PT624321E

PT624321E - Produto para fumar comportando um involucro que emite um aroma quando se fuma

Info

Publication number: PT624321E
Application number: PT94400891T
Authority: PT
Inventors: Jean-Claude Battard; Bernard Bregeon
Original assignee: Expl Ind Tabacs Et Allumettes
Priority date: 1993-05-11
Filing date: 1994-04-26
Publication date: 2000-07-31
Also published as: DE69422848D1; FR2705016B1; FR2705016A1; EP0624321B1; ES2144495T3; GR3033286T3; EP0624321A1; DE69422848T2; ATE189362T1

Description

DESCRIÇÃO "PRODUTO PARA FUMAR COMPORTANDO UM INVÓLUCRO QUE EMITE UM AROMA QUANDO SE FUMA" A presente invenção diz respeito a um produto para fumar (charutos ou cigarros) contendo pelo menos uma matéria para fumar escolhida entre o tabaco natural, o tabaco reconstituído, os substitutos do tabaco que compreendem os produtos que não sejam tabaco, naturais ou sintéticos, propostos para substituir total ou parcialmente o tabaco num produto para fumar. A invenção visa um produto que gera, durante o seu consumo, uma corrente principal com fracas quantidades de constituintes indesejáveis e cujo sabor e aroma sejam melhorados, e um fumo secundário tendo um aroma agradável. Já foi proposta a incorporação de substâncias, e nomeadamente de aditivos orgânicos, em produtos para fumar mas o elevado grau de volatilidade e a facilidade de sublimação destas substâncias nos produtos para fumar arrastam dificuldades devidas às perdas de substâncias durante o fabrico e o armazenamento. A invenção procurou fazer com que, ao fumar, fosse o invólucro do produto a emitir uma ou várias substâncias aromáticas que melhorassem a qualidade organoléptica do fumo secundário e do fumo primário, por adição de uma nota complementar às que são produzidas pela combustão da matéria ou mascarando o efeito desta.

Para alcançar este objectivo a invenção propõe um produto a cujo invólucro foram adicionados uma mistura de um açúcar redutor, não volátil à temperatura ambiente, e um composto azotado escolhido entre os sais de amónio e os aminoácidos, e apto a decompor-se por pirólise libertando amoníaco.

Entre os açúcares redutores citaremos a glucose, a frutose e os hidrolisados de amido entre os sais de amónio, os fosfatos, carbonatos, citratos e acetatos de amónio e, entre os ácidos aminados, a prolina, a asparagina, a glutamina e a fenilalanina.

Os compostos serão misturados em proporções de preferência equimolares, de maneira a obter, durante a combustão do produto a fumar, a sua combinação conduzindo à formação de heterociclos azotados e, nomeadamente, de pirazinas.

Esta mistura de compostos pode ser adicionada ao invólucro por diferentes meios conhecidos que podem ser cumulados para se obter o efeito desejado.

Por exemplo, pode ser introduzido no dispositivo que determina o tamanho dos cigarros, sob forma de soluto ou de suspensão com outros aditivos. A máxima quantidade é função da carga admissível que permite que a estrutura do papel se mantenha. É possível juntar 0,5 a 10% de compostos relativamente à matéria seca. De preferência, juntam-se 0,5 a 4%.

Pode também ser adicionado como ingrediente da composição do papel ou como produto de superfície por revestimento ou ainda directamente sobre o invólucro sobre a máquina que confecciona os charutos ou os cigarros sob forma de um soluto ou de uma suspensão.

Pode ainda ser incorporado na formulação da cola que fecha o invólucro.

Seguidamente, indicamos alguns exemplos de misturas de acordo com a invenção e a sua aplicação no invólucro ou papel de invólucro do produto.

Exemplo 1

Prepara-se um soluto de 1,8 g de glucose e 1,2 g de sesquicarbonato de amónio (NH4)2C03, NH4HCO3, H20 em 100 g de água fria (de preferência a temperatura inferior a 15 graus C para não decompor 0 sesquicarbonato de amónio). Junta-se 1,45 g de citrato de amónio e 1,15 g de citrato de potássio. Poderia utilizar-se outros sais habitualmente adicionados ao papel para modificar a sua combustão.

Aplica-se este soluto numa máquina de papel clássica, munida de um dispositivo para determinar o tamanho dos cigarros, sobre uma matriz do papel referência VGB 40 C da sociedade Lana e conduz-se a máquina de maneira a se obter um depósito de matéria activa carbonilada e azotada da ordem dos 3% relativamente ao peso seco de papel.

Exemplo 2

Efectuou-se a mesma experiência a partir de um soluto de 1,8 g de hidrolisado de amido vendido pela sociedade Roquette sob a marca FLOLYS e de uma mistura de ácidos aminados compreendendo 0,6 g de prolina, 0,3 g de asparagina, 0,2 g de glutamina e 0,1 g de fenilalanina para 100 g de água. Junta-se a mesma quantidade de aditivos modificadores de combustão como no -4- exemplo precedente. O papel é fabricado nas condições conhecidas de maneira a aplicar a mesma quantidade como anteriormente.

