas foram detectados a partir da primeira aplicação na avaliação aos 7 DA2A, com 10% de severidade na testemunha.
[0169] Na tabela 14 estão descritos os dados de média de severidade dos tratamentos observados durante as avaliações, pode-se verificar que logo na primeira avaliação realizada depois de constatada a incidência da doença aos 7 DA1A, todos os tratamentos apresentaram distinções significativas em relação à testemunha, destacam-se os tratamentos 1,0; 1,5 e 3,0 L/ha de OFA-T 0125/16.
[0170] Aos 14 DA1A verificou-se pelas análises estatísticas que o tratamento com 0,75 L/ha de OFA-T 0125/16 apresentou menor controle quando comparado com os tratamentos com doses maiores.
[0171] Após a segunda aplicação, aos 7 DA2A observou-se que a severidade da doença foi mantida nos menores patamares apenas nos tratamentos com OFA-T 0125/16 nas doses 1,5 e 3,0 L/ha, performando estatisticamente melhor que o padrão.
[0172] Aos 14, 21 e 28 DA2A os tratamentos com 1,5 e 3,0 L/ha de OFAT 0125/16 mantiveram níveis satisfatórios de controle da doença e apresentaram níveis de severidade da doença inferiores ao padrão.
[0173] Tabela 14. Severidade causada por ferrugem-asiática (Phakopsora pachyrhizi), na cultura da soja.
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Curva de progresso de doença e eficiência
[0174] Observando a Tabela 15, verificou-se que todos os tratamentos proporcionaram uma diminuição significativa da área abaixo da curva da doença (AACPD), quando comparados à testemunha.
[0175] OFA-T 0125/16 ou Protótipo 3 apresentou diferenças significativas em função da variação de doses, sendo notada uma porcentagem de eficiência crescente com o aumento das doses.
[0176] Os tratamentos de OFA-T 0125/16 nas doses de 1,0, 1,5 e 3,0 L/ha apresentaram eficiência de 60%, 70% e 80% respectivamente no controle da ferrugem-asiática.
[0177] O OFA na dose de 1,0L/ha obteve equivalência estatística ao Picoxistrobina + ciproconazol, enquanto as demais doses apresentaram superioridade estatística ao mesmo. COSTA et al (2017) verificou-se azoxistrobina combinado a outros princípios ativos resultou em controle superior a 80% para ferrugem-asiática da soja. OLIVEIRA et al (2017) observou que a combinação de clorotalonil, dentre outros fungicidas protetores, potencializou o efeito da aplicação, para a ferrugem-asiática da soja.
[0178] Os fungicidas multissítios têm sido ferramenta única e insubstituível na luta contra a resistência de fungos a fungicidas. (Cita-se como exemplo de sucesso, o controle dos míldios fungos de alto risco de desenvolvimento da resistência em horticultura e fruticultura, onde o uso de fungicidas sítiosespecíficos (mildiocidas) tem sempre formulados (misturas duplas préfabricadas) com a adição de multissitios (clorotalonil/mancozeb principalmente), paralisando há vários anos a ameaça de falha de controle.
[0179] Nesse sentido tem-se perdido tempo, em consequência, o controle da ferrugem pelos fungicidas sítios-específicos em misturas duplas ou triplas tem sido reduzida rapidamente safra após safra.
[0180] O fungo Phakopsora pachyrhizi, através da seleção direcional, tem sido mais rápido e tido mais sucesso no desenvolvimento da resistência do que o lançamento no mercado de misturas fungicidas eficientes (sítioespecífico + multissitios) para seu controle.
[0181] Há volume suficiente de pesquisa confirmando que a adição de fungicidas multissítios às misturas duplas de monossítios podem melhorar a eficiência do controle.
[0182] Em face dos fatos citados da redução do controle de ferrugemasiática da soja, a orientação clara de que para se recuperar o seu controle (>80%) e manter a vida efetiva por mais tempo dos fungicidas monossítios é necessário, no menor tempo possível, comercializar misturas prontas (duplas/triplas) contendo na formulação um multissítio eficiente.
[0183] Se não for feito no menor tempo possível, parece que as misturas duplas ou triplas não terão sucesso duradouro no controle da ferrugem.
[0184] O fungicida OFA-T 0125/16 é a associação da azoxistrobina, pertencente ao grupo químico das estrobilurinas, que está ligada a habilidade de inibir a respiração mitocondrial atuando na síntese de energia do fungo. Dessa forma é altamente efetiva nas fases de maior demanda energética do desenvolvimento. Apresenta também propriedades protetoras/curativas além do efeito na germinação de esporos. Quanto ao ciproconazol, segundo ativo pertencente a formulação do OFA, pertence ao grupo dos triazóis ou inibidores da desmetilação (IDMs) se caracteriza por interferir na biossíntese de esterol na membrana celular atuando na desmetilação do lanosterol, na posição do C-14, na rota de biossíntese do ergosterol. O último componente da formulação tripla é o clorotalonil um fungicida de amplo espectro usado no controle de doenças de plantas desde meados da década de 1960.
[0185] Atualmente desempenha um papel importante no controle de doenças nos campos de cereais, este ativo também faz parte da estratégia anti-resistência em programas de controle de doenças. O fungicida é utilizado em diversos cultivos, prevenindo importantes doenças, sendo inclusive o fungicida mais utilizado nos Estados Unidos.
[0186] No Brasil, o fungicida tem seu uso em diversas culturas, com crescente utilização na cultura da soja, como estratégia de controle e manejo de resistência visando o controle de ferrugem asiática e outras doenças importantes à cultura.
[0187] Para reduzir o risco de danos, da ferrugem à cultura, recomendase as seguintes estratégias: utilização de cultivares de ciclo precoce, semeaduras no início da época recomendada, a eliminação de plantas voluntárias de soja e a ausência de cultivo de soja na entressafra por meio do vazio sanitário (60 a 90 dias), o monitoramento desde o início do desenvolvimento da cultura, a utilização de fungicidas preventivamente e a utilização de cultivares resistentes.
[0188] Portanto a solução de controle da ferrugem asiática da soja está na integração dos métodos. Apesar do alto risco de surgimento de mutantes resistentes, na população do fungo P. pachyrhizi, no campo com o emprego de fungicidas de modo de ação específico, o controle químico é ainda a melhor solução para reduzir os danos causados pela doença.
[0189] Sabe-se que a curto e em médio prazo não haverá disponível em mercado novas moléculas para fungicidas com grupos químicos de modo de ação específico. Surge então a necessidade de se buscar ação de fungicidas com interferência generalizada, como os protetores (multissítios).
[0190] Tem-se disponível, o OFA-T 0125/16 ou Protótipo 3 que contribui para a manutenção dos grupos químicos de modo de ação específico, aumenta significativamente a eficácia no controle do patógeno e reduz as perdas de produtividade. O caminho, portanto, está na introdução de fungicidas protetores nas formulações de fungicidas sistêmicos (específicos).
[0191] Tabela 15. Área Abaixo da Curva de Progresso da Doença (AACPD) durante o período das avaliações, na cultura da soja, eficiência dos tratamentos.
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¹Porcentagem de eficiência, por Abbott (1925). ²Nas colunas, médias seguidas de mesma letra não diferem entre si por Tukey (P ≤ 0,05). ³Coeficiente de variação dos dados
Fitotoxicidade
[0192] No mesmo período em que foi avaliada a severidade de ferrugemasiática na soja também foram avaliados os sintomas de fitotoxicidade. Verificou-se que as diferentes aplicações e doses testadas não resultaram em sintomas fitotóxicos as plantas de soja durante as avaliações. Estes valores podem ser observados na Tabela 16.
[0193] Tabela 16. Porcentagem de injúria causada pela aplicação dos fungicidas.
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Produtividade da Cultura
[0194] De acordo com a tabela 17, pode-se observar que todos os tratamentos apresentaram superioridade numérica de produtividade em relação a testemunha. O fungicida OFA em sua menor dose 1,0 L/ha apresentou similaridade estatística ao padrão picoxistrobina + ciproconazol, ou seja, a adição do multissítio na formulação absorveu a redução na concentração de azoxistrobina e ciproconazol para obtenção dos mesmos valores de produção em kg/ha. O fungicida OFA-T 0125/16 nas doses de 1,5 L/ha e 3,0 L/ha foram superiores estatisticamente em relação à testemunha e o padrão picoxistrobina + ciproconazol.
