BR112021001736A2

BR112021001736A2 - banda de rodagem de pneu

Info

Publication number: BR112021001736A2
Application number: BR112021001736-4A
Authority: BR
Inventors: Nicolas Herold
Original assignee: Compagnie Generale Des Etablissements Michelin
Priority date: 2018-08-09
Filing date: 2019-08-07
Publication date: 2021-04-27
Also published as: EP3833552A1; EP3833552B1; WO2020030667A1; CN112533770B; BR112021001736B1; CN112533770A; US20210291596A1

Abstract

a invenção se refere a uma banda de rodagem (1) de pneu para veículo pesado que compreende, no estado novo, uma espessura máxima de matéria a usar em rodagem, uma superfície de rodagem (11), faces laterais (12, 12?), uma região mediana (rm), essa banda de rodagem sendo provida de elementos de escultura, os ditos elementos de escultura compreendendo canais (15), incisões (13, 14), aberturas radiais (16) e dispositivos de bloqueio (17), os ditos canais sendo dispostos na espessura da banda de rodagem e conectados com a superfície de rodagem pelas aberturas radiais, as ditas aberturas radiais sendo dispostas em alternância com os dispositivos de bloqueio ao longo dos ditos canais, essa banda de rodagem sendo caracterizada pelo fato de que ela é desprovida de ranhura circunferencial e pelo fato de que: - os canais são dispostos sob a superfície de rodagem (11) no estado novo da banda de rodagem; - os canais são canais transversais e ligam a região mediana da banda de rodagem com as faces laterais da banda de rodagem; - cada canal transversal que liga a região mediana com uma face lateral compreende pelo menos uma mudança de direção entre a região mediana e a dita face lateral; e - uma distância longitudinal máxima (dlm) entre os pontos de um canal transversal que são os mais afastados na direção longitudinal é compreendida entre 10 % e 50 % da largura da banda de rodagem (lbdr).

Description

“BANDA DE RODAGEM DE PNEU” CAMPO DA INVENÇÃO

[001] A invenção se refere às bandas de rodagem para pneus e mais especialmente aos desenhos de escultura dessas bandas dos quais os desempenhos em drenagem da água por tempo de chuva são tornados mais perenes, essas bandas de rodagem tendo por outro lado desempenhos melhorados em desgaste; essa invenção se refere também aos pneus providos de tais bandas.

ESTADO DA TÉCNICA

[002] De modo conhecido, as condições de rodagem por tempo de chuva de um veículo pesado exigem uma evacuação rápida da água que pode se encontrar na região de contato do pneu ou mais especialmente de sua banda de rodagem com a pavimentação. A evacuação da água permite assegurar um contato do material que constitui a banda de rodagem com essa pavimentação. A água que não é empurrada para a frente e para os lados do pneu escoa ou é captada em parte dentro dos recortes ou vazios formados na banda de rodagem do pneu.

[003] Esses recortes ou vazios formam uma rede de escoamento de fluido que tem o dever de ser perene quer dizer eficaz durante todo o tempo de duração de um pneu entre seu estado de novo e sua retirada por causa de desgaste que atinge um limite fixado pelo fabricante de acordo com a regulamentação em vigor.

[004] Para os pneus destinados aos eixos de um veículo pesado, é usual formar, na banda de rodagem desses pneus, ranhuras circunferenciais (ou ranhuras longitudinais) das quais a profundidade é igual à espessura total da banda de rodagem, essa espessura total não levando em consideração a espessura eventualmente prevista para permitir uma renovação parcial das ranhuras por uma operação dita de reesculturação (“regrooving” em inglês). Tais ranhuras longitudinais permitem obter uma banda de rodagem que tem um desempenho em drenagem da água que está sempre acima de um desempenho mínimo dito desempenho de segurança e isso qualquer que seja o nível do desgaste dessa banda dentro do limite fixado pelo fabricante.

