BRPI0622188A2 - dispositivo de recuperaÇço da energia da onda - Google Patents

Abstract

DISPOSITIVO DE RECUPERAÇçO DA ENERGIA DA ONDA. A presente invenção refere-se a um dispositivo de recuperação da energia da onda do mar, compreendendo pelo menos uma estrutura flutuante, destinada a flutuar na superfície da água. Essa estrutura flutuante apresenta pelo menos um elemento (2) suspenso acima da superficie da água, da qual a estrutura é ajustada para gerar uma energia recuperável, quando da variação da altura da superfície da água em relação a esse elemento, sob o efeito do movimento ascendente e descendente da onda. Aplicação à recuperação da energia da onda.

Description

"DISPOSITIVO DE RECUPERAÇAO DA ENERGIA DA ONDA".

A presente invenção se refere a um dispositivo de recuperação da energia da onda sobre uma extensão de água, tal como no mar.

Atualmente, o consumo energético se baseia principalmente em energias não renováveis, tais como o petróleo, o gás, o carvão e o nuclear. Considerando-se o empobrecimento das reservas nessas energias e/ou poluições geradas por sua utilização, procura-se diversificar as fontes de energias, voltando- se em particular para as energias renováveis.

Nesse contexto, uma via de solução consiste em utilizar a energia proveniente do mar, mais precisamente a nível das correntes, da onda ou ainda da maré.

Assim, a energia das ondas não tem a não ser uma forma particular da energia solar. O sol aquece de modo desigual as diferentes camadas atmosféricas, o que acarreta correntes aéreas (ventos) elas próprias responsáveis por atrito dos movimentos que movimentam a superfície do mar (correntes, ondas).

As ondas criadas pelo vento na superfície dos mares e dos oceanos transportam energia. Quando chegam sobre um obstáculo flutuante ou costeiro, podem ceder uma parte dessa energia que pode ser transformada em corrente elétrica. E lá onde os ventos são mais fortes, entre 40° e 60° de latitude, que a potência das ondas é máxima.

Por conseguinte, a energia das ondas possui um potencial de potência muito importante. Assim, a potência média transportada pelas ondas é dada em kW por metro linear. Ela é proporcional ao período das ondas (duração que separa a chegada de duas cristas de ondas sucessivas) ao quadrado da altura da onda (distância entre o cavado e a crista). Por exemplo, esse potencial é de 63 kW/m ao largo de Oressant, de 50 kW/m em média sobre a costa Atlântica e de 8 kW/m no Mediterrâneo.

Caracteriza-se também a energia das ondas pela energia que chega durante um ano sobre um metro linear de instalação. Por exemplo, sobre a Costa Atlântica Francesa esse potencial é de 420 MWh/m. Em 1000 km de Costa Atlântica a energia anual transportada pelas ondas é de 420 TWh, isto é, a ordem de grandeza da energia elétrica total consumida na França a cada ano.

Todavia, esse recurso total não pode ser totalmente explorado em particular, considerando-se limitações técnicas e limitações naturais ou legais que reduzem o domínio utilizável.

Foram propostos numerosos dispositivos, que podem ser classificados em duas grandes categorias: os dispositivos costeiros e os dispositivos de pleno mar.

Os primeiros utilizam a ressaca violenta das ondas, os segundos utilizam as variações do nível do mar, quando da passagem da onda. Os primeiros são fáceis de construir e para manter, mas seu rendimento é nitidamente pior que os dispositivos em pleno mar que exploram ondas mais potentes e mais regulares.

Assim, conhece-se por EP 1 295 031 um dispositivo que se baseia no movimento da onda de uma bóia, o dispositivo comportando um flutuador redondo externo que envolve um flutuador interno, esses dois flutuadores sendo ligados um ao outro por meios de ligação que compreendem notadamente cilindros hidráulicos que permitem a recuperação da energia do movimento entre os dois flutuadores e apresentando, além disso, um corpo imerso.

Conhece-se também um cilindro móvel (o flutuador) cheio de ar que desliza sobre um cilindro fixado no fundo do mar. Na ausência de onda, o flutuador está em equilíbrio. Quando o topo da onda passa sobre o flutuador, a superpressão introduz o flutuador. No cavado da onda, a depressão faz subir o flutuador. O vaivém do flutuador em relação ao cilindro fixo acarreta um dínamo linear produtor de corrente elétrica. Esse dispositivo apresenta, todavia, o inconveniente de dever ser fixado em parte no fundo do mar.