[0195] Tabela 17. Produtividade em Kg por hectare, na cultura da soja.
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Manejo integrado a ser aplicado na cultura
[0196] A ferrugem da soja pode ser controlada de forma eficaz através da aplicação de fungicidas apropriados. Mais de 120 fungicidas comerciais estão atualmente registrados no Brasil para uso no controle da ferrugem. Muitos deles estão sendo avaliadas anualmente desde 2003/04 em ensaios padronizados conduzidos em rede em diferentes regiões produtoras do país com coordenação da Embrapa Soja.
[0197] De maneira geral, a eficácia dos programas de controle está relacionada ao desempenho dos fungicidas, pela própria sequência de produtos utilizada e devido a sequência de ativos.
[0198] Neste particular, o momento em que os fungicidas são posicionados, tanto em relação à chegada do patógeno na área como em relação à planta, são fundamentais e implicam uma série de dificuldades.
[0199] Além disso, o desempenho do produto irá depender da tecnologia de aplicação e de propriedades físicas e químicas da molécula que influenciam na chegada do ativo no sítio-alvo do patógeno.
[0200] Tendo por base as características dos fungicidas, o momento da primeira aplicação de fungicidas foliares muitas vezes é o principal fator que determina o sucesso ou o fracasso dos programas de controle de Phakopsora pachyrrizi em soja (Mueller et al., 2009).
[0201] O desempenho dos fungicidas sistêmicos é reduzido gradativamente à medida que a aplicação é atrasada em relação ao início da infecção. A grande maioria dos fungicidas apresenta efeito residual variável de 14 a 20 dias, podendo ser alterado em função da pressão de inóculo (Silva et al, 2005).
[0202] Aplicações preventivas visam atrasar o início da doença e o dos ciclos secundários do patógeno (Balardin et al., 2010).
[0203] A redução significativa na produção de esporos do patógeno que serve de inóculo secundário é o ponto chave do maior residual entregue dos produtos por aplicações preventivas.
[0204] Aplicações realizadas após a observação dos primeiros sintomas permitem que o patógeno se estabeleça no hospedeiro e entre em reprodução ativa aumentando a pressão de inóculo que poderão atingir tecidos sadios (Balardin et al., 2010).
[0205] Além disso, aplicações antecipadas podem proporcionar melhores condições de atingir o dossel inferior das plantas e proteger as folhas baixeiras. Isso é extremamente importante porque é onde a doença encontra melhores condições e surgem as primeiras infecções (Yang et al., 1991).
[0206] A proteção do dossel inferior pode refletir em atraso significativo da doença e proporcionar maior residual de controle do fungicida. Atualmente o número de aplicações é muito dependente da época de semeadura e das condições ambientais.
[0207] O número de aplicações será ditado em função do intervalo maior ou menor entre uma aplicação e outra. Em campos de soja semeado mais tardiamente, os agricultores necessitam reduzir o intervalo entre as aplicações de fungicidas devido à maior quantidade de inoculo produzido nas áreas semeadas mais no cedo (Godoy et al., 2016). Portanto, o número médio de aplicações de fungicidas durante uma safra de soja aumenta.
[0208] O residual de controle também dependerá do metabolismo e meiavida de dissipação ou taxas constantes dos fungicidas nas plantas, que são dados necessários para a avaliação dos produtos na proteção de plantas (Humbert et al., 2007).
[0209] Outro fator importante que interfere na persistência e consequentemente na eficácia de aplicações de fungicida é a ocorrência de chuva após o tratamento. A precipitação pode reduzir a eficácia dos agrotóxicos, lavando o IA aplicado na folha para fora da planta e por aumentar a disponibilidade dos compostos para o escoamento, consequentemente para o ambiente (Reddy et al., 1994). Uma vez que a (s) perda (s) de ingrediente (s) ativo (s) pode causar uma perda na eficácia (Reddy et al., 1994) é importante conhecer a persistência desses compostos em resposta a lavagem das folhas, especialmente quando essa ocorre pouco após do tratamento.
[0210] O controle químico da doença destaca-se entre as formas de controle, todavia para ser mais eficiente, deve ser buscado através da utilização integrada de diversas estratégias que visem à redução do nível de inóculo. Além disso, a resistência de fungos a fungicidas é uma resposta evolutiva natural destes organismos a uma ameaça externa para sua sobrevivência (FARIAS, 2016).
[0211] Para combater o manejo de resistência uma das alternativas que vem sendo estudada é a utilização de fungicidas multissítios (LANDGRAF, 2017). A mistura de dois ou mais ingredientes ativos com mecanismo de ação distintos proporciona um controle mais eficiente da ferrugem da soja.
[0212] Soma-se a isso o fato de a combinação desses ativos em campo possibilitar um aumento do espectro de ação do produto, garantindo ao mesmo um maior residual, além de reduzir o risco do surgimento de populações do patógeno resistentes ao fungicida (MENEGHETTI, et al 2010).
[0213] O produto teste do presente ensaio OFA-T 0125/16 ou Protótipo 3 apresenta três princípios ativos diferentes em sua composição: azoxistrobina + ciproconazol + clorotalonil.
[0214] Encontram-se na literatura estudos com os princípios ativos citados no controle da ferrugem. Porém sua combinação pode se tornar uma alternativa mais eficaz no controle desta doença e proporcionar combate a resistência.
[0215] Os resultados obtidos nos presentes ensaios, demostram que OFA-T 0125/16 nas doses testadas foi eficiente no controle da ferrugemasiática da soja, podendo-se ressaltar as dosagens de 1,5 e 3,0 L/ha, pois resultaram em desempenho superior ao picoxistrobina + ciproconazol já registrado para o controle desta doença.
[0216] Além de apresentarem incremento na produtividade das plantas de soja. Desta forma é evidenciado que o produto teste pode-se tornar mais uma nova alternativa para o manejo da ferrugem-asiática.
Resultados e discussão mancha-parda Incidência e severidade
[0217] A avaliação de severidade, prévia à primeira aplicação, foi realizada nas folhas das plantas e não foram observados sintomas de infecção do fungo Septoria glycines.
[0218] Desse modo a aplicação ocorreu preventivamente à incidência da doença. Os sintomas foram detectados a partir da avaliação de 7 DA1A, com 2,8% de severidade na testemunha.
[0219] Na Tabela 18 estão descritos os dados de média de severidade dos tratamentos observados durante as avaliações, pode-se verificar que logo na primeira avaliação realizada aos 7 DA1A todos os tratamentos aplicados apresentaram diferenças significativas em relação a testemunha, aos 14 DA1A também foi observado esse mesmo comportamento.
[0220] Observou-se, em nível visual, uma superioridade de todos os tratamentos em relação à testemunha, resultado este também constatado por Igarashi et al (1997) e Utiamada et al (1997)
[0221] Estes últimos autores observaram também aumento no ciclo da cultura da ordem de três a quatro dias, em relação à testemunha.
[0222] Após a segunda aplicação nota-se que aos 14 DA2A e nas avaliações subsequentes o tratamento 4 (OFA-T 0125/16 na dose de 1,5 L/ha) apresentou menor severidade.
[0223] Isto sugere que a partir de 1,5 L/ha de OFA-T 0125/16 ocorreu melhor controle da doença e maior residual, demonstrou também níveis de infecção inferiores estatisticamente ao padrão picoxistrobina + ciproconazol.
[0224] Tabela 18. Severidade causada por mancha-parda (Setoria glycines), na cultura da soja.
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[0225] Diante da relevância e protagonismo da cultura da soja para o agronegócio brasileiro, é necessário realizar exercícios constantes de análise de desafios e cuidados essenciais para a produção do grão e a manutenção de bons níveis de produtividade.
[0226] Um dos principais transtornos está na conta da septoriose, também conhecida como mancha-parda, doença causada pela ação do fungo Septoria glycines nas folhas das plantas.
[0227] Os primeiros sintomas da presença da doença aparecem por volta de duas semanas após a atividade do fungo, com o aparecimento de pequenos pontos ou manchas, em formatos angulares e de cor marromavermelhada, nas folhas unifoliadas das plantas.
[0228] Quando suas condições de desenvolvimento ganham maior dimensão, podem atingir as folhas trifoliadas e ocasionar um processo polissíclico, causando a queda das folhas e maturação precoce dos grãos.
