BR102021004311A2

BR102021004311A2 - Esteira transportadora para equipamento colhedor de cana, e equipamento colhedor de cana

Info

Publication number: BR102021004311A2
Application number: BR102021004311-3A
Authority: BR
Inventors: Marcio Aparecido Silveira
Original assignee: Marchesan Implementos E Máquinas Agrícolas Tatu S/A
Priority date: 2021-03-08
Filing date: 2021-03-08
Publication date: 2022-09-13

Abstract

A presente invenção refere-se a uma esteira transportadora (1, 1’) para equipamento (2) colhedor de cana, a esteira transportadora (1, 1’) compreendendo ao menos um segmento (10, 10’) dotado de ao menos um primeiro elemento flexível (20, 20’) e ao menos um segundo elemento flexível (21, 21’), sendo que o primeiro elemento flexível (20, 20’) possui um tamanho maior que o segundo elemento flexível (21, 21’), sendo assim capaz de efetuar a recepção e condução uniformes das plantas para seu posicionamento lateral e deposição sobre o solo durante o funcionamento do equipamento, mantendo um pressionamento constante sobre os caules das plantas ao longo de seu curso.

Description

ESTEIRA TRANSPORTADORA PARA EQUIPAMENTO COLHEDOR DE CANA, E EQUIPAMENTO COLHEDOR DE CANA

[001] A presente invenção refere-se a uma esteira transportadora para equipamento colhedor de cana capaz de efetuar a recepção e condução uniformes das plantas para seu posicionamento lateral e deposição sobre o solo durante o funcionamento do equipamento, mantendo um pressionamento constante sobre os caules das plantas ao longo de seu curso.

Descrição do Estado da Técnica

[002] O cultivo de cana-de-açúcar utiliza métodos de plantio e condução da lavoura denominados geralmente pelo grau de intensificação do uso de equipamentos/mão de obra, sendo comuns os sistemas “semimecanizado”; “mecanizado” e, mais recentemente, o cultivo denominado “Meiosi”.

[003] Este último sistema de cultivo (Método Inter-rotacional Ocorrendo Simultaneamente - MEIOSI) tem apresentado vantagens econômicas e de sanidade das plantações ao se evitar o transporte de grande quantidade de material (mudas de toletes picados) por grandes distâncias e com significativa redução de contaminações entre lavouras, o que ocorre nos demais sistemas de cultivo devido ao uso intensivo de vários equipamentos para realização do plantio (Colhedora, Transbordos, Plantadoras e Caminhões). Também aspectos de melhoria da produtividade do canavial têm sido observados, seja pela redução de compactação pelo menor tráfego de máquinas, seja pela prática de rotação de diferentes culturas, estimulada por este sistema, as quais são cultivadas de modo intercalado (Grãos ou Adubos Verdes) no espaço reservado às futuras linhas de plantio da própria cana-de-açúcar cultivada por este sistema.

[004] Para o plantio por este método (“MEIOSI”) é altamente desejável que a quantidade de gemas (internódios com brotos viáveis) das plantas-mães seja de elevado índice, para assegurar máxima brotação e evitar falhas que impactam diretamente a produtividade. Ditas plantas-mães geralmente são obtidas a partir de Mudas Pré-Brotadas (MPB) e possuem alto valor agregado tanto pela genética como pelos cuidados fitossanitários especiais que lhes são dispensados.

[005] Assim, diante da necessidade de maximizar rendimentos juntamente com boas práticas de cultivo, surge a demanda por equipamentos de maior sensibilidade e responsividade para uso no corte e enfileiramento de ditas linhas-mães da cana-de-açúcar; de modo que estas sejam adequadamente cortadas, conduzidas e dispostas sobre o solo para o subsequente plantio em sulcos paralelos que formarão o canavial propriamente dito, o qual será submetido a sucessivos cortes/colheitas durante 5 a 6 anos, com posterior renovação.

[006] Os equipamentos conhecidos e comumente utilizados atualmente para o corte de cana inteira, a ser destinada ao processamento industrial (moagem), geralmente são os mesmos equipamentos utilizados para o corte de plantas-mães destinadas à propagação de mudas para novos canaviais. Os equipamentos conhecidos e acima citados carecem de recursos técnicos para correta adequação aos requisitos e condições especiais exigidas para a operação de plantas-mudas, como se destaca adiante.