A presente invenção tem, portanto, por finalidade propor um dispositivo para recuperação da energia da onda, cuja estrutura mais simples facilita a utilização e o uso.

Assim, a presente invenção tem por objeto um dispositivo de recuperação da energia da onda no mar, compreendendo pelo menos ma estrutura flutuante, destinada a flutuar na superfície da água, caracterizada pelo fato de essa estrutura flutuante apresentar pelo menos um elemento suspenso acima da superfície da água, cuja estrutura é ajustada para gerar uma energia recuperável, quando da variação da altura da superfície da água em relação a esse elemento, sob o efeito do movimento ascendente e descendente da onda.

De maneira muito vantajosa, um dispositivo, de acordo com a invenção, permite, por cooperação da estrutura desse elemento com a superfície da água, recuperar uma energia até duas vezes ou mais aquela da altura da onda e/ou aquela da velocidade da onda. De maneira vantajosa, segundo uma forma de realização, a estrutura flutuante é, de preferência, constituída de pelo menos dois elementos flutuadores, tais como vigas que se estendem sensivelmente de modo paralelo um ao outro, um dito dianteiro e o outro dito traseiro, e entre os quais se estende sensivelmente, em ressalto para cima, pelo menos um montante que forma ponte entre esses elementos flutuadores, pelo menos um elemento suspenso sendo fixado sobre esse montante, de maneira a se estender sensivelmente de modo perpendicular a esses elementos flutuadores e sensivelmente à igual distância destes.

De preferência, a estrutura flutuante apresenta um comprimento definido pelo comprimento dos elementos flutuadores dianteiro e traseiro, inferior ao afastamento entre esses elementos flutuadores dianteiro e traseiro, esses elementos flutuadores dianteiro e traseiro sendo posicionados paralelos às ondas, em posição de funcionamento ótimo na superfície da água, o eixo que liga os elementos flutuadores sendo assim sensivelmente perpendicular às ondas.

De preferência, o afastamento entre os elementos flutuadores dianteiro e traseiro pode ser regulável com o auxílio de quaisquer meios apropriados. Dessa maneira, é possível adaptar o afastamento entre os elementos flutuadores dianteiro e traseiro, de modo que corresponde a um comprimento de onda, uma onda sendo assim presa entre os dois elementos flutuadores. Naturalmente, o afastamento entre os elementos flutuadores pode ser fixo.

De maneira preferida, a estrutura flutuante comporta, além disso, meios apropriados para permitir o posicionamento dessa estrutura na superfície da água em posição ótima, isto é, de modo que os elementos flutuadores dianteiro e traseiro sejam paralelos às ondas.

Assim, esses meios podem ser constituídos de pelo menos uma quilha sustentada pela estrutura flutuante, de preferência, a quilha sendo prevista ligada a cada elemento flutuador.

Esses meios podem também ser constituídos de pelo menos um elemento de tomada ao vento sustentado pela estrutura flutuante que orienta essa estrutura flutuante face ao vento, de modo que os elementos flutuadores sejam paralelos às ondas.

De acordo com uma variante de realização da invenção, a estrutura flutuante é constituída de pelo menos quatro elementos flutuadores, tais como vigas flutuantes, ligados sobre esse elemento.

Da mesma forma, segundo uma outra variante de realização, a estrutura flutuante é constituída de pelo menos quatro elementos flutuadores, tais como elementos flutuadores sustentados na extremidade de montantes, esses elementos flutuadores sendo ligados sobre esse elemento por esses montantes, dois elementos flutuadores sendo ditos dianteiros e os dois outros ditos traseiros.

Assim, definem-se dois elementos flutuadores sustentados por montantes, ditos dianteiros e dois ditos traseiros, o alinhamento dos elementos flutuadores dianteiros e o alinhamento dos elementos flutuadores traseiros sendo paralelos um ao outro, em posição de funcionamento ótimo do dispositivo, paralelos às ondas. De maneira preferida, pelo menos um dos elementos flutuadores dianteiro dessa estrutura flutuante pode ser orientado em relação a um eixo vertical desse elemento flutuador, de modo que esse elemento flutuador dianteiro pode não se estender paralelamente ao outro elemento flutuador dianteiro, o eixo que os liga sendo ele sempre sensivelmente paralelo às ondas.