[0229] Por conta da sobrevivência do fungo nos restos culturais da soja e por pertencer ao grupo das doenças de final de ciclo (DFC), o agricultor deve priorizar a adoção de um sistema de rotação de culturas, integrado com plantas de cobertura depositar palhada sobre os restos culturais, reduzindo a disseminação.
[0230] A busca para encontrar cultivares de soja resistente a S. glycines vem de três a quatro décadas atrás, porém até os dias atuais ainda não foram encontradas cultivares com resistência satisfatória à doença.
[0231] Assim sendo, o controle desta doença é baseado na aplicação de fungicidas. Aplicação de fungicidas também deve ser incorporada em um contexto do manejo integrado da doença.
[0232] Portanto observando a Tabela 19, verificou-se que todos os tratamentos fungicidas proporcionaram uma diminuição significativa da área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD), quando comparados à testemunha
[0233] Os tratamentos com OFA-T 0125/16 apresentaram diferenças significativas em função da variação de doses, sendo notada uma porcentagem de eficiência crescente com o aumento das doses.
[0234] Pode-se destacar com melhor desempenho no controle da mancha-parda OFA-T 0125/16 na dose de 1,5 e 3,0 L/ha que resultou em eficiência de 74% e 75%, respectivamente, sendo que o padrão picoxistrobina + ciproconazol apresentou 57% de controle (Tabela 19), portanto superiores estatisticamente ao padrão.
[0235] Tabela 19. Área Abaixo da Curva de Progresso da Doença (AACPD) durante o período das avaliações, na cultura da soja, eficiência dos tratamentos.
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Fitotoxicidade
[0236] No mesmo período em que foi avaliada a severidade da manchaparda também foram avaliados os sintomas de fitotoxicidade. Verificou-se que as diferentes aplicações e dosagens testadas não resultaram em sintomas fitotóxicos as plantas de soja durante as avaliações. Estes valores podem ser observados na tabela 20.
[0237] Tabela 20. Porcentagem de injúrias causadas pela aplicação dos fungicidas.
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Produtividade da cultura
[0238] A mancha-parda registra baixa frequência em sementes, prevalecendo por meio de restos de culturas anteriores da soja. Por conta de sua condição fúngica, a infecção nos cultivos é facilitada e favorecida por condições climáticas de calor e umidade, podendo ser facilitada pela ação do vento e conduzida por meio de gotas de água de uma planta para a outra.
[0239] Caso o problema não seja identificado ao longo de suas etapas de evolução e controlado em tempo hábil pelo agricultor, as perdas em produtividade nas lavouras podem ser significativas.
[0240] Dos produtos testados, todos demonstraram ser opções de controle do patógeno, tanto pela redução da incidência ao nível foliar, quanto ao nível de infecção e rendimento de grãos, fenômenos esses também constatados por Lopes & KleinGunnewik (1997) e Jaccoud Filho et al (1997).
[0241] Estudos realizados comprovam que a azoxistrobina, nas dosagens de 50 g.i.a e 100 g.i.a com duas aplicações, a primeira na fase R5.4 e a segunda 12 dias após a primeira, foi a melhor opção dentre as testadas nas condições em que o ensaio foi realizado.
[0242] Com relação ao rendimento de grãos, a estrobilurina em relação aos demais ativos é superior no sentindo que reduz os níveis de infecção, que poderão ser muito influentes como fonte de inóculo para o ciclo secundário ou para ciclo primário, pela transmissão através das sementes, para novos cultivos em áreas isentas dessas doenças.
[0243] Para os resultados de produtividade empregou-se o teste de hipótese (teste T de Student) capaz de avaliar se há diferença significativa entre as médias das produções.
[0244] Quando comparadas as média das produtividades do fungicida OFA, presumindo variâncias diferentes, do picoxistrobina + ciproconazol notou-se que as médias são de 3373,66 kg.ha versus 3169 Kg.ha.
[0245] Assim podemos afirmar que há diferença significativa entre os tratamentos, pois t calculado = 21,09 é maior que o t crítico bi-caudal = 4,30 e o p-valor = 0,02 (20%) é menor que alfa adotado = 0,05 ou 5% assim sendo a produtividade em kg/ha são distintas.
[0246] Isto é em média a produção dos tratamentos OFA foi estatisticamente superior ao padrão picoxistrobina + ciproconazol. Na Figura 5 estão expostos os dados de produtividade dos tratamentos em kg/ha.
Manejo integrado a ser aplicado na cultura
[0247] O controle químico da doença destaca-se entre as formas de controle, todavia para em razão da sobrevivência do fungo nos restos culturais, para maior eficiência de controle desta doença também é recomendada a rotação de culturas, acompanhado da melhoria das condições físico-químicas do solo, com ênfase na adubação potássica (GODOY, ET AL 2014).
[0248] No controle químico, apesar da grande contribuição que os fungicidas sítio-específicos proporcionam seu uso intensivo pode ter como consequência a seleção de isolados de fungos menos sensíveis ou resistentes (MAIS SOJA, 2016).
[0249] Todas as doenças da soja de natureza fúngicas são afetadas pelos fungicidas protetores, o melhor manejo sempre é obtido com a aplicação desses produtos preventivamente e em misturas com os fungicidas específicos (AZEVEDO, 2018).
[0250] O produto teste do presente ensaio OFA-T 0125/16 apresenta três princípios ativos diferentes em sua composição: azoxistrobina + ciproconazol + clorotalonil. Encontram-se na literatura estudos com os princípios ativos citados no controle da mancha-parda.
[0251] Porém sua combinação pode se tornar uma alternativa mais eficaz no controle desta doença e proporcionar combate à resistência.
[0252] Os resultados obtidos no presente ensaio demostram que OFA-T 0125/16 nas doses testadas foi eficiente no controle da mancha-parda, pois resultaram em desempenho superior estatisticamente ao padrão picoxistrobina + ciproconazol já registrado para o controle desta doença.
[0253] Além de apresentarem incremento na produtividade das plantas de soja. Desta forma é evidenciado que o produto teste pode-se tornar mais uma nova alternativa para o manejo da mancha-parda em soja.
Conclusão
[0254] O produto OFA-T 0125/16 (azoxistrobina + ciproconazol + clorotalonil) apresentou eficiência e praticabilidade agronômica a partir da dose de 1,5 L/ha para controle de ferrugem-asiática (Phakopsora pachyrhizi), com desempenho superior ao padrão picoxistrobina + ciproconazol. O produto OFA-T 0125/16 foi totalmente seletivo para a cultura da soja, não apresentando sintomas de fitotoxicidade durante as aplicações. Portanto deveria ser recomendado como mais uma ferramenta no manejo da doença na cultura da soja.
[0255] O produto OFA-T 0125/16 (azoxistrobina + ciproconazol + clorotalonil) apresentou eficiência e praticabilidade agronômica a partir da dose de 1,5 L/ha para controle de mancha-parda (Septoria glycines), com desempenho superior ao padrão picoxistrobina + ciproconazol. O produto OFA-T 0125/16 foi totalmente seletivo para a cultura da soja não apresentando sintomas de fitotoxicidade durante as aplicações. Portanto conclui-se que OFA-T 0125/16 foi superior ao picoxistrobina + ciproconazol podendo ser recomendado para o manejo dessa importante doença na cultura da soja.
Controle de mancha-alvo em plantas de soja com diferentes fungicidas de sítio-específico no município de Anaurilândia, MS.
[0256] Foram conduzidos dois estudos no estado do Mato Grosso do Sul nos municípios de Anaurilandia e Itaquiraí com o objetivo de avaliar o controle de OFA-T 0125/16 (azoxistrobina 53 + ciproconazol 16 + clorotalonil 650 g/L SC) para mancha-alvo (Corynespora cassicola) em quatro aplicações sequenciais com os pesquisadores Grigolli e Grigolli da Fundação MS.
[0257] Tabela 21. Tratamentos e doses
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[0258] DADOS DA CULTURA:
Local: Anaurilândia, MS
Talhão: Fazenda Estrela do Quiterói
Coordenada geográfica: -22,1358; -52,7481
Ano: Safra 2019/20
Cultura anterior: Algodão
Cultivar: Brasmax Garra IPRO
Sistema de plantio: Sistema plantio direto
Data de semeadura: 21/11/2019
Espaçamento entre linhas: 50 cm
Adubação: 300 kg/ha 04-30-10 (N-P-K) no sulco de semeadura
Data de colheita: 08/03/2020
[0259] 2) DELINEAMENTO EXPERIMENTAL, UNIDADE AMOSTRAL E ANÁLISE ESTATÍSTICA: O experimento foi conduzido com delineamento em blocos casualizados, com 23 tratamentos e quatro repetições. Cada parcela foi constituída de sete linhas de 10 metros de comprimento (35 m2). Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e a média dos tratamentos comparados pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.
