WO2023028681A1 - Método para produção de tecido conjuntivo colágeno preservado, tecido conjuntivo colágeno, seus usos e kit para implante em tecido - Google Patents

Método para produção de tecido conjuntivo colágeno preservado, tecido conjuntivo colágeno, seus usos e kit para implante em tecido Download PDF

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Abstract

A presente invenção trata de preservação de tecido conjuntivo colágeno de modo a proporcionar a integralidade estrutural das fibras de colágeno, tornando dito tecido adequado para utilização em implantes sem que haja rejeição imune e/ou inflamatória, compreendendo nas etapas de aparar o tecido conjuntivo colágeno em uma solução tamponada, lavar o tecido conjuntivo com a solução tamponada, estabilizar o tecido a uma solução de etanol; tratar o tecido com uma solução de polietilenoglicol, lavar e conservar o tecido em etanol, esterilizar do tecido com uma solução de etanol e peróxido de hidrogênio e armazenar o tecido para transporte em solução de etanol e Indometacina. A presente invenção tem utilização preferida em intervenções cirúrgicas para correção de diversas anomalias do corpo humano, onde um enxerto é particularmente requerido.

Description

“MÉTODO PARA PRODUÇÃO DE TECIDO CONJUNTIVO COLÁGENO PRESERVADO, TECIDO CONJUNTIVO COLÁGENO, SEUS USOS E KIT PARA IMPLANTE EM TECIDO”
CAMPO DA INVENÇÃO
[001] A presente invenção é direcionada a um método para produção de tecido conjuntivo colágeno, ao tecido assim produzido e aos seus usos. Particularmente, a presente invenção trata de preservação de tecido conjuntivo colágeno de modo a proporcionar a integralidade estrutural das fibras de colágeno, tomando dito tecido adequado para utilização em implantes sem que haja rejeição imune e/ou inflamatória. A presente invenção tem sua utilização preferida em intervenções cirúrgicas para correção de diversas anomalias do corpo humano, onde um enxerto é particularmente requerido.
FUNDAMENTOS DA INVENÇÃO
[002] No domínio sobre enxertos ou implantação, encontram-se alguns exemplos no estado da técnica utilizando tecido conjuntivo colágeno. Por exemplo, a patente US 9.205.172 B2 revela um método de tratamento de um biomaterial contendo colágeno para reduzir ou aliviar a calcificação e melhorar a longevidade do biomaterial, que pode ser usado como um dispositivo implantável e métodos para a produção do mesmo. Na patente BRP 10814523-7 B1 revela um implante compósito biocompatível e um método para formação do mesmo, em que compreende uma armação de tecido colágeno reticulado processado sem glutaraldeído e um membro alongado, em que estes são mantidos em contato com outro ao longo do comprimento da armação.
[003] Não obstante, ainda existe no ramos da medicina a necessidade de um método aprimorado para processar tecido conjuntivo colágeno a partir de uma fonte doadora de animais, de modo que as fibras de colágeno possam ser implantadas em um receptor sem qualquer reação de rejeição imune e/ou inflamatória, sendo este o principal objetivo da presente invenção. [004] Ainda que a presente invenção não tenha uso limitado para ser utilizada em procedimentos cirúrgico reconstitutivos nos seres humanos, nos deteremos a seguir a comentar exemplificadamente duas aplicações de enxertos convencionais em procedimento cirúrgico: a primeira para (i) correção de curvatura peniana e a segunda em (ii) aplicações de reconstrução facial em seres humanos.
(i) Curvatura Peniana:
[005] Como bem conhecido nos ramos da medicina, o pênis, o órgão sexual masculino, quando em estado de ereção, na maioria dos homens, apresenta algum grau de curvatura. Desvios menores do que 20 graus no eixo do pênis são considerados normais e em geral não prejudicam, por exemplo, a penetração, não trazendo, assim, problemas para a vida sexual do homem. No entanto, desvios maiores do que 20 graus são considerados patológicos e afetam pelo menos 10% dos homens ao redor do mundo. Dependendo do grau da curvatura, a penetração pode se tornar difícil, ou até mesmo impossível. A curvatura peniana exagerada pode ter origem congênita ou ser causada pela doença de Peyronie. Embora esta condição seja benigna e não traga riscos à saúde do paciente, pode trazer graves problemas a vida sexual e psicológica do paciente. [006] O pênis é um órgão que tem a capacidade de aumentar de tamanho e se tornar erétil quando o homem está sexualmente excitado. Isso é possível devido a sua estrutura anatômica, formada no centro por um feixe de tecido chamado de corpo esponjoso, por dentro do qual passa a uretra, e nas laterais por dois feixes de tecido chamados de corpos cavernosos. Esses tecidos possuem espaços internos que se enchem de sangue quando o homem está sexualmente excitado, fazendo com que aumentem de tamanho e se tomem mais rígidos, de modo a permitir a penetração e, consequentemente, o ato sexual. Esses tecidos são recobertos externamente por um tecido complacente, chamado de túnica albuginea.
[007] A doença de Peyronie é mais comum em homens com mais de 40 anos de idade e geralmente é causada por micro-traumas na túnica albuginea que podem ocorrer ao longo da vida sexual do paciente. No processo de cicatrização desses micro-traumas, pode se desenvolver tecido fibroso, na túnica albuginea, na forma de placas ou nódulos que reduzem a complacência da túnica na área da fibrose. Devido a essa perda de complacência na área da fibrose, quando o pênis fica ereto, o corpo cavernoso não consegue se distender totalmente e o pênis fica curvado.
[008] Durante anos, cirurgiões especializados no tratamento deste problema vêm tentando desenvolver diversas técnicas visando corrigir o problema. No entanto, a maioria delas têm apresentado um baixo índice de sucesso.
