BR102020018053A2 - Composição fungicida concentrada de protioconazol e picoxistrobina - Google Patents

Composição fungicida concentrada de protioconazol e picoxistrobina Download PDF

Info

Publication number
BR102020018053A2
BR102020018053A2 BR102020018053-3A BR102020018053A BR102020018053A2 BR 102020018053 A2 BR102020018053 A2 BR 102020018053A2 BR 102020018053 A BR102020018053 A BR 102020018053A BR 102020018053 A2 BR102020018053 A2 BR 102020018053A2
Authority
BR
Brazil
Prior art keywords
prothioconazole
picoxystrobin
poly
fungicides
soybean
Prior art date
Application number
BR102020018053-3A
Other languages
English (en)
Inventor
Thais Balbão Clemente Bueno De Oliveira
Roberto Estêvão Bragion De Toledo
Gilberto Fernando Velho
Richard Feliciano
Flavia De Oliveira Biazotto
Marco Antonio Drebes Da Cunha
Original Assignee
Ouro Fino Química S.A.
Priority date (The priority date is an assumption and is not a legal conclusion. Google has not performed a legal analysis and makes no representation as to the accuracy of the date listed.)
Filing date
Publication date
Application filed by Ouro Fino Química S.A. filed Critical Ouro Fino Química S.A.
Priority to BR102020018053-3A priority Critical patent/BR102020018053A2/pt
Priority to UY0001038954A priority patent/UY38954A/es
Priority to ARP210100015A priority patent/AR122356A1/es
Priority to US18/024,693 priority patent/US20240032539A1/en
Priority to CA3191399A priority patent/CA3191399A1/en
Priority to EP21863134.9A priority patent/EP4208025A4/en
Priority to MX2023002710A priority patent/MX2023002710A/es
Priority to PCT/BR2021/050376 priority patent/WO2022047561A1/en
Priority to PE2023000832A priority patent/PE20231292A1/es
Publication of BR102020018053A2 publication Critical patent/BR102020018053A2/pt
Priority to CL2023000607A priority patent/CL2023000607A1/es
Priority to CONC2023/0003870A priority patent/CO2023003870A2/es

Links

Images

Classifications

    • AHUMAN NECESSITIES
    • A01AGRICULTURE; FORESTRY; ANIMAL HUSBANDRY; HUNTING; TRAPPING; FISHING
    • A01PBIOCIDAL, PEST REPELLANT, PEST ATTRACTANT OR PLANT GROWTH REGULATORY ACTIVITY OF CHEMICAL COMPOUNDS OR PREPARATIONS
    • A01P3/00Fungicides
    • AHUMAN NECESSITIES
    • A01AGRICULTURE; FORESTRY; ANIMAL HUSBANDRY; HUNTING; TRAPPING; FISHING
    • A01NPRESERVATION OF BODIES OF HUMANS OR ANIMALS OR PLANTS OR PARTS THEREOF; BIOCIDES, e.g. AS DISINFECTANTS, AS PESTICIDES OR AS HERBICIDES; PEST REPELLANTS OR ATTRACTANTS; PLANT GROWTH REGULATORS
    • A01N25/00Biocides, pest repellants or attractants, or plant growth regulators, characterised by their forms, or by their non-active ingredients or by their methods of application, e.g. seed treatment or sequential application; Substances for reducing the noxious effect of the active ingredients to organisms other than pests
    • A01N25/30Biocides, pest repellants or attractants, or plant growth regulators, characterised by their forms, or by their non-active ingredients or by their methods of application, e.g. seed treatment or sequential application; Substances for reducing the noxious effect of the active ingredients to organisms other than pests characterised by the surfactants
    • AHUMAN NECESSITIES
    • A01AGRICULTURE; FORESTRY; ANIMAL HUSBANDRY; HUNTING; TRAPPING; FISHING
    • A01NPRESERVATION OF BODIES OF HUMANS OR ANIMALS OR PLANTS OR PARTS THEREOF; BIOCIDES, e.g. AS DISINFECTANTS, AS PESTICIDES OR AS HERBICIDES; PEST REPELLANTS OR ATTRACTANTS; PLANT GROWTH REGULATORS
    • A01N43/00Biocides, pest repellants or attractants, or plant growth regulators containing heterocyclic compounds
    • A01N43/34Biocides, pest repellants or attractants, or plant growth regulators containing heterocyclic compounds having rings with one nitrogen atom as the only ring hetero atom
    • A01N43/40Biocides, pest repellants or attractants, or plant growth regulators containing heterocyclic compounds having rings with one nitrogen atom as the only ring hetero atom six-membered rings
    • AHUMAN NECESSITIES
    • A01AGRICULTURE; FORESTRY; ANIMAL HUSBANDRY; HUNTING; TRAPPING; FISHING
    • A01NPRESERVATION OF BODIES OF HUMANS OR ANIMALS OR PLANTS OR PARTS THEREOF; BIOCIDES, e.g. AS DISINFECTANTS, AS PESTICIDES OR AS HERBICIDES; PEST REPELLANTS OR ATTRACTANTS; PLANT GROWTH REGULATORS
    • A01N43/00Biocides, pest repellants or attractants, or plant growth regulators containing heterocyclic compounds
    • A01N43/64Biocides, pest repellants or attractants, or plant growth regulators containing heterocyclic compounds having rings with three nitrogen atoms as the only ring hetero atoms
    • A01N43/647Triazoles; Hydrogenated triazoles
    • A01N43/6531,2,4-Triazoles; Hydrogenated 1,2,4-triazoles

Landscapes

  • Life Sciences & Earth Sciences (AREA)
  • Wood Science & Technology (AREA)
  • Pest Control & Pesticides (AREA)
  • Plant Pathology (AREA)
  • Health & Medical Sciences (AREA)
  • Engineering & Computer Science (AREA)
  • Zoology (AREA)
  • General Health & Medical Sciences (AREA)
  • Environmental Sciences (AREA)
  • Dentistry (AREA)
  • Agronomy & Crop Science (AREA)
  • Microbiology (AREA)
  • Mycology (AREA)
  • Chemical & Material Sciences (AREA)
  • Chemical Kinetics & Catalysis (AREA)
  • General Chemical & Material Sciences (AREA)
  • Toxicology (AREA)
  • Agricultural Chemicals And Associated Chemicals (AREA)

Abstract

A presente invenção se refere a uma composição concentrada a base dos fungicidas protioconazol mais picoxistrobina em altas concentrações, compreendendo um sistema tensoativo mais componentes na formulação em associação com diferentes concentrações dos ingredientes ativos e alta carga e picoxistrobina e método de tratamento utilizando as ditas composições e formulações no tratamento da ferrugem asiática e outras doenças.

