BR112019022433B1 - Processo para estabilizar oxidativamente óleos tratados com evaporação de via curta - Google Patents

Processo para estabilizar oxidativamente óleos tratados com evaporação de via curta Download PDF

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Falk Brüse
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Abstract

A presente invenção se refere a um processo para aumentar a estabilidade oxidativa de óleos evaporados de via curta. O processo compreende a etapa de adicionar ao óleo tratado evaporado de via curta pelo menos um antioxidante enquanto o óleo tratado evaporado de via curta tem um valor de peróxido abaixo ou igual a 1,5 miliequivalentes de peróxido/kg. O pelo menos um antioxidante é preferivelmente adicionado a uma temperatura acima do ponto de fusão do óleo tratado evaporado de via curta.

Description

REFERÊNCIA CRUZADA A PEDIDOS RELACIONADOS
[001] Este pedido reivindica o benefício do Pedido de Patente Europeu N° de Série 17168224.8 depositado em 26 de abril de 2017, intitulado “STABILITY OF SHORT PATH EVAPORATION TREATED OILS” e Pedido de Patente Europeu N° de Série 17169482.1, depositado em 04 de maio de 2017, intitulado “STABILITY OF SHORT PATH EVAPORATION TREATED OILS”, cujos pedidos são por meio deste incorporados por referência em suas totalidades.
Campo da Invenção
[002] Estabilidade elevada de óleos tratados por evaporação de via curta (SPE) adicionando pelo menos um antioxidante ao óleo tratado por SPE.
Fundamentos da Invenção
[003] Óleos crus, como extraídos de sua fonte original, não são adequados para consumo humano devido à presença de altos níveis de contaminantes - tal como ácidos graxos livres, fosfatídeos, sabões e pigmentos - os quais podem ser ou tóxicos ou podem causar uma cor, um odor ou um sabor indesejável. Óleos crus são, portanto, refinados antes do uso. O processo de refinação tipicamente consiste nas seguintes etapas principais, desengomar e/ou refinar por álcali, branquear ou desodorizar. Um óleo obtido após conclusão do processo de refinação (chamado um “NBD” ou “óleo RBD”) é normalmente considerado adequado para consumo humano e pode, portanto, ser usado na produção de qualquer número de alimentos ou bebidas.
[004] Infelizmente, foi descoberto agora que o próprio processo de refinação contribui para a introdução de altos níveis de componentes de propanol indesejados no óleo refinado.
[005] Grandes esforços foram empreendidos para reduzir os níveis destes componentes de propanol indesejados, tal como cloropropanois livres, ésteres de ácido graxo de cloropropanol, epoxipropanois livres, ésteres de ácido graxo de epoxipropanol e combinações dos mesmos. Vários processos diferentes foram desenvolvidos a fim de evitar, mitigar ou reduzir o teor destes componentes de propanol indesejados Estes processos diversos têm cada qual se preocupado com alterar as condições de processo de pelo menos uma ou mais das etapas de refinação padrão.
[006] Além disso, ainda há uma necessidade de um processo permitindo obter um óleo vegetal com quantidades baixas ou desprezíveis destes componentes de propanol indesejados, embora mantendo alta qualidade em todos os aspectos do óleo.
[007] A presente invenção fornece esse processo e esse óleo.
Sumário da Invenção
[008] A presente invenção se refere a um processo para estabilizar oxidativamente óleos tratados com evaporação de via curta (SPE) compreendendo a etapa de: Adicionar ao óleo tratado com SPE pelo menos um antioxidante enquanto o óleo tratado com SPE tem um valor de peróxido abaixo ou igual a 1,5 miliequivalentes de peróxido/kg e o valor de peróxido é medido de acordo com o Método AOCS Cd 8b-90.
Descrição Detalhada
[009] A presente invenção se refere a um processo para estabilizar oxidativamente óleos tratados com evaporação de via curta (SPE) compreendendo a etapa de: Adicionar ao óleo tratado com SPE pelo menos um antioxidante enquanto o óleo tratado com SPE tem um valor de peróxido abaixo ou igual a 1,5 miliequivalentes de peróxido/kg e o valor de peróxido é medido de acordo com o Método AOCS Cd 8b-90.
