BR102018016856B1 - Conjunto construtivo para teste de dobra e fratura de agulhas - Google Patents
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Abstract
conjunto construtivo para teste de dobra e fratura de agulhas a presente patente de invenção refere-se a um dispositivo para testes de dobra e fratura de agulhas hipodérmicas, tais como as utilizadas para anestesia, na odontologia. mais precisamente um dispositivo que é acoplado em máquinas de ensaio universal contendo um suporte l (5) que sustenta um cilindro (11) que acomoda uma seringa (15) no qual a agulha (2) esta fixada, simulando sua posição real e, um atuador (6) que é fixo na porção móvel da máquina universal ou na célula de carga que aplica carga de flexão na agulha (2) a fim de medir a força de resistência a flexão da agulha e simular sua fratura simples ou por fadiga obtendo o ângulo no qual a fratura ocorreu.
Description
[1] A presente patente de invenção refere-se a um dispositivo para testes de dobra e fratura de agulhas hipodérmicas, tais como as utilizadas para anestesia, na Odontologia. Mais precisamente um dispositivo que é acoplado em máquinas de ensaio universal contendo uma base que suporta uma seringa do tipo carpula, por exemplo, no qual a agulha esta fixada, simulando sua posição real e, um atuador que é fixo na porção móvel da máquina universal ou na célula de carga que aplica carga de flexão na agulha a fim de medir a força de resistência a flexão da agulha e simular sua fratura simples ou por fadiga obtendo o ângulo no qual a fratura ocorreu.
[2] A anestesia, na Odontologia, é usada na maioria dos tratamentos para controle da dor bem como para evitar o peso traumático a nível psicológico do paciente. Como em qualquer outro procedimento médico, existe um risco atrelado. Dentre os riscos possíveis está a fratura da agulha durante o procedimento, no qual uma porção da agulha permanece dentro do tecido precisando ser removida por intermédio de cirurgia.
[3] A agulha hipodérmica é o meio de transporte que permite ao anestésico passar do tubo anestésico para os tecidos que a envolvem. A maioria das agulhas usadas em Odontologia são de aço inoxidável previamente esterilizadas e descartáveis (Malamed, S. F. 2004). Durante o procedimento a agulha passa por entre os tecidos e neste trajeto pode sofrer desvios e por consequência disso a flexão. Muitas fraturas ocorrem por esta flexão causada nos desvios ocorridos.
[4] A agulha é composta por uma peça de metal única e tubular à qual se irá adaptar a seringa através de um adaptador de plástico ou de metal. Este adaptador por sua vez contém outro adaptador à qual a agulha fica fixa (Hub). O bisel define a ponta ou tipo de agulha podendo assumir diversos comprimentos com diferentes tipos de corte. A agulha propriamente dita é uma peça de metal longa e tubular, que vai desde a ponta do bisel, atravessa o conetor até à sua porção final que entrará dentro do tubo anestésico. Esta parte final, que entra no anestubo, não tem nenhum tipo de corte e perfura o diafragma do tubo permanecendo dentro deste (Diniz, S.F. 2016).
[5] A fratura de agulhas durante anestesia é um acontecimento não frequente e tem sido reduzido muito ao longo dos anos após a padronização das agulhas de aço inoxidável mas, quando ocorre causa desconforto para o paciente bem como para o dentista pois a agulha pode migrar e danificar as estruturas anatómicas como vasos sanguíneos, nervos e músculos (Bhatia, S. E G. Bounds 1998). Agulhas compridas possuem maior chance de flexão e por consequência mais chances de ocorrência de fraturas.
[6] Para tanto, percebe-se a importância de estudar e entender a dinâmica da fratura das agulhas de forma a reduzir as chances de quebra bem como para reduzir eventuais desconfortos e danos aos tecidos dos pacientes. O presente pedido de patente visa sugerir um conjunto construtivo (dispositivo) utilizado em máquinas de ensaio universais a fim de simular testes de flexão das agulhas hipodérmicas bem como para simular fraturas das referidas agulhas de forma a se obter informações sobre a resistência das agulhas segundo forças de flexão ao longo da agulha relacionada ao ângulo de dobra. Ainda o referido conjunto construtivo pode simular condições de fratura por fadiga uma vez que permite que a agulha uma vez flexionada seja precisamente posicionada na posição inversa da dobra aplicando-se a carga no sentido oposto.