Description

COMPOSIÇÃO FUNGICIDA CONCENTRADA DE PROTIOCONAZOL E PICOXISTROBINA CAMPO DA INVENÇÃO
[001] A presente invenção refere-se a composições e formulações fungicidas agrícolas concentradas contendo protioconazol e picoxistrobina e método de tratamento utilizando as ditas composições e formulações no tratamento da ferrugem asiática e outras doenças
ESTADO DA ARTE
[002] A ferrugem Phakopsora pachyrhizi se constitui em enorme preocupação para o cultivo de soja no Brasil. Conhecida por reduzir consideravelmente a produtividade de grãos, sua ocorrência tem sido observada em praticamente todas as regiões de produção, alternando os níveis de agressividade em função do clima ou fatores predisponentes locais.
[003] Desde a epidemia incialmente desenvolvida no Oeste Baiano na safra 2002/2003, sua presença já foi registrada em mais de 65% da área de produção da América do Sul, e no Brasil, em mais de 90% da área cultivada com soja
[004] Diferentes fatores têm contribuído para que a ferrugem da soja continue a causar perdas já superiores a 23 bilhões de dólares, se considerada toda cadeia produtiva. Alguns parâmetros epidemiológicos têm sido consistentes com o passar das safras, destacando-se a evolução populacional de Phakopsora pachyrhizi (inóculo inicial) aliado a condições climáticas favoráveis para infecção (molhamento foliar e temperaturas noturnas amenas) e dispersão (frequência de chuva).
[005] Dificuldades operacionais e critérios de manejo químico divergentes tornam este cenário progressivamente difícil na medida em que cada safra avança. O crescente número de aplicações de fungicidas pode comprometer a rentabilidade da soja. No caso dos programas de controle químico implementados tardiamente, ou mesmo quando as condições climáticas inviabilizaram as operações de controle, definitivamente tanto aspectos financeiros como técnicos são irreparavelmente comprometidos.
[006] Outra preocupação é o endividamento do setor devido à necessidade de investimentos, já iniciado desde a safra 2003/4, tanto para atender as demandas tecnológicas como operacionais, visando um enfrentamento adequado da doença. Neste particular, a relação máquina x área, bem como a relação máquina x parâmetros biológicos, demandam adequação da tecnologia de produção
[007] Caso estas relações não sejam observadas, a ineficácia do controle será uma realidade, afetando a rentabilidade geral do negócio. Quando o parâmetro financeiro fica comprometido, a adoção de programas corretos sofre limitações estabelecendo-se um vício técnico.
[008] O resultado final sugere o comprometimento irreparável das ferramentas químicas e uma dificuldade crescente de ser obtida produtividade compatível com os custos da soja. Fungicidas aplicados de forma preventiva tem se destacado como a estratégia mais eficaz no controle desta doença (Hartman et al., 1991).
[009] Maior período residual e melhor desempenho dos fungicidas foram obtidos por Vitti et ai. (2004) devido à aplicação preventiva de fungicidas. Da mesma forma, Oliveira (2004) observou aumento no rendimento de até 100% quando realizou o controle da doença preventivamente.
[0010] Para reduzir o risco de danos à cultura, as estratégias de manejo recomendadas no Brasil para essa doença são a utilização de cultivares de ciclo precoce, semeaduras no início da época recomendada, a eliminação de plantas voluntárias de soja, a ausência de cultivo de soja na entressafra por meio do vazio sanitário, o monitoramento da lavoura desde o início do desenvolvimento da cultura, a utilização de fungicidas no aparecimento dos sintomas ou preventivamente e a utilização de cultivares resistentes, quando disponíveis.
[0011] A aplicação de fungicidas em pulverização da parte aérea da cultura da soja, tendo como alvo a ferrugem-asiática, tem sido a preconizada. Os ingredientes ativos dos fungicidas registrados para o controle da ferrugem-asiática da soja pertencem, na sua maioria, a grupos químicos, orgânicos estrobilurinas, triazóis e carboxamidas.
Estrobilurinas
[0012] A atividade fungicida das estrobilurinas está ligada a habilidade em inibir a respiração mitocondrial por se ligar ao sítio Q0 do citocromo b (Bartlett et al., 2002). Citocromo b é parte do complexo bc1, localizado na membrana mitocondrial do fungo e outros eucariontes. Quando os fungicidas QoI se ligam, há o bloqueio na transferência de elétrons entre citocromo b e citocromo c1, alterando o ciclo de produção de energia do fungo (Bartlett et al., 2002).
[0013] Tais compostos apresentam alta atividade contra a germinação de esporos e em nível de tubo germinativo do esporo (Leinhos et al., 1997). Esse grupo de compostos atua na síntese de energia do fungo, e dessa forma é altamente efetivo nas fases de maior demanda energética do desenvolvimento do fungo (Bartlett et al., 2002).
[0014] O potente efeito de estrobilurinas na germinação de esporos explica a alta atividade preventiva que esses fungicidas entregam (Bartlett et al., 2002). No entanto, os fungicidas também inibem o crescimento micelial de fungos, apresentando propriedades curativas e protetoras. As estrobilurinas podem apresentar falhas de controle quando posicionadas de maneira curativa ou erradicativa, em função da menor probabilidade de chegar ao sítio alvo do fungo quando em crescimento micelial abundante.
Triazóis
[0015] Os fungicidas DMIs (triazóis) atuam inibindo a biossíntese do ergosterol, substância importante para manutenção da integridade da membrana celular dos fungos. A redução da disponibilidade de ergosterol leva ao rompimento da célula fúngica e à interrupção do crescimento micelial (Hewitt, 1998).
[0016] Os triazóis atuam eficientemente a nível micelial. A grande eficácia do mecanismo de ação de DMIs é no desenvolvimento do haustório e no crescimento micelial no interior dos tecidos (Buchenauer, 1987) e é por esse motivo que atribui-se aos fungicidas DMIs ação curativa. DMIs não afetam eficientemente a germinação de esporos e fase de tubo germinativo em função do patógeno obter o suprimento de ergosterol ou seus precursores a partir de reservas contidas nos esporos (Hänssler & Kuck, 1987)
Surgimento do protioconazol do grupo dos DMI’s
[0017] No período compreendendo 2013-2015, surgiu um novo fungicida do grupo dos DMI’s, o protioconazol. Desde o início do monitoramento até o seu lançamento no mercado, o protioconazol tem apresentado os menores valores de concentração efetiva 50 (CE50), no programa de monitoramento da ferrugem.
[0018] A introdução desse fungicida no mercado foi o resultado de centenas de experimentos, conduzidos em áreas de demonstração, de diferentes regiões produtoras de soja no Brasil. O protioconazol foi então avaliado em mistura com uma estrobilurina (QoI).
[0019] A comparação foi feita com fungicidas lançados no mercado, como as combinações de estrobilurinas (QoI) e carboxamidas (SDHI). Por se tratar de um fungicida, composto por um ingrediente ativo inovador com ligação diferenciada no sítio de ação do fungo, o protioconazol constituiu a nova geração, no grupo químico dos DMI’s, sendo quimicamente classificado como triazolintiona (Frac classification on mode of action 2014 – www.FRAC.info).
[0020] A combinação protioconazol + estrobilurina (Qol) atua de duas maneiras, sendo a primeira no controle da ferrugem asiática da soja e a segunda no complexo de doenças como mancha-alvo (Corynespora cassiicola), oídio (Microsphaera difusa), mela (Rhizoctonia solani), antracnose (Colletotrichum truncatum) e doenças de final de ciclo. Por isso, o seu uso é recomendado preventivamente, na primeira aplicação ou nas duas primeiras, quando o plano de utilização de fungicidas foliares, for de mais de duas aplicações. Desta forma, é possível explorar bem o espectro de ação deste fungicida, iniciando de forma robusta a prevenção e o controle da ferrugem da soja e, consequentemente, melhora no desempenho do fungicida subsequente.
Carboxamidas
[0021] As carboxamidas, inibidores da succinato desidrogenase (SDHI) é outro grupo químico recentemente introduzido no controle de Phakopsora pachyrrizi. O complexo II é a succinato desidrogenase do ácido tricarboxílico (TCA) ou ciclo de Krebs do fungo.
[0022] Esse ciclo catalisa a oxidação de succinato a fumarato, acoplada à redução de ubiquinona a ubiquinol. Os fungicidas SDHIs se ligam as subunidades do complexo II e atuam rompendo o ciclo respiratório do fungo (Walter, 2011).
[0023] De maneira geral esses fungicidas tem as mesmas características mencionadas anteriormente para os compostos QoI. Apresenta alta atividade em nível de esporo e formação de tubo germinativo, fase que o fungo demanda muito energia metabólica.
[0024] Dessa forma devem ser necessariamente posicionadas preventivamente para que entreguem melhores desempenhos de controle.
[0025] Os programas de aplicação de fungicidas devem apresentar controle efetivo das doenças. O gerenciamento correto de controle é um componente crítico para retardar o desenvolvimento de populações resistentes, pela pressão de seleção exercida pela aplicação dos fungicidas.
[0026] As recomendações de fungicidas para controle da ferrugem asiática da soja devem ser baseadas em produtos registrados contendo estrobilurinas em combinação a triazóis, triazolintione e/ou carboxamidas, as quais devem ser aplicadas em doses, épocas e intervalos de acordo com a recomendação das empresas detentoras do registro.
[0027] Programas de aplicações iniciados curativamente favorecem a pressão de seleção contínua e aceleram o desenvolvimento de populações menos sensíveis do patógeno e, portanto, não devem ser utilizados. Boas práticas agronômicas que evitem a exposição desnecessária dos produtos a altas populações do patógeno são essenciais no gerenciamento de controle da ferrugem e devem ser empregadas, tais como: evitar plantios tardios, dar preferência por variedades de ciclo precoce e com maior tolerância a doença, respeitar o vazio sanitário, eliminar plantas de soja voluntária, evitar o plantio de soja em segunda safra e monitorar a lavoura.
[0028] No caso deste parecer técnico, serão abordados os fundamentos do controle de ferrugem asiática da soja, consequências do mau controle desta doença e a indicação de rumos tecnicamente embasados visando um controle seguro desta doença. Portanto trabalhos recentes foram desenvolvidos com o objetivo de avaliar a eficiência e a praticabilidade agronômica do fungicida OFA-T 0143/17 (protioconazol 240 g.L-1 + picoxistrobina 200 g.L-1) para controle dos alvos da ferrugem-asiática (Phakopsora pachyrhizi SYDOW E SYDOW), mancha-parda (Septoria glycines Hemmi) na cultura da soja em diferentes regiões do Brasil.
Efeito da interação entre protioconazol + picoxistrobina no controle da ferrugem-asiática (Phakopsora pachyrhizi)
[0029] A soja destaca-se como a principal cultura de grãos semeada no Brasil, ocupando a maior área plantada e responsável pelo maior volume de grãos colhidos.
[0030] Um dos grandes desafios fitossanitários que ocorrem nas diversas regiões de cultivo no Brasil é a ferrugem da soja (FAS) causada por Phakopsora pachyrhizi. Até o ano de 2001, a América do Sul esteve livre do ataque desse patógeno (FREIRE et al., 2008).
[0031] A partir de 2001 a doença foi encontrada no Paraguai e também no Brasil, tornando-se uma pandemia que trouxe grandes desafios à produção de soja no país (YORINORI et al., 2005).
[0032] Dessa data em diante, o patógeno se tornou altamente adaptado às condições do ambiente e vem causando danos expressivos ininterruptamente ao longo dos anos.
[0033] Dentre os métodos mais utilizados no manejo de FAS está o método químico através do uso de fungicidas. Os principais fungicidas utilizados para manejo químico da doença pertencem aos grupos químicos dos inibidores da respiração celular do fungo, agindo na quinona externa nas cristas mitocondriais (QoIs – Quinone outside Inhibitors), os inibidores da desmetilação da cadeia carbônica na síntese de esteróis nas membranas celulares (DMIs – DeMethylation Inhibitors) e as carboxamidas passaram a fazer parte deste arsenal.
[0034] As carboxamidas pertencem ao grupo químico dos inibidores da respiração mitocondrial, os quais ligam-se ao complexo II da cadeia de transporte de elétrons, tendo como alvo a enzima succinato desidrogenase (SDHI - Succinate DeHydrogenase Inhibitors) (KEON et al., 1991).
[0035] Todos os produtos pertencentes a esses grupos químicos agem em sítios específicos no metabolismo do patógeno. Em quinze anos de ferrugem da soja no Brasil, passamos de menos de uma aplicação de fungicidas para próximo de quatro aplicações considerado em termos médios. Inicialmente foram utilizados ingredientes ativos isolados, evoluindo para misturas formuladas de diferentes ativos e mistura de tanque de dois ou mais ingredientes ativos considerando mecanismos de ação diferentes.
[0036] Nesse contexto, na busca de estratégias de manejo contra a resistência do patógeno aos fungicidas, surge no mercado no período compreendendo 2013 a 2015 um novo fungicida do grupo dos DMI’s, o protioconazol.
[0037] Desde o início do monitoramento até o seu lançamento no mercado, este triazol apresentou os menores valores de concentração efetiva 50 (CE50), no programa de monitoramento da ferrugem.
[0038] Por se tratar de um fungicida, composto por um ingrediente ativo inovador com ligação diferenciada no sítio de ação do fungo, o protioconazol constituiu a nova geração, no grupo químico dos DMI’s, sendo quimicamente classificado como triazolintiona (FRAC classification on mode of action 2014).
[0039] Posto isto, a combinação do triazol + estrobilurina atua de duas maneiras, sendo a primeira no controle da ferrugem-asiática da soja, e a segunda no complexo de doenças como mancha-alvo (Corynespora cassiicola), oídio (Microsphaera difusa), mela (Rhizoctonia solani), antracnose (Colletotrichum truncatum) e doenças de final de ciclo.
[0040] Por isso, o seu uso é recomendado preventivamente, na primeira aplicação ou nas duas primeiras, quando o plano de utilização de fungicidas foliares, for de mais de duas aplicações.
[0041] Desta forma, é possível explorar bem o espectro de ação deste fungicida, iniciando de forma robusta a prevenção e o controle da ferrugem-asiática da soja e, consequentemente, melhora no desempenho do fungicida subsequente
[0042] As misturas de fungicidas podem levar a ocorrência de interações que podem se manifestar de forma aditiva, antagônica ou sinérgica. Dependendo da interação podem-se obter ganhos ou perdas no controle da doença (TREZZI et al., 2005).
[0043] Segundo Maciel et al. (2009) pouco se conhece sobre a compatibilidade e o efeito da mistura de diferentes produtos na agricultura. A sinergia entre fungicidas é inteiramente desejada podendo resultar em um incremento significativo no controle da doença (EVENHUIS et al., 1996).
[0044] O sinergismo é a ação de dois ou mais compostos em que a resposta total de controle de um organismo é maior do que a soma dos componentes individuais (WAARD, 1987). Hipóteses sobre os mecanismos fisiológicos e bioquímicos de sinergismo envolvem aumento da absorção e ligação dos fungicidas ao local de ação, ação em diferentes locais da célula fúngica e diminuição da biodegradação (GISI, 1991).
[0045] Entre os diferentes efeitos, sem dúvida a existência de sinergismo é vantajosa, porque amplia o espectro de ação dos fungicidas, contribuindo na prevenção do surgimento de resistência e aumenta-se a eficiência de controle.
[0046] Nesse sentido, para minimizar ou evitar riscos envolvidos, estudos foram realizados sobre os possíveis efeitos da associação entre fungicidas. O objetivo desse trabalho foi avaliar o resultado da interação entre protioconazol mais picoxistrobina.
SUMÁRIO DA INVENÇÃO
[0047] A presente invenção se refere a uma composição concentrada a base dos fungicidas protioconazol mais picoxistrobina em altas concentrações, compreendendo um sistema tensoativo mais componentes na formulação em associação com diferentes concentrações dos ingredientes ativos e alta carga.
[0048] Em particular, a invenção refere-se a composições de protioconazol mais picoxistrobina com alta carga que apresentam reduções de perdas dos fungicidas pela lavagem da água da chuvas após a aplicação e por deriva, deposição e espalhamento na superfície de folha, maior facilidade de absorção e penetração dos fungicidas nas folhas, e melhor translocação nas plantas, promovendo assim maior eficácia no controle de ferrugem-asiática e manchas foliares na soja e de outras doenças em diferentes culturas agrícolas.
