WO2021127756A1 - Petisco canino e seu processo de produção - Google Patents

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Tiago DONIN VERONEZE
Ezequiel DONIN VERONEZE
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Irmãos Veroneze Ltda
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    • C14B7/00Special leathers and their manufacture

Abstract

A presente invenção pertence ao setor tecnológico de produtos para pets, e refere-se a petisco canino feito exclusivamente de couro desidratado e seu processo de produção. O petisco canino desenvolve coloração natural tom caramelo por meio de um processo de desidratação inovador, e constitui alternativa de efeito substitutivo em relação aos petiscos já existentes que utilizam pênis bovino como matéria-prima. Seu processo de produção compreende fornecer pelo menos uma camada de couro cru limpo; cortar o couro em tiras; pendurá-las, estirando-as por meio de tração alinhada ao eixo longitudinal de cada tira, preferencialmente fazendo com que encolham suas laterais em direção ao seu centro; desidratar as tiras em estufa em pelo menos duas fases: i) desidratação a uma temperatura de 45°C a 65°C por pelo menos 9 horas; ii) desidratação a uma temperatura de 65°C a 90°C por pelo menos 5 horas.

Description

PETISCO CANINO E SEU PROCESSO DE PRODUÇÃO
Setor tecnológico da invenção
[01 ] A presente invenção pertence ao setor tecnológico de produtos para pets, e mais precisamente, refere-se a um petisco canino feito exclusivamente de couro desidratado e seu processo de produção. Trata-se de um produto 100% natural, produzido para, através da mastigação, acalmar, entreter por prolongados períodos de tempo e recompensar o animal em treinamento. Estado da técnica conhecido
[02] Existem hoje no mercado, de acordo com o estado da técnica, petiscos para cães fabricados a partir de pénis bovino (vergalho), com formatos diversos e com elevado preço de venda, uma vez que a matéria prima utilizada é somente uma unidade com cerca de 400 gramas por cada bovino macho abatido. Além disso, há uma pluralidade de artefatos em materiais sintéticos disponíveis ao consumidor. Dito isto, é possível elencar tecnologias referentes à busca por novas alternativas de petiscos caninos empregando couro bovino em sua composição. Serão discutidos a seguir os documentos de patente US9027512B2, US8479687B2, US9788528B2.
[03] O documento de patente US9027512B2 refere-se a um brinquedo para mastigar para atendimento odontológico canino, formado por uma pluralidade de fios ou tiras de couro cru alongados, cada fio definindo uma largura na faixa de cerca de 0,20 a 7,5 milímetros e uma espessura na faixa de cerca de 0,20 a 3,0 milímetros. Os fios são trançados juntos, de modo a definir pelo menos uma trança de couro cru do tamanho desejado. A trança de couro cru é enrolada ou torcida e amarrada para definir o tamanho e a forma desejados do brinquedo para mastigar que, ao serem mastigados por um cão, fornecem uma mensagem das gengivas do cachorro e uma limpeza e uso do fio dental nos dentes do cachorro. O brinquedo para mastigar pode ser embebido em uma solução aquosa contendo um ou mais agentes terapêuticos e / ou um atrativo animal e cozido a seco para impregnar o(s) agente(s) ou atrativo dentro do couro cru para liberação quando mastigado por um cão. O processo empregado em tal documento não confere características de aparência e palatabilidade agradáveis ao pet, de tal forma que é embebido de atrativo animal para obter maior aceitabilidade. Não é fornecido processo de desidratação específico capaz de melhorar a qualidade sensorial do produto.
[04] O documento US8479687B2 refere-se a uma trança de uma combinação de couro cru com vergalho. As divisões de couro cru branqueadas são cortadas em pedaços retangulares e enroladas para formar um fio parecido com uma corda de comprimento igual ao gargalo acima mencionado. Fios de 3 a 8 seções são então tecidos juntos para formar uma trança alongada. Essas tranças são então penduradas em prateleiras e passam por uma etapa de cozimento e desidratação para reduzir o teor de umidade abaixo de 10% de umidade. Os palitos desidratados resultantes são então cortados em comprimentos adequados para serem usados como mastigação para cães. Essa mastigação é altamente palatável por causa do vergalho desidratado. A mastigação tem um tempo de mastigação muito longo devido à natureza densa de couro da fração de couro cru desidratado. O referido documento não revela alternativas compreendendo unicamente couro, e não apresenta alternativas de processamento que garantam maior aceitabilidade pelo pet sem inclusão de vergalho no produto.
