PT100435B - Nucleosidos terapeuticos - Google Patents

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Description

DESCRIçao
A presente invenção refere-se à utilização de um derivado 1-(2-(hidroximeti1>-1,3-oxatidano-5-i 1)-citosina e de seus derivados -Funcionais -Fisiológicos para o tratamento de infecções virais de hepatite B= virus da hepatite B (HBV) é um agente virai patogénico de grande importância em todo o mundo» 0 HBV é mais comum em países asiáticos e prevalece na África sub-sahariana. 0 virus está etiologicamente associado com o carcinona hepatocelular primário e pensa-se ser o causador de
80% dos cancros de fígado em todo o mundo» Nos Estados Unidos, mais de dez mil pessoas são hospitalizadas em cada ano devida a • doenças causadas pelo HBV, e uma média de 250 morrem vitimadas
F.P.
par doença fulminante»
Os Estados Unidos possuem uma população estimada em 500 000 a 1 milhão de portadores infecciosos» As hepatites activas crónicas desenvolvem-se em cerca de 25% dos portadores e progridem -frequentemente até à cirrose» Calcula~-se que 5000 pessoas marrem em cada ano nos E»U.A. devido & cirrose relacionada com o HBV e que talvez 1000 marram de cancro de fígado relacionado com o HBV» Mesmo quando existir uma vacina universal para o HBV, continuará a haver necessidade de compostos com actividade anti-HBV» população de portadores persistentemente in-Fectados,
A grande estimada em 220 milhões em todo o mundo, não terá qualquer benefício na vacinação e continuará a constituir alto risco de doenças hepáticas provocadas pelo HBV» A população portadora actua como fonte de infecção de indivíduas susceptíveis perpetuando a instância da doença particularmente sm áreas endémicas ou em grupos de alto risco.
como os consumidores de drogas intravenosas e os homossexuais» Deste modo.
há uma grande necessidade de agentes anti-virais efectivos, tanto para controlar a infecção crónica como para reduzir a progressão do carcinona hepatocelular»
Os efeitos clínicos da infecção pelo HBV variam da dor ds cabeça, febre, mau estar, náusea, vómitos, anorexia e dores abdominais»
A replicação do virus é normalmente controlada pela resposta imunológica, com um tempo ds recuperação de semanas a meses sm seres humanos, mas a infecção pode ser mais severa levando a uma doença de fígado crónica presistente, como acima referido» Ma obra “Virai Infections of Humans (2â» Edição, Ed» Evans, A»S„ (1982) Plenum Publishing Corporation, New York), cap. 12, descreve-se a etiologia das infecções hepáticas virais»
A patente europeia 0 382 52.6 descreve certas análogos de nucleósido de 1,3-oxatiolano efectivos na inibição da replicação do virus da imunodeficiência humana (HIV)»
Descobriu-se agora surpreendentemente que um derivad-b de l-(2-(hidroximetil)-í,3“Oxatiolano-5--i 1)-ci tosina, de -Fórmula I
na qual
R representa um átomo de hidrogénio ou um grupo alquilo Ci-:x, e os respectivos derivados -funcionais -Fisiológicos, apresentam uma -forte actividade contra o HBV.
Um composto preferencial de -fórmula (I) é aquele em que R representa um átomo de hidrogénio, nomeadamente a 1-¢2-- (hidroximeti 1)-1,3--oxatiolano--5-i 1) ci tosina.
Há que ter em conta que o composto de -fórmula (I) tem dois centros quirais e existe por isso na •forma de dois pares de isómeros ópticos <i.e. enantiómeros) e misturas destes incluindo as misturas racémicas. Deste modo o composta de -fórmula (I) pode ser um isómero cis ou trans ou misturas deles. Cada isómeros cis ou trans pode existir como um de dois enanteómeros ou misturas deles incluindo as misturas racémicas. Todos esses isómeros e suas misturas incluindo as racémicas estão abrangidas no âmbito da invenção. Preferem-se as isómeros cis dos compostos de -fórmula (I). A invenção refere-se também aos isómeros ópticas e geométricos e a todos as formas tantoméricas dos compostos de fórmula (I); de entre os isómeros cis prefere-se em especial o isómero (--), i.e. a (-)-cis—1—(2-(2-hidroximeti 1)-i ,3-oxatiolano-S-i 1)-~5-f luorocitosina.
De acordo com um dos aspectos da presente invenção refere-se um composto de -fórmula (I) ou um seu derivado -Funcional -fisiológico para utilização no tratamento ou profilaxia da infecção pelo virus da hepatite B.