[005] Para os pneus do estado da técnica, o volume total de vazios no estado de novo é em regra geral compreendido entre 10 % e 25 % do volume total da banda de rodagem destinado a ser gasto no decorrer da rodagem (esse volume total correspondendo ao volume de matéria a gastar ao qual é acrescentado o dito volume total de vazios). É constatado que esses pneus têm um volume de vazios disponível na área de contato que é relativamente grande no estado de novo (volume de vazios disponível significando que esse volume é potencialmente suscetível de ser preenchido em parte ou na totalidade por água presente sobre a pavimentação). O volume de vazios que se abrem na superfície de rodagem no contato é avaliado quando o pneu é submetido a suas condições usuais de inflação e de carga tais como definidas notadamente pelo regulamento E.T.R.T.O. para a Europa. Essa norma indica a pressão de inflação de referência que corresponde à capacidade de carga do pneu indicada por seu índice de carga e seu índice de velocidade. Essas condições de utilização podem também ser ditas “condições nominais” ou “condições de utilização”.

[006] Se recortes ou mais geralmente cavidades são indispensáveis para a drenagem da água na região de contato com a pavimentação, a redução de volume de matéria que resulta disso sobre a banda pode afetar substancialmente o desempenho em desgaste dessa banda e em consequência pode reduzir o tempo de utilização do pneu devido a um aumento da velocidade de desgaste da dita banda.

[007] Dentre os recortes que podem ser realizados por moldagem em uma banda de rodagem, são distinguidas as ranhuras e as incisões. As incisões, diferentemente das ranhuras, têm uma largura apropriada para que as paredes confrontantes que as delimitam entrem em contato pelo menos parcialmente uma contra a outra por ocasião da passagem na área de contato. As ranhuras geram um abaixamento substancial das rigidezes de compressão e de cisalhamento da banda de rodagem visto que essas ranhuras delimitam porções de matéria que podem se deformar de maneira muito maior do que as porções delimitadas por incisões das quais as paredes se apoiam uma contra a outra por ocasião da passagem na área de contato. Essa diminuição de rigidez, no caso da presença de ranhuras, induz um aumento das deformações e é suscetível de gerar uma diminuição do desempenho em desgaste da banda. É observado um desgaste maior para uma distância percorrida fixada e isso corresponde a um aumento da velocidade de desgaste da banda. Por outro lado, é constatado um aumento da resistência à rodagem e portanto do consumo dos veículos equipados com tais pneus, que resulta de um aumento das perdas histeréticas ligadas aos ciclos de deformações da matéria que compõe a banda de rodagem. Definições:

[008] A superfície de rodagem de uma banda de rodagem corresponde ao conjunto das superfícies elementares da banda que podem entrar em contato com uma pavimentação por ocasião da rodagem de um pneu provido de uma tal banda de rodagem.

[009] Por direção radial (Z), é entendida no presente documento uma direção que é perpendicular ao eixo de rotação do pneu (essa direção corresponde à direção da espessura da banda de rodagem).

[0010] Por direção transversal ou axial (Y), é entendida uma direção paralela ao eixo de rotação do pneu.

[0011] Por direção circunferencial ou direção longitudinal (X), é entendida uma direção que é tangente a qualquer círculo centrado no eixo de rotação. Essa direção é perpendicular ao mesmo tempo à direção axial e a uma direção radial.

[0012] Uma banda de rodagem tem uma espessura máxima de matéria a usar (EMU) em rodagem definida entre a superfície de rodagem no estado novo e o limite de desgaste legal geralmente materializado por referência de desgaste situadas por exemplo a 1,6 mm do fundo das ranhuras da banda de rodagem.

[0013] O plano mediano equatorial (PME) é um plano perpendicular ao eixo de rotação que divide o pneu em duas metades iguais.

[0014] As medições geométricas dos elementos de escultura das quais é questão no presente pedido são estabelecidas fora da área de contato quando o pneumático está montado em seu aro de referência e inflado em sua pressão de referência nas condições de utilização definidas pela norma E.T.R.T.O.