[0049] A presente invenção apresenta como objetivo principal o alcance de uma composição que promova o aumento da concentração dos fungicidas protioconazol mais picoxistrobina a ser aplicado nas plantas, de modo que adicionalmente ao seu efeito fungicida eficaz e de maior velocidade de ação de controle, também se apresente com o objetivo de reduzir os possíveis processos de perdas dos ingredientes ativos presentes na formulação pela água da chuva, reduzindo assim o impacto ambiental, além de minimizar despesas de transporte, armazenamento e, principalmente, de descarte de embalagens.
[0050] Mais especificamente foram exploradas combinações que compreendem diferentes concentrações de protioconazol + picoxistrobina de alta carga e um sistema tensoativo, com o objetivo de aumentar a concentração dos fungicidas, isto é, melhorar a sua eficácia e dinâmica nas plantas quanto ao controle das diferentes doenças nas culturas, a exemplo da ferrugem-asiática da soja.
[0051] Contudo, a presente invenção apesar do aumento da concentração dos fungicidas nas plantas, não compromete a eficácia, a seletividade da cultura da soja, milho e algodão, dentre outras culturas, além de promover maior segurança para agricultores, consumidores e para o meio ambiente.
[0052] Mais especificamente ainda, os componentes da composição da presente invenção, se apresentam em proporções adequadamente balanceadas acarretando maior eficácia agronômica no manejo de ferrugem-asiática e manchas foliares na soja, dentre outras doenças em diferentes culturas agrícolas, bem como seletividade a culturas convencionais e transgênicas de soja, milho e algodão contribuindo assim para a preservação do potencial produtivo dessas culturas.
[0053] Adicionalmente, a composição da presente invenção também apresenta baixa toxicidade ao homem e ao ambiente, além de proporcionar baixo custo de produção.
[0054] A presente invenção também diz respeito a uma formulação oriunda da referida composição sob forma de uma suspensão concentrada, de modo a se obter em uma única embalagem, uma formulação pronta que é dissolvida in situ, diretamente no tanque de água adequada para pulverização no campo.
[0055] Mais especificamente ainda, portanto, a presente invenção também inclui formulações fungicidas concentradas, contendo protioconazol + picoxistrobina de alta carga e componentes adequadamente balanceados utilizando um sistema tensoativo, a dita formulação que visa a facilitar a deposição e espalhamento dos fungicidas na superfície das folhas, absorção e penetração na folha da planta e translocação na planta.
[0056] Adicionalmente, a presente invenção também se refere a método de eliminação ou tratamento e controle das diferentes doenças nas culturas agrícolas, mediante a utilização de formulações oriundas da referida composição fungicida da presente invenção.
Da combinação dos ingredientes ativos
[0057] O protioconazol tem como sítio de ação: Grupo G1 ou C14 - desmetilase na biossíntese de esterol (erg11/cyp51)/DMI-fungicidas (inibidores da desmetilação) (SBI: Classe I).
[0058] A picoxistrobina tem como sítio de ação: Grupo C3 - Complexo III: citocromo bc1 (ubiquinol oxidase) no sítio Qo/QoI-fungicidas (Inibidores extracelulares de Quinona).
[0059] Em geral, os fungicidas triazois, grupo que inclui o protioconazol, tem ação predominante erradicante e antiesporulante com alguma ação curativa. As estrobirulinas, com ação extracelular, atuam predominantemente como fungicidas preventivos e curativos.
[0060] A análise das informações indica que a seleção dos dois ingredientes ativos é coerente e alinhada com os conhecimentos mais recentes sobre sítio e modo de ação de fungicidas. A combinação dos dois ativos na proporção das concentrações e com os tensoativos compostos na formulação corresponde à primeira inovação contida no produto desenvolvido.
A escolha do protioconazol
[0061] Os triazois vêm sendo utilizados no controle de doenças fúngicas em humanos, animais e culturas agrícolas nas últimas quatro décadas, conforme pode ser observado na Tabela 01.
[0062] A Tabela 01 resume as principais informações sobre esses compostos obtidas a partir do portal PPDB: Pesticide Properties DataBase mantido pela Universidade de Hertfordshire (https://sitem.herts.ac.uk/aeru/footprint/es/index.htm) que constitui uma das fontes de maior uso e confiabilidade de informações sobre defensivos agrícolas em todo o mundo
[0063] Foram selecionadas apenas algumas informações que foram fundamentais para a seleção do protioconazol para compor a formulação inovadora de fungicidas da presente invenção.
[0064] Tabela 01 – Compilado de algumas informações sobre fungicidas triazois.
Figure img0001
[0065] A seleção do protioconazol teve como referencial teórico o trabalho de Bromilow et al. (1990) originalmente desenvolvido tomando como exemplos herbicidas, mas cujas conclusões são aplicáveis a todos os compostos orgânicos em plantas.
[0066] A seleção do protioconazol foi feita considerando prioritariamente o fato de ter sido introduzido em 2002, não havendo mais patente que impossibilitasse o seu uso e o Kow de 100, muito próximo do valor ideal para cruzar membranas em plantas e otimizar a translocação via xilema.
[0067] O seu Pka indicaria, também, potencial de translocação pelo floema, mas a grande facilidade em cruzar membranas (condicionada pelo Kow de 100) limita essa possibilidade.
[0068] Contudo, mesmo não translocando expressivamente pelo floema, o protioconazol é o triazol com maior potencial de movimentação em plantas e maior potencial de ingresso nas células vegetais justificando a sua seleção
[0069] Também merece destaque o fato do protioconazol ser um produto de baixo risco para os trabalhadores, consumidores e meio ambiente. Vale lembrar que risco não é sinônimo de perigo.
[0070] O risco depende tanto do perigo quanto da exposição. A exposição, por sua vez, depende de vários fatores, incluindo dose, número de aplicações, intervalo de tempo entre a aplicação e colheita, RL50, dinâmica do agrotóxico na planta e no ambiente, tecnologia e equipamentos de proteção utilizados.
[0071] Com toda essa complexidade, a questão que surge é: há algum indicador de risco de uso de agrotóxicos que seja preciso, simples de usar e facilmente compreensível? Até o momento, a melhor opção disponível é o Eiq proposto por Kovach et al.(1992).
[0072] O uso do Eiq para indicar o risco ou segurança de defensivos agrícolas é uma tendência mundial contemporânea sendo exemplos as publicações de FAO (2008) e Brookes e Barfoot (2017).
[0073] Tal indicador é calculado a partir de um total de 12 características dos agrotóxicos: toxicidade dermal, toxicidade crônica, sistemicidade, toxicidade para peixes, potencial de lixiviação, potencial de movimentação na superfície do solo, toxicidade a pássaros, tempo para degradar 50% no solo, toxicidade para abelhas, toxicidade para artrópodes benéficos e tempo para degradar 50% na superfície das plantas.
[0074] O Eiq total é característico de cada ingrediente ativo e corresponde à média de três outros coeficientes mais específicos calculados a partir de subgrupos das características citadas: Eiq Ecológico, Eiq para o trabalhador e Eiq para o consumidor.
[0075] Os valores de Eiq são adimensionais e podem ser determinados para 1 kg do ingrediente ativo (para comparar a segurança de diferentes compostos) ou por hectare tratado (considera a variável dose efetiva de uso). Há aplicativos que fazem o cálculo automaticamente como o Eiq Calculator (Cornell - CALS, 2018).
[0076] Os valores de Eiq Total, Eiq Consumidor, Eiq Trabalhador, Eiq Ecológico para 1 kg de protioconazol são de 26,9; 10,5; 13,9 e 55,5 respectivamente. Mas as doses de aplicação de protioconazol podem ser bastante baixas aumentando a sua segurança. Considerando uma dose de 96 g de i.a./ha, uma dose compatível com as doses de aplicação em campo, os valores de Eiq seriam de apenas 2,58; 1,008; 1,33 e 5,33, também de modo respectivo.
[0077] Em síntese, o protioconazol é um composto com amplo histórico de uso efetivo e seguro na agricultura, que resume características físicas e químicas favoráveis à translocação em plantas e com baixos valores de Eiq por kg de produto ou por hectare tratado (que considera a dose de aplicação).
[0078] A seleção do protioconazol com base nas informações apresentadas corresponde à segunda inovação incluída no produto desenvolvido.
A escolha da picoxistrobina
[0079] A escolha da picoxistrobina foi mais complexa e teve como ponto de partida as informações apresentadas na Tabela 02 que tem como fontes o portal PPDB: Pesticide Properties DataBase mantido pela Universidade de Hertfordshire (https://sitem.herts.ac.uk/aeru/footprint/es/index.htm) e o portal Pubchem mantido pelo National Library of Medicine / National Center for Biotechnology Information (https://pubchem.ncbi.nlm.nih.gov/).
[0080] Foram selecionadas as quatro estrobirulinas não protegidas por patentes e de uso mais comum no Brasil e no mundo.
[0081] A análise das informações indica que os quatro compostos apresentam baixa solubilidade, não são ionizáveis e têm Kow (ou log de Kow) que indica serem compostos de baixa mobilidade em plantas. Portanto, essas três características não foram relevantes em termos de seleção.
[0082] A primeira característica considerada no processo decisório foi exatamente a mais simples, a massa molar. A picoxistrobina é a que apresenta a menor massa molar (367,3 g / Mol) indicando que há um maior número de Mols contidos em 1 kg do composto (2,72).
[0083] A interação efetiva de fungicidas com os sítios de ação (enzimas ou receptores) depende da presença do composto em “quantidade” suficiente para causar a inibição. Quantidade, neste caso, se refere ao número de moléculas e não à massa das moléculas.
[0084] Substâncias com menor massa molar podem produzir um maior número de moléculas a partir de uma mesma quantidade de massa estabelecida em g ou kg. Exemplificando, um determinado número de gramas de picoxistrobina possui 11,12% mais moléculas do que o mesmo número de gramas de trifloxistrobinatrifloxistrobina.
[0085] Tabela 02 – Compilado de algumas informações sobre estrobirulinas com ação fungicida.
Figure img0002
[0086] As informações mais relevantes na escolha da picoxistrobina para compor o produto inovador desenvolvido foram as que se referem ao Eiq. O Eiq total da picoxistrobina expresso por kg foi de apenas 11,7.
[0087] Quando os Eiqs das demais estrobirulinas foram expressos em porcentagem desse valor os resultados obtidos foram 196,6%; 197,4% e 217,9% para azoxistrobina, piraclostrobina e trifloxistrobina, respectivamente. Invertendo-se o numerador e o denominador, o valor de Eiq total de picoxistrobina expresso em porcentagem dos valores observados para azoxistrobina, piraclostrobina e trifloxistrobina foram de 50,87%; 50,65% e 45,88% com redução média dos riscos para consumidores, trabalhadores e meio ambiente de 49,13%; 49,35% e 54,12%, respectivamente.
[0088] Quando as informações de massa molar são combinadas com as informações de Eiq, fica ainda mais evidente a maior segurança ou menor risco associado ao uso da picoxistrobina.
[0089] Complementando as informações sobre a picoxistrobina, os valores de Eiq Total, Eiq Consumidor, Eiq Trabalhador, Eiq Ecológico para 1 kg do composto são de 11,7; 5,1; 5,1 e 25,0 respectivamente. Mas as doses de aplicação de picoxistrobina podem ser bastante baixas aumentando a sua segurança. Considerando uma dose de 80g de i.a./ha, uma dose compatível com as doses de aplicação em campo, os valores de Eiq seriam de apenas 0,936; 0,408; 0,408 e 2,00, também de modo respectivo.
[0090] Quando as informações de Eiq são articuladas com as informações de persistência na matriz planta, podem ser produzidas as informações apresentadas na Figura 1 que foi elaborada prevendo a presença de 10 g dos diferentes compostos na matriz plantas de 0 a 14 dias após a aplicação.
[0091] Exemplificando, a comparação dos resultados para a picoxistrobina e a trifloxistrobina aos 14 dias após aplicação, indica que, mesmo sendo mais persistente, a trifloxistrobina demandou 35,54% mais unidades de Eiq para que 10 g do composto remanescessem na matriz planta aos 14 dias após a aplicação.
[0092] Em todas as demais condições as vantagens de uso de picoxistrobina foram ainda mais evidentes, conforme ilustrado na Figura 1 que descreve as Unidades de Eiq/ha para que ocorram 10 g de diferentes estrobirulinas na matriz das plantas em função do número de dias após a aplicação.
[0093] Em síntese, a picoxistrobina é um composto com amplo histórico de uso efetivo e seguro na agricultura, com menor massa molar do que os demais concorrentes e, sobretudo, com valores muito baixos de Eiq por kg de produto ou por hectare tratado (que considera a dose de aplicação). A seleção da picoxistrobina com base nas informações apresentadas corresponde à terceira inovação incluída no produto desenvolvido.
[0094] A etapa mais crítica do desenvolvimento da presente invenção foi a seleção dos ativos, conforme apresentado acima. A partir dessa definição e tendo a sustentabilidade e redução de riscos como principais objetivos, foram identificados os principais pontos de melhoria que deveriam ser incorporados ao novo produto:
  • 1) aumento da concentração dos ativos na formulação reduzindo o consumo de matérias primas e gastos com transporte;
  • 2) uso de matérias primas mais seguras em termos toxicológicos e ambientais;
  • 3) desenvolvimento de formulações estáveis durante o armazenamento e transporte;
  • 4) aumento da deposição com redução das perdas por deriva;
  • 5) desenvolvimento de formulações com dinâmica e persistência de cada um dos ingredientes ativos mais adequada ao controle de patógenos; e
  • 6) alta eficácia em ensaios comparativos em condições práticas de uso.
[0095] Os seis itens citados seguem ordem tanto lógica quanto cronológica.
[0096] De fato, o circuito por eles representado foi percorrido várias vezes obtendo-se novas informações e melhorando continuamente os protótipos produzidos.
[0097] Foram desenvolvidas e avaliadas dezenas de formulações experimentais até que fosse possível chegar à formulação definitiva que permite alcançar, simultaneamente, todos os objetivos estabelecidos.
[0098] Combinações de um sistema tensoativo juntamente com outros componentes compreendendo um agente fixante e um agente de fluidez para uso em formulações fungicidas que compreendem composições de protioconazol mais picoxistrobina com alta carga foram desenvolvidas.
[0099] Mais especificamente, os componentes da composição da presente invenção, se apresentam em proporções adequadamente balanceadas e com isto reduz perdas dos fungicidas pela lavagem da água da chuvas após a aplicação e por deriva, deposição e espalhamento na superfície de folha, maior facilidade de absorção e penetração dos fungicidas nas folhas, e melhor translocação nas plantas, contribuindo também na aplicação por pulverização proporcionado, menor evaporação no trajeto da ponta de pulverização ao alvo biológico, formação de filmes líquidos sobre as superfícies foliares, por coalescência das gotas, promovendo assim maior eficácia no controle de ferrugem-asiática e manchas foliares na soja e de outras doenças em diferentes culturas agrícolas.
[00100] A combinação de um sistema de tensoativo balanceado adequadamente, um agente fixante e um agente de fluidez utilizado neste fungicida consistem em um conjunto de tensoativo poliarilfenol etoxilado sulfatado neutralizado e tensoativo copolímero acrílico, agente fixante polivinilpirrolidona e agente de fluidez dióxido de silício.
[00101] O dióxido de silício, aumenta a estabilidade do produto formulado, permite a incorporação com homogeneidade de componentes na formulação, melhorando as propriedades de fluidez da formulação.
[00102] O polivinilpirrolidona é um polímero solúvel em água por cadeias multifuncional, inerte e tem propriedades que conferem um filme resistente, flexível, e atua como agente de adesão, agente aglutinante, agente dispersante, modificador reológico e um agente de reticulação.
[00103] O copolímero acrílico é um dispersante polimérico de alto desempenho, desenvolvido para superar os desafios relacionados à floculação e sedimentação, possibilita a incorporação de altos níveis de carga de sólidos, impede a floculação, em função da presença de barreira esférica, evita a formação de cristais, otimiza a fluidez.
[00104] Este dispersante melhora a estabilidade da emulsão ou dispersão, baixa a formação de espuma, é estável nos sistemas contendo eletrólitos, sendo um surfactante não iônico que apresenta excelente compatibilidade com ingredientes ativos.