Este é notadamente o caso, quando os elementos flutuadores apresentam, por exemplo, uma forma alongada, tal como uma viga.

De preferência, a estrutura flutuante do dispositivo, de acordo com a invenção, é ajustada para poder ser ligada a uma bóia, uma âncora; mas ela pode também ser tracionada por um barco, propulsada ou autopropulsada ou outros da dianteira para facilitar seu posicionamento face às ondas a fim de que os elementos flutuadores dianteiros e traseiros ou seu alinhamento sejam paralelos às ondas.

De acordo com um primeiro modo de realização da invenção, esse elemento suspenso sustentado por essa estrutura flutuante compreende um elemento flutuador destinado a flutuar na superfície da água, esse elemento flutuador sendo ligado por pelo menos um elemento de ligação flexível, tal como uma corrente, uma eslinga, um cabo, a meios que são ajustados para gerar a energia seja sob a forma elétrica, seja sob a forma de um fluido comprimido, sob o efeito de pelo menos a tração, exercida sobre o elemento de ligação flexível por pelo menos o movimento descendente do elemento flutuador sob o efeito do movimento da onda.

De preferência, os meios de geração da energia sob a forma de corrente elétrica são tais como um dínamo, cujo acionamento em rotação para gerar a energia elétrica intervém sob o efeito de uma tração exercida pelo elemento flutuador sobre o elemento de ligação flexível enrolado sobre o dínamo. Ele permite, além disso, produzir diretamente energia elétrica, a partir do movimento da onda.

A energia da onda pode ser recuperada, pelo menos quando da tração exercida sobre o elemento de ligação flexível, por meios de geração de energia sob a forma de fluido comprimido, liberável por meios clássicos, seja para gerar a energia elétrica, seja por utilização do fluido comprimido sob a forma de energia pneumática, hidráulica.

De acordo com um segundo modo de realização, esse elemento define pelo menos em parte um compartimento cujo volume é variável, em função da altura da superfície da água, portanto, da onda, a compressão de um fluido fechado nesse volume gerando uma energia recuperável.

De preferência, o elemento sustentado pela estrutura flutuante é um compartimento que apresenta uma extremidade inferior aberta e uma extremidade superior fechada, esse compartimento sendo fixado na estrutura flutuante do lado de sua extremidade fechada, de modo que sua extremidade aberta é imersa, a água que entra no volume definido por esse cilindro fechado, de modo que, sob o efeito da onda, a altura da água no compartimento assim definida pode variar, acarretando a variação do volume desse compartimento e gerando notadamente uma compressão do ar contido dentro, recuperável em seguida para gerar a energia.

De acordo com uma variante dessa forma de realização, pode-se prever um flutuador encaixado nesse compartimento que permite regular a subida da água e a colocação em pressão do ar nesse compartimento. Além disso, esse flutuador permite recuperar também a energia gerada pela descida do peso desse flutuador, desde que a água desça mais rápido que ele.

O ar comprimido nesse compartimento pode ser utilizado diretamente sob a forma de energia pneumática ou servir para gerar a eletricidade. Esse ar comprimido recuperado é, com efeito, em seguida, recuperado e utilizado por meios apropriados clássicos.

Esse dispositivo, de acordo com a invenção, pode vantajosamente ser utilizado no mar para permitir notadamente a alimentação elétrica de locais, tais como criações de peixes ou para qualquer outra utilização no mar e em extensões de água sobre terra (lago, rio, afluente, lagoa), necessitando de uma energia elétrica, hidráulica e/ou pneumática.

Além disso, de maneira ainda mais preferida, a estrutura flutuante comporta pelo menos uma eoliana, de preferência de orientação fixa. Pode-se assim também recuperar a energia do vento a nível da estrutura flutuante para convertê-la em energia, em particular em energia elétrica.