[0010] De preferência, o “pelo menos um antioxidante” é adicionado enquanto o óleo tratado com SPE tem um valor de peróxido abaixo ou igual a 1,0, 0,8, 0,7, 0,5 miliequivalentes de peróxido/kg.
[0011] O óleo tratado com SPE é um óleo tendo um teor de diacil glicerídeos menor que 3% e um teor de componentes de propanol indesejados menor que 0,8 ppm.
[0012] Em um aspecto da invenção, o óleo tratado com SPE está tendo um teor de diacil glicerídeos menor que 3%, menor que 2,5%, menor que 2%, menor que 1,5% e um teor de componentes de propanol indesejados menor que 0,8 ppm, menor que 0,7 ppm, menor que 0,6 ppm, menor que 0,5 ppm.
[0013] O termo “óleos de estabilização” se refere à estabilidade oxidativa de óleos. Ela é a resistência à oxidação durante processamento e armazenamento. Estabilidade oxidativa é um indicador importante para determinar a qualidade de óleo e sua vida de prateleira. Oxidação de óleo é muito importante em termos de palatabilidade, qualidade nutricional e toxicidade de óleos comestíveis.
[0014] A estabilidade oxidativa é determinada por parâmetros diferentes que definem cada qual um aspecto diferente da estabilidade oxidativa.
[0015] O valor de peróxido está mais ligado à qualidade “atual” do óleo (medida em um momento específico no tempo) e ele aponta para o estado de oxidação de uma substância. Se a oxidação prosseguir durante um período de tempo, ela torna o óleo rançoso e dá um cheiro desagradável para a substância. Esta oxidação é influenciada por temperatura de preservação, armazenamento e por contato com ar e luz.
[0016] Uma vez que o processo de oxidação progrediu longe demais, é muito difícil, se não impossível, restaurar sua estabilidade oxidativa. Este é, em particular, o caso para um óleo tendo um valor de peróxido subindo acima de 1,5 ou mesmo acima de 1,0. Produtos de degradação de oxidação demais podem ter sido criados e cada um destes componentes pode fornecer uma falta de sabor e cheiro desagradável que não pode ser mais mascarado.
[0017] O processo atual prevê que contanto que o valor de peróxido do óleo tratado com SPE não esteja ultrapassando 1,5 miliequivalentes de peróxido/kg, o óleo pode ser estabilizado adicionando um quantidade adequada de pelo menos um antioxidante.
[0018] O valor de peróxido é medido de acordo com o Método AOCS Cd 8b-90.
[0019] Além do valor de peróxido, a estabilidade oxidativa ao longo do tempo (sua vida de prateleira em termos de estabilidade oxidativa) é avaliada por métodos para medição do tempo de indução, o que caracteriza a resistência do óleo a oxidação. O tempo de indução é expresso como Índice de Estabilidade de Óleo (OSI). Um método adequado pode ser a medição usando um equipamento Rancimat (Metrohm) de acordo com método AOCS Cd12b-92.
[0020] A presente invenção se refere ao processo da invenção compreendendo ainda a etapa de aumentar a estabilidade oxidativa do óleo tratado com SPE com pelo menos 20% em comparação com óleo RBD.
[0021] O aumento da estabilidade oxidativa é obtenível adicionando ao óleo tratado com SPE uma quantidade adequada de pelo menos um antioxidante.
[0022] O termo “quantidade adequada” de pelo menos um antioxidante é a quantidade a qual permite um aumento da estabilidade oxidativa do óleo tratado com SPE com pelo menos 20%, pelo menos 25%, pelo menos 30%, pelo menos 40%, pelo menos 50% ou pelo menos 70%, pelo menos 80%, pelo menos 90%, pelo menos 95% ou pelo menos 100% (de acordo com as melhoria relativa de OSI), cada tempo comparado com óleo RBD. Mais preferivelmente, a quantidade é suficiente para permitir ao óleo tratado com SPE ter uma estabilidade oxidativa a qual é a mesma, ou similar, estabilidade oxidativa do óleo refinado correspondente (RBD).