[7] Geralmente, no estado da técnica, quando se deseja fazer o teste de dobra/flexão de uma agulha, utiliza-se de um conjunto seringa + agulha apoiados em um bloco com superfície plana de forma a manter a agulha paralela a base da máquina universal. Parafusos aproximam uma placa de forma que esta abrace e fixe a seringa na superfície plana do bloco deixando a agulha exporta para receber a carga. Um goniômetro analógico é posicionado logo a frente da agulha para visualmente identificar ao ângulo de dobra.
[8] No entanto, o estado da técnica apresenta desvantagens dentre elas podem-se destacar as seguintes: para que o teste tenha precisão, a agulha precisa estar perfeitamente paralela a base da máquina universal de forma que a carga inicie sua aplicação perpendicularmente em relação a extensão da agulha. O formato não uniforme das seringas e a forma de fixação atualmente utilizados não permitem que este paralelismo ocorra com precisão; após a aplicação da carga e consequentemente a dobra da agulha, havendo a necessidade de se inverter a posição da agulha para uma carga inversa, não se consegue reposicioná-la em 180° com precisão; outro inconveniente está na dificuldade em se calibrar o ponto zero de aplicação de carga e o acompanhamento do ângulo de aplicação de carga com precisão pois a visualização de forma analógica não permite uma precisão de medida; outro inconveniente está relacionado ao exato ponto de aplicação da carga, o dispositivo do estado da técnica não permite regular com precisão o ponto de aplicação da carga bem como o ponto de obtenção do ângulo de dobra.
[9] Para tanto, o presente pedido de patente pretende resolver os inconvenientes do estado da técnica e propor um conjunto construtivo para teste de agulhas com precisão possuindo algumas vantagens: leitura digital com precisão do ângulo de dobra; possibilidade de regulagem com precisão do ponto de dobra bem como do ponto de aplicação de carga; posicionamento com precisão de paralelismo da agulha em relação a base da máquina universal bem como, perpendicularidade em relação ao atuador de aplicação de carga; ainda como uma vantagem está o fato de se poder fazer o setup de forma rápida agilizando assim o tempo de teste.
[10] São apresentadas a seguir figuras esquemáticas de uma realização particular da invenção, cujas dimensões e proporções não são necessariamente as reais, pois as figuras têm apenas a finalidade de apresentar didaticamente seus diversos aspectos, cuja abrangência de proteção está determinada apenas pelo escopo das reivindicações anexas.
[11] A Figura 1 ilustra uma vista em perspectiva do conjunto construtivo referenciado em zero mostrando a base de reforço (4), a suporte L (5), o atuador vertical (6), o suporte móvel (7), o medidor de ângulo (9) e a agulha (2).
[12] A Figura 2 ilustra uma vista em perspectiva do conjunto construtivo mostrando a chapa de regulagem (17) e o pino guia (21).
[13] A Figura 3 ilustra uma vista em perspectiva do conjunto construtivo mostrando a seringa (15) posicionada dentro do cilindro (11).
[14] A Figura 4 ilustra uma a vista frontal do conjunto construtivo simulando um teste com a agulha dobrada em 25° dando destaque para a agulha (2) e a ponta de dobra (22).
[15] Em uma forma de concretização da invenção, o conjunto construtivo para teste de agulhas é compreendido por uma base de reforço (4) ligada a um suporte L (5) por intermédio de parafusos ou outros meios de fixação. O suporte L (5) possui um rasgo (14) que transpassa a base de reforço (4) de forma a permitir que todo o conjunto construtivo seja fixo na base da máquina universal de testes. O suporte L (5) acomoda o cilindro (11) onde a seringa (15) é encaixada e fixada por parafuso (12) mantendo-a estável. O cilindro (11) se fixa ao suporte L (5) por intermédio de uma contraporca (3). O Suporte L (5) possui um prolongamento (23) em uma de suas laterais contendo um rasgo (26) que sustenta a chapa de regulagem (17) por intermédio de parafusos (19). A dita chapa de regulagem (17) se liga ao suporte móvel (7) por uma articulação (20). O Suporte móvel (20) sustenta o medidor de ângulo (9). O suporte móvel (2) possui um rasgo (10) no qual transpassa um pino guia (21) que se prolonga até a chapa guia (8) acoplada junto ao atuador (6). Um atuador (6), possui uma ponta de dobra (22) que incide a carga sobre a agulha (2). A Agulha (2) possui um êmbolo (1) que conecta a seringa (15).
[16] Em uma sugestão de uso o conjunto construtivo é fixado em uma base de máquina universal de testes por intermédio de um parafuso que transpassa o rasgo (14) prendendo a base de reforço (4) e o suporte L (5). O atuador (6) é preso na célula de carga ou na porção móvel da máquina universal de testes por intermédio de um parafuso (18). Logo em seguida, a seringa (15) é inserida no cilindro (11) e fixada por parafusos (12) que a mantém estável. A agulha (2) é posicionada na seringa (15) através do êmbolo (1). Utilizando dos comandos da máquina universal de testes aproxima-se a ponta de dobra (22) do atuador (6) de forma a encostar na agulha (2).