BREVE EXPOSIÇÃO DA INVENÇÃO

[0015] O objetivo da invenção é propor uma banda de rodagem que tem desempenhos em desgaste e em resistência à rodagem melhorados ao mesmo tempo em que mantém bons desempenhos de tração e de evacuação da água ao longo do desgaste da banda de rodagem entre seu estado novo e sua retirada por causa de desgaste que atinge o limite regulamentar.

[0016] A invenção propõe para isso uma banda de rodagem de pneu para veículo pesado que compreende no estado novo uma espessura máxima de matéria a usar em rodagem, uma superfície de rodagem, faces laterais, uma região mediana, essa banda de rodagem sendo provida de elementos de escultura, os ditos elementos de escultura compreendendo canais, incisões, aberturas radiais e dispositivos de bloqueio, os ditos canais sendo dispostos na espessura da banda de rodagem e conectados com a superfície de rodagem pelas aberturas radiais, as ditas aberturas radiais sendo dispostas em alternância com os dispositivos de bloqueio ao longo dos ditos canais, essa banda de rodagem sendo desprovida de ranhura circunferencial e na qual: - os canais são dispostos sob a superfície de rodagem (11) no estado novo da banda de rodagem; - os canais são transversais e ligam a região mediana da banda de rodagem com as faces laterais da banda de rodagem; - cada canal transversal que liga a região mediana com uma face lateral compreende pelo menos uma mudança de direção entre a região mediana e a face lateral; e - uma distância longitudinal máxima entre os pontos de um canal transversal que são os mais afastados na direção longitudinal é compreendida entre 10 % e 50 % da largura da banda de rodagem e de preferência entre 10 % e 30 %.

[0017] De preferência, os dispositivos de bloqueio compreendem faces de contato de comprimento Lc de acordo com a direção do canal subjacente, o dito comprimento Lc sendo compreendido entre 10 mm e 40 mm.

[0018] De preferência, as aberturas radiais têm de acordo com a direção do canal subjacente um comprimento Lo com Lc  Lo  3 * Lc.

[0019] De preferência, os dispositivos de bloqueio têm uma altura radial compreendida entre 25 % e 75 % da espessura máxima de matéria a usar em rodagem.

[0020] De preferência, os dispositivos de bloqueio estão situados a uma distância radial da superfície de rodagem compreendida entre 0 e 5 mm.

[0021] De preferência, a alternância das aberturas radiais e dos dispositivos de bloqueio de um canal é decalada axialmente em relação à alternância das aberturas radiais e dos dispositivos de bloqueio do canal longitudinalmente adjacente.

[0022] De preferência, as faces distais dos dispositivos de bloqueio formam um ângulo compreendido entre 90º e 150º com a direção média das faces de contato dos ditos dispositivos de bloqueio.

[0023] De preferência, os canais que desembocam em uma face lateral da banda de rodagem são por outro lado conectados na região mediana da banda de rodagem com os canais que desembocam na outra face lateral da banda de rodagem. Alternativamente, os canais que desembocam em uma face lateral da banda de rodagem são delocados longitudinalmente na região mediana em relação aos canais que desembocam na outra face lateral da banda de rodagem.

[0024] De preferência, a banda de rodagem compreende por outro lado incisões de ombro de orientação substancialmente longitudinal situadas a uma distância Di das faces laterais da banda de rodagem compreendida entre 15 % e 25 % da largura da banda de rodagem.

[0025] De preferência, as ditas incisões de ombro ligam aberturas radiais de canais longitudinalmente adjacentes.

[0026] De preferência, as ditas incisões de ombro têm uma profundidade superior a 80 % da espessura máxima de matéria a usar e de preferência uma largura compreendida entre 2 mm e 4 mm.

[0027] De preferência, a banda de rodagem compreende por outro lado incisões centrais de orientação substancialmente longitudinal situadas axialmente entre as incisões de ombro.

[0028] De preferência, as ditas incisões centrais ligam aberturas radiais de canais longitudinalmente adjacentes.