[00105] O poliarilfenol etoxilado sulfatado neutralizado é usado como emulsificador e dispersante. Como agente emulsificante aumenta a estabilidade cinética tornando a formulação estável e homogênea e age como dispersante e promove a separação uniforme de partículas sólidas extremamente finas do fungicida, tornando a formulação estável.
[00106] Tabela 3. Exemplos de formulações herbicidas contendo fungicidas agrícolas concentradas contendo protioconazol e picoxistrobina.
Figure img0003
Figure img0004
[00107] Tabela 04 - Composição exemplificada do fungicida da presente invenção denominada como protótipo 4.
Figure img0005
Figure img0006
[00108] As composições desenvolvidas nesta invenção contendo protioconazol e picoxystroina com alta carga, em balanceamento adequado de faixas de concentrações associados ao sistema tensoativo juntamente com outros componentes compreendendo um agente fixante e agente de fluidez, conforme citados anteriormente, promovem maior eficácia no manejo de doenças e maior segurança ao ambiente, visto que reduzem perdas dos fungicidas pela lavagem da água da chuvas após a aplicação e por deriva, deposição e espalhamento na superfície de folha, maior facilidade de absorção e penetração dos fungicidas nas folhas, e melhor translocação nas plantas, contribuindo também na aplicação por pulverização proporcionado, menor evaporação no trajeto da ponta de pulverização ao alvo biológico, formação de filmes líquidos sobre as superfícies foliares, por coalescência das gotas, promovendo assim maior eficácia no controle de ferrugem-asiática e manchas foliares na soja e de outras doenças em diferentes culturas agrícolas.
[00109] Dentro deste contexto, é importante ressaltar que a deriva e deposição são fenômenos opostos. A deriva indica perdas durante o processo de aplicação e a deposição indica o quanto do produto aplicado efetivamente depositou sobre o alvo (plantas de soja neste caso).
[00110] Hoje, a deriva é apontada como a principal causa de perdas e contaminações ambientais relacionadas à aplicação de defensivos agrícolas.
[00111] Reduzir a deriva é fundamental para aumentar a deposição e eficácia, reduzir a contaminação ambiental e, ao reduzir a quantidade de gotas em suspensão, reduzir a exposição dos trabalhadores envolvidos na aplicação.
[00112] Quando são utilizados alvos planos como a superfície do solo, fazer um balanço de massas da aplicação determinando com precisão a deposição e deriva é relativamente simples.
[00113] No entanto, em plantas, com grande variação de arquitetura, área foliar e morfologia, realizar um balanço de massas não é possível e o procedimento mais adequado é medir a deposição ou depósito dos compostos aplicados por unidade de área ou massa da planta.
[00114] É muito relevante conduzir as avaliações em condições representativas das condições práticas de aplicação em termos de tecnologia de aplicação e características das soluções de aplicação.
[00115] Neste caso, foram utilizadas as próprias informações produzidas nos estudos comparativos de dinâmica conduzidos com o objetivo de comparar os protótipos de formulações entre si e com o principal padrão comercial.
[00116] As aplicações foram feitas em condições controladas com velocidade de 1m/s, com uso de pontas XR 110.02, pressão de 2 Bar e taxa de aplicação de 200L/ha, temperatura de 28°C e umidade relativa de 56%.
[00117] A aplicação foi feita com equipamento experimental de alta precisão que permite o controle das variáveis operacionais citadas. O estudo foi conduzido utilizando-se plantas de soja no estágio V6 como alvo, com cinco repetições para cada ingrediente ativo.
[00118] Os tratamentos confrontados foram:
  • 1) aplicação do protótipo 4 na dose de 0,4 L ha-1 condicionando doses dos compostos protioconazol e picoxistrobina de 96 e 80 g de i.a ha-1 ; e
  • 2) tratamento com o padrão comercial Fox, na dose de 0,4 L ha-1 condicionando doses dos compostos protioconazol e trifloxistrobina de 70 e 60 g ha-1 .
[00119] Todos os tratamentos receberam a adição do adjuvante Aureo na concentração de 0,25% (equivalente a 0,5 L ha-1).
[00120] A determinação dos teores dos compostos protioconazol, picoxistrobina e trifloxistrobina foi realizada com uso da técnica de LC/MSMS após maceração das plantas em baixa temperatura (em Nitrogênio líquido), liofilização para eliminar umidade e extração com solventes apropriados.
[00121] Os resultados foram inicialmente representados em ng dos compostos/g de folhas liofilizadas. Como as doses de aplicação dos compostos foram distintas entre os tratamentos, os dados foram corrigidos (divididos) pelas doses de aplicação expressas em g/ha.
[00122] Sumarizando, determinou-se qual o resultado proporcionado pela aplicação de 1 g/ha de cada um dos compostos em termos de quantidade presente em uma grama de folha de soja liofilizada.
[00123] Para simplificar a análise, os resultados foram expressos em porcentagem dos valores obtidos no tratamento padrão em que foi aplicada a mistura de protioconazol e trifloxistrobina.
[00124] Em todas as análises conduzidas, determinou-se as concentrações tanto do protioconazol quando do seu principal metabólito destioprotioconazol e os valores apresentados se referem à soma das concentrações dos dois compostos.
[00125] Na Tabela 05 são apresentados os resultados obtidos e as informações sobre a análise estatística dos dados. Quando são comparadas as informações de concentração dos ingredientes ativos expressas em “(ng/g)/(g/ha)” os valores são superiores no tratamento que corresponde ao Protótipo 4. Quando os valores desse tratamento são convertidos em porcentagem dos valores encontrados no tratamento padrão “(100 x P4/TP)”, fica evidente que as estimativas da deposição realizadas a partir das concentrações do fungicida protioconazol e seu metabólito, ou das estrobirulinas (picoxistrobina ou trifloxistrobina) apresentaram valores similares.
[00126] As deposições médias observadas no tratamento com o Protótipo 4 corresponderam a 121,82 e 121,79 dos valores médios encontrados no tratamento padrão.
[00127] Por sua vez, a média entre esses dois valores é de 121,80 indicando que no tratamento com o Protótipo 4 houve deposição 21,80 % superior de solução de aplicação.
[00128] Tabela 06 – Informações de deposição do Protótipo 4 quando comparado ao padrão comercial
Figure img0007
[00129] Em termos de análise estatística, optou-se por apresentar o nível de significância a que foi significativo o contraste (ou a comparação) envolvendo os tratamentos correspondentes ao Protótipo 4 e o Tratamento Padrão.
[00130] A probabilidade a que foi significativa a comparação (α ou Pr>F) representa a probabilidade de ocorrência de erros experimentais do tipo 1 ou a probabilidade de erro ao admitir que as médias comparadas são diferentes.
[00131] Para representar as probabilidades em porcentagens, os valores apresentados na Tabela 06 devem ser multiplicados por 100. Em síntese, a comparação entre os dois tratamentos foi significativa ao nível de probabilidade de 0,0095 (ou 0,95%) indicando uma efetiva superioridade do tratamento correspondente ao Protótipo 4 com deposição da solução de aplicação 21,80% superior. Destacamos que a maior deposição contribui para a eficácia e reduz perdas por deriva e riscos associados às gotas em suspensão.
[00132] Reduzir perdas no processo de aplicação, com aumento da deposição, é fundamental para maximizar a eficácia e minimizar para os trabalhadores e para o ambiente. O desenvolvimento de formulação com maior deposição corresponde à quarta inovação incluída no produto desenvolvido.
Desenvolvimento de formulações com dinâmica e persistência de cada um dos ingredientes ativos mais adequada ao controle de patógenos
[00133] O desenvolvimento dos protótipos de formulações foi precedido por ensaios preliminares de dinâmica, persistência e metabolização dos ingredientes ativos considerados.
[00134] Foram conduzidos testes específicos para determinar a velocidade de degradação dos compostos na superfície das folhas e internamente às mesmas. Uma observação bastante relevante é a de que a metabolização interna é mais rápida do que a decomposição na superfície da folha.
[00135] Se, por um lado, os ativos precisam penetrar na folha, por outro, serão decompostos mais rapidamente ao serem absorvidos. A manutenção dos compostos na superfície da folha é uma boa estratégia para permitir um processo controlado de absorção e degradação, mas é necessário desenvolver tecnologias para que os compostos não sejam decompostos por processos físicos, com destaque para a fotólise, e para reduzir o carregamento pela água de chuva.
[00136] Como todos os protótipos foram confeccionados contendo os dois ingredientes ativos (protioconazol e picoxistrobina), foram desenvolvidas tecnologias de proteção e controle da liberação e absorção para cada um dos ativos.
[00137] Conforme já foi discutido, também foram desenvolvidas tecnologias para reduzir a deriva e aumentar a deposição. Todas estas tecnologias foram continuamente avaliadas e progressivamente melhoradas e combinadas no Protótipo 4.
[00138] Os resultados que serão apresentados nas Tabelas 05 a 10 foram obtidos no ensaio final de validação dos conceitos desenvolvidos. Foi neste ensaio que foram obtidas as informações de deposição já discutidas.
[00139] Portanto, foram utilizados as mesmas variáveis, métodos e condições já descritas no estudo de deposição. Contudo, no estudo de deposição, foram apresentadas apenas as informações obtidas um dia após a aplicação e a deposição foi determinada considerando-se as médias observadas para os dois ativos e os teores totais observados (internamente e externamente às folhas).
[00140] Neste tópico que trata da dinâmica da formulação experimental frente ao padrão comercial, serão apresentadas as informações obtidas para cada um dos ingredientes ativos aos 01 e 07 dias após a aplicação, internamente e externamente às folhas.
[00141] O principal objetivo de trabalhar com os dois períodos foi o de comprovar que as tecnologias de controle de liberação e absorção e redução de fotólise incorporadas na formulação experimental seriam efetivas e promoveriam uma absorção gradual dos ativos permitindo obter concentrações maiores dos compostos nas folhas da cultura, aos 07 dias após a aplicação.
[00142] Para que estes objetivos fossem alcançados, foram desenvolvidos métodos experimentais específicos para expor as plantas tratadas à radiação solar plena durante pelos períodos considerados.
[00143] As plantas tratadas foram submetidas a processos específicos de extração para quantificar os ingredientes ativos internamente e na superfície das folhas.
[00144] Nas Tabelas 07 a 12, são apresentados os teores externos (na superfície das folhas), teores internos (parte absorvida dos compostos) e teores totais (soma dos teores externos e internos).
[00145] De modo similar ao que foi feito para os resultados de deposição, os teores foram convertidos a “(ng do composto/g de folha liofilizada)/(g do i.a. /ha)”.
[00146] Este procedimento foi fundamental para viabilizar a comparação dos teores dos compostos avaliados, considerando que as doses de aplicação foram distintas entre os tratamentos.
[00147] Retomando a informações já apresentadas, a aplicação do protótipo 4 na dose de 0,4 L ha-1 condicionou doses dos compostos protioconazol e picoxistrobina de 96 e 80 g de i.a ha-1 enquanto a aplicação do padrão comercial Fox, na dose de 0,4 L ha-1 condicionou doses dos compostos protioconazol e trifloxistrobina de 70 e 60 g ha-1 , respectivamente. O estudo foi conduzido com cinco repetições e 30 tratamentos sendo que apenas as informações sobre os tratamentos que correspondem ao Protótipo 4 e ao padrão comercial Fox nos dois períodos de avaliação serão apresentadas.
[00148] Todos os tratamentos receberam a adição do adjuvante Aureo na concentração de 0,25% (equivalente a 0,5 L ha-1 ).
[00149] Todo o processo de desenvolvimento demandou mais de uma centena de tratamentos em suas várias etapas, tendo sido conduzidos estudos específicos de absorção, metabolismo, fotólise, velocidade de degradação interna e externamente na folha, fitointoxicação (quando presente) e para avaliar os efeitos da água de chuva na remoção e transporte de protioconazol e picoxistrobina aplicados sobre plantas.
[00150] Nas Tabelas 07 a 09 são apresentadas as informações sobre o protioconazol. É importante destacar que os teores apresentados se referem aos teores do próprio protioconazol acrescido dos teores do seu principal metabólito destioprotioconazol.
[00151] Este procedimento mostrou-se fundamental para conduzir estudos de dinâmica e balanço de massas de alta precisão. O uso de tecnologias fotoprotetoras em que permitiram a absorção progressiva do composto foi efetiva.
[00152] No primeiro dia após a aplicação os teores internos do protioconazol foram um pouco inferiores aos observados no tratamento padrão (62,14%) mas os teores externos foram muito superiores (601,77%).
[00153] Considerando os teores externos e internos, os teores totais do protioconazol foram 21,82% superiores (100 x P4/TP = 121,82) no tratamento com aplicação do Protótipo 4 como consequência da maior deposição observada com o uso desse protótipo
[00154] Os resultados mais relevantes foram observados aos 07 dias após a aplicação em que os teores relativos do protioconazol externo, interno e total no tratamento com o protótipo 4 corresponderam a 493,99%, 189,77% e 195,66% dos valores observados no tratamento padrão.
[00155] Após sete dias de exposição aos processos de decomposição, com destaque para a fotólise, as tecnologias incorporadas no Protótipo 4 foram eficazes em promover uma absorção progressiva e proteger o protioconazol e esta é a quinta inovação da formulação desenvolvida.
[00156] Nas Tabelas 10 a 12 são apresentadas as informações para a picoxistrobina. Os dados indicam exatamente o mesmo padrão de comportamento observado para o protioconazol mas com menores diferenças entre os tratamentos.
[00157] Aos 07 dias após a aplicação, os teores relativos da picoxistrobina externamente, internamente e total no tratamento com o protótipo 4 corresponderam a 113,51%, 118,7% e 116,90% dos valores observados no tratamento padrão.
[00158] É importante destacar que as informações de RL50 apresentadas na Tabela 01 indicam que, em condições similares, a trifloxistrobina é mais persistente em plantas do que a picoxistrobina tornando ainda mais relevantes os resultados obtidos com as tecnologias incorporadas ao Protótipo 4.
[00159] Ao tornar a absorção progressiva e fotoproteger a trifloxistrobina, foi possível manter a picoxistrobina por mais tempo e maiores teores nas folhas de soja e esta é sexta inovação da formulação desenvolvida.
[00160] Tabela 07 – Teores externos de protioconazol aos 01 e 07 dias após o tratamento e resultados da análise estatística dos dados
Figure img0008
[00161] Tabela 08 – Teores internos de protioconazol aos 01 e 07 dias após o tratamento e resultados da análise estatística dos dados
Figure img0009
[00162] Tabela 09 – Teores totais de protioconazol aos 01 e 07 dias após o tratamento e resultados da análise estatística dos dados
Figure img0010
[00163] Tabela 10 – Teores externos de picoxistrobina (Protótipo 4) ou trifloxistrobina (Tratamento Padrão) aos 01 e 07 dias após o tratamento e resultados da análise estatística dos dados
Figure img0011
[00164] Tabela 11 – Teores internos de picoxistrobina (Protótipo 4) ou trifloxistrobina (Tratamento Padrão) aos 01 e 07 dias após o tratamento e resultados da análise estatística dos dados
Figure img0012
[00165] Tabela 12 – Teores totais de picoxistrobina (Protótipo 4) ou trifloxistrobina (Tratamento Padrão) aos 01 e 07 dias após o tratamento e resultados da análise estatística dos dados
Figure img0013
Teste 1 Material e Métodos
[00166] Foram conduzidos experimentos no município de Rio Verde/GO, na Estação Experimental Fazenda Água Mansa – MRE Agropesquisa, Rodovia BR 060 – Sentido Jataí 10 km e na Universidade Estadual do Norte do Paraná - UENP, Rodovia BR 369 km 54 – Vila Maria, município de Bandeirantes/PR.
[00167] O delineamento estatístico utilizado foi de blocos casualizados com quatro blocos de nove tratamentos, sendo uma testemunha perante o exposto na tabela 13.
[00168] Tabela 13 - Doses do produto comercial/ha, do ingrediente ativo em gramas/ha e volume de calda/ha
Figure img0014
Figure img0015
[00169] O tamanho da parcela utilizado no ensaio foi de 15,0 m2 , com área aplicada de 15,0 m2 , porém, no momento da avaliação foi desconsiderado 1 metro no início e no fim da parcela e 0,5 metros de cada lado, perfazendo uma área útil de 6,0 m2