[0023] Surpreendentemente, foi observado que óleos tratados com SPE têm um OSI mais baixo significante que o óleo refinado correspondente e consequentemente eles terão um tempo de prateleira mais curto significante.
[0024] Foi descoberto surpreendentemente que durante o tratamento com SPE do óleo, o teor de antioxidantes naturalmente presentes pode ser reduzido até uma extensão mais alta que um óleo tratado de acordo com um processo de refinação de RBD padrão. Esta redução pode ter um efeito na estabilidade do óleo tratado com SPE e ela não mais permite uma vida de prateleira adequada do óleo tratado com SPE.
[0025] Mais ainda, a oxidação do óleo é um processo autocatalítico. Uma vez que a reação é, uma vez iniciada, autopropagante e ela acelera exponencialmente, não é mais viável melhorar ou restaurar sua estabilidade suficientemente o bastante, especialmente uma vez que a deterioração tenha alcançado um certo nível. Adicionalmente, os produtos de oxidação formados, tal como aldeídos, cetonas, furanos, álcoois e outros componentes, são caracterizados por um baixo valor de limiar de odor e são, assim, detectados já em quantidades muito pequenas como sem sabor no óleo.
[0026] O processo da presente invenção permite restabelecer, reinstar ou melhorar a estabilidade oxidativa do óleo tratado com SPE.
[0027] O processo da presente invenção permite aumentar o OSI do óleo tratado com SPE com pelo menos 20%, pelo menos 25%, pelo menos 30%, pelo menos 40%, pelo menos 50% ou pelo menos 70%, pelo menos 80%, pelo menos 90%, pelo menos 95% ou pelo menos 100%, mais preferivelmente até ou mesmo mais alto que o OSI do óleo refinado correspondente.
[0028] O termo “óleo tratado com SPE” se refere ainda a um óleo o qual foi tratado por evaporação de via curta (SPE) e em que o óleo é derivado de óleos de qualquer tipo, fonte ou origem. Eles podem ser derivados, por exemplo, de uma ou mais fontes vegetais e/ou animais e podem incluir óleos e/ou gorduras de uma única origem ou misturas de dois ou mais óleos e/ou gorduras de fontes diferentes ou com diferentes características. Eles podem ser derivados de óleos padrão ou de óleos de especialidades, tal como óleos de baixo 3-MCPD, de óleos e/ou gorduras modificadas ou não modificadas (isto é, de óleos em seu estado natural ou óleos que foram submetidos a uma modificação química ou enzimática, a uma hidrogenação ou a fracionamento) e assim por diante. Preferivelmente, eles serão derivados de óleos vegetais ou misturas de óleos vegetais. Exemplos de óleos vegetais adequados incluem: óleo de soja, óleo de milho, óleo de semente de algodão, óleo de palma, óleo de amendoim, óleo de colza, óleo de açafrão, óleo de girassol, óleo de gergelim, óleo de farelo de arroz, óleo de canola e quaisquer frações ou derivados dos mesmos. De acordo com um aspecto particularmente preferido da invenção, os óleos refinados da presente invenção serão derivados de óleo de palma.
[0029] Óleo de palma está englobando óleo de palma, assim como frações de óleo de palma, tal como frações de estearina e oleína (simplesmente, assim como duplamente fracionadas e frações médias de palma) e misturas de óleo de palma e/ou suas frações.
[0030] O termo “antioxidante” se refere a qualquer tipo de produto permitindo fornecer uma resistência elevada a degradação oxidativa. O antioxidante é obtido de fonte sintética ou natural ou é uma mistura de ambas.