[009] Uma das técnicas utilizadas atualmente é a chamada “plicatura”, que consiste em reduzir cirurgicamente o lado não afetado pela fibrose, mas esse procedimento causa uma redução do tamanho do pênis, o que é um efeito indesejado para a maioria dos homens.
[0010] Outra técnica comum consiste em retirar cirurgicamente o tecido fibroso e substituí-lo com algum tipo de enxerto de tecido, que podem ser do tipo autólogo ou autoenxerto, onde ocorre o transplante do tecido de uma parte do corpo para outra do mesmo indivíduo; (b) isoenxerto, aloenxerto ou enxerto homólogo, onde ocorre o transplante do tecido do corpo de outro animal da mesma espécie, porém com um genótipo diferente do indivíduo; ou (c) xenoenxerto ou enxerto heterólogo, onde ocorre o transplante do tecido do corpo entre animais de espécies diferentes.
[0011] Essas técnicas, se bem-sucedidas, não reduzem o tamanho do pênis, sendo preferida pela maioria dos pacientes. No entanto, o tecido utilizado para o enxerto deve ter algumas características especiais, que são difíceis de se encontrar, principalmente nos tecidos heterólogos disponíveis no mercado. Dentre estas características, as principais são: o tecido utilizado para o enxerto deve ter complacência semelhante à da túnica albuginea, caso contrário, o problema não será resolvido; o tecido utilizado para o enxerto deve ser biocompatível e não causar reações alérgicas, inflamatórias ou rejeição; o tecido utilizado para o enxerto não deve sofrer calcificação; o tecido utilizado para o enxerto deve ser capaz de permitir o crescimento das células do próprio paciente sobre o mesmo, promovendo a biointegraçâo; e tecido utiiizado para o enxerto não deve sofrer retração após a cirurgia, pois, do contrário, o problema não será resolvido.
[0012] Todas essas características não estão presentes nos enxertos heterólogos disponíveis comercialmente, o que justifica, pelo menos em parte, a baixa taxa de sucesso obtida atualmente com este tipo de procedimento.
[0013] Um dos tipos de enxerto heterólogo mais comumente disponíveis no mercado é o enxerto de pericárdio bovino preservado com glutaraldeído. Esse tipo de enxerto vem sendo utilizado com relativo sucesso em vários tipos de cirurgias, principalmente cirurgias vasculares. No entanto, as tentativas de sua utilização nas cirurgias para correção de curvatura peniana, não tem sido bem- sucedidas. Os principais motivos para o insucesso desse tipo de enxerto estão relacionados ao fato de que o enxerto de pericárdio bovino preservado com glutaraldeído:
- não possui a complacência e flexibilidade necessárias para se adaptar as mudanças de tamanho que ocorrem no pênis;
- costuma apresentar retração após a cirurgia, causando o encurtamento do membro na área reparada e levando ao insucesso do procedimento;
- não permite o crescimento das células do paciente em sua superfície, comportando-se com um corpo estranho ao organismo;
- embora seja biocompatível, costuma causar reações inflamatórias e sofrer calcificação, o que leva ao endurecimento do tecido e, consequentemente, ao insucesso do procedimento.
[0014] Um exemplo de tentativa para solucionar os problemas acima apontados está revelado na patente US 7.008.763 B2, aqui incorporada como referência em sua totalidade. Esse documento revela um método para processar o tecido conjuntivo colágeno com uma estrutura de fibras de colágeno de uma fonte de doador animal, de modo que após o implante do referido tecido em um receptor, o referido tecido contém um agente anti-inflamatório e é aceitável para o receptor sem uma rejeição imune.
[0015] O método revelado pelo documento US 7.008.763 B2 é baseado na utilização de solução preservativa isenta de glutaraldeído, compreendendo uma solução salina, uma solução estabilizadora, uma solução composta de poliglicol, um sal, um tampão fosfato e um agente oxidante.
[0016] Entretanto, esta solução ainda não é suficiente para se alcançar um tecido adequadamente preservado de modo que possa ser aceito pelo corpo humano uma vez que esta solução não demonstrou como efetiva e suficiente de se alcançar um tecido adequadamente preservado de modo a ser aceito pelo corpo humano como tecido para plastia de membrana albuginea no correção da curvatura peniana, por exemplo.
[0017] Portanto, como acima dito, ainda existe a necessidade de um método aprimorado para processar o tecido conjuntivo colágeno a partir de uma fonte doadora de animais, de modo que as fibras de colágeno possam ser implantadas em um receptor sem qualquer reação de rejeição imune e/ou inflamatória, sendo este o principal objetivo da presente invenção.
(ii) Reconstrução Facial:
[0018] As variadas técnicas de reconstruções bucomaxilofacil (BMF) atualmente em prática incluem retalhos mucoperiosteais, substituição óssea através de enxertos, regeneração óssea guiada e regeneração tecidual guiada com uso de substitutos ósseos e barreiras, tais como as membranas absorvíveis e não absorvíveis.
[0019] Embora não exista consenso sobre o material ideal para enxertos, alguns critérios importantes guiam a escolha. O material deve ser de fácil obtenção, disponível em quantidade suficiente, adaptável e capaz de resistir à infecção e reabsorção. Além disso, deve ser inerte, resistente, de fácil esterilização e não impedir a função de outras estruturas.
[0020] A literatura científica demonstra que a cartilagem autógena é geralmente bem-sucedida devido ao seu baixo metabolismo e ausência de reação adversa. No entanto, a maioria dos autógenos apresentam limitações, como desalojamento, dificuldade de manipulação e delineação do contorno do enxerto, taxa de reabsorção e retração, além da morbidade do local doador.