[00170] A densidade populacional da cultura foi de aproximadamente 408 mil sementes por hectare, com espaçamento de 0,49 m entre linhas e 5,0 cm entre plantas.
[00171] As aplicações (duas) foram realizadas por meio de um pulverizador costal pressurizado a CO2, equipado com seis pontas de pulverização do tipo cone vazio, TXVK 8, espaçadas a 0,50 m, trabalhando a uma pressão constante de 3,0 kgf/cm².
[00172] As avaliações de severidade da doença foram realizadas aos 7, 14, 21 e 28 dias após o aparecimento das primeiras pústulas na testemunha (período latente).
[00173] A avaliação de severidade considerou percentual de tecido lesionado pelo patógeno, atribuindo-se notas visuais com auxílio de uma escala diagramática (Godoy et al., 2006).
[00174] A partir dos dados de severidade foi calculada a área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) segundo Campbell & Madden (1990) pela fórmula:
Figure img0016
onde, n é o número de avaliações, x é a proporção da doença e (ti+1 – ti) é o intervalo entre avaliações. E a eficiência de controle dos tratamentos com base na fórmula de Abbot (1925) conforme descrito na em seguida.
Figure img0017
em que:
%EF = Porcentagem de Eficiência
N1= Infestação na parcela da testemunha
N2= Infestação na parcela tratada
[00175] O efeito da interação entre os fungicidas foi calculado segundo metodologia proposta por Colby (1969). Esse método calcula o controle esperado da associação, o qual em comparação com o controle observado possibilita fazer inferências sobre o tipo de interação. O controle Esperado (E) para a combinação entre dois fungicidas pode ser calculado em acordo com Gowing (1960), da seguinte maneira:
Figure img0018
Onde:
X = percentual de controle do fungicida X isolado (QoI)
Y = percentual de controle do fungicida Y isolado (DMI)
Quando o controle observado é maior do que o esperado, a combinação é sinérgica, quando observado menor do que o esperado, é antagônico e quando observado e esperado são iguais, a combinação é aditiva.
Resultados e discussão
[00176] Através dos dados presentes na Tabela 14 observou-se que a associação do fungicida OFA-T 0143/17 (Protioconazol +Picoxistrobina) na concentração de 240 g.L-1 + 200 g.L-1 resultou em uma interação sinérgica durante todo o período de avaliação, ou seja, a eficácia observada foi maior que a esperada com a adição de ambos
[00177] Tabela 14 – Efeito aditivo, sinérgico, antagônico do OFA-T 0143/2017 (protioconazol 240 g.L-1 + picoxistrobina 200 g.L-1 ) no controle da ferrugem-asiática (Phakopsora pachyrhizi) cultura da soja
Figure img0019
[00178] Por outro lado, a interação nas outras concentrações evidenciou efeito aditivo e/ou antagônico, no qual, a associação tem um menor controle que a soma dos seus efeitos individuais. Notou-se dessa forma que a concentração errônea da mistura atrapalha o desempenho do fungicida. Segundo Gisi et al., (1985) quando o percentual de controle dos fungicidas aplicados isoladamente é elevado (>70%) fica comprometida a determinação dos fatores de sinergia entre eles. Lindner et al. (1994) afirmam que a interação entre os fungicidas pode ser melhor comparada quando as eficácias individuais não são muito altas e que quando um ou ambos são superiores a 70%, a análise pode não definir eficientemente o efeito sinérgico. Sendo assim, se sabe que os desempenhos isolados das estrobiulurinas não são satisfatórios no controle da FAS. Assim a associação de OFA-T 0143/2017 (protioconazol 240 g.L-1 + picoxistrobina 200 g.L-1) incrementa o residual e o controle da ferrugem-asiática da soja. Pois é importante ressaltar que combinações de dois ou mais modos de ação, devem ser complementares, ou seja, atuando em sítios de ação completamente distintos no desenvolvimento do fungo.
Conclusão
[00179] Para reduzir o risco de danos à cultura da soja, as estratégias de manejo recomendadas para essa doença são diminuir a pressão de seleção de resistência ao fungo, evitar realizar aplicações sequenciais e de forma curativa. O controle da ferrugem-asiática deve sempre ser preventivo, por se tratar de um patógeno agressivo. Assim a associação de OFA-T 0143/2017 (protioconazol 240 g.L-1 + picoxistrobina 200 g.L-1) incrementa o residual e o controle da ferrugem-asiática da soja.
Teste 2 Material e métodos
[00180] Foram conduzidos seis estudos nos estados de São Paulo, Paraná e Goiás com o objetivo de avaliar o produto OFA-T 0143/2017 (protioconazol 240 g.L-1 + picoxistrobina 200 g.L-1) para controle dos alvos da ferrugem-asiática Phakopsora pachyrhizi SYDOW E SYDOW e mancha-parda Septoria glycines Hemmi, na cultura da soja [Glycine max (L.) Merrill] , entre os meses de Novembro 2018 a Março de 2019, conforme Tabela 15.
[00181] Tabela 15 - Sumário dos laudos de eficácia e praticabilidade agronômica
Figure img0020
Figure img0021
[00180] O delineamento estatístico utilizados foi de blocos casualizados com quatro blocos de sete tratamentos, sendo uma testemunha perante o exposto na tabela 16.
[00181] Tabela 16 - Doses do produto comercial/ha, do ingrediente ativo em gramas/ha e volume de calda/ha.
Figure img0022
Figure img0023
[00182] Utilizou-se um pulverizador costal pressurizado a CO2, equipado com seis pontas de pulverização do tipo leque, TXA 8001 VK, espaçadas a 0,50 m entre eles, com pressão constante de 3,0 kgf/cm² e volume de calda equivalente a 100 L.ha-1 , visando obter a melhor cobertura em diâmetro e densidade de gotas.
[00183] Preconizou-se a utilização de pontas que possibilitam a produção de gotas finas e obter uma cobertura uniforme na parte aérea da cultura e consequentemente do alvo.
[00184] Após as aplicações, foram realizadas avaliações aos 7 e 14 dias após a primeira aplicação (DA1A) e aos 7, 14 e 21 dias após a segunda aplicação (DA2A) a fim de avaliar a severidade, produtividade e fitotoxicidade.
[00185] Os dados de severidade da doença foram utilizados para calcular a área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD), segundo a equação de Shaner e Finny (1977) e a somatória da AACPD foi utilizada para calcular a eficiência dos tratamentos utilizando a equação proposta por Abbott (1925). Para avaliação de produtividade os valores obtidos foram extrapolados em quilogramas por hectare (kg.ha-1 ).
Métodos de avaliação Descrição das Avaliações
[00185] Severidade para ferrugem-asiática (%): A avaliação de severidade nas plantas foi realizada pelo método visual por meio da atribuição de notas segundo a escala diagramática adaptada por Godoy et al. (2006). A nota foi atribuída em 20 trifólios do terço médio das plantas e calculada a média de severidade por parcela. Figura 2 que descreve a Escala diagramática de ferrugem-asiática da soja, seguindo escala de Godoy et al. (1997).
[00186] Severidade para mancha-parda (%): A avaliação de severidade nas plantas foi realizada pelo método visual por meio da atribuição de notas segundo a escala diagramática. Figura 3 descreve a Escala diagramática das doenças de final de ciclo da soja (Glycine max) causadas por Septoria glycines e Cercospora kikuchii. Painel superior de sintomas agregados. Painel inferior de sintomas aleatoriamente distribuídos, seguindo escala de Martins et al (2004).
[00187] Desfolha (%): A avaliação de desfolha seguiu o método da escala proposta por Mario Hirano et al. (2010). Figura 4 que descreve a escala de estimativa de desfolha (MARIO HIRANO et al., 2010)
[00188] Fitotoxicidade (%): Para avaliação de fitotoxicidade foi utilizado escala de Campos et al. (2012). Figura 5 descreve a escala diagramática para avaliação de fitotoxidez em função do bronzeamento, cloroses e necroses foliares provocada pela aplicação de fungicidas em soja conforme Campos et al. (2012).
Resultados e discussão ferrugem-asiática Severidade, área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD), eficiência e desfolha
[00189] A utilização de fungicidas é uma das principais ferramentas para o manejo da ferrugem-asiática da soja. Por ser uma doença muito agressiva na cultura, não existe um nível de dano econômico adotado para realizar seu controle, devendo este ser feito de forma preventiva, buscando alcançar melhor desempenho dos produtos e consequentemente maiores patamares de controle.
[00190] Neste contexto, os três estudos das distintas localidades para o patógeno da ferrugem-asiática foram sumarizados conforme segue na tabela 17.
[00191] Na avaliação de severidade, prévia à primeira aplicação, não foram observados sintomas de infecção do fungo Phakopsora pachyrhizi, desta forma a aplicação ocorreu preventivamente à incidência da doença
[00192] Na Tabela 17 estão expostos os dados de severidade de ferrugem-asiática aos 7 e 14 dias após a primeira aplicação (DA1A), e aos 7, 14 e 21 dias após a segunda aplicação (DA2A), a área abaixo da curva de progresso da doença, cálculo de eficácia e percentagem de desfolha
[00193] Com relação ao progresso da ferrugem-asiática durante as avaliações, pode-se observar que houve boa evolução para a testemunha, assim como para os tratamentos com fungicidas, porém estes em menor proporção. Verificou-se que aos 7DA1A (dias após a aplicação) que a testemunha se encontrava com 5% de severidade da doença enquanto os tratamentos OFA no mesmo período uma média de 1%.
[00194] Aos 14DA1A houve progresso significativo da doença no tratamento testemunha, dobrando valores de severidade na ausência de uso de fungicidas, desta forma, justifica-se a reaplicação dos tratamentos no intervalo de 14 dias, além de que se salienta que a ferrugem-asiática trata-se de doença fúngica policíclica a qual progride exponencialmente após primeira infecção.
[00195] Após a segunda aplicação aos 07 dias, verificou-se que os tratamentos OFA-T 0143/17 (protioconazol + picoxistrobina) a partir da dose de 0,3 L.ha-1 associados a 0,25%v/v de óleo metilado de soja, assim como o padrão Fox (protioconazol + trifloxistrobina) na dose de 0,4 L.ha-1 apresentaram os menores valores de severidade de ferrugem-asiática e por consequência as melhores eficácias de controle dentre os tratamentos com aplicação fungicida.
[00196] Este quadro se mantém também para as avaliações aos 14 DA2A e 21 DA2A (dias após a segunda aplicação). Para os dados de AACPD, o fungicida OFA-T 0143/17 (protioconazol + picoxistrobina) apresentou diferenças significativas em função da variação de doses. OFA a 0,3; 0,4 e 0,5 L.ha-1, as quais apresentaram os menores valores de AACPD acumulada consequentemente eficiências de 75,2%, 84% e 86,4% respectivamente no controle da ferrugem-asiática, sendo superior aos padrões Fox (protioconazol + trifloxistrobina) associado a 0,25% de óleo metilado de soja e em relação à Aproach Prima (cipronazole + picoxistrobina) associada a 0,75% v/v de óleo mineral.
[00197] Quanto ao parâmetro desfolha os tratamentos com OFA-T 0143/17 (protioconazol + picoxistrobina) associado a 0,25% v/v de óleo metilado de soja apresentaram redução na porcentagem de desfolha das plantas de soja, sendo estatisticamente diferente da testemunha, assim como o tratamento padrão de Aproach Prima (ciproconazole + picoxistrobina) associado a 0,75%v/v de óleo mineral.
[00198] Por outro lado, todos os tratamentos com OFA-T 0143/17 (protioconazol + picoxistrobina) associado a 0,25%v/v de óleo metilado de soja não apresentaram diferença estatística quando comparados ao tratamento padrão de Fox (prothiconazole + trifloxistrobina) associado a 0,25%v/v de óleo metilado de soja, mesmo quando aplicado na menor dose do OFA-T 0143/17 (protioconazol + picoxistrobina), conforme pode ser observado na Tabela 17.
[00199] A alta adaptabilidade da P. pachyrhizi nos campos de soja torna difícil o controle da ferrugem-asiática. Neste sentido, é importante ressaltar que fungicidas com combinações de dois ou mais ingredientes ativos com diferentes modos de ação, devem ser complementares, ou seja, atuando em sítios de ação completamente distintos no desenvolvimento do fungo.
[00200] O fungicida OFA-T 0143/17 (protioconazol + picoxistrobina) é o fungicida que apresentou a melhor performance no manejo da ferrugemasiática da soja quando comparado a Aproach Prima (ciproconazole + picoxistrobina) e Fox (protioconazol + trifloxistrobina), conforme pode ser observado nos resultados apresentados acima.
[00201] O fungicida OFA-T 0143/17 contém a associação de um dos fungicidas DMIs (triazóis - protioconazol) e das estrubirulinas (picoxistrobina) mais potentes para a ferrugem-asiática da soja. O protioconazol atua inibindo a biossíntese do ergosterol, substância importante para a manutenção da integridade da célula fúngica e à interrupção do crescimento micelial (Hewitt, 1998).
[00202] A grande eficácia do mecanismo de ação de DMIs, em especial o prothiconazole, é no desenvolvimento do haustório e no crescimento micelial no interior dos tecidos (Buchenauer, 1987) e é por esse motivo que atribui-se a esse fungicida uma potente ação curativa. DMIs não afetam eficientemente a germinação de esporos e fase de tubo germinativo em função do patógeno obter o suprimento de ergosterol ou seus precursores a partir de reservas contidas nos esporos (Hänssler & Kuck, 1987).
[00203] A atividade fungicida das estrobilurinas, dentre as quais se destaca o picoxistrobina, está ligada a habilidade em inibir a respiração mitocondrial por se ligar ao sítio Q0 do citocromo b (Bartlett et al., 2002).
[00204] O citocromo b é parte do complexo bc1, localizado na membrana mitocondrial do fungo e outros eucariontes. Quando o fungicida picoxistrobina se liga, há o bloqueio na transferência de elétrons entre citocromo b e citocromo c1, alterando o ciclo de produção de energia do fungo (Bartlett et al., 2002).
[00205] As estrobirulinas como o picoxistrobina apresentam alta atividade contra a germinação de esporos e em nível de tubo germinativo do esporo (Leinhos et al., 1997).
[00206] Esse grupo de compostos atua na síntese de energia do fungo, e dessa forma é altamente efetivo nas fases de maior demanda energética do desenvolvimento do fungo (Bartlett et al., 2002).
[00207] O potente efeito de estrobilurinas, dentre as quais destaca-se o picoxistrobina, na germinação de esporos explica a alta atividade preventiva que esses fungicidas entregam (Bartlett et al., 2002).
[00208] No entanto, os fungicidas também inibem o crescimento micelial de fungos, apresentando propriedades curativas e protetoras. As estrobilurinas podem apresentar falhas de controle quando posicionadas de maneira curativa ou erradicativa, em função da menor probabilidade de chegar ao sítio alvo do fungo quando em crescimento micelial abundante, sendo fundamental estar associadas com os fungicidas DMI´s (triazóis), o que explica a perfeita interação entre picoxistrobina e prothiconazole que constituem o fungicida OFA-T 0143/17 da Ourofino Agrociência S.A.
[00209] Tabela 17 - Área Abaixo da Curva de Progresso da Doença (AACPD), eficiência (%) e desfolha (%) durante o período das avaliações de ferrugem-asiática na cultura da soja
Figure img0024
Produtividade da Cultura
[00210] Para os resultados de produtividade empregou-se o teste de hipótese (teste T de Student) capaz de avaliar se há diferença significativa entre as médias das produções. Quando comparadas as média das produtividades do fungicida OFA, presumindo variâncias diferentes, com o valor de produção atingido pelo fungicida Fox tem-se que as médias dos tratamentos são de 3436,56 kg.ha versus 3457,2Kg.ha, portanto é possível afirmar que não há diferença significativa entre as produtividades, pois t calculado = 0,56 é menor que o t crítico bi-caudal = 4,30 e o p-valor=0,62 (62%) é maior que o alfa adotado = 0,05 ou 5% logo a produtividade em kg.ha é a mesma.
[00211] Porém para o cenário em que as médias da testemunha e do fungicida padrão Aproach Prima são confrontados com a máxima produção do OFA na dose de 0,5L/ha rejeita-se a hipótese nula, pois o pvalor é menor que alfa (0,05 ou 5%), portanto as médias diferem entre si.
[00212] Isto posto, conclui-se que o OFA nas diferentes doses testadas foi estatiscamente similar ao padrão Fox e apresentou superioridade na produtivida em relação ao Aproach Prima. Na Figura 6 estão expostos os dados de produtividade dos tratamentos em kg.ha-1 .
Fitotoxidez
[00213] Verificou-se que as diferentes aplicações e doses testadas não resultaram em sintomas fitotóxicos às plantas de soja até 14 dias após a primeira aplicação dos produtos.
[00214] Após a segunda aplicação, os tratamentos OFA-T 0143/17 (protioconazol + picoxistrobina) nas doses 0,2 e 03 L.ha-1 associados a 0,25% v/v de óleo metilado de soja e o tratamento com Aproach Prima (ciproconazole + picoxistrobina) na dose de 0,3 L.ha-1 associado a 0,75% v/v continuaram não apresentando sintomas de fitotoxicidade na soja.