[0031] Antioxidantes adequados aplicáveis na presente invenção podem ser selecionados do grupo consistindo em hidroxianisol butilado (BHA), hidroxitolueno butilado (BHT), propil galato (PG), butilhidroquinona terciária (TBHQ), ácido cítrico, ácido málico, ácido succínico, ácido tartárico, ácido ascórbico, palmitato de ascorbil, ácido eritórbico, carotenoides, tal como β-caroteno, licopeno e luteína, tocoferois sintéticos, extratos de planta, tal como extrato de alecrim, extrato de chá verde, carotenoides obtidos de uma fonte natural, lecitina, tocoferóis, tocotrienóis, fitosteróis, fitoestanóis, compostos fenólicos de óleo de oliva, compostos fenólicos de óleo de gergelim, tal como sesamin, sesamol, sesamolin, sesaminol, sesamolinol e semelhantes Tem que ser entendido que para qualquer dos antioxidantes mencionado acima e quando for aplicável e fizer sentido, também seus derivados correspondentes, incluindo sais, ésteres, anidridos e semelhantes. são do mesmo modo considerados como antioxidantes adequados.
[0032] Geralmente, antes de processamento de alimento adicional, o óleo tratado com SPE é manipulado, conservado, armazenado e/ou transportado a uma temperatura do ponto de fusão do óleo tratado com SPE até 30°C acima de seu ponto de fusão. Preferivelmente, o óleo é manipulado, conservado, armazenado e/ou transportado a uma temperatura acima de seu ponto de fusão até 20°C acima de seu ponto de fusão, mais preferivelmente, de 5°C acima de seu ponto de fusão até 10°C acima de seu ponto de fusão. Evaporação de via curta (SPE)
[0033] Evaporação de via curta (SPE) ou alternativamente denominada destilação de via curta é uma técnica de destilação ou técnica de separação térmica operando a pressões de processo na faixa de abaixo de 1 a abaixo de 0,001 mbar. Ela envolve uma técnica em que o destilado está viajando a uma curta distância, frequentemente apenas alguns centímetros, a pressão reduzida. Esta técnica é frequentemente usada para compostos os quais são instáveis a altas temperaturas ou para purificar pequenas quantidades de um composto. A vantagem é que a temperatura de aquecimento pode ser consideravelmente mais baixa (a pressão reduzida) que o ponto de ebulição do líquido a pressão padrão e o destilado apenas tem que viajar uma curta distância antes de condensar. Um caminho curto assegura que quase nenhum composto seja perdido nos lados do aparelho.
[0034] A evaporação de via curta é realizada para reduzir, remover e mitigar o teor de componentes de propanol indesejados, tal como cloropropanois livres, ésteres de ácido graxo de cloropropanol, epoxipropanois livres, ésteres de ácido graxo de epoxipropanol e combinações dos mesmos.
[0035] A evaporação de via curta é realizada a uma temperatura de 90 a 280°C, preferivelmente, de 140°C a 260°C.
[0036] Para reduzir o teor de componentes de propanol selecionados de ésteres de ácido graxo de epoxipropanol a evaporação de via curta é realizada a uma temperatura de 140 a 210°C, preferivelmente, de 150°C a 200°C.
[0037] Uma temperatura de 200 a 280°C, preferivelmente, de 220°C a 270°C, mais preferivelmente de 240°C a 260°C é usada para reduzir o teor de componentes de propanol selecionados de ésteres de ácido graxo de cloropropanol.
[0038] Mais ainda, a evaporação de via curta é realizada a uma pressão abaixo de 1 mbar, preferivelmente abaixo de 0,05 mbar, mais preferivelmente abaixo de 0,01 mbar, mais preferivelmente abaixo de 0,001 mbar.
[0039] A menos que especificado de outro modo, o teor dos componentes de propanol indesejados, como mencionado acima, sejam sozinhos ou em combinação, será determinado usando Método DGF Métodos Padrão Seção C (Gorduras) C-VI 18(10).
[0040] O teor total dos componentes de propanol indesejados é reduzido em pelo menos 30%, mais preferivelmente ele é reduzido em pelo menos 50%, pelo menos 70%, pelo menos 90%, pelo menos 95%, em que a referida redução é correspondente à diminuição na quantidade de componentes de propanol indesejados do óleo tratado com SPE em comparação com a quantidade no óleo correspondente antes do tratamento com SPE.
