BR112020021342A2 - Uma combinação terapêutica compreendendo um surfactante pulmonar e um esteroide para a profilaxia da dbp - Google Patents

Uma combinação terapêutica compreendendo um surfactante pulmonar e um esteroide para a profilaxia da dbp Download PDF

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Inventor
Alan JOBE
Augusto Santos Schmidt
Noah HILLMAN
Matthew KEMP
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Chiesi Farmaceutici S.P.A.
Children's Hospital Medical Center
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Abstract

a presente invenção refere-se administrar um surfactante pulmonar e um corticosteroide em uma baixa dose é eficiente para a profilaxia da displasia broncopulmonar (dbp) em neonatos prematuros.

Description

UMA COMBINAÇÃO TERAPÊUTICA COMPREENDENDO UM SURFACTANTE PULMONAR E UM ESTEROIDE PARA A PROFILAXIA DA DBP CAMPO DA INVENÇÃO
[001]. A presente invenção se refere a composições para a profilaxia de doenças da prematuridade. A presente invenção também se refere a métodos para a profilaxia de doenças da prematuridade.
ANTECEDENTES DA INVENÇÃO
[002]. O pulmão humano é composto de um grande número de pequenos sacos aéreos, chamados alvéolos, nos quais os gases são trocados entre o sangue e os espaços aéreos dos pulmões. Em indivíduos saudáveis, esta troca é mediada pela presença de um complexo surfactante contendo proteína que previne que os pulmões entrem em colapso no final da expiração.
[003]. O complexo surfactante pulmonar é composto principalmente de lipídios e contém quantidades menores de várias proteínas. Uma ausência de níveis adequados deste complexo resulta no mau funcionamento dos pulmões. Esta síndrome é chamada de Síndrome do Desconforto Respiratório (SDR) e comumente afeta neonatos prematuros.
[004]. O alicerce do tratamento da SDR é a terapia de reposição com preparações de surfactante pulmonar exógeno extraído de pulmões de animais, conhecidos como surfactantes naturais modificados. Por exemplo, os surfactantes naturais modificados utilizados na prática clínica são o alfaporactanto derivado do pulmão suíno e vendido sob a marca registrada de Curosurf®, beractanto (Surfacten® ou Survanta®) bovactanto (Alveofact®), ambos derivados de pulmão bovino, e calfactanto derivado do pulmão de bezerros (Infasurf®).
[005]. Surfactantes pulmonares exógenos são atualmente administrados por instilação endotraqueal como uma suspensão em uma solução aquosa salina em bebês prematuros intubados mantidos sob ventilação mecânica com oxigênio.
[006]. Embora a referida terapia tenha aumentado consideravelmente a sobrevida pós-natal, as crianças que sobrevivem à SDR têm um alto risco de desenvolver displasia broncopulmonar (DBP), uma complicação comum e séria da prematuridade, associada com mortalidade significativa, morbidade e utilização de recursos de saúde. Apesar dos avanços no cuidado tanto pré-natal quanto neonatal, a incidência da condição continua a aumentar. O controle da DBP e de seus problemas relacionados continua sendo um desafio maior para os neonatologistas e pediatras. Múltiplas intervenções têm sido propostas para prevenir e tratar a DBP, mas muitas ainda não são baseadas na evidência. Os tratamentos atuais parecem ter reduzido a gravidade da DBP, mas têm tido pouco efeito sobre sua incidência. A DBP é um processo evolutivo de lesão pulmonar e sua fisiopatologia varia nos diferentes estágios da doença. Portanto, é improvável que seu controle seja na forma de uma única intervenção, mas, ao contrário, uma abordagem combinada com diferentes estratégias utilizadas para focar em diferentes fatores e/ou estágios da doença.
[007]. Por este motivo, é útil categorizar a intervenção para DBP em três estágios subsequentes ao desenvolver um plano de controle geral. São eles: i) prevenção da DBP; ii) tratamento da DBP evolutiva; e iii) tratamento da DBP estabelecida (veja Bowen P et al Pediatrics and Child Health 2013, 24:1, 27-31,).
[008]. A prevenção da DBP em neonatos afetados pela SDR tem sido controlada pela administração sistêmica de um corticosteroide, pré-natal ou dentro de poucas horas após o nascimento. No entanto, a eficácia da administração de corticosteroide após o nascimento é atenuada por possíveis efeitos adversos sistêmicos, por exemplo, hipertensão, hiperglicemia, complicações gastrointestinais e incapacidade neurodesenvolvimental.
[009]. Como uma alternativa à administração sistêmica, a administração de corticosteroide por inalação ou por instilação intratraqueal foi proposta para a profilaxia da DBP.
[0010]. Por exemplo,o documento US 2010/0317636, revela um método para a profilaxia da DBP em um bebê que sofre de síndrome do desconforto respiratório pela administração ao bebê de uma combinação de um corticosteroide que apresenta uma atividade anti-inflamatória local a sistêmica elevada e um surfactante pulmonar.
[0011]. Yeh et al (Pediatrics 2008, 121(5), e1310-e1318,) propuseram a instilação intratraqueal de budesonida utilizando o surfactante pulmonar Survanta® como carreador, enquanto Dani et al (Pediatr Pulmonol 2009, 44, 1159-1167) propuseram a instilação intratraqueal de dipropionato de beclometasona em combinação com Cursourf®.
[0012]. No entanto, através destas abordagens também, uma grande população de neonatos prematuros seria exposta aos corticosteroides, muitos sem benefício se, de outra forma, eles não desenvolvessem DBP (veja Bancalari E. Am J Respir Crit Care Med
2016, 193:1, 12).
[0013]. Os corticosteroides pós-natais poderiam encontrar seu lugar na terapia na prevenção da DBP uma vez que desta forma eles serão administrados em pacientes que precisam deles.
[0014]. No entanto, devido aos efeitos colaterais observados ou à falta de sinais claros de eficácia, a administração sistêmica pós-natal de dexametasona e hidrocortisona não é atualmente recomendada rotineiramente.
[0015]. Em vista das considerações acima, ainda existe uma necessidade de se desenvolver um medicamento à base de corticosteroides mais adequado para a profilaxia da DBP em neonatos prematuros, mitigando o risco de efeitos colaterais adversos.
[0016]. Além disso, seria vantajoso apresentar um medicamento que possa ser administrado localmente, seja por inalação ou por instilação intratraqueal.
DESCRIÇÃO RESUMIDA DA INVENÇÃO
[0017]. Assim, é um objeto da presente invenção apresentar composições novas para a profilaxia de doenças da prematuridade.
[0018]. Outro objeto da presente invenção é apresentar métodos novos para a profilaxia de doenças da prematuridade.
[0019]. Estes e outros objetos, que se tornarão aparentes durante a descrição detalhada a seguir, foram alcançados pela invenção dos inventores de que a administração de um surfactante pulmonar em combinação com budesonida é útil para a prevenção de displasia broncopulmonar (DBP) em neonatos prematuros.
[0020]. Dessa forma, a presente invenção apresenta uma combinação de um surfactante pulmonar com um esteroide para uso na profilaxia da displasia broncopulmonar em neonatos prematuros. Assim, em uma configuração, a invenção é direcionada a um surfactante pulmonar em combinação com budesonida a uma dose de aproximadamente 0,01 a aproximadamente 0,1 mg/kg de peso corporal para uso na profilaxia da displasia broncopulmonar (DBP) em neonatos prematuros.
[0021]. Vantajosamente, a referida combinação é administrada a partir do nascimento (dentro do 1o dia de vida) até o 4o dia de vida.
