BR112019002684B1 - Processo para produzir um produto de fórmula infantil e um produto lácteo a partir de leite animal desengordurado e produto de fórmula infantil - Google Patents

Processo para produzir um produto de fórmula infantil e um produto lácteo a partir de leite animal desengordurado e produto de fórmula infantil Download PDF

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Claire Queguiner
Laurent Schmitt
Gerrit HOLS
John Tobin
Raoul Charles Johan Moonen
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Compagnie Gervais Danone
N.V. Nutricia
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Abstract

A invenção pertence a um processo para produção simultânea de um produto de fórmula infantil e um produto lácteo a partir de leite animal desengordurado, que compreende (a) processar o leite para um fluxo de caseína, um fluxo de proteína do soro do leite e um fluxo de lactose por uma combinação de microfiltração e ultrafiltração, em que o fluxo de caseína origina-se da microfiltração como retentado, o fluxo de proteína do soro do leite origina-se da ultrafiltração como retentado e o fluxo de lactose origina-se da ultrafiltração como permeado; (b) combinar pelo menos parte do fluxo de proteína do soro do leite originário da etapa (a) e uma fonte de lactose para obter um fluxo recombinado; (c) usar o fluxo recombinado originário da etapa (b) na fabricação do produto de fórmula infantil; e (d) usar pelo menos parte do fluxo de caseína originário da etapa (a) e leite animal desengordurado na fabricação do produto lácteo. A invenção refere-se ainda ao produto de fórmula infantil que pode ser obtido pela etapa (c) do processo de acordo com a invenção, e ao produto lácteo que pode ser obtido pela etapa (d) do processo de acordo com a (...).

Description

[001] A invenção é no campo de tratamento do leite, em particular, o tratamento de leite animal desengordurado. A invenção refere-se à produção de produtos de fórmula infantil, como bases para fórmula infantil, como também produtos lácteos, a partir do mesmo material de partida. A invenção refere-se ainda ao produto de fórmula infantil e ao produto lácteo que pode ser obtido pelo processo de acordo com a invenção.
Antecedentes
[002] O leite humano é considerado o “padrão ouro” para nutrição de lactentes. O processamento de leite animal, por exemplo, leite de vaca, para se assemelhar mais à composição de leite humano é conhecido na técnica como “humanizar” leite animal. O processo para humanizar leite animal envolve a alteração da razão de proteínas caseína:soro do leite, conforme encontrada no leite animal (por exemplo, aproximadamente 80:20 para o leite de vaca) para a razão desejada para nutrição de lactente, conforme encontrada no leite humano, por exemplo, entre 75:25 e 30:70, ou geralmente aproximadamente 40:60, que é a razão encontrada no leite humano em 0 a 6 meses pós-parto. Além disso, o conteúdo mineral do leite animal é tipicamente maior que o conteúdo encontrado no leite humano. Desta forma, a humanização de leite animal também envolve a redução do conteúdo mineral.
[003] A preparação de produtos adequados para uso em nutrição infantil tipicamente envolve a mistura de vários componentes purificados individualmente nas razões apropriadas, tanto úmidos como secos. Os processos de fabricação atuais necessitam de múltiplos ingredientes lácteos de fornecedores intermediários, incluindo leite desnatado ou um concentrado do mesmo, incluindo leite desnatado em pó, soro do leite desmineralizado ou um concentrado do mesmo, incluindo soro do leite desmineralizado em pó, concentrados ou isolados de proteína do soro do leite, normalmente como pós, GED - 5111901v1 e lactose grau puro, tipicamente sob a forma de pó, para formular uma fórmula infantil nutricionalmente equilibrada.
[004] Os processos de filtração por membrana para a fabricação de produtos de fórmula infantil a partir do leite são conhecidos, por exemplo, nos documentos WO 2013/137714, WO 2015/041529, patentes US 5503865, EP 1133238, documentos WO 2013/068653, WO 2014/163493 e WO 2014/163494. Nenhum destes divulga uma maneira eficiente e de baixo custo para reduzir os fluxos de resíduos, em particular, o excesso de caseína que tipicamente permanece quando os produtos de fórmula infantil são produzidos a partir do leite. O documento WO 2015/041529 emprega este excesso de caseína para produzir um produto nutricional adequado para alimentar lactentes de 6 a 36 meses de idade.
[005] Permanece a necessidade na técnica para um processo que permite a preparação eficiente e de baixo custo de produtos de fórmula infantil a partir do leite, a qual reduz ainda o número de fluxos de resíduos.
Descrição Resumida da Invenção
[006] A invenção pertence a um processo para produção simultânea de um produto de fórmula infantil e um produto lácteo a partir de leite animal desengordurado. A invenção refere-se ainda ao produto de fórmula infantil que pode ser obtido pelo processo de acordo com a invenção, e ao produto lácteo que pode ser obtido pelo processo de acordo com a invenção. O processo de acordo com invenção compreende: (a) processar o leite para um fluxo de caseína, um fluxo de proteína do soro do leite e um fluxo de lactose por uma combinação de microfiltração e ultrafiltração, em que o fluxo de caseína é originário da microfiltração como retentado, o fluxo de proteína do soro do leite é originário da ultrafiltração como retentado e o fluxo de lactose é originário da ultrafiltração como permeado; (b) combinar pelo menos parte do fluxo de proteína do soro do leite originário da etapa (a) e uma fonte de lactose para se obter um fluxo recombinado; (c) usar o fluxo recombinado originário da etapa (b) na fabricação do produto de fórmula infantil; e (d) usar parte do fluxo de caseína originário da etapa (a) e leite animal desengordurado na fabricação do produto lácteo.