[05] O documento US9788528B2 refere-se a um produto de atendimento odontológico para um animal de estimação, como um cachorro, inclui pelo menos um fio de mastigação com uma fragrância e pelo menos um fio de fio dental. O fio dental é formado a partir de couro cru e tem uma espessura menor que uma espessura do fio mastigável. O fio de mastigação e o fio dental são entrelaçados um com o outro ao longo de um comprimento do produto de atendimento odontológico para definir uma porção entrelaçada do produto de atendimento odontológico. O fio dental é enrolado e une as extremidades livres do fio de mastigação em uma porção enrolada do produto de tratamento odontológico. As extremidades livres se estendem para fora a partir da porção envolvida do produto para tratamento odontológico, em um lado da porção envolvida, oposta à porção entrelaçada do produto para assistência odontológica. O produto para atendimento odontológico permite que os fios se raspem com os dentes do animal de várias maneiras para proporcionar benefícios de limpeza. O documento em questão não revela alternativas para produto de alta aceitação pelo pet compreendendo exclusivamente couro, e tampouco processo especialmente adaptado para produzi-lo.
[06] É visível a existência de uma lacuna na criação de um novo processo único de beneficiamento e fabricação que permita a produção de petisco canino feito exclusivamente de couro desidratado, mantendo características físicas e nutricionais apreciadas pelos cães, bem como apresentando durabilidade em seu uso e formato ideal para a mastigação.
Novidades e objetivos da invenção
[07] Com o objetivo de sanar as falhas do estado atual da técnica destacadas acima, a presente patente de invenção visa propor um petisco canino e seu processo de produção, que utiliza como matéria-prima única e exclusiva o couro para sua confecção, dentro de um formato ecológico e económico de produção fabril em escala.
[08] É objeto da presente invenção processo de produção de petisco canino, caracterizado por compreender as etapas de: a) fornecer pelo menos uma camada de couro cru limpo; b) cortar o couro em tiras; c) modelar as tiras, pendurando-as numa estrutura superior e estirando-as por meio de tração alinhada ao eixo longitudinal de cada tira, preferencialmente fazendo com que encolham suas laterais em direção ao seu centro; e d) desidratar as tiras em estufa, em que o processo de desidratação compreende pelo menos duas fases: i) desidratação a uma temperatura de 45°C a 65°C por pelo menos 9 horas; e ii) desidratação a uma temperatura de 65°C a 90°C por pelo menos 5 horas.
[09] Preferencialmente, a camada de couro cru é composta exclusivamente da flor do couro. Preferencialmente, emprega-se couro bovino. [010] Opcionalmente, o processo compreende adicionalmente etapas prévias de limpeza do couro cru que incluem: depilação; descarne; descalcinação; correção de pH; e lavagem.
[011] Opcionalmente, o processo compreende ainda etapa de divisão, em que é uniformizada a espessura do couro, preservando a parte que compreende a flor do couro para as etapas seguintes; pode compreender ainda etapa de trançagem.
[012] É também objeto da presente invenção petisco canino obtido pelo processo acima, consistindo de couro cortado, moldado e desidratado, com coloração natural tom caramelo desenvolvida no processo de desidratação. [013] Preferencialmente, dito couro é composto exclusivamente da flor de couro. Opcionalmente, é em formato de trança. Opcionalmente, tem espessura entre 5 e 8 mm.
[014] O uso do couro em sua forma in natura torna o produto do presente processo mais acessível, sustentável e com baixo custo fabril, mantendo as mesmas características de textura, palatabilidade e atratividade dos similares existentes no mercado, oferecendo um produto 100% natural, altamente biodegradável, com alto índice de proteínas, digestível e não tóxico. O produto obtido é similar ao produto já existente no mercado denominado “bully sticK’ (elaborado a partir de vergalho bovino), com aceitabilidade semelhante e custo significativamente menor devido ao emprego do couro como única matéria- prima.
Descrição dos desenhos anexos
[015] A fim de que a presente invenção seja plenamente compreendida e levada à prática por qualquer técnico deste setor tecnológico, a mesma será descrita de forma clara, concisa e suficiente, tendo como base os desenhos anexos, que a ilustram e subsidiam, abaixo listados:
Figura 1 representa as tiras uniformes provenientes da etapa de corte. Figura 2 e 3 representa os produtos moldados alocados em estufas especiais na etapa de desidratação, antes e após o material atingir a coloração e umidade desejadas, respectivamente para petisco em forma de palito e de trança.