[0022]. A invenção também diz respeito a um surfactante pulmonar em combinação com budesonida a uma dose de aproximadamente 0,01 a aproximadamente 0,1 mg/kg de peso corporal para uso no tratamento de insuficiência pulmonar crônica grave da prematuridade em neonatos prematuros. A invenção também é direcionada ao uso de um surfactante pulmonar em combinação com budesonida a uma dose de aproximadamente 0,01 a aproximadamente 0,1 mg/kg de peso corporal na fabricação de um medicamento para a profilaxia da displasia broncopulmonar (DBP) em neonatos prematuros.
[0023]. Vantajosamente, a referida combinação é administrada a partir do nascimento (dentro do 1o dia de vida) até o 4o dia de vida.
[0024]. A invenção também diz respeito ao uso de um surfactante pulmonar em combinação com budesonida a uma dose de aproximadamente 0,01 a aproximadamente 0,1 mg/kg de peso corporal para uso na fabricação de um medicamento para o tratamento de insuficiência pulmonar crônica grave da prematuridade em neonatos prematuros.
[0025]. O medicamento da invenção pode ser administrado simultaneamente, sequencialmente ou separadamente, preferivelmente para administração simultânea como combinação fixa.
[0026]. Em uma configuração particular, o referido medicamento está na forma de uma composição farmacêutica para inalação ou administração intratraqueal compreendendo a referida combinação fixa.
[0027]. Em outra configuração, a invenção é direcionada a um método para a profilaxia da displasia broncopulmonar ou para o tratamento de insuficiência pulmonar crônica grave da prematuridade, compreendendo a administração a um neonato prematuro que precise de tal profilaxia um surfactante pulmonar em combinação com budesonida a uma dose de aproximadamente 0,01 a aproximadamente 0,1 mg/kg de peso corporal, onde a referida combinação é administrada do nascimento (dentro do 1o dia de vida) até o 4o dia de vida.
[0028]. Em uma configuração adicional, a invenção é direcionada a um método para melhorar a função pulmonar em um neonato prematuro, compreendendo a administração da composição da invenção.
[0029]. Em uma configuração ainda adicional, a invenção é direcionada a um método para reduzir a inflamação pulmonar em um neonato prematuro tratado com ventilação mecânica, compreendendo a administração da composição da invenção ao referido neonato prematuro, onde a referida administração ocorre durante, antes ou depois da referida ventilação mecânica.
BREVE DESCRIÇÃO DOS DESENHOS
[0030]. As vantagens oferecidas pela invenção se tornarão aparentes a partir da seguinte descrição detalhada e dos desenhos, onde:
[0031]. A Figura 1 mostra os resultados do Exemplo 5.
[0032]. A Figura 2 mostra os resultados da pressão média das vias aéreas (PMVA) e o volume a 40 cm H2O (V40/kg) do Exemplo 6.
[0033]. A Figura 3 mostra os resultados da Avaliação do mRNA pulmonar para Lesão do Exemplo 6.
[0034]. A Figura 4 mostra os resultados das respostas do mRNA Hepático à ventilação mecânica do Exemplo 6.
DESCRIÇÃO DETALHADA DA INVENÇÃO
[0035]. O termo “displasia broncopulmonar (DBP)” se refere a um distúrbio pulmonar crônico, também conhecido como doença pulmonar crônica (DPC), que é a consequência de danos pulmonares não resolvidos ou anormalmente reparados. A DBP também pode se referir à insuficiência pulmonar crônica grave da prematuridade.
[0036]. A DBP ocorre tipicamente em bebês com peso muito baixo à nascença (VLBW) que mantêm o dano pulmonar como resultado da toxicidade do oxigênio e do barotrauma causado pela ventilação mecânica no início da vida. A definição e a classificação da DBP mudaram desde sua descrição original por Northway et al. em 1967. O Instituto Nacional da Saúde da Criança e Desenvolvimento Humano (NICHD) definiu a DBP em uma declaração de consenso em 2001. Esta definição utiliza a necessidade de oxigênio suplementar por 28 dias e, então, identifica 3 graus de gravidade, dependendo do suporte respiratório necessário na idade pós-menstrual (IPM) de 36 semanas ou na alta para aqueles nascidos em <32 semanas de gestação ou em 56 dias de vida ou alta para aqueles nascidos a >32 semanas de gestação.
[0037]. Em 2001 Jobe A et al (Am J Respir Crit Care Med; 163(7) 1723-1729) propuseram uma nova definição incluindo critérios específicos para DBP ‘leve’, ‘moderada’ e ‘grave’.
[0038]. A DBP leve é definida como a doença exigindo oxigênio suplementar por 28 dias e em ar ambiente na IPM de 36 semanas ou na alta (para bebês <32 semanas à nascença) ou em 56 dias ou na alta (para bebês 32 semanas à nascença).
[0039]. A DBP moderada é definida como a doença exigindo oxigênio suplementar por 28 dias e necessidade de oxigênio suplementar <30% na IPM de 36 semanas/alta (por <32 semanas) ou em 56 dias/alta (para bebês 32 semanas).
[0040]. A DBP grave é definida como a doença exigindo oxigênio suplementar por 28 dias e necessidade de 30% de oxigênio ou em CPAP nasal ou ventilação mecânica na IPM de 36 semanas/alta (por <32 semanas) ou em 56 dias/alta (para bebês 32 semanas).
[0041]. O termo "DBP evolutiva", às vezes conhecida com DBP prematura, se refere à fase inicial do processo crônico que leva à DBP estabelecida e indica a doença caracterizada por dependência de oxigênio e/ou de ventilação do 7o ao 14o dia de vida (Walsh MC et al Pediatrics 2006, 117, S52-S5,). Recentemente, a DBP evolutiva também foi referida como insuficiência pulmonar crônica da prematuridade (veja Steinhorn R et al J Peds 2017,8, 15-21.).
[0042]. O termo “surfactante natural modificado” se refere a um extrato lipídico de pulmão de mamífero moído. Devido ao processo de extração de lipídios utilizados no processo de fabricação, as proteínas hidrofílicas SP-A e SP-D são perdidas. Estas preparações apresentam quantidades variáveis de duas proteínas hidrofóbicas, associadas ao surfactante SP-B e SP-C e, dependendo do método de extração, podem conter lipídios não surfactantes, proteínas ou outros componentes.
[0043]. O termo "alfaporactanto" se refere a um surfactante natural modificado extraído de pulmões suínos consistindo substancialmente de lipídios polares, principalmente fosfolipídios e das proteínas SP-B e SP-C. O alfaporactanto está disponível sob a marca registrada Curosurf®. O termo “surfactantes pulmonares artificiais” se refere a misturas de compostos sintéticos, principalmente fosfolipídios e outros lipídios que são formulados para imitar a composição lipídica e o comportamento de surfactantes pulmonares naturais. Eles são desprovidos de proteínas surfactantes pulmonares.
[0044]. O termo "surfactantes pulmonares reconstituídos" se refere a surfactantes pulmonares artificiais aos quais foram adicionados proteínas/peptídeos surfactantes pulmonares isolados de animais ou proteínas/peptídeos fabricados através de tecnologia recombinante como aquelas descritas na publicação WO 95/32992, ou análogos da proteína surfactante pulmonar sintética como aquelas descritas na publicação WO 89/06657, WO 92/22315 e na publicação WO 00/47623.
[0045]. O termo “procedimento de ventilação não invasiva (VNI)” define uma modalidade de ventilação que sustenta a respiração sem a necessidade de intubação como a Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas nasais (CPAP nasal). Outros procedimentos de ventilação não invasiva são a ventilação com pressão positiva intermitente nasal (NIPPV), Cânula Nasal de Alto Fluxo (HFNC), e a pressão positiva nas vias aéreas em dois níveis (BiPAP).