[007] O processo de acordo com a invenção elegantemente faz uso do todos os componentes do leite animal desengordurado de entrada e minimiza a quantidade de fluxos de resíduos que são obtidos. De acordo com uma realização preferencial, o processo permite a formação de ambos, um produto de fórmula infantil e um produto lácteo a partir do leite animal desengordurado de entrada como única fonte de proteína. Uma vantagem adicional do processo de acordo com a invenção é que ambos os produtos são produzidos de maneira eficiente e com baixo custo, com requisitos mínimos de suplementação. Lista de Realizações Preferenciais 1. Processo para produzir um produto de fórmula infantil e um produto lácteo a partir de leite animal desengordurado, que compreende: (a) processar o leite para um fluxo de caseína, um fluxo de proteína do soro do leite e um fluxo de lactose por uma combinação de microfiltração e ultrafiltração, em que o fluxo de caseína é originário da microfiltração como retentado, o fluxo de proteína do soro do leite é originário da ultrafiltração como retentado e o fluxo de lactose é originário da ultrafiltração como permeado; (b) combinar pelo menos parte do fluxo de proteína do soro do leite originário da etapa (a) e uma fonte de lactose para se obter um fluxo recombinado; (c) usar o fluxo recombinado originário da etapa (b) na fabricação do produto de fórmula infantil; e (d) usar pelo menos parte do fluxo de caseína originário da etapa (a) e leite animal desengordurado na fabricação do produto lácteo. 2. Processo de acordo com a realização 1, em que a fonte de lactose compreende soro do leite ácido. 3. Processo de acordo com a realização 2, em que o soro do leite ácido usado na combinação da etapa (b) é obtido como subproduto durante a fabricação da etapa (d). 4. Processo de acordo com a realização 3, em que o soro do leite ácido é obtido como um fluxo líquido a partir de uma etapa de separação durante a fabricação da etapa (d). 5. Processo de acordo com qualquer uma das realizações 2 a 4, em que o soro do leite ácido é submetido à desmineralização antes de ser usado como fonte de lactose na etapa (b), preferencialmente em que a desmineralização compreende pelo menos uma dentre precipitação de sal, eletrodiálise, cristalização de lactose e troca iônica, opcionalmente em combinação com nanofiltração. 6. Processo de acordo com qualquer uma das realizações anteriores, em que pelo menos parte do fluxo de lactose originário da etapa (a) é usado como fonte de lactose na etapa (b) e/ou é usado na fabricação da etapa (d). 7. Processo de acordo com as realizações 2 e 6, em que o soro do leite ácido e pelo menos parte do fluxo de lactose originário da etapa (a) são combinados e subsequentemente submetidos à desmineralização de acordo com a realização 5, antes de serem usados como fonte de lactose na etapa (b). 8. Processo de acordo com a realização 6 ou 7, em que parte, preferencialmente 50 a 95%, em peso, com base no peso total da lactose, do fluxo de lactose, é usado como fonte de lactose na etapa (b) e parte do fluxo de lactose, preferencialmente a parte restante, é usada na fabricação da etapa (d). 9. Processo de acordo com qualquer uma das realizações anteriores, em que substancialmente todo o fluxo de caseína originário da etapa (a) é usado na fabricação da etapa (d). 10. Processo de acordo com qualquer uma das realizações 1 a 8, em que parte do fluxo de caseína originário da etapa (a) é usado na fabricação da etapa (d) e parte do fluxo de caseína, preferencialmente a parte restante, é submetida para a combinação da etapa (b) e incluída no fluxo recombinado. 11. Processo de acordo com qualquer uma das realizações anteriores, em que a etapa (d) envolve a combinação do fluxo de caseína originário da etapa (a) com leite animal desengordurado, preferencialmente em que a razão, em peso, de proteína do fluxo de caseína para proteína do leite animal desengordurado está na faixa de 0,1 a 9,0, com a máxima preferência na faixa de 0,5 a 2,0. 12. Processo de acordo com qualquer uma das realizações anteriores, em que o leite animal desengordurado usado nas etapas (a) e/ou (d), preferencialmente nas etapas (a) e (d) é leite desnatado, preferencialmente leite desnatado pasteurizado. 13. Processo de acordo com qualquer uma das realizações anteriores, em que o processo ainda compreende: (1) submeter o leite desengordurado à remoção de bactérias, preferencialmente por tratamento térmico ou filtração, com a máxima preferência por pasteurização, para fornecer um leite desengordurado desbacterizado que é submetido à etapa (a). 14. Processo de acordo com qualquer uma das realizações anteriores, em que o processamento da etapa (a) compreende: (ii) submeter o leite à microfiltração (MF) para obter um Retentado de MF (MFR) e um Permeado de MF (MFP), e (iii) submeter o MFP originário da etapa (ii) à ultrafiltração (UF) para obter um Retentado de UF (UFR) e um Permeado de UF (UFP). 15. Processo de acordo com qualquer uma das realizações anteriores, em que o fator de concentração de volume no qual a etapa de ultrafiltração opera está na faixa de 20 a 200. 16. Processo de acordo com qualquer uma das realizações anteriores, em que a fabricação da etapa (c) inclui pelo menos uma dentre secagem, concentração, suplementação com vitaminas, minerais, lipídeos e/ou fibras alimentares, embalagem. 17. Processo de acordo com qualquer uma das realizações anteriores, em que o produto lácteo é selecionado a partir do grupo que consiste em queijos, GED - 5111901v1 iogurtes e cremes de leite, preferencialmente o produto lácteo é um produto lácteo ácido selecionado a partir do grupo que consiste em produtos lácteos fermentados e queijos ácidos, com a máxima preferência o produto lácteo é iogurte coado. 18. Processo de acordo com qualquer uma das realizações anteriores, em que o leite animal desengordurado é a única fonte de proteína para o produto de fórmula infantil, preferencialmente tanto para o produto de fórmula infantil como para o produto lácteo. 19. Produto de fórmula infantil que pode ser obtido pela etapa (c) do processo de acordo com qualquer uma das realizações 1 a 18. 20. Produto lácteo que pode ser obtido pela etapa (d) do processo de acordo com qualquer uma das realizações 1 a 18. Descrição Detalhada
[008] No processo de acordo com a invenção, o leite animal desengordurado é tratado para produzir um produto de fórmula infantil e um produto lácteo. No processo, as etapas (a) a (c) referem-se à produção do produto de fórmula infantil e as etapas (a) e (d) à produção do produto lácteo. A presente invenção combina um processo de produção de produto lácteo e um processo de produção de produto de fórmula infantil a fim de minimizar os fluxos de resíduos e ao mesmo tempo produzir de maneira eficiente e com baixo custo ambos os produtos com a necessidade de suplementação mínima. Os inventores surpreendentemente descobriram que os componentes que são convencionalmente descartados como resíduos para um produto formam componentes ideais para serem usados na produção de outro produto, de modo que fluxos de resíduos são minimizados e a necessidade para suplementação de componentes adicionais minimizada. Em outras palavras, a caseína que permanece ao produzir um produto de fórmula infantil a partir do leite é idealmente adequada para ser usada na produção de produtos lácteos e, de acordo com uma realização preferencial, o soro do leite ácido que permanece ao produzir um produto lácteo a partir de caseína de acordo com a presente invenção é idealmente adequado para ser usado na produção de um produto de fórmula infantil.