[007] Notadamente as esteiras laterais conhecidas (que efetuam o deslocamento transversal das plantas já cortadas e ainda em posição vertical), são formadas por duas esteiras contrapostas e que possuem diversos segmentos flexíveis (borracha) os quais são de idênticas formas, dimensionamento e disposição junto aos elos de arraste de cada esteira. Nesta disposição construtiva conhecida têm-se observado a formação de espaços entre as esteiras constituindo relativas “folgas”, ou seja, áreas de baixa pressão de contato dos segmentos flexíveis contra os caules das plantas em colheita, provocando por vezes a soltura precoce e indesejada de alguns caules, com a consequente formação de irregularidades em sua deposição sobre o solo.

[008] Ademais, particularmente na área de transferência das plantas entre as esteiras frontais e as esteiras laterais (mudança no sentido de fluxo longitudinal para transversal) ocorre elevada concentração de esforços sobre os segmentos flexíveis das esteiras laterais e, tal como conhecidos no estado da técnica, estes frequentemente cedem a estes esforços antes mesmo de efetuarem a adequada reorientação do fluxo para o sentido transversal. Assim, os segmentos flexíveis conhecidos são adequados para o transporte das plantas ao longo das esteiras laterais, especialmente para não provocar danos às gemas, mas são por demais flexíveis no momento de maior demanda de esforço que ocorre no momento da mudança de direção do fluxo em colheita, quando é solicitada ação mais enérgica de ditos segmentos flexíveis ao passarem pela extremidade anterior de ditas esteiras laterais (momento em que captam as plantas provenientes da esteira frontal).

Objetivos da Invenção

[009] Um primeiro objetivo da presente invenção é prover uma esteira transportadora para equipamento colhedor de cana que seja capaz de efetuar de maneira adequada a recepção e condução uniformes das plantas para seu posicionamento lateral e deposição sobre o solo durante o funcionamento do equipamento.

[0010] Um segundo objetivo da presente invenção é prover uma esteira transportadora para equipamento colhedor de cana que seja capaz de manter um pressionamento constante sobre os caules das plantas ao longo de seu curso.

[0011] Um terceiro objetivo da presente invenção é prover uma esteira transportadora para equipamento colhedor de cana que seja capaz de eliminar as folgas no intermédio das esteiras deste tipo de equipamento, garantindo o transporte e deposição uniforme e homogênea das plantas no solo.

[0012] Um quarto objetivo da presente invenção é prover um equipamento agrícola que faz uso da esteira transportadora supracitada.

Breve Descrição da Invenção

[0013] A presente invenção trata de uma esteira transportadora para equipamento colhedor de cana que compreende ao menos um segmento dotado de ao menos um primeiro elemento flexível e ao menos um segundo elemento flexível, sendo que o primeiro elemento flexível possui um tamanho maior que o segundo elemento flexível.

[0014] Em uma concretização possível, o primeiro elemento flexível possui um comprimento maior que o comprimento do segundo elemento flexível.

[0015] Em outra concretização possível, o segmento compreende uma porção de fixação para associação a uma estrutura da esteira.

[0016] Em outra concretização possível, o primeiro e segundo elementos flexíveis são fixados adjacentemente entre si à porção de fixação.

[0017] A presente invenção ainda contempla uma esteira transportadora para equipamento colhedor de cana que compreende ao menos um segmento dotado de ao menos um elemento flexível, o elemento flexível compreendendo ao menos um defletor.

[0018] Em uma concretização possível, o elemento flexível é uma tira de material flexível dobrada de maneira a formar uma porção interna, o defletor sendo disposto na porção interna do elemento flexível.

[0019] Em outra concretização possível, o defletor é uma chapa dotada de ao menos uma dobra angulada.

[0020] Em outra concretização possível, o segmento compreende uma porção de fixação para associação a uma estrutura da esteira, o defletor compreendendo uma porção de fixação para fixação à porção de fixação do segmento.

