BR102018010543A2 - composição para controle biológico de fungos fitopatogênicos - Google Patents

composição para controle biológico de fungos fitopatogênicos Download PDF

Info

Publication number
BR102018010543A2
BR102018010543A2 BR102018010543A BR102018010543A BR102018010543A2 BR 102018010543 A2 BR102018010543 A2 BR 102018010543A2 BR 102018010543 A BR102018010543 A BR 102018010543A BR 102018010543 A BR102018010543 A BR 102018010543A BR 102018010543 A2 BR102018010543 A2 BR 102018010543A2
Authority
BR
Brazil
Prior art keywords
composition
phytopathogenic fungi
control
biological control
biological
Prior art date
Application number
BR102018010543A
Other languages
English (en)
Inventor
Roberto De Almeida Bernardo Eduardo
Domingues Zucchi Tiago
Original Assignee
Agrivalle Brasil Ind E Comercio De Produtos Agricolas Ltda
Priority date (The priority date is an assumption and is not a legal conclusion. Google has not performed a legal analysis and makes no representation as to the accuracy of the date listed.)
Filing date
Publication date
Application filed by Agrivalle Brasil Ind E Comercio De Produtos Agricolas Ltda filed Critical Agrivalle Brasil Ind E Comercio De Produtos Agricolas Ltda
Priority to BR102018010543A priority Critical patent/BR102018010543A2/pt
Priority to EP18919679.3A priority patent/EP3797594A4/en
Priority to PCT/BR2018/050325 priority patent/WO2019222819A1/pt
Priority to US16/626,131 priority patent/US11877578B2/en
Publication of BR102018010543A2 publication Critical patent/BR102018010543A2/pt

Links

Classifications

    • AHUMAN NECESSITIES
    • A01AGRICULTURE; FORESTRY; ANIMAL HUSBANDRY; HUNTING; TRAPPING; FISHING
    • A01NPRESERVATION OF BODIES OF HUMANS OR ANIMALS OR PLANTS OR PARTS THEREOF; BIOCIDES, e.g. AS DISINFECTANTS, AS PESTICIDES OR AS HERBICIDES; PEST REPELLANTS OR ATTRACTANTS; PLANT GROWTH REGULATORS
    • A01N63/00Biocides, pest repellants or attractants, or plant growth regulators containing microorganisms, viruses, microbial fungi, animals or substances produced by, or obtained from, microorganisms, viruses, microbial fungi or animals, e.g. enzymes or fermentates
    • A01N63/30Microbial fungi; Substances produced thereby or obtained therefrom
    • A01N63/38Trichoderma
    • AHUMAN NECESSITIES
    • A01AGRICULTURE; FORESTRY; ANIMAL HUSBANDRY; HUNTING; TRAPPING; FISHING
    • A01NPRESERVATION OF BODIES OF HUMANS OR ANIMALS OR PLANTS OR PARTS THEREOF; BIOCIDES, e.g. AS DISINFECTANTS, AS PESTICIDES OR AS HERBICIDES; PEST REPELLANTS OR ATTRACTANTS; PLANT GROWTH REGULATORS
    • A01N63/00Biocides, pest repellants or attractants, or plant growth regulators containing microorganisms, viruses, microbial fungi, animals or substances produced by, or obtained from, microorganisms, viruses, microbial fungi or animals, e.g. enzymes or fermentates
    • A01N63/10Animals; Substances produced thereby or obtained therefrom
    • AHUMAN NECESSITIES
    • A01AGRICULTURE; FORESTRY; ANIMAL HUSBANDRY; HUNTING; TRAPPING; FISHING
    • A01NPRESERVATION OF BODIES OF HUMANS OR ANIMALS OR PLANTS OR PARTS THEREOF; BIOCIDES, e.g. AS DISINFECTANTS, AS PESTICIDES OR AS HERBICIDES; PEST REPELLANTS OR ATTRACTANTS; PLANT GROWTH REGULATORS
    • A01N63/00Biocides, pest repellants or attractants, or plant growth regulators containing microorganisms, viruses, microbial fungi, animals or substances produced by, or obtained from, microorganisms, viruses, microbial fungi or animals, e.g. enzymes or fermentates
    • A01N63/20Bacteria; Substances produced thereby or obtained therefrom
    • A01N63/22Bacillus
    • AHUMAN NECESSITIES
    • A01AGRICULTURE; FORESTRY; ANIMAL HUSBANDRY; HUNTING; TRAPPING; FISHING
    • A01NPRESERVATION OF BODIES OF HUMANS OR ANIMALS OR PLANTS OR PARTS THEREOF; BIOCIDES, e.g. AS DISINFECTANTS, AS PESTICIDES OR AS HERBICIDES; PEST REPELLANTS OR ATTRACTANTS; PLANT GROWTH REGULATORS
    • A01N63/00Biocides, pest repellants or attractants, or plant growth regulators containing microorganisms, viruses, microbial fungi, animals or substances produced by, or obtained from, microorganisms, viruses, microbial fungi or animals, e.g. enzymes or fermentates
    • A01N63/30Microbial fungi; Substances produced thereby or obtained therefrom
    • AHUMAN NECESSITIES
    • A01AGRICULTURE; FORESTRY; ANIMAL HUSBANDRY; HUNTING; TRAPPING; FISHING
    • A01PBIOCIDAL, PEST REPELLANT, PEST ATTRACTANT OR PLANT GROWTH REGULATORY ACTIVITY OF CHEMICAL COMPOUNDS OR PREPARATIONS
    • A01P3/00Fungicides

Landscapes

  • Life Sciences & Earth Sciences (AREA)
  • Engineering & Computer Science (AREA)
  • Zoology (AREA)
  • General Health & Medical Sciences (AREA)
  • Health & Medical Sciences (AREA)
  • Microbiology (AREA)
  • Plant Pathology (AREA)
  • Environmental Sciences (AREA)
  • Pest Control & Pesticides (AREA)
  • Wood Science & Technology (AREA)
  • Virology (AREA)
  • Agronomy & Crop Science (AREA)
  • Biotechnology (AREA)
  • Dentistry (AREA)
  • Mycology (AREA)
  • General Chemical & Material Sciences (AREA)
  • Chemical Kinetics & Catalysis (AREA)
  • Chemical & Material Sciences (AREA)
  • Agricultural Chemicals And Associated Chemicals (AREA)
  • Pretreatment Of Seeds And Plants (AREA)

Abstract

trata-se a presente patente de invenção, de uma composição para controle biológico de fungos fitopatogênicos, pertencente ao setor técnico de biotecnologia agrícola, mais particularmente trata-se de uma composição de bactérias e fungos com mecanismos de ação diferentes e complementares, na mitigação de fungos fitopatogênicos em plantas cultiváveis. particularmente, a composição trata de uma formulação utilizando bacillus amyloliquefaciens e trichoderma harzianum misturados a aditivos e excipientes. opcionalmente poderá ser acrescentado também o microrganismo clonostachys rosea.