[00215] Já os tratamentos de OFA-T 0143/17 (protioconazol + picoxistrobina) associado nas doses de 0,4 e 0,5 L.ha-1 e Fox na dose 0,4 L ha-1 ambos associados a 0,25%v/v de óleo metilado de soja presentaram fitotoxicidade nas plantas de soja, mas classificada como “leve” pela escala de Campos et al. (2012).
Manejo integrado a ser aplicado na cultura
[00216] Para o controle da ferrugem-asiática da soja são recomendadas algumas estratégias, tais como, semear preferencialmente cultivares precoce e no início da época recomendada para cada região; evitar o prolongamento do período de semeadura, pois a soja semeada mais tardiamente (ou ciclo longo) irá sofrer maior pressão da doença, consequentemente maior dano, devido à multiplicação do fungo nas primeiras semeaduras (GRIGOLLI, 2015).
[00217] Para o controle químico, os principais grupos de fungicidas registrados são: inibidores da demetilação (DMI’s), inibidores da quinona oxidase (QoI’s - estriburlinas), dentre os quais destacam-se protioconazol, picoxistrobina e trifloxistrobina, respetivamente, e os inibidores da succinato desidrogenase (SDHI’s - fluxapiroxade, bixafen e benzovindiflupir) e ditiocarbamato (mancozebe) (ZAMBOLIM, 2016).
[00218] A associação de protioconazol e picoxistrobina destacam-se como os principais ingredientes ativos com mecanismo de ação distintos (inibidores da demetilação – DMI´s e de quinona oxidase – QoI´s – estriburalinas), proporciona um controle mais eficiente da ferrugem da soja, principalmente quando em formulação pronta contendo um conjunto de tensoativos específicos e recomendados com 0,25%v/v de óleo metiolado de soja podendo ou não ser associados a fungicidas preventivos com ação multissítios, como chlorothalonil ou mancozeb.
[00219] Soma-se a isso o fato de a combinação desses ativos em campo possibilitar um aumento do espectro de ação do produto, garantindo ao mesmo um maior residual, além de reduzir o risco do surgimento de populações do patógeno resistentes ao fungicida (MENEGHETTI, et al 2010).
[00220] O produto teste do presente ensaio, OFA-T 0143/17 (protioconazol + picoxistrobina) nas doses testadas, foi eficiente no controle da ferrugem-asiática da soja, podendo-se ressaltar as doses de 0,3; 0,4 e 0,5 L.ha-1 pois resultaram em melhor desempenho que o padrão Aproach Prima (picoxistrobina 200 + ciproconazol 80 g.L-1 SC). O OFA-T 0143/2017 na dose 0,3 L ha-1 teve desempenho superior ao padrão Fox (trifloxistrobina 150 + protioconazol 175 g.L-1 SC), assim como visto nas doses de 0,4 e 0,5 L ha-1 .
Resultados e discussão mancha-parda Severidade, área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) e eficiência.
[00221] Na tabela 18 estão expostos os dados de área abaixo da curva de progresso da doença e eficácia. A primeira aplicação ocorreu preventivamente à ocorrência da doença.
[00222] Com relação à severidade da mancha-parda durante as avaliações, pode-se observar que há um progresso no processo infeccioso para testemunha assim como para os tratamentos com fungicidas, porém estes em menor proporção
[00223] Aos 14 DA1A (dias após a primeira aplicação) nota-se um aumento na severidade da doença o que justifica a reaplicação dos tratamentos com fungicidas.
[00224] A testemunha de 15,93 salta para 51,19 e o OFA-T 0143/17 com menor valor acumulado de AACPD até o momento sai de 5,61 para 15,23.
[00225] Após a segunda aplicação aos 07 dias verifica-se que os tratamentos OFA-T 0143/17 a partir da dose de 0,3 L.ha-1 apresentam os menores valores de severidade de mancha-parda e por consequência a melhor eficácia dentre os tratamentos com aplicação fungicida. Este cenário é observado até os 28 DA2A (dias após aplicação).
[00226] Através do somatório da AACPD calculou-se a eficiência dos tratamentos utilizando a equação proposta por Abbott, sendo assim constata-se que o tratamento OFA na dose de 0,3 L.ha-1 apresentou 74,4 % de controle obtendo superioridade estatística ao padrão Aproach Prima com 68,45% de eficácia e foi estatisticamente igual ao Fox na dose de 0,4 L/ha com médias de 74,3 % de controle.
[00227] A mancha-parda é uma das principais doenças que ocorre na cultura da soja e tem provocado danos em lavouras comerciais de diversas regiões brasileiras, podendo reduzir o rendimento em mais de 30%
[00228] A busca para encontrar cultivares de soja resistente a S. glycines vem de três a quatro décadas atrás, porém até os dias atuais ainda não foram encontradas cultivares com resistência satisfatória à doença. Assim sendo, o controle desta doença é baseado na aplicação de fungicidas.
[00229] Estudos em diferentes localidades com distintas populações mostram que o fungicida protioconazol apresenta maior atividade intrínseca, com valores de DE50 variando de 0,000001mg.L -1 a 0,39 mg.L -1 em relação ao 0,001 mg.L -1 a 3,27 mg.L -1 para ciproconazol, isto é as doses determinadas efetivas para controle de 50% da severidade da doença é menor para o primeiro triazol.
[00230] Assim é possível afirmar que a maior eficácia do OFA em relação ao Aproach Prima, isolando o fator da presença de picoxistrobina que ambos apresentam na dose de 0,3L/ha em proporção equivalente de ativo, esta diretamente correlacionada com a maior atividade do protioconazol versus o ciproconazol.
[00231] Ao longo das safras, foi realizado o monitoramento do ciproconazol para o complexo de doenças na soja e foi possível observar uma tendência de aumento de DE50 ao longo dos anos.
[00232] Ensaios adicionais foram conduzidos com populações com valores extremos para verificar a correlação dos valores de DE50 com a eficiência no campo e confirmam essa elevação nos valores. Os mesmos ensaios foram instalados com o objetivo de comparar as estrobilurinas mais utilizadas na cultura da soja.
[00233] Todos os valores de DL50 estimados foram abaixo de 1 µg. mL-1 , independente do produto, local e data de coleta. Todavia os valores obtidos de DL50 variaram de 0,012 µg mL-1 a 0,77 µg mL-1 para piraclostrobina (média: 0,21 µg mL-1 ), 0,05 µg mL-1 a 0,64 µg mL-1 para picoxistrobina (média: 0,18 µg mL-1 ) e 0,0066 µg mL-1 a 0,95 µg mL-1 para azoxistrobina (média: 0,23 µg mL-1 ).
[00234] Mesmo com diferente metodologia, os valores obtidos por Schmitz et al. (2014) para piraclostrobina e azoxistrobina em 2010, foram semelhantes aos obtidos nesse estudo. Posto isto, pode-se afirmar que a combinação do triazol com maior atividade intrínseca a estrobilurina com as mesmas características tornam o OFA-T 0143/17 (protioconazol + picoxistrobina) uma excelente ferramenta para auxiliar no manejo integrado de doenças da cultua da soja.
[00235] Tabela 18 - Área Abaixo da Curva de Progresso da Doença (AACPD) durante o período das avaliações da mancha-parda na cultura da soja e eficiência dos tratamentos.
Figure img0025
Produtividade da Cultura
[00236] Para os resultados de produtividade empregou-se o teste de hipótese (teste T de Student) capaz de avaliar se há diferença significativa entre as médias das produções.
[00237] Quando comparadas as média das produtividades do fungicida OFA, presumindo variâncias diferentes, do Aproach Prima notou-se que as médias são de 3380,86 kg.ha-1 versus 3114,23 Kg.ha-1 .
[00238] Assim podemos afirmar que há diferença significativa entre os tratamentos, pois t calculado = 4,40 é maior que o t crítico bi-caudal = 4,30 e o p-valor = 0,04 (40%) é menor que alfa adotado = 0,05 ou 5% assim sendo a produtividade em Kg.ha-1 são distintas.
[00239] Para a situação de confronto das medias do OFA versus Fox é possível afirmar que não há diferença significativa entre a produtividade, se aceita a hipótese nula, por que o t calculado = 0,89 é menor que o t crítico bicaudal = 4,30 e o p-valor = 0,46 (46%) é maior que alfa adotado = 0,05 ou 5%. Na Figura 5 estão expostos os dados de produtividade dos tratamentos em Kg.ha-1 .
Fitotoxidez
[00240] Verificou-se que as diferentes aplicações e doses testadas não resultaram em sintomas fitotóxicos às plantas de soja até 14 dias após a primeira aplicação dos produtos.
[00241] Após a segunda aplicação, os tratamentos OFA-T 0143/17 (protioconazol + picoxistrobina) nas doses 0,2 e 03 L.ha-1 associados a 0,25% v/v de óleo metilado de soja e o tratamento com Aproach Prima (ciproconazole + picoxistrobina) na dose de 0,3 L.ha-1 associado a 0,75% v/v continuaram não apresentando sintomas de fiotoxicidade na soja.
[00242] Já os tratamentos de OFA-T 0143/17 (protioconazol + picoxistrobina) associado nas doses de 0,4 e 0,5 L.ha-1 e Fox na dose 0,4 L ha-1 ambos associados a 0,25%v/v de óleo metilado de soja presentaram fitotoxicidade nas plantas de soja, mas classificada como “Leve” pela escala de Campos et al. (2012).
Manejo integrado a ser aplicado na cultura
[00243] O controle químico da doença destaca-se entre as formas de controle, todavia para em razão da sobrevivência do fungo nos restos culturais, para maior eficiência de controle desta doença também é recomendada a rotação de culturas, acompanhado da melhoria das condições físico-químicas do solo, com ênfase na adubação potássica (GODOY et al., 2014).
[00244] Apesar da grande contribuição que os fungicidas sítio-específicos proporcionam no controle de doenças, seu uso intensivo pode ter como consequência a seleção de isolados de fungos menos sensíveis ou resistentes (MAIS SOJA, 2016).
[00245] Todas as doenças da soja de natureza fúngicas são afetadas pelos fungicidas protetores, o melhor manejo sempre é obtido com a aplicação desses produtos preventivamente e em misturas com os fungicidas específicos (AZEVEDO, 2018).
[00246] O produto teste do presente ensaio OFA-T 0143/17 apresenta dois princípios ativos diferentes em sua composição: Protioconazol 240 g.L-1 + Picoxistrobina 200 g.L-1 .
[00247] Encontram-se na literatura estudos com os princípios ativos citados no controle da mancha-parda. Porém sua combinação pode se tornar uma alternativa mais eficaz no controle desta doença e proporcionar combate a resistência.
[00248] Os resultados obtidos no presente ensaio demostram que OFA-T 0143/17 (Protioconazol 240 g.L-1 + Picoxistrobina 200 g.L-1 SC) foi eficiente no controle da mancha-parda a partir da dose de 0,3 L.ha-1 pois resultaram desempenho estatisticamente semelhante aos padrões Aproach Prima (Picoxistrobina 200 g.L-1 + Ciproconazol 80 g.L-1 SC) e Fox (Trifloxistrobina 150 g.L-1 + Protioconazol 175 g.L-1 SC) sobre a AACPD, mas com tendência superior ao Aproach Prima.
[00249] Desta forma é evidenciado que o produto teste pode-se tornar uma nova alternativa para o manejo da mancha-parda/septoriose em soja.
Conclusão
[00250] O fungicida OFA-T 0143/17 (Protioconazol 240 g.L-1 + Picoxistrobina 200 g.L-1 SC) apresentou ganho significativamente superior em relação aos padrões comerciais Aproach Prima e Fox em termos de controle da ferrugem-asiática (Phakopsora pachyrhizi).
[00251] O fungicida OFA-T 0143/17 (Protioconazol 240 g.L-1 + Picoxistrobina 200 g.L-1 SC) apresentou ganho significativamente superior em relação aos padrões comerciais Aproach Prima e Fox em termos de controle da mancha-parda (Septoria glycines).
BIBLIOGRAFIA
[00210] ABBOTT, W.S. A method of computing the effectiveness of an insecticide. Journal of Economic Entomology, v.18, p.265-266, 1925.
[00211] AZEVEDO, L. 2018. Impacto dos fungicidas protetores na cultura. Disponível e: < http://maissoja.com.br/impacto-dos-fungicidas-protetoresna-cultura-da-soja/ >. Acesso: 02 de abril de 2020.
[00212] BANZATTO, D. A., KRONKA, S. N. Experimentação Agrícola. 4. ed. – Jaboticabal: Funep, 2006. 237p
[00213] Brookes, G.; Barfoot, P. GM Crops: Global Socio-economic and Environmental Impacts 1996- 2015. Dorchester, UK: PG Economics Ltd, 2017. 201p.
[00214] CAMPBELL, C. L.; MADDEN, L. V. Introduction to plant disease epidemiology. 1990. 532 p.
[00215] CAMPOS, H.D.; SILVA, L.HC.P. ESCALAS DESCRITIVA E DIAGRAMÁTICA PARA AVALIAÇÃO DE FITOTOXIDEZ EM FUNÇÃO DA INTENSIDADE DE CLOROSES E/OU BRONZEAMENTOS E NECROSES FOLIARES CAUSADAS POR FUNGICIDAS. Rio Verde, Goiás, 2p.
[00216] CANTERI, M. G., ALTHAUS, R. A., VIRGENS FILHO, J. S., GIGLIOTI, E. A., GODOY, C. V. SASM - Agri: Sistema para análise e separação de médias em experimentos agrícolas pelos métodos Scott - Knott, Tukey e Duncan. Revista Brasileira de Agrocomputação, V.1, N.2, p.18-24. 2001.
[00217] Colby, S.R. Calculating synergistic and antagonistic responses of herbicide combinations. Weeds, v.15, p.2022, 1967.
[00218] EIQ Calculator (Cornell, 2018; https://nysipm.cornell.edu/eiq/calculator-field-use-eiq).
[00219] EVENHUIS, A. et al. Synergy of cymoxanil and mancozeb when used to control potato late blight. Potato Research, v.39, p.551 – 559, 1996.
[00220] FAO. (2008). IPM Impact Assessment Series. Guidance Document No 2: Guidance on the Use of Environmental Impact Quotient in IPM Impact Assessment.
[00221] FREIRE, M.C.M. et al. Evolutionary history of Phakopsora pachyrhizi (the Asian soybean rust) in Brazil based on nucleotide sequences of the internal transcribed spacer region of the nuclear ribosomal DNA. Genetic Molecular Biology, v.31, p.920–931, 2008.
[00222] GISI, U. et al. Synergistic interactions of fungicides with different modes of action. Transactions of the British Mycological Society, v.85, p.299-306, 1985.
[00223] GISI, U. Synergism between fungicides for control of Phytophthora. In: J.A. Lucas, R.C. Shattock & D.S. Shaw (Eds), Phytophthora. Cambridge University Press, Cambridge, pp. 361-372, 1991.
[00224] GODOY, C. V.; ALMEIDA, A. M. R.; SOARES, R. M.; SEIXAS, C. D. S.; DIAS, W. P.; MEYER, M. C.; COSTAMILAN, L. M.; HENNING, A. A. 2014. DOENÇAS DA SOJA (Glycine max (L.) Merrill). Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/125697/1/Doencasda Soja.pdf >. Acesso: 03 de abril de 2020.
[00225] Gowing, D.P. Comments on tests of herbicide mixtures. Weeds, v.8, p.379-391, 1960.
[00226] GRIGOLLI, J.F.J. 2015. Manejo de Doenças na Cultura da Soja. Disponível em: < http://www.fundacaoms.org.br/base/www/fundacaoms.org.br/media/attach ments/216/216/newarchive-216.pdf >. Acesso: 10 de abril de 2020.
[00227] KEON, J.P.R. et al. Isolation, characterization and sequence of a gene conferring resistance to the systemic fungicide carboxin from the maize smut pathogen, Ustilago maydis. Current Genetics, v.19, p.475- 481, 1991.
[00228] Kovach, J., Petzoldt, C., Degnil, J., Tette, J. (1992). A method to measure the environmental impact of pesticides. New York’s Food and Life Sciences Bulletin, 139:1-8
[00229] Lindner, K. et al. Ermittlung der Wirkeigenschaften von Phytophthora-Fungiziden fur die Epidemiesimulation. Nachrichtenblatt des Deutschen Pflan zenschutzdienstes v.46, p.205- 209, 1994
[00230] MACIEL, C.D.G. et al. Seletividade de cultivares de soja RR submetidos a misturas em tanque de glyphosate + chlorimuron-ethyl associadas a óleo mineral e inseticidas. Planta Daninha, v.27, n.4, p.755- 768, 2009.
[00231] MAIS SOJA. 2016. Eficiência de fungicidas multissítios no controle da ferrugem-asiática da soja, Phakopsora pachyrhizi, na safra 2015/16: resultados sumarizados dos ensaios cooperativos. Disponível em: < http://maissoja.com.br/eficiencia-de-fungicidas-multissitios-nocontrole-da-ferrugem-asiatica-da-soja-phakopsora-pachyrhizi-na-safra201516-resultados-sumarizados-dos-ensaios-cooperativos-2/ >. Acesso: 08 de março de 2020.
[00232] MENEGHETTI, R. C.; BALARDIN, R. S.; CORTE, G. D.; FAVERA, D. D.; DEBONA, D. 2010. AVALIAÇÃO DA ATIVAvaliação da ativação de defesa em soja. AÇÃO DE DEFESA EM SOJA CONTRA Phakopsora 823 pachyrhizi EM CONDIÇÕES CONTROLADAS. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/cagro/v34n4/v34n4a05. Acesso: 10 de abril de 2020.
[00233] Richard H. Bromilow, Chamberlain, K., & Avis A. Evans. (1990). Physicochemical Aspects of Phloem Translocation of Herbicides. Weed Science, 38(3), 305-314.
[00234] SHANER, G. & FINNEY, R.E. The effect of nitrogen fertilization on the expression of slow-mildewing resistance in knox wheat. Phytopathology 70:1183-1186. 1977.
[00235] TREZZI, M.M. et al. Eficácia de controle de plantas daninhas e toxicidade ao milho da mistura de Foramsulfuron e Iodosulfuron isoladamente ou em associação com Atrazine e/ou Clorpirifós. Planta Daninha, v.23, p.653-659, 2005
[00236] ZAMBOLIM, L. 2016. FERRUGEM DA SOJA. Universidade Federal de Viçosa.
[00237] WAARD, M.A. de. Synergism and antagonism in fungicides. In: H. Lyr (Ed.), Modern selective fungicides. Gustav Fischer Verlag, .lena & Longman Group (UK) Ltd, London, p.355-365, 1987.
[00238] YORINORI, J.T. et al. Epidemics of soybean rust (Phakopsora pachyrhizi) in Brazil and Paraguay from 2001 to 2003. Plant Disease, v.89, p.675-677, 2005.