[0041] Ele ainda se refere ao processo da presente invenção em que o pelo menos um antioxidante é adicionado enquanto coletando o óleo tratado com SPE do equipamento de SPE (= processo de adição em linha), preferivelmente a uma temperatura acima do ponto de fusão do óleo tratado com SPE, preferivelmente a uma temperatura acima de 50°C, acima 75°C, acima de 100°C ou mesmo acima de 150°C.
[0042] Para pelo menos alguns dos antioxidantes, a adição de uma quantidade adequada pode ser bastante problemática devido ao alto ponto de fusão e/ou baixa solubilidade do antioxidante no óleo. A adição do antioxidante enquanto coletando o óleo tratado com SPE através de sistema de dosagem em linha, ou logo após excitar o equipamento de SPE, permitirá a adição do pelo menos um antioxidante ou pelo menos parte do pelo menos um antioxidante a uma temperatura acima do ponto de fusão do antioxidante, preferivelmente a uma temperatura acima de 50°C, acima de 70°C, mais preferivelmente acima de 100°C, preferivelmente acima de 120°C, mesmo mais perto de uma temperatura de 150°C ou acima de 150°C. Preferivelmente, no processo da presente invenção em que o pelo menos um antioxidante está compreendendo palmitato de ascorbila, a adição deste antioxidante é realizada enquanto o óleo tratado com SPE está tendo uma temperatura acima 100°C ou mesmo acima de 150°C.
[0043] Em outro aspecto da invenção, ela se refere ao processo reivindicado em que o pelo menos um antioxidante é adicionado em um período de menos de 1 minuto até 15 dias e a adição está ocorrendo a uma temperatura na faixa do ponto de fusão do óleo tratado com SPE até 30°C acima de seu ponto de fusão, preferivelmente 50°C acima de seu ponto de fusão, ou mesmo 70°C acima de seu ponto de fusão ou 100°C acima de seu ponto de fusão, após coleta para armazenamento e/ou manipulação do óleo tratado com SPE. Isto parece particularmente relevante no processo em que o tratamento com SPE é seguido por etapas adicionais de refinação e/ou processamento. Ao adicionar não mais tarde que 15 dias o “pelo menos um antioxidante”, a estabilidade oxidativa do óleo tratado com SPE é melhorada. Preferivelmente, o “pelo menos um antioxidante” é adicionado em menos de 5 dias, menos de 1 dia, menos de 1 hora, menos de 5 minutos, menos de 1 minuto após o tratamento com SPE. Enquanto isso (no período de até 15 dias) o óleo tratado com SPE é armazenado, manipulado e/ou transportado a uma temperatura do ponto de fusão do óleo tratado com SPE até 30°C acima de seu ponto de fusão.
[0044] Alternativamente, no processo em que o tratamento com SPE é seguido por etapas de refinação e/ou processamento, o “pelo menos um antioxidante” é adicionado em menos de 15 dias, menos de 5 dias, menos de 1 dia, menos de 1 hora, menos de 5 minutos, menos de 1 minuto após a última etapa de processamento que está seguindo o tratamento com SPE e mais preferivelmente antes de armazenar e/ou transportar o óleo tratado com SPE.
[0045] A presente invenção se refere ao processo em que o óleo tratado com SPE foi obtido de tratamento de SPE antes e/ou após pelo menos uma etapa de refinação e/ou processamento. Preferivelmente, o óleo tratado com SPE é obtido de tratamento de SPE após pelo menos uma etapa de refinação. A “pelo menos uma etapa de refinação e/ou processamento” pode incluir desengomação e/ou refinação alcalina, etapa de branqueamento e/ou desodorização e/ou modificações, tal como interesterificação.
[0046] Preferivelmente, a “pelo menos uma etapa de refinação e/ou processamento” é uma etapa de branqueamento. Mais preferivelmente, a “pelo menos uma etapa de refinação e/ou processamento” é uma etapa de desodorização.
[0047] A “pelo menos uma etapa de refinação e/ou processamento” pode incluir mesmo mais de uma etapa de branqueamento e/ou mais de uma etapa de desodorização.
[0048] A “pelo menos uma etapa de refinação e/ou processamento” é delineada aqui abaixo.