Description

COMPOSIÇÃO PARA CONTROLE BIOLÓGICO DE FUNGOS FITOPATOGÊNICOS
[001] Trata-se a presente patente de invenção, de uma composição para controle biológico de fungos fitopatogênicos, pertencente ao setor técnico de biotecnologia agrícola, mais particularmente trata-se de uma composição de bactérias e fungos com mecanismos de ação diferentes e complementares, na mitigação de fungos fitopatogênicos em plantas cultiváveis. Particularmente, a composição trata de uma formulação utilizando Bacillus amyloliquefaciens e Trichoderma harzianum misturados a aditivos e excipientes. Opcionalmente poderá ser acrescentado também o microrganismo Clonostachys rosea.
FUNDAMENTOS DA TÉCNICA
[002] Rhizoctonia solani Kühn e Sclerotinia sclerotiorum (Lib.) de Bary, agentes causais do tombamento e mofo branco, respectivamente, são dois dos fungos fitopatogênicos mais agressivos para cultivos comerciais (Bolton et al. 2006; Faltin et al. 2004). Ambos são capazes de infectar uma gama enorme de hospedeiros em todo o mundo, levando a prejuízos consideráveis (Boland & Hall 1994; Ohkura et al. 2009).
[003] Um levantamento realizado em 2006, estimou que os prejuízos atribuídos aos danos causados pelo mofo branco (S. sclerotiorum), apenas nos EUA, chegam a cerca de US$ 200 milhões ao ano (Bolton et al., 2006). Concomitantemente, as perdas causadas por Rhizoctonia solani em soja, também nos EUA, foram estimadas em mais de 3 milhões de hectares entre os anos de 2006 a 2009 (Koenning & Wrather, 2010).
[004] O controle desses fungos tem se mostrado particularmente complicado, devido, principalmente: a) capacidade de produção de estruturas de resistências, escleródios, que permitem a sobrevivência em condições adversas do solo por muitos anos; b) suas atividades saprofíticas; c) diversidade de hospedeiros; d) ausência de cultivares resistentes para algumas culturas; e e) seleção de estirpes resistentes aos defensivos químicos (Bardin & Huang 2001; Campion et al., 2003; Ogoshi, 1996; Zhang et al., 2009).
[005] Desses fatores, o uso de defensivos agrícolas tem sido considerado um dos pontos chaves para controle de pragas agrícolas; entretanto, seu uso indiscriminado tem induzido a seleção de populações resistentes e, também causado sérios problemas sanitários e ambientais. Além disso, devido aos efeitos nocivos causados por alimentos contaminados com defensivos agrícolas, tem havido um aumento na percepção pública contra esses produtos, culminando numa necessidade por estratégias de controle alternativas.
[006] Nesse contexto, o uso de microrganismos para mitigar os danos causados por fitopatógenos vem sendo considerado uma opção viável. Essa estratégia, conhecida como controle biológico, possui algumas vantagens frente às demais tecnologias, principalmente, por ser pouco ou nada tóxica para seres humanos e animais, e permitir explorar modos de ação diferentes dos defensivos químicos (Zucchi et al. 2008).
[007] Muitos microrganismos antagonistas ou microparasitas têm sido reportados e utilizados para o controle biológico de diversos fungos fitopatogênicos. De maneira geral, bactérias antagonistas a fungos fitopatogênicos (p. ex. Bacillus, Streptomyces, Pseudomonas etc.) têm seu modo de ação associado à produção de compostos secundários e enzimas líticas (Raajimakers et al. 2002; Fernando et al., 2007; Canova et al. 2010; Zucchi et al. 2010). No caso de fungos comumente utilizados em programas de controle biológicos, somam-se, a essas características, a capacidade de parasitar fitopatógenos fúngicos, p. ex. Trichoderma spp. parasitando Sclerotinia sclerotiorum (Abdullah et al. 2008) e Clonostachys rosea parasitando Botrytis cinerea (Huang et al. 2002).
[008] Essa versatilidade no modo de ação apresentado pelos organismos de controle biológico vem sendo largamente explorada. Isolados de diversas espécies são comercializados e apresentam resultados muitas vezes iguais ou superiores aos defensivos químicos. Os efeitos benéficos desses modos de ação podem ainda ser expandidos ao usar formulações com mais de um organismo. Entretanto, apesar de pesquisas relacionadas demonstrar a eficácia relativamente superior dessas misturas, seu uso comercial ainda é incipiente (Siddiqui 2005). Um dos motivos para a baixa comercialização de produtos contendo misturas de agentes de controle biológico se deve, justamente, à dificuldade de estabilização dessas formulações e, no caso do Brasil, entraves burocráticos referentes ao registro. Porém, formulações mistas vêm sendo empregadas para outros fins agrícolas, como controle de fitonematoides (US 20150050258A1; BR 1020170006735) e microrganismos promotores de crescimento de planta (US20090308121A1), sinalizando um novo campo para o controle de fitopatógenos: o uso de composições microbiológicas complexas para o controle desses microrganismos.
OBJETIVO DA INVENÇÃO
[009] Assim, o objetivo da presente invenção é desenvolver composições efetivas contra fungos fitopatogênicos em plantas cultiváveis, que apresente mecanismos de ação diferentes e complementares. Essas composições envolvem o uso de bactérias e fungos com adição de aditivos e excipientes.
DESCRIÇÃO RESUMIDA DA INVENÇÃO
[010] A presente invenção refere-se ao uso efetivo de quantidades de Bacillus amyloliquefaciens, Clonostachys rosea e Trichoderma harzianum, concomitantemente com aditivos e excipientes, em composições biológicas na mitigação de fungos fitopatogênicos em plantas cultiváveis.
DESCRIÇÃO DETALHADA DA INVENÇÃO
[011] A composição para controle biológico de fungos fitopatogênicos compreende microrganismos, mas não se limita, na concentração final de (em unidades formadoras de colônia, u.f.c.), conforme segue: • Bacillus amyloliquefaciens - 1,0 x 10 u.f.c./g • Clonostachys rosea - 1,0 x 106 u.f.c./g • Trichoderma harzianum - 1,0 x 107 u.f.c./g [012] Os isolados foram identificados e classificados pela Coleção Brasileira de Microrganismos de Ambiente e Indústria (CBMAI/UNICAMP) e Instituto Biológico de Campinas, onde encontram-se depositados.
[013] A composição apresenta as seguintes concentrações: Bacillus amyloliquefaciens: 1,0 a 20,0% Trichoderma harzianum: 1,0 a 45,0% Aditivos: 1,0 a 10,0% Excipientes: 10,0 a 96,0% [014] Opcionalmente na composição poderá ser acrescentado o microorganismo Clonostachys rosea com na concentração de 1,0 a 15,0%. [015] Os aditivos podem ser, mas não se limitam a, dispersantes selecionados do grupo consistindo de polímeros iônicos solúveis em água, polímeros aniônicos solúveis em água; surfactantes selecionados do grupo consistindo de surfactantes aniônicos e surfactantes não iônicos; e combinações entre eles.
[016] Os excipientes podem ser, não se limitando a, do grupo que consiste em sílicas, talco, bentonita, carboidratos e combinações entre eles. [017] A composição deve ser empregada como formulação em pó molhável. Entretanto, outras formulações contendo esses microrganismos, tais como, emulsões, suspensões concentradas, grânulos, etc. também podem ser utilizadas.
EXEMPLOS DE OBTENÇÃO