De acordo com um outro aspecto da presente invenção refere-se a utilização de um composto de •Fórmula CI) ou de um seu derivado -Funcional -fisiológico na preparação de uma composição -farmacêutica para o tratamento ou profilaxia da infecção pelo virus da hepatite B. Num outro aspecto da presente invenção refere-se um método para o tratamento ou profilaxia da infecção pelo virus da hepatite B num hospedeiro, por exemplo um mamífero, como o ser humano, caracterizado por se tratar o hospedeiro com uma quantidade terapeuticamente efectiva de um composto de fórmula (I) ou de um seu derivada funcional fisiológico.
For derivado funcional fisiológico entende-se um sal farmacologicamente aceitável, um éster ou sal de um éster farmacologicamente aceitáveis de um composto de fórmula (I) ou qualquer outro composto que após administração ao paciente, seja capaz de originar (directa ou indirectamente) o referido composto de fórmula (I) ou um seu metabolito ou derivado activo.
Os ésteres preferidos de acordo com a presente invenção são os ésteres de ácido carboxílico nas quais a parte não carbonílica da parte ácido carboxílico do éster é uma cadeia alquílica linear ou ramificada como p.ex. n-propilo, ter-butilo, n-butilo, alcooxialquilo (p.ex. metoximetilo), arilalquilo (p.ex. benzilo), ari1oxialquilo (p.ex. fenoximetilo) e arilo (p. ex. fenilo); ésteres de ácidas sulfónicos tais como os de alquilo ou arilalquilsulfonilo (p.ex. metanossulfonilo);
-valilo ou L-isolencilo);
(p.ex. hemissuccinato);
ésteres de aminoácidos (p. ex. L— ésteres de ácidos dicarboxí1icos e ésteres de 5'-mono-, di- ou tri--fosfato. Os ésteres fosfato podem ainda estar esterifiçados com, por exemplo, um álcool Ci-sao ou um seu derivado reactivo, ou por um 2,3-di-(0^-^^,) -aci 1 gl icerol.
• Qualquer grupo alquilo presente em
tais ésteres contém de preferência í a IS átomos de carbono, em particular 1 a 4 átomos de carbono. Qualquer grupo arilo presente nesses ésteres compreende de preferência um grupo •fenilo, opcionalmente substituído, por exemplo, por halogénio, alqui lo-Cj.-^, alcooxi lo-C j-z» ou nitro.
Nos ésteres acima descritos, o grupo amino da citosina pode estar presente na forma de amida, p. ex. -NHCOR em que R é alqui lo-Cou arilo Cp. ex. fenilo, opcionalmente substituído por halogénio, alqui lo-C alcooxilo-Ci-x., nitro ou hidroxilo).
Exemplos de sais farmacologicamente aceitáveis de acordo com a presente invenção são sais básicos, p. ex. derivados de uma b s de metal alcalino (p. ex. sódio), de metal alcalinoterroso (p. ex. magnésio), de amónio e de NX^+ (em que X é um grupo alquilo Ci~ί·) . Os sais de adição de ácidos farmacologicamente aceitáveis são sais de ácidos carboxílicos orgânicos tais como o ácido acético, láctico, tartárico, málico, isetiómico, lactobiónico e succínico; ácidos sulfónicos orgânicos tais como o ácido metanossulfónico, etanossulfónico, benzenossulfónico e p-toluenossulfónico e ácidos inorgânicos tais como o ácido clorídrico, sulfúrico, fosfórico e sulfãmico.
A quantidade de composto de fórmula (I) (daqui em diante tambémdesignado por ingrediente activo) ou de um seu derivado funcional fisiológico, necessária numa composição medicamentosa para se atingir o efeito desejado, dependerá de várias factores, em particular da aplicação específica, da natureza do composto particular a usar, do modo de administração e da condição do paciente. Em geral, uma dose adequada situa-se na gama de 3,0 a 120 mg por Kg de peso corporal do paciente por dia, de preferência de 6 a 90 mg por Kg de peso corporal por dia e muito em especial de 15 a 60 mg por Kg de peso corporal por dia. A dose desejada apresenta-se de pereferência em duas, três, quatro, cinco, seis ou mais sub-doses, administradas em intervalos adequados ao longo do dia. Estas sub-doses podem administrar-se em formas de dosagem • unitária, por exemplo contendo 10 a 1500 mg, de preferência 20
a 1000 mg? e muita em especial 50. a 700 mg de ingrediente activo por· -forma de dosagem unitária»
De uma maneira ideal? o ingrediente activo deve administrar-se de modo a atingi!1—se um pico de concentração do ingrediente activo no plasma de cerca de 1 a 75pM, d® preferência de cerca de 2 a 50pM, muito em especial de cerca de 3 a 30pM. Isto pode conseguir-se, por exemplo? por injecção intravenosa de uma solução do ingrediente activo de 0,1 a 5%, apcionalmente em sara fisiológico, ou por administração oral de um bola contendo cerca de 1 a 100 mg/Kg de ingrediente activo. Os níveis sanguíneos desejados podem manter-se por infusão contínua de modo a fornecer cerca de 0,01 a 5,0 mg/Kg/hora ou par infusão intermitente contendo cerca de 0,4 a 15 mg/K.g de ingrediente activo»
Na preparação de uma composição farmacêutica de acordo com a invenção, daqui em diante desejada pior formulação, o composto da fórmula (D ou um seu derivado funcional fisiológico? ou seja o ingrediente activo mistura-se tipi camente com, inter alia, um ou mais veículos ou excipiente farmacologicamente aceitáveis e, apcionalmente, com outras agentes·· ter-apêuti cos.