[0260] 3) TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO: Os tratamentos foram aplicados através de um pulverizador de pressão constante a base de CO2, com uma barra com seis bicos espaçados de 0,5 m entre cada bico. Foram utilizados bico tipo leque duplo TJ 06 11002 e volume de calda de 160 L/ha. As condições meteorológicas no momento de cada aplicação podem ser observadasabaixo.
[0261] Tabela 22. Condições metereológicas
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[0262] 4) AVALIAÇÕES, Severidade de Mancha-Alvo em plantas de soja: Foram realizadas seis avaliações de severidade de doença antes de cada aplicação e aos 14 e 21 dias após a última aplicação dos tratamentos, aos 30, 46, 65, 79, 95 e 102 dias após a emergência das plantas. As avaliações foram baseadas nas escalas diagramáticas propostas por Soares et al. (2009) para mancha-alvo (Corynespora cassiicola) (Figura 6). Foram avaliadas 10 plantas por parcela. Em cada planta, foram retirados dois folíolos e a média da parcela foi considerada a média dos 20 folíolos avaliados.
[0263] A severidade da doença resulta do tamanho e número de lesões, sendo que estes dois componentes podem atuar de formas independentes durante o progresso da doença (Kranz 1988; Boff et al. 1991). Além disso, a melhor representação de uma epidemia é a curva de progresso da doença, geralmente expressa plotando-se a proporção de doença em função do tempo (Paula e Oliveira 2003). Desta forma, os dados de severidade foram utilizados para o cálculo da área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) baseado no modelo proposto por Campbell e Madden (1990), em que
Figure img0045
onde n é o número de avaliações, y a severidade da doença e t é o tempo em dias de cada avaliação.
Eficiência de controle
[0264] Com base nos dados obtidos da severidade de doença na área experimental, foi calculada a eficiência de controle de cada tratamento segundo método proposto por Abbott (1925), em que:
Figure img0046
onde E(%) é a eficiência de controle do tratamento expressa em porcentagem, T é o valor da AACPD na testemunha, e t é o valor da AACPD no tratamento avaliado
Rendimento de Grãos
[0265] As avaliações de produtividade foram realizas com a colheita das três linhas centrais de cada parcela de sete metros de comprimento com o auxílio de uma colhedora de parcelas e a umidade dos grãos foi corrigida para 13%. Para a correção da umidade dos grãos utilizou-se a fórmula abaixo:
Figure img0047
onde Rendimento é expresso em toneladas por hectare, US é a umidade da semente em %, PP é o peso colhido na parcela em kg, e AC é a área colhida da parcela em m2. Além disso, realizou-se o registro da massa de 1000 grãos de cada
RESULTADOS E DISCUSSÃO
[0266] Os resultados de severidade de mancha-alvo nas plantas de soja indicaram sinais do patógeno a partir da segunda avaliação. Na segunda, terceira e quarta avaliações, não foram observadas diferenças significativas entre os tratamentos.
[0267] Na quinta avaliação, notou-se grande evolução do patógeno, e a partir daí os tratamentos se diferenciaram formando quatro grupos. Os tratamentos com os menores valores foram compostos por azoxistrobina + tebuconazol + mancozebe, epoxiconazol + piraclostrobina + fluxapiroxade, piraclostrobina + fluxapiroxade, proticonazol + trifloxistrobina + bixafen e azoxistrobina + ciproconazol + mancozebe, enquanto a Testemunha e fenpropimorfe apresentaram os maiores valores de severidade.
[0268] Os demais tratamentos apresentaram valores intermediários, com algumas diferenças entre eles (Tabela 23).
[0269] Na sexta avaliação, também houve separação em quatro grupos de médias, de forma que azoxistrobina + tebuconazol + mancozebe, epoxiconazol + piraclostrobina + fluxapiroxade, piraclostrobina + fluxapiroxade, protioconazole + trifloxistrobina, proticonazol + trifloxistrobina + bixafen e azoxistrobina + ciproconazol + mancozebe, azoxistrobina + tebuconazol + mancozebe, tebuconazol + clorotalonil e OFA 0125/16 (azoxistrobina + ciproconazol + clorotalonil) apresentaram os menores valores, enquanto a Testemunha apresentou o maior valor.
[0270] Os demais tratamentos apresentaram valores intermediários, formando dois grupos estatísticos. (Tabela 23).
[0271] Quanto aos valores de AACPD, que representa a epidemia do patógeno ao longo do ciclo da cultura, verificou-se a formação de cinco grupos, de forma que os fungicidas mais eficientes foram azoxistrobina + tebuconazol + mancozebe, epoxiconazol + piraclostrobina + fluxapiroxade, proticonazol + trifloxistrobina + bixafen, cujos valores de AACPD foram os menores.
[0272] Os tratamentos piraclostrobina + fluxapiroxade, protioconazol + trifloxistrobina, azoxistrobina + ciproconazol + mancozebe, azoxistrobina + tebuconazol + mancozebe, tebuconazol + clorotalonil, OFA 0125/16 (azoxistrobina + ciproconazol + clorotalonil) formaram o segundo grupo, os tratamentos epoxiconazol + piraclostrobina, trifloxistrobina + ciproconazol, picoxistrobina + ciproconazol, benzovindiflupir + picoxistrobina, flutriafol + carbendazim, cresoxim + tebuconazol + carbendazim, metaminostrobina + tebuconazol, difenoconazol + ciproconazol e propiconazol + difenocolazol formaram o terceiro grupo.
[0273] O quarto grupo foi formado pelos tratamentos fenpromimorfe, benzovindiflupir + azoxistrobina e azoxistrobina + ciproconazol, e o quinto grupo, com o maior valor de AACPD, foi composto pela Testemunha (Tabela 23).
[0274] Os valores de eficiência de controle, elaborados baseando-se na AACPD, podem ser observados na Figura 7. Estes resultados são importantes para auxiliar produtores e consultores na tomada de decisão acerca do programa de manejo a ser utilizado. É fundamental alternarmos ingrediente ativo, rotacionar produtos e seguir as recomendações da bula de cada produto e do FRAC-BR.
[0275] Tabela 23. Severidade (%) de mancha-alvo em plantas de soja em seis avaliações e área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) no ensaio conduzido em Anaurilândia, MS, 2020.
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Figure img0051
[0276] Quanto ao rendimento de grãos, verificou-se a formação de dois grupos, de forma que os fungicidas tebuconazol + picoxistrobina + mancozebe, epoxiconazol + fluxapiroxade + piraclostrobina, fluxapiroxade + piraclostrobina, protioconazol + trifloxistrobina, protioconazol + trifloxistrobina + bixafen, azoxistrobina + ciproconazol + mancozebe, tebuconazol + azoxistrobina + mancozebe e OFA 0125/16 apresentaram os maiores valores, com incrementos de rendimento variando entre 13 e 22% em relação à testemunha
[0277] Os demais tratamentos formaram o segundo grupo com os menores valores. A massa de 1000 grãos também apresentou diferenças significativas, de forma que tebuconazole + picoxistrobina + mancozebe, protioconazol + trifloxistrobina, picoxistrobina + ciproconazol, metominostrobina + tebuconazol, azoxistrobina + ciproconazol, propiconazol + difenoconazol, tebuconazol + clorotalonil e OFA 0125/16 apresentaram os maiores valores e os demais tratamentos apresentaram os menores valores (Tabela 24).
[0278] Tabela 24. Rendimento de grãos (sc ha-1), incremento relativo de produtividade (%) e massa de 1000 grãos (g) de plantas de soja tratadas com diferentes fungicidas aplicados para o controle de mancha-alvo no ensaio conduzido em Anaurilândia-MS, 2020.