[018] Uma composição contendo 8,0% de Bacillus amyloliquefaciens, 8,0% de Clonostachys rosea, 4,8% de Trichoderma harzianum, 3,0% de polímero de estireno acrílico, 1,0% surfactante aniônico e 75,2% de inerte foi formulada para avaliar sua eficiência no controle de fitopatógenos. Os exemplos abaixo ilustram, mas não limita, o uso dessa composição: [019] EXEMPLO 1: Controle de Rhizoctonia solani em feijão. OBJETIVO
[020] Avaliar o efeito, em condições de campo, da formulação biológica contendo agentes bacterianos e fúngicos antagônicos no controle de Rhizoctonia solani, aplicado via tratamento de sementes.
MATERIAL E MÉTODOS
[021] Delineamento experimental: blocos casualizados com sete tratamentos e quatro repetições. As parcelas constituíram-se de seis linhas com cinco metros de comprimento cada, totalizando uma área de 15 m2. Entretanto, para as avaliações desconsiderou-se 1 m em cada uma das extremidades das linhas, totalizando uma parcela útil de 9 m2.
[022] Tratamentos e forma de aplicação: Avaliou-se o efeito de cinco doses da formulação (30, 70, 100, 150 e 200 g.100 kg de sementes-1), utilizando-se um controle negativo (sem tratamento) e um controle positivo (300 g de fludioxonil + metalaxyl - 7,5 e 3,0% ingrediente ativo, respectivamente). O tratamento das sementes foi feito adicionando-se água à dose do produto indicado até completar o volume de 5 mL. Em seguida, 500 g de sementes de feijão, variedade Pérola, foram adicionadas em um saco plástico juntamente com os 5 mL da mistura (produto + água). Esse saco foi fechado e agitado até a completa homogeneização dos produtos e, posteriormente, as sementes foram semeadas em área com espaçamento de 0,5 m entre linhas densidade populacional de 15 sementes por metro. A emergência das plântulas ocorreu 5 dias após a semeadura.
[023] Amostragem e avaliação da eficácia da formulação: O efeito dos tratamentos em estudo foi avaliado pelo número de plantas por metro linear (stand) e o número de planta sintomáticas em uma amostra de 100 plantas em cada parcela útil. As avaliações foram realizadas aos 7, 14, 21 e 28 dias após a emergência das plântulas (DAE). A produtividade média da cultura foi estimada em toneladas por hectare, pesando-se os grãos colhidos em 6 m2 de cada parcela útil.
[024] Análise estatística: Os dados das avaliações de stand, número de plantas atacadas e produtividade foram transformados utilizando-se + 1 e submetidos à análise de variância. As comparações das médias foram realizadas pelo teste de Tukey (p<0,05) (1949), e as eficácias dos tratamentos foram calculadas segundo Abbott (1925).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
[025] Aos sete dias após emergência não houve diferença entre o stand em feijoeiro das áreas com sementes tratadas com a formulação biológica e os controles. Entretanto, na avaliação realizada aos 28 DAE, observou-se que o stand nas áreas semeadas com sementes tratadas com a formulação biológica (150 e 200 g p.c.100 kg sementes'1) e/ou com o controle químico era substancialmente superior do que o apresentado pelo controle, mantendo o stand inicial da cultura em um intervalo de 83,33 a 90% (Tabela 1). TABELA E Efeito dos tratamentos sobre o stand em feijoeiro (P. vulgans) ao longo das avaliações. *médias seguidas de mesma letra não diferem entre si nas colunas pelo teste de Tukey (p<0,05); CV (%): coeficiente de variação. **Fludioxonil+metalaxyl (7,5 e 3,0% i.e., respectivamente) [026] O tratamento com a formulação biológica nas concentrações de 70 a 200 g.p.c.100 kg sementes'1 e o tratamento químico apresentaram resultados satisfatórios e significativamente diferentes do controle, na mitigação da podridão radicular de R. solani aos sete DAE (Tabela 2). Vale destacar que os tratamentos com a formulação biológica nas doses de 100 a 200 g p.c.100 kg sementes'1 e o tratamento químico, impediram a infecção das plantas peto fungo R. solani e, consequentemente, a podridão radicular com 100% de eficácia. Aos 28 DAE, verificou-se uma relativa queda no poder residual dos tratamentos com a formulação biológica, os quais apresentaram índices de controle de até 73,97%. Essa queda foi significativamente diferente e inferior à observada no controle. Entretanto, no mesmo período de avaliação, o tratamento químico reduziu a quantidade de plantas danificadas por R. solani em 90,41%. TABELA 2. Efeitos dos tratamentos sobre a quantidade de plantas de feijão com podridão radicular de R. solani ao longo das avaliações.
Nota: médias seguidas de mesma letra não diferem entre si nas colunas pelo teste de Tukey (p<0,05); 1g.100 kg sementes-1; 2Fludioxonil+metalaxyl (7,5 e 3,0% i.e., respectivamente); m: percentual de plantas com podridão radicular de Rhizoctonia solani em 100 plantas por parcela útil (média de quatro repetições); DAE: dias após a emergência das plântulas; E (%): eficácia dos tratamentos segundo Abbott (1925); CV (%): coeficiente de variação.
[027] Finalmente, os diferentes tratamentos em estudo foram responsáveis por acréscimos variando de 13,75 a 24,31% na produtividade da cultura. Esses resultados demonstram os efeitos nocivos da podridão radicular de R. solani no feijoeiro e os benefícios decorrentes do seu controle utilizando a formulação biológica (Tabela 3). TABELA 3. Produtividade média do feijoeiro (P. vulgaris) em função dos tratamentos aplicados para controle da podridão radicular de R. solani. Uberlândia, MG, agosto de 2012.
Nota: médias seguidas de mesma letra não diferem entre si nas colunas pelo teste de Tukey (P<0,05); ton/ha: toneladas por hectare; 'gramas ou mililitros de produto comercial por 100 quilogramas de sementes; 2Fludioxonil+metalaxyl (7,5 e 3,0% i.e., respectivamente); CV (%): coeficiente de variação.
[028] EXEMPLO 2: Controle de Sclerotinia sclerotiorum em feijão.
OBJETIVO
[029] Avaliar o efeito, em condições de campo, da formulação biológica contendo os agentes bacterianos e fúngicos antagônicos no controle de Sclerotinia sclerotiorum.
MATERIAL E MÉTODOS
[030] Delineamento experimental: blocos casualizados com sete tratamentos e quatro repetições. As parcelas constituíram-se de seis linhas com seis metros de comprimento cada, totalizando uma área de 18 m2. Entretanto, para as avaliações desconsiderou-se 1 metro em cada extremidade das linhas, totalizando uma parcela útil de 12 m2.
[031] Tratamento e forma de aplicação: Avaliou-se o efeito de cinco doses da formulação biológica (300, 500, 750 e 1000 g.ha-1), utilizando-se um controle negativo (sem tratamento) e dois controles positivos: um químico (300 g de fludioxonil + metalaxyl - 75 e 3,0% ingrediente ativo, respectivamente) e outro biológico (350 g de Trichoderma asperellum, 1,0 x 1010 u.f.c/g).
[032] Os tratamentos com a formulação biológica e o controle biológico foram aplicados mediante pulverização foliar, quando as plantas se encontravam no estádio de desenvolvimento 44, segundo a escala BBCH (Weber et al., 2001). Para a aplicação foi utilizado pulverizador costal pressurizado a CO2 (60 lbf/pol-2) com pressão constante, munido de uma barra com pontas de pulverização do tipo leque 110.02 e volume de calda equivalente a 200 L.ha-1. O tratamento químico foi realizado antes do plantio, no estádio fenológico 0 (escala BBCH - Weber et al., 2001).