[0029] De preferência, as ditas incisões centrais têm uma profundidade superior a 80 % da espessura máxima de matéria a usar e de preferência uma largura inferior a 1,5 mm.

[0030] A invenção também se refere a um pneu de veículo pesado provido de uma banda de rodagem tal como descrita precedentemente.

[0031] Outras características e vantagens da invenção se destacam da descrição feita abaixo em referência aos desenhos anexos que mostram, a título de exemplos não limitativos, formas de realização do objeto da invenção.

BREVE DESCRIÇÃO DAS FIGURAS

[0032] A figura 1 é uma vista em perspectiva de um pneu que compreende uma banda de rodagem de acordo com um primeiro modo de realização da invenção.

[0033] A figura 2 é uma vista de frente de uma parte da banda de rodagem da figura 1 no estado novo.

[0034] A figura 3 é uma vista parcial similar àquela da figura 2 da mesma banda de rodagem depois de desgaste de uma grande proporção da espessura máxima de matéria a usar em rodagem.

[0035] A figura 4 é uma vista parcial similar àquela da figura 2 a uma escala superior.

[0036] A figura 5a é uma vista parcial de detalhe em corte de acordo com a linha A-A da figura 4.

[0037] A figura 5b é uma vista parcial de detalhe em corte de acordo com a linha B-B da figura 4.

[0038] A figura 5c é uma vista parcial de detalhe em corte de acordo com a linha C-C da figura 4.

[0039] A figura 5d é uma vista parcial de detalhe em corte de acordo com a linha D-D da figura 4.

[0040] A figura 5e é uma vista parcial de detalhe em corte de acordo com a linha E-E da figura 4.

[0041] A figura 5f é uma vista em escala ampliada do detalhe F da figura 4.

[0042] A figura 6 é uma vista de frente similar àquela da figura 2 de uma banda de rodagem de acordo com um segundo modo de realização da invenção.

[0043] A figura 7 é uma vista em corte de acordo com a linha quebrada G-G da figura 6.

[0044] A figura 8 é uma vista de frente similar àquelas das figuras 2 e 6 de uma banda de rodagem de acordo com um terceiro modo de realização da invenção.

DESCRIÇÃO DAS FIGURAS

[0045] Na figura 1, foi representado um pneu 2 para veículo pesado que compreende uma banda de rodagem 1 de acordo com a invenção. A banda de rodagem compreende uma superfície de rodagem 11, faces laterais respectivas 12 e 12’ e elementos de escultura como incisões 13 e 14, canais transversais 15, aberturas radiais 16 ou ranhuras transversais 18. No presente pedido, um elemento de escultura como um canal ou uma ranhura é dito transversal quando sua orientação geral forma um ângulo igual ou superior a 45 graus com a direção longitudinal X. A banda de rodagem de acordo com a invenção é desprovida de ranhuras circunferenciais (longitudinais).

[0046] Na figura 2, foi representada em vista de frente uma fração da banda de rodagem da figura 1 em uma escala ampliada que permite em especial distinguir melhor os elementos que compõem sua escultura. A banda de rodagem é aqui representada no estado novo. A banda de rodagem é dividida em duas partes iguais pelo plano mediano equatorial PME. É designada por região mediana RM da banda de rodagem a região situada de um lado e de outro do plano mediano equatorial em uma largura que corresponde a 20 % da largura Lbdr da banda de rodagem.

[0047] Os canais transversais 15 são situados na espessura de matéria a usar, quer dizer sob a superfície de rodagem 11 no estado novo da banda de rodagem. As aberturas radiais 16 ligam de acordo com a direção radial os canais transversais com a superfície de rodagem 11. No fundo das aberturas radiais, são percebidos, portanto, os canais transversais 15. Dispositivos de bloqueio 17 são intercalados entre as aberturas radiais sucessivas ao longo dos canais transversais. Os canais transversais 15 que são dispostos no fundo de escultura ligam a região mediana RM da banda de rodagem com as faces laterais 12 e 12’ de maneira a poder evacuar lateralmente a água da área de contato. Nesse modo de realização, os canais desembocam nas faces laterais em ranhuras transversais 18, 19.