Então, será descrita a invenção mais detalhadamente com referência ao desenho anexado, no qual:

A figura Ia representa uma vista em corte transversal de um primeiro exemplo de realização do dispositivo, de acordo com a invenção, a onda sendo alta entre os elementos flutuadores da estrutura flutuante; A figura 1b representa uma vista, segundo a figura la, a onda sendo baixa entre os elementos flutuadores da estrutura flutuante;

A figura 1c representa uma vista de topo do dispositivo da figurai a;

A figura 1d representa uma vista em corte de uma variante do dispositivo da figura 1a;

A figura 2 representa uma vista em corte de uma segunda variante de realização do dispositivo da figura 1a;

A figura 3 representa uma vista em corte de uma terceira variante de realização do dispositivo da figura 1a;

A figura 4 representa uma vista em corte de uma quarta variante de realização do dispositivo da figura 1a;

A figura 5 representa uma vista em corte transversal de uma quinta variante de realização do dispositivo da figura 1a;

As figuras 6a e 6b representam, respectivamente, uma vista em corte e uma vista de topo de um segundo exemplo de realização de um dispositivo, de acordo com a invenção;

As figuras 7a e 7b representam, respectivamente, uma vista em corte e uma vista de topo de uma variante do dispositivo das figuras 6a e 6b;

A figura 8a representa uma vista em corte transversal de um terceiro exemplo de realização de um dispositivo, de acordo com a invenção, a onda sendo alta entre os elementos flutuadores da estrutura flutuante do dispositivo;

A figura 8b representa uma vista em corte do dispositivo da figura 8a; a onda sendo baixa, entre os elementos flutuadores da estrutura flutuante do dispositivo; A figura 8c representa uma vista de topo do dispositivo da figura 8 a;

A figura 8 d representa uma vista em corte a nível da linha A-A da figura 8c; e

A figura 9 representa uma variante de realização do dispositivo representado nas figuras 8a a 8d.

O dispositivo, de acordo com a invenção, representado nas figuras la, Ib e Ic apresenta uma estrutura flutuante constituída de dois elementos flutuadores 1, 1', tais como vigas, que se estendem sensivelmente de modo paralelo um ao outro, e às ondas e entre os quais se estendem montantes 3 que formam ponte entre esses elementos flutuadores 1,1'.

Um elemento 2, tal como um compartimento fixado suspenso sobre cada montante 3 se estende sensivelmente de modo perpendicular a nível do mar a essas vigas 1, Γ e sensivelmente a igual distância destas. Esse compartimento cilíndrico de seção circular fechada em uma extremidade 2a é fixado em um montante 3 a nível dessa extremidade fechada 2a, enquanto que sua extremidade aberta é imersa. Esse elemento 2 define, portanto, um compartimento, cujo volume A é variável em função da onda, isto é, do nível de água que entra nesse compartimento 2.

De maneira a poder recuperar melhor a energia da onda, o posicionamento ótimo do dispositivo é tal que os elementos flutuadores 1, 1' se acham paralelos às ondas, um 1 estando na dianteira e o outro 1' na traseira no sentido da onda representado pela seta H nas figuras Iae lb.

De preferência, o afastamento entre os elementos flutuadores 1, 1' corresponde a um comprimento de onda, uma onda sendo assim presa entre os dois elementos flutuadores 1,1', conforme se pode ver na figura la.

Na figura la, os elementos flutuadores 1, 1' estão, portanto, em cavados de ondas e o elemento 2 achando-se entre esses elementos flutuadores 1, 1' se situa aproximadamente a nível de uma crista de onda, de modo que o nível de água no compartimento é máximo, o que gera a redução do volume A' e, portanto, a compressão de um fluido, tal como o ar nesse volume. Essa compressão do ar gera uma energia recuperável. Em particular, o ar comprimido sai dessa câmara de compressão A' assim formada através de uma válvula de retenção 6 prevista no nível da extremidade 2a do compartimento 2 que só deixa passar ar depois que se tenha atingido uma certa pressão nessa câmara de compressão A' assim formada.

Depois, quando o elemento 2 se acha em um cavado de onda, o nível da água desce no compartimento que retoma um volume A normal. Obtém-se assim um curso teórico duplo daquele da altura das ondas (cf. figura lb).

Para aumentar a estabilidade da estrutura flutuante, pode-se pensar que as vigas 1,1' contêm uma certa quantidade de água.