[0021] A presente invenção ainda contempla uma esteira transportadora para equipamento colhedor de cana que compreende ao menos um segmento dotado de ao menos um primeiro elemento flexível e um segundo elemento flexível, sendo que o primeiro elemento flexível possui um tamanho maior que o segundo elemento flexível, ao menos um dos elementos flexíveis compreendendo ao menos um defletor.

[0022] A presente invenção ainda trata de um equipamento colhedor de cana que compreende ao menos uma esteira transportadora tal como a supracitada, em qualquer uma de suas concretizações possíveis.

[0023] Em uma concretização possível, o equipamento compreende um par de esteiras transportadoras, cada esteira transportadora compreendendo ao menos um segmento cada qual dotado de ao menos um primeiro e um segundo elementos flexíveis, o segundo elemento flexível do segmento de uma primeira esteira possuindo um tamanho maior que o segundo elemento flexível de um segmento de uma segunda esteira.

[0024] Em outra concretização possível, o segundo elemento flexível de um segmento da primeira esteira possui um comprimento maior que o comprimento do segundo elemento flexível de um segmento da segunda esteira.

Descrição Resumida dos Desenhos

[0025] A presente invenção será, a seguir, mais detalhadamente descrita com base em um exemplo de execução representado nos desenhos. As figuras mostram:

[0026] Figura 1 - é uma vista lateral de um par de esteiras transportadoras do estado da técnica;

[0027] Figura 2 - é uma vista superior de um equipamento agrícola dotado da esteira transportadora da presente invenção em uma configuração considerada preferencial;

[0028] Figura 3 - é uma vista em perspectiva da esteira transportadora da presente invenção em uma configuração considerada preferencial;

[0029] Figura 4 - é uma vista superior da esteira transportadora da presente invenção em uma configuração considerada preferencial;

[0030] Figura 5 - é uma vista em perspectiva de uma primeira concretização de um segmento da esteira transportadora da presente invenção;

[0031] Figura 6 - é uma vista lateral de uma primeira concretização de um segmento um da esteira transportadora da presente invenção;

[0032] Figura 7 - é uma vista em perspectiva de uma segunda concretização de um segmento da esteira transportadora da presente invenção;

[0033] Figura 8 - é uma vista lateral de uma segunda concretização de um segmento da esteira transportadora da presente invenção;

[0034] Figura 9 - é uma vista lateral de um par de esteiras transportadoras da presente invenção dispostas adjacentemente entre si;

[0035] Figura 10 - é uma vista em perspectiva de um segmento da esteira transportadora da presente invenção dotada de um defletor em seu interior;

[0036] Figura 11 - é uma vista lateral de um segmento da esteira transportadora da presente invenção dotada de um defletor em seu interior;

[0037] Figura 12 - é uma vista em perspectiva do defletor do segmento da esteira transportadora da presente invenção;

[0038] Figura 13 - é uma vista superior do defletor do segmento da esteira transportadora da presente invenção; e

[0039] Figura 14 - é uma vista lateral do defletor do segmento da esteira transportadora da presente invenção.

Descrição Detalhada das Figuras

[0040] Para ilustrar de maneira adequada o problema a ser solucionado pela presente invenção, a figura 1 revela um par de esteiras transportadoras 1A, 1B do estado da técnica. Referidas esteiras 1A, 1B são dotadas de segmentos 10A, 10B associados entre si de maneira a formar as respectivas esteiras 1A, 1B. As plantas P são transportadas no intermédio das esteiras 1A, 1B formado pelos segmentos 10A, 10B. Observa-se que existe um grande espaço livre ou folgas F no intermédio das esteiras do estado da técnica, o qual resulta em áreas de baixa pressão de contato dos segmentos flexíveis contra os caules das plantas em colheita, provocando por vezes a soltura precoce e indesejada de alguns caules, com a consequente formação de irregularidades em sua deposição sobre o solo, conforme já esclarecido anteriormente. Ademais, a alta flexibilidade dos segmentos 10A, 10B das esteiras do estado da técnica também resulta em problemas durante a transferência das plantas das esteiras frontais do equipamento para as esteiras laterais, o que por vezes resulta na soltura precoce e indesejada das referidas plantas, conforme também já esclarecido.