[009] O mérito inventivo da presente invenção reside não apenas na constatação de que a caseína restante da fabricação do produto de fórmula infantil a partir do leite é idealmente adequada para produzir produtos lácteos ácidos, mas também na constatação de que o coproduto do soro do leite ácido do último processo pode ser eficientemente usado na fabricação de um produto de fórmula infantil a partir do leite. Em comparação aos processos individuais, o processo combinado para produzir um produto de fórmula infantil, bem como um produto lácteo de acordo com a presente invenção reduz a necessidade de adição de ingredientes externos, especialmente na produção de produtos de fórmula infantil e ao mesmo tempo utiliza substancialmente todos os componentes do leite desengordurado de entrada nos produtos valiosos. Como tal, a produção de resíduos, que é atualmente descartada de forma neutra em termos de custos é em grande parte evitada.
[0010] Em um primeiro aspecto, a invenção pertence a um processo para produção de um produto de fórmula infantil e um produto lácteo a partir de leite animal desengordurado, que compreende: (a) processar o leite para um fluxo de caseína, um fluxo de proteína do soro do leite e um fluxo de lactose por uma combinação de microfiltração e ultrafiltração, em que o fluxo de caseína é originário da microfiltração como retentado, o fluxo de proteína do soro do leite é originário da ultrafiltração como retentado e o fluxo de lactose é originário da ultrafiltração como permeado; (b) combinar pelo menos parte do fluxo de proteína do soro do leite originário da etapa (a) e uma fonte de lactose para se obter um fluxo recombinado; (c) usar o fluxo recombinado originário da etapa (b) na fabricação do produto de fórmula infantil; e (d) usar parte do fluxo de caseína originário da etapa (a) e leite animal desengordurado na fabricação do produto lácteo.
[0011] Este processo, incluindo realizações preferenciais do mesmo que são ainda definidas abaixo, também é citado como o processo de acordo com a invenção.
[0012] Em um aspecto adicional, a invenção pertence ao produto de fórmula infantil que pode ser obtido pela etapa (c) do processo de acordo com a invenção. Em uma realização, este aspecto da invenção refere-se ao produto de fórmula infantil obtido pela etapa (c) do processo de acordo com a invenção.
[0013] Em um aspecto adicional, a invenção pertence ao produto lácteo que pode ser obtido pela etapa (d) do processo de acordo com a invenção. Em uma realização, este aspecto da invenção pertence ao produto lácteo que pode ser obtido pela etapa (d) do processo de acordo com a invenção.
[0014] No presente pedido, prefere-se que a fonte de lactose compreenda ou se origine de soro do leite ácido, mais preferencialmente soro do leite ácido obtido como subproduto durante a fabricação da etapa (d). Como tal, a proteína do soro do leite ácido é reciclada a partir da produção de produto lácteo para a produção de produto de fórmula infantil, fazendo uso eficiente particular dos fluxos que são convencionalmente fluxos de resíduos. Em uma realização preferencial, a fonte de lactose é soro do leite ácido, que é substancialmente desprovido de minerais e proteínas. O soro do leite ácido é preferencialmente submetido a desmineralização e/ou etapas de remoção de proteína para produzir o dito soro do leite ácido substancialmente desprovido de minerais e proteínas.
[0015] No presente pedido, é preferencial que pelo menos parte, preferencialmente todo o fluxo de lactose originário da etapa (a) seja usado como (parte da) fonte de lactose na etapa (b) e/ou seja usado na fabricação da etapa (d). Em uma realização, a fonte de lactose compreende pelo menos parte do fluxo de lactose originário da etapa (a) e soro ácido, preferencialmente soro do leite ácido obtido como subproduto durante a fabricação da etapa (d).
[0016] No presente pedido, é preferencial que todo o fluxo de caseína originário da etapa (a) seja usado nas etapas (b) e (d). Em uma realização, substancialmente todo o fluxo de caseína originário da etapa (a) é usado na GED - 5111901v1 fabricação da etapa (d). Em uma realização, parte do fluxo de caseína originário da etapa (a) é usado na fabricação da etapa (d) e parte do fluxo de caseína, preferencialmente a parte restante, é submetida para a combinação da etapa (b) e incluída no fluxo recombinado.
[0017] No presente pedido, é preferencial que todo o fluxo de proteína do soro do leite originário da etapa (a) seja usado na etapa (b).