As formulações incluem as adequadas;
piara a administração oral, rectal , nasal, tópica (incluindo transdermal, bocal e sublingual), vag in a1 ou par ent er a1 (incluindo subcutânea, i ntramuscular 9 intravenosa e intradermal)»
As formulações podem apresentar-se convenientemente preparar—se por numa forma de dosagem unitária e podem qualquer dos métodos bem conhecidos da especial idade farmacêutica. Estes métodos abrangem o passo de assoeiação do ingrediente activo com o veículo constituído por um ou mais ingredientes acessórios? Em geral, as formulações preparam-se associando uniforme e intimamente o ingrediente activo com veículos líquidos ou veículos sólidos finamente divididos ou com ambos, dando-se finalmente, se for necessário?
f orma ao procluto»
As formulações da presente invenção adequadas para administração oral podem apresentar-se como unidades discretas tais como cápsulas, drageias ou comprimidos, contendo cada uma uma quantidade pré-determinada do ingrediente activo, como pós ou grânulos? como soluções ou suspensões num liquida aquosa ou não aquoso, ou como uma emulsão líquida óleo-em-água ou água-em-óleo. □ ingrediente activo pode também apresentar-se como um bolo, ungento ou pasta..
Um compri mi do pode apresentar-se p or compressão ou moldagem, opcional mente com um ou mais.; ingredientes acessórios» Os comprimidos prensados;· podem preparar-se comprimindo numa máquina apropriada o ingrediente activo numa forma livre tal como pó ou grânulos, opcionalmente misturado com um ligante (p. ex» povidona, gelatina, hi drox:i. propi1meti1celulose), 1ubrificante, dí1uente inerte, conservante, desiintegrante (p» ex. glicolato da amino sádico, povidona com ligações cruzadas, carboximetilcelulose de sódio com ligações cruzadas), agente tensioactivo ou dispersante» Os comprimidos moldados podem preparar-se moldando numa máquina apropriada uma mistura do composto pulverizada humedecida com um diluente líquida inerte» Os comprimidos podem, em opção, ser revestidas ou fendidos, e podem formulas—se de forma a permitir uma libertação lenta ou controlada do ingrediente activo neles contida, usando, por exemplo, hidroxipropiImetiIcelulose em proporções variáveis de modo a obter-se o perfil de libertação desejado» Os comprimidos podem ainda conter um revestimento entérico de modo a permitir a libertação noutras partes do aparelha digestiva que não a estômago.
As formulações adequadas para uso oral como as descri tas acima, podem também conter agentes tempar is antes destinadas a neutralizar a acidez gástrica» Esses tampões podem escolher-se de entre uma variedade de agentes orgânicos ou inorgânicos tais como ácidos ou bases fracos misturadas cam as seus sais conjugadas»
As formulações adequadas para administração tópica na cavidade bocal incluem losangos contenda o ingrediente activo numa base aromatizada, usual mente
sacarose e acácia ou tragacanto; pastilhas contendo o ingrediente activo numa base inerte tal como gelatina e glicerina ou sacarose e acácia; e loções bocais contendo o ingrediente activo num veículo líquido adequado.
As formulações para administração rectal podem apresentai—se como supositórios com uma base adequada contendo por exemplo manteiga de cacau ou um salicilato.
As formulações adequadas para administração vaginal podem apresentar-se como pessários, tampões, cremes, geles, pastas, espumas ou sprays, contendo para além do ingrediente activo os veículos adequados conforme o tipo.
As formulações adquadas para administração parenteral incluem soluções injectáveis estéreis isotómicas aquosas e não aquosas, que podem conter antioxidantes, tampões, agentes bacteriostáticos e solutos para tornar a solução isotónica com o sangue do paciente a que se destina; e suspensões estéreis aquosas e não aquosas que podem conter agentes de suspensão e agentes de espessamento, como liposomas ou outros sistemas de micro partículas destinados a dirigir os compostos para os componentes sanguíneos ou um ou mais órgãos. As formulações podem apresentar-se em recipientes selados unidose ou multidose, por exemplo ampolas ou frascos, e podem armazenar-se na forma liofilizada necessitando apenas da adição do veículo líquido estéril, por exemplo água para injecções, imediatamente antes do uso. Soluções e suspensões para injecção extemporânea podem preparar-~se a partir de pós, grânulos e comprimidos estéreis, do tipo anteriormente descrito.