[0021] Para que o uso do biomaterial seja bem-sucedido, o mesmo deve ser biotolerado, ou seja, não causar danos locais ou sistêmicos, não ser tóxico, carcinogênico ou radioativo. Além disso, um biomaterial ideal deve serfabricável, esterilizável e estável durante sua aplicação ou implantação. Estudos relatam que o uso de materiais bioabsorvíveis possui vantagens em relação aos não absorvíveis, pois evitam problemas de migração, extrusão e infecção tardia.
[0022] Os biomaterlais mais comumente utilizados em cirurgia BMF são as membranas de colágeno absorvíveis. Apesar de apresentarem bom desempenho, podem exibir certas limitações em casos específicos, como a espessura, resistência à tensão, volume e dimensão aquém do esperado. Nestes casos, frequentemente recorre-se à utilização de retalhos miofaciais autógenos.
[0023] Torna-se, então, desejável, o provimento de um biomaterial de maior espessura, dimensão e resistência à tensão para que possa ser vantajosamente utilizado na reconstrução facial de modo a evitar os problemas acima apontados e proporcionar resultados ainda não alcançados pelo uso de outros materials do estado da técnica.
DESCRIÇÃO DA INVENÇÃO
[0024] O método para produzir tecido conjuntivo colágeno preservado a partir de uma fonte doadora animal segundo a presente invenção compreende as seguintes etapas: a) após remoção do doador, aparar o tecido conjuntivo colágeno em uma solução tamponada; b) lavar o tecido conjuntivo com a mesma solução tamponada c) estabilizar o tecido a uma solução de etanol 50%; d) tratar o tecido com uma solução de polietilenoglicol; e) lavar e conservar o tecido em etanol 50%; f) esterilizar o tecido com uma solução de etanol 50% e peróxido de hidrogênio (H2O2) 1 ,5%; e g) armazenar o tecido em solução de etanol 50% e indometacina.
[0025] De modo mais específico, a solução tamponada segundo a presente invenção é uma mistura de solução tampão fosfato, composta de fosfato de sódio monobásico (NaH2PO4) 0,1 % e fosfato de sódio dibásico (NaH2PO4) 0,6% e solução de cloreto de sódio (NaCI) 0,9%, sendo que o pH da solução é fisiológico, preferencialmente na faixa de 7,3 a 7,5 e a temperatura deve estar compreendida em uma faixa de 5°C a 15°C. Ainda de modo preferencial, são utilizados cerca de 500 ml da solução tamponada para a lavagem de cada peça de tecido conjuntivo colágeno, sendo utilizado cerca de 56 gramas por litro de solução tamponada.
[0026] A estabilização do tecido conjuntivo colágeno deve ser realizada com a de etanol 50% em temperatura na faixa entre 2°C e 10°C.
[0027] O tecido estabilizado é então tratado com uma solução de polietilenoglicol compreendendo uma mistura de polietilenoglicol 6% v/v, cloreto de sódio (NaCI) 32% v/v, solução tampão fosfato 13% v/v, e peróxido de hidrogênio (H2O2) 2% v/v, sendo a temperatura controlada em uma faixa de 2°C a 8°C.
[0028] O tecido assim estabilizado é então lavado e conservado em uma solução de etanol 50% a uma temperatura em torno de 25°C, sendo posteriormente esterilizado com uma solução de etanol 50% e peróxido de hidrogênio (H2O2) 1 ,5%.
[0029] Finalmente, o tecido conjuntivo colágeno é armazenado pronto para uso em solução de etanol 50% v/v e indometacina cerca de 0,05% v/v por um período de até 2 anos.
[0030] As etapas de lavagem com a solução tamponada, estabilização com solução de etanol 50% e lavagem e conservação do tecido conjuntivo colágeno com solução de etanol 50% são vantajosamente repetidas de 3 a 6 vezes, sendo que preferencialmente a etapa de lavagem do tecido é repetida por 5 a 6 vezes, a estabilização é repetida por 3 vezes e a etapa de lavagem e conservação é repetida de 3 a 5 vezes.
[0031] Além disso, nas etapas de estabilização, tratamento e esterilização do tecido conjuntivo colágeno, o tempo de imersão varia de 24 a 96 horas, sendo preferencialmente a etapa de estabilização realizada durante 24 horas por cada repetição, a etapa de tratamento durante 96 horas e a etapa de esterilização durante 24 horas.
EXEMPLOS DE APUCACÃQ DA INVENCÃG
Curvatura Persiana:
[0032] No exemplo a seguir será descrito um programa de testes de avaliação do implante de enxerto compreendendo pericárdio bovino livre de aldeído conforme a presente invenção, em procedimentos de correção de curvatura peniana, sendo reportada uma avaliação subjetiva da satisfação dos pacientes com a correção realizada.
[0033] Foram operados um total de 15 indivíduos, sendo 13 com doença de Peyronie e 2 com curvatura peniana congênita. As cirurgias foram realizadas no período de abril/2019 a dezembro/2020 na Universidade do Estado do Rio de Janeiro - Faculdade de Ciências Médicas do Hospital Universitário Pedro Ernesto - Serviço de Urologia. A idade dos pacientes variou de 18 a 72 anos. Entre os pacientes com doença de Peyronie, 3 foram submetidos anteriormente a implantes de prótese peniana semirrígida associada.
[0034] Dentre indivíduos da pesquisa, 11 já completaram o período de acompanhamento pós-operatório de 12 meses, seguindo o protocolo de pesquisa. Dentre eles, 7 foram reavaliados com relação a satisfação com a cirurgia, correção da curvatura, presença de complicações cirúrgicas, qualidade da ereção e comprimento peníano.