[033] Amostragem e avaliação da eficácia da formulação: Realizaram-se cinco avaliações da incidência (%) e severidade (notas de 0 a 10) da doença, contando-se a quantidade de plantas sintomáticas e o percentual da planta danificada pelas lesões de mofo-branco, em uma amostra de 100 plantas por parcela útil, sendo a primeira avaliação realizada antes da aplicação dos tratamentos via pulverização, e as demais aos 10, 20, 30 e 40 dias após a aplicação dos tratamentos (DAA). A produtividade média da cultura foi estimada em sacos por hectare pesando-se os grãos colhidos em 6 m2 de cada parcela. Durante a vigência do experimento monitorou-se a cultura com a finalidade de documentar a ocorrência de qualquer sintoma de fitotoxidez causado pelos produtos às plantas de feijão.
[034] Análise estatística: Os dados das avaliações de incidência, severidade e produtividade foram transformados utilizando-se a equação % + 1 e submetidos à análise de variância. A área abaixo da curva de progresso da severidade da doença (AACPD) foi calculada conforme Campbell e Madden (1990). As comparações das médias foram realizadas peto teste de Tukey (p<0,05) (1949), e as eficácias dos tratamentos foram calculadas segundo Abbott (1925).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
[035] Aos 10 DAA não foi possível determinar o efeito dos tratamentos em estudo sobre a incidência de mofo-branco em feijoeiro, uma vez que a doença ainda não havia se instalado na área experimental (Tabela 4). Contudo, aos 20 DAA, com a instalação e evolução da doença, verificou-se que os tratamentos aplicados apresentaram efeitos significativos sobre a incidência da doença. Entretanto, desempenhos satisfatórios só foram observados nas plantas tratadas com a formulação biológica na concentração de 1000 g p.c.ha'1 e no controle químico (Fludioxonil+metalaxyl; 7,5 e 3,0% i.e., respectivamente), os quais não demonstraram sintomas aparentes de mofo-branco. Aos 30 DAA, o melhor resultado foi observado nas áreas em que as sementes foram tratadas com o controle químico, onde 100% das plantas permaneciam isentas da doença, seguidas pelas áreas tratadas com a formulação biológica, na dose de 1000 g p.c.ha'1, nas quais a incidência da doença foi controlada em 85,71%. Na última avaliação (40 DAA), os diferentes tratamentos com formulação biológica diferiram significativamente da testemunha nas doses de 500, 750 e 1000 g p.c.ha-1, representando um controle da incidência da doença em um intervalo de 39,34 a 62,30%. Essas doses apresentaram resultados superiores ao demonstrado pelo Controle Biológico (composto apenas por T. asperellum), evidenciando-se a melhoria na eficiência do controle de S. sclerotiorum pelo uso da mistura de agentes de controle. TABELA 4. Efeito dos tratamentos sobre a incidência de mofo-branco (S. sclerotiorum) em feijoeiro (P. vulgaris) e eficácia dos tratamentos ao longo das avaliações.
Nota: médias seguidas de mesma letra não diferem entre si nas colunas pelo teste de Tukey (p<0,05); 1gramas de produto comercial por hectare ou mililitros de produto comercial por 100 quilogramas de sementes; 2Fludioxonil+metalaxyl (7,5 e 3,0% i.e., respectivamente); 3Trichoderma asperellum (1,0 x 1010 ufc.g-1); m: número de plantas sintomáticas em 100 plantas por parcela útil; DAA: dias após a aplicação dos tratamentos; E (%): eficácia dos tratamentos segundo Abbott (1925); CV (%): coeficiente de variação.
[036] Os resultados obtidos para a severidade da doença (Tabela 5) foram semelhantes aos observados para a incidência de mofo-branco. Aos 10 DAA não foi possível determinar o desempenho dos tratamentos sobre a severidade do mofo-branco, já que a doença não estava instalada na área de estudo. Aos 20 DAA, com a instalação da doença, ficou comprovada a efetivo controle da formulação biológica na maior dosagem (1000 g p.c.ha-1) e do controle químico, os quais controlaram a severidade da doença em 100%, enquanto que os demais tratamentos proporcionaram uma redução que variou de 50,34 a 79,31%. Aos 30 DAA, a severidade da doença reduziu em um intervalo de 31,73 a 100% nas plantas tratadas, sendo os melhores resultados também foram observados no tratamento com a formulação biológica 1000 g p.c.ha-1 e no controle químico. Nesses tratamentos a redução foi de 88,27 e 100%, respectivamente. Na última avaliação, registrou-se uma queda no poder residual da formulação biológica (1000 g p.c.ha-1) mas ainda assim, esse tratamento foi melhor que o tratamento com o controle biológico (T. asperellum), o qual não diferiu da testemunha. TABELA 5. Efeitos dos tratamentos sobre a severidade de mofo-branco (S. sclerotiorum) em feijoeiro (P. vulgaris) e eficácia dos tratamentos ao longo das avaliações.
Nota: médias seguidas de mesma letra não diferem entre si nas colunas pelo teste de Tukey (p<0,05); DAA: dias após a aplicação dos tratamentos; 1gramas de produto comercial por hectare ou mililitros de produto comercial por 100 quilogramas de sementes; 2Fludioxonil+metalaxyl (7,5 e 3,0% i.e., respectivamente); 3Trichoderma asperellum (1,0 x 1010 ufc.g-1); m: percentual de área vegetal lesionada por mofo-branco por parcela útil; E (%): eficácia dos tratamentos segundo Abbott (1925); AACPD: área abaixo da curva de progresso da severidade da doença (Campbell e Madden, 1990); CV (%): coeficiente de variação.
[037] A produtividade do feijoeiro foi afetada de forma significativa pelos tratamentos utilizados, registrando-se ganhos na produtividade variando de 4,45 a 64,43% (Tabela 6). Ressalta-se que os acréscimos mais expressivos foram obtidos nos tratamento de sementes com a formulação biológica, na dose de 1000 g p.c.ha-1 e o controle químico, nos quais os incrementos foram de 37,78 e 64,43%, respectivamente. Estes resultados comprovam os prejuízos acarretados pela incidência do mofo-branco na cultura do feijão e os benefícios que o produtor pode obter no controle dessa doença utilizando a formulação biológica. TABELA 6. Produtividade média do feijoeiro (P. vulgaris) em função dos tratamentos aplicados para controle do mofo-branco. 'médias seguidas de mesma letra não diferem entre si nas colunas pelo teste de Tukey (p<0,05); 1gramas de produto comercial por hectare ou mililitros de produto comercial por 100 quilogramas de sementes; 2Fludioxonil+metalaxyl (7,5 e 3,0% i.e., respectivamente); 3Trichoderma asperellum (1,0 x 1010 ufc.g-1); CV (%): coeficiente de variação.
[038] Além disso, os tratamentos em estudo não causam nenhum sintoma de fitotoxidez à cultura.
[039] Assim, as avaliações comprovam que o uso da formulação biológica contendo B. amyloliquefaciens, C. rosea e T. harzianum controla R. solani e S. sclerotiorum na cultura do feijão, podendo ser recomendado no manejo integrado desses fitopatógenos na cultura.