As formulações de dosagem unitária preferidas são as que contém uma dose ou unidade diária, ou sub-dose diária, como as acima descritas, ou uma fracção apropriada do ingrediente activo.
Deve compreender-se que, para além dos ingredientes particular-mente mencionados acima, as • formulações desta invenção podem conter outros agentes
convencionais da especialidade, conforme o tipo de formulações em questão, por exemplo, os que se destinam a administração oral podem conter outros agentes como adoçantes, espessantes e aromatizantes.
Os compostos de fórmula <I> podem preparar-se, por exemplo, de acordo com o processo descrito no regista de patente europeu 0 382 526 ou por processos análogos a este.
Assim, o composto de fórmula I pode preparar-se, por exemplos
a) azendo reagir um composto 5-R-citosina, opci c-nal mente protegido, em que R se define como anteriormente, com um
1,3-oxatiolano de fórmula IIA
(HA) em que Rx é hidroqénio ou um grupo hidroxi protector e L é um grupo rejeitáveis ou fazendo reagir um composto de fórmula IIB
(IIB) em que R e Rt se definem como anteriormente, com um agente que converta o grupo oxo na posição 4 do anel de uracilo num
grupa amino; removendo quaisquer grupos protectores remanescentes, por exemplo por hidrólise ácida ou básica, obtendo-se o composto desejado.
Em relação ao processo a), os grupos hidroxi protectores incluem grupos protectores tais como acilo (p. ex. acetilo), arilacilo (p« ex. benzoilo ou benzoilo substituído), tritilo ou monometoxitritilo, benzilo ou benzilo substituído, trialquilsi1ilo (p. ex. dimeti1-tei—butilsi1ilo) ou difenilmetilsi1ilo. 0 composto 5—R—citosina pode ser opcionalmente protegido com grupos sililo, p. ex. trimetilsi1ilo. Estes grupos podem remover-se por métodos convencionais. 0 grupo rejeitável L é um grupo rejeitável típico dos conhecidos na química dos nucleósidos, p. ex. halogénio tal como cloro ou bromo, alcooxilo como metoxi ou etoxi ou acilo como acetilo ou benzoilo.
A reacção no processo a) pode efectuar-se num solvente orgânico (p. ex. 1,2-dicloroetana ou acetonitrilo) na presença de um ácido de Lewis tal corno cloreto estãnico ou triflato de trimetilsili lo.
Os compostos de fórmula IIA podem preparar-se a partir de um 2-hidroxiacetaldeído adequadamente protegido, de fórmula III,
RiOCHaCHO (III) em que Rx se define como anterior-mente, como descrito no Can. J. Research, 8, 129 (1933) e no registo de patente europeia 0
382 526« A reacção de compostos de fórmula III com um mercaptoacetal HSCHjaCH (OR) a, em que R é alcooxilo Ci-^, tal como HSCHíaCH (OCraHsl-a, conhecida na especialidade (Chem. Ber» 85:924-932, 1952), dá origem a compostos de fórmula IIA em que L é OR (alcooxilo), p. ex. metoxi ou etoxi. Em alternativa, os compostos de fórmula IIA, em que L é alcooxilo, podem converter-se em compostos de fórmula IIA em que L é halogénio ou acilo, por meio de métodos conhecidos da química dos hidratas de carbono.
Os compostos de fórmula III podem
preparar-se a partir de 1,2-0-isopropilidenoglicerol par introdução de Ri (p. ex» sililo tri-substituído, benzilo ou t r i t i 1 o) e remoção do grupo i sopr opi 1 i den o com um ác i do moderado (p. ex» ácido fórmico ou acético em meio aquoso) ou -com brometo de zinco em acetonitrilo, segui da por oxidação do grupo álcool com periodato em rnsio aquoso.
No que respeita ao processo b-* , é vantajoso tratar o composto de -Fórmula IIB com 1,2,4-triazole, de preferência juntamente com diclorofosfato de 4-clorofenilo, para formar o composto 4-(l,2,4—triazolilo) correspondente, que ss converte depois no composto 4-amino(citidina) desejado por reacção com, por exemplo, metanol.
Os reagentes de partida de -Fórmula IIB podem preparar-se por exemplo por reacção de uma base adequada (opcionalmente protegida) com um composto de fórmula IIA, por um processo análogo ao descrito para o processo a).