[0018] No contexto da presente invenção, sempre que um determinado fluxo ou composição é mencionado como “originário de” uma determinada etapa do processo, como o fluxo recombinado originário da etapa (b), o dito fluxo ou composição pode ser a composição que é diretamente obtida pela dita etapa do processo. Além disso, se esse fluxo ou composição obtida diretamente é submetida a uma ou mais etapas de processamento adicionais, essa evaporação parcial e/ou suplementação de água adicional ou de outros componentes, o fluxo ou a composição também é considerada originária dessa etapa específica de processo. Dessa forma, se o fluxo recombinado da etapa (b) fosse parcialmente evaporado antes de ser inserido na fabricação do produto de fórmula infantil da etapa (c), o fluxo de entrada da etapa (c) ainda é considerado como sendo o fluxo recombinado originário da etapa (b).
[0019] Em uma realização, o fluxo de caseína obtido na etapa (a) é usado diretamente na etapa (d), sem alteração substancial do mesmo. Em uma realização, o fluxo de proteína do soro do leite obtido na etapa (a) é usado diretamente na etapa (b), sem alteração substancial do mesmo.
[0020] No contexto da presente invenção, o termo “fluxo” refere-se a uma composição líquida, embora a presença de algum material sólido não seja excluída como, por exemplo, em uma suspensão, desde que a composição possa ser manipulada por fábricas de laticínios convencionais.
[0021] O processo de acordo com a invenção produz dois produtos distintos: um produto de fórmula infantil e um produto lácteo, ambos são obtidos a partir de leite desengordurado. No contexto da presente invenção, “produto de fórmula infantil” refere-se a composições nutricionais à base de leite adequadas GED - 5111901v1 para alimentação de lactentes, que tipicamente estão sob a forma de um pó reconstituível ou de uma composição líquida pronta para alimentar, ou se refere a bases para fórmula infantil, que são adequadas para produzir as fórmulas infantis e que compreendem todos ou quase todos os ingredientes essenciais nas quantidades necessárias para nutrição de lactentes. Preferencialmente, o presente processo é para preparar fórmulas infantis, fórmulas de continuação (follow-on formulae), leites de crescimento ou bases para os mesmos. No contexto da presente invenção, o produto de fórmula infantil é distinto do produto lácteo. Em uma realização, o processo de acordo com a invenção é para produzir um produto de fórmula infantil e um produto lácteo adicional.
[0022] O produto lácteo é preferencialmente selecionado a partir do grupo que consiste em queijos, iogurtes e cremes de leite. Em outras palavras, o produto lácteo é um produto que pode ou não pode dar origem à provisão de um subproduto de soro do leite durante a fabricação do mesmo. No sentido mais amplo desta divulgação, o produto lácteo inclui assim queijos frescos como quark, produtos lácteos fermentados, como iogurte (iogurte sólido ou batido), produtos lácteos fermentados coados como um iogurte coado (também chamado de iogurte concentrado ou iogurte de estilo grego).
[0023] Em uma realização, o produto lácteo não é um leite de crescimento (GUM) para lactentes de 6 a 36 meses de idade. Em uma realização, o produto lácteo não é um produto do ponto de vista nutricional especificamente concebido para lactentes de 0 a 36 meses de idade.
[0024] Preferencialmente, o produto lácteo é um produto lácteo ácido. No contexto da presente invenção, “produto lácteo ácido” refere-se a produtos lácteos fermentados (por exemplo, iogurtes) e queijos ácidos, os quais durante a produção de proteína do soro do leite ácido são formados como subprodutos, como queijos cottage, iogurtes coados ou iogurtes de estilo grego. Produtos lácteos ácidos, os quais durante a produção de soro do leite ácido são formados como subprodutos, são particularmente preferenciais, visto que o soro do leite ácido é vantajosamente usado como fonte de lactose na etapa (b) do processo de acordo com a invenção.
[0025] Em uma realização preferencial, o produto lácteo ácido é um produto lácteo fermentado coado. Processos para a produção de produtos lácteos fermentados coados são conhecidos na técnica, por exemplo, nos documentos WO 2014/114970 ou WO 2014/169171. No presente pedido, “queijo ácido” refere-se aos tipos de queijos ácidos ou “queijos coagulados com ácido” como queijo cottage ou tipos de queijos similares. Como conhecido na técnica, queijos ácidos são aqueles queijos que dão soro do leite ácido como subproduto durante sua produção. Em outras palavras, são usados ácidos para formar coagulados na produção de queijos ácidos. Esses processos para produzir queijos ácidos são bem conhecidos na técnica. Em uma realização, o queijo ácido é selecionado a partir de queijo cottage e quark. Preferencialmente, o produto lácteo ácido, conforme citado no presente pedido, é um produto lácteo fermentado ou produto de queijo ácido que inclui em seu processo de produção uma etapa em que o soro é separado da coalhada. Essa separação pode compreender centrifugação, filtração e/ou drenagem.
[0026] O presente processo usa leite como material de partida na etapa (a) e (d). O leite animal desengordurado é submetido à etapa (a) e é usado em combinação com pelo menos parte do fluxo de caseína na fabricação da etapa (d). No contexto da invenção, “leite desengordurado” refere-se ao leite que tem um teor de gordura reduzido em comparação ao leite integral. Tipicamente, o teor de gordura do leite desengordurado está na faixa de 0 a 2%, em peso, preferencialmente 0 a 1%, em peso, mais preferencialmente 0 a 0,2%, em peso, com a máxima preferência 0 a 0,05%, em peso, com base no peso total do leite desengordurado. Em uma realização, o leite desengordurado é leite desnatado. O presente processo emprega leite animal, que se refere a leite não humano, preferencialmente leite de vaca. Com a máxima preferência é usado leite de vaca. Em uma realização, o processo compreende uma etapa de desengorduramento do leite para se obter o leite animal leite desengordurado, o qual é subsequentemente submetido à etapa (a). No presente pedido, o leite GED - 5111901v1 animal não desengordurado, ou somente leite animal ou leite animal integral é submetido à etapa de desengorduramento. A etapa de desengorduramento proporciona leite animal desengordurado.