[0046]. O termo “suporte respiratório” inclui qualquer intervenção que trate a doença respiratória incluindo, por exemplo, a administração de oxigênio suplementar, ventilação mecânica, e CPAP nasal.
[0047]. O termo “tratamento” se refere ao uso para curar, aliviar os sintomas, reduzir os sintomas da doença ou da condição, por exemplo, a DBP no paciente.
[0048]. O termo “profilaxia” se refere à desaceleração da progressão, atraso do início, e/ou redução do risco de contrair a doença ou a condição, por exemplo, a DBP, no paciente.
[0049]. O termo “neonatos prematuros”, ou bebês prematuros, inclui neonatos com peso extremamente baixo à nascença (PEBN), peso muito baixo à nascença (PMBN), e peso baixo à nascença (PBN) de 24 a 35 semanas de idade gestacional.
[0050]. O termo “combinação fixa” significa uma condição onde as substâncias ativas estão em uma proporção quantitativa fixa.
[0051]. “Farmaceuticamente aceitável” é um termo utilizado neste documento que se refere a um meio que não produz uma reação alérgica ou desfavorável semelhante quando administrado a um bebê.
[0052]. “Atividade surfactante” para uma preparação de surfactante é definida como a capacidade de reduzir a tensão superficial.
[0053]. A eficácia in vitro de preparações de surfactante exógeno é comumente testada medindo sua capacidade de reduzir a tensão superficial utilizando dispositivos adequados como a Balança Wilhelmy, Surfactômetro de Bolha Pulsátil, Surfactômetro de Bolha Cativa e Surfactômetro Capilar.
[0054]. A eficácia in vivo de preparações de surfactante exógeno é testada medindo os mecanismos pulmonares em modelos animais prematuros de acordo com métodos conhecidos.
[0055]. No contexto da presente descrição, o termo “sinergístico" significa que a atividade do surfactante pulmonar mais aquela da budesonida é mais do que se esperaria por aquela do surfactante ou da budesonida sozinha.
[0056]. O termo "biossemelhante de alfaporactanto” se refere a um surfactante pulmonar natural modificado que apresenta o mesmo perfil de segurança, é terapeuticamente equivalente, apresenta uma similaridade na composição quali-quantitativa de pelo menos 80% (particularmente em relação às proteínas fosfolipídica e surfactante SP-B e SP-C) e apresenta uma viscosidade igual ou inferior a 15 mPas (cP) em temperatura ambiente quando suspensa em uma solução aquosa a uma concentração de 80/mg/ml. A viscosidade pode ser determinada de acordo com métodos conhecidos.
[0057]. A presente invenção é baseada em parte no achado inesperado de que a budesonida a uma dose de aproximadamente 0,01 mg/kg a aproximadamente 0,1 mg/kg de peso corporal pode ser combinada com um surfactante pulmonar como o alfaporactanto para prevenir a displasia broncopulmonar (DBP) sem alterar a atividade superficial do surfactante.
[0058]. As vantagens de combinar um surfactante pulmonar com a dose de budesonida reivindicada ficará aparente a partir dos achados a seguir.
[0059]. De fato, verificou-se surpreendentemente, em um estudo em um modelo de coelho prematuro exposto a hiperóxia para imitar a DBP, que um surfactante pulmonar como o alfaporactanto em combinação com uma dose menor de budesonida, em comparação com a dose utilizada, por exemplo, em Yeh et al, 2008, dá origem a uma conformidade pulmonar substancialmente equivalente. Como a budesonida é um corticosteroide altamente lipofílico, isto pode favorecer sua absorção pela mucosa e captação entre as membranas celulares fosfolipídicas com uma absorção sistêmica insignificante, tornando a combinação segura para uso terapêutico em neonatos prematuros.
[0060]. Além disso, em um estudo em um modelo de cordeiro recém-nascido, animais tratados com alfaporactanto em combinação com 0,04 e 0,1 mg/kg de budesonida apresentaram um volume maior a 40 cm H2O do que aqueles que receberam o surfactante em combinação com a dose de budesonida utilizada em Yeh et al, 2008.
[0061]. Devido à variedade etária potencial nas propriedades de ADME de budesonida, não teria sido possível prever se uma dose menor ainda poderia ser eficiente.
[0062]. O volume a 40 cm H2O é, por sua vez, um marcador de lesão pulmonar, uma vez que a proteína liberada no pulmão ou inflamação causará edema e desativará o surfactante, ambos favorecendo a ocorrência de DBP.
[0063]. Por outro lado, o surfactante pulmonar pode favorecer a dispersão do corticosteroide pelo efeito de Marangoni, favorecendo sua distribuição e, consequentemente, o alcance de toda a área pulmonar de interesse.
[0064]. Qualquer surfactante pulmonar atualmente em uso, ou subsequentemente desenvolvido para uso no sistema de desconforto respiratório e em outras condições pulmonares pode ser adequado para uso na presente invenção. Estes incluem surfactantes pulmonares naturais modificados, artificiais e reconstituídos.
[0065]. Surfactantes pulmonares naturais modificados atuais incluem, mas não se limitam ao surfactante pulmonar lipídico bovino (BLES™, BLES Biochemicals, Inc. London, Ont), calfactanto (Infasurf™, Forest Pharmaceuticals, St. Louis, Mo.), bovactanto (Alveofact™, Thomae, Alemanha), surfactante pulmonar bovino (Pulmonary surfactant TA™, Tóquio Tanabe, Japão), alfaporactanto (Curosurf™, Chiesi Farmaceutici SpA, Parma, Itália), e beractanto (Survanta™, Abbott Laboratories, Inc., Abbott Park, 111).
[0066]. Exemplos de surfactantes reconstituídos incluem as composições reveladas na EP 2 152 288, WO 2008/011559, WO 2013/120058, os produtos lucinactanto (Surfaxin™, Windtree-Discovery Laboratories Inc., Warrington, Pa.) e o produto que apresenta a composição revelada na Tabela 2 do Exemplo 2 da WO 2010/139442 que é incorporada aqui como referência em sua integralidade, isto é • 1,5% de SP-C33(leu) acetato; • 0,2% de Mini-B(leu) acetato; e • DPPC:POPG em uma proporção de peso de 50:50.
[0067]. O referido surfactante reconstituído é citado a partir deste ponto como CGF 5633.
[0068]. O surfactante pulmonar selecionado para uso no medicamento da presente invenção pode ser o mesmo, ou diferente, do surfactante pulmonar utilizado para SDR. Em uma configuração preferida, o mesmo surfactante pulmonar é utilizado.
[0069]. Em uma configuração preferida, o surfactante pulmonar é um surfactante pulmonar natural modificado.
[0070]. Mais preferivelmente, o surfactante pulmonar é alfaporactanto (Curosurf™) uma vez que é dotado de viscosidade muito baixa e, consequentemente, pode ser administrado em altas concentrações utilizando um pequeno volume de carreador aquoso.
[0071]. Em outra configuração, o surfactante pulmonar é um surfactante reconstituído apresentando a composição revelada na Tabela 2 do Exemplo 2 da WO 2010/139442.
[0072]. A dose do surfactante pulmonar a ser administrada variará de acordo com o peso e a idade gestacional do neonato prematuro, bem como com a gravidade da condição do neonato. Os técnicos no assunto serão prontamente capazes de determinar estes fatores e ajustar a dose adequadamente.
[0073]. Vantajosamente, a dose do surfactante pulmonar pode ser de aproximadamente 100 a aproximadamente 200 mg/kg de peso corporal.