[17] Para se ter a medida correta do ângulo de dobra durante o teste, se faz necessário alinhar o ponto zero da dobra da agulha (2). Movimenta-se a chapa de regulagem (17) que corre no rasgo (26) do prolongamento (23) do suporte L (5) por intermédio de parafusos (19) alinhando a articulação (20) com o êmbolo (1) da agulha (2). Feito o alinhamento a chapa de regulagem (17) é travada na posição por intermédio de porcas (16).
[18] A chapa guia (8) comporta o pino guia (21) que está correndo livre no rasgo (10) do suporte móvel (7). A chapa guia (8) possui um rasgo (24) que permite movimentá-la para cima ou para baixo e travá-la por parafusos (25) de forma a zerar a posição no medidor de nível (9).
[19] Em teste, conforme o atuador (6) movimenta-se para baixo, a ponta de dobra (22) transfere carga na agulha (2) que curva-se (dobra) até a fratura. Conforme ocorre a movimentação do atuador (6), o pino guia (21) unido ao atuador (6) pela chapa guia (8) corre dentro do rasgo (1) do suporte móvel (7). O medidor de ângulo (9) que está sobre o suporte móvel (17) indica em tempo real o ângulo de dobra e aplicação de carga na agulha (2).
[20] Após o teste a agulha (2) pode ser colocada em outra angulação ou até mesmo na posição inversa (180°) para simular fadiga. Para isto, basta soltar a contra porca (3) e girar o cilindro (11) que possui rebaixos (13) dispostos de 15 em 15 graus para que o usuário possa referenciar em uma nova posição do cilindro (11) e consequentemente da agulha (2).
Claims (8)
1) “CONJUNTO CONSTRUTIVO PARA TESTE DE DOBRA E FRATURA DE AGULHAS”, caracterizado por compreender um suporte L (5) no qual um cilindro (11) é acoplado mantendo-se fixo ao dito suporte L (5) por uma contraporca (3); o dito cilindro (11) possuir um furo interno (não mostrado nos desenhos) no qual uma seringa (15) é inserida; o dito suporte L (5) contém um prolongamento (23) contendo rasgo (26) de conexão que liga-se a uma chapa de regulagem (17) contendo uma articulação (20) de união, em uma de suas extremidades, que acopla-se a um suporte móvel (7) que sustenta um medidor de ângulo (9);
2) “CONJUNTO CONSTRUTIVO PARA TESTE DE DOBRA E FRATURA DE AGULHAS”, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por cilindro (11) conter parafusos (12) para travamento da seringa (15) e marcações (13) em seu corpo para posicionamento de ângulo;
3) “CONJUNTO CONSTRUTIVO PARA TESTE DE DOBRA E FRATURA DE AGULHAS”, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por o suporte L (5) conter um rasgo (14) e um reforço (4); o dito reforço (4) apresenta características magnéticas;
4) “CONJUNTO CONSTRUTIVO PARA TESTE DE DOBRA E FRATURA DE AGULHAS”, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por uma chapa de regulagem (17) conter furos no qual transpassam elementos de fixação parafusos (19) de forma a ligá-la a um prolongamento (23);
5) “CONJUNTO CONSTRUTIVO PARA TESTE DE DOBRA E FRATURA DE AGULHAS”, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por a chapa móvel (7) conter rasgo (10), sustentar um medidor de ângulo (9) e ser preferencialmente de material metálico;
6) “CONJUNTO CONSTRUTIVO PARA TESTE DE DOBRA E FRATURA DE AGULHAS”, caracterizado por um atuador (6) contendo uma chapa guia (8) com dobra perpendicular; a dita chapa guia contém um rasgo (24) para movimentação linear e elementos de fixação parafusos (25);
7) “CONJUNTO CONSTRUTIVO PARA TESTE DE DOBRA E FRATURA DE AGULHAS”, de acordo com a reivindicação 6, caracterizado por a chapa guia (8) possuir conexão com um pino guia (21) e o dito pino guia (21) correr no rasgo (10) do suporte móvel (7);
8) “CONJUNTO CONSTRUTIVO PARA TESTE DE DOBRA E FRATURA DE AGULHAS”, de acordo com a reivindicação 6, caracterizado por o atuador (6) conter uma ponta de dobra (22) com formato preferencialmente em cunha ou aresta arredondada.
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