[040] Em uma segunda composição contendo 8,0% de Bacillus amyloliquefaciens, 4,8% de Trichoderma harzianum, 3,0% de polímero de estireno acrílico, 1,0% surfactante aniônico e 83,2% de inerte foi formulada para avaliar sua eficiência no controle de fitopatógenos. O exemplo abaixo ilustra, mas não limita, o uso dessa composição: [041] EXEMPLO 3. Controle de Rhizoctonia solani em feijão.
OBJETIVO
[042] Avaliar o efeito, em condições de campo, da formulação biológica contendo os agentes bacteriano e fúngicos antagônicos no controle de Rhizoctonia solani, aplicado via tratamento de semente.
MATERIAL E MÉTODOS
[043] Delineamento experimental: blocos casualizados com sete tratamentos e quatro repetições. As parcelas experimentais totalizaram uma área de 24,0 m2 (8,0 x 3,0 m), sendo a parcela útil constituída por uma área de 14,0 m2.
[044] Tratamento e forma de aplicação: a infecção das sementes por R. solani foi garantida com a inoculação prévia do fitopatógeno, exceto o controle negativo (sem tratamento). O inóculo do fungo, previamente preservado pelo método Castellani, foi colocado para crescer por sete dias a 25°C, fotoperíodo de 12h, em placas de Petri (140 x 15 mm) contendo meio BDA (batata dextrose ágar). Posteriormente, sementes de feijão desinfestadas com hipoclorito de sódio 2,0% por 30s, foram colocadas em contato com o fungo por dois dias e mantidas a 25°C e fotoperíodo de 12h. Passado este período, as sementes foram retiradas das placas e submetidas aos diferentes tratamentos em estudo. Assim, avaliou-se o efeito de cinco doses da formulação biológica (0,45, 0,90, 1,40, 2,00 e 2,50 g p.c. kg semente-1), utilizando-se um controle negativo (sem tratamento) e um controle inoculado (fitopatógeno inoculado artificialmente). O tratamento de sementes foi feito realizado conforme descrito anteriormente. As plântulas emergiram sete dias após a semeadura.
[045] Amostragem e avaliação da eficácia da formulação: os efeitos dos tratamentos sobre a podridão radicular foram aferidos por meio de avaliações de incidência e severidade da doença para uma amostra de cinco plantas coletadas ao acaso dentro de cada parcela útil. Para a avaliação de severidade, atribui-se notas de 1 a 9 (sendo 1 = 0), escala proposta por Schoonhoven e Pastor-Corrales (1987), onde: 1 = sem sintomas visíveis; 3 = 5 a 10% da planta está infectada; 5 = 20 a 30% da planta está infectada; 7 = 40 a 60% da planta está infectada; 9 = mais de 80% da planta está infectada. As notas foram convertidas para percentual pelo índice de infecção proposto por Mckinney (1923). Todas as avaliações foram realizadas aos 3, 7, 10, 14 e 21 dias após a emergência (DAE). A produtividade da cultura foi estimada em quilogramas por hectare, pesando em uma balança analítica os grãos colhidos em 7,0 m2 de cada parcela útil. Durante a vigência do experimento monitorou-se a cultura com a finalidade de documentar a ocorrência de qualquer sintoma de fitotoxidez causado petos produtos às plantas de feijão.
[046] Análise estatística: Os dados das avaliações de incidência, severidade e produtividade foram transformados utilizando-se a equação V':Y + 1 e submetidos à análise de variância. A área abaixo da curva de progresso da severidade da doença (AACPD) foi calculada conforme Campbell e Madden (1990). As comparações das médias foram realizadas peto teste de Scott-Knott (p<0,05) (1974), e as eficácias dos tratamentos foram calculadas segundo Abbott (1925).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
[047] Com relação à incidência da doença, observou-se plantas sintomáticas em todos os tratamentos estudados, inclusive no controle negativo, para a qual utilizou-se sementes sem contato com o fungo. Esse fato demonstra a contaminação do solo oriunda de safras anteriores, sendo o experimento instalado em área já com fonte de inóculo para R. solani. Essa situação é comum e se repete em quase todas as regiões de cultivo no Brasil, pois R. solani é um fungo cosmopolita, sobrevivendo no solo, na forma de escleródios, de uma safra para outra. Assim, fica comprovada a importância de se obter estratégias eficazes e ambientalmente seguras para o manejo deste fungo. Aos 3 e 7 DAE, a formulação biológica não diferiu estatisticamente do controle absoluto, ou seja, não diminui a incidência da doença. Como se trata de um produto biológico, é necessário um tempo para que haja o desenvolvimento dos organismos que compõem o produto e consequentemente, o estabelecimento dessas populações na comunidade rizosférica da cultura, possibilitando, assim, a ação desses organismos contra o fitopatógeno alvo. Essa ação pode ser visualizada aos 10 DAE, quando todas as doses avaliadas da formulação biológica reduziram de 40 a 90% a incidência de plantas doentes; esse efeito “protetor” persistiu até a última avaliação aos 21 DAE (Tabela 8). TABELA 8. Efeito dos tratamentos sobre a incidência de R. solani na cultura do feijoeiro (P. vulgaris), cultivar Pérola, ao longo das avaliações. Uberlândia, MG, 2017. m: média de quatro repetições (5 plantas/ parcela); jmédias seguidas de mesma letra não diferem entre si nas colunas pelo teste de Scott-Knott (p<0,05); DAE: dias após a emergência; g p.c. kg semente-1: gramas de produto comercial por quilograma de sementes; AACPD: área abaixo da curva do progresso da doença; CV (%): coeficiente de variação; E (%): eficiência calculada pela fórmula de Abbott.
[048] Resultados semelhantes aos apresentados para incidência foram observados para severidade. No início do desenvolvimento da cultura, aos 3 e 7 DAE, a formulação biológica não controlou a severidade da doença, obtendo-se médias semelhantes as médias observadas para os controles. No entanto, aos 10 DAE, a severidade nas plantas oriundas de sementes tratadas com as formulações biológicas foi estatisticamente inferior à testemunha inoculada, obtendo-se controle de 64,29 a 92,86%, para todas as doses avaliadas. Aos 14 DAE, houve um aumento na severidade da doença em todas as plantas, sendo esse avanço mais lento nas plantas tratadas com a formulação biológica, nas doses de 0,90 a 2,50 g p.c.kg sementes-1, com diferença de 60,66 a 85,25% em comparação com o controle inoculado. A menor dose (0,40 g p.c.kg sementes-1), apesar de não diferir estatisticamente do controle inoculado, apresentou uma eficiência de controle superior a 29%. Aos 21 DAE os tratamentos utilizando as maiores doses (0,90 a 2,5 g p.c.kg sementes-1) foram estatisticamente superiores à severidade observada no controle inoculado. No que diz respeito à evolução da doença, dentro da área e o avanço dela nas plantas, o tratamento de sementes com a formulação biológica, nas doses de 0,90 a 2,50 g p.c.kg sementes-1, retardou o avanço da colonização do fungo nos tecidos ainda sadios, reduzindo os danos na lavoura. O tratamento de sementes com a formulação biológica, nas quatro maiores doses, controlou de 47,24 a 70,66% a evolução da doença em comparação com a testemunha inoculada (Tabela 9). TABELA 9. Efeito dos tratamentos sobre a severidade (índice de infecção) de R.solani na cultura do feijoeiro (P. vulgaris), cultivar Pérola, ao longo das avaliações. Uberlândia, MG, 2017. m: média de quatro repetições (5 plantas/ parcela); fmédias seguidas de mesma letra não diferem entre si nas colunas pelo teste de Scott-Knott (p<0,05); DAE: dias após a emergência; g p.c. kg semente-1: gramas de produto comercial por quilograma de sementes; AACPD: área abaixo da curva do progresso da doença; CV (%): coeficiente de variação; E (%): eficiência calculada pela fórmula de Abbott.
