WO2013156950A1

WO2013156950A1 - Dispositivo de correcção postural

Info

Publication number: WO2013156950A1
Application number: PCT/IB2013/053051
Authority: WO
Inventors: João Maria DE LACERDA CARDOSO; Tiago Filipe CORREIA MARQUES
Original assignee: Calmways, S.A.
Priority date: 2012-04-17
Filing date: 2013-04-17
Publication date: 2013-10-24

Abstract

A presente realização descreve um dispositivo de correcção postural, bilateral, com até cinco graus de liberdade e passível de ser montado, via suporte universal, para correcção postural do membro superior de pacientes hemiplégicos, diminuição da espasticidade e prevenção álgica do ombro doloroso. Desta forma a presente realização é útil para os pacientes com hemiparésia (vítimas de AVC, traumatismos craneo- encefálicos, lesões medulares, esclerose múltipla, doentes de Parkinson, entre outros) no membro superior que têm tendência a desenvolver posturas típicas derivadas da patologia – rotação interna do ombro, pronação do pulso, mão fechada e flexão do cotovelo. Para além disso, uma vez que estes pacientes não têm qualquer controlo muscular nem um eficaz suporte gravítico do membro, este torna-se um membro pendente provocando uma sub-luxação na junta articular do ombro – ombro doloroso – dor típica.

Description

D E S C R I Ç Ã O

"DISPOSITIVO DE CORRECÇÃO POSTURAL"

Domínio técnico

A presente invenção diz respeito a um dispositivo de correcção postural, bilateral, com até cinco graus de liberdade, para correcção postural do membro superior de pacientes hemiplégicos . Este dispositivo poderá ser motorizado/robotizado .

Sumário

A presente invenção diz respeito a um dispositivo de correcção postural, bilateral, com até cinco graus de liberdade para correcção postural do membro superior de pacientes hemiplégicos. A realização apresentada é passível de ser montado, via suporte universal, em diferentes modelos de cadeiras de rodas, em sofás, em cadeirões, em camas ou outros elementos de repouso. Este dispositivo poderá ser motorizado/robotizado.

A presente realização é extremamente útil para uma reabilitação do membro superior de pacientes hemiplégicos mais efectiva e eficaz. Estes pacientes têm tendência a desenvolver uma postura típica devido à quebra de ligações neuronais, adoptando uma postura de posição de segurança, denominada por fetal - flexão do cotovelo, rotação interna do ombro, pronação do pulso e mão em garra. Para além disso, desenvolvem um grande nível de espasticidade (contracção muscular anormal que não permite um tónus ou tensão suficiente para permitir mover o corpo ou manter a sua posição contra a gravidade) ficando sem controlo muscular do membro superior, acabando por ficar um "peso morto e esquecido" o que provoca uma sub-luxação na junta articular do ombro - dor conhecida como "ombro doloroso".

Nas sessões de reabilitação destes pacientes, é dado mais ênfase ao membro inferior que se encontra igualmente afectado, pois os pacientes têm um grande desejo de voltar a andar, pelo que se focam mais em exercícios para o membro inferior. 0 ganho da mobilidade é geralmente bastante valorizado durante o processo de reabilitação por uma questão de ganho de autonomia e independência do paciente, ficando o membro superior um pouco negligenciado, sendo ainda por mais constituído por um sistema articular bastante complexo constituído por sete graus de liberdade independentes, mais o movimento de pinça dos dedos. Apesar disso, os terapeutas realizam exercícios específicos para a reabilitação do membro superior, mas estes são pouco efectivos pois, nas restantes horas em que o paciente não se encontra em reabilitação, o membro superior não adopta qualquer apoio ou postura que beneficie ou potencie os resultados obtidos durante a sessão de fisioterapia. No que toca às necessidades da reabilitação do paciente hemiplégico, propriamente ditas, as principais preocupações prendem-se sobretudo com:

• Prevenção álgica (sem dores) já que existe um correcto suporte gravítico o que impede a possibilidade de aparecimento do ombro doloroso;

• Redução da espasticidade o mais rapidamente possível e sem perda de funcionalidades;

• Aumentar o número de horas de fisioterapia e optimizar os ganhos físicos em virtude desta; • Necessidade de um equipamento polivalente e compacto que possa ser confortavelmente utilizado durante grande parte do dia;

• Aumentar a autonomia de exercício físico dos pacientes .