A separação dos isómeros (±)-cis e (±) -trans, por exemplo numa -Forma protegida, pode conseguir-se por cromatografia em sílica gel com misturas ds solventes orgânicos tais como acetato de eti1 o/metanol, acetato de etilo/hexano ou cloreto de meti 1eno/metanol. Qualquer grupo protector pode depois remover-se usando o reagente apropriado para cada grupo.
A resolução dos snanteómeros -C±) pode efectuar-se por via enzimática com uma esterase, tal como a esterase de fígado de porco (sigma Chemical Co, St. Louis, MD 63178), sendo desesterificado um enanteómero de um 3z-acil-derivado do composto de -Fórmula I. Após separação, o composto de fórmula I que permanece esterificado pode fazer-se reagir em meio básico (p, ex» NH3 em metanol ou iMaOMe em metanol) obtendo-se os enanteómeros individuais (+) e (-).
Em alternativa, os isómeros (±)-cis ou (±) -trans do composto da -Fórmula I podem f azer-se reagir com um agente fosforilante (p» ex» oxicloreto de fósforo) num solvente inerte como fosfata trietílico, acetonitrilo ou 1,3.....dimetil-3,4,5,6“tetra~hidro-2(1H)-pirimidinona, obtendo-se o derivado 5·'-monofosfato ou um seu sal»
Por· tratamento do derivado 5Z-monofosfato com um enzima como 5'-nucleotidose de veneno de cobra obtém-se de preferência a hidrólise de um dos enanteómeros. A separação e clesf osf ori 1 ação subsequente do outro enanteómero 5'-manofosfato conduz aos enanteómeros isolados ( + ) e (-) do composto de fórmula I» composto de fórmula I pode converter—se num éster farmacologicamente aceitável por reacção com um agente esterificante apropriado, por exemplo, um halogeneto de acilo ou um anidrido. □ composto de fórmula I pode converter-se num seu sal farmacoligicamente aceitável por um processo convencional, por exemplo por tratamento com uma base apropriada, Um éster ou um sal de um composto de fórmula I pode converter-se no composto mãe, por exemplo por hidrólise.
Para melhor compreeensão da invenção, apresentam-se os exemplas seguintes como ilustração.
Ex emp1o 1; 1-(2-(hidroximeti 1) -1,3-oxatiolano-5-i1)citosina
Método As □ (±)-cis- e o (±)-trans-2-benzoi1oximeti 1-5-(N4-acetileitosina-l-i1)-1,3-oxatiolano preparam-se e separam-se nos respectivos isômeros (±)-cis e (±)-trans, como descrito na patente europeia (EP) 0 382 526. Os grupos N^-acetilo e 2-benzoilo removem-se com dimeti 1lamina em etanol e isola-se o produto (±)-cis-1-(2-(hidroximeti1)-1,3-oxatiolano-S-il)citosina.
Método Bs 0 (+)-cis- e o C±)-trans-2-benzoiloximeti 1-5-(uracil-1-il)—1,3-oxatiolano preparam-se como descrita na (EP) 0 382 526. Após desprotecção do grupo 2-hidroxilo com metanol saturado em amoníaco, separam-se os isômeros em sílica gel usando EtOAc/MeOH como eluente (EP 0 382 526). 0 isómero (±)-cis faz-se reagir com anidrido acético em piridina á temperatura ambiente para dar o 2-acetato. Remove-se o solvente em vácuo abaixo de 3ϋδ8. Dissolve-se então o 2-acetato em CHC13 e lava-se com uma solução de bicabornato de sódio. Seca-se a fase orgânica separada e evapora-se o CHCI3
em vácuo. A
conversão da base uracilo na base citosina efectua-se preparando o derivado 4-(l,2,4-triazole-l-il) de acordo com os processos de C.B. Reese, J. Chem. Soe., Perkin 1, 1171, 1984 e W. L. Sung, Nucleic Acids Res. 9:6139, 19S1, usando 1,2,4-triazole e 2 equivalentes de diclorofosfato de 4-clorofenilo,em piridina seca á temperatura ambiente. A esta reacção segue-se a reacção com metanol previamente saturado com amoníaco, e hidroliza-se o 2-acetato obtendo-se (±)-cis- l-(2-(hidroximeti 1)-1,3-oxatiolano-5-i1)citosina.