Podem-se prever quaisquer meios de manutenção complementares do compartimento 2, tais como eslingas ou braços rígidos 4.

Na figura ld, um dispositivo, de acordo com a figura la, está representado e comporta, além disso, um segundo elemento 5 que define um compartimento, cujo volume é variável sob o efeito da onda. Esse elemento 5 se apresenta sob a forma de um compartimento com parede cônica que forma funil e que se estende a partir de uma viga 1 perpendicularmente a esta na superfície da água. Prevê-se também uma válvula de retenção 6' para recuperar o ar comprimido. Melhora-se assim ainda a recuperação de energia. Esse elemento 5 pode ser instalado, por exemplo, entre dois compartimentos 2.

Na figura 2, está representada uma variante de realização do dispositivo da figura la, na qual o elemento 2 é, além disso, provido de um flutuador 7 no interior do compartimento definido por esse elemento 2. Esse flutuador 7 permite regular a subida da água no compartimento.

Na figura 3, o elemento 2 comporta, além disso, um orifício em sua parte superior através da qual é encaixável uma haste 7b disposta em ressalto de um flutuador 7.

Na figura 4, o elemento 2 apresenta também um ressalto tubular 2c, no qual se aloja a haste 7b disposta em ressalto do flutuador 7. Define-se assim um primeiro compartimento A e um segundo compartimento B, a câmara A assim definida poderá estar à pressão atmosférica e a câmara B poderá estar a uma pressão suplementar.

Na figura 5, representou-se uma variante de realização da estrutura flutuante na qual montantes tubulares ou outros 30 se estendem entre as vigas 1, de ambos os lados de um elemento 2 para mantê-lo.

Pelo menos uma válvula de retenção 6 é prevista no nível de cada elemento 2 (figuras 2, 3, 4, 5) para permitir a passagem do ar só depois que se tenha atingido uma certa pressão nessa câmara de compressão formada em cada compartimento 2.

A estrutura flutuante pode também ser realizada, de maneira a se organizar em torno do elemento que define o compartimento, a estrutura flutuante comportando assim o elemento suspenso. Assim conforme se pode ver nas figuras 6a e 6b, por exemplo, quatro vigas 10, 10' se estendem perpendicularmente a esse cilindro 1, formando uma estrutura flutuante em cruz. O afastamento entre as vigas 10, 10' pode ser regulado por quaisquer meios apropriados.

Como variante, montantes 8 se estendem a partir do compartimento 2 e são providos de elementos flutuadores 9, 9' em suas extremidades, conforme se pode ver nas figuras 7a e 7b.

Ainda, o posicionamento de funcionamento ótimo do dispositivo consiste em ter duas vigas 10 na dianteira e duas vigas 10' na traseira ou dois elementos flutuadores 9, ditos dianteiros e dois elementos flutuadores 9', ditos traseiros, em relação ao sentido da onda.

Assim, os dois elementos flutuadores 9 sensivelmente alinhados na dianteira um com o outro e os dois elementos flutuadores 9' sensivelmente alinhados na traseira um com o outro serão respectivamente sensivelmente paralelos às ondas em posição de funcionamento ótimo, o dispositivo comportando meios apropriados para permitir seu posicionamento ótimo, tais como aqueles evocados anteriormente. Todavia, um dos elementos flutuadores 9 dianteiro pode ser orientável em relação a um eixo vertical desse elemento flutuador 9, de modo que esse elemento flutuador dianteiro 9 pode não se estender paralelamente ao outro elemento flutuador 9' traseiro, seu alinhamento restante, de preferência, paralelo às ondas.

Além disso, o afastamento entre os elementos flutuadores 9 dianteiros e os elementos flutuadores traseiros 9' pode se regulável ou fixo. De preferência, o comprimento da estrutura flutuante definida pelo desvio entre os elementos flutuadores dianteiros ou traseiros pode ser maior do que o afastamento definido entre os elementos flutuadores 9 dianteiros e 9' traseiros.

No exemplo de realização representado nas figuras 8 a a 8 d, o montante 11 que se estende entre as vigas que formam elementos flutuadores 1, 1' se ergue sensivelmente na vertical, formando um V ao contrário.