A presente realização funciona como apoio de braço para o paciente e pode ser ajustada a diferentes cadeiras de rodas, sofás, cadeirões, camas ou outros elementos de repouso graças a um sistema de ajustamento basculante compatível com diferentes intervalos de espaçamento entre as duas furações do apoio de braço convencional, numa amplitude máxima de regulação entre as furações de 80mm. Para além disso, tem um máximo de cinco regulações mecânicas independentes que permitem contrariar a postura típica anteriormente descrita - abertura correcta da mão, supinação do pulso, extensão do cotovelo, rotação externa do ombro, e regulação em altura do mesmo - e desta forma constituir uma ferramenta de auxílio à diminuição da espasticidade . Para além disso, é um dispositivo totalmente Universal adequado a doentes hemiplégicos com diferentes dimensões/estatura, volumes de braço e índice de massa corporal; hemiparésia direita ou esquerda, etc. Este dispositivo compreende quatro componentes principais, nomeadamente componente da mão, componente do antebraço, componente do cotovelo e sistema de acoplamento ao elemento de repouso.

Antecedentes

0 documento US2005/0101897 Al divulga uma tala com uma cinta para prender a mão que possibilita colocar esta numa posição palmar, e que contém diversos acessórios para o paciente acoplar a tala em vários cenários típicos do dia- a-dia. Esta tala permite colocar a mão em posição palmar, mas as restantes articulações continuam livres, sem qualquer tipo de apoio. Ou seja, não permite articular qualquer tipo de junta do membro superior, funcionando apenas como um apoio para a mão. Pelo contrário, a presente realização possibilita o total apoio do membro superior e a regulação dinâmica das três juntas articulares do membro superior .

Para além disso, a tala apresenta uma configuração limitativa, pois, a partir do momento em que é produzida, apenas pode ser utilizada para um dos lados, esquerdo ou direito e sem qualquer tipo de regulação de acordo com diferentes tamanhos de membros, enquanto que a presente realização é totalmente Universal podendo ser aplicada de forma subsequente para o lado direito ou esquerdo.

0 documento EP 2444035 Al apresenta uma estrutura para ser utilizada como colete, em que o utilizador coloca o membro superior, ficando este com total apoio. Outra característica deste equipamento é o facto de se adaptar de acordo com diferentes tamanhos do membro superior regulação ao nível do ombro e antebraço. Assim, este equipamento tem uma vertente dinâmica, apresentando quatro graus de liberdade ao nível do ombro e cotovelo - rotação externa do ombro, regulação em altura do ombro, regulação longitudinal e extensão do cotovelo. Apesar destas características, não tem qualquer regulação para o movimento do pulso, ficando a mão constantemente em posição palmar, enquanto que a presente realização possui regulação ao nível do pulso com fixação da posição desejada. Outro factor distintivo da presente realização é o facto de se poder fixar a posição desejada em qualquer um dos 5 graus de liberdade. Para além disso, a presente realização é totalmente Universal, podendo ser aplicada para o lado esquerdo e direito, enquanto que o equipamento apresentado no pedido EP2444035A1 só pode ser aplicado para um dos lados .

Descrição geral

A presente realização diz respeito a um dispositivo de correcção postural, bilateral, com até cinco graus de liberdade para correcção postural do membro superior de pacientes hemiplégicos . A realização apresentada é passível de ser montado, via suporte universal, em diferentes modelos de cadeiras de rodas, em sofás, em cadeirões, em camas ou outros elementos de repouso. Este dispositivo poderá ser motorizado/robotizado.

A presente realização é compreendida por quatro grandes componentes, apoio de mão, apoio de antebraço, apoio de cotovelo e sistema de acoplamento. Os diferentes apoios para o membro superior são constituídos, preferencialmente, por espuma de Poliuretano (PU) com densidades compreendidas entre 250kg/m³ e 280kg/m³ e são obtidos através de um processo de injecção, preferencialmente mistura de isocianato com poliol (reaction injection molding) em moldes de alumínio especialmente concebidos para o efeito. 0 PU é um material confortável, resistente a inúmeros ciclos de limpeza com ataque químico, anti-escaras e aprovado pela United States Food and Drug Administration (USFDA) , pelo que se trata de uma matéria-prima ideal para a aplicação em causa. 0 apoio de mão, o apoio do antebraço e o apoio do cotovelo podem apresentar uma superfície texturada . Nos apoios anteriormente indicados, estão inseridos elementos em alumínio, preferencialmente anodizado, e/ou aço, preferencialmente aço inoxidável, que são utilizados para regular os graus de liberdade, juntamente com o componente constituinte do sistema de acoplamento, o qual é composto por alumínio, preferencialmente anodizado, e/ou aço, preferencialmente aço inoxidável. 0 componente da mão apresenta uma chapa e um veio de reforço em alumínio e um pino central, formado por PU, com as dimensões ideais para colocar a mão em posição aberta de forma a melhorar a performance mecânica perante solicitações e torções provocadas pelo utilizador, que levariam a um desgaste prematuro da união inserido-componente de espuma de poliuretanto .