[0074]. Em uma configuração preferida da presente invenção, alfaporactanto a uma dose de aproximadamente 100 a aproximadamente 200 mg/kg de peso corporal pode ser utilizada.
[0075]. Em uma configuração preferida, a dose pode ser de aproximadamente 100 mg/kg de peso corporal, enquanto que em outra configuração preferida, a dose pode ser de aproximadamente 200 mg/kg de peso corporal.
[0076]. Vantajosamente, a dose de budesonida é de aproximadamente 0,01 a aproximadamente 0,1 mg/kg de peso corporal. O limite mínimo da dose de budesonida pode ser de aproximadamente 0,02 mg/kg de peso corporal, aproximadamente 0,03 mg/kg de peso corporal, aproximadamente 0,04 mg/kg de peso corporal, ou de aproximadamente 0,05 mg/kg de peso corporal. O limite máximo da dose de budesonida pode ser de aproximadamente 0,09 mg/kg de peso corporal, aproximadamente 0,08 mg/kg de peso corporal, ou de aproximadamente 0,07 mg/kg de peso corporal.
[0077]. Para a profilaxia de DBP, o surfactante pulmonar e a budesonida são administrados ao neonato prematuro em qualquer momento entre: (a) o momento mais próximo praticável à nascença ou o início de vida a (b) qualquer momento durante o quarto dia de vida. Dentro do intervalo de tempo acima, a administração pode continuar por um período de tempo considerado por um médico ou por outro profissional médico como apropriado para alcançar o efeito desejado.
[0078]. Em outra configuração, o surfactante pulmonar e budesonida são administrados ao neonato prematuro a qualquer momento durante os primeiros três dias de vida. Em outra configuração, o surfactante pulmonar e budesonida são administrados ao neonato prematuro em qualquer momento durante os primeiros dois dias de vida. Em outra configuração, o surfactante pulmonar e budesonida são administrados ao neonato prematuro em qualquer momento durante o primeiro dia de vida. Em outra configuração, o surfactante pulmonar e budesonida são administrados ao neonato prematuro em qualquer momento durante as primeiras 8 horas de vida. Em outra configuração, o surfactante pulmonar e budesonida são administrados ao neonato prematuro em qualquer momento durante as primeiras quatro horas de vida.
[0079]. A frequência da administração variará com o tamanho e com a idade gestacional do neonato prematuro, bem como com a gravidade da condição do neonato e com a via de administração. Os técnicos no assunto serão prontamente capazes de determiná-la. Por exemplo, o medicamento da invenção pode ser administrado uma ou duas vezes.
[0080]. A frequência da administração variará com o tamanho e com a idade gestacional do neonato prematuro, bem como com a gravidade da condição do neonato e com a via de administração. Por exemplo, o medicamento da invenção pode ser administrado uma ou duas vezes.
[0081]. Para a profilaxia da DBP, o surfactante pulmonar e budesonida são administrados ao neonato prematuro de idade gestacional de 26 a 35 semanas, preferivelmente, uma idade gestacional de 28 a 32 semanas.
[0082]. Preferivelmente, a combinação da invenção é administrada a neonatos prematuros mantidos sob procedimentos de ventilação não invasiva, mais preferivelmente mantidos sob CPAP nasal, ainda mais preferivelmente com um dispositivo nasal, a uma pressão de 1 a 12 cm de água.
[0083]. As substâncias ativas da combinação de surfactante pulmonar e budesonida nas doses reivindicadas podem ser administradas sequencialmente,
separadamente ou conjuntamente. Vantajosamente, quando as duas substâncias ativas são administradas juntas, elas são administradas a uma combinação fixa.
[0084]. Portanto, a presente invenção também apresenta o uso da combinação da invenção como uma combinação fixa na fabricação de um medicamento para prevenir a DBP. O medicamento pode ser na forma de uma composição farmacêutica.
[0085]. As referidas formulações podem ser administradas na forma de uma solução, dispersão, suspensão ou pó seco. Preferivelmente, as referidas composições compreendem a combinação reivindicada suspensa em um solvente fisiologicamente tolerável adequado.
[0086]. Mais preferivelmente, a formulação compreende uma solução aquosa, preferivelmente estéril, que também pode compreender agentes tamponantes de pH e outros excipientes farmaceuticamente aceitáveis como o polissorbato 20, polissorbato 08 ou monolaurato de sorbitano como agentes umectantes e cloreto de sódio como agente de isotonicidade.
[0087]. As formulações podem ser distribuídas em recipientes de dose unitária ou de múltiplas doses, por exemplo, ampolas e frascos, selados, ou podem armazenadas em uma condição congelada ou liofilizada que requer apenas a adição de carreador líquido estéril imediatamente antes do uso.
[0088]. Preferivelmente, a formulação é fornecida como uma suspensão estéril em uma solução aquosa salina fisiológica tamponada (0,9% p/v de cloreto de sódio) em frascos de uso único. A administração da formulação reivindicada pode ser realizada de acordo com métodos conhecidos, por exemplo, por instilação endotraqueal, pulverização, ou nebulização por jato ultrassônico, ou nebulizadores de malha vibratória comumente disponíveis no mercado.
[0089]. Quando a formulação é administrada por instilação endotraqueal, dependendo da gravidade da síndrome do desconforto respiratório, métodos diferentes podem ser apropriados. Por exemplo, a formulação reivindicada pode ser administrada através do tubo endotraqueal em neonatos prematuros mantidos sob ventilação mecânica.
[0090]. Alternativamente, a formulação pode ser administrada com o uso de um cateter fino colocado na traqueia e a respiração do neonato sustentada através de dispositivos nasais especialmente projetados como máscaras, pontas ou tubos de acordo com a metodologia conhecida como Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas (nCPAP), de acordo com o procedimento descrito na publicação WO 2008/148469.
[0091]. A última abordagem só seria possível com um surfactante exógeno como o alfaporactanto apresentando uma baixa viscosidade, uma vez que uma viscosidade elevada tornaria a passagem do surfactante através do cateter fino mais difícil.
[0092]. O volume de solução aquosa no qual as duas substâncias combinadas são suspensas dependerá da concentração desejada.
[0093]. Vantajosamente, o volume da formulação não deve ser superior a aproximadamente 5,0 ml, preferivelmente de aproximadamente 4,5 a aproximadamente 2,0 ml, mais preferivelmente de aproximadamente 3,5 a aproximadamente 2,5 ml.
[0094]. Em outras configurações, quando o surfactante pulmonar e a budesonida forem administrados separadamente, as substâncias ativas individuais podem ser formuladas separadamente. Neste caso, as duas substâncias ativas individuais não têm que ser administradas incondicionalmente ao mesmo tempo.
[0095]. No caso de uma administração separada, a formulação das duas substâncias ativas individuais pode ser embalada ao mesmo tempo em um recipiente adequado para oferecer um kit.
[0096]. Portanto, a invenção também está direcionada para um kit para a profilaxia de displasia broncopulmonar, o referido kit compreendendo: a) um surfactante pulmonar a uma dose de aproximadamente 100 a aproximadamente 200 mg/kg e um carreador farmaceuticamente aceitável ou diluente em uma primeira apresentação unitária; b) budesonida a uma dose de aproximadamente 0,01 a aproximadamente 0,1 mg/kg de peso corporal e um carreador farmaceuticamente aceitável ou diluente em uma segunda apresentação unitária; e c) recipiente para conter as referidas primeira e segunda apresentações.
[0097]. Qualquer forma de DBP leve, moderada, grave que afete potencialmente o neonato prematuro pode ser prevenida por meio da combinação da invenção.