[0048] De preferência como é bem visto nessa vista de frente, a alternância das aberturas radiais e dos dispositivos de bloqueio de um canal é deslocada axialmente (transversalmente) em relação à alternância das aberturas radiais e dos dispositivos de bloqueio do canal longitudinalmente adjacente. Ao longo de uma direção circunferencial, uma abertura radial está assim substancialmente em frente a um dispositivo de bloqueio do canal transversal adjacente e vice- versa.

[0049] Na figura 3, foi representada a mesma fração da banda de rodagem que aquela da figura 2 tal como ela aparece depois que uma grande parte da espessura máxima de matéria a usar foi efetivamente gasta. A banda de rodagem parcialmente gasta representada aqui compreende ainda cerca de 5 mm de vazio, quer dizer que resta cerca de 3,4 mm de matéria a usar até o limite legal de 1,6 mm, o que corresponde a menos de 20 % da espessura máxima de matéria a usar. É visto mais claramente nessa figura a parte restante dos canais transversais que ligam a região mediana às faces laterais. Os dispositivos de bloqueio e, portanto, os contornos das aberturas radiais desapareceram completamente nesse estado de desgaste. Como descrito mais acima, os canais transversais sendo dispostos no fundo de escultura geram ranhuras abertas e contínuas em fim de desgaste. É bem visto também nessa vista que os canais compreendem mudanças de direção entre a região mediana e a face lateral. Nesse modo de realização, são contadas duas mudanças de direção entre a região mediana e a face lateral. Se for observada a trajetória de um canal transversal entre a região mediana e a face lateral, é possível medir uma distância longitudinal máxima DLM entre os dois pontos do canal que são os mais afastados uma do outro na direção longitudinal. De acordo com a invenção a distância longitudinal máxima DLM é compreendida entre 10 % e 50 % da largura da banda de rodagem Lbdr e de preferência entre 10 % e 30 %. No exemplo representado aqui, a distância DLM vale 18,5 % de Lbdr. As incisões centrais 13 e as incisões de ombro 14 são substancialmente longitudinais, a orientação geral das mesmas formando um ângulo inferior ou igual a 20º com a direção longitudinal X. Essas incisões conectam dois canais adjacentes de preferência ao nível das aberturas radiais e das ranhuras transversais. As incisões de ombro 14 estão situadas a uma distância Di das faces laterais da banda de rodagem, Di sendo compreendida entre 15 % e 25 % da largura Lbdr da banda de rodagem. As incisões centrais 13 estão situadas entre as incisões de ombro 14 respectivas, quer dizer em uma zona central da banda de rodagem que representa pelo menos 50 % da largura Lbdr.

[0050] É bem visto na figura 3 que nesse modo de realização os canais transversais ligam não somente as faces laterais com a região mediana da banda de rodagem mas conectam também as faces laterais entre si visto que os canais da parte esquerda da banda de rodagem são diretamente conectados com os canais da parte direita. Uma outra particularidade desse primeiro modo de realização é que o motivo da escultura é direcional, quer dizer que ele não é independente do sentido de rotação do pneumático.

[0051] A figura 4 e as vistas de detalhe em corte das figuras 5a a 5e permitem descrever melhor esse primeiro modo de realização da invenção. Na figura 4 similar à figura 2 mas em uma escala ainda mais ampliada, foram mostrados em traços pontilhados os segmentos dos canais transversais 15 que, no estado novo da banda de rodagem nova, estão escondidos sob a superfície de rodagem 11 pelos dispositivos de bloqueio.

[0052] Os dispositivos de bloqueio compreendem faces de contato de comprimento Lc. Esse comprimento é medido de acordo com a direção do canal subjacente. Se as faces de contato não são, como aqui, paralelas e retilíneas mas sim por exemplo curvas, será considerado o comprimento para o qual as faces não estão afastadas de mais de 1,5 mm uma da outra.