Desengomação
[0049] Qualquer um de uma variedade de processos de desengomação conhecidos na técnica pode ser usado. Um tal processo (conhecido como “desengomação de água”) inclui misturar água com o óleo cru e separar a mistura resultante em um componente de óleo e um componente de fosfatídeo hidratado insolúvel em óleo, algumas vezes denominado como “goma úmida” ou “lecitina úmida”. Alternativamente, o teor de fosfatídeo pode ser reduzido (ou reduzido adicionalmente) por outros processos de desengomação, tal como desengomação ácida, desengomação enzimática (por exemplo, ENZYMAX de Lurgi) ou desengomação química (por exemplo, desengomação SUPERIUNI de Unilever ou desengomação TOP de VandeMoortele/Dijkstra CS).
Refinação alcalina ou cáustica
[0050] Se assim desejado, óleo cru ou desengomado pode ser refinado via refinação alcalina. Em refinação alcalina, o óleo é comumente misturado com uma solução alcalina aquosa quente, produzindo uma mistura de óleo parcialmente refinado ou “neutro” e estoque de sabão. O estoque de sabão é, então, separado e o óleo parcialmente refinado é distribuído para a próxima etapa de refinação.
Branqueamento
[0051] O óleo cru ou parcialmente refinado pode, então, ser distribuído para um sistema de branqueamento. A natureza e a operação do sistema de branqueamento dependerá, pelo menos em parte, da natureza e da qualidade do óleo sendo branqueado. Geralmente, o óleo cru ou parcialmente refinado será misturado com um agente de branqueamento o qual combina com produtos de oxidação, fosfatídeos de traços, sabões de traço e outros compostos afetando adversamente a cor e o aroma do óleo. Como é conhecido na técnica, a natureza do agente de branqueamento pode ser selecionada para combinar com a natureza do óleo cru ou parcialmente refinado para render um óleo branqueado desejado. Agentes de branqueamento geralmente incluem argilas de branqueamento naturais ou “ativadas”, também referidas como “agentes de branqueamento”, carvão ativado e vários silicatos. Uma pessoa versada na técnica será capaz de selecionar um agente de branqueamento adequado daqueles que estão comercialmente disponíveis.
Desodorização
[0052] O óleo cru, parcialmente refinado ou branqueado pode sofrer uma etapa de refinação física referida como “desodorização”. O processo de desodorização e suas muitas variações e manipulações são bem conhecidos na técnica. Preferivelmente, ele incluirá introduzir o óleo em um desodorizador e contatá-lo com vapor para vaporizar e retirar ácidos graxos livres (FFAs) e outras impurezas voláteis, resultando em um óleo desodorizado e uma corrente de vapor.
[0053] O desodorizador pode ser qualquer de uma ampla variedade de sistemas desodorantes comercialmente disponíveis, incluindo tanto desodorizadores de câmaras múltiplas (tal como aqueles vendidos por Krupp de Hamburgo, Alemanha; De Smet Group, S A. de Bruxelas, Bélgica; Gianazza Technology s.r.l. de Lugano, Itália; Alfa Laval AB de Lund, Suécia ou outros) quanto desodorizadores de múltiplas bandejas (tal como aqueles vendidos por Krupp, DeSmet Group, S.A., e Crown Ironworks dos Estados Unidos).
[0054] O desodorizador desejavelmente é mantido a uma temperatura elevada e uma pressão reduzida para melhor volatilizar os FFAs e outras impurezas voláteis. A temperatura e a pressão precisas podem variar dependendo da natureza e qualidade do óleo sendo processado. Mais frequentemente, o desodorizador será mantido a uma pressão de não mais que 10 mm Hg. Preferivelmente, ele será mantido a uma pressão de não mais que 5 mm Hg, por exemplo, 1 a 4 mm Hg.