Figura 4 representa petisco pronto em formato de palito.
Figura 5 representa petisco pronto em formato de trança.
Descrição detalhada da invenção
[016] O processo de produção de petisco canino, é caracterizado por compreender uma sequência de diversas etapas de produção, desde a consignação da matéria-prima couro, até o empacotamento do produto final, passando por todas as etapas a seguir mencionadas e descritas em pormenor:
- Depilação;
- Descarne;
- Descalcinação;
- Correção de pH e lavagem;
- Corte;
- Modelagem;
- Desidratação.
[017] A depilação, preferencialmente depilação química em fulões, utiliza componentes como: cal químico 1% - 4%; sulfato de amónia 1% - 5%; sulfeto 1% - 3%; depilante (e.g. composto tio-redutor) 5% - 20%. Pode ser também realizada depilação à base de água quente em tanque ou centrífuga. Tal etapa tem por finalidade retirar todo o resquício de pelo ou rufa (raiz do pelo) que venha a estar no couro.
[018] No descarne, o couro é descarnado em máquina apropriada, exemplificativamente, cilindro de navalhas de grande diâmetro trabalhando a baixa rotação, similar ao usado em curtumes, para retirada do excesso de carnes e tecido adiposo deixando o couro limpo em sua forma natural, sem interferir na sua cadeia proteica.
[019] A divisão é uma etapa opcional, empregada quando se fizer necessária, onde o couro é dividido horizontalmente para correção de espessura, tornando- a uniforme por inteiro, utilizando a parte que compreende a flor (parte externa do couro em contato com o pelo) para as etapas seguintes. A parte restante pode ser descartada ou empregada em outros fins. A espessura do couro utilizado é preferencialmente entre 5 e 8 mm (25 a 40 linhas), para permitir a conformação pelo produto no formato desejado.
[020] Na descalcinação, é retirado todo o resquício de cal (CaO) da etapa de depilação, por meio de banhos em fulão com a utilização de descalcinante com natureza química à base de ácidos e sais orgânicos e inorgânicos, por exemplo, sais complexantes policarboxílicos. Em uma modalidade, são realizadas de 2 a 3 banhos.
[021] A correção de pH e lavagem constitui uma etapa do processo químico onde o couro irá receber várias lavagens, algumas com tensoativos (e.g. detergentes) e corretores de pH (e.g. bicarbonato de sódio) para eliminação de impurezas, deixando-a limpa e com cor clara, sem vestígios de gordura, sebo, pelos ou rufas, estabilizando o pH entre 7 e 8, tornando-a apta ao consumo. Em uma modalidade, são realizadas de 2 a 3 lavagens.
[022] Na etapa de corte, o couro é empilhado em superfície, por exemplo, mesa, onde será cortada em tiras, preferencialmente tiras de espessura e/ou largura uniformes, com largura de 5 a 20 cm, destinadas aos dois formatos desejados para o produto final, palitos e/ou tranças.
[023] Para o modelo de tranças, é realizada etapa adicional de trançagem. Esta pode ser realizada ainda com o produto úmido, de forma manual ou automatizada. São preparadas tranças de três pernas ou mais. O formato de tranças permite obter um produto de maior espessura, sendo adequado, por exemplo, para cães de maior porte. Permite ainda evitar ou reduzir a presença de pontas que possam vir a machucar o animal.
[024] Na etapa de modelagem, as tiras já cortadas são estiradas em estrutura metálica, preferencialmente com a utilização de pesos (a fim de beneficiar-se da força da gravidade), em que é aplicada tração alinhada ao eixo longitudinal da tira de forma que as tiras adquiram sua forma definitiva, ou seja, no caso de palitos, encolham suas laterais ao centro adquirindo formato cilíndrico; e, no caso de tranças, adquiram forma cilíndrica esticada, ambos em tamanhos finais variáveis de 5 a 150 cm.
