BR202022015631U2 - Cabines sanitárias, duplas ou unitárias, autolimpantes - Google Patents

Abstract

cabines sanitárias, duplas ou unitárias, autolimpantes. a presente invenção descreve um módulo de cabines sanitárias duplas ou unitárias autolimpantes, destinado a locais de grande fluxo de pessoas pedestres, como parques, praças, ruas de intenso movimento etc., para possibilitar a satisfação de suas eventuais necessidades fisiológicas com conforto e equilíbrio de recursos ambientais. cada cabine apresenta um único compartimento que exerce a função de pia, vaso sanitário e mictório, e com operação e limpeza totalmente automatizadas através de um sistema programável controlado por uma central, sendo alguns comandos acionados pelo próprio usuário (abertura da porta, descarga, água da torneira e sabonete líquido) e outros acionados automaticamente (iluminação artificial e liberação de água e substância desodorizante nos encanamentos para a limpeza). cada cabine apresenta também um revestimento superfóbico no interior, que impede a aderência de quaisquer substâncias. quando a água dos encanamentos é liberada nesse interior, carrega todos os tipos de dejetos e detritos diretamente para o esgoto, mantendo assim a perfeita limpeza. todas as quantidades de insumos disponibilizados para o uso, como água, sabonete, papel higiênico e eletricidade, são fixas e controladas pelo sistema programável, de forma a garantir uma considerável economia de recursos ambientais. o exterior do módulo é destinado à exploração publicitária, que pode contribuir para a sua manutenção financeira. o objetivo principal deste modelo de utilidade é resolver o problema da falta de sanitários públicos disponíveis à população em geral, com cabines sanitárias à prova de vandalismo, com uso racional de recursos ambientais e com uma demanda muito baixa de manutenção.

Description

CAMPO DE INVENÇÃO

[01] Os sanitários públicos tradicionais, edifícios de alvenaria com pias, mictórios, vasos sanitários e diversos elementos acessórios, sempre se tornaram um problema para o poder público brasileiro.

[02] Duas razões principais podem ser apontadas para isso: o vandalismo por parte da própria população brasileira, que comumente danifica ou furta elementos, e a dificuldade de se arcar com os recursos financeiros e de pessoal para se manter a limpeza e integridade espacial necessárias. Como resultado dessas situações, os sanitários se tornam locais imundos, depredados e palcos de atividades ilícitas, o que desencoraja o seu uso pela população.

ANTECEDENTES DA INVENÇÃO

[03] O levantamento do estado da técnica atual indica alguns pedidos de patentes, internacionais em sua maioria, que também versam sobre sanitários públicos autolimpantes. Geralmente, eles envolvem bicos propulsores de jatos de água para lavagem e ar para secagem. Há entre eles alguns que também se baseiam em sistemas automatizados programáveis.

[04] O que mais se aproxima do presente modelo de utilidade é o BR 2020 18008989-2 U2, que propõe um sistema automatizado de limpeza do vaso sanitário, além de automatização programável também para a abertura e fechamento da porta e para diversas outras operações.

[05] Todos esses projetos ainda consideram as instalações tradicionais de vaso sanitário, pia, espelho e diversos acessórios, continuando a propiciar, portanto, o vandalismo e ensejando também uma manutenção mais frequente por pessoal especializado.

[06] O presente modelo de utilidade, descrito neste documento, rompe com as concepções tradicionais de sanitários públicos, trazendo cabines essencialmente lisas, que apresentam um único compartimento que funciona como pia, vaso sanitário e mictório, sendo todo o interior com revestimento superfóbico que impede a aderência de substâncias e possibilita a limpeza perfeita após cada uso. O funcionamento do sistema é todo automatizado e programado e as quantidades de água e insumos consumidos também são controladas.