[0055] A temperatura no desodorizador pode ser variada como desejado para otimizar o rendimento e a qualidade do óleo desodorizado. A temperaturas mais altas, as reações que podem degradar a qualidade do óleo prosseguirão mais rapidamente. Por exemplo, a temperaturas mais altas, ácidos graxos cis podem ser conmvertidos em sua forma trans menos desejável. Operar o desodorizador a temperaturas mais baixas pode minimizar a conversão cis para trans, mas geralmente levará mais tempo para remover a percentagem de requisito de impurezas voláteis. Para a maioria dos óleos vegetais, a manutenção do óleo a uma temperatura de 200°C ou mais alta deve ser suficiente. Em muitas circunstâncias, uma temperatura do óleo de cerca de 230 a 285°C é adequada, com temperaturas de cerca de 240 a 270°C sendo úteis para muitos óleos.
[0056] Em uma refinação fisicamente útil de óleo de palma relacionado, o desodorizante será mantido a uma pressão de 2 a 3 mm Hg e o óleo será aquecido até uma temperatura de cerca de 260 a 270°C. Temperaturas de cerca de 240 a 250°C e pressões de cerca de 1 a 4 mm Hg são apropriadas para desodorizar óleos hidrogenados e óleo de soja refinado por álcali, óleo de colza e óleo de girassol. Para refinação física de óleo de coco ou óleo de semente de palma, temperaturas de cerca de 240 a 245°C e pressões de cerca de 1 a 4 mm Hg são preferidas. Óleo de coco que foi refinado por álcali pode ser desodorizado a uma temperatura mais baixa de cerca de 200 a 220°C e uma pressão de cerca de 2 a 3 mm Hg. A temperatura e a pressão exatas a serem usadas em qualquer situação dada serão prontamente determinadas pelos versados na técnica.
[0057] Uma quantidade de vapor é distribuída para o desodorizador, por exemplo, através de linhas de vapor de baixa pressão (a 1 a 5 Bar, por exemplo) e é, então, pulverizada no óleo. Quando o vapor, que pode ser superaquecido, borbulha através do óleo, ele ajudará a separá-lo de seus FFAs e outras impurezas voláteis. A taxa de fluxo de vapor através do óleo variará dependendo da natureza e qualidade do óleo sendo desodorizado e da pressão e das temperaturas no desodorizador. Geralmente, entretanto, as taxas de fluxo de vapor na ordem de 0,7 a 2,5 por cento em peso (% em peso) das taxas de fluxo de óleo devem ser suficientes para a maioria das condições de processamento comuns. Isto produz uma corrente de vapor contendo vapor que é distribuída do desodorizador para um ou mais condensadores.
Modificação
[0058] Além das etapas de refino acima, o processo da presente invenção também pode incluir uma ou mais etapas de modificação. Estas podem ser selecionadas de uma ou mais modificações químicas, físicas ou enzimáticas ou qualquer combinação das mesmas. O processo pode incluir uma ou mais etapas de esterificação ou interesterificação e/ou fracionamento.
[0059] A modificação de óleo é geralmente aplicada para mudar as propriedades de fusão e cristalização de um óleo. Fracionamento é usado para separar frações líquidas e sólidas de um óleo através de cristalização, resultando em dois produtos de óleo, um com um ponto de fusão diminuído e um com um ponto de fusão elevado. Esterificação ou interesterificação é um processo no qual ácidos graxos são ou aleatoriamente ou de uma maneira dirigida intercambiados ao longo da espinha dorsal de glicerol. A troca pode correr entre dois ou mais tipos diferentes de óleos ou dentro de um único óleo a fim de randomizar a distribuição de ácidos graxos ao longo da espinha dorsal de glicerol.
[0060] A temporização destas modificações obviamente dependerão da composição final desejada e o versado na técnica será capaz de determinar sua ordem preferida. Por exemplo, os óleos podem ser modificados antes ou após qualquer uma das outras etapas de refinação.
[0061] A invenção será abaixo ilustrada nos exemplos a seguir.