Claims (8)

  1. Composição fungicida para o tratamento de ferrugem da soja caracterizada por conter:
    • - 19,45 a 21,93 % m/m de protioconazol;
    • - 16,21 a 18,28 % m/m de picoxistrobina;
    • - 4,00 a 10,00 % m/m de propileno glicol;
    • - um sistema tensoativo consistindo da mistura de dois compostos dentre (1) sal de poli(oxi-1,2-etanodiil),alfa-sulfo-ômega-(2,4,6-tris(1- feniletil)fenoxi)amônio, (2) copolímero de metacrilato de metilmetacrilato-ácido metacrílico, (3) Sulfatado Aromático produto de condensação, sal de sódio, (4) dodecanol, monoéter etoxilado com ácido sulfúrico, (5) polietileno polipropileno glicol monobutil éter, (6) polioxietileno tristilfenol fosfatado, sal de potássio, e (7) composto de trietanolamina com poli(oxietileno) tristirilfenol éter fosfatado, onde cada um dos compostos está na concentração de 2,00 a 7,00 % m/m;
    • - 0,01 a 1,00 % m/m de polivinilpirrolidona;
    • - 0,10 a 2,00 % m/m de dióxido de silício;
    • - 0,50 a 3,00 % m/m de poli(dimetilsiloxano);
    • - 0,10 a 0,50 % m/m de 1,2-benzisotiazolin-3-ona;
    • - 0,01 a 0,30 % m/m de goma xantana; e
    • - 29,00 a 56,00 % m/m de água.
  2. Composição fungicida, de acordo com a reivindicação 1 caracterizada por conter: (F1)
    • - 19,45 a 21,93 % m/m de protioconazol;
    • - 16,21 a 18,28 % m/m de picoxistrobina;
    • - 4,00 a 10,00 % m/m de propileno glicol;
    • - 2,00 a 7,00 % m/m de sulfatado aromático produto de condensação, sal de sódio;
    • - 2,00 a 7,00 % m/m de dodecanol, monoéter etoxilado com ácido sulfúrico;
    • - 0,01 a 1,00 % m/m de polivinilpirrolidona;
    • - 0,10 a 2,00 % m/m de dióxido de silício;
    • - 0,50 a 3,00 % m/m de poli(dimetilsiloxano);
    • - 0,10 a 0,50 % m/m de 1,2-benzisotiazolin-3-ona;
    • - 0,01 a 0,30 % m/m de goma xantana;
    • - 29,00 a 56,00 % m/m de água.
  3. Composição fungicida, de acordo com a reivindicação 1 caracterizada por conter: (F2)
    • - 19,45 a 21,93 % m/m de protioconazol;
    • - 16,21 a 18,28 % m/m de picoxistrobina;
    • - 4,00 a 10,00 % m/m de propileno glicol;
    • - 2,00 a 7,00 % m/m de polietileno polipropileno glicol monobutil éter;
    • - 2,00 a 7,00 % m/m de polioxietileno tristilfenol fosfatado, sal de potássio;
    • - 0,01 a 1,00 % m/m de polivinilpirrolidona;
    • - 0,10 a 2,00 % m/m de dióxido de silício;
    • - 0,50 a 3,00 % m/m de poli(dimetilsiloxano);
    • - 0,10 a 0,50 % m/m de 1,2-benzisotiazolin-3-ona;
    • - 0,01 a 0,30 % m/m de goma xantana;
    • - 29,00 a 56,00 % m/m de água.
  4. Composição fungicida, de acordo com a reivindicação 1 caracterizada por conter: (F3)
    • - 19,45 a 21,93 % m/m de protioconazol;
    • - 16,21 a 18,28 % m/m de picoxistrobina;
    • - 4,00 a 10,00 % m/m de propileno glicol;
    • - 2,00 a 7,00 % m/m de polietileno polipropileno glicol monobutil éter; - 2,00 a 7,00 % m/m de composto de trietanolamina com poli(oxietileno) tristirilfenol éter fosfatado;
    • - 0,01 a 1,00 % m/m de polivinilpirrolidona;
    • - 0,10 a 2,00 % m/m de dióxido de silício;
    • - 0,50 a 3,00 % m/m de poli(dimetilsiloxano);
    • - 0,10 a 0,50 % m/m de 1,2-benzisotiazolin-3-ona;
    • - 0,01 a 0,30 % m/m de goma xantana;
    • - 29,00 a 56,00 % m/m de água.
  5. Composição fungicida, de acordo com a reivindicação 1 caracterizada por conter: (F4)
    • - 19,45 a 21,93 % m/m de protioconazol;
    • - 16,21 a 18,28 % m/m de picoxistrobina;
    • - 4,00 a 10,00 % m/m de propileno glicol;
    • - 2,00 a 7,00 % m/m de sal de poli(oxi-1,2-etanodiil), alfa-sulfo-ômega- (2,4,6-tris(1-feniletil)fenoxi)amônio;
    • - 2,00 a 7,00 % m/m de copolímero de metacrilato de metilmetacrilatoácido metacrílico;
    • - 0,01 a 1,00 % m/m de polivinilpirrolidona;
    • - 0,10 a 2,00 % m/m de dióxido de silício;
    • - 0,50 a 3,00 % m/m de poli(dimetilsiloxano);
    • - 0,10 a 0,50 % m/m de 1,2-benzisotiazolin-3-ona;
    • - 0,01 a 0,30 % m/m de goma xantana;
    • - 29,00 a 56,00 % m/m de água.
  6. Composição fungicida, de acordo com a reivindicação 1 caracterizada por conter: (F5)
    • - 19,45 a 21,93 % m/m de protioconazol;
    • - 16,21 a 18,28 % m/m de picoxistrobina;
    • - 4,00 a 10,00 % m/m de propileno glicol;
    • - 2,00 a 7,00 % m/m de dodecanol, monoéter etoxilado com ácido sulfúrico;
    • - 2,00 a 7,00 % m/m de composto de trietanolamina com poli(oxietileno) tristirilfenol éter fosfatado;
    • - 0,01 a 1,00 % m/m de polivinilpirrolidona;
    • - 0,10 a 2,00 % m/m de dióxido de silício;
    • - 0,50 a 3,00 % m/m de poli(dimetilsiloxano);
    • - 0,10 a 0,50 % m/m de 1,2-benzisotiazolin-3-ona;
    • - 0,01 a 0,30 % m/m de goma xantana;
    • - 29,00 a 56,00 % m/m de água.
  7. Composição fungicida, de acordo com a reivindicação 1 caracterizada por conter: (F6)
    • - 19,45 a 21,93 % m/m de protioconazol;
    • - 16,21 a 18,28 % m/m de picoxistrobina;
    • - 4,00 a 10,00 % m/m de propileno glicol;
    • - 2,00 a 7,00 % m/m de copolímero de metacrilato de metilmetacrilatoácido metacrílico;
    • - 2,00 a 7,00 % m/m de polioxietileno tristilfenol fosfatado, sal de potássio;
    • - 0,01 a 1,00 % m/m de polivinilpirrolidona;
    • - 0,10 a 2,00 % m/m de dióxido de silício;
    • - 0,50 a 3,00 % m/m de poli(dimetilsiloxano);
    • - 0,10 a 0,50 % m/m de 1,2-benzisotiazolin-3-ona;
    • - 0,01 a 0,30 % m/m de goma xantana;
    • - 29,00 a 56,00 % m/m de água.
  8. Método para o tratamento da ferrugem asiática e mancha parda, caracterizado pelo fato de que o método compreende o tratamento da planta no local da infecção pela aplicação da composição da reivindicação 1.
BR102020018053-3A 2020-09-03 2020-09-03 Composição fungicida concentrada de protioconazol e picoxistrobina BR102020018053A2 (pt)