[0027] O leite de entrada, antes e depois de ser desengordurado, tipicamente após uma etapa de desengorduramento, pode ser submetido à desbacterização (remoção de bactérias), por exemplo, por tratamento UV, tratamento térmico (por exemplo, aquecimento em micro-ondas, pasteurização, como HTST, ESL ou UHT, ou esterilização, por exemplo, esterilização por calor seco ou calor úmido) ou por filtração de bactérias (por exemplo, microfiltração). No contexto da presente invenção, a desbacterização é citada como etapa (i). Esses processos para reduzir a carga bacteriana do leite são conhecidos na técnica. Em uma realização preferencial, o leite de entrada é submetido à pasteurização.
[0028] Dessa forma, em uma realização, o leite animal desengordurado usado nas etapas (a) e/ou (d), preferencialmente nas etapas (a) e/ou (d) é leite desnatado, preferencialmente leite desnatado pasteurizado.
Etapa (a)
[0029] Na etapa (a), o leite animal desengordurado é processado ou fracionado para um fluxo de caseína, um fluxo de proteína do soro do leite e um fluxo de lactose. No presente pedido, o fluxo de caseína é uma composição líquida que compreende caseína, que é enriquecida com caseína, em comparação ao teor de caseína no leite animal desengordurado de entrada, o fluxo de proteína do soro do leite é uma composição líquida que compreende proteína do soro do leite, que é enriquecida com proteína do soro do leite, em comparação ao teor de proteína do soro do leite animal desengordurado de entrada, e o fluxo de lactose é uma composição líquida que compreende lactose, que é enriquecida com lactose, em comparação ao teor de lactose no leite animal desengordurado de entrada. No contexto da presente invenção, “enriquecido” é definido que o teor do componente, enriquecido, com base no peso seco, é aumentado em um fluxo em comparação a outro fluxo. Dessa forma, o fluxo de caseína é enriquecido com caseína, isto é, tem um teor de caseína mais alto, com base na matéria seca, em comparação ao leite animal desengordurado de entrada.
[0030] A fração de proteína do fluxo de caseína originário da etapa (a) tipicamente compreende muito pouca proteína do soro do leite, preferencialmente menos que 15%, em peso, mais preferencialmente menos que 10%, em peso, com base no peso da fração de proteína do fluxo de caseína, e é alta em caseína. Preferencialmente a fração de proteína compreende pelo menos 85%, em peso, de caseína, mais preferencialmente a fração de proteína compreende pelo menos 90%, em peso, de caseína. O teor de sólidos totais no fluxo de caseína tipicamente varia de 5 a 30%, em peso, preferencialmente varia de 7 a 30%, em peso, com a máxima preferência de 17 a 24%, em peso, com base no peso total do fluxo de caseína. O fluxo de caseína é preferencialmente um retentado de microfiltração (MFR). O fluxo de caseína também pode ser citado como um concentrado de caseína, isolado de caseína, concentrado de caseína micelar ou isolado de caseína micelar (MCI).
[0031] O fluxo de proteína do soro do leite é tipicamente uma composição líquida que tem um teor de sólido total de 5 a 35%, em peso, preferencialmente de 10 a 30%, em peso, com a máxima preferência de 20 a 30%, em peso, e tipicamente compreende 25 a 90%, em peso, preferencialmente 60 a 85%, em peso, de proteínas do soro do leite, com base no peso seco total. O fluxo de proteína do soro do leite é preferencialmente um retentado de ultrafiltração (UFR). O fluxo de proteína do soro do leite também pode ser citado como uma composição aquosa que compreende proteínas do soro do leite.
[0032] Embora o fluxo de proteína do soro do leite seja enriquecido com proteína do soro do leite, em comparação ao leite desengordurado de entrada, ele ainda pode conter quantidades substanciais de caseína, dependendo das condições exatas nas quais o fracionamento entre caseína como proteína do soro do leite, tipicamente por ultrafiltração, são realizadas. Em uma realização, o fluxo de proteína do soro do leite compreende no máximo 40%, em peso, GED - 5111901v1 preferencialmente 5 a 20%, em peso, de caseína, com base no peso total da proteína. Essas variações nas condições de fracionamento e as alterações que acompanham no fluxo de proteína do soro do leite são conhecidas na técnica. Dependendo da quantidade de caseína presente no fluxo de proteína do soro do leite, a quantidade de caseína usada na etapa de combinação (b) pode ser adaptada de modo que o produto de fórmula infantil tenha uma razão de proteína do soro do leite:caseína que fique dentro da razão preferencial de 90:10 a 40:60.
[0033] O fluxo de lactose é tipicamente uma composição líquida com um teor sólido total de 3 a 30%, em peso, preferencialmente de 5 a 22%, em peso. O teor de lactose no fluxo de lactose originário da etapa (a) é tipicamente pelo menos 75%, em peso, preferencialmente pelo menos 90%, em peso, ou até pelo menos 95%, em peso, com base no peso seco total.
[0034] O fracionamento da etapa (a) é realizado por técnicas de filtração por membrana e envolve uma combinação de microfiltração e ultrafiltração. O fluxo de caseína se origina da microfiltração como retentado, o fluxo de proteína do soro do leite se origina da ultrafiltração como retentado e o fluxo de lactose se origina da ultrafiltração como permeado. Os processos adequados de filtração por membrana são conhecidos na técnica, por exemplo, conforme divulgado nos documentos WO 2013/068653, WO 2013/137714 e WO 2015/041529.
[0035] Em uma realização, a etapa (a) compreende: (ii) submeter o leite à microfiltração (MF) para obter um retentado de MF (MFR) e um permeado de MF (MFP), e (iii) submeter o MFP originário da etapa (ii) à ultrafiltração (UF) para obter um retentado de UF (UFR) e um permeado de UF (UFP).
[0036] Na etapa de microfiltração (ii), o leite animal desengordurado é fracionado para dois fluxos distintos, cada um enriquecido com um tipo de proteína particular; um retentado MF enriquecido com caseína (MFR) e um permeado MF enriquecido com proteína do soro do leite (MFP) são produzidos. A etapa MF (ii) é realizada sobre uma membrana que permite o fracionamento de caseína e proteínas do soro do leite. Essa membrana tem tipicamente uma porosidade de 0,05 a 0,35 micrômetros. Preferencialmente, uma membrana de cerâmica ou uma membrana enrolada em espiral (orgânica) é usada.