Exemplos
[0062] Óleo de palma tratado com SPE foi obtido partindo de óleo de palma refinado, branqueado e desodorizado (=óleo de palma RBD) da Cargill. Uma unidade de Evaporação de Via Curta KDL-5 de UIC foi usada. As seguintes condições foram aplicadas: Temperatura de alimentação: 70°C Temperatura do condensador: 80°C Temperatura do destilado: 160°C Velocidade do limpador: 366 rpm Pressão: 4-6 10-4 mbar Temperatura do evaporador: 260°C Ajuste de fluxo: 20 rpm Estabilidade de oxidação (OSI) (à temperatura de 120°C) e valor de peróxido (PV) do óleo de palma tratado com SPE fresco foi medida. Os resultados são exibidos na Tabela 1.
[0063] O óleo de palma tratado com SPE (Referência 1) foi armazenado a 55°C. Após armazenamento por um período de tempo específico, como indicado na Tabela 1, o valor de peróxido (PV) do óleo foi medido e o óleo foi misturado com óleo de palma RBD fresco (Cargill)(Referência 2) ou com mistura de tocoferol natural antioxidante 70% concentrado) como indicado na tabela 1. OSI e PV do palma RBD fresco foram medidos antes da mistura.
[0064] O grau de melhoria de estabilidade de oxidação (% de melhoria de OS) foi expresso como a percentagem de mudança em OSI na mistura em relação ao OSI do óleo tratado com SPE e ao OSI do óleo de palma RBD fresco.
[0065] O teor de 3-MCPD e GE em óleo de palma RBD fresco e óleo de palma tratado com SPE foi medido. Uma redução de 94% de derivados de MCPD e uma redução de 99% de derivados de glicidil foi obtida no óleo tratado com SPE. Tabela 1

Claims (9)

1. Processo para estabilizar oxidativamente óleos tratados com evaporação de via curta (SPE), caracterizado pelo fato de que compreende a etapa de: Adicionar ao óleo tratado com SPE pelo menos um antioxidante enquanto o óleo tratado com SPE tem um valor de peróxido abaixo ou igual a 1,5 miliequivalentes de peróxido/kg e o valor de peróxido é medido de acordo com o Método AOCS Cd 8b-90.
2. Processo, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que o pelo menos um antioxidante é adicionado enquanto coletando o óleo tratado com SPE do equipamento de SPE.
3. Processo, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que o pelo menos um antioxidante é adicionado em um período de menos de 1 minuto até 15 dias após o tratamento de SPE.
4. Processo, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1, caracterizado pelo fato de que o óleo tratado com SPE é armazenado, manipulado e/ou transportado a uma temperatura do ponto de fusão do óleo tratado com SPE até 30°C acima de seu ponto de fusão.
5. Processo para estabilizar oxidativamente óleos tratados com evaporação de via curta (SPE), caracterizado pelo fato de que compreende a etapa de: Adicionar ao óleo tratado com SPE pelo menos um antioxidante enquanto o óleo tratado com SPE tem um valor de peróxido abaixo ou igual a 1,5 miliequivalentes de peróxido/kg e o valor de peróxido é medido de acordo com o Método AOCS Cd 8b-90, em que o óleo tratado com SPE foi obtido a partir do tratamento com SPE antes e/ou após pelo menos uma etapa de refino e/ou processamento.
6. Processo, de acordo com a reivindicação 5, caracterizado pelo fato de que a pelo menos uma etapa de refinação e/ou processamento é uma etapa de branqueamento.
7. Processo, de acordo com a reivindicação 5, caracterizado pelo fato de que a pelo menos uma etapa de refinação e/ou processamento é uma etapa de desodorização.
8. Processo, de acordo com a reivindicação 5, caracterizado pelo fato de que a pelo menos uma etapa de refinação e/ou processamento está incluindo desengomação e/ou refinação alcalina, etapa de branqueamento e/ou desodorização e/ou interesterificação ou uma combinação de duas ou mais das mesmas.
9. Processo, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que o pelo menos um antioxidante é adicionado enquanto se coleta o óleo tratado com SPE do equipamento SPE a uma temperatura acima do ponto de fusão do óleo tratado com SPE.
BR112019022433-5A 2017-04-26 2018-04-26 Processo para estabilizar oxidativamente óleos tratados com evaporação de via curta BR112019022433B1 (pt)

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