[025] A tração pode ser realizada por meio da introdução de ganchos (e.g. de aço inoxidável) em ambas as extremidades de cada tira; um gancho é responsável por acomodar a tira na estrutura metálica, enquanto o outro é responsável por fixar o peso (e.g. barra ou argola de concreto de 500 g - 1 kg). O estiramento permite que as tiras mantenham seus formatos durante o processo de desidratação, sem contorcer-se, garantindo homogeneidade ao produto final. [026] Na etapa de desidratação, os produtos moldados (preferencialmente ainda estirados em estrutura metálica) são alocados em estufas especiais, onde são empregados calor e circulação para renovação de ar, fazendo com que o material perca umidade e adquira a coloração desejada, alterando sua cor de branco acinzentado para caramelo, através da manipulação dos controles da temperatura e da renovação do ar.
[027] A etapa de desidratação compreende duas fases. Na primeira fase, são empregadas temperaturas mais baixas, entre 45°C e 65°C (bulbo seco), para evitar choques térmicos, rachaduras, secagem heterogénea ou encolhimento/contorção das tiras, ou ainda que o couro se torne quebradiço. Essa etapa é de grande importância para desenvolvimento de cor e textura do produto. Exemplificativamente, a umidade relativa na sala durante essa etapa pode ser mantida em 50-80%.
[028] Na segunda fase, são empregadas temperaturas mais altas, entre 65°C e 90°C (bulbo seco) para concluir a desidratação e formação de cor. Nessa etapa, o couro se encontra menos suscetível a danos pelo calor. Exemplificativamente, a umidade relativa da sala nessa fase pode ser mantida em 10-50%. Devem ser evitados teores de umidade finais do produto abaixo de 3% m/m, pois deixam o petisco com aspecto quebradiço e baixa aceitação pelo pet.
[029] O processo de desidratação permite o desenvolvimento de coloração e aromas mais similares aos petiscos tipicamente produzidos a partir de vergalho bovino. Verificou-se que a formação de cor se inicia em temperaturas de bulbo seco entre 55 e 60°C. O longo período de desidratação empregado permite obter um produto homogéneo e de alta qualidade.
[030] É assim obtido o produto final, petisco elaborado unicamente a partir de couro. O teor de umidade do produto deve ser de 3-15% m/m, mais preferencialmente de 8-12% m/m, e a atividade de água preferencialmente inferior a 0,65. O produto pode ser cortado em tamanhos de 5 a 61 centímetros de comprimento, preferencialmente de 15 a 30 centímetros de comprimento. [031] O petisco reivindicado é caracterizado por ser um produto 100% natural, feito unicamente de couro natural, depilado, descarnado, descalcinado, cortado, moldado no formato desejado e desidratado, altamente biodegradável e com alto índice de proteína, com formato final de palitos ou/e de tranças, de tamanhos diversos, com palatabilidade, textura e durabilidade de mastigação adequada a cães de qualquer idade.
[032] O petisco apresenta ainda alta digestibilidade, a qual foi avaliada por meio da análise de digestibilidade em pepsina 0,2% (Brasil, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Portaria nQ 108, de 04 de setembro de 1991 . Métodos analíticos para controle de alimentos para uso animal - métodos físicos, químicos e microbiológicos), obtendo-se o valor de 99,57 g/100 g.
[033] O couro utilizado como matéria-prima pode ser obtido a partir de diversos animais, como bovinos, suínos, equinos e caprinos. Preferencialmente, o couro empregado é couro bovino.
[034] Em uma modalidade, o couro é composto exclusivamente da flor do couro (parte externa em contato com o pelo). A flor do couro é menos consistente e densa em comparação ao produto conhecido como “osso de couro”, o qual, por sua vez, é elaborado a partir de raspa de couro (parte interna do couro) e submetido a lavagem com peróxido de hidrogénio para proporcionar-lhe coloração branca e textura porosa. O emprego da flor do couro garante melhor textura e coloração ao produto, aproximando-se ainda mais das características dos produtos elaborados a partir de vergalho bovino em termos de cor e textura, a partir de uma matéria-prima de baixo custo.
[035] Na implementação fabril de tais produto e processo, se poderá modificar pequenos detalhes do sistema produtivo e design do produto final, ajustando etapas, tempos e processos, sem que tais fatos fujam do escopo do presente pedido.
Exemplo - Desidratação de trança de couro bovino.
[036] Foi realizada desidratação por um período total de 19 horas, em que as temperaturas de bulbo seco (BS) foram mantidas entre 40 e 65°C por 9 horas, e entre 65° e 90 °C por 10 horas. Foi possível obter teores de umidade e coloração dentro dos parâmetros de qualidade, conforme quadro 1 .