[0098]. O neonato prematuro precisando do medicamento da invenção pode ou pode não apresentar síndrome do desconforto respiratório (SDR). Em uma configuração, a administração do medicamento da invenção é iniciada em um neonato que apresente SDR, após o tratamento de tal síndrome com surfactante pulmonar ou por outro meio (por exemplo, ventilação) ou uma combinação deles.
[0099]. Em determinadas configurações, os neonatos a serem tratados com o medicamento da presente invenção precisam de suporte respiratório, mas não necessariamente apresentam síndrome do desconforto respiratório. Estes bebês ou não foram diagnosticados com SDR ou foram tratados com surfactantes pulmonares para SDR.
[00100]. Todos os neonatos prematuros podem ser elegíveis para administração do medicamento da presente invenção incluindo neonatos com peso extremamente baixo à nascença (PEBN), peso muito baixo à nascença (PMBN), e peso baixo à nascença (PBN) de 24 a 35 semanas de idade gestacional.
[00101]. Preferivelmente, o medicamento é administrado a neonatos com PMBN com SDR grave que terão uma incidência maior de DBP.
[00102]. Em termos gerais, como é improvável que o controle da DBP seja na forma uma única intervenção, mas ao invés disso, uma abordagem combinada, o médico deve avaliar se os neonatos prematuros também precisam de suporte respiratório concomitante e/ou de outros medicamentos adequados como vitamina A e antibióticos.
[00103]. Em vista das dosagens do surfactante pulmonar e budesonida e do volume da formulação a ser administrada, discutidos acima, e do peso típico do neonato prematuro que vai receber a administração, a formulação em solução ou em suspensão conterá tipicamente budesonida a uma concentração de aproximadamente 0,005 a aproximadamente 0,05 mg/ml, preferivelmente de aproximadamente 0,01 a aproximadamente 0,05 mg/ml, e o surfactante pulmonar a uma concentração de aproximadamente 20 a aproximadamente 100 mg/ml, preferivelmente de aproximadamente 40 a aproximadamente 80 mg/ml.
[00104]. Outras características da invenção se tornarão aparente no curso das seguintes descrições de configurações exemplares que são apresentadas para ilustração da invenção.
EXEMPLOS Exemplo 1. Avaliação In Vitro da Atividade Superficial de Alfaporactanto na Presença de Budesonida pelo Surfactômetro Capilar.
[00105]. A atividade superficial de alfaporactanto (na presença de budesonida, 2 ml, 1,0 mg) foi avaliada em comparação com alfaporactanto sozinho por um surfactômetro capilar comercialmente disponibilizado pela Calmia Medical, Inc., EUA.
[00106]. Foram preparadas duas amostras: uma de um frasco de alfaporactanto (1,5 ml, 80 mg/ml) diluindo com solução salina a uma concentração de 1 mg/ml em fosfolipídios, e a outra de um frasco de alfaporactanto (1,5 ml, 80 mg/ml) misturadas com um frasco de budesonida (2 ml, 1,0 mg) e diluídas com solução salina na mesma concentração (1 mg/ml de fosfolipídios). Uma amostra de 0,5 ml de ambas as soluções foi então avaliada no Surfactômetro Capilar.
[00107]. O princípio do surfactômetro capilar era simular as vias aéreas humanas terminais. A amostra foi introduzida na seção estreita de um capilar de vidro, onde o diâmetro interno é de 0,25 mm, semelhante àquele de uma via aérea humana terminal. Em uma extremidade, o capilar foi conectado a um fole e a um transdutor de pressão. Quando o fole era comprimido lentamente, a pressão é aumentada e registrada. O aumento da pressão fez com que a amostra fosse extrudada da seção estreita do capilar. Na medida em que o ar passa, a pressão era abruptamente reduzida. Se a amostra tivesse surfactante pulmonar funcionando bem, o líquido da amostra não retornava para a seção estreita. O fluxo de ar constante obtido pela compressão contínua do fole não encontrava resistência e a pressão registrada foi zero. Se, por outro lado a amostra não contivesse surfactante pulmonar funcionando bem, o líquido da amostra retornava repetidamente.
[00108]. O comportamento do alfaporactanto na presença de budesonida revelou-se estatisticamente indistinguível daquele de alfaporactanto sozinho, indicando que a budesonida não afeta a atividade superficial do surfactante. Exemplo 2. Formulação na forma de suspensão aquosa de acordo com a invenção. Ingredientes Quantidade Para uso farmacêutico unidade Alfaporactanto 160 mg Budesonida micronizada 0,1 mg Polissorbato (Tween) 20 2,0 mg Monolaurato de sorbitano 0,4 mg Cloreto de sódio 18 mg Água para injeção q. s. para 2,0 ml
Exemplo 3. Formulação na forma de suspensão aquosa de acordo com a invenção. Ingredientes Quantidade Para uso farmacêutico unidade Alfaporactanto 160 mg Budesonida micronizada 0,04 mg Polissorbato (Tween) 20 2,0 mg Monolaurato de sorbitano 0,4 mg Exemplo 4. Formulação na forma de suspensão aquosa de acordo com a invenção. Ingredientes Quantidade Para uso farmacêutico unidade CHF5633 160 mg Budesonida micronizada 0,04 mg Polissorbato (Tween) 20 2,0 mg Monolaurato de sorbitano 0,4 mg Exemplo 5. Efeito in vivo em um modelo de coelho
[00109]. O modelo de coelho prematuro de displasia broncopulmonar (DBP) exposto à hiperóxia foi empregado neste experimento. Este modelo foi descrito em detalhes em outro lugar (veja Richter J, et al. (2014) Functional assessment of hyperoxia-induced lung injury after preterm birth in the rabbit. Am J Physiol Lung Cell Mol Physiol 306: L277-283; Jimenez J, et al. (2016) Progressive vascular functional and structural damage in a bronchopulmonary dysplasia model in preterm rabbits exposed to hyperoxia. Int J Mol Sci 17:E1776; e Salaets T, et al, (2015). Transcriptome analysis of the preterm rabbit lung after seven days of hyperoxic exposure. PLoS One 10:e0136569). Em resumo, os coelhos prematuros foram paridos por meio de cesariana em 28 dias (fase de desenvolvimento pulmonar sacular prematuro) de gestação (termo =31 dias). Imediatamente após o parto, os filhotes foram colocados em uma incubadora (32°C) e aleatoriamente divididos em três grupos com 5-6 animais/grupo (veja abaixo). Os coelhos prematuros foram mantidos em hiperóxia (95% de oxigênio) por quatro dias, alimentados duas vezes ao dia com uma fórmula de leite através de um tubo orogástrico e receberam antibióticos profiláticos e vitamina K. No dia 3, cada animal recebeu uma única injeção intratraqueal de surfactante sozinho a 100 mg/kg de peso corporal (grupo 1), ou surfactante a 100 mg/kg mais budesonida a 0,05 mg/kg de peso corporal (grupo 2), ou surfactante a 100 mg/kg mais budesonida a 0,25 mg/kg de peso corporal (grupo 3). A dose de 0,25 mg/kg é relatada como excelente em Yeh et al, 2008.