[0035] Utilizou-se uma escala de 1 a 5 para avaliação subjetiva da satisfação dos indivíduos com a correção da curvatura. Quatro pacientes (57%) se mostraram satisfeitos (4/5 na escala) e três pacientes (43%) muito satisfeitos (5/5 na escala). Obteve-se uma correção satisfatória da curvatura peniana em 89% dos casos e apenas um paciente, que apresentava uma curvatura peniana complexa em 2 eixos, permaneceu com curvatura peniana significativa em um dos eixos (aproximadamente 60°). Apesar disso, este paciente não relata dificuldades para manter sexo penetrative. Nenhuma complicação significativa foi identificada nos 7 pacientes reavaliados até o momento, segundo a escala de Clavien Dindo. Um indivíduo de pesquisa apresentou piora da qualidade da ereção após o procedimento (11 %), avaliado pelo índice Internacional de Função Erétil (IIFE). Houve um aumento do comprimento peniano em 6 dos 7 pacientes avaliados (86%) e este aumento variou de 0,7 a 3,0 cm. Um paciente evoluiu com redução do comprimento peniano em 0,5 cm.
[0036] Na análise de segurança preliminar envolvendo 46% da amostra estimada total, pode-se concluir que houve satisfação subjetiva por parte dos pacientes, com taxas aceitáveis de sucesso nas correções das curvaturas penianas e sem complicações que impeçam, por ora, o prosseguimento do estudo e dos implantes de enxerto de pericárdio livre de aldeído nos pacientes com curvatura peniana por doença de Peyronie ou congênitas.
[0037] Além dos ótimos resultados obtidos com o método para produzir tecido conjuntivo colágeno preservado a partir de uma fonte doadora animal segundo a presente invenção, foi possível observar, além de redução da reação anti- inflamatória, outras características não esperadas, tais como, por exemplo:
- o enxerto permite o crescimento de células estruturais do próprio paciente sobre o mesmo, promovendo a biointegração de tal modo que o enxerto passa a exibir características funcionais e biológicas semelhantes ao tecido no qual foi enxertado, tais como vascularização, enervação e incorporação de células de colágeno e elastina, ao ponto de após algum tempo não ser mais possível a diferenciação do tecido enxertado em relação ao tecido nativo; - o tecido apresenta elasticidade, flexibilidade e complacência, permitindo inclusive o crescimento do enxerto quando necessário para adequação a alterações anatômicas sofridas pelo paciente;
- diferentemente do enxerto do estado da técnica tratado com glutaraldeído, o enxerto produzido pelo método da presente invenção não sofre retração após a cirurgia.
Reconstrução Facial:
[0038] Realizou-se um estudo de reconstrução facial com o uso de enxerto o uso do biomaterial colágeno absorvível e livre de compostos aldeídicos, produzido, preservado e estabilizado de acordo com o método descrito pela presente invenção, com nove pacientes maiores de 18 anos, submetidos a cirurgias de reconstrução facial no Departamento de Odontologia Hospitalar da Santa Casa de Misericórdia de Poços de Caldas (MG), de março a novembro de 2021. Esse estudo foi submetido e aprovado pelo comitê de ética da referida instituição. Todos os pacientes assinaram o termo de consentimento livre esclarecido.
[0039] O enxerto investigado foi uma membrana de pericárdio bovino livre de aldeído fabricada pela empresa Labcor Laboratórios Ltda. (Contagem -MG), produzido pelo método descrito pela presente invenção. O produto foi fabricado com a tecnologia não-aldeídica.
* Caso 1:
[0040] Um primeiro estudo envolvendo o tecido conjuntivo colágeno não aldeídico preservado foi realizado com um paciente do sexo feminino, 36 anos, com história de anquilose em articulação temporomandibular (ATM) esquerda (E) associada à deformidade dentofacial. A paciente havia sido submetida a três cirurgias, dentre as quais um procedimento para correção de distração óssea em mandíbula e outra para a liberação da ATM E com implantação de prótese de silicone e ostectomia da cabeça da mandíbula E. A paciente apresentava cicatrizes decorrentes das cirurgias anteriores, limitação severa da abertura bucal, péssimo estado de higiene oral com cáries múltiplas, doença periodontal avançada, dentes retidos na mandíbula e tesões de aspecto cístico na mandíbula e maxila. Exibia ainda quadro infeccioso com abscesso na face E, por onde havia exposição da prótese.
[0041] A paciente foi submetida a cirurgia sob anestesia geral para remoção de todos os dentes na mandíbula e maxila e instalação de implantes em maxila e mandíbula no sistema all-on-four. Após remoção das lesões na maxila e mandíbula e instalação dos implantes, os espaços vazios foram preenchidos por biomaterial. Externamente, foi realizado um acesso de Al Kayat. A prótese foi extraída e os tecidos oriundos do processo inflamatório crônico foram removidos, expondo as superfícies ósseas articulares. O enxerto de membrana de pericárdio bovino livre de aldeído foi instalado como se fosse um retalho de temporal, interposto entre a cabeça remanescente da mandíbula e a cavidade glenóide, e foi fixado sob tensão com fio absorvível.
[0042] A incisão pré-auricular foi feita acompanhando, em parte, a fístula existente na região. A divulsão por planos requereu extrema cautela devido a mudanças na anatomia local e alterações nos tecidos locais pela persistência de um antigo processo infeccioso/inflamatório, além da presença de uma órtese em silicone que se interpunha entre os tecidos, desde a articulação temporomandibular E até a região auricular. Ao acessarmos a articulação através do “caminho” deixado pela reação à órtese de silicone, encontramos tecido em parte fibroso e em parte granulomatoso na cavidade da antiga ATM E. Esse material atuava como barreira entre o remanescente da cabeça da mandíbula E e a cavidade glenóide (fossa mandibular).