[049] Com relação a produtividade da cultura, não houve interação significativa entre os tratamentos (Tabela 10). TABELA 10. Produtividade de feijoeiro (P. vulgaris), cultivar Pérola, em função dos tratamentos aplicados. Uberlândia, MG, 2017. m: média de quatro repetições; fmédias seguidas de mesma letra não diferem entre si nas colunas pelo teste de Scott-Knott (p<0,05); g p.c. kg semente-1: gramas de produto comercial por quilograma de sementes; kg.ha-1: quilogramas por hectare; IR: incremento na produtividade em relação à testemunha; CV (%): coeficiente de variação.
[050] Portanto, diante dos resultados apresentados, fica comprovado o efeito da formulação biológica no tratamento de sementes para o controle da podridão radicular (R. solani) na cultura do feijoeiro, podendo esse ser recomendado como uma prática fitossanitária dentro do manejo integrado desta cultura.
CONCLUSÕES
[051] As combinações entre a bactéria Bacillus amyloliquefaciens, e os fungos Clonostachys rosea e Trichoderma harzianum ou Bacillus amyloliquefaciens e Trichoderma harzianum se mostram como alternativas viáveis ao uso de fungicidas químicos. Ademais, ao combinar os diversos mecanismos de controle desses microrganismos específicos, essas formulações biológicas ampliam os efeitos benéficos desses agentes de controle na mitigação dos danos causados por fitopatógenos.
[052] O preparo da formulação deverá seguir o seguinte fluxo de eventos: • Matéria prima: as matérias primas que irão compor o produto deverão ser recebidas e manipuladas por pessoas treinadas; • Mistura: as matérias primas deverão ser pesadas e misturadas seguindo o procedimento operacional padrão (POP) nas proporções indicadas; • Amostragem: após a mistura, deverão ser retiradas amostras para verificação e certificação das garantias do produto. Deve-se analisar número de unidades formadoras de colônias u.f.c./g de produto; • Envase: o produto formulado que se apresentar dentro das especificações de garantia deverão ser envasados em frascos plásticos de 1,0 e 10,0 kg, previamente rotulados. Os potes são selados e fechados com tampa; • Armazenagem: os frascos são acomodados em pallets e armazenados em local seco, arejado e protegido da luz, permanecendo nessa condição até ser despachado.
[053] O presente invento poderá ser aplicado como tratamento de sementes, aplicação via sulco e pulverização em área total para o controle de fungos fitopatogênicos. O método de aplicação deverá ser analisado caso a caso e dependerá das condições técnicas e necessidade de cada produtor.
VANTAGENS OBTIDAS
[054] Com a composição para controle biológico de fungos fitopatogênicos, assim obtida, a mesma oferece as seguintes vantagens: • Apresenta ser uma alternativa ao uso de fungicidas químicos, vindo ao encontro do interesse da sociedade para produtos mais ecologicamente seguros; • Explora uma gama maior de mecanismos de ação contra fungos fitopatogênicos, garantindo, assim, uma maior eficiência; • Diminui a seleção de fitopatógenos resistentes a produtos químicos; e • Possui uma versatilidade na aplicação (via sulco de plantio, tratamento de sementes e pulverização foliar), facilitando sua utilização em diversos sistemas de plantio.
[055] A abrangência da presente patente de invenção, não deve ser limitada aos exemplos de aplicação, mas sim, aos termos definidos nas reivindicações e seus equivalentes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Abdullah MT, Ali NY, Suleman P (2008) Biological control of Sclerotinia sclerotiorum (Lib.) de Bary with Trichoderma harzianum and Bacillus amyloliquefaciens. Crop Protec 27:1354-1359.
Bardin SD, Huang HC (2001) Research on biology and control of Sclerotinia diseases in Canada. Can J Plant Pathol 23:88-98.
Boland GJ, Hall R (1994) Index of plant hosts of Sclerotinia sclerotiorum. Can J Plant Pathol 16:93-108.
Bolton MD, Thomma BPHJ, Nelson BD (2006) Sclerotinia sclerotiorum (Lib.) de Bary: biology and molecular traits of a cosmopolitan pathogen. Mol Plant Pathol 7:1-16.
Campbell CL, Madden LV (1990) Introduction to Plant Disease Epidemiology. New York. John Wiley & Sons.
Campion C, Chatot C, Perraton B, Andrivon D (2003) Anastomosis groups, pathogenicity and sensitivity to fungicides of Rhizoctonia solani isolates collected on potato crops in France. Eur J Plant Pathol 109:983-992.
Canova SP, Petta T, Reyes LF, Zucchi TD, Moraes LAB, Melo IS (2010) Characterization of lipopeptides from Paenibacillus sp. (IIRAC30) suppressing Rhizoctonia solani. World J Microbiol Biotechnol 26:22412247.
Faltin F, Lottmann J, Grosch R, Berg G (2004) Strategy to select and assess antagonistic bacteria for biological control of Rhizoctonia solani Kühn. Can J Microbiol 50:811-820.
Fernando WGD, Nakkeeran S, Zhang Y, Savchuk S (2007) Biological control of Sclerotinia sclerotiorum (Lib.) de Bary by Pseudomonas and Bacillus species on canola petals. Crop Prot 26:100-107 Koenning, S. R., & Wrather, J. A. (2010). Suppression of soybean yield potential in the continental United States by plant diseases from 2006 to 2009. Plant Health Progress, 10.
McKinney HH (1923) Influence of soil, temperature and moisture on infection of whea seedlings by Helminthosporium sativum. Journal of Agricultural Research 26:195-217, Ogoshi A (1996) The genus Rhizoctonia. In: Sneh B, Jabli-Hare S, Neate S, Dijst G (eds) Rhizoctonia species: taxonomy, molecular biology, ecology, pathology and disease control. Kluwer, Dordrecht, pp 1 -9.
Ohkura M, Abawi GS, Smart CD (2009) Diversity and aggressiveness of Rhizoctonia solani and Rhizoctonia-like fungi on vegetables in New York.
Plant Dis 93:615-624.
Raaijmakers JM, Vlami M, de Souza JT (2002) Antibiotic production by bacterial biocontrol agents. Antoine van Leeuwenhoek 81:537-547 Schoonhoven A, Pastor-Corrales MA (1987) Sistema estándar para la evaluación del germoplasma de frijol. Cali, Colombia. CIAT.
Scott A, Knott M (1974) Cluster-analysis method for grouping means in analysis of variance. Biometrics 30:507-512.
Siddiqui ZA (2005) PGPR: prospective biocontrol agents of plant pathogens. In PGPR: biocontrol and biofertilization (pp. 111-142). Springer Netherlands.
Zhang CQ, Liu YH, Ma XY, Feng Z, Ma ZA (2009) Characterization of sensitivity of Rhizoctonia solani, causing rice sheath blight, to mepronil and boscalid. Crop Prot 28:381-386.
Zucchi TD, Almeida LG, Dossi FCA, Cônsoli FL (2010) Secondary metabolites produced by Propionicimonas sp. (ENT-18) induce histological abnormalities in the sclerotia of Sclerotinia sclerotiorum. BioControl 55:811-819.
Zucchi TD, Moraes LAB, Melo IS (2008) Streptomyces sp. ASBV-1 reduces aflatoxin accumulation by Aspergillus parasiticus in peanut grain. J. Appl. Microbiol. 105:2153-2160.
REIVINDICAÇÕES