[07] O presente modelo de utilidade impossibilita o vandalismo, por não ter acessórios que possam ser extraídos; dispensa manutenção constante, por ter o sistema de limpeza automatizado; e promove sustentabilidade, por ter a liberação de água e insumos toda controlada. Portanto, este modelo é mais adequado à realidade brasileira do que aqueles verificáveis no estado da técnica atual.

SUMÁRIO DA INVENÇÃO

[08] O presente modelo de utilidade descreve um módulo de cabines sanitárias, duplas ou unitárias, autolimpantes sendo que cada cabine apresenta um único compartimento que exerce a função de pia, vaso sanitário e mictório, e com operação e limpeza totalmente automatizadas através de um sistema programável controlado por uma central; alguns comandos são acionados pelo próprio usuário e outros, automaticamente.

[09] Cada cabine apresenta também um revestimento superfóbico, no interior, que impede a aderência de quaisquer substâncias. Quando a água dos encanamentos é liberada nesse interior, carrega todos os tipos de dejetos e detritos diretamente para o esgoto, mantendo assim a perfeita limpeza. O módulo conta também com dispositivo de ventilação do tipo “torre de vento” e cobertura com manta fotovoltaica, que provê a energia elétrica para o funcionamento do sistema. Todas as quantidades de insumos disponibilizados para o uso, como água, sabonete, papel higiênico e eletricidade, são fixas e controladas pelo sistema programável, de forma a garantir uma considerável economia de recursos ambientais. O exterior do módulo é destinado à exploração publicitária, que pode contribuir para a sua manutenção financeira.

[010] Este modelo de utilidade é destinado a substituir os tradicionais sanitários públicos, instalando-se em locais de grande fluxo de pessoas pedestres, como parques, praças, ruas de intenso movimento etc., para possibilitar a satisfação de suas eventuais necessidades fisiológicas com conforto e equilíbrio de recursos ambientais. Há também a possibilidade de o processo de funcionamento do presente modelo de utilidade ser adaptado para a instalação no interior de estabelecimentos comerciais.

DESCRIÇÃO DETALHADA DA INVENÇÃO

[011] São características do presente modelo de utilidade de cabines sanitárias duplas ou unitárias autolimpantes: • A existência de um único compartimento na cabine que exerce a função de pia, vaso sanitário e mictório; • O revestimento superfóbico de todo o interior da cabine; • A presença de encanamentos em todo o perímetro superior interno da cabine que esguicha água, promovendo a limpeza completa; • A dispensação controlada de água, sabonete, papel higiênico e substância desodorizante; • A existência de um sistema programável que automatiza todas as operações da cabine, como a abertura e fechamento da porta, a sinalização externa, e a liberação da água e dos demais insumos; • A iluminação natural por claraboia; • A ventilação natural pelo sistema “torre de vento”; • A cobertura do módulo por mantas fotovoltaicas, que fornecem energia elétrica para o funcionamento do sistema.

[012] Para elucidar eficientemente o funcionamento do presente modelo de utilidade de cabines sanitárias, duplas ou unitárias, autolimpantes, são apresentadas figuras (de 1 a 4) ilustrativas e uma explicação detalhada do funcionamento das cabines. O projeto apresentado é apenas um exemplo de aplicação do presente modelo de utilidade e que formas, dimensões e materiais devem ser determinados conforme a conveniência técnica.

[013] A figura 1 exemplifica, em planta, uma aplicação do presente modelo de utilidade, em que se observa uma possível disposição dos espaços constituintes do módulo. Nota-se que há espaço para duas pessoas dentro de cada cabine, levando- se em consideração as situações em que algum usuário (como crianças, idosos ou pessoas com mobilidade reduzida) pode necessitar de auxílio.

[014] A figura 2 representa a perspectiva exterior do citado exemplo de aplicação do presente modelo de utilidade. O módulo é assentado sobre uma base de concreto (1), é revestido por painéis publicitários (5), apresenta uma porta de acesso ao espaço frontal entre as cabines (7), bem como outra, idêntica, de acesso ao espaço traseiro, é coberto por manta fotovoltaica (6) e claraboia de iluminação natural (8) e possui saída de ar elevada para promover a ventilação natural do interior (9).