0 apoio do antebraço compreende um tubo em aço inoxidável unido por ligação mecânica, preferencialmente parafusos, a um componente de articulação em aço inoxidável, para ligação do dispositivo ao suporte central e ao sistema de rotação de ombro, sendo esse apoio ligado a uma chapa de alumínio de reforço da componente de espuma e por sua vez possuir um alojamento e um furo roscado para inserção da componente de cotovelo e seu aperto, de forma a unir as três componentes injectadas do dispositivo.

Todos os componentes estão ligados entre si e acoplados ao sistema de acoplamento através de um cilindro com ¼ de esfera numa das faces e com diâmetro superior ao diâmetro do corpo do cilindro - suporte de articulação. Alternativamente os componentes também poderão estar ligados através de um veio com uma cavidade para a inserção de uma quadra de bloqueio que irá permitir completar o mecanismo de flexão/extensão do membro. Desta forma, a realização apresentada proporciona o apoio correcto para qualquer tipo de membro superior e diferentes elementos de repouso. Trata-se de um dispositivo que permite posicionar o membro no espaço tridimensional e replicar os movimentos/posturas efectuados pelos terapeutas durante a reabilitação do membro superior. Assim, este equipamento permite realizar uma reabilitação mais efectiva, reduzindo a espasticidade do membro, o que permite atingir niveis funcionais mais elevados. Uma vez que se trata de um dispositivo essencial para a reabilitação nos primeiros meses após a lesão cerebral ou para utilização aquando da injecção de toxina botulinica no membro, para redução da espasticidade, este deve ser utilizado durante a maioria do tempo em que o paciente passa em repouso. Desta forma, existem acessórios específicos para acoplamento ao dispositivo apresentado e destinados à sua colocação em cadeiras/cadeirões ou no leito, funcionando sempre como um instrumento que proporciona melhor conforto, posições favoráveis à reabilitação e diminuição da espasticidade.

Descrição das Figuras

Para uma mais fácil compreensão da realização juntam-se em anexo as figuras, as quais, representam realizações preferenciais que, contudo, não pretendem limitar o objecto da presente realização.

A Figura 1 apresenta uma forma de realização do apoio de mão .

A Figura 2 apresenta uma forma de realização do apoio do antebraço . A Figura 3 apresenta uma forma de realização do apoio do antebraço com manipulo e batente de fim de curso.

A Figura 4 apresenta uma forma de realização do apoio do cotovelo .

A Figura 5 apresenta uma forma de realização do veio para acoplamento à cadeira com entalhe em "V".

A Figura 6 apresenta uma forma de realização do veio basculante com batente.

A Figura 7 apresenta uma forma de realização do elemento em aço inox inserido no veio com entalhe em "V" autocentrante para aperto num dos furos de passagem existentes no tubo da cadeira e para aperto da componente de rebaixo através de parafusos cilíndricos.

A Figura 8 apresenta uma forma de realização do batente para extremidade do tubo em aço inox.

A Figura 9 apresenta uma forma de realização do rebaixo.

A Figura 10 apresenta uma forma de realização do espaçador.

A Figura 11 apresenta uma forma de realização do apoio da articulação .

A Figura 12 apresenta uma forma de realização de um elemento circular com um dentado maquinado para engrenagem e fixação da posição desejada em termos de flexão/extensão do membro . A Figura 13 apresenta uma forma de realização do suporte da articulação .

A Figura 14 apresenta uma forma de realização de um elemento com um dentado maquinado para engrenagem e fixação da posição desejada em termos de flexão/extensão do membro do suporte da articulação.

A Figura 15 apresenta uma vista de uma forma de realização do dispositivo de correcção postural.