Exemplo ‘2;
1-(2-(hidroximeti 1-1,3-oxatiolano-5-i1)-o- -meti leitosina □ (±)-cis- e o (±)-trans-2benzoiloximeti1-5-(timina-N-i1)-1,3-oxatiolano preparam-se e separam-se, obtendo-se os isómeros (±)-cis e (±)-trans, como descrito na patente europeia 0 382 526. Faz-se reagir o isómero (±)-cis com anidrido acético em piridina á temperatura ambiente, obtendo-se o 2-acetato. Remove-se o solvente em vácuo abaixo de 30°C. Dissolve-se depois o 2-acetato em CHCIjb e lava-se com uma solução de bicabornato de sódio. Seca-se a fase orgânica separada e evapora-se o CHCIjs em vácuo. A conversão da base timina na base 5-metileitosina e efectua-se preparando o derivado 4-(1,2,4-triazole-l-i1) de acordo com os processos de C.B. Reese, J. Chem. Soc., Perkin 1, 1171, 1984 e W. L. Sung, Nucleic Acids Res» 9:6139, 1981, usando 1,2,4-triazole e 2 equivalentes de diclorofosfato de 4- clorofenilo, em piridina seca á temperatura ambiente, A conversão segue-se a reacção com metanol previamente saturado com amoníaco a 0oC, e hidroliza-se o 2-acetato obtendo-se a (±)-cis-l-(2-(hidr-oximetil)-l,3-oxatiolano-5-i1)-5-metileitosina.
Formulações Farmacêuticas
Nos exemplos de formulação seguintes • o ingrediente activo é a 1-(2-(hidroximeti1)-1,3-oxatiolano13
---5--1 ].) citosina.
Exempla 3
Formulações par·a comprimidos
As -formulações A,, tí e C seguintes
preparam-se pcsr granulação hú mi da dos ingred lentes som uma
solução de povidona, seguida por adição de estearato de
magπ é s i o e c ompr essão«
Formulação A
mg/comprimido mg/comprimi da
(a) Ingrediente activo 250 250
(h) Lactose D,P, 210 26
(c) Povidona 15 9
(d) Glicolato de amido sódico 20 12
(e) Estearato de magnésio 5 ________3
300 300
Formulação B
mg/comprimi do mg/comprimido
(a) Ingrediente activo 250 250
(b) Lactose 150
(c) Avicel PH 101 60 26
(d) Povi dona Β. P» 15 9
(e) G1 i c o 1 at o de am i d o s ó d i c o 20 12
C-F) Estearato de magnésio _________3 3
500 300
Formulação C
1 ri g r e d i e n t s a c t i vo mg/comprimido 100
Lactose 200
Am i do 50
Povidona 5
Estearato de magnésio _______4
359 •1 4
As -formulações D e E seguintes preparam-se par compressão diresta dos ingredientes misturados. A lactose da -formulação E é do tipo de compressão directa (Dairy Crest- Zeparox).
Formulação Ώ
Ingrediente activo
Amido 1MF15 pré-gel atini-sado
Formul .ã£ã£L.E
Ing r edi ent e act i vo
Lactose
Avisei mg/comρr i mi do
250
150
400 mg/comprimido
250
150
100
500
Formulação F (formulação ds libertação controlada)
A -formulação prepara-se por granulação húmida dos ingredientes (abaixa indicados) com uma solução de povidona, seguida por adição de estearato de magnésio e compressão.
mg/comp r i mi d o
(a) Ingrediente activo 500
(b) H i d r ox i ρ ·· op i 1 met i 1 c e 1 u 1 ose (Methocel Í<4M Premi um) 112
(<:::) Lactose B.P. 53
(d) Po vi dona Β. P <. 28
(e) Estearato de magnésio __7
700
A libertação da droga ocorre durante um período ds cerca de 6-8 horas e está completa após horas.
Exemplo 4
Formulações para cáρsu 1 as
Formulação fi
Uma -formulação para cápsula prepara-se misturando os ingredientes da formulação D do exemplo 3 acima descrito e colocando a mistura numa cápsula de gelatina dura de duas partes» A formulação B (abaixo) prepara— -se de modo semelhante»
Formul-ação B mg/cápsula
(a) I n g r a d i. en t e ac t i vo 250
(b) Lactose B=P» 143
(c) Glicolato de amido sódico 25
Ce) Estearato de magπésio 2
420
Formulação Ç (a) Ingrediente activo (b) Macrogol 4000 B»P» mg/cápsula
250
350
600
Formulação D mg/cápsula
Ingrediente activo250
Liei ti na100
Mleo de arachis100
450
A s c á p s u 1 a s d a f o r m u 1 a ç ão D preparam-se dispersando o ingrediente activo na lecitina e no
óleo de arachis e colocando a disper-sSo em cápsulas de gelatina elástica moles»
Formulação E (cápsula de libertação controlada)
A formulação seguinte, para cápsulas tíe libertação controlada, prepara-se por extrusão dos ingredientes a, b e c num aparelho apropriado, seguida pela ssferonização do extrudido e secagem» 0 peletizado seco é então revestido com uma membrana de controle de libertação (d) e coloca-se numa cápsula de gelatina dura de duas partes» mg/cápsula
(a) Ingrediente act ivo 250
(b) Celulose microcristalina 125
(c) Lactose B»P» 125
(d) Eti1 celulose 13
513
Exemp1 o 5
Formulações i n jectáveis
F or mu1a ção A
Ingrediente activo 0,200 g
Solução ds ácido clorídrico 0,1 M, ou
Solução do hidróxido ds sódio, 0,1 M q.b. até pH 4,0 a 7,0
Agua est er i 1 iz ada q» b at é 10 mL
D i sso 1 ve-se o ingrediente
activo na maior parte da água (35- 45° C) e ajusta- se o pH entre
4,0 e 7,0 com ácido clorídrico ou hidróxido de sódio conforme o caso» A justa -se então o volume da solução com água e filtra-se através de um filtro microporoso estéril para uma ampola de vidro esterilizado de 10 ml (tipo 1) e sela-se com uma vedação esteri1i zada.