[00110]. Depois de 24 horas, no dia 4 depois do nascimento, os coelhos prematuros foram anestesiados profundamente, uma cânula foi colocada na traqueia de cada animal e um teste de função pulmonar invasivo foi realizado utilizando o sistema Flexivent system (FlexiVent 5.2; SCIREQ) conforme descrito anteriormente ((veja Richter J, et al. (2014) Functional assessment of hyperoxia-induced lung injury after preterm birth in the rabbit. Am J Physiol Lung Cell Mol Physiol 306: L277-283; Jimenez J, et al. (2016) Progressive vascular functional and structural damage in a bronchopulmonary dysplasia model in preterm rabbits exposed to hyperoxia. Int J Mol Sci 17:E1776; e Salaets T, et al, (2015). Transcriptome analysis of the preterm rabbit lung after seven days of hyperoxic exposure. PLoS One 10:e0136569,). A perturbação do volume de pressão (PVr-V) foi utilizada para medir a conformidade estática (pressão de recolhimento elástico do pulmão em um determinado volume pulmonar). Três medidas foram obtidas por filhote (coeficiente de determinação >0,95). O valor médio das três medidas foi normalizado pelo peso corporal e utilizado na análise. Depois disso, os filhotes foram submetidos a eutanásia.
[00111]. Depois de 4 dias de exposição à hiperóxia e 24 horas depois da administração intratraqueal de surfactante ± budesonida, os animais foram anestesiados profundamente. A conformidade estática pulmonar foi medida conforme descrito nos métodos. Os resultados são apresentados na Tabela 1 e na Figura 1. As médias ± Desvios padrão são representados na Figura 1 e indicados na Tabela 1 (círculos pretos receberam apenas surfactante a 100 mg/kg; quadrados pretos receberam surfactante a 100 mg/kg mais budesonida a 0,05 mg/kg; triângulos pretos receberam surfactante a 100 mg/kg mais budesonida a 0,25 mg/kg). Os dados foram analisados com ANOVA de uma via e teste de comparações múltiplas de Turkey (# p = 0,0004; * p = 0,03, ao comparar o grupo tratado apenas com surfactante com os grupos tratados com surfactante mais budesonida).
Tabela 1. Surfactante + Surfactante + Surfactante Budesonida 0,05 mg/kg Budesonida 0,25 mg/kg Conformidade estática 1,62 ± 1,95 ± 0,16* 2,25 ± 0,25 # (mL/cmH2O)/kg 0,19
[00112]. Como é possível apreciar a partir da Tabela 1, um efeito substancialmente semelhante é alcançado em comparação com a dose de budesonida utilizada em Yeh et al, 2008. Exemplo 6. Efeito in vivo em um modelo de cordeiro
[00113]. O objetivo do estudo era utilizar o modelo de cordeiro para testar a hipótese de que doses baixas de budesonida em alfaporactanto são comparavelmente eficientes para melhorar a fisiologia e os indicadores de inflamação com menos efeitos sistêmicos.
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
[00114]. Ovelhas foram acasaladas com verificação de prenhez em gestação de aproximadamente 50 dias. As ovelhas não podiam ser manipuladas antes do parto operatório do feto. A ovelha foi sedada com cetamina IV e recebeu anestesia espinhal. A cabeça e o pescoço fetais foram expostos e o feto recebeu 10 mg/kg de cetamina IM estimados no peso fetal como sedação suplementar e infiltração de lidocaína na pele sobre a traqueia. Um tubo endotraqueal de 4,5 mm foi preso na traqueia, seguido por aspiração do fluido pulmonar fetal através do tubo ET com uma seringa de 50 ml e sucção cuidadosa. O cordeiro foi parido, superficialmente seco, pesado e colocado em ventilação mecânica com período inicial de posicionamento do corpo para auxiliar com a distribuição uniforme do surfactante/budesonida nos pulmões.
[00115]. Cordeiros recém-nascidos foram randomizados para 2 tratamentos: • Curosurf a 200 mg/kg (2,5 ml/kg) + budesonida a 0,1 mg/kg (0,5 ml/kg) • Curosurf a 200 mg/kg (2,5 ml/kg) + budesonida a 0,04 mg/kg (0,5 ml/kg)
[00116]. Para propósitos comparativos, Curosurf a 200 mg/kg + budesonida a 0,25 mg/kg foram utilizados.
[00117]. O surfactante (7,5 ml com base no peso estimado de 3 kg) foi puxado para uma seringa de 10 ml, seguido por budesonida ou solução salina para obter um total de
9 ml. A mistura foi girada manualmente múltiplas vezes para permitir a mistura dos componentes. A combinação de surfactante e o medicamento do tratamento foi girada novamente antes da administração. Os cordeiros foram tratados por instilação traqueal com posicionamento do peito pouco antes do início da ventilação mecânica para ajudar a distribuir o surfactante.
[00118]. Cada cordeiro foi colocado em uma cama aquecedora infantil. A ventilação foi realizada com um ventilador infantil Fabian ajustado para entregar 40% de oxigênio aquecido e umidificado com uma pressão inspiratória de pico inicial de 30 cm H 2O, uma pressão expiratória final positiva de 5 cm H2O, uma taxa de 50 respirações/min., e um tempo inspiratório de 0,5 seg. O volume tidal foi controlado ajustando-se a pressão respiratória de pico para não exceder 8 ml/kg a menos que o PCO2 seja maior do que 50 mmHg. Os cordeiros receberam cetamina e foram totalmente sedados e não estavam respirando espontaneamente. As medições da gasometria foram em 15 e 30 min. e em intervalos de 1 hora por 6 horas, e conforme necessário. Imediatamente após o nascimento, o cordeiro recebeu uma transfusão de 10 ml/kg de sangue placentário para sustentar a pressão arterial e para permitir a amostragem sanguínea. O cordeiro foi monitorado continuamente quanto a temperatura, frequência cardíaca e pressão arterial.
[00119]. O cordeiro foi submetido à eutanásia com pentobarbital IV em 6 horas para amostragem tecidual.
[00120]. Um ensaio de LC-MS altamente sensível de budesonida e procedimento de hidrólise para análise de ésteres de budesonida é utilizado. Tecidos de outros órgãos dos cordeiros de controle foram utilizados para análises de mRNA inicial. Os grupos de animais de 2018 tiveram sangue coletado como segue para verificação dos níveis plasmáticos de budesonida: 15 min., 30 min., 1 h, 2 h, 4 h, e 6 h. Os animais amostrados quanto ao tecido em 6 h terão a budesonida medida em lavagens alveolares do pulmão esquerdo e para budesonida residual no pulmão esquerdo. A budesonida também foi medida em outros órgãos, se indicado. Nós medimos os níveis de budesonida anteriormente somente no plasma, pulmão, e BALF.
[00121]. Amostras de plasma e padrões de betametasona são extraídos do plasma de ovelha, como segue: 20 µL de amostra ou de padrão foram adicionados a 50 µL de padrão interno (budesonida-d8, 50 ng/mL) em um tubo de ensaio de vidro de 10 mL. Os tubos são selados, misturados em vórtex por 10 s e, então, incubados em temperatura ambiente por 5 min. 1 mL de acetato de etila será, então, adicionado em cada amostra. As amostras são misturadas em vórtex por 2 min. e, então, centrifugadas (5 min., 3000 rpm, 24 graus Celsius). 700 µL de sobrenadante foram transferidos para um frasco de autoamostrador de vidro de 1,5 mL e secados sob vácuo (30 minutos, 3000 rpm, 37 graus Celsius). As amostras são, então, ressuspensas em 70 µL de uma solução de metanol e água a 1:1 antes de serem incubadas por 10 min., a 50°C, com agitação cuidadosa.