[0041] A figura 2 ilustra de maneira geral a aplicação da esteira transportadora 1, 1’ da presente invenção em um equipamento 2 colhedor de cana-de-açúcar. Observa-se ainda as esteiras transportadoras frontais 3 que transferem as plantas para as esteiras transportadoras laterais 1, 1’. Cumpre notar, neste sentido, que as esteiras transportadoras 1, 1’ da presente invenção são particularmente aplicáveis para uso como esteiras laterais de equipamentos colhedores de cana-de-açúcar, embora outros usos possam derivar das informações aqui apresentadas. As esteiras transportadoras frontais 3 podem ser de qualquer tipo adequado para realização de suas funções usuais.

[0042] A figura 3 ilustra a esteira transportadora 1, 1’ da presente invenção em uma configuração considerada preferencial. Importante notar que o termo “preferencial” aqui utilizado não deve ser entendido como imperativo ou obrigatório, tratando apenas de caracterizar uma concretização de particular eficiência da invenção dentre as múltiplas concretizações possíveis.

[0043] Dito isso, observa-se nas figuras 3 e 4 um par de esteiras transportadoras 1, 1’ dispostas adjacentemente entre si, de maneira a adequadamente transportar e reorientar as plantas recebidas das esteiras transportadoras frontais 3. Como será visto adiante, cada esteira transportadora 1, 1’ pode compreender uma configuração/disposição ligeiramente distinta para permitir maior superfície de contato entre seus segmentos e garantir a ausência de folgas em seus intermédios para um transporte homogêneo e uniforme da planta ao longo da esteira 1, 1’. Observa-se ainda pelas figuras 3 e 4 que as esteiras 1, 1’ são associadas a um elemento estrutural 40 que, por sua vez, é associado a uma estrutura do equipamento agrícola 2, tal como o chassi.

[0044] As figuras 3 e 4 ainda revelam que as esteiras 1, 1’ compreendem segmentos 10, 10’ que formam as superfícies sobre as quais a planta será transportada. Tais segmentos são mais detalhadamente ilustrados nas figuras 5 a 8. As figuras 5 e 6 revelam uma primeira concretização possível de um segmento 10, e as figuras 7 e 8 revelam uma segunda concretização possível de um segmento 10’.

[0045] Dito isso, observa-se que o segmento 10, 10’ compreende ao menos um primeiro elemento flexível 20, 20’ e ao menos um segundo elemento flexível 21, 21’, sendo que o primeiro elemento flexível 20, 20’ possui um tamanho maior que o segundo elemento flexível 21, 21’. Referidos elementos flexíveis 20, 20’, 21, 21’ podem ser, por exemplo, uma tira composta por material flexível tal como a borracha. Referidos elementos flexíveis 20, 20’, 21, 21’ podem compreender ainda uma forma ou disposição particular para facilitar o contato entre si e a planta a ser transportada, por exemplo, um formato dobrado. Em uma concretização possível, cada elemento flexível 20, 20’, 21, 21’ compreende uma tira de borracha dobrada de maneira que sua extremidade livre configure um abaulamento para facilitar seu contato com a planta, conforme figuras 5 e 6.

[0046] Torna claro que a disposição de diferença de tamanho entre os elementos flexíveis 20, 20’, 21, 20’ do segmento 10, 10’ permite que, quando da sua atuação para transporte na esteira 1 em conjunto com outra esteira 1’, a defasagem entre os dois elementos flexíveis 20, 20’, 21, 21’ elimina as folgas contidas nos espaços entre as respectivas esteiras 1, 1’, tal como é ilustrado na figura 9. Desta maneira, as esteiras 1, 1’ da presente invenção solucionam o problema de queda e escape das plantas transportadas pela eliminação destas folgas, através da diferença de tamanho entre os elementos flexíveis 20, 20’, 21, 21’ dos seus segmentos 10, 10’.