[0043] Com a remoção da órtese, foi necessária uma limpeza mecânica do local, o que expôs as superfícies ósseas articulares ou o seu remanescente. Para evitar um processo inflamatório e/ou reparativo local, com consequente perda de movimento daquele lado, cogitamos utilizar um retalho miofascial temporal E. No entanto, a fibrose local e as características modificadas pelo processo infeccioso crônico impossibilitavam um retalho satisfatório. Por esse motivo, foi usado o enxerto de membrana de pericárdio bovino livre de aldeído devido às características semelhantes a um retalho dessa natureza, além da resistência e capacidade de adaptação à região, podendo ser fixado por suturas locais.
[0044] O enxerto de membrana de pericárdio bovino livre de aldeído foi empregado para interposição entre as superfícies ósseas e fechamento da fístula. Dito enxerto foi suturado aos tecidos adjacentes sob constante tensão para que se mantivesse imóvel. A tomografia pós-operatória indicou posição satisfatória do enxerto e uma semana após o procedimento cirúrgico, a paciente já apresentava melhora da abertura e fechamento bucal, antes limitados. A paciente não apresentou nenhuma reação inflamatória ou rejeição ao enxerto, mesmo após seis meses de acompanhamento, demonstrando assim a total viabilidade do uso do enxerto de tecido conjuntivo colágeno não aldeídico preservado para reconstrução facial.
* Caso 2:
[0045] Um segundo estudo envolvendo o tecido conjuntivo colágeno não aldeídico preservado foi realizado com um paciente do sexo feminino, 69 anos, com história de múltiplas fraturas faciais há pelo menos vinte anos, presença de prótese de silicone deslocada do assoalho da órbita e processo infeccioso na órbita E com fístula na parte interna da pálpebra inferior E. A prótese produzia pressão no globo ocular, gerando diplopia e “vista embaçada”. A correção foi realizada sob anestesia geral com acesso infraorbitário E. Após retirada da prótese, o gap ósseo no rebordo inferior da órbita E foi ajustado usando uma miniplaca de titânio de cerca de 1 ,5 mm com fixação por meio de dois parafusos de diâmetro de cerca de 1 ,5 mm. O enxerto de tecido conjuntivo colágeno não aldeídico preservado foi acomodado no assoalho da órbita para ocupar o espaço decorrente da ausência da prótese (a qual ocupava a região, sustentando o olho) e para corrigir a deformidade da órbita. O enxerto foi fixado à placa e aos tecidos adjacentes, já ocluindo a fístula.
[0046] A paciente também apresentava uma órtese em silicone na face E que provocava uma fístula na região interna da pálpebra inferior, exteriorizando parte da órtese e comprimindo o globo ocular. Além da dor e diplopia reportadas pela paciente, um processo infeccioso/inflamatório crônico gerava uma secreção constante no oiho E. Optou-se então por uma incisão infraorbitária E usando uma linha de expressão abaixo da pálpebra para que o acesso fosse mais amplo e preservasse a pálpebra, permitindo a retirada da órtese. Após a retirada da órtese, observamos um deslocamento do olho E que invadia a área do seio maxilar, além de um espaço ósseo no rebordo inferior da órbita E que possibilitava tal deslocamento. Com cautela, os tecidos foram divulsionados e os remanescentes ósseos do assoalho da órbita E foram expostos, limitando também o espaço que originalmente pertencia ao seio maxilar E. Uma placa de titânio de cerca de 1 ,5 mm foi empregada para refazer o rebordo inferior, já que toda a estrutura óssea se encontrava modificada por décadas desde o trauma facial.
[0047] Mesmo com a recuperação de um rebordo inferior orbitário, o mesmo se mostrava abaixo do rebordo orbitário direito (D). Havia então a necessidade de interpor um material no assoalho da órbita para levantar o olho e possibilitar o fechamento da fistula e a reconstrução da pálpebra. Na impossibilidade de utilizar retalhos locais e pela necessidade de evitar materiais aloplásticos devido ao processo crônico anterior, foi usado o tecido conjuntivo colágeno não aldeídico como enxerto. Este enxerto foi suturado aos tecidos adjacentes e fixado à placa com fios absorvíveis. O enxerto foi dobrado para produzir volume e levantar o olho E. Parte do enxerto foi suturado aos tecidos internos da pálpebra E, fechando a fistula e reconstruindo~a parcialmente. Após seis meses de acompanhamento, a paciente apresentou melhora da diplopia, correção da fistula e reposicionamento do globo ocular.
• Caso 3:
[0048] Um terceiro estudo envolvendo o tecido conjuntivo colágeno não aldeídico preservado foi realizado em uma paciente do sexo feminino, 76 anos, com lesão periodontal na região dos dentes 43, 44 e 45. Anteriormente, a paciente havia sido submetida a uma curetagem e enxerto de biomaterial, conforme indicado pelos exames de imagem. Os exames também revelaram uma fístula na região do dente 45 por vestibular e um aumento por lingual na região dos dentes 43, 44 e 45. À palpação, a região apresentava aspecto endurecido.
[0049] A abordagem cirúrgica foi realizada por vestibular, preservando o forame mentoniano e suas estruturas. Após a remoção da lesão e dos dentes supracitados, notamos uma lesão ao fundo de aspecto endurecido e intimamente associada aos duetos salivares maiores da região. A segunda lesão foi removida cautelosamente sem danos aos duetos, preparando a região para o enxerto.