[0053] As aberturas radiais têm um comprimento Lo. Esse comprimento é medido de acordo com a direção do canal subjacente entre dois dispositivos de bloqueio sucessivos ao longo do canal. Se as faces de contato dos dispositivos de bloqueio não são paralelas e retilíneas mas sim por exemplo curvas, será considerado o comprimento para o qual as faces estão afastadas de mais de 1,5 mm uma da outra.

[0054] A figura 5a é uma vista em corte de acordo com o plano A-A da figura 4 que mostra principalmente a primeira parte do canal transversal que liga a região mediana com a face lateral direita da banda de rodagem. Ao longo do canal 15, esse corte mostra a alternância de dois dispositivos de bloqueio 17 e de uma abertura radial 16. À esquerda desse corte é visto também o canal transversal 15 que liga a região mediana com a face lateral esquerda da banda de rodagem. Acima desse canal, se vê bem o primeiro dispositivo de bloqueio 17 e a incisão 171 que separa as duas faces de contato confrontantes do dispositivo de bloqueio. É vista também a incisão central 13 da qual a altura radial (profundidade) é equivalente àquela do canal.

[0055] A figura 5b é uma vista em corte de acordo com o plano B-B da figura 4 que mostra principalmente a primeira parte do canal transversal que liga a região mediana com a face lateral esquerda da banda de rodagem. Ao longo do canal 15, esse corte mostra a alternância de duas aberturas radiais 16 e de um dispositivo de bloqueio 17. À direita desse corte, é visto também o canal transversal 15 que liga a região mediana com a face lateral direita da banda de rodagem.

[0056] A figura 5c é uma vista em corte de acordo com o plano C-C da figura 4 que mostra o canal transversal 15 em uma parte na qual ele é invisível pelo exterior devido à presença dos dispositivos de bloqueio 17. De preferência, de acordo com a invenção a largura dos canais transversais é compreendida entre 4 e 10 mm e mais de preferência ainda entre 6 e 8 mm. No modo de realização representado aqui, o canal tem uma largura de cerca de 7 mm em sua parte mais larga situada radialmente no exterior e de cerca de 5 mm em sua parte radialmente interior. De preferência, os dispositivos de bloqueio fazem como representado aqui parte da superfície de contato 11 nova quer dizer que eles entram em contato com a pavimentação. No entanto, de maneira conhecida em si, eles podem também ser deslocados sob a superfície de contato, de uma distância radial que não excede de preferência 5 mm.

[0057] A altura radial HRB dos dispositivos de bloqueio representa de preferência 25 a 75 % da espessura máxima de matéria a usar. Nesse exemplo, HRB representa cerca de 65 % da espessura máxima de matéria a usar EMU.

[0058] Pode ser bem visto no corte da figura 5c que nessa parte o canal invisível no estado novo começará a aparecer na superfície de rodagem quando o desgaste da banda de rodagem terá eliminado a espessura que corresponde à altura das faces de contato dos dispositivos de bloqueio 17.

[0059] A figura 5d é uma vista em corte de acordo com o plano D-D da figura 4 que mostra uma incisão central 13. A largura das incisões centrais é aqui inferior a 1 mm e a profundidade das mesmas (altura radial) como indicado mais acima corresponde substancialmente à espessura máxima de matéria a usar.

[0060] A figura 5e é uma vista em corte de acordo com o plano E-E da figura 4 que mostra uma incisão de ombro 14. A largura das incisões de ombro é aqui de cerca de 2,5 mm, e a profundidade das mesmas corresponde substancialmente à espessura máxima de matéria a usar. No caso de incisões próximas das faces laterais da banda de rodagem, uma largura apropriada para que as paredes da incisão entrem bem em contato por ocasião de sua passagem na área de contato se situa entre 2 mm e 4 mm.