[0047] De maneira preferencial, como visto nas figuras 6 e 8, o primeiro elemento flexível 20, 20’ possui um comprimento L1, L1’ maior que o comprimento L2, L2’ do respectivo segundo elemento flexível 21, 21’. O termo “comprimento” deve ser entendido como uma dimensão medida ao longo do eixo horizontal do elemento flexível correspondente 20, 20’ quando em uma vista lateral, como demonstrado nas figuras 6 e 8. Não obstante, outras dimensões dos elementos flexíveis 21, 21’ podem ser utilizadas para se obter uma disposição onde o primeiro elemento flexível 20, 20’ possui um tamanho maior que o segundo elemento flexível 21, 21’, por exemplo, na sua altura ou qualquer outra dimensão geral que permita uma defasagem entre o primeiro e segundo elementos flexíveis 20, 20’, 21, 21’ para eliminação das folgas no intermédio das esteiras 1, 1’. De maneira preferencial, a razão entre o comprimento L1, L1’ do primeiro elemento flexível 20, 20’ e o comprimento L2, L2’ do segundo elemento flexível 21, 21’ é de 1,1 a 1,6. Em uma concretização onde diferentes esteiras 1, 1’ possuem diferentes tamanhos de segundos elementos flexíveis 21, 21’, conforme será visto adiante, o segundo elemento flexível 21 de um segmento 10 de uma primeira esteira 1 pode compreender uma razão de comprimento L1/L2 preferencial de 1,2, enquanto o segundo elemento flexível 21’ de um segmento 10’ de uma segunda esteira 1’ pode compreender uma razão de comprimento L1’/L2’ preferencial de 1,6.

[0048] De maneira preferencial, o segmento 10, 10’ compreende uma porção de fixação 30, 30’ para associação a uma estrutura 40 da esteira, como visto nas figuras 5 a 8. Neste sentido, o primeiro e segundo elementos flexíveis 20, 20’, 21, 21’ são fixados, preferencialmente, adjacentemente entre si à porção de fixação 30, 30’. Tal porção de fixação 30, 30’ é, preferencialmente, uma porção rígida do segmento 10, 10’ formada por, por exemplo, uma chapa metálica perfurada para inserção de elementos de fixação tal como parafusos e porcas. Ainda preferencialmente, a porção de fixação 30, 30’ pode ainda ser configurada para associação a um suporte 31 que, por sua vez, é configurado para se associar à estrutura 40 da esteira 1, 1’. Tal suporte 31 pode compreender meios de regulagem do ângulo dos segmentos 10, 10’ através de abas laterais 32 e uma combinação de uma série de furos 32’ em uma primeira aba lateral 32 e um furo oblongo 32’’ em uma segunda aba 32, conforme visto na figura 10. A fixação do suporte 31 à estrutura 40 da esteira 1, 1’ pode ser realizada por quaisquer meios adequados, tal como elementos de fixação de maneira geral, por exemplo, parafusos e porcas.

[0049] Importante notar que, para aumentar a eficiência na redução das folgas contidas no intermédio das esteiras 1, 1’ de um equipamento 2, é possível determinar diferentes tamanhos para os segundos elementos flexíveis 21, 21’ de cada segmento 10, 10’ das esteiras 1, 1’. Por outras palavras, o segundo elemento flexível 21 de um segmento 10 de uma primeira esteira 1 pode possuir um tamanho distinto do segundo elemento flexível 21’ de um segmento 10’ de uma segunda esteira 1’ do equipamento 2. Isto permite que, além da defasagem de tamanho entre primeiro e segundo elementos flexíveis 20, 20’, 21, 21’ dentro de uma mesma esteira 1, 1’, exista também defasagem de tamanho entre os segundos elementos flexíveis 21, 21’ de esteiras 1, 1’ diferentes que trabalham em conjunto no equipamento 2, permitindo maior redução das folgas contidas no intermédio das esteiras 1, 1’.

[0050] Esta diferença de tamanho pode ser alcançada através de o segundo elemento flexível 21 de um segmento 10 da primeira esteira 1 possuir um comprimento L2 maior que o comprimento L2’ do segundo elemento flexível 21’ de um segmento 10’ da segunda esteira 1’. A razão entre os comprimentos L2 e L2’ pode ser, preferencialmente, entre 0,7 e 0,9, e mais preferencialmente de 0,8.