A Figura 16 apresenta outra vista da mesma forma de realização do dispositivo de correcção postural ilustrado na Figura 15.

A Figura 17 apresenta uma vista de uma forma de realização do dispositivo de correcção postural sem qualquer componente obtido por injecção.

A Figura 18 apresenta uma outra vista da mesma forma de realização do dispositivo de correcção postural sem qualquer componente obtido por injecção já ilustrada na Figura 17.

A Figura 19 apresenta uma forma de realização do sistema de fim de curso da junta rotativa da componente de mão.

A Figura 20 apresenta uma vista explodida da forma de realização da articulação rotativa da componente de mão, incluindo o sistema de bloqueio da supinação e regulação longitudinal . A Figura 21 apresenta uma forma de realização da articulação rotativa da componente de mão, incluindo um detalhe do sistema de bloqueio da supinação e regulação longitudinal .

A Figura 22 apresenta uma forma de realização do sistema de regulação hemiplegia direita, hemiplégia esquerda para que se diminua a altura entre o dispositivo e o ombro, em posição neutra.

A Figura 23 apresenta uma vista explodida de uma forma de realização dos inseridos no apoio de mão.

A Figura 24 apresenta uma forma de realização da colocação dos insertos na peça em aço inoxidável.

A Figura 25 apresenta uma vista explodida de uma forma de realização dos inseridos no apoio de mão.

A Figura 26 apresenta uma forma de realização da junta articular de rotação externa do cotovelo e extensão e flexão do braço.

Descrição detalhada

0 dispositivo de correcção postural compreende quatro componentes, nomeadamente apoio de mão, apoio de antebraço, apoio de cotovelo e sistema de acoplamento à cadeira de rodas. 0 apoio de mão, o apoio do antebraço e o apoio do cotovelo podem apresentar uma superfície texturada. 0 referido dispositivo pode substituir o tradicional apoio de braço da cadeira de rodas, sendo que para acoplar o equipamento é necessário retirar o apoio de braço tradicional do tubo da cadeira, e colocar o sistema de acoplamento, utilizando a furação que o próprio tubo já possui para o apoio tradicional.

O apoio de mão pode ser construído em PU e contém um elemento em alumínio, preferencialmente anodizado. A parte superior, idealmente em PU, é côncava por questões ergonómicas para melhor conforto do paciente aquando da utilização do equipamento e contém um pino central cónico com as dimensões ideais para colocar a mão aberta (as dimensões permitem que, independentemente da dimensão da mão, esta fique sempre aberta e em posição favorável à reabilitação e diminuição de espasticidade) . Do lado inferior desta peça, encontra-se um elemento inserido parcialmente em relação ao PU, com forma de junta de deslizamento cilíndrica, em alumínio, preferencialmente anodizado, com um furo passante descentrado, que pode ser ainda equipado com uma caixa para colocação de casquilhos autolubrificantes para deslizamento de um tubo de aço, preferencialmente aço inoxidável, que se encontra inserido no apoio de antebraço. Por sua vez, a junta de deslizamento cilíndrica possui um rasgo com um furo passante para alojar um manipulo de aperto que serve para apertar o referido componente contra o tubo de aço inox, para que seja possível fixar a posição desejada. Poderá alternativamente ser utilizado um sistema de excêntricos para a fixação da posição desejada, ou qualquer outro sistema de flexão ou esmagamento para bloqueio rotacional do mesmo. A diminuição do espaçamento desse rasgo em virtude do aperto do manipulo provoca o bloqueio da junta cilíndrica impedindo a rotação relativa entre a ortótese e o tubo de deslizamento. 0 referido tubo contém na sua ponta distai um sistema de batente, sistema este que pode ser rígido ou desmontável, através da utilização de um fim de curso roscado ou de um rebite roscado que entra à pressão no tubo e contém uma das faces com diâmetro superior, que não entra no tubo, funcionando como batente para que a componente da mão, deslizante, não saia do tubo.