[015] Na porta de correr (2), apresentam-se as instruções de utilização da cabine. Para abrir essa porta (2), o usuário aciona o botão ao lado (3), que a faz deslizar. Sinais coloridos (4) indicam se a cabine está livre para uso, ocupada ou em lavagem, sendo uma cor para cada situação. Enquanto a cabine não estiver livre, o sistema não permitirá a abertura da porta (2). Um sensor deve registrar a presença do usuário no interior da cabine e permitir o fechamento da porta (2).

[016] A figura 3 mostra o interior de uma das cabines componentes do módulo, onde se podem notar as principais características do presente modelo de utilidade, como o compartimento único (15). Todo esse interior é composto por um material resistente com revestimento superfóbico. Em dois pontos da cobertura desse interior, há porções de tela metálica que permitem a troca de ar com o exterior (23).

[017] Uma vez no interior da cabine, o usuário pode acionar o botão interno (10) para fechar a porta (2). O sistema registra então o primeiro fechamento. No compartimento único (15), o usuário realiza as suas necessidades fisiológicas, sem precisar tocar com nenhuma parte do corpo na cabine. Apenas se desejar, ele pode acomodar pertences no gancho (11) e segurar nas barras de apoio (13) durante a utilização. A mureta (16) tem funções de delimitar o compartimento único (15), proteger as pernas e pés do usuário de possíveis respingos e propiciar a posição correta para a defecação, que seria de pernas levemente flexionadas.

[018] O fornecimento de papel higiênico é acionado por um botão próprio (19) e se dá por uma saída própria (20), em quantidade definida. O usuário tem direito a dois fornecimentos de papel higiênico. A água da torneira (18) e o sabonete líquido, que apresenta saída própria (21), são liberados por botões baixos (14), de acionamento com pés. O usuário terá direito a uma descarga, acionada por um botão próprio também baixo (14), para descarregar os dejetos antes de lavar as mãos. Para descarte de papel higiênico usado ou outros refugos, há uma lixeira, invisível para as cabines, acessada apenas por portas com molas (12).

[019] Para sair, o usuário aciona novamente o botão interno (10), que a faz a porta (2) se abrir. O sensor de presença, ao verificar que a cabine está vazia, permite o fechamento automático da porta (2). O sistema registra então o segundo fechamento.

[020] Nesse momento, é liberada a água no encanamento superior (22), esguichada através de furos por toda a extensão da cabine, carregando quaisquer detritos. É liberada também a água nos encanamentos da mureta (16). Ao mesmo tempo, são abertas as pequenas portas da mureta (16), permitindo assim a saída de toda a água e os detritos diretamente para o esgoto, cuja saída (17) se localiza abaixo dela e invisível para o usuário. A quantidade de água liberada nesse processo é definida e o tempo de abertura das portas da mureta (16) é controlado pelo sistema. Toda essa lavagem automatizada leva segundos e a cabine fica então livre para o próximo uso.

[021] No interior da cabine, circundando o vão da claraboia, há uma fita de led que a ilumina em momentos de ausência de luz natural. Essa iluminação artificial também é controlada por sensor.

[022] O sistema programável controla o tempo entre o primeiro fechamento da porta da cabine (2) e a sua segunda abertura, que consiste no tempo de permanência do usuário e deve ser limitado. Após esse limite, o sistema promove a abertura automática da porta (2).

[023] Deve haver também um sensor que acusa obstrução de qualquer parte do conjunto, enviando um aviso à central e impedindo nova utilização da respectiva cabine.