[0050] O tecido conjuntivo colágeno preservado foi suturado aos tecidos linguais isolando os duetos. Um enxerto ósseo foi feito com biomaterial e o tecido conjuntivo colágeno preservado foi dobrado sobre o enxerto para servir de barreira. O tecido conjuntivo colágeno preservado foi suturado em tensão sobre o enxerto.
[0051] A lesão foi diagnosticada como ameloblastoma, sendo considerada a reconstrução através de regeneração óssea guiada (ROG) para possibilitar a visualização e remoção da lesão. O tecido conjuntivo colágeno preservado foi utilizado devido à grande extensão da reparação a ser feita e a necessidade de uma barreira extensa que não está disponível no mercado. A escolha do tecido conjuntivo colágeno preservado também se baseou na possibilidade de manuseio e fixação da membrana aos tecidos locais. Observou-se uma pequena exposição do tecido conjuntivo colágeno preservado no pós-operatório, que em nada comprometeu os resultados.
* Caso 4:
[0052] Um quarto estudo envolvendo o tecido conjuntivo colágeno não aldeídico preservado foi realizado em um paciente do sexo masculino, 36 anos, que havia perdido os dois incisivos centrais inferiores. Na cirurgia para enxerto em mento, o tecido conjuntivo colágeno preservado foi utilizado como barreira para o enxerto ósseo e como substituto do tecido conjuntivo para melhora da recessão gengiva! nos incisivos inferiores, de modo a possibilitar uma futura reabilitação com implantes. [0053] A literatura médica indica a regeneração óssea guiada (ROG) e o uso de enxertos de conjuntivo devido ao perfil gengiva! fino do paciente. Portanto, o caso requeria um enxerto ósseo, uma barreira para o enxerto e um enxerto de tecido conjuntivo. Tais demandas, somadas à grande extensão do defeito, guiaram a escolha do tecido conjuntivo colágeno preservado, o qual poderia funcionar como barreira e reposição de tecido conjuntivo, melhorando o perfil gengival.
[0054] Após a exposição e preparo do leito ósseo para enxerto e a implantação do enxerto ósseo, o tecido conjuntivo colágeno preservado foi suturado ao periósteo vestibular, dobrado sobre o enxerto ósseo e suturado aos tecidos da região lingual. Os resultados após dois meses do procedimento foram bastante satisfatórios. Em acompanhamento de seis meses, houve total recuperação do rebordo alveolar e do perfil gengival.
* Caso 5
[0055] Um quinto estudo envolvendo o tecido conjuntivo colágeno não aldeídico preservado foi realizado em uma paciente do sexo feminino, 32 anos, indicada para reabilitação com implante devido à perda do dente 44, com consequente deiscência vestibular.
[0056] O tecido conjuntivo colágeno preservado por vestibular foi utilizado para ganho de perfil gengival, já que a paciente se opôs a remover tecido conjuntivo de um segundo sítio cirúrgico. O tecido conjuntivo colágeno preservado foi empregado como enxerto tecidual e fixado por sutura. Os após um mês do procedimento mostraram uma perfeita correção.
* Csso 6
[0057] Um sexto estudo envolvendo o tecido conjuntivo colágeno não aldeídico preservado foi realizado em um paciente do sexo feminino, 62 anos, com fratura radicular no dente 34 e perda óssea vestibular. Após a remoção da raiz residual, foi instalado um implante no local. A perda óssea foi compensada com enxerto de biomaterial e o tecido conjuntivo colágeno preservado atuou como barreira para evitar a recessão gengival. [0058] Um implante de carga imediata foi instalado na região do pré-molar inferior E. Devido à perda óssea vestibular, optou-se pela regeneração óssea guiada (ROG), No entanto, os tecidos moles eram insuficientes para recobrir o enxerto ósseo, pois a fratura radicular e o processo crônico inflamatório na região haviam causado uma recessão gengival. Optou-se pelo tecido conjuntivo colágeno preservado pois este serviria como barreira para a regeneração óssea e permitiria o ganho de tecido gengival. Os resultados após dois meses, com a prótese instalada sobre o implante, foram excelentes.
• Caso 7
[0059] Um sétimo estudo envolvendo o tecido conjuntivo colágeno não aldeídico preservado foi realizado em um paciente do sexo feminino, 37 anos, tabagista, com quadro de má higiene oral, apresentando destruição de diversas coroas dos dentes remanescentes e doença periodontal. Previamente, havia sido submetida a exodontias múltiplas, tanto em mandíbula como maxila, para instalação de implantes dentários do tipo cone morse com a intenção de reabilitação com próteses tipo protocolo em ambos os arcos dentários.
[0060] A perda de tecido gengival em maxila devido à remoção de lesões associadas à doença periodontal dificultava o fechamento do retalho. Também foi observada uma perda de volume em maxila. Optou-se por usar o tecido conjuntivo colágeno preservado (ao invés do enxerto ósseo) a fim de ganhar tecido no entorno dos implantes, evitar possíveis recessões e proporcionar volume vestibular. O tecido conjuntivo colágeno preservado foi dividido em um fragmento direito e outro esquerdo, que foram adaptados aos componentes proféticos (minipilares). Para tanto, o tecido conjuntivo colágeno preservado foi perfurado nos pontos correspondentes aos minipilares e ajustado em suas bases, na junção entre os minipilares e os implantes. O tecido conjuntivo colágeno preservado foi acomodado sobre o tecido ósseo vestibular da maxila como se fosse o periósteo. A sutura foi feita com fio não absorvível e retirada em 15 dias. [0061] Uma razão adicional para a escolha do tecido conjuntivo colágeno preservado foi a necessidade de remoção do entorno dos dentes da paciente, devido à doença periodontal e ao tabagismo, o que resultou em insuficiente retalho para recobrir o entorno dos implantes. O tecido conjuntivo colágeno preservado também permitiu ganho de tecido vestibular em maxila, melhorando o perfil de emergência da prótese e postura do lábio superior.