Formulação Β
Ingrediente activo Tampão estéril, isento de pirogénicos 0,125 g até 25 mL
(fosfato, pH 7) Exemplo 6 Injecção Intramuscular q.b.
Ingrediente activo 0,20 g
álcool benzílico 0,10 g
Glicofurol 75 1,45 g
Àgua esterilizada q.b. até 3,00 mL
Dissolve-se o ingrediente activo no glicofurol. Adiciona-se então o álcool benzílico e dissolve-se e adiciona-se água mistura através de um filtro selada em ampolas de vidro de 3
Exemplo 7
Xarope
Ingrediente activo
Solução de sorbitol
Glicerol
Benzoato de sódio
Aroma, p'êssego 17.42.316 9
Agua purificada té 3 ml. Filtra—se depois a microporoso estéril e guarda-se ml esterilizadas (tipo 1).
0,25 g
1,50 g
2,00 g
0,005 g
0,0125 mL
q.b. até 5,00 mL
Dissolve-se o ingrediente activo numa mistura de glicerol e da maior parte da água purificada. Adiciona-se então uma solução aquosa do benzoato de sódio á solução anterior, seguida pela adição da solução de sorbitol e finalmente do aroma. Ajusta-se o volume com água purificada e mistura-se bem.
Em emp1 ο 8
Supositórios
Ingrediente activo
Gordura sólida, B.F.
mg/supositório
250 (Witepsol H15 - Dynamit iMobel)
Funde-se um quinto do Witepsol H15 em banho de vapor á temperatura máxima de 45°C. Peneira-se o ingrediente activo através de um peneiro 200 M e adiciona-se á base -fundida misturando, utilizando um agitador Silverson com cabeça cortante até se obter uma dispersão suave. Mantendo a mistura a 45°C, adiciona-se o restante Witepsol H15 ó suspensão e agita-se para assegurar uma mistura homogénea. Passa-se a mistura total através de uma peneira de ácido inoxidável de 250 M, com agitação contínua, e deixa-se arrefecer até 40°C. A uma temperatura de 38 a 40°C colocam-se 2,02 g da mistura em moldes de plástico de 2 ml apropriados. Deixam-se arrefecer os supositórios até á temperatura ambiente.
Exemplo 9
Pessários
Ingrediente activo
Anidrato de dextrose
Amido de batata
Estearato de magnésio mg/pessário
230
380
363 __7
1000
Misturam-se directamente os ingredientes acima indicados e prepar-am~se os pessários por compressão directa da mistura resultante.
Ex emplo 10
Actividade antiviral contra o vírus da hepatite B (HBV)
Testaram-se os compostos 119
s
1-(2
- (2-(hidroximeti 1)-1,3-oxatiolano-5- iDcitosina e
-(hidroximetil)-1,3~oxatiolano-5-i1)-5- metiloitosina como abaixa descrita»
A estirpe celular MepG2,
2.2.15, produtora do HBV humano, descrita e caracterizada por SeiIs et al., PNAS 84s 1005, 1987 e J. Visol. 62s 2836, 1988, tem revelado muitas características comuns ás do hepatócito infectado cronicamente com HBV. é uma estirpe infecciosa como se demonstrou pela sua capacidade de provocar doenças em chimpanzés. Utilizou-se esta estirpe celular in vitro para identificar compostos com actividade anti HBV.
Para testar os compostos com actividade antivirai trataram-se culturas monocamada com esses compostos, em concentrações de 50-200μΜ, durante 10 dias. Recolheram-se os meios sobrenadantes contendo o DNA do virião extracelular (partículas Dane) ao 32, 62 e 102 dias, trataram-se com proteinoquinaso K (1 mg/ml) e dodeci1sulfato de sódio (1%) e incubaram-se a 50°C durante uma hora. Extraiu-se o DNA com iguais volumes de fenol e depois com clorofórmio e precipitou-se depois com acetato de amónio e propanol. Dissolveu-se o precipitado de DNA e recolheu-se em nitrocelulose usando o processo de Schleicher e Schnel1 (S&S, 10 Optical Ave., Keene, NH 03431, publicação n2. 700, 1987) e tratou-se como descrito por Southern, J. Mol. Biol. 98s 503, 1975. Recolheram-se as células e obteve-se o DNA intracelular após lisagem das células com isotiocianato de guanidina.