0 apoio de antebraço é construído em PU e apresenta uma forma côncava por uma questão de ergonomia e para que num caso de uma postura complicada de alojar, o membro não seja repelido para fora do dispositivo. Esta concavidade é uma garantia de que o membro se encontra correctamente centrado no dispositivo, sendo que na parte inferior contém dois elementos inseridos parcialmente em relação ao PU - o tubo anteriormente referido e um apoio de articulação acoplado na extremidade anterior do tubo. 0 referido apoio tem um furo passante, com um sistema dentado concentricamente posicionado em relação ao furo, o qual é atravessado por um manipulo de aperto que esmaga o apoio contra o apoio da articulação. 0 referido apoio é um cilindro em que uma das faces é ¼ de uma esfera com um diâmetro superior ao diâmetro do corpo do cilindro. A quarta parte da esfera apresenta um furo passante roscado com um sistema dentado igualmente colocado concentricamente em relação ao furo onde o manipulo anteriormente referido aperta. Desta forma, o dentado do apoio faz ligação macho-fêmea com o dentado do suporte cilíndrico, o que permite fazer uma articulação que possibilita fazer a extensão do cotovelo e, através do aperto do manipulo, fixar a posição desejada. 0 apoio da articulação apresenta uma configuração que não permite que a extensão seja superior a 45° devido a um batente mecânico de fim de curso, presente na maquinação da peça em aço, preferencialmente aço inoxidável, que se encontra inserida no rasgo /cavidade maquinada no tubo de aço, preferencialmente inoxidável, por motivos de atravancamentos . Sempre que é necessário aplicar o dispositivo do lado oposto da cadeira, é necessário inverter a posição do suporte da articulação, e respectivo manipulo, para o lado oposto do apoio da articulação.

0 apoio de cotovelo é um componente destacável do dispositivo, com forma côncava e com configuração semi- esférica, que possibilita a extensão do cotovelo com o máximo de conforto. Esta componente é constituída por PU e contém um elemento parcialmente saliente com um rasgo que desliza sobre uma extremidade do apoio da articulação anteriormente apresentada. Para promover o encaixe e desencaixe, o elemento inserido do apoio de cotovelo tem um furo passante e o apoio da articulação um furo roscado, onde aperta um manipulo de cabeça redonda, para uma melhor fixação da componente de cotovelo à componente de antebraço. Poderá ainda alternativamente utilizar-se um sistema de guiamento com um perno de esferas para efectuar o guiamento e o bloqueio da inserção da componente de cotovelo na componente de antebraço Assim, sempre que é necessário realizar o movimento de extensão de cotovelo o paciente fica sempre numa posição confortável pois não bate com o braço no apoio de cotovelo.

0 sistema de acoplamento é constituído por três componentes principais - um veio de alumínio, preferencialmente anodizado, com um rasgo passante numa das extremidades e com um furo em cada uma das faces, um rebaixo com dois furos roscados e dois furos passantes e um espaçador com dois furos roscados, um furo passante ao centro e um rasgo que intercepta o furo passante. 0 veio é utilizado para acoplamento à cadeira de rodas e apresenta um entalhe em "V" autocentrante, para possibilitar o alinhamento ideal sobre o tubo da cadeira. Na extremidade anterior do veio é colocado um elemento em aço inox com um furo roscado, e dois passantes, para aperto de um manipulo num dos furos do tubo da cadeira. Na extremidade do veio, que contém o rasgo, é colocado, no furo, um segundo veio interior com um furo roscado e um batente realizado com a colocação de uma cavilha de aço temperado no furo não roscado, funcionando esse veio com um veio basculante. Desta forma, é possível deslizar o veio interior com o furo roscado para diferentes posições, sendo possível acoplar o sistema a um vasto leque de cadeiras de rodas, as quais contêm diferentes espaçamentos entre as furações dos seus tubos. 0 referido veio de acoplamento, apresenta ainda, na extremidade oposta ao rasgo, uma caixa de cada lado, sendo que o veio apresenta um eixo de simetria vertical. A referida caixa possibilita acoplar o rebaixo, que é acoplado através de pelo menos dois parafusos que passam sobre os furos passantes do veio inserido, e que apertam nos dois furos roscados do rebaixo, o qual, por sua vez, serve como rebaixamento opcional, pois os pacientes apresentam alturas de tronco diferentes entre si .

Sobre o rebaixo, na parte inferior é acoplada uma peça que pelo aperto do manipulo empurra uma face contra a outra sendo que esse deslocamento permite o bloqueio do veio de cabeça semi-esférica espaçador com um furo passante centrado onde o suporte cilíndrico da articulação abordada anteriormente fica alojado. 0 rasgo deste espaçador serve como sistema de aperto sobre o suporte cilíndrico, através de um manipulo de aperto. Esta característica permite regular o equipamento a nível rotacional (rotação externa do ombro) e em altura (prevenção da dor álgica - "ombro doloroso") .