• Caso 8
[0062] Um oitavo estudo envolvendo o tecido conjuntivo colágeno não aldeídico preservado foi realizado em um paciente do sexo masculino, 59 anos, com lesões em mandíbula sugestivas de cistos mandibulares, as quais se formaram após exodontias para uso de prótese total removível.
[0063] A loja óssea à D revelava exposição do plexo alveolar inferior com lesão anterior D. Após a remoção cirúrgica das lesões, foi feito o implante de enxerto ósseo com biomaterial. O tecido conjuntivo colágeno preservado foi usado como barreira na ROG, tendo sido suturado por lingual e vestibular para que ficasse tenso sobre o enxerto ósseo. Diagnóstico: ceratocistos. Os exames de imagens após o procedimento cirúrgico indicaram boa absorção e recuperação do paciente. O resultado após seis meses foi de total recuperação das lesões.
* Caso 9
[0064] Um nono estudo envolvendo o tecido conjuntivo colágeno não aldeídico preservado foi realizado em um paciente do sexo masculino, 44 anos, que exibia complicações de uma cirurgia ortognática. O paciente havia sido encaminhado pelo ortodontista para que fosse realizada a exodontia do elemento 47, o qual se encontrava comprometido devido à fratura pós-operatória da primeira cirurgia. Porém, como resultado do processo infeccioso e das complicações do primeiro procedimento cirúrgico, havia exposição de uma placa de fixação na região, a qual foi removida em uma segunda cirurgia corretiva.
[0065] A exodontia do dente apresentava desafios, já que os tecidos da região se apresentavam sem elasticidade e havia uma intensa fibrose devido ao processo infeccioso anterior. O tecido conjuntivo colágeno preservado foi empregado na remoção do dente para garantir que a exposição da placa não fosse agravada e para que não houvesse retração acentuada dos tecidos, o que resultaria na exposição do osso após a exodontia. O tecido conjuntivo colágeno preservado foi usado para recobrir o osso remanescente após a exodontia. O enxerto foi suturado por lingual, dobrado sobre o osso exposto, e novamente suturado por vestibular mantendo-se tenso sobre a área recoberta.
[0066] Nesse caso, devido à tensão dos tecidos já sem elasticidade, previu-se uma deiscência da sutura. Isto de fato aconteceu, expondo parte do tecido conjuntivo colágeno preservado, o qual foi mantido com bochechos com clorexidina 0,12%.
[0067] Como acima visto, o tecido conjuntivo colágeno preservado e estabilizado pode ser utilizado em diversas aplicações de recuperação facial, uma vez que sendo um biomaterial preservado não-aldeídico, mostrou ampla versatilidade e produziu resultados acima das expectativas a curto e longo prazo, evitando, ainda, a extração de retalhos autógenos em algumas situações.
[0068] Essas características não esperadas demonstram que o tecido conjuntivo colágeno preservado a partir de uma fonte doadora animal, segundo a presente invenção, é uma excelente opção para o uso como enxerto em diversos tipos de cirurgias, tais como cirurgia cardíaca, cirurgia oftalmológica, cirurgia neurológica e cirurgia de correção de curvatura peniana como acima reportada, dentre outras aplicações onde essas características não esperadas possam ser indicadas, uma vez que dito tecido conjuntivo produzido conforme a presente invenção apresenta todas as características consideradas ideais para essas finalidades.
[0069] Adicionalmente, a presente invenção também contempla o tecido conjuntivo colágeno preservado pelo método acima descrito, seus usos em cirurgia de reparação com tecido conjuntivo colágeno em qualquer região ou órgão do corpo humano, bem como um kit cirúrgico compreendendo o tecido conjuntivo colágeno preservado e estabilizado.

Claims

Reivindicações
1- MÉTODO PARA PRODUÇÃO DE TECIDO CONJUNTIVO COLÁGENO PRESERVADO, caracterizado por compreender as seguintes etapas: a) após a remoção do doador, aparar o tecido conjuntivo colágeno em uma solução tamponada; b) lavar o tecido conjuntivo com a solução tamponada descrita na etapa a); c) estabilizar o tecido a uma solução de etanol 50%; d) tratar o tecido com uma solução de polietilenoglicol; e) lavar e conservar o tecido em etanol 50%; f) esterilizar do tecido com uma solução de etanol 50% e peróxido de hidrogênio (H2O2) 1 ,5%; e g) armazenar o tecido para transporte em solução de etanol 50% e indometacina.
2- MÉTODO PARA PRODUÇÃO DE TECIDO CONJUNTIVO COLÁGENO PRESERVADO, de acordo com a reivindicação 1 , caracterizado pela solução tamponada da etapa a) ser uma solução de tampão fosfato e cloreto de sódio (NaCI) 0,9%.
3~ MÉTODO PARA PRODUÇÃO DE TECIDO CONJUNTIVO COLÁGENO PRESERVADO, de acordo com a reivindicação 2, caracterizado pela solução de tampão fosfato ser uma mistura composta por fosfato de sódio monobásico (NaHsPO^ 0,1 % v/v e fosfato de sódio dibásico (NasHPO-i) 0,6% v/v.
4- MÉTODO PARA PRODUÇÃO DE TECIDO CONJUNTIVO COLÁGENO PRESERVADO, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pela solução tamponada da etapa a) estar em uma temperatura compreendida na faixa de 5°C a 15°C.