Figure img0052
Figure img0053
CONCLUSÕES
[0279] Nas condições em que o ensaio foi conduzido pode-se concluir que os fungicidas tebuconazole + picoxistrobina + mancozebe, epoxiconazol + fluxapiroxade + piraclostrobina e protioconazol + trifloxistrobina; protioconazol + tirfloxistrobina + bixafen foram os mais eficientes no controle de mancha-alvo em plantas de soja.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
[0280] Com a praticidade de poder ser utilizado a qualquer momento do ciclo, a polivalência de OFA-T 0125/16 se mostra uma exelente ferramenta no controle da mancha-alvo (Corynespora cassicola) com eficácia de 79,5% no controle do patógeno, graças à combinação da estrobilurina + triazol + multissitio que agem também no controle do complexo de doenças da soja.
CONTROLE DE MANCHA-ALVO EM PLANTAS DE SOJA COM DIFERENTES FUNGICIDAS DE SÍTIO-ESPECÍFICO NO MUNICÍPIO DE ITAQUIRAÍ- MS. MATERIAL E MÉTODOS
[0281] Tabela 25. Tratamentos e doses
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Figure img0055
[0282] DADOS DA CULTURA:
Local: Itaquiraí, MS
Talhão: UDT-I Copasul
Coordenada geográfica: 21°37'10.40"S; 55°08'13.27"O
Ano: Safra 2019/20
Cultura anterior: Milho
Cultivar: Brasmax Garra IPRO
Sistema de plantio: Sistema plantio convencional
Data de semeadura: 13/11/2019
Espaçamento entre linhas: 50 cm
Adubação: 250 kg ha-1 04-30-10 (N-P-K) no sulco de semeadura
Data de colheita: 15/03/2020
[0283] 1) DELINEAMENTO EXPERIMENTAL, UNIDADE AMOSTRAL E ANÁLISE ESTATÍSTICA: O experimento foi conduzido com delineamento em blocos casualizados, com 23 tratamentos e quatro repetições. Cada parcela foi constituída de sete linhas de 10 metros de comprimento (35 m2). Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e a média dos tratamentos comparadas pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.
[0284] 2) TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO: Os tratamentos foram aplicados através de um pulverizador de pressão constante a base de CO2, com uma barra com seis bicos espaçados de 0,5 m entre cada bico. Foram utilizados bico tipo leque duplo TJ 06 11002 e volume de calda de 160 l/ha.
[0285] Tabela 26. Condições meteorológicas no momento de cada aplicação.
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[0286] AVALIAÇÕES, Severidade de Mancha-Alvo em plantas de soja: Foram realizadas seis avaliações de severidade de doença antes de cada aplicação e aos 14 e 21 dias após a última aplicação dos tratamentos, aos 32, 48, 62, 77, 91 e 98 dias após a emergência das plantas. As avaliações foram baseadas nas escalas diagramáticas propostas por Soares et al. (2009) para mancha-alvo (Corynespora cassiicola) (Figura 6). Foram avaliadas 10 plantas por parcela. Em cada planta, foram retirados dois folíolos e a média da parcela foi considerada a média dos 20 folíolos avaliados
[0287] A severidade da doença resulta do tamanho e número de lesões, sendo que estes dois componentes podem atuar de formas independentes durante o progresso da doença (Kranz 1988; Boff et al. 1991). Além disso, a melhor representação de uma epidemia é a curva de progresso da doença, geralmente expressa plotando-se a proporção de doença em função do tempo (Paula e Oliveira 2003). Desta forma, os dados de severidade foram utilizados para o cálculo da área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) baseado no modelo proposto por Campbell e Madden (1990), em que
Figure img0057
onde n é o número de avaliações, y a severidade da doença e t é o tempo em dias de cada avaliação.
Eficiência de controle
[0288] Com base nos dados obtidos da severidade de doença na área experimental, foi calculada a eficiência de controle de cada tratamento segundo método proposto por Abbott (1925), em que:
Figure img0058
Rendimento de Grãos
[0289] As avaliações de produtividade foram realizas com a colheita das três linhas centrais de cada parcela de sete metros de comprimento com o auxílio de uma colhedora de parcelas e a umidade dos grãos foi corrigida para 13%. Para a correção da umidade dos grãos utilizou-se a fórmula abaixo:
Figure img0059
onde Rendimento é expresso em toneladas por hectare, US é a umidade da semente em %, PP é o peso colhido na parcela em kg, e AC é a área colhida da parcela em m2. Além disso, realizou-se o registro da massa de 1000 grãos de cada parcela.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
[0290] Os resultados das avaliações de severidade de mancha-alvo indicaram sinais do patógeno a partir da segunda avaliação, mas neste momento, sem diferenças significativas entre os tratamentos. Este mesmo padrão foi observado na terceira avaliação.
[0291] Na quarta avaliação, formaram-se dois grupos, de forma que os fungicidas tebuconazol + picoxistrobina + mancozebe, tebuconazol + picoxistrobina, epoxiconazol + fluxapiroxade + piraclostrobina, fluxapiroxade + piraclostrobina, epoxiconazol + piraclostrobina, protioconazol + trifloxistrobina, protioconazol + trifloxistrobina + bixafen, trifloxistrobina + ciproconazol, picoxistrobina + ciproconazol, benzovindiflupir + picoxistrobina, flutriafol + carbendazim, cresoxim + tebuconazol + carbendazim, metominostrobina + tebuconazol, difenoconazol + ciproconazol, propiconazol + difenoconazol, azoxistrobina + ciproconazol + mancozebe, tebuconazol + azoxistrobina + mancozebe, tebuconazol + clorotalonil e OFA 0125/16 (azoxistrobina + ciproconazol + clorotalonil) apresentaram os menores valores e os outros fungicidas juntamente com a Testemunha apresentaram os maiores valores (Tabela 27).
[0292] Na quinta avaliação, formaram-se dois grupos, de forma que os fungicidas tebuconazol + picoxistrobina + mancozebe, tebuconazol + picoxistrobina, epoxiconazol + fluxapiroxade + piraclostrobina, fluxapiroxade + piraclostrobina, epoxiconazol + piraclostrobina, protioconazol + tirfloxistrobina, protioconazol + trifloxistrobina, protioconazol + tirfloxistrobina + bixafen, trifloxistrobina + ciproconazol, picoxistrobina + ciproconazol, flutriafol + carbendazin, resoxim + tebuconazol + carbendazim, metominostrobina + tebuconazol , difenoconazol + ciproconazol, propiconazol + difenoconazol, azoxistrobina + ciproconazol + mancozebe, tebuconazol + azoxistrobina + mancozebe, tebuconazol + clorotalonil e OFA 0125/16 (azoxistrobina + ciproconazole + clorotalonil) apresentaram os menores valores e os outros fungicidas juntamente com a Testemunha apresentaram os maiores valores (Tabela 27).
[0293] Na sexta avaliação de severidade, formaram-se quatro grupos, de forma que os fungicidas tebuconazole + picoxistrobina + mancozebe, epoxiconazol + fluxapiroxade + piraclostrobina, fluxapiroxade + piraclostrobina, protioconazol + trifloxistrobina, protioconazol + tirfloxistrobina + bixafen e azoxistrobina + ciproconazol + mancozebe apresentaram os menores valores.
[0294] O grupo com a maior severidade de mancha-alvo foi composto pela Testemunha, e os outros fungicidas formaram dois grupos com severidades intermediárias (Tabela 27). Quanto aos valores de AACPD, que melhor representa a epidemia da doença ao longo do ciclo da cultura, verificou-se a formação de cinco grupos, de forma que o grupo com os menores valores e, portanto, os mais efetivos na redução do progresso do patógeno foram formados pelos fungicidas tebuconazol + picoxistrobina + mancozebe, epoxiconazol + fluxapiroxade + piraclostrobina e protioconazol + trifloxistrobina + bixafen.
[0295] O quinto grupo foi formado pela Testemunha, indicando que todos os fungicidas foram capazes de reduzir significativamente o progresso da doença. Resultados de eficiência de controle podem ser observados na Tabela 27.
[0296] Estes resultados foram gerados utilizando como base os valores de AACPD. Quanto ao rendimento de grãos, os fungicidas que apresentaram os maiores valores foram tebuconazol + picoxistrobina + mancozebe, epoxiconazol + fluxapiroxade + piraclostrobina, fluxapiroxade + piraclostrobina, protioconazol + trifloxistrobina + bixafen e azoxistrobina + ciproconazol + mancozebe, com incrementos da ordem de aproximadamente 30% a mais de produtividade em relação à Testemunha (Tabela 27).
[0297] Estes resultados são importantes para auxiliar produtores e consultores na tomada de decisão acerca do programa de manejo a ser utilizado. É fundamental alternarmos ingrediente ativo, rotacionar produtos e seguir as recomendações da bula de cada produto e do FRAC-BR.