[0037] De acordo com uma realização preferencial, a etapa de microfiltração (ii) é melhorada com diafiltração (DF). A diafiltração pode ser realizada diluindo o retentado do MF pelo menos uma vez com uma quantidade de água, ou diluindo o leite desnatado animal de entrada com uma quantidade de água e submetendo o leite desnatado animal diluído para MF. A água DF pode ser adicionada ao leite desnatado animal de entrada ou MFR uma vez, ou a quantidade total de água DF pode ser adicionada em diversas frações. Após cada adição de água DF ao leite desnatado animal de entrada ou MFR, a composição líquida diluída é submetida para MF.
[0038] Durante a etapa de ultrafiltração (iii) a maior parte do líquido e pequenos solutos acabam no permeado UF (UFP), enquanto o retentado UF (UFR) compreende substancialmente toda proteína do soro do leite, em um volume menor. Moléculas pequenas que permeiam através da membrana de UF são, por exemplo, lactose, íons monovalentes e polivalentes. A ultrafiltração da etapa (iii) pode ser realizada com qualquer membrana de UF conhecida na técnica, incluindo membranas cerâmicas, membranas tubulares e enroladas em espiral orgânica. Preferencialmente a membrana de UF é uma membrana enrolada em espiral orgânica. A membrana de UF tem um peso molecular de corte que permite que proteínas, preferencialmente proteínas do soro do leite, permaneçam no retentado, e permite que pequenos solutos, por exemplo, lactose, permeiem através da membrana. A etapa UF (iii) é preferencialmente realizada com uma membrana que tem um peso molecular de corte de no máximo 25 kDa, mais preferencialmente no máximo 10 kDa, e preferencialmente pelo menos 2,5 kDa, mais preferencialmente pelo menos 5 kDa. A etapa UF (iii) é preferencialmente realizada com um fator de concentração de volume (VCF) na faixa de 20 a 200, preferencialmente 50 a 150, que o qual descobriu-se que fornece os melhores resultados em termos de composição do retentado UF.
[0039] No contexto da invenção, o termo “fator de concentração de volume” ou “VCF” é o fator em que uma composição líquida é concentrada mediante filtração, isto é, o volume total do fluxo de entrada antes da filtração dividido pelo volume total do retentado após filtração, independentemente do teor de sólido total. Dessa forma, quando 5 L de uma composição líquida é fracionada sobre uma membrana de ultrafiltração em um permeado de 4 L e um retentado de 1 L, este processo de UF opera com um VCF de 5/1 = 5.
[0040] A etapa (a) pode ainda compreender uma ou mais etapas de concentração, como a concentração do MFR originário da etapa (II) e/ou do UFR originário da etapa (iii). A concentração é preferencialmente realizada por osmose reversa (RO), nanofiltração (NF) e/ou evaporação. NF é mais preferencial, visto que a NF concentra o fluxo e ao mesmo tempo reduz o conteúdo de íons monovalentes, que são capazes de permear a membrana de NF. Essa redução do conteúdo de íons monovalentes é tipicamente desejável na produção de produtos de fórmula infantil.
Desmineralização
[0041] O processo de acordo com a invenção preferencialmente compreende uma etapa de desmineralização, em que a fonte de lactose, ou um ou mais componentes da mesma, é/são desmineralizado(s) antes de serem submetidos à etapa (b). A desmineralização é assim tipicamente realizada em pelo menos parte do fluxo de lactose originário da etapa (a) e/ou na proteína do soro do leite ácido originário da etapa (d), preferencialmente pelo menos a proteína do soro do leite ácido originário da etapa (d) é submetida à desmineralização antes de ser submetida à etapa (b). A desmineralização é particularmente preferencial para a fabricação de produtos de fórmula infantil, para os quais ela é tipicamente necessária para reduzir o conteúdo mineral, em comparação ao leite de entrada.
[0042] Dessa forma, em uma realização, a proteína do soro do leite ácido, preferencialmente o soro do leite ácido originário da etapa (d), é submetido à desmineralização antes de ser usado como (parte da) fonte de lactose na etapa (b). Da mesma forma, em uma realização, pelo menos parte do fluxo de lactose GED - 5111901v1 originário da etapa (a), preferencialmente o UFP originário da etapa (iii), é submetido à desmineralização antes de ser usado como (parte da) fonte de lactose na etapa (b).
[0043] No caso do fluxo de lactose originário da etapa (a) não ser submetido à etapa (b) mas, por exemplo, à etapa (d), a desmineralização do fluxo de lactose não é tipicamente necessária, visto que o conteúdo mineral desejado de produtos lácteos tipicamente mais ou menos correspondem ao conteúdo mineral do leite de entrada. No caso de parte do fluxo de lactose originário da etapa (a) ser submetida à etapa (b) e parte ser submetida à etapa (d), é preferencial que somente essa parte que é submetida à etapa (b) seja primeiro submetida à desmineralização.
[0044] Em uma realização preferencial, soro do leite ácido que se origina da etapa (d) é submetido à etapa (b) como (parte da) fonte de lactose e, subsequentemente, para a fabricação do produto de fórmula infantil da etapa (c). Dessa forma, é preferencial que a proteína do soro do leite ácido seja desmineralizada antes da etapa (b). Consequentemente, em uma realização preferencial, a proteína do soro do leite ácido originária da etapa (d) é combinada com a parte do fluxo de lactose originário da etapa (a), se houver, e a fonte de lactose combinada é submetida à desmineralização antes de submetê-la à etapa (b).