Priority Applications (11)

Application Number Priority Date Filing Date Title
BR102020018053-3A BR102020018053A2 (pt) 2020-09-03 2020-09-03 Composição fungicida concentrada de protioconazol e picoxistrobina
UY0001038954A UY38954A (es) 2020-09-03 2020-11-11 Composición fungicida concentrada de protioconazol y picoxistrobina
ARP210100015A AR122356A1 (es) 2020-09-03 2021-01-06 Composición fungicida concentrada de protioconazol y picoxistrobina
US18/024,693 US20240032539A1 (en) 2020-09-03 2021-02-09 Concentrated fungicide composition of prothioconazole and picoxytrobin
EP21863134.9A EP4208025A4 (en) 2020-09-03 2021-09-02 CONCENTRATED FUNGICIDAL COMPOSITION OF PROTHIOCONAZOLE AND PICOXYTROBIN
CA3191399A CA3191399A1 (en) 2020-09-03 2021-09-02 Concentrated fungicide composition of prothioconazole and picoxytrobin
MX2023002710A MX2023002710A (es) 2020-09-03 2021-09-02 Composicion fungicida concentrada de protioconazol y picoxistrobina.
PCT/BR2021/050376 WO2022047561A1 (en) 2020-09-03 2021-09-02 Concentrated fungicide composition of prothioconazole and picoxytrobin
PE2023000832A PE20231292A1 (es) 2020-09-03 2021-09-02 Composicion fungicida concentrada de protioconazol y picoxistrobina
CL2023000607A CL2023000607A1 (es) 2020-09-03 2023-03-02 Composición fungicida concentrada de protioconazol y picoxistrobina
CONC2023/0003870A CO2023003870A2 (es) 2020-09-03 2023-03-28 Composición fungicida concentrada de protioconazol y picoxistrobina

Applications Claiming Priority (1)

Application Number Priority Date Filing Date Title
BR102020018053-3A BR102020018053A2 (pt) 2020-09-03 2020-09-03 Composição fungicida concentrada de protioconazol e picoxistrobina

Publications (1)

Publication Number Publication Date
BR102020018053A2 true BR102020018053A2 (pt) 2022-03-15

Family

ID=80492317

Family Applications (1)

Application Number Title Priority Date Filing Date
BR102020018053-3A BR102020018053A2 (pt) 2020-09-03 2020-09-03 Composição fungicida concentrada de protioconazol e picoxistrobina

Country Status (11)

Country Link
US (1) US20240032539A1 (pt)
EP (1) EP4208025A4 (pt)
AR (1) AR122356A1 (pt)
BR (1) BR102020018053A2 (pt)
CA (1) CA3191399A1 (pt)
CL (1) CL2023000607A1 (pt)
CO (1) CO2023003870A2 (pt)
MX (1) MX2023002710A (pt)
PE (1) PE20231292A1 (pt)
UY (1) UY38954A (pt)
WO (1) WO2022047561A1 (pt)

Family Cites Families (12)

* Cited by examiner, † Cited by third party
Publication number Priority date Publication date Assignee Title
AP1119A (en) * 1996-12-13 2002-11-29 Bayer Ag A microbicide composition for plant protection.
CA2812887C (en) * 2002-03-01 2016-02-23 Basf Aktiengesellschaft Fungicidal mixtures based on prothioconazole and pyraclostrobin
US20060199739A1 (en) * 2005-03-02 2006-09-07 Olav Messerschmidt Limonene-containing herbicide compositions, herbicide concentrate formulations and methods for making and using same
UA103689C2 (uk) * 2009-07-14 2013-11-11 Басф Се Спосіб одержання водної суспензії органічної пестицидної сполуки
BR102013027977A2 (pt) * 2013-10-30 2015-09-15 Rotam Agrochem Int Co Ltd método de aumentar rendimento por tratamento com composições fungicidas
MX2019013270A (es) * 2017-05-18 2020-01-13 Upl Ltd Formulaciones liquidas estables de protioconazol.
CA3139299A1 (en) * 2019-05-28 2020-12-03 Wilhelmus Maria Van Der Krieken Dithiocarbamate fungicide macromolecular complexes
AR120220A1 (es) * 2019-10-15 2022-02-02 Upl Corporation Ltd Composición mejorada
CN110876381A (zh) * 2019-10-31 2020-03-13 浙江中山化工集团股份有限公司 一种含啶氧菌酯和丙硫菌唑的杀菌剂组合物及其制备方法
UY39231A (es) * 2020-05-28 2021-11-30 Adama Makhteshim Ltd Composición acuosa de un fungicida de ditiocarbamato
WO2022118257A1 (en) * 2020-12-02 2022-06-09 Adama Makhteshim Ltd. Dithiocarbamate fungicide composition
TW202234998A (zh) * 2020-12-02 2022-09-16 以色列商亞達瑪馬克天辛有限公司 銅基殺菌劑組成物

Also Published As

Publication number Publication date
WO2022047561A1 (en) 2022-03-10
UY38954A (es) 2022-03-31
EP4208025A1 (en) 2023-07-12
PE20231292A1 (es) 2023-08-22
CO2023003870A2 (es) 2023-07-10
MX2023002710A (es) 2023-06-01
US20240032539A1 (en) 2024-02-01
CL2023000607A1 (es) 2023-08-18
CA3191399A1 (en) 2022-03-10
AR122356A1 (es) 2022-09-07
EP4208025A4 (en) 2024-12-11

Similar Documents

Publication Publication Date Title
US20240099305A1 (en) Pesticidal composition
Chahal et al. Influence of glyphosate or glufosinate combinations with growth regulator herbicides and other agrochemicals in controlling glyphosate-resistant weeds
BR102015032938B1 (pt) Composições fungicidas, e método para controle de doenças ou patógenos de plantas fúngicos
BR112016000998B1 (pt) mistura fungicida, método para controlar patógenos de planta e uso da mistura fungicida
Hernández-Dorrego et al. Evaluation of some fungicides on mycorrhizal symbiosis between two Glomus species from commercial inocula and Allium porrum L. seedlings
BR102020018053A2 (pt) Composição fungicida concentrada de protioconazol e picoxistrobina
Fairbanks et al. Mitosis and meiosis in plants are affected by the fungicide phosphite
Moratelli et al. Effect of fungicide application times in the control management of leaf foliar diseases in maize
CN108029699A (zh) 一种含草铵膦与双草醚的除草组合物及其应用
BR102021018941A2 (pt) Composição fungicida concentrada de azoxistrobina, ciproconazol e clorotalonil de alta carga, formulações e método para controlar ferrugem-asiática e de outras doenças
CN102273475A (zh) 一种高效的杀菌组合物
Cali The effects of fosetyl-Al application on morphology and viability of Lycopersicon esculentum Mill. pollen
BR102018004761A2 (pt) Composição herbicia de glifosato de alta carga, formulação pronta para uso obtida a partir da composição e método para controlar várias espécies de plantas daninhas em culturas agrícolas
CN102265885A (zh) 一种含灭草松、玉嘧磺隆和莠去津的混合除草剂及其应用
CN105724405B (zh) 一种含三氟啶磺隆与乙氧氟草醚的除草组合物及其应用
CN107047595A (zh) 一种含丙嗪嘧磺隆与异恶草酮的除草组合物及其应用
CN105746573B (zh) 一种含三氟啶磺隆与莎稗磷的除草组合物及其应用
CN106857609A (zh) 一种含双唑草腈与乙氧嘧磺隆的除草组合物及其应用
CN107136110A (zh) 一种含苯并双环酮与乙氧磺隆的除草组合物及其应用
CN107242243A (zh) 一种含氟酮磺草胺与哒草特的除草组合物及其应用
CN107087609A (zh) 含有蒽醌类化合物与乙蒜素的杀菌剂组合物
Chapeta et al. Interference of adjuvants and nitrogen fertilizers on the efficiency of saflufenacil and ammonium glufosinate in Conyza spp. control.
UA66740A (en) Pesticidal composition
CN116831118A (zh) 一种复配除草组合物及其应用
CN119096990A (zh) 除草组合物、制剂及其应用

Legal Events

Date Code Title Description
B03A Publication of a patent application or of a certificate of addition of invention [chapter 3.1 patent gazette]