[0298] Tabela 27. Severidade (%) de mancha-alvo em plantas de soja em seis avaliações e área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) no ensaio conduzido em Itaquiraí, MS, 2020.
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[0299] Tabela 28. Rendimento de grãos (sc ha-1), incremento relativo de produtividade (%) e massa de 1000 grãos (g) de plantas de soja tratadas com diferentes fungicidas aplicados para o controle de mancha-alvo no ensaio conduzido em Itaquiraí-MS, 2020.
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entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. ns não significativo; * e ** significativo a 5% e 1% respectivamente.
CONCLUSÕES
[0300] Nas condições em que o ensaio foi conduzido pode-se concluir que os fungicidas tebuconazol + picoxistrobina + mancozebe, protioconazol + trifloxistrobina + bixafen e epoxiconazol + fluxapiroxade + piraclostrobina foram os fungicidas mais eficientes no controle de mancha-alvo em plantas de soja.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
[0301] O manejo correto de doenças da soja dependerá do conhecimento do histórico da área, da escolha de cultivares, da rotação de culturas, do uso de fungicidas eficientes, aplicados no momento certo, rotação de mecanismos de ação e o uso de multissítios.
[0302] As opções atuais de controle químico eficiente para mancha alvo estão limitadas a poucos fungicidas. Os multissítios protetores têm propiciado importante contribuição no controle, mas, é preciso que os fungicidas de sítio-específico continuem apresentando boa performance para que os fungicidas multissítios consigam complementar o controle.
[0303] O fungicida OFA 0125/16 possui formulação tripla, com ação preventiva em relação ao aparecimento das doenças, contribuindo com outros modos de ação com sítio-específico. Portanto, o OFA-T 0125/16 (Azoxistrobina 53 + Ciproconazol 16 + Clorotalonil 650 g/L SC) pode ser considerado um excelente aliado no controle de fungos, como o Corynespora cassiicola, causador da mancha alvo, na cultura da soja.
[0304] CONSIDERAÇÕES FINAIS
[0305] A sustentabilidade da soja brasileira pode ser ameaçada se os fungicidas continuarem a ter eficiência reduzida por causa da resistência e menor sensibilidade do fungo a esses produtos.
[0306] O grande risco de perder os fungicidas atualmente disponíveis reside no fato de que não há nenhum modo de ação novo para entrar no mercado nos próximos anos. Em função de ser um processo natural, é quase certo que a resistência à maioria dos novos fungicidas vai ocorrer.
[0307] No entanto, a vida útil pode ser prolongada empregando-se os grupos de fungicidas sistêmicos, com modo de ação específico, com a associação dos protetores como é o caso do fungicida OFA-T 0125/16 (azoxistrobina + ciproconazol + clorotalonil) desenvolvido em formulação ímpar considerando o fato do clorotalonil ter ação de fotoprotetor reduzindo a degradação de estrobilurinas como azoxistrobina e de triazóis como o ciproconazol, com tensoativos específicos como adesionantes e outros que promovem excelente performance no manejo das principais doenças em soja e em outras culturas.
[0308] O emprego de fungicidas com efeito residual prolongado como os protetores são fundamentais na preservação da vida útil dos fungicidas sistêmicos no campo. Portanto, conclui-se que OFA-T 0125/16 (azoxistrobina + ciproconazol + clorotalonil) empregado no manejo da ferrugem-asiática (Phakopsora pachyrhizi), mancha-parda (Septoria glycines) e mancha-alvo (Corynespora cassiicola) frente aos diferentes cenários que foram apresentados garante um efetivo controle dessas doenças.
[0309] Dentro deste contexto, A Ourofino Agrociência investiu na presente invenção, ou seja, o desenvolvimento de uma formulação inovadora OFAT 0125/16 (azoxistrobina + ciproconazol + clorotalonil) que envolveu a construção de um arranjo de informações e tecnologias que precisaram ser selecionadas, combinadas, avaliadas e aprimoradas continuamente até a obtenção de um produto viável em termos econômicos, sociais e ambientais. O processo é complexo, demanda tempo e grandes investimentos, sendo fundamental a proteção por patentes para que a empresa possa explorar comercialmente com exclusividade a inovação desenvolvida, permitindo a recuperação dos recursos investidos.
[0310] A empresa também tem a ética como um de seus pilares de sustentação. Nesse contexto, entende que a obtenção de patentes deve servir ao efetivo desenvolvimento científico e tecnológico buscando a produção sustentável de alimentos, fibras e bioenergia. Contraria os princípios éticos da empresa a solicitação de patentes que têm por objetivo criar insegurança jurídica para os competidores e vantagens comerciais injustas.
[0311] Vale ressaltar a complexidade dos estudos conduzidos para que a nova formulação pudesse ser desenvolvida e avaliada. Além de conceitos inovadores em termos de seleção dos componentes e processos fabris, foi um grande desafio desenvolver métodos experimentais e analíticos que permitissem quantificar com precisão os teores dos três fungicidas na superfície ou no interior das folhas. Também foi necessário desenvolver procedimentos para medir as concentrações dos fungicidas na água de chuva para comparar as formulações experimentais e produtos comerciais em termos de capacidade de permanecer nas folhas após a ocorrência de precipitação. No total realizadas 3.258 quantificações dos fungicidas (ingredientes ativos) em diferentes tipos de matrizes. O clorotalonil destacase em termos de dificuldade analítica exigindo o uso de procedimentos específicos de ionização e análise em sistemas de LC-MSMS que foram desenvolvidos exclusivamente para a realização deste projeto.
[0312] Em resumo, na presente inovação, os principais pontos a serem considerados foram:
1. Da combinação dos ingredientes ativos e da escolha do clorotalonil como fungicida protetor.
2. Escolha do triazol ciproconazol.
3. Escilha da estrobilurina azoxistrobina.
4. Do processo de desenvolvimento das formulações.
[0313] Nos próximos itens são aprsentados as informações sobre as tecnologias desenvolvidas para que fossem alcançados os seis objetivos que orientam o processo de desenvolvimento de formulações na Ourofino Agrociência: 1. Aumento da concentração dos ativos na formulação reduzindo o consumo de matérias primas e gastos com transporte;
2. Uso de matérias primas mais seguras em termos toxicológicos e ambientais;
3. Desenvolvimento de formulações estáveis durante o armazenamento e transporte;
4. Aumento da deposição com redução das perdas por deriva;
5. Desenvolvimento de formulações com dinâmica e persistência de cada um dos ingredientes ativos mais adequada ao controle de patógenos;
6. Alta eficácia nos estudos comparativos em condições práticas de uso.

Claims (21)

  1. Composição fungicida caracterizada por conter:
    - como ingredientes ativos, Clorotalonil na concentração de 46,99% a 50,75% m/m da composição, com efeito fotoprotetor dos demais ingredientes ativos, Azoxistrobina na concentração de 3,58% a 4,38% m/m da composição e Ciproconazol na concentração de 1,02% a 1,38% m/m da composição;
    - Propileno glicol na concentração de 1,00% a 20,00% m/m da composição;
    - 1,2-benzisotiazolin-3-ona na concentração de 0,10% a 1,00% m/m da composição;
    - Poli(dimetilsiloxano) na concentração de 0,50% a 2,00% m/m da composição;
    - Goma xantana na concentração de 0,05% a 0,20% m/m da composição; e
    - Água na concentração de 20,00% a 40,00% m/m da composição.
  2. Composição, de acordo com a reivindicação 1, caracterizada por conter, adicionalmente, ao menos um tensoativo na concentração de 0,50% a 20,00% m/m da composição selecionado dentre Polietileno-polipropileno glicol éter monobutílico, Fosfato de polioxietileno tristirilfenol sal de potássio, Ácido lignossulfônico sal de sódio, Alquilnaftalenossulfonato de sódio condensado de formaldeído, N, N-óxido de dimetildodecilamina, e/ou Ácido lignossulfônico sal de sódio.
  3. Composição, de acordo com as reivindicações 1 e 2, caracterizada por conter, adicionalmente, Dióxido de Titânio na concentração de 1,00% a 4,00% m/m da composição.
  4. Composição, de acordo com as reivindicações 1 e 2, caracterizada por conter, adicionalmente, Polivinilpirrolidona na concentração de 0,50% a 3,00% m/m da composição.