Tratou-se o DNA intracelular do mesmo modo do DNA extracelular. Após precipitação com acetato de amónio e propanol, o precipitado de DNA intracelular dissolveu-se, cortou-se com a endonuclease de restrição Hind III, aplicou-se sobre gel de agarose e tratou-se depois coma descrita por Southern, para determinar a quantidade de formas intermediárias replicativas. Determinou-se o efeito antivirai do composto medindo uma redução de pelo menos 100 vezes da quantidade de partículas Dane extrudidas no meio de cultura e uma diminuição semelhante dos intermediários replicativos intracelulares.Qs resultados apresentam-se em seguidas
Ef ei to da Ι-G í- (Hydroximeti 1) -1,3-oxatioIano-5-i 1) ci tosina
(Composto A) ¢3 da 1-(2-(hydroximeti1)-1,3-oxatiolano-5-i1)-5-
metilcitosina (Composto B) na produção de HBV em culturas
celulares Q 1 E7 « rfw Π 4 Ú
DNA de HBV intracelular* (pg/pg de DNA celular)
Composto Inte- Monó- Inter- DNA de HBV no meio de cultura
de grado mero mediário (pg/mL)+
tratamento Repli ca- Dia Dia Dia Dia
(μΜ) tivo 0 3 6 10
A» Céluil&s «1» 1* 1 88 88 29 46 110
não tratadas 1. 1 2. 0 67 67 32 52 51
25 (A) 1. 1 1.0 1 50 10 1 0
1. 0 0.4 0. 3 65 ώδ 3 0
25(B) 1. 1 1.0 3 76 12 0 0
1. 3 0. 6 1 68 8 o 0
A. Células 1. 0 2. 1 9? 71 33 120 150
não tratadas 1. 0 1.8 63 64 130 43 120
25 (A) X n r? dL. 0.9 1 150 36 10 o
X w 1 0. 7 1 120 64 6 0
25 (B) 1. 0 2. 1 1 46 41 13 o
1. 0 1.1 Π dL. 58 42 24 1
* A análise do DNA i de HBV intracelular (part í cuias Dane
efectuou-se 24 horas após o 102 dia de tratamento + Um zero indica um nível não detectável de DNA de HBV; o • mínimo de sensibilidade foi de 0,1 pg/mL.

Claims (1)

  1. REIVINDICAÇÕES
    - íâ Composições f armacêuti cas para o tratamento ou profilaxia da infecção pelo virus da hepatite B, que compreende como ingrediente activo um composto de fórmula (I) (em que R é um átomo de hidrogénio ou um grupo alquilo CÍ--3) , ou um seu derivado funcional fisiológico.
    oa
    Composi gão de acordo com reivindicação 1, compreendendo um composto de fórmula (I) designado por
    -citosina.
    1-(2-(hidroximeti 1)-í,3-oxatiolano-5~il)~
    3a —
    Composi çã.o de acordo com reivindicação 1, compreendendo um composto de fórmula (I) designado por
    1-(2-(hidroximeti 1)-l,3-oxatiolano-5-i1)-metilcitosina.
    Composição de acordo com a reivindicação 1, compreendendo um derivada funcional fisiológico de um composto de fórmula (I), caracterizado por ser um sal ou um éster farmaceuticamente aceitável.
    — 5â —
    Composição de acordo com qualquer das reivindicaçSes anteriores, sob a forma de uma unidade de dosagem.
    - 6â -
    Composição de acordo com a reivindicação 5, caracterizado por a unidade de dosagem conter 10 a 1500 mg de composto de fórmula (I) ou de um seu derivado funcional fisiológico.
    ·-· 7*^ *”
    Composi ção de acordo com as reivindicações 5 ou 6, caracterizado por a referida unidade de dosagem ser um comprimido ou uma cápsula.
    _ ga —
    Composto de fórmula (I), definido de acordo com a reivindicação í, ou um seu derivado funcional fisiológico, para utilização no tratamento ou profilaxia da infecção pelo virus da hepatite B.
    - 1-.(2- (hidroximeti 1) -1,3-oxatiolano-5-i1)~citosina para utilização no tratamento ou profilaxia da infecção pelo virus da hepatite B.
    - 10â 1 - (2™ (hi droxi. met i 1) ™ 1,3-oxat i ol ano-5-il)-metilcitosina para utilização no tratamento ou profilaxia da infecção pelo virus da hepatite B.
    A requerente reivindica a prioridade do pedido britânico apresentado em 02 de Maio de 1991, sob o NS. 9109506.7.
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