[00122]. As amostras pulmonares expostas à budesonida são extraídas com segue: 50 µL de padrão interno (budesonida-d8, 50 ng/mL) foram adicionados a 100 mg de amostra adicionada em um tubo de maceração de tecido de 2 mL. 1 mL de acetato de etila foi, então, adicionado a cada amostra. As amostras foram maceradas utilizando dois ciclos de
6.500 rpm x 2 minutos. As amostras são, então, incubadas por 1 h a 50 graus Celsius, centrifugadas (5 min., 3000 rpm, 24 graus Celsius) e filtradas. 700 µL de sobrenadante clarificado foram transferidos para um frasco de autoamostrador de vidro de 1,5 mL e secados sob vácuo (30 minutos, 3000 rpm, 37 graus Celsius). As amostras são, então, ressuspensas em 70 µL de uma solução de metanol e água a 1:1 antes de serem e incubadas (10 min. a 50 graus Celsius), com agitação cuidadosa. Padrões para análise pulmonar foram extraídos utilizando um método idêntico, a única exceção sendo que 50 µL de padrão interno e 20 µL de padrão de plasma são adicionados a 100 mg de tecido pulmonar fetal coletado de animais virgens de tratamento com budesonida. A hidrólise do tecido pulmonar foi realizada com esterase de colesterol de pâncreas bovino dissolvido em 0,1 M de tampão K2HPO4, pH 7,5, a uma concentração de 0,0125 mg/ml com 10 mM de taurocolato por 15 minutos antes da extração.
[00123]. A análise é realizada com bombas 1290 Infinity da Agilent Technologies e um sistema de LC/MS Triple Quadrupole Série 6400, com uma fonte de ionização por eletropulverização no modo de íon positivo. 20 µL de amostra foram injetados no MS e uma coluna Agilent Poroshell de 2,1 x 50 mm C18, 2,6 µM e uma coluna Phenomenex Biphenyl de 3 x 150 mm, 2,6 µM, são utilizados para separar os analitos cromatograficamente. A fase móvel para eluição de gradiente de dois solventes consistiu em: (A1) Água + 0,1% de ácido fórmico e, então, (B1) Metanol + 0,1% de ácido fórmico, entregues a uma taxa de fluxo de 0,5 mL/min., com um gradiente de 50% de B a 98% em 10 min., seguido por reequilíbrio por 2 min., antes de injeção subsequente. A MS é ajustada para detectar íons de precursor e do produto budesonida (tempo de aquisição de 3,9 minutos), com uma massa de 431,5 e 323,0 respectivamente, e íons de budesonida-d8 íons (tempo de aquisição de 3,83 minutos) com uma massa de 439,5 e 421,5, respectivamente. Utilizando uma proporção de sinal:ruído de 10:1 como corte, as concentrações de budesonida podem ser medidas confiavelmente em concentrações tão baixas quanto 0,01 ng/mL.
[00124]. A curva de pressão-volume para os pulmões foi medida quanto à conformidade estática do pulmão. O pulmão esquerdo foi utilizado para uma lavagem alveolar e para medições de budesonida residual.
[00125]. O lobo superior direito foi fixado em estado de insuflação com formalina para histopatologia e o lobo intermediário direito foi amostrado para análise de mRNA. O tecido cerebral, intestinal e hepático foi coletado seletivamente para análise de expressão de mRNA por mRNA-Seq para testar se a budesonida altera a expressão de proteínas para divisão celular, morte celular, inflamação e marcadores de lesão precoces. Esta abordagem foi mais sensível e definitiva do que a medição dos níveis de budesonida no tecido. Os grupos de animais são para análise de inflamação pulmonar e para avaliações dos efeitos da budesonida em outros órgãos.
[00126]. Este estudo avalia os efeitos de doses menores de budesonida sobre a lesão pulmonar e sistêmica induzida por ventilação mecânica. Com base nos resultados anteriores, o ponto de tempo de 6 horas foi escolhido para efeitos máximos da budesonida sobre os marcadores de lesão e efeitos fisiológicos. Tanto a ventilação prejudicial quanto a não prejudicial foi utilizada nos animais. Grupos de animais anteriormente completados em 2017 foram utilizados para comparação com alguns grupos sobrepostos. A variável fisiológica e os marcadores de lesão foram comparados entre os grupos e os anos anteriores. Os resultados são mostrados como médias ± EPM relatados como aumento em vezes sobre os controles, com os valores de controle ajustados em 1. O Índice de Eficiência da Ventilação (IEV) [3800/(PIP X taxa X PaCO2)] e o Índice de Oxigenação (01) [FiO2 X Pressão Média das Vias Aéreas/PaO2] foram calculados (veja Notter, R.H., et al., "Lung surfactant replacement in premature lambs with extracted lipids from bovine lung lavage: effects of dose, dispersion technique, and gestational age," Pediatr Res, 1985. 19(6): p. 569-77 e Polglase, G.R., et al, "Lung and systemic inflammation in preterm lambs on continuous positive airway pressure or conventional ventilation," Pediatr Res, 2009. 65(1): p. 67-71,). A estatística foi analisada utilizando Prism 6 (GraphPad) utilizando o teste t de Student, Mann-Whitney não paramétrico, ou testes de ANOVA conforme apropriado. A significância foi aceita como p < 0,05.
[00127]. Além disso, RNA mensageiro (mRNA) foi extraído do tecido pulmonar periférico do lobo intermediário direito, e do pulmão com TRIzol (Invitrogen). O cDNA foi produzido a partir de 1 µg de mRNA utilizando o kit Verso cDNA (Thermoscientific). Iniciadores genéticos Custom Taqman (Life Technologies) para sequências ovinas para canal de sódio epitelial (ENaC), epirregulina (EREG), Interleucina 1β (IL-1β), IL-6, IL-8, proteína-1 quimioatraente de monócitos (MCP-1), amoloide sérico A3 (SAA3), proteína surfactante B (SFTPB), e TNF- foram utilizados. RT-PCR quantitativo foi realizado com uma mistura iTaq Universal (Bio-Rad) em uma reação de 15 µL em uma máquina CFX Connect e software (Bio- Rad). Iniciadores 18S (Life Technologies) foram utilizados como controle de carregamento interno.
RESULTADOS
[00128]. A pressão média das vias aéreas (PMVA) e o volume a 40 cm H2O (V40/kg) são relatados na Figura 2. A extrapolação de V40/Kg da curva de pressão-volume foi realizada de acordo com métodos conhecidos.
[00129]. Central para a patogênese da displasia broncopulmonar (DBP) é a indução de uma resposta inflamatória pulmonar massiva devido à ventilação mecânica pós- natal e toxicidade do oxigênio. A extensão da reação pró-inflamatória e a perturbação do crescimento alveolar adicional e vasculogênese podem, de fato, ser marcadas pelo desempenho pulmonar e gestão ventilatória nas primeiras 24 horas.
[00130]. A este respeito, o volume a 40 cm H2O da curva de pressão-volume em 6 horas, como um marcador integrado valioso de lesão pulmonar (a proteína liberada no pulmão ou a inflamação causarão edema e impedirão que o surfactante desencadeie um ciclo vicioso onde atelectasia, volotrauma e exposição a um nível elevado de oxigênio são promovidos) constitui um indicador agudo experimental do risco de desenvolvimento de DBP.
[00131]. Os resultados mostram que o V40/kg foi significativamente maior nos animais tratados com budesonida a 0,1 mg/kg e 0,04 mg/kg do que nos animais tratados somente com o surfactante.
[00132]. Além disso, os animais tratados com 0,25 mg/kg ou 0,1 mg/kg apresentaram diminuição das exigências de pressão média das vias aéreas. No entanto, embora haja uma tendência positiva, o referido valor não alcançou variação da significância para o grupo tratado com 0,04 mg/kg.
[00133]. Os resultados da Avaliação do mRNA pulmonar para Lesão são relatados na Figura 3.