Claims (6)

1 - COMPOSIÇÃO PARA CONTROLE BIOLÓGICO DE FUNGOS FITOPATOGÊNICOS, caracterizado por compreender microrganismos (em unidades formadoras de colônia, ufc), conforme segue: • Bacillus amyloliquefaciens - 1,0 x 10 ufc/g • Clonostachys rosea - 1,0 x 106 ufc/g • Trichoderma harzianum - 1,0 x 107 ufc/g nas seguintes concentrações: Bacillus amyloliquefaciens: 1,0 a 20,0% Trichoderma harzianum: 1,0 a 45,0% Aditivos: 1,0 a 10,0% Excipientes: 10,0 a 96,0%
2 - COMPOSIÇÃO PARA CONTROLE BIOLÓGICO DE FUNGOS FITOPATOGÊNICOS, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por opcionalmente na composição ser acrescentado o microorganismo Clonostachys rosea na concentração de 1,0 a 15,0%;
3 - COMPOSIÇÃO PARA CONTROLE BIOLÓGICO DE FUNGOS FITOPATOGÊNICOS, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelos aditivos serem dispersantes selecionados do grupo consistindo de polímeros iônicos solúveis em água, polímeros aniônicos solúveis em água; surfactantes selecionados do grupo consistindo de surfactantes aniônicos e surfactantes não iônicos; e combinações entre eles;
4 - COMPOSIÇÃO PARA CONTROLE BIOLÓGICO DE FUNGOS FITOPATOGÊNICOS, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelos excipientes serem do grupo que consiste em sílicas, talco, bentonita, carboidratos e combinações entre eles;
5 - COMPOSIÇÃO PARA CONTROLE BIOLÓGICO DE FUNGOS FITOPATOGÊNICOS, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por ser empregada como formulação em pó molhável, emulsões, suspensões concentradas e grânulos;
6 - COMPOSIÇÃO PARA CONTROLE BIOLÓGICO DE FUNGOS FITOPATOGÊNICOS, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo uso separado dos componentes presentes na formulação, particularmente, Bacillus amyloliquefaciens, Clonostachys rosea e Trichoderma harzianum para um manejo fitossanitário de fitopatógenos, conforme apresentada nessa patente, a ser aplicado durante a safra de um cultivo agrícola comercial, também está sujeita aos termos resguardados à proteção de patente de invenção.
BR102018010543A 2018-05-23 2018-05-23 composição para controle biológico de fungos fitopatogênicos BR102018010543A2 (pt)