[0051] Portanto, a presente invenção também contempla um equipamento 2 colhedor de cana que compreende ao menos uma esteira lateral tal como a aqui descrita em qualquer uma de suas concretizações. Em uma concretização possível do equipamento 2, o mesmo contempla um par de esteiras laterais 1, 1’, cada esteira lateral 1, 1’ compreendendo ao menos um segmento 10, 10’ cada qual dotado de ao menos um primeiro e um segundo elementos flexíveis 20, 20’, 21, 21’, o segundo elemento flexível 21 do segmento 10 de uma primeira esteira 1 possuindo um tamanho maior que o segundo elemento flexível 21’ de um segmento 10’ de uma segunda esteira 1’. Tal tamanho maior pode ser configurado através do segundo elemento flexível 21 de um segmento 10 da primeira esteira 1 possuir um comprimento L2 maior que o comprimento L2’ do segundo elemento flexível 21’ de um segmento 10’ da segunda esteira 1’.

[0052] De maneira a permitir maior firmeza dos elementos flexíveis da esteira no transporte da planta, particularmente no momento da mudança de direção do fluxo em colheita (passagem da esteira frontal para as esteiras laterais), a presente invenção ainda contempla uma esteira transportadora 1, 1’ que compreende ao menos um segmento 10, 10’ dotado de ao menos um elemento flexível 20, 20’, o elemento flexível 20, 20’ compreendendo ao menos um defletor 50, conforme visto nas figuras 10 a 14.

[0053] Referido defletor 50 tem por objetivo conferir um nível de rigidez aos segmentos 10, 10’ da esteira 1, 1’ para evitar que a demasiada flexibilidade destes segmentos 10, 10’ permita o escape destas plantas, particularmente durante a mudança de direção do fluxo em colheita. De maneira preferencial, o defletor 50 é compreendido em apenas um dos elementos flexíveis 20, 20’, 21, 21’ de cada segmento 10, e mais preferencialmente no primeiro elemento flexível 20 cujo tamanho é maior. Ainda de forma preferencial, o defletor 50 é disposto nos elementos flexíveis de apenas uma das esteiras 1 do equipamento 2, sendo que a esteira 1’ adjacente não compreende tal defletor 50.

[0054] Referido defletor 50 é, preferencialmente, uma placa de material rígido tal como um metal. Dito defletor 50 pode compreender, preferencialmente, uma dobra 51 disposta em sua região mediana, a qual configura uma porção de fixação 52 do defletor 50 à porção de fixação 30, 30’ do segmento 10, 10’. A dobra 51 pode ainda configurar, preferencialmente, uma porção de deflexão 53 disposta na extremidade contrária à porção de fixação 52. A porção de deflexão 53 tem por objetivo atuar sobre o elemento flexível 20, 20’ para conferir maior rigidez ao segmento 10, 10’. Neste sentido, a dobra 51 age como um elemento de mola para preservar uma certa flexibilidade ao conjunto e evitar danos à planta em função da rigidez do defletor 50, alcançando assim um equilíbrio entre rigidez e flexibilidade do segmento 10, 10’.

[0055] Importante notar que, apesar das concretizações possíveis aqui exploradas revelarem um par de elementos flexíveis 20, 20’, 21, 21’ para aplicação do defletor 50, o defletor 50 pode ser aplicado em segmentos de esteira dotados de apenas um elemento flexível, ou mais de um par de elementos flexíveis. Ademais, a presente invenção ainda contempla um equipamento 2 colhedor de cana dotado de uma esteira transportadora 1, 1’ em qualquer uma das concretizações aqui descritas, compreendendo ou não o defletor 50.

[0056] Tendo sido descrito um exemplo de concretização preferido, deve ser entendido que o escopo da presente invenção abrange outras possíveis variações, sendo limitado tão somente pelo teor das reivindicações apensas, aí incluídos os possíveis equivalentes.