[0045] A desmineralização da fonte de lactose pode ser realizada por qualquer técnica conhecida, como eletrodiálise, troca iônica, precipitação de sal, cristalização de lactose, como técnicas de filtração por membrana como nanofiltração, opcionalmente melhoradas com diafiltração, ou combinações das mesmas. Em uma realização preferencial, a desmineralização compreende pelo menos uma dentre precipitação de sal, eletrodiálise, cristalização de lactose e troca iônica, opcionalmente em combinação com nanofiltração, mais preferencialmente a desmineralização compreende nanofiltração em combinação com pelo menos uma dentre precipitação de sal, eletrodiálise, cristalização de lactose e troca iônica. Em uma realização preferencial, a desmineralização compreende pelo menos eletrodiálise e/ou precipitação de sal. Em uma realização preferencial, a desmineralização compreende pelo menos nanofiltração em combinação com eletrodiálise e/ou precipitação de sal. Os inventores descobriram que quando somente a nanofiltração é usada para desmineralização, especialmente para desmineralização de um permeado de ultrafiltração como fonte de lactose na preparação de produtos de fórmula infantil, o conteúdo de íons bivalentes como cálcio e fosfato, é tipicamente reduzido de maneira insuficiente para se obter um produto de fórmula infantil final dentro dos requisitos legais.
[0046] A desmineralização é preferencialmente realizada de modo que pelo menos 20%, em peso, ou preferencialmente 50%, em peso, mais preferencialmente pelo menos 70%, em peso, ou pelo menos 80%, em peso, com a máxima preferência pelo menos 90%, em peso, dos íons polivalentes e/ou de modo que pelo menos 20%, em peso, dos íons monovalentes são removidos, mais preferencialmente pelo menos 35%, em peso, ou pelo menos 50%, em peso, com a máxima preferência pelo menos 60%, em peso, dos íons monovalentes, presentes no fluxo de lactose, por exemplo, a UFP originária da etapa (iii), são removidos. Etapa (b)
[0047] Na etapa (b), pelo menos parte do fluxo de proteína do soro do leite originário da etapa (a) é combinado com uma fonte de lactose para se obter um fluxo recombinado. Este fluxo recombinado é usado para fabricar o produto de fórmula infantil na etapa (c). A combinação da etapa (b) proporciona uma composição que tem uma fração de proteína que compreende tanto caseína como proteína do soro do leite em uma certa razão, em peso. A combinação da etapa (b) podem envolver componentes adicionais, como parte do fluxo de caseína originário da etapa (a). Visto que o fluxo de proteína do soro do leite pode conter quantidades substanciais de caseína, combinar com parte do fluxo de caseína originário da etapa (a) não é sempre necessário. Nesse caso, todo o fluxo de caseína é preferencialmente usado na etapa (d), a fim de minimizar os fluxos de resíduos.
[0048] A combinação é preferencialmente feita de modo que a razão, em peso, da proteína do soro do leite para caseína no fluxo recombinado esteja na faixa de 90:10 a 40:60, mais preferencialmente na faixa de 80:20 a 50:50, ainda mais preferencialmente na faixa de 75:25 a 50:50, com a máxima preferência na faixa de 70:30 a 55:45. Em uma realização, a razão, em peso, da proteína do soro do leite para caseína no fluxo recombinado é de cerca de 60:40. A razão exata é tipicamente determinada pelo tipo de produto de fórmula infantil que está sendo produzido, e pode ser ajustada conforme conhecido na técnica. Além disso, é dada muita atenção na técnica ao perfil de aminoácido de produtos de fórmula infantil. O processo de acordo com a invenção fornece ótima flexibilidade no direcionamento de um perfil de aminoácido desejado específico, por exemplo, ajustando a razão na qual os fluxos de proteína do soro do leite e caseína são combinados ou variando em diferentes condições de processo específico da microfiltração de etapa (a). Como tal, os perfis de aminoácidos ótimos se parecem com os encontrados no leite humano podem ser obtidos com o processo de acordo com a invenção.
[0049] Como os produtos de fórmula infantil necessitam tipicamente a presença de menos caseína e mais proteína do soro do leite como presente no leite animal desengordurado que é submetido à etapa (a), nem todo o fluxo de caseína é necessário para se recombinar com fluxo de proteína do soro do leite. A presente invenção coloca esta caseína restante, que é atualmente na maioria das vezes descartada, para bom uso, na fabricação da etapa (d).
[0050] Tipicamente, todo o fluxo de caseína originário da etapa (a) é usado tanto na etapa (b) como na etapa (d), de modo que não reste ou sobre caseína adicional. Em outras palavras, o fluxo de caseína originário da etapa (a) é preferencialmente divididos ao longo das etapas (b) e (d). Dessa forma, prefere- se que parte do fluxo de caseína originário da etapa (a) seja usado na fabricação da etapa (d) e parte do fluxo de caseína, preferencialmente a parte restante, seja submetida para a combinação da etapa (b) e incluída no fluxo recombinado. Em GED - 5111901v1 uma realização alternativa, substancialmente todo o fluxo de caseína originário da etapa (a) é usado na fabricação da etapa (d).
[0051] Em uma realização, 10 a 50%, em peso, preferencialmente 12 a 25%, em peso, com base no peso total da caseína, do fluxo de caseína originário da etapa (a) é submetido à etapa (b). Com a máxima preferência, cerca de 16%, em peso, com base no peso total da caseína, do fluxo de caseína originário da etapa (a) é submetido à etapa (b). Com a máxima preferência, o restante é submetido à etapa (d). A quantidade do fluxo de caseína originário da etapa (a) que é submetido à etapa (b) é vantajosamente regulada pela razão, em peso, da proteína do soro do leite desejada para caseína no fluxo recombinado.
[0052] Preferencialmente, todo o fluxo de proteína do soro do leite originário da etapa (a) é submetido à combinação da etapa (b). Do mesmo modo, no caso de soro do leite ácido originário da etapa (d) ser usado na fonte de lactose, prefere-se que todo o soro do leite ácido originário da etapa (d) seja submetido à etapa (b). Fazendo esse uso do fluxo de proteína do soro do leite originário da etapa (a) e do soro do leite ácido originário da etapa (d) minimiza a quantidade de resíduo que é descartado pelo processo e utiliza da melhor forma todos os componentes do leite recebido.