Exemplo 3

Realiza-se, em condições idênticas, um papel a partir de um soluto de 2,46 g de FLOLYS de uma mistura de 0,8 g de fosfato monoamónico e 0,2 g de fosfato diamónico a fim de se obter um soluto inodoro. Este soluto é igualmente preparado mantendo a temperatura a um valor inferior a 15 graus C para evitar a libertação de gases de amoníaco e compreende igualmente as mesmas quantidades de aditivos modificadores de combustão. A aplicação por meio de uma máquina de papel faz-se com a mesma quantidade como indicada anteriormente.

Exemplo 4

Em condições semelhantes às dos exemplos anteriores, fabrica-se um papel a partir de um soluto de 1,8 g de glucose e de 3 g de LUCULLUS “Standard” da sociedade Orsan (base proteica obtida por fermentação).

Confecciona-se, com os papéis obtidos de acordo com os exemplos 1 a 4, cigarros sem filtro com o comprimento de 70 mm e diâmetro de 7,9 mpm com uma mistura comercial de tabacos para cigarros negros compreendendo tabaco negro, tabaco loiro, nervuras das folhas de tabaco negro e tabaco reconstituído..

Estes cigarros, fabricados de acordo com, respectivamente, os -5- exemplos 1 a 4, são experimentados por um painel de especialistas em comparação com um lote fabricado a partir da mesma mistura envolta num papel semelhante mas não compreendendo o aditivo de acordo com a invenção.

Descobriu-se que o fumo dos cigarros envoltos com os papéis de acordo com a invenção são diferentes do termo de comparação. De maneira geral, constata-se que o odor do tabaco negro é atenuado, o fumo é adoçado, os aromas da fermentação e da torrefacção são esbatidos, o amargo e o acre diminuem. O fumo liberta um odor a madeira, a côdea de pão, um aroma estranho e novo que se alia bem ao aroma do tabaco.

Lisboa, 26 de Abril de 2000

JORGE CRUZ Agente Oficial da Propriedade Industrial RUA VICTOR CORDON, 14 1200 LISBOA

Claims

REIVINDICAÇÕES 1. Produto para fumar do tipo charuto ou cigarro contendo pelo menos uma matéria para fumar, escolhida entre o tabaco natural, o tabaco reconstituído, os substitutos do tabaco que compreendem os produtos que não sejam tabaco, naturais ou sintéticos, propostos para substituir total ou parcialmente o tabaco num produto para fumar, cujo invólucro do produto contém uma mistura de pelo menos um açúcar redutor, não volátil a temperatura ambiente, e pelo menos um componente azotado libertando amoníaco perante temperaturas e enquanto dura a combustão do produto, sendo os compostos misturados de maneira a se obter a sua combinação durante a combustão do produto para fumar.
2. Produto de acordo com a reivindicação 1, em que os açúcares redutores e os componentes azotados foram misturados em proporções tais que, por pirólise e por combinação, são formados heterociclos azotados.
3. Produto de acordo com uma das reivindicações 1 ou 2, em que os açúcares redutores foram escolhidos entre a glucose, a frutose e os hidrolisados de amido.
4. Produto de acordo com uma das reivindicações 1 ou 2, em que os componentes azotados são sais de amónio.
5. Produto de acordo com a reivindicação 4, em que os sais de amónio são escolhidos entre os fosfatos, carbonatos, citratos e acetatos. -2-
6. Produtos de acordo com uma das reivindicações 1 ou 2, em que os componentes azotados são os ácidos aminados.
7. Produto de acordo com a reivindicação 6, em que os ácidos aminados são escolhidos entre prolina, asparagina, glutamina e fenilalanina.
8. Produto de acordo com uma das reivindicações 1 a 7, em que a mistura é introduzida na prensa, por exemplo, no dispositivo que determina o tamanho dos cigarros da máquina que fabrica o papel do invólucro.
9. Produto de acordo com uma das reivindicações 1 a 7, em que a mistura é adicionada como ingrediente da composição do papel de invólucro.
10. Produto de acordo com uma das reivindicações 1 a 7, em que a mistura é adicionada por indução como produto de superfície.
11. Produto de acordo com uma das reivindicações 1 a 7, em que a mistura é directamente adicionada ao invólucro na máquina de confecção de charutos ou de cigarros.
12. Produto de acordo com uma das reivindicações 1 a 7, em que a mistura é incorporada na formulação da cola que sela o invólucro.
13. Processo de fabrico de um produto para fumar de acordo com uma das reivindicações 1 a 12, em que se adiciona ao invólucro do produto uma mistura de pelo menos um açúcar redutor, não volátil, a temperatura ambiente, e pelo menos um componente azotado libertando amoníaco perante temperaturas e durante a combustão do produto, sendo os componentes -3- misturados de maneira a se obter a sua combinação durante a combustão do produto para fumar.
14. Processo de acordo com a reivindicação 13, em que a mistura de componentes é adicionada em solução.
15. Processo de acordo com a reivindicação 13, em que a mistura de componentes é adicionada em suspensão. Lisboa, 26 de Abril de 2000

JORGE CRUZ Agente Oficial da Propriedade Industriai RUA VICTOR CORDON, 14 1200 USBOA