5- MÉTODO PARA PRODUÇÃO DE TECIDO CONJUNTIVO COLÁGENO PRESERVADO, de acordo com a reivindicação 1 , caracterizado pelo pH da etapa a) estar compreendido em uma faixa de 7,3 a 7,5. 6- MÉTODO PARA PRODUÇÃO DE TECIDO CONJUNTIVO COLÁGENO PRESERVADO, de acordo com a reivindicação 1 , caracterizado pelo volume de solução tamponada da etapa b) ser de 500 ml por peça de pericárdio.
7- MÉTODO PARA PRODUÇÃO DE TECIDO CONJUNTIVO COLÁGENO PRESERVADO, de acordo com a reivindicação 1 , caracterizado pela temperatura de estabilização do tecido da etapa c) estar compreendida na faixa de 2°C a 10°C.
8- MÉTODO PARA PRODUÇÃO DE TECIDO CONJUNTIVO COLÁGENO PRESERVADO, de acordo com a reivindicação 1 , caracterizado pela solução de polietilenoglicol da etapa d) ser uma mistura de polietilenoglicol 6% v/v, cloreto de sódio (NaCI) 32% v/v, solução tampão fosfato 13% v/v e peróxido de hidrogênio (H2O2) 2% v/v.
9- MÉTODO PARA PRODUÇÃO DE TECIDO CONJUNTIVO COLÁGENO PRESERVADO, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 ou 8, caracterizado pela temperatura de tratamento do tecido da etapa d) estar compreendida na faixa de 2°C a 8°C.
10- MÉTODO PARA PRODUÇÃO DE TECIDO CONJUNTIVO COLÁGENO PRESERVADO, de acordo com a reivindicação 1 , caracterizado pela temperatura da solução de etanol 50% da etapa e) estar em torno de 25°C.
11- MÉTODO PARA PRODUÇÃO DE TECIDO CONJUNTIVO COLÁGENO PRESERVADO, de acordo com a reivindicação 1 , caracterizado pela concentração de indometacina ser de cerca de 0,05% v/v.
12- MÉTODO PARA PRODUÇÃO DE TECIDO CONJUNTIVO COLÁGENO PRESERVADO, de acordo com a reivindicação 1 , caracterizado pelas etapas de lavagem, estabilidade e limpeza do tecido conjuntivo serem repetidas de 3 a 6 vezes, preferencialmente na etapa b) de 5 a 6 vezes, na etapa c) são repetidos 3 vezes e na etapa e) de 3 a 5 vezes.
13- MÉTODO PARA PRODUÇÃO DE TECIDO CONJUNTIVO COLÁGENO PRESERVADO, de acordo com a reivindicação 1 , caracterizado pelas etapas de tratamento, estabilidade e esterilização do tecido conjuntivo serem realizadas em um tempo de imersão de 24 a 96 horas, preferencialmente na etapa c) de 24 horas por cada repetição, na etapa d) de 96 horas e na etapa f) de 24 horas.
14- TECIDO CONJUNTIVO COLÁGENO, caracterizado por compreender tecido conjuntivo colágeno removido de um doador e ser preservado e estabilizado conforme o método definido em qualquer uma das reivindicações 1 a 13.
15- TECIDO CONJUNTIVO COLÁGENO, como definido na reivindicação 14, caracterizado pelo tecido ser um enxerto heterogêneo.
16- KIT PARA PRODUÇÃO DE TECIDO CONJUNTIVO COLÁGENO PRESERVADO, caracterizado por compreender um tecido conjuntivo colágeno conforme definido na reivindicação 14 e uma solução de armazenamento compreendendo uma mistura de etanol 50% v/v e indometacina cerca de 0,05% v/v.
17- USO DO TECIDO CONJUNTIVO COLÁGENO, como definido em qualquer uma das reivindicações 14 ou 15, caracterizado por ser destinado a aplicação em qualquer região ou órgão do corpo humano.
18- USO DO TECIDO CONJUNTIVO COLÁGENO, de acordo com a reivindicação 17, caracterizado por ser destinado a aplicação como enxerto em cirurgia cardíaca, cirurgia oftalmológica, cirurgia neurológica e de correção de partes do corpo humano.
19- USO DO TECIDO CONJUNTIVO COLÁGENO, como definido na reivindicação 18, caracterizado por ser destinado para correção de curvatura peniana.
20- USO DO TECIDO CONJUNTIVO COLÁGENO, como definido na reivindicação 18, caracterizado por ser destinado para reconstrução facial.
21- USO DO TECIDO CONJUNTIVO COLÁGENO, de acordo com a reivindicação 20, caracterizado por ser para a reparação de anquilose em articulação temporomandibular (ATM). 22- USO DO TECIDO CONJUNTIVO COLÁGENO, de acordo com a reivindicação 20, caracterizado por ser para a reparação de deformidade dento facial.
23- USO DO TECIDO CONJUNTIVO COLÁGENO, de acordo com a reivindicação 20, caracterizado por ser para a reparação de deformidades decorrentes de fraturas ósseas na face.
24- USO DO TECIDO CONJUNTIVO COLÁGENO, de acordo com a reivindicação 20, caracterizado por ser para suturação e reconstrução dos tecidos linguais, como forma de barreira e repositor.
25- USO DO TECIDO CONJUNTIVO COLÁGENO, de acordo com a reivindicação 24, caracterizado pelo fato da reconstrução ser feita através de regeneração óssea guiada (ROG).
26- USO DO TECIDO CONJUNTIVO COLÁGENO, de acordo com uma das reivindicações 20 ou 23, caracterizado por ser para revestimento ósseo na face.
27- USO DO TECIDO CONJUNTIVO COLÁGENO, de acordo com a reivindicação 20, caracterizado pelo fato de ser para ganho de tecido vestibular em maxilas.
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