Priority Applications (4)

Application Number Priority Date Filing Date Title
BR102018010543A BR102018010543A2 (pt) 2018-05-23 2018-05-23 composição para controle biológico de fungos fitopatogênicos
EP18919679.3A EP3797594A4 (en) 2018-05-23 2018-09-06 COMPOSITION FOR BIOLOGICAL FIGHT AGAINST PHYTOPATHOGENIC FUNGI
PCT/BR2018/050325 WO2019222819A1 (pt) 2018-05-23 2018-09-06 Composição para controle biológico de fungos fitopatogênicos
US16/626,131 US11877578B2 (en) 2018-05-23 2018-09-06 Composition for biologically controlling phytopathogenic fungi

Applications Claiming Priority (1)

Application Number Priority Date Filing Date Title
BR102018010543A BR102018010543A2 (pt) 2018-05-23 2018-05-23 composição para controle biológico de fungos fitopatogênicos

Publications (1)

Publication Number Publication Date
BR102018010543A2 true BR102018010543A2 (pt) 2019-12-10

Family

ID=68615923

Family Applications (1)

Application Number Title Priority Date Filing Date
BR102018010543A BR102018010543A2 (pt) 2018-05-23 2018-05-23 composição para controle biológico de fungos fitopatogênicos

Country Status (4)

Country Link
US (1) US11877578B2 (pt)
EP (1) EP3797594A4 (pt)
BR (1) BR102018010543A2 (pt)
WO (1) WO2019222819A1 (pt)

Families Citing this family (1)

* Cited by examiner, † Cited by third party
Publication number Priority date Publication date Assignee Title
CN116114712B (zh) * 2022-11-25 2023-08-11 安徽省农业科学院植物保护与农产品质量安全研究所 一种包含解淀粉芽孢杆菌杀菌组合物及其应用

Family Cites Families (8)

* Cited by examiner, † Cited by third party
Publication number Priority date Publication date Assignee Title
CA2345715C (en) * 1998-09-30 2010-04-20 Allen Xue Gliocladium roseum strains useful for the control of fungal pathogens in plants
US8822190B2 (en) 2008-01-15 2014-09-02 Board Of Trustees Of Michigan State University Polymicrobial formulations for enhancing plant productivity
SI2603086T1 (sl) 2010-08-10 2017-02-28 Chr. Hansen A/S Nematocidni sestavek, ki obsega Bacillus subtilis in Bacillus licheniformis
CA2955900C (en) * 2014-04-17 2022-10-18 Basf Se Combination of novel nitrification inhibitors and biopesticides as well as combination of (thio)phosphoric acid triamides and biopesticides
WO2016196681A1 (en) * 2015-06-02 2016-12-08 Koch Agronomic Services, Llc Microbial inoculant compositions and uses thereof in agriculture
CN106305792B (zh) * 2016-05-19 2018-12-25 北京启高生物科技有限公司 一种粉红粘帚霉与枯草芽孢杆菌复配的可湿性粉剂
MX2016012860A (es) * 2016-09-30 2018-03-30 Benemerita Univ Autonoma De Puebla Star Biopreparado a base de trichoderma harzianum rifai para el control biologico de hongos con origen en suelo.
CN107858315B (zh) * 2017-12-14 2020-09-11 华中农业大学 一株防治子莲腐败病的解淀粉芽孢杆菌及其应用

Also Published As

Publication number Publication date
US20210059261A1 (en) 2021-03-04
US11877578B2 (en) 2024-01-23
WO2019222819A1 (pt) 2019-11-28
EP3797594A1 (en) 2021-03-31
EP3797594A4 (en) 2022-03-09

Similar Documents

Publication Publication Date Title
Anastasiadis et al. The combined effect of the application of a biocontrol agent Paecilomyces lilacinus, with various practices for the control of root-knot nematodes
JP2018502111A (ja) バチルス・アミロリケファシエンス(bacillus amyloliquefaciens)rti301組成物および植物成長に利益を与えかつ植物病害を処置するための使用方法
JP2018508472A (ja) バチルス・アミロリケファシエンス(bacillus amyloliquefaciens)rti472組成物および植物成長に利益を与えかつ植物病害を処置するための使用方法
Zhang et al. Efficacy of Trichoderma longibrachiatum in the control of Heterodera avenae
PT2603086T (pt) Composição hematocida que compreende bacillus subtilis e bacillus licheniformis
Shahid et al. Recent advances in management strategies of vegetable diseases
Rizvi et al. Growth improvement and management of vegetable diseases by plant growth-promoting rhizobacteria
Malandrakis et al. A Fusarium solani endophyte vs fungicides: Compatibility in a Fusarium oxysporum f. sp. radicis-lycopersici–tomato pathosystem
Poveda et al. Microorganisms as biocontrol agents against bacterial citrus diseases
EP3941205A1 (en) Pseudomonas sp. strain, composition comprising the same, and uses thereof
Gowtham et al. Biological control of Phomopsis leaf blight of brinjal (Solanum melongena L.) with combining phylloplane and rhizosphere colonizing beneficial bacteria
Volynchikova et al. Biological control of oomycete soilborne diseases caused by Phytophthora capsici, Phytophthora infestans, and Phytophthora nicotianae in solanaceous crops
Degani et al. Real-time PCR early detection of Trichoderma treatments efficiency against cotton charcoal rot disease
Izquierdo-García et al. Screening for effective microbial consortia against Fusarium wilt of cape gooseberry (Physalis peruviana)
US9468215B2 (en) Bionematicide composition and method for controlling phytopathogenic nematodes using the same
JP2022514497A (ja) ミクロバクテリウム・エステルアロマティクム株、これを含む組成物、およびそれらの使用
BR102018010543A2 (pt) composição para controle biológico de fungos fitopatogênicos
Walid et al. Biological Control of Tomato Damping-off and Potato Black Scurf by Seed Treatment with Trichoderma harzianum.
WO2020037384A1 (pt) Composição para controle biológico de fitonematoides
RU2514023C1 (ru) Штамм bacillus thuringiensis var. darmstadiensis n 25 в качестве средства комплексного воздействия на вредных жесткокрылых насекомых и фитопатогенные грибы
Khanna et al. Influence of herbicides on Rhizobium growth and its symbiosis with pigeonpea
KR100986653B1 (ko) 슈도모나스 에스피 피에프-1 균주를 이용한 식물병 방제제
Iličić et al. BIOCONTROL ABILITY OF BACILLUS HALOTOLERANS AGAINST STONE FRUIT PATHOGENS
RU2812480C1 (ru) Штамм bacillus thuringiensis var. darmstadiensis 109/7 в качестве полифункционального средства защиты растений и стимулирования их роста
El-Fawy et al. Efficacy of N-alkyl dimethyl benzyl ammonium chloride and Bacillus subtilis for control of Cercospora leaf spot disease of sugar beet: in vitro and in vivo studies

Legal Events

Date Code Title Description
B03A Publication of a patent application or of a certificate of addition of invention [chapter 3.1 patent gazette]
B25D Requested change of name of applicant approved

Owner name: AGRIVALLE BRASIL INDUSTRIA E COMERCIO DE PRODUTOS AGRICOLAS S.A. (BR/SP)

B06W Patent application suspended after preliminary examination (for patents with searches from other patent authorities) chapter 6.23 patent gazette]
B07A Application suspended after technical examination (opinion) [chapter 7.1 patent gazette]
B09B Patent application refused [chapter 9.2 patent gazette]
B12B Appeal against refusal [chapter 12.2 patent gazette]