  5. Formulação fungicida, de acordo com a composição definida nas reivindicações 1 e 2, caracterizada por ser composta de:
    - Azoxistrobina na concentração de 3,58% a 4,38% m/m da composição;
    - Ciproconazol na concentração de 1,02% a 1,38% m/m da composição;
    - Clorotalonil na concentração de 46,99% a 50,75% m/m da composição;
    - Propileno glicol na concentração de 3,00% a 15,00% m/m da composição;
    - Polietileno-polipropileno glicol éter monobutílico na concentração de 5,00% a 10,00% m/m da composição;
    - Poli(dimetilsiloxano) na concentração de 0,50% a 2,00% m/m da composição;
    - 1,2-benzisotiazolin-3-ona na concentração de 0,10% a 1,00% m/m da composição;
    - Goma xantana na concentração de 0,05% a 0,20% m/m da composição;
    - Alquilnaftalenossulfonato de sódio condensado de formaldeído na concentração de 1,00% a 5,00% m/m da composição; e
    - Água na concentração de 20,00% a 40,00% m/m da composição.
  6. Formulação fungicida, de acordo com a composição definida nas reivindicações 1 e 2, caracterizada por ser composta de:
    - Azoxistrobina na concentração de 3,58% a 4,38% m/m da composição;
    - Ciproconazol na concentração de 1,02% a 1,38% m/m da composição;
    - Clorotalonil na concentração de 46,99% a 50,75% m/m da composição;
    - Propileno glicol na concentração de 3,00% a 10,00% m/m da composição;
    - Polietileno-polipropileno glicol éter monobutílico na concentração de 5,00% a 15,00% m/m da composição;
    - Poli(dimetilsiloxano) na concentração de 0,50% a 2,00% m/m da composição;
    - 1,2-benzisotiazolin-3-ona na concentração de 0,10% a 1,00% m/m da composição;
    - Goma xantana na concentração de 0,05% a 0,20% m/m da composição;
    - Alquilnaftalenossulfonato de sódio condensado de formaldeído na concentração de 1,00% a 5,00% m/m da composição; e
    - Água na concentração de 20,00% a 40,00% m/m da composição.
  7. Formulação fungicida, de acordo com a composição definida nas reivindicações 1 e 2, caracterizada por ser composta de:
    - Azoxistrobina na concentração de 3,58% a 4,38% m/m da composição;
    - Ciproconazol na concentração de 1,02% a 1,38% m/m da composição;
    - Clorotalonil na concentração de 46,99% a 50,75% m/m da composição;
    - Propileno glicol na concentração de 3,00% a 10,00% m/m da composição;
    - Polietileno-polipropileno glicol éter monobutílico na concentração de 5,00% a 10,00% m/m da composição;
    - Poli(dimetilsiloxano) na concentração de 0,50% a 2,00% m/m da composição;
    - 1,2-benzisotiazolin-3-ona na concentração de 0,10% a 1,00% m/m da composição;
    - Goma xantana na concentração de 0,05% a 0,20% m/m da composição;
    - Alquilnaftalenossulfonato de sódio condensado de formaldeído na concentração de 1,00% a 5,00% m/m da composição; e
    - Água na concentração de 20,00% a 40,00% m/m da composição.
  8. Formulação fungicida, de acordo com a composição definida nas reivindicações 1 e 2, caracterizada por ser composta de:
    - Azoxistrobina na concentração de 3,58% a 4,38% m/m da composição;
    - Ciproconazol na concentração de 1,02% a 1,38% m/m da composição;
    - Clorotalonil na concentração de 46,99% a 50,75% m/m da composição;
    - Propileno glicol na concentração de 3,00% a 10,00% m/m da composição;
    - Polietileno-polipropileno glicol éter monobutílico na concentração de 5,00% a 10,00% m/m da composição;
    - Poli(dimetilsiloxano) na concentração de 0,50% a 2,00% m/m da composição;
    - 1,2-benzisotiazolin-3-ona na concentração de 0,10% a 1,00% m/m da composição;
    - Goma xantana na concentração de 0,05% a 0,20% m/m da composição;
    - Alquilnaftalenossulfonato de sódio condensado de formaldeído na concentração de 1,00% a 10,00% m/m da composição; e
    - Água na concentração de 20,00% a 40,00% m/m da composição.
  9. Formulação fungicida, de acordo com a composição definida nas reivindicações 1 e 2, caracterizada por ser composta de:
    - Azoxistrobina na concentração de 3,58% a 4,38% m/m da composição;
    - Ciproconazol na concentração de 1,02% a 1,38% m/m da composição;
    - Clorotalonil na concentração de 46,99% a 50,75% m/m da composição;
    - Propileno glicol na concentração de 3,00% a 10,00% m/m da composição;
    - Polietileno-polipropileno glicol éter monobutílico na concentração de 2,00% a 7,00% m/m da composição;
    - Poli(dimetilsiloxano) na concentração de 0,50% a 2,00% m/m da composição;
    - 1,2-benzisotiazolin-3-ona na concentração de 0,10% a 1,00% m/m da composição;
    - Goma xantana na concentração de 0,05% a 0,20% m/m da composição;
    - Alquilnaftalenossulfonato de sódio condensado de formaldeído na concentração de 1,00% a 7,00% m/m da composição; e
    - Água na concentração de 20,00% a 40,00% m/m da composição.
  10. Formulação fungicida, de acordo com a composição definida nas reivindicações 1 e 2, caracterizada por ser composta de:
    - Azoxistrobina na concentração de 3,58% a 4,38% m/m da composição;
    - Ciproconazol na concentração de 1,02% a 1,38% m/m da composição;
    - Clorotalonil na concentração de 46,99% a 50,75% m/m da composição;
    - Propileno glicol na concentração de 3,00% a 10,00% m/m da composição;
    - Polietileno-polipropileno glicol éter monobutílico na concentração de 5,00% a 10,00% m/m da composição;
    - Poli(dimetilsiloxano) na concentração de 0,50% a 2,00% m/m da composição;
    - 1,2-benzisotiazolin-3-ona na concentração de 0,10% a 1,00% m/m da composição;
    - Goma xantana na concentração de 0,05% a 0,20% m/m da composição;
    - Alquilnaftalenossulfonato de sódio condensado de formaldeído na concentração de 0,50% a 7,00% m/m da composição; e
    - Água na concentração de 20,00% a 40,00% m/m da composição.
  11. Formulação fungicida, de acordo com a composição definida nas reivindicações 1 a 3, caracterizada por ser composta de:
    - Azoxistrobina na concentração de 3,58% a 4,38% m/m da composição;
    - Ciproconazol na concentração de 1,02% a 1,38% m/m da composição;
    - Clorotalonil na concentração de 46,99% a 50,75% m/m da composição;
    - Propileno glicol na concentração de 3,00% a 10,00% m/m da composição;
    - Polietileno-polipropileno glicol éter monobutílico na concentração de 5,00% a 10,00% m/m da composição;
    - Poli(dimetilsiloxano) na concentração de 0,50% a 2,00% m/m da composição;
    - 1,2-benzisotiazolin-3-ona na concentração de 0,10% a 1,00% m/m da composição;
    - Goma xantana na concentração de 0,05% a 0,20% m/m da composição;
    - Dióxido de Titânio na concentração de 1,00% a 4,00% m/m da composição;
    - Alquilnaftalenossulfonato de sódio condensado de formaldeído na concentração de 1,00% a 5,00% m/m da composição; e
    - Água na concentração de 20,00% a 40,00% m/m da composição.
  12. Formulação fungicida, de acordo com a composição definida nas reivindicações 1 a 4, caracterizada por ser composta de:
    - Azoxistrobina na concentração de 3,58% a 4,38% m/m da composição;
    - Ciproconazol na concentração de 1,02% a 1,38% m/m da composição;
    - Clorotalonil na concentração de 46,99% a 50,75% m/m da composição;
    - Propileno glicol na concentração de 3,00% a 10,00% m/m da composição;
    - Polietileno-polipropileno glicol éter monobutílico na concentração de 5,00% a 10,00% m/m da composição;
    - Poli(dimetilsiloxano) na concentração de 0,50% a 2,00% m/m da composição;
    - 1,2-benzisotiazolin-3-ona na concentração de 0,10% a 1,00% m/m da composição;
    - Goma xantana na concentração de 0,05% a 0,20% m/m da composição;
    - Dióxido de Titânio na concentração de 1,00% a 4,00% m/m da composição;
    - Polivinilpirrolidona na concentração de 0,50% a 3,00% m/m da composição;
    - Alquilnaftalenossulfonato de sódio condensado de formaldeído na concentração de 1,00% a 5,00% m/m da composição; e
    - Água na concentração de 20,00% a 40,00% m/m da composição.