O elemento sustentado pela estrutura flutuante é constituído de um pistão 12, cuja extremidade livre é fixada na estrutura flutuante, no caso presente na ponta do montante que forma ponte da estrutura flutuante. A outra extremidade que forma pistão é encaixada em um cilindro 13, esse cilindro 13 sendo ligado em sua outra extremidade a um elemento 14, tal como um contrapeso flutuador conformado para flutuar na superfície da água. Esse contrapeso flutuador 14 é disposto para exercer, de maneira quase permanente, uma força de tração em direção à superfície da água. Ele é, de preferência, posicionado mais próximo do elemento flutuador 1 dianteiro da estrutura flutuante.

Da mesma forma, podem-se prever sobre a estrutura flutuante meios que permitem içar o flutuador 14 acima da superfície da água, quando da tempestade. Com efeito, prefere-se colocar fora de funcionamento o dispositivo, de acordo com a invenção, em caso de tempestade tanto do ponto de vista considerado nas ondas, quanto da consideração ao ar.

Assim, quando se acha sobre a crista de uma onda, o cilindro 13 se estende em torno da haste do pistão 12 (ver a figura 8a). Quando se passa em um cavado de onda (figura 8b), o cilindro 13 aciona pelo flutuador 14, suficientemente pesado para sempre flutuar na superfície da água ou do ar desliza ao longo do pistão 12 e esse deslizamento permite o acionamento de um dínamo, por exemplo, por intermédio de uma corrente sobre a qual o cilindro exerce uma tração. O pistão e o cilindro servem vantajosamente para orientar o cabo, para limitar o movimento de balanço do contrapeso flutuador 14.

Ao contrário, o elemento sustentado pela estrutura flutuante é constituído de um cilindro, do qual uma extremidade é fixada no ápice de um montante que forma ponte da estrutura flutuante e cuja outra extremidade se encaixa sobre um pistão, esse pistão sendo ligado em sua extremidade livre a um elemento tal como um contrapeso flutuador, conformado para flutuar na superfície da água, esse pistão, quando de seu deslizamento ao longo do cilindro sob o efeito da onda, acionando um elemento gerador de energia elétrica, por exemplo.

Para estabilizar a estrutura flutuante, são previstas também travessas 15 entre as vigas 1 e uma travessa 16 entre os topos dos montantes 11 ou qualquer outro meio apropriado.

Nesse modo de realização, a estrutura flutuante pode ser constituída de dois barcos no lugar das vigas flutuantes ligados por uma estrutura em ponte em forma de V invertido, a haste e o cilindro sendo ligados a um terceiro barco que forma o flutuador 14.

Os elementos que constituem o dispositivo, de acordo com a invenção, são fabricados em quaisquer materiais apropriados, notadamente materiais compósitos, o aço, o alumínio, etc. Na variante representada na figura 9, a estrutura flutuante comporta um elemento 25, 25', que forma funil ajustado para canalizar as ondas em um corredor fechado por baixo com o auxílio de uma placa 27 que se estende a partir de um elemento flutuador dianteiro 1 em direção ao espaço entre os dois elementos flutuadores 1, 1' da estrutura flutuante. Esse elemento que forma funil é, de preferência, constituído de paredes laterais 25 que se estendem a partir dos elementos flutuadores 1 em direção ao elemento suspenso, no caso o flutuador 14, verticalmente em relação à placa 27, para definir um canal que se estreita até o flutuador 14, depois e alarga de novo 25' em seguida em direção ao elemento flutuador traseiro 1', fazendo assim aumentar a altura das ondas no nível do contrapeso flutuador 14 ou de um compartimento 2. Esse elemento 25, 25' é, além disso, regulável.

De preferência, a estrutura flutuante é ajustada para poder ser ligada, propulsada ou autopropulsada, a partir da dianteira, para facilitar seu posicionamento face às ondas, de modo que os elementos flutuadores 1,1'; 9,9' sejam sempre no máximo paralelos às ondas.

Naturalmente, a invenção não está limitada aos exemplos descritos, mas abrange todas as formas de realização visadas pelo conjunto das reivindicações.