Claims

Esteira transportadora (1, 1’) para equipamento (2) colhedor de cana, a esteira transportadora (1, 1’) sendo caracterizada pelo fato de que compreende ao menos um segmento (10, 10’) dotado de ao menos um primeiro elemento flexível (20, 20’) e ao menos um segundo elemento flexível (21, 21’), sendo que o primeiro elemento flexível (20, 20’) possui um tamanho maior que o segundo elemento flexível (21, 21’).
Esteira transportadora (1, 1’) para equipamento (2) colhedor de cana, de acordo com a reivindicação 1, caracterizada pelo fato de que o primeiro elemento flexível (20, 20’) possui um comprimento (L1, L1’) maior que o comprimento (L2, L2’) do segundo elemento flexível (21, 21’).
Esteira transportadora (1, 1’) para equipamento (2) colhedor de cana, de acordo com a reivindicação 1, caracterizada pelo fato de que o segmento (10, 10’) compreende uma porção de fixação (30, 30’) para associação a uma estrutura (40) da esteira.
Esteira transportadora (1, 1’) para equipamento (2) colhedor de cana, de acordo com a reivindicação 3, caracterizada pelo fato de que o primeiro e segundo elementos flexíveis (20, 20’, 21, 21’) são fixados adjacentemente entre si à porção de fixação (30, 30’).
Equipamento (2) colhedor de cana, caracterizado pelo fato de que compreende ao menos uma esteira transportadora (1, 1’), como definida em qualquer uma das reivindicações 1 a 4.
Equipamento (2) colhedor de cana, de acordo com a reivindicação 5, caracterizado pelo fato de que compreende um par de esteiras transportadoras (1, 1’), cada esteira transportadora (1, 1’) compreendendo ao menos um segmento (10, 10’) cada qual dotado de ao menos um primeiro e um segundo elementos flexíveis (20, 20’, 21, 21’), o segundo elemento flexível (21) do segmento (10) de uma primeira esteira (1) possuindo um tamanho maior que o segundo elemento flexível (21’) de um segmento (10’) de uma segunda esteira (1’).
Equipamento (2) colhedor de cana, de acordo com a reivindicação 6, caracterizado pelo fato de que o segundo elemento flexível (21) de um segmento (10) da primeira esteira (1) possui um comprimento (L2) maior que o comprimento (L2’) do segundo elemento flexível (21’) de um segmento (10’) da segunda esteira (1’).
Esteira transportadora (1, 1’) para equipamento (2) colhedor de cana, a esteira transportadora (1, 1’) sendo caracterizada pelo fato de que compreende ao menos um segmento (10, 10’) dotado de ao menos um elemento flexível (20, 20’), o elemento flexível (20, 20’) compreendendo ao menos um defletor (50).
Esteira transportadora (1, 1’) para equipamento (2) colhedor de cana, de acordo com a reivindicação 8, caracterizada pelo fato de que o elemento flexível (20, 20’) é uma tira de material flexível dobrada de maneira a formar uma porção interna, o defletor (50) sendo disposto na porção interna do elemento flexível (20, 20’).
Esteira transportadora (1, 1’) para equipamento (2) colhedor de cana, de acordo com a reivindicação 8, caracterizada pelo fato de que o defletor (50) é uma chapa dotada de ao menos uma dobra angulada (51).
Esteira transportadora (1, 1’) para equipamento (2) colhedor de cana, de acordo com a reivindicação 10, caracterizada pelo fato de que o segmento (10, 10’) compreende uma porção de fixação (30, 30’) para associação a uma estrutura (40) da esteira, o defletor (50) compreendendo uma porção de fixação (52) para fixação à porção de fixação (30, 30’) do segmento (10, 10’).
Equipamento (2) colhedor de cana, caracterizado pelo fato de que compreende ao menos uma esteira transportadora (1, 1 ’), como definida em qualquer uma das reivindicações 8 a 11.
Esteira transportadora (1, 1’) para equipamento colhedor de cana, a esteira transportadora (1, 1’) sendo caracterizada pelo fato de que compreende ao menos um segmento (10, 10’) dotado de ao menos um primeiro elemento flexível (20, 20’) e um segundo elemento flexível (21, 21’), sendo que o primeiro elemento flexível (20, 20’) possui um tamanho maior que o segundo elemento flexível (21, 20’), ao menos um dos elementos flexíveis (20, 20’, 21, 21’) compreendendo ao menos um defletor (50).
Esteira transportadora (1, 1’) para equipamento colhedor de cana, de acordo com a reivindicação 13, caracterizada pelo fato de que o defletor (50) é compreendido pelo primeiro elemento flexível (20).
Equipamento (2) colhedor de cana, caracterizado pelo fato de que compreende uma esteira transportadora (1, 1’), como definida em qualquer uma das reivindicações 13 e 14.