[0061] A figura 5f é uma vista do detalhe referenciado F na figura 4 que mostra em especial uma abertura radial 16 em escala ainda mais ampliada. Essa vista permite ilustrar o ângulo  que as faces distais dos dispositivos de bloqueio formam com a direção média das faces de contato dos ditos dispositivos de bloqueio 17. O ângulo  é de preferência compreendido entre 90º e 150º de acordo com a invenção. Nessa figura, são vistos 1, 2 e 3 que valem cera de 135º e 4 que vale cerca de 90º. Nessa vista, é também distinguido melhor o início da parte escondida do canal transversal 15 que se estende sob o dispositivo de bloqueio e sua incisão 171.

[0062] A figura 6 é uma vista similar à figura 4 que mostra os princípios de um segundo modo de realização de uma banda de rodagem de acordo com a invenção, a figura 7 sendo uma vista em corte de acordo com a linha quebrada G-G da figura 6. Nesse modo de realização, os canais transversais da parte esquerda da banda de rodagem são intercalados com os canais da parte direita e não são conectados entre si na região mediana. Cada canal conta aqui uma só mudança de direção entre a região mediana e a face lateral que é ligada a ela. Por outro lado, esse exemplo de realização compreende incisões de ombro 14, 14’ mas não compreende incisão central. As ditas incisões de ombro ligam de acordo com o caso duas aberturas radiais (configuração da incisão 14) de dois canais adjacentes ou uma abertura radial a um dispositivo de bloqueio 17 (configuração da incisão 14’). Nesse modo de realização, DLM vale 20,5 % de Lbdr.

[0063] Aqui também a alternância das aberturas radiais e dos dispositivos de bloqueio de um canal é deslocada axialmente em relação à alternância das aberturas radiais e dos dispositivos de bloqueio do canal longitudinal adjacente de modo que ao longo de uma direção circunferencial, uma abertura radial está assim substancialmente em frente a um dispositivo de bloqueio do canal adjacente e vice-versa

[0064] A figura 7 permite também bem visualizar as medidas geométricas dos dispositivos de bloqueio (altura HRB e comprimento Lc) e das aberturas radiais (comprimento Lo).

[0065] A figura 8 é uma vista similar à figura 4 que mostra os princípios de um terceiro modo de realização de uma banda de rodagem de acordo com a invenção. Nesse modo de realização, os canais transversais da parte esquerda da banda de rodagem são de novo ligados aos canais da parte direita e, portanto, conectados entre si na região mediana. Os canais contam aqui três mudanças de direção entre a região mediana e a face lateral que é ligada a ela. Por outro lado, esse exemplo de realização compreende incisões de ombro 14, 14’ similares àquelas do modo de realização da figura 6 e incisões centrais 13 similares àquelas do modo de realização da figura 4.

[0066] Nesse modo de realização, DLM vale 12,5 % de Lbdr. Uma outra particularidade desse modo de realização é que o motivo e não direcional, quer dizer que ele é independente do sentido de rotação do pneumático.

[0067] A invenção que foi descrita acima não poderia evidentemente estar limitada somente a essas variantes e diversas modificações podem ser trazidas a ela ao mesmo tempo em que permanece no âmbito definido pelas reivindicações.

Claims

REIVINDICAÇÕES

1. Banda de rodagem (1) de pneu (2) para veículo pesado que compreende no estado novo uma espessura máxima de matéria a usar em rodagem (EMU), uma superfície de rodagem (11), faces laterais (12, 12’), uma região mediana (RM), sendo essa banda de rodagem provida de elementos de escultura, os ditos elementos de escultura compreendendo canais (15), incisões (13, 14), aberturas radiais (16) e dispositivos de bloqueio (17), os ditos canais sendo dispostos na espessura da banda de rodagem e conectados com a superfície de rodagem pelas aberturas radiais, as ditas aberturas radiais sendo dispostas em alternância com os dispositivos de bloqueio ao longo dos ditos canais, sendo essa banda de rodagem caracterizada pelo fato de que é desprovida de ranhura circunferencial e pelo fato de que: - os canais são dispostos sob a superfície de rodagem (11) no estado novo da banda de rodagem; - os canais são transversais e ligam a região mediana da banda de rodagem com as faces laterais da banda de rodagem; - cada canal transversal que liga a região mediana com uma face lateral compreende pelo menos uma mudança de direção entre a região mediana e a dita face lateral; e - uma distância longitudinal máxima (DLM) entre os pontos de um canal transversal que são os mais afastados na direção longitudinal é compreendida entre 10 % e 50 % da largura da banda de rodagem (Lbdr) e de preferência entre 10 % e 30 %.