Claims (20)

1. Dispositivo de recuperação da energia da onda no mar, CARACTERIZADO pelo fato de que compreende pelo menos uma estrutura flutuante, destinada a flutuar na superfície da água, caracterizado pelo fato de essa estrutura flutuante sustentar pelo menos um elemento (2, 14) suspenso acima da superfície da água, cuja estrutura é ajustada para gerar uma energia recuperável, quando da variação da altura da superfície da água em relação a esse elemento, sob o efeito do movimento ascendente e descendente da onda.

2. Dispositivo, de acordo com a reivindicação 1, CARACTERIZADO pelo fato de a estrutura flutuante ser, de preferência, constituída de pelo menos dois elementos flutuadores (1, Γ), tais como vigas, que se estendem sensivelmente paralelamente um ao outro, um (1) dito dianteiro e o outro (Γ) dito traseiro, e entre os quais se estende sensivelmente em ressalto para cima, pelo menos um montante (3, 30, 11) que forma ponte entre esses elementos flutuadores (Ι,Γ), pelo menos um elemento (2) sendo fixado sobre esse montante, de maneira a se estender sensivelmente de modo perpendicular a esses elementos flutuadores (1,1) e, de preferência, a igual distância destes.

3. Dispositivo, de acordo com a reivindicação 1, CARACTERIZADO pelo fato de a estrutura flutuante ser constituída de pelo menos quatro elementos flutuadores, tais como vigas flutuantes (10, 10'), ligados sobre esse elemento (2).

4. Dispositivo, de acordo com a reivindicação 1, CARACTERIZADO pelo fato de a estrutura flutuante ser constituída de pelo menos quatro elementos flutuadores (9, 9') sustentados na extremidade de montantes (8), esses elementos flutuadores (9, 9') sendo ligados sobre esse elemento (2) por esses montantes (8), dois elementos flutuadores (9) sendo ditos dianteiros e os dois outros (9') ditos traseiros.

5. Dispositivo, de acordo com a reivindicação 4, CARACTERIZADO pelo fato de pelo menos um dos elementos flutuadores (9) dianteiros ser orientável em relação a um eixo vertical desse elemento flutuador (9), de modo que esse elemento flutuador (9) pode não se estender paralelamente ao outro elemento flutuador (9).

6. Dispositivo, de acordo com uma das reivindicações -2 a 5, CARACTERIZADO pelo fato de o afastamento entre os elementos flutuadores dianteiros (1; 9) e traseiros (Γ; 9') ser regulável, de preferência em comprimento de onda mediana.

7. Dispositivo, de acordo com uma das reivindicações -2 a 5, CARACTERIZADO pelo fato de o afastamento entre os elementos flutuadores dianteiro e traseiro (1, 1'; 9, 9') ser fixo.

8. Dispositivo, de acordo com uma das reivindicações -2 a 7, CARACTERIZADO pelo fato de a estrutura flutuante comportar, além disso, meios apropriados para permitir o posicionamento dessa estrutura na superfície da água, de modo que os elementos flutuadores dianteiro e traseiro (1, 1'; 9, 9') sejam paralelos às ondas.

9. Dispositivo, de acordo com a reivindicação 8, CARACTERIZADO pelo fato de esses meios serem constituídos de pelo menos uma quilha sustentada pela estrutura flutuante, de preferência a quilha sendo prevista ligada a cada elemento flutuador (1,1'; 9.9').

10. Dispositivo, de acordo com a reivindicação 8, CARACTERIZADO pelo fato de esses meios serem constituídos de pelo menos um elemento de tomada ao vento sustentado pela estrutura flutuante que orienta essa estrutura flutuante, quando ela está na superfície da água face ao vento, de modo que os elementos flutuantes dianteiro (1; 9) e traseiro (1';9') sejam paralelos às ondas.

11. Dispositivo, de acordo com uma das reivindicações 1 a 10, CARACTERIZADO pelo fato de o elemento sustentado por essa estrutura flutuante compreender um elemento flutuador (14), destinado a flutuar na superfície da água, esse elemento flutuador sendo ligado por pelo menos um elemento de ligação flexível, tal como uma corrente, uma eslinga, um cabo, a meios que são ajustados para gerar uma energia pelo menos sob o efeito da tração, exercido sobre o elemento de ligação flexível pelo menos pelo movimento descendente do elemento flutuador sob o efeito do movimento da onda.