[0053] A presença de lactose é tipicamente necessária tanto para a fabricação do produto de fórmula infantil da etapa (c) bem como para a fabricação do produto lácteo da etapa (d), especialmente no caso do produto lácteo ser um iogurte. Portanto, no processo de acordo com a invenção, prefere- se que pelo menos parte, preferencialmente todo, o fluxo de lactose originário da etapa (a) seja submetido à etapa (b) e/ou à etapa (d). Em uma realização preferencial, o fluxo de lactose originário da etapa (a) é dividido ao longo das etapas (b) e (d). Dessa forma, em uma realização, pelo menos parte do fluxo de lactose originário da etapa (a) é submetido à etapa (b). Nesta realização, a etapa (b) envolve a combinação de pelo menos parte da proteína do soro do leite e dos fluxos de lactose originários da etapa (a) e pelo menos parte do soro do leite ácido originário da etapa (d), e preferencialmente parte do fluxo de caseína originário da etapa (a) em um fluxo recombinado.
[0054] Em uma realização, 0 a 50%, em peso, preferencialmente 5 a 25%, em peso, com base no peso total da lactose, do fluxo de lactose originário da etapa (a) é submetido à etapa (b) como (parte de) a fonte de lactose. Com a máxima preferência, o restante é submetido à etapa (d). A quantidade de fluxo de lactose originário da etapa (a) que é submetido à etapa (b) como (parte de) a fonte de lactose é vantajosamente regulado pela quantidade de lactose necessária para etapa (d). No caso da quantidade de lactose no fluxo de lactose originário da etapa (a) que é submetida à etapa (b) ser insuficiente para a fabricação do produto de fórmula infantil, a lactose adicional que está presente no soro do leite ácido originário da etapa (d) pode ser usada. Portanto, nem toda a lactose do fluxo de lactose pode ser necessária a fim de permitir o teor de lactose desejado no fluxo recombinado, de modo que a lactose restante pode ser beneficamente usada na etapa (d) como aditivo durante a produção do produto lácteo ácido, como tal, reduzindo ainda mais a quantidade de resíduo.
[0055] Em uma realização, parte do fluxo de caseína é combinado com todo o fluxo de proteína do soro do leite, parte do fluxo de lactose e todo o soro do leite ácido. Em uma realização, parte do fluxo de caseína é combinado com todo o fluxo de proteína do soro do leite, todo o fluxo de lactose e todo o soro do leite ácido. Em uma realização, parte do fluxo de caseína é combinado com todo o fluxo de proteína do soro do leite, nada do fluxo de lactose e todo o soro do leite ácido.
[0056] Em uma realização, parte do MFR originário da etapa (ii) é combinado com pelo menos parte da UFR originária da etapa (iii), pelo menos parte da UFP originária da etapa (iii), e do soro do leite ácido originário da etapa (d).
[0057] Na etapa (b), dois ou mais fluxos são recombinados em um fluxo. Esta recombinação pode ocorrer imediatamente (fluxos são combinados simultaneamente) ou gradualmente (fluxos são combinados consecutivamente). Em uma realização, o soro do leite ácido originário da etapa (d) é combinado GED - 5111901v1 antes da desmineralização com o fluxo de lactose originário da etapa (iii), de modo que possam ser ambos desmineralizados antes de serem combinados com a caseína e fluxos de proteína de soro do leite. A combinação pode ser realizada como mistura úmida ou como mistura seca ou até como uma combinação de ambas. Preferencialmente, a combinação ocorre como mistura úmida, em que composições líquidas são misturadas nas quantidades apropriadas.
Etapa (c)
[0058] Na etapa (c) o fluxo recombinado originário da etapa (b) é usado na fabricação do produto de fórmula infantil. Essa fabricação é conhecida na técnica e tipicamente envolve uma ou mais dentre secagem, concentração, suplementação com vitaminas, minerais, lipídeos e/ou fibras alimentares, tratamento térmico, homogeneização, empacotamento. Em uma realização preferencial, a etapa (c) não envolva o tratamento pelo calor, e envolve um ou mais dentre secagem, concentração, suplementação com vitaminas, minerais, lipídeos e/ou fibras alimentares e embalagem. Preferencialmente, a etapa (c) envolve pelo menos uma etapa de secagem, com a máxima preferência envolve todas as etapas acima mencionadas.
[0059] Embora um ou mais dos fluxos separados possam ser secos antes de serem combinados na etapa (b), prefere-se que o fluxo recombinado originário da etapa (b) seja seco, preferencialmente seco por aspersão. Como tal, somente uma etapa de secagem é necessária na fabricação do produto de fórmula infantil. Além disso, a secagem tipicamente reduz o teor de proteína nativa, e realizar múltiplas etapas de secagem leva assim a um teor reduzido de proteína nativa no produto de fórmula infantil final. Em uma realização preferencial, o processo de acordo com a invenção compreende somente uma única etapa de secagem, em que na etapa (c) o fluxo recombinado é seco, preferencialmente por secagem por aspersão. Devido à carga de calor limitada inerente exercida na composição nutricional líquida por secagem por aspersão, quantidades significativas de proteína permanecem nativas durante esta etapa, de modo que o teor de proteína nativa no produto de fórmula infantil é o mais alto possível.
[0060] Em uma realização, o fluxo recombinado é concentrado, preferencialmente antes de ser seco. Essa concentração pode ser realizada por qualquer meio conhecido na técnica, como por osmose reversa (RO), nanofiltração (NF) e/ou evaporação.
[0061] O tratamento térmico é conhecido na técnica e pode, por exemplo, ser realizado por pasteurização, como HTST, ESL ou UHT, ou esterilização, por exemplo, calor seco ou