Como foi referido anteriormente, existe uma caixa de cada lado do veio que é acoplado ao tubo da cadeira, onde são acoplados o rebaixo e o espaçador mencionados anteriormente. Sempre que é necessário colocar o equipamento no lado oposto da cadeira, é necessário desacoplar o rebaixo e o espaçador da caixa do veio e colocá-los na caixa oposta - característica bilateral.

Como foi referido, de forma a efectuarem-se grandes cadências de injecção foram ainda projectados e desenvolvidos três moldes em alumínio, cada um desenhado especificamente para cada um dos componentes do dispositivo. Esta opção foi tomada de forma a não haver problemas ao nível da cinética da reacção, escoamento do volume injectado e tempo de cura de cada peça. 0 referido molde foi devidamente estudado, o que fez com que se incluíssem todos os pormenores necessários à produção de um molde, tais como canais de enchimento, canais de aquecimento, sistemas de ataque para a máquina de injecção, extractores guias para movimentação do sistema macho- cavidade para desacoplamento em segurança, etc.

Claims

R E I V I N D I C A Ç Õ E S

1. Dispositivo de correcção postural compreendido por:

- um apoio da mão com uma parte superior em forma côncava;

um apoio do antebraço compreendendo elementos inseridos parcialmente na parte inferior, um tubo e um apoio da articulação acoplado na extremidade anterior do tubo;

- um apoio do cotovelo destacável compreendendo um elemento parcialmente saliente com um rasgo que desliza sobre uma extremidade do apoio da articulação ;

- sistema de acoplamento.

2. Dispositivo de acordo com a reivindicação anterior, que o apoio de mão compreende um pino central.

3. Dispositivo de acordo com a reivindicação 1, em que apoio de mão compreende uma base palmar de apoio.

4. Dispositivo de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, em que o apoio de mão, o apoio do antebraço e o apoio do cotovelo apresentam uma superfície texturada.

5. Dispositivo de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, em que o sistema de acoplamento é constituído por um veio com um rasgo passante numa das extremidades e com um furo em cada uma das faces, um rebaixo com dois furos roscados e dois furos passantes e um espaçador com dois furos roscados, um furo passante ao centro e um rasgo que intercepta o furo passante.

6. Dispositivo de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, em que o apoio de mão compreende uma junta de deslizamento cilíndrica que apresenta um sistema de flexão ou esmagamento para bloqueio rotacional do referido apoio de mão.

7. Dispositivo de acordo com a reivindicação anterior, em que o sistema de flexão ou esmagamento compreende um rasgo com um furo passante.

8. Dispositivo de acordo com a reivindicação 6, em que o sistema de flexão ou esmagamento apresenta um sistema de excêntricos .

9. Dispositivo de acordo com a reivindicação anterior, em que o tubo apresenta um sistema de batente rígido ou desmontável na sua ponta distai.

10. Dispositivo de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, em que o apoio de mão é construído em poliuretano, contém um elemento em alumínio que permite a rotação e é apertado contra um tubo de aço inox para o bloquear.

11. Dispositivo de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, em que o apoio de cotovelo apresenta um sistema de guiamento.

12. Dispositivo de acordo com a reivindicação 11, em que o sistema de guiamento do apoio de cotovelo apresenta um furo passante e o apoio da articulação tem um furo roscado onde aperta um manipulo de cabeça redonda.

13. Dispositivo de acordo com a reivindicação 1, em que o sistema de acoplamento compreende um veio que apresenta um entalhe em "V" autocentrante .

14. Dispositivo de acordo com a reivindicação anterior, em que o veio do sistema de acoplamento apresenta, na extremidade oposta ao rasgo, uma caixa de cada lado que é acoplada ao tubo do elemento de repouso.

15. Dispositivo de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, em que é acoplado um espaçador com um furo passante na parte inferior.

16. Utilização do dispositivo descrito em qualquer uma das reivindicações 1 a 15 na correcção postural do membro superior de pacientes hemiplégicos , compreendendo a supinação do pulso.

17. Utilização do dispositivo descrito em qualquer uma das reivindicações 1 a 15 implantado em diferentes modelos de cadeiras de rodas, em sofás, em cadeirões, em camas ou outros elementos de repouso.