12. Dispositivo, de acordo com a reivindicação 11, CARACTERIZADO pelo fato de o elemento sustentado pela estrutura flutuante ser constituído de um pistão (12), cuja extremidade livre é fixada, de preferência, à estrutura flutuante e do qual a outra extremidade que forma pistão (12) é encaixada em um cilindro (13), esse cilindro (13) sendo ligado em sua outra extremidade a um elemento (140 conformado para flutuar na superfície da água, esse cilindro, quando de seu deslizamento ao longo do pistão sob o efeito da onda acionando um elemento gerador de energia tal como sob a forma elétrica, sob a foram de fluido comprimido.

13. Dispositivo, de acordo com uma das reivindicações 11 a 12, CARACTERIZADO pelo fato de os meios de geração decorrente serem tais como um dínamo, cujo acionamento em rotação para gerar a energia elétrica intervém sob o efeito pelo menos de uma tração exercida pelo elemento flutuador sobre o elemento de ligação flexível, tal como enrolado sobre o dínamo.

14. Dispositivo, de acordo com uma das reivindicações -1 a 10, CARACTERIZADO pelo fato de esse elemento definir pelo menos em parte um compartimento cujo volume é variável em função da altura da superfície da água, portanto da onda, a compressão de um fluido contido nesse voluma que gera uma energia recuperável,

15. Dispositivo, de acordo com a reivindicação 14, CARACTERIZADO pelo fato de o elemento sustentado pela estrutura flutuante ser um compartimento (2) que apresenta uma extremidade inferior aberta e uma extremidade superior fechada (2a), esse compartimento (2) sendo fixado na estrutura flutuante do lado de sua extremidade fechada (2a), de modo que sua extremidade aberta é imersa, a água entrando no volume definido por esse compartimento fechado, de modo que, sob o efeito da onda, a altura da água no compartimento assim definido pode variar, acionando a variação do volume desse compartimento e gerando notadamente uma compressão do ar contido dentro recuperável em seguida para gerar a energia.

16. Dispositivo, de acordo com a reivindicação 15, CARACTERIZADO pelo fato de um flutuador (7) ser encaixado nesse compartimento, permitindo regular a subida da água e a colocação em pressão do ar nesse compartimento.

17. Dispositivo, de acordo com uma das reivindicações -1 a 16, CARACTERIZADO pelo fato de comportar, além disso, um elemento (5) que se apresenta sob a forma de um compartimento com parede cônica, formando funil e estendendo- se, de preferência, a partir de um elemento flutuador (Γ) perpendicularmente a este na superfície da água, permitindo recuperar o ar comprimido pela altura e a velocidade de uma onda, diretamente ou por intermédio de um pistão, com o auxílio de uma válvula de retenção (6').

18. Dispositivo, de acordo com uma das reivindicações -1 a 17, CARACTERIZADO pelo fato de a estrutura flutuante comportar um elemento (25, 25') formando funil ajustado para canalizar as ondas em um corredor fechado por baixo com o auxílio de uma placa 27 que se estende a partir de um elemento flutuador dianteiro 1 em direção ao espaço entre os dois elementos flutuadores 1, Γ da estrutura flutuante, esse elemento que forma funil sendo constituído de paredes laterais (25) que se estendem a partir dos elementos flutuantes 1 em direção ao elemento suspenso (14), verticalmente em relação à placa (27) para definir um canal que se estreita até esse elemento (14), depois se alargando de novo (25') em seguida em direção ao elemento flutuador traseiro (Γ), esse elemento (25, 15') sendo, além disso, regulável.

19. Dispositivo, de acordo com uma das reivindicações -1 a 18, CARACTERIZADO pelo fato de a estrutura flutuante ser ajustada para poder ser ligada, tracionada, propulsada ou autopropulsada da dianteira, para facilitar seu posicionamento face às ondas, a fim de que os elementos flutuadores dianteiros e traseiros sejam paralelos às ondas.

20. Dispositivo, de acordo com uma das reivindicações -1 a 19, CARACTERIZADO pelo fato de a estrutura flutuante comportar, além disso, pelo menos uma eoliana, de preferência, de orientação fixa para produzir eletricidade.