  13. Formulação fungicida, de acordo com a composição definida nas reivindicações 1 e 2, caracterizada por ser composta de:
    - Azoxistrobina na concentração de 3,58% a 4,38% m/m da composição;
    - Ciproconazol na concentração de 1,02% a 1,38% m/m da composição;
    - Clorotalonil na concentração de 46,99% a 50,75% m/m da composição;
    - Propileno glicol na concentração de 5,00% a 8,00% m/m da composição;
    - Polietileno-polipropileno glicol éter monobutílico na concentração de 2,00% a 10,00% m/m da composição;
    - Poli(dimetilsiloxano) na concentração de 0,50% a 2,00% m/m da composição;
    - 1,2-benzisotiazolin-3-ona na concentração de 0,10% a 1,00% m/m da composição;
    - Goma xantana na concentração de 0,05% a 0,20% m/m da composição;
    - Alquilnaftalenossulfonato de sódio condensado de formaldeído na concentração de 2,00% a 5,00% m/m da composição; e
    - Água na concentração de 20,00% a 40,00% m/m da composição.
  14. Formulação fungicida, de acordo com a composição definida nas reivindicações 1 e 2, caracterizada por ser composta de:
    - Azoxistrobina na concentração de 3,58% a 4,38% m/m da composição;
    - Ciproconazol na concentração de 1,02% a 1,38% m/m da composição;
    - Clorotalonil na concentração de 46,99% a 50,75% m/m da composição;
    - Propileno glicol na concentração de 1,00% a 10,00% m/m da composição;
    - Polietileno-polipropileno glicol éter monobutílico na concentração de 2,00% a 7,00% m/m da composição;
    - Poli(dimetilsiloxano) na concentração de 0,50% a 2,00% m/m da composição;
    - 1,2-benzisotiazolin-3-ona na concentração de 0,10% a 1,00% m/m da composição;
    - Goma xantana na concentração de 0,05% a 0,20% m/m da composição;
    - Alquilnaftalenossulfonato de sódio condensado de formaldeído na concentração de 1,00% a 7,00% m/m da composição; e
    - Água na concentração de 20,00% a 40,00% m/m da composição.
  15. Formulação fungicida, de acordo com a composição definida nas reivindicações 1 e 2, caracterizada por ser composta de:
    - Azoxistrobina na concentração de 3,58% a 4,38% m/m da composição;
    - Ciproconazol na concentração de 1,02% a 1,38% m/m da composição;
    - Clorotalonil na concentração de 46,99% a 50,75% m/m da composição;
    - Propileno glicol na concentração de 3,00% a 10,00% m/m da composição;
    - Polietileno-polipropileno glicol éter monobutílico na concentração de 5,00% a 10,00% m/m da composição;
    - Poli(dimetilsiloxano) na concentração de 0,50% a 2,00% m/m da composição;
    - 1,2-benzisotiazolin-3-ona na concentração de 0,10% a 1,00% m/m da composição;
    - Goma xantana na concentração de 0,05% a 0,20% m/m da composição;
    - Alquilnaftalenossulfonato de sódio condensado de formaldeído na concentração de 1,00% a 5,00% m/m da composição;
    - N, N-óxido de dimetildodecilamina na concentração de 2,00% a 14,00% m/m da composição; e
    - Água na concentração de 20,00% a 40,00% m/m da composição.
  16. Formulação fungicida, de acordo com a composição definida nas reivindicações 1 e 2, caracterizada por ser composta de:
    - Azoxistrobina na concentração de 3,58% a 4,38% m/m da composição;
    - Ciproconazol na concentração de 1,02% a 1,38% m/m da composição;
    - Clorotalonil na concentração de 46,99% a 50,75% m/m da composição;
    - Propileno glicol na concentração de 3,00% a 10,00% m/m da composição;
    - Polietileno-polipropileno glicol éter monobutílico na concentração de 5,00% a 10,00% m/m da composição;
    - Poli(dimetilsiloxano) na concentração de 0,50% a 2,00% m/m da composição;
    - 1,2-benzisotiazolin-3-ona na concentração de 0,10% a 1,00% m/m da composição;
    - Goma xantana na concentração de 0,05% a 0,20% m/m da composição;
    - Alquilnaftalenossulfonato de sódio condensado de formaldeído na concentração de 1,00% a 5,00% m/m da composição;
    - N, N-óxido de dimetildodecilamina na concentração de 5,00% a 18,00% m/m da composição; e
    - Água na concentração de 20,00% a 40,00% m/m da composição.
  17. Formulação fungicida, de acordo com a composição definida nas reivindicações 1 e 2, caracterizada por ser composta de:
    - Azoxistrobina na concentração de 3,58% a 4,38% m/m da composição;
    - Ciproconazol na concentração de 1,02% a 1,38% m/m da composição;
    - Clorotalonil na concentração de 46,99% a 50,75% m/m da composição;
    - Propileno glicol na concentração de 3,00% a 10,00% m/m da composição;
    - Polietileno-polipropileno glicol éter monobutílico na concentração de 5,00% a 20,00% m/m da composição;
    - Poli(dimetilsiloxano) na concentração de 0,50% a 5,00% m/m da composição;
    - 1,2-benzisotiazolin-3-ona na concentração de 0,10% a 1,00% m/m da composição;
    - Goma xantana na concentração de 0,05% a 0,20% m/m da composição;
    - Alquilnaftalenossulfonato de sódio condensado de formaldeído na concentração de 1,00% a 5,00% m/m da composição; e
    - Água na concentração de 20,00% a 40,00% m/m da composição.
  18. Formulação fungicida, de acordo com a composição definida nas reivindicações 1 e 2, caracterizada por ser composta de:
    - Azoxistrobina na concentração de 3,58% a 4,38% m/m da composição;
    - Ciproconazol na concentração de 1,02% a 1,38% m/m da composição;
    - Clorotalonil na concentração de 46,99% a 50,75% m/m da composição;
    - Propileno glicol na concentração de 3,00% a 20,00% m/m da composição;
    - Polietileno-polipropileno glicol éter monobutílico na concentração de 5,00% a 15,00% m/m da composição;
    - Poli(dimetilsiloxano) na concentração de 0,20% a 2,00% m/m da composição;
    - 1,2-benzisotiazolin-3-ona na concentração de 0,10% a 1,00% m/m da composição;
    - Goma xantana na concentração de 0,05% a 0,20% m/m da composição;
    - Alquilnaftalenossulfonato de sódio condensado de formaldeído na concentração de 1,00% a 5,00% m/m da composição; e
    - Água na concentração de 20,00% a 40,00% m/m da composição.
  19. Formulação fungicida, de acordo com a composição definida nas reivindicações 1 e 2, caracterizada por ser composta de:
    - Azoxistrobina na concentração de 3,58% a 4,38% m/m da composição;
    - Ciproconazol na concentração de 1,02% a 1,38% m/m da composição;
    - Clorotalonil na concentração de 46,99% a 50,75% m/m da composição;
    - Propileno glicol na concentração de 3,00% a 10,00% m/m da composição;
    - Polietileno-polipropileno glicol éter monobutílico na concentração de 2,00% a 7,00% m/m da composição;
    - Poli(dimetilsiloxano) na concentração de 0,50% a 2,00% m/m da composição;
    - 1,2-benzisotiazolin-3-ona na concentração de 0,10% a 1,00% m/m da composição;
    - Goma xantana na concentração de 0,05% a 0,20% m/m da composição;
    - Fosfato de polioxietileno tristirilfenol sal de potássio na concentração de 1,00% a 7,00% m/m da composição;
    - Ácido lignossulfônico sal de sódio na concentração de 1,00% a 5,00% m/m da composição; e
    - Água na concentração de 20,00% a 40,00% m/m da composição.
  20. Método para prevenir e/ou tratar plantas infectadas por fungos caracterizado por aplicar nas plantas a composição definida nas reivindicações 1 a 4.
  21. Método para prevenir e/ou tratar plantas infectadas por fungos caracterizado por aplicar nas plantas a formulação definida em uma das reivindicações 5 a 19.
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