2. Banda de rodagem de acordo com a reivindicação 1, caracterizada pelo fato de que os dispositivos de bloqueio compreendem faces de contato de comprimento Lc de acordo com a direção do canal subjacente, o dito comprimento Lc sendo compreendido entre 10 mm e 40 mm.

3. Banda de rodagem de acordo com a reivindicação 2, caracterizada pelo fato de que as aberturas radiais têm de acordo com a direção do canal subjacente um comprimento Lo com Lc  Lo  3 * Lc.

4. Banda de rodagem de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 3, caracterizada pelo fato de que os dispositivos de bloqueio têm uma altura radial (HRB) compreendida entre 25 % e 75 % da espessura máxima de matéria a usar em rodagem (EMU).

5. Banda de rodagem de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 4, caracterizada pelo fato de que os dispositivos de bloqueio estão situados a uma distância radial da superfície de rodagem compreendida entre 0 e 5 mm.

6. Banda de rodagem de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 5, caracterizada pelo fato de que a alternância das aberturas radiais e dos dispositivos de bloqueio de um canal é deslocada axialmente em relação à alternância das aberturas radiais e dos dispositivos de bloqueio do canal longitudinalmente adjacente.

7. Banda de rodagem de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 6, caracterizada pelo fato de que as faces distais dos dispositivos de bloqueio formam um ângulo () compreendido entre 90º e 150º com a direção média das faces de contato dos ditos dispositivos de bloqueio.

8. Banda de rodagem de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 7, caracterizada pelo fato de que os canais que desembocam em uma face lateral da banda de rodagem são ainda conectados na região mediana da banda de rodagem com os canais que desembocam na outra face lateral da banda de rodagem.

9. Banda de rodagem de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 7, caracterizada pelo fato de que os canais que desembocam em uma face lateral da banda de rodagem são deslocados longitudinalmente na região mediana em relação aos canais que desembocam na outra face lateral da banda de rodagem.

10. Banda de rodagem de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 9, caracterizada pelo fato de que compreende ainda incisões de ombro (14) de orientação substancialmente longitudinal situadas a uma distância Di das faces laterais da banda de rodagem compreendida entre 15 % e 25 % da largura da banda de rodagem (Lbdr).

11. Banda de rodagem de acordo com a reivindicação 10, caracterizada pelo fato de que as ditas incisões de ombro ligam aberturas radiais de canais longitudinalmente adjacentes.

12. Banda de rodagem de acordo com uma das reivindicações 10 ou 11, caracterizada pelo fato de que as ditas incisões de ombro têm uma profundidade superior a 80 % da espessura máxima de matéria a usar (EMU) e de preferência uma largura (E14) compreendida entre 2 mm e 4 mm.

13. Banda de rodagem de acordo com qualquer uma das reivindicações 10 a 12, caracterizada pelo fato de que ela compreende ainda incisões centrais (13) de orientação substancialmente longitudinal situadas axialmente entre as incisões de ombro e que ligam de preferência aberturas radiais de canais longitudinalmente adjacentes.

14. Banda de rodagem de acordo com a reivindicação 13, caracterizada pelo fato de que as ditas incisões centrais têm uma profundidade superior a 80 % da espessura máxima de matéria a usar (EMU) e de preferência uma largura (E13) inferior a 1,5 mm.

15. Pneu de veículo pesado caracterizado pelo fato de que ele é provido de uma banda de rodagem conforme definida em qualquer uma das reivindicações 1 a 14.