[00134]. A ventilação mecânica prejudicial causa aumentos maiores no mRNA para citocinas pró-inflamatórias IL-1β, IL-6, e MCP-1 do que com a ventilação não prejudicial (Figura 6). Budesonida a 0,25 mg/kg diminuiu o mRNA para IL-1β, IL-6, e MCP-1. Budesonida a 0,1 mg/kg diminuiu o mRNA para IL-6 e mostrou uma forte tendência para diminuir a MCP- 1 (p=0,06). Embora houvesse grandes variações nas respostas, uma leve tendência para diminuição também foi observada para a dose de 0,04 mg/kg.
[00135]. O mRNA para o EnaC aumentou adicionalmente apenas sobre o surfactante, que aumentou com a ventilação mecânica para todas as doses de budesonida. Não houve mudanças na SFTPB ou na SAA3 em comparação com animais tratados apenas com surfactante em qualquer dose.
[00136]. Os resultados das respostas do mRNA hepático à ventilação mecânica são relatados na Figura 4.
[00137]. A ventilação mecânica aumentou o mRNA para SAA3, MCP-1, e IL-6 no fígado. Grandes variações nos aumentos do mRNA no fígado foram encontradas com ventilação mecânica não prejudicial e com ventilação mecânica prejudicial (Figura 7). Budesonida a 0,1 mg/kg diminuiu o mRNA para SAA3 hepático. Budesonida a 0,25 mg/kg e a 0,1 mg/kg diminuiu o mRNA para MCP-1 hepático com ventilação não prejudicial, ao passo que somente 0,25 mg/kg diminuiu o MCP-1 com lesão (devido à grande variação nos animais lesionados).
[00138]. Quando se fizer referência a um limite numérico ou faixa, os desfechos, bem como todos os valores e subfaixas enquadrados na referida faixa são especificamente incluídos e revelados.
[00139]. Conforme utilizadas neste documento, as palavras “um” e "uma” devem ser interpretadas como significando "um(a) ou mais". Todos os documentos do estado da técnica mencionados são incorporados completos neste documento como referência.

Claims (22)

REIVINDICAÇÕES
1. COMPOSIÇÃO caracterizada pelo fato de que compreende: (a) pelo menos um surfactante pulmonar; e (b) budesonida, onde a budesonida está presente em uma quantidade suficiente para entregar uma dose de aproximadamente 0,01 a aproximadamente 0,1 mg/kg de peso corporal para um neonato prematuro.
2. COMPOSIÇÃO de acordo com a reivindicação 1, caracterizada pelo fato de que compreende budesonida em uma quantidade suficiente para entregar uma dose de aproximadamente 0,02 a aproximadamente 0,09 mg/kg de peso corporal para um neonato prematuro.
3. COMPOSIÇÃO de acordo com a reivindicação 1, caracterizada pelo fato de que compreende budesonida em uma quantidade suficiente para entregar uma dose de aproximadamente 0,03 a aproximadamente 0,08 mg/kg de peso corporal para um neonato prematuro.
4. COMPOSIÇÃO de acordo com a reivindicação 1, caracterizada pelo fato de que compreende budesonida em uma quantidade suficiente para entregar uma dose de aproximadamente 0,04 a aproximadamente 0,07 mg/kg de peso corporal para um neonato prematuro.
5. COMPOSIÇÃO de acordo com a reivindicação 1, caracterizada pelo fato de que compreende pelo menos um surfactante pulmonar em uma quantidade suficiente para entregar uma dose de aproximadamente 100 a aproximadamente 200 mg/kg a um neonato prematuro.
6. COMPOSIÇÃO de acordo com a reivindicação 1, caracterizada pelo fato de que o surfactante pulmonar é o alfaporactanto.
7. COMPOSIÇÃO de acordo com a reivindicação 1, caracterizada pelo fato de que esteja na forma de uma suspensão aquosa compreendendo um carreador farmaceuticamente aceitável.
8. KIT caracterizado pelo fato de que compreende: (a) Um surfactante pulmonar em uma quantidade suficiente para entregar uma dose de aproximadamente 100 a aproximadamente 200 mg/kg, a um neonato prematuro, e um carreador ou diluente farmaceuticamente aceitável em uma primeira apresentação unitária; (b) budesonida em uma quantidade suficiente para entregar uma dose de aproximadamente 0,01 a aproximadamente 0,1 mg/kg de peso corporal, a um neonato prematuro, e um carreador ou diluente farmaceuticamente aceitável em uma segunda apresentação unitária; e (c) um recipiente para conter as referidas primeira e segunda apresentações.
9. COMBINAÇÃO DE UM SURFACTANTE PULMONAR COM BUDESONIDA caracterizada pelo fato de que é em uma dose de aproximadamente 0,01 a aproximadamente 0,1 mg/kg de peso corporal par auso na profilaxia de displasia broncopulmonar (DBP) em um neonato prematuro.
10. COMBINAÇÃO de acordo com a reivindicação 9, caracterizada pelo fato de que o referido surfactante pulmonar e budesonida sejam administrados a partir do 1o ao 4o dia de vida do neonato prematuro.
11. COMBINAÇÃO de acordo com reivindicação 9 ou 10, caracterizada pelo fato de que o referido neonato prematuro seja mantido sob um procedimento de ventilação não invasivo.
12. COMBINAÇÃO de acordo com a reivindicação 11, caracterizada pelo fato de que o referido procedimento de ventilação não invasivo seja o CPAP nasal.
13. COMBINAÇÃO de acordo com uma das reivindicações de 9 a 12, caracterizada pelo fato de que a budesonida seja administrada a uma dose de aproximadamente 0,02 a aproximadamente 0,09 mg/kg de peso corporal.
14. COMBINAÇÃO de acordo com a reivindicação 13, caracterizada pelo fato de que a budesonida seja administrada a uma dose de aproximadamente 0,03 a aproximadamente 0,08 mg/kg de peso corporal.
15. COMBINAÇÃO de acordo com a reivindicação 14, caracterizada pelo fato de que a budesonida seja administrada a uma dose de aproximadamente 0,04 a aproximadamente 0,07 mg/kg de peso corporal.
16. COMBINAÇÃO de acordo com uma das reivindicações de 9 a 15, caracterizada pelo fato de que o surfactante pulmonar e a budesonida sejam administrados simultaneamente.
17. COMBINAÇÃO de acordo com uma das reivindicações de 9 a 15, caracterizada pelo fato de que o surfactante pulmonar e a budesonida sejam administrados sequencialmente.
18. COMBINAÇÃO de acordo com uma das reivindicações de 9 a 15, caracterizada pelo fato de que o surfactante pulmonar e a budesonida sejam administrados separadamente.
19. COMBINAÇÃO de acordo com uma das reivindicações de 9 a 18, caracterizada pelo fato de que o surfactante pulmonar seja administrado a uma dose de aproximadamente 100 a aproximadamente 200 mg/kg.
20. COMBINAÇÃO de acordo com uma das reivindicações de 9 a 19, caracterizada pelo fato de que o surfactante pulmonar seja o alfaporactanto.
21. COMBINAÇÃO de acordo com uma das reivindicações de 9 a 15, caracterizada pelo fato de que o surfactante pulmonar e a budesonida sejam administrados por inalação ou por via intratraqueal.
22. COMBINAÇÃO de acordo com a reivindicação 21, caracterizada pelo fato de que o surfactante pulmonar e a budesonida sejam administrados na forma de uma suspensão aquosa compreendendo um carreador farmaceuticamente aceitável.
BR112020021342-0A 2018-10-29 2019-04-16 Uma combinação terapêutica compreendendo um surfactante pulmonar e um esteroide para a profilaxia da dbp BR112020021342A2 (pt)

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