Quadro 1 . Processo detalhado de desidratação em estufa de trança de couro bovino (BS: temperatura de bulbo seco, em °C; BU: temperatura de bulbo úmido, em °C; UR: umidade relativa, %)
Figure imgf000011_0001
[037] Ressalta-se que as etapas podem empregar tempos superiores a 9 horas para a primeira fase e 5 horas para a segunda fase, buscando-se atingir valores de umidade adequados. No entanto, foi observado que esses tempos são suficientes para obter o efeito técnico desejado, conforme ilustrado nas Figuras 2 e 3, sendo possível controlar/corrigir o teor de umidade do produto, quando necessário, prolongando tanto a primeira ou a segunda fase, ou adicionando fases suplementares. O tempo total de desidratação pode ser tão curto quanto 14 horas ou tão longo quanto 42 horas.
[038] É importante salientar que as figuras e descrição realizadas não possuem o condão de limitar as formas de execução do conceito inventivo ora proposto, mas sim de ilustrar e tornar compreensíveis as inovações conceituais reveladas nesta solução. Desse modo, as descrições e imagens devem ser interpretadas de forma ilustrativa e não limitativa, podendo existir outras formas equivalentes ou análogas de implementação do conceito inventivo ora revelado e que não fujam do espectro de proteção delineado na solução proposta.
[039] Tratou-se no presente relatório descritivo de um novo petisco canino feito exclusivamente de couro desidratado e seu processo de produção dotado de novidade, atividade inventiva, suficiência descritiva, aplicação industrial e, consequentemente, revestido de todos os requisitos essenciais para a concessão do privilégio pleiteado.

Claims

REIVINDICAÇÕES
1 - PROCESSO DE PRODUÇÃO DE PETISCO CANINO, caracterizado por compreender as etapas de: a) fornecer pelo menos uma camada de couro cru limpo; b) cortar o couro em tiras; c) modelar as tiras, pendurando-as numa estrutura superior, estirando-as por meio de tração alinhada ao eixo longitudinal de cada tira; e d) desidratar as tiras em estufa, em que o processo de desidratação compreende pelo menos duas fases: i) desidratação a uma temperatura de 45°C a 65°C por pelo menos 9 horas; e ii) desidratação a uma temperatura de 65°C a 90°C por pelo menos 5 horas.
2 - PROCESSO, de acordo com a reivindicação 1 , caracterizado por a dita pelo menos uma camada de couro cru ser composta exclusivamente da flor do couro.
3 - PROCESSO, de acordo com a reivindicação 1 , caracterizado por compreender adicionalmente as seguintes etapas prévias de limpeza do couro cru:
- depilação;
- descarne;
- descalcinação;
- correção de pH;
- lavagem.
4 - PROCESSO, de acordo com a reivindicação 1 , caracterizado por, na etapa b), o couro ser cortado em tiras de largura uniforme, igual ou maior que 5 cm e igual ou menor que 20 cm.
5 - PROCESSO, de acordo com a reivindicação 1 , caracterizado por a etapa c) compreende fazer com que as tiras encolham suas laterais em direção ao seu centro por meio de tração. 6 - PROCESSO, de acordo com a reivindicação 1 , caracterizado por na etapa d) i), a umidade relativa da sala ser mantida em 50-80%; e na etapa d) ii), a umidade relativa da sala ser mantida em 10-50%.
7 - PROCESSO, de acordo com a reivindicação 3, caracterizado por compreender ainda etapa de divisão, em que é uniformizada a espessura do couro, preservando a parte que compreende a flor do couro para as etapas seguintes.
8 - PROCESSO, de acordo com a reivindicação 1 , caracterizado por compreender, entre as etapas b) e c), etapa de trançagem.
9 - PROCESSO, de acordo com a reivindicação 1 , caracterizado por dito couro ser couro bovino.
10 - PETISCO CANINO, obtido pelo processo conforme definido em qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizado por consistir de couro cortado, moldado e desidratado, com coloração natural tom caramelo desenvolvida no processo de desidratação.
11 - PETISCO CANINO, de acordo com a reivindicação 10, caracterizado por apresentar teor de umidade entre 3 e 15%.
12 - PETISCO CANINO, de acordo com a reivindicação 10, caracterizado por dito couro ser composto exclusivamente da flor de couro.
13 - PETISCO CANINO, de acordo com a reivindicação 10, caracterizado por ser em formato de trança.
14 - PETISCO CANINO, de acordo com a reivindicação 10, caracterizado por ter uma espessura entre 5 e 8 mm.
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