[024] A Figura 4 mostra o espaço entre as duas cabines do módulo, em que se observam os compartimentos dos insumos fornecidos na utilização: o de papel higiênico (27), o de sabonete líquido (28) e o de substância desodorizante (29), que a libera diretamente sobre o ramal de água que abastece os encanamentos da mureta (16). Nota-se também o encanamento principal (30) que traz a água diretamente da concessionária local para abastecer a cabine.

[025] Para recolhimento do lixo, há uma estrutura (24) que apoia o saco e é acessível por ambas as cabines através de portas de mola idênticas (12). Esse conjunto formado pela estrutura (24) e o saco de lixo é chamado “Lixeira” do módulo.

[026] Ambos os espaços frontal e traseiro são acessíveis por portas idênticas e, entre eles, acima da porta da lixeira (12) de uma das cabines, há um comando que desabilita o sistema programável, permitindo que as portas das cabines (2) sejam abertas manualmente e que sejam feitas manutenções necessárias no módulo.

[027] Diariamente, um funcionário deve repor a bobina de papel higiênico, o sabonete líquido e a substância desodorizante, bem como retirar o lixo acumulado. Periodicamente, um funcionário deve desabilitar o sistema programável para lavar todo esse espaço entre as cabines. A água dessa lavagem escoa para o esgoto através de um ralo (25) posicionado convenientemente. Essas providências descritas constituem a única manutenção que o presente modelo de utilidade de cabines sanitárias duplas ou unitárias autolimpantes exige.

BREVE DESCRIÇÃO DAS FIGURAS:

[028] Figura 1: Planta Baixa do Módulo.

[029] Figura 2: Perspectiva Exterior do Módulo.

[030] Figura 3: Vista Interior de uma Cabine.

[031] Figura 4: Espaço entre as Cabines.

Claims (4)

1) CABINES SANITÁRIAS, DUPLAS OU UNITÁRIAS, AUTOLIMPANTES, caracterizadas por apresentarem um único compartimento que exerce a função de pia, vaso sanitário e mictório, com a ausência de acessórios salientes, o que proporciona um interior essencialmente liso e com operação e limpeza totalmente automatizadas através de um sistema programável controlado por uma central, sendo alguns comandos acionados pelo próprio usuário (abertura da porta, descarga, água da torneira e sabonete líquido) e outros acionados automaticamente (iluminação artificial e liberação de água e substância desodorizante nos encanamentos para a limpeza); cada cabine apresenta também um revestimento superfóbico no interior, que impede a aderência de quaisquer substâncias, de forma que, quando a água dos encanamentos é liberada nesse interior, carrega todos os tipos de dejetos e detritos diretamente para o esgoto; todas as quantidades de insumos disponibilizados para o uso, como água, sabonete, papel higiênico e eletricidade, são fixas e controladas pelo sistema programável; sinais exteriores coloridos indicam para o usuário a disponibilidade de uso das cabines, impedindo a sua entrada caso não estejam disponíveis;

2) CABINES SANITÁRIAS, DUPLAS OU UNITÁRIAS, AUTOLIMPANTES, de acordo com a reivindicação 1, caracterizada pelo sistema programável que automatiza o funcionamento das cabines sanitárias duplas ou unitárias autolimpantes e os seus aspectos principais são as contagens de duas aberturas e dois fechamentos das portas das cabines e dos tempos de liberação dos insumos disponibilizados para o uso;

3) CABINES SANITÁRIAS, DUPLAS OU UNITÁRIAS, AUTOLIMPANTES, de acordo com a reivindicação 1, caracterizada pelo revestimento superfóbico que cobre totalmente o interior das cabines sanitárias duplas ou unitárias autolimpantes e deve poder ser aplicado em diferentes superfícies que possam constituir esse interior;

4) CABINES SANITÁRIAS, DUPLAS OU UNITÁRIAS, AUTOLIMPANTES, de acordo com a reivindicação 1, caracterizada por poderem ser executadas com diferentes materiais e técnicas construtivas, desde que mantenham as características funcionais aqui apresentadas;