PT94893A - Instalacao para a realizacao de armaduras metalicas - Google Patents

Description

JAIME AGUILÕ AGUILÕ "INSTALAÇÃO PAEA A REALIZAÇÃO DE ARMADURAS METÁLICAS" A presente invenção diz respeito às armaduras de reforço usadas na construção, por exemplo de pilares, vigas, suportes, barras, etc.. A fabricação de armaduras deste tipo é realizada, ou no local onde se efectua a construção, ou numa fabrica, caso em que as armaduras preparadas são transportadas para o local da construção para serem colocadas na posição respectiva para a montagem.

Um processo para a realização destas armaduras, no local ou numa fábrica, consiste em corat e modelar primeiro as diferentes peças de ferro necessárias para as referidas armaduras. Estas peças de ferro são depois colocadas sobre mesas ou colunas de cavaletes onde se efectua uma pré-montagem da armadura. Em seguida, os operários procedem a ligação dos pontos de cruzamento da armadura pré-montada nos locais em questão, mantendo-se a armadura fixa nas colunas do cavalete e deslocando-se os operários ao longo do seu comprimento até serem ligados todos os pontos, dando assim forma à armadura. -2-

Para ligar entre si os pontos de cruzamento, o processo tradicional conhecido baseia-se na colocação manual de um arame em cada ponto e entrançando-o por meio de uma ferramenta, por exemplo um alicate.

Este sistema tradicional exige operários especializados dextros, denominados construtores de ferros ou operários de ferros, que usualmente desenvolvem um elevado nível de produção, da ordem dos 45 a 50 kg de ferro por hora, podendo ir até aos 60 kg por hora e por pessoa o problema com o processo tradicional de montagem reside nos elevados custos de produção, devidos em especial aos elevados custos da mão-de-obra especializada e â sua escassez, dado que tais operários são pretendidos por todos os construtores.

Mais recentemente estão a ser usados grampos pré-modelados que são colocados nos pontos onde se cruzam os elementos da armadura. Estes grampos estão providos de saliências que são apanhadas por uma ferramenta que as entrelaçam automaticamente até se obter o fecho perfeito do grampo. A vantagem de utilizar grampos e ferramentas para o seu entrelaçamento automático reside no facto de não ser necessário pessoal especializado, sendo suficiente pessoal semi-especiali-zado e mesmo aprendizes. Neste caso, a produção é semelhante à do sistema anterior, embora com a vantagem inerente de se utilizar,

e eventualmente se encontrar, pessoal apropriado. 0 sistema de soldar a armadura pri-montada nos pontos de cruzamento utilizando mão-de-obra especializada é também conhecido. Fora o tipo de soldadura a usar, com ou sem fundente, a produção em kg por hora e por pessoa manter-se-à no máximo de 60 kg, sendo a armadura soldada mais rígida, o que não é aconselhável .

Com ligeiras diferenças, os operários deslocam-se ao longo da estrutura em todos estes processos de realização do trabalho, enquanto a estrutura se mantém fixa, até ser completamente ligada e ficar pronta para a sua montagem ou para o seu transporte. Por conseguinte, em todos os sistemas conhecidos até agora estão presentes sempre estas duas constantes: a armadura mantém-se fixa enquanto o operário se desloca. Também em termos gerais, a produção é limitada, como já se disse a um máximo de cerca de 60 kg por hora e por pessoa.

Mais recentemente, conhecido através da patente de invenção francesa NQ. 84.14888 de LAFON, há um tipo de instalação baseada numa máquina flexível que tem uma área para os ferros longitudinais da estrutura a formar e outra área adjacente para os ferros transversais, que são empilhados. Nesta instalação, aplica-se uma tracção aos ferros longitudinais entre os ferros transversais empilhados, tomando um ferro transversal de cada vez, o qual é

ligado da maneira tradicional, até se completar a estrutura.

Esta instalação é complexa em si e no modo de proceder para construir a estrutura, o que significa que a sua utilização na prática não é viável dado que ela nem i mais barata do que a dos processos tradicionais nem aumenta a produção.

Um objectivo da presente invenção consiste em obter um processo de produção que proporcione uma maior saída de armaduras, da ordem de pelo menos 30%, e usualmente de 50% mais, em igualdade de circunstâncias, o que permite reduzir consideravelmente o custo da armadura acabada, tendo mesmo em conta a amortização ou a reposição das instalações e das ferramentas.

Outro objectivo da presente invenção consiste em proporcionar uma instalação automática ou semiautomática que desloca as armaduras para a sua pré-montagem e montagem, e na qual os operários se mantêm fixos enquanto as armaduras se deslocam em frente dos seus postos de trabalho.

Para a realização prática da presente invenção utilizam-se grampos pré-modelados e ferramentas de entrelaçamento, depois de os grampos terem sido primeiro posicionados pelo operário ou operador. Cada operário está dotado com uma ferramenta de entrelaçamento automático e uma quantidade sufuciente de grampos para posicionar os pontos de cruzamento dos elementos de cada armadura.

As operações de corte e modelação das peças de ferro são realizadas da mesma maneira que nos processos tradicionais, surgindo as características especiais da presente invenção depois da modelação dos elementos.

Reivindica-se a existência de um conjunto de vagões ou carros nos quais estão colocadas colunas de cavalete ou armações (A) que recebem as peças de ferro já modeladas, sendo estes carros providos de meios apropriados para rolar sobre carris de modo que podem deslocar-se pelo menos num sentido. Quando se tiverem cortado e modelado apropriadamente as diferentes peças de ferro, a pré-montagem da armadura efectua-se nas colunas de cavalete montadas nos referidos carros.

Nesta situação, cada um dos carros desloca-se ao longo de carris desta área de pré-montagem para um outro carril no qual estão montados meios para delocar os carros com uma velocidade variável, estando estes meios, juntamente com outros, na parte inferir de cada carro. Normalmente, nesta linha de ligação, proporciona-se um motor variador para uma cadeia sem fim com um comprimento igual ao do carril, aplicando-se esta cadeia sem fim âs saliências dos carros e deslocando-os ao longo da pista de montagem.

Nesta pista de montagem, a armadura nos carros circula com uma certa velocidade, mantendo-se os operários fixos, ligando entre si os pontos de cruzamento da armadura com os grampos e a máquina de entrelaçar, quando cada secção da armadura passa em frente do seu posto de trabalho. 0 número de operários é logicamente variável, dado que, em termos gerais, quanto maior for o número de operários maior será o rendimento de trabalho que se pode obter. A velocidade de travessia dos carros que realizam as armaduras e variável, como atrás se mencionou, devendo considerar-se que com o mesmo número de operadores ou operários, a velocidade do carro será menor quando a armadura for mais complicada e tiver um maior número de elementos a ligar em cada posto de trabalho.

No final da pista de trabalho, qualquer armadura específica estará completamente pronta e preparada para ser levada para o armazém, para ser carregada num camião, etc.. Deve considerar-se aqui que as peças de ferro para a montagem da armadura no local são colocadas no carro no início do processo, de modo que quando a armadura estiver pronta, estas peças de ferro possam ser fixadas no mesmo de modo que fiquem sob controlo até à altura de serem montadas no local.

Quando se retira a armadura do carro, este é deslocado sobre carris para outra área adjacente à área de trabalho, onde -7- -7-

pode novamente ser carregado antes de ser deslocado para outra ou para a primeira linha de montagem.

As combinações possíveis das pistas de trabalho e das áreas de pré-montagem, bem como as áreas de descarga, são infinitas e dependerão, como é lógico, de variáveis, tais como o espaço disponível, a capacidade que a instalação deve ter, etc., como será indicado mais adiante com referência aos desenhos anexos.

Nas áreas de pré-montagem, se se desejar, os carros podem estar providos de um movimento transversal suave no sentido da pista de trabalho, podendo o operário ou os operários efectuar a pré-montagem da armadura durante este movimento.

Para maior clareza e como exemplo os desenhos anexos representam um exemplo de uma instalação na qual pode aplicar-se o procedimento segundo a presente invenção. Nos desenhos, as figuras representam : A fig. 1, uma vista parcial de uma armadura simples; A fig. 2, uma peça de ferro, um estribo neste caso, pré-moldada para ser colocada na armadura; A fig. 3, um carro no qual podem colocar-se as armaduras; A fig. 4, um diagrama de implantação de uma instalação possível; A fig. 5, um pormenor da fig. 4; A fig. 6, um carro montado nos carris da pista de ligação; A fig. 7, uma vista parcial de uma armadura com as peças de ferro para montagem; e A fig. 8, uma secção de uma armadura mais complicada.

Gomo pode ver-se nas fig. 1 e 2, uma armadura pré-montada (1) baseia-se em peças longitudinais de ferro (2) e estribos transversais de ferro (3) que tim de ser unidos entre si, com arame, nos pontos de cruzamento, por exemplo em (4),(5) e (6), etc., com o auxílio de grampos já pré-moldados que são colocados nestes pontos e com ferramentas que entrelaçam as extremidades destes grampos. A fig. 3 representa um carro ou vagão (7) no qual foi montada uma estrutura baseada em colunas e cavaletes ou armações A (8-9), para obter uma base de suporte para as armaduras. 0 carro desloca-se ao longo dos carris (11) e (12) utilizando os seus próprios meios de rolamento, que não estão representados mas que poderiam, por exemplo, ser rodas, suportes, etc.. -9-

V

Com referência à fig. 4, pode ver-se a disposição de uma instalação modelo, como um exemplo, segundo o qual há uma área de pré-montagem (13) na qual os carros com as armaduras recebem as peças de ferro e se deslocam para uma área adjacente (15), onde os carros engatam numa cadeia (18) accionada por um motor variador (17). Nesta área, os operários ou operadores estão fixos e, enquanto a armadura se desloca em frente deles, efectuam a ligação dos pontos de cruzamento em cada secção. No fim do trajecto, por exemplo na posição (19), a armadura está agora completamente acabada e pronta para ser armazenada ou carregada num camião para o local de expedição.

Os carros que ficam livres deslocam-se para a área (14), que pode ser uma outra área de pré-montagem, por exemplo, a partir da qual os carros se deslocam para a área (16), onde estas armaduras são ligadas por um outro grupo de operários. Esta ordem ou sucessão poderia ser alterada, fazendo da área (16) uma área de retorno apenas para carros vazios provenientes da primeira área de pré-montagem (13). Esta situação corresponderia, por exemplo, ao facto de se dispor apenas de um grupo de trabalho-dores.

Na fig. 5 pode ver-se uma ampliação da área de pré-montagem (13) e a posição de um dos carros (7) com as colunas de cavaletes. (A) indica o sentido em que as peças de ferro entram para sobre os cavaletes, que entram no sentido da seta (C). Os carros (7), -10- -10-

lama vez carregados com armaduras pré-montadas, são transferidos no sentido da seta (B) no sentido da linha de ligação. A fig. 6 representa um carro (7), aqui representado sem as colunas dos cavaletes nem as armaduras, sobre os carris (11) da área de ligação. A finalidade das referências (D) e (E) é indicar os pontos de trabalho dos operadores, neste caso dos dois lados do carro, quando ele se move pela acção da cadeia sobre o carril (18) nos batentes (23) e (22) do próprio carro.

Na fig. 7 pode ver-se a posição final dos ferros de montagem (20), que são colocados na armadura e a ela ligados, especificamente os estribos (21), uma vez consolidados os outros pontos de cruzamento.

Finalmente, a fig. 8 representa uma armadura com um número de pontos de ligação (24) em cada secção maior do que o representado na fig. 1. Este e outros tipos de armaduras que são mais complexos ou destinados a aplicações especiais podem ser tratados pelo processo segundo a presente invenção.

Por outro lado assinala-se o facto de que, para armaduras deste tipo descrito, e em condições normais, se verificou que um carro com o comprimento de aproximadamente 11 metros se mostrou ser aconselhável por razões práticas. -11-

A instalação descrita ate aqui está montada em carris dispostos no pavimento de um certo espaço. Para os fins em vista, faz-se notar que a mesma disposição pode ser realizada numa construção aérea, de modo que as colunas dos cavaletes (armaduras A) assentem em ganchos ou meios análogos a uma certa distancia do solo.

Claims (12)

1. -12- REIVINDICAÇÕES 1.- Instalação para a realização de armaduras metálicas do tipo aplicável na construção de pilares, vigas, suportes, etc., partindo de peças de ferro, guando cortadas, dobradas com as dimensões necessárias,, pré-montadas em colunas de cavaletes ou meios análogos, marcadas e ligadas entre si nos pontos necessários, mantendo-se as armaduras pré-montadas nas colunas dos cavaletes fixas enquanto o operário ou os operários, deslocando-se ao longo da armadura, fixam arames ou grampos nos referidos pontos, sendo depois estes arames ou grampos entrelaçados por meio de uma ferramenta especial para entrelaçar, carac-terizada por: se disporem as colunas dos cavaleues [armações (A) ] , -13- sobre carros móveis que rolam ao longo de carris; - os carros móveis se deslocarem pelo menos durante a operação de ligação da armadura; - o operário ou os operários que efectuam a operação de ligação se manterem fixos enquanto os carros se deslocam ao longo dos carris para ficarem no alinhamento dos seus postos de trabalho; - a velocidade dos carros durante o tempo em que estão pelo menos na área de ligação ser variável conforme o tipo de armadura em questão e o número de operários; - o número de operários que ligam a armadura ser varia vel em função da sua complexidade maior ou menor e da velocidade com que se desloca o carro; - os operários se colocarem de preferência dos dois la dos dos carros quando estes se deslocam de modo que se pode fazer a ligação da armadura, havendo ima área para carga, pré-montagem e marcação das peças de ferro nas colunas do cavalete montadas nos carros que se deslocam ao longo dos carris, uma área de ligação na qual os carros se deslocam ao longo de carris de modo que os operários podem executar a operação de ligação e que continua a partir da área de carga, e uma última área de descarga, na qual os carros nos seus carris permitem que as armaduras prontas sejam descarregadas, e uma outra área na qual os carros vazios passam no seu trajecto de retorno para o nonto de oartida. -14- SH
2. 2.- Instalação de acordo com a reivindicação 1, caracteri-zada por, durante a pré-montagem e a marcação das armaduras nas colunas do cavalete nos carros, estes últimos se manterem fixos e se deslocarem ao longo da linha de ligação depois de terminadas as referidas operações de modo que possa iniciar-se a ligação .
3. 3.- Instalação de acordo com a reivindicação 1, caracteri-zada por, durante as operações de pré-montagem e marcação das armaduras nas colunas do cavalete montadas nos carros, estes úl timos se deslocarem muito lentamente para a linha de ligação.
4. 4. - Instalação de acordo com a reivindicação 1, caracteri-zada, por, quando a armadura tiver sido ligada no carro móvel, este se deslocar para uma área na qual a armadura é carregada, sendo o carro móvel, deslocando-se o carro, uma vez descarregado, para uma outra área para carregar, pré-montar e marcar uma nova armadura.
5. 5. - Instalação de acordo com a reivindicação 4, caracteri-zada por as áreas de carga e descarga da armadura serem uma e a mesma área.
6. 6. - Instalação de acordo com a reivindicação 1, caracteri-zada por na área de carga as peças de ferro para montagem serem -15- ligadas no interior da armadura depois de esta ter sido ligada e antes de ser descarregada.
7. 7.- Instalação de acordo com as reivindicações 1 e 5, ca-racterizada por os carros estarem dotados de movimento para a frente e para trás enquanto na área de ligação e durante a ligação .
8. 8. - Instalação para a realização de armaduras metálicas, caracterizada por se preverem carris que recebem carros com colunas de cavaletes a bordo, deslocando-se os carros nestes carris numa área de pré-montagem e marcação das armaduras, comunicando estes carris com outros carris adjacentes entre os quais está colocado um meio de tracção operado por um motor variador, tendo o fundo dos carros meios de interligação com os referidos meios de tracção de modo a deslocar os carros ao longo dos carris, havendo na extremidade dos carris outras áreas onde se des carregam as armaduras.
9. 9. - Instalação de acordo com a reivindicação 8, caracterizada por os meios de tracção dos carros serem uma cadeia, na qual se encaixam as saliências nos fundos dos carros.
10. 10. - Instalação de acordo com a reivindicação 8, caracteri_ zada por se estabelecer uma outra linha de trajecto dos carros -1 entra os carris inicial e final, que recebe os carros vazios para os levar para a área de carga inicial, formando assim um circuito fechado.
11. 11. - Instalação de acordo com a reivindicação 8, caracteri zado por o comprimento dos carros com as colunas dos cavaletes ser variável, de preferência com cerca de 11 m.
12. 12. - Instalação de acordo com as reivindicações 8 e 10, ca racterizada por os motores que accionam os meios de tracção para os carros poderem variar a sua velocidade em função da armadura em questão e do número de operários. Lisboa, 02 de Agosto de 1990 o Uíicíu! da Picpr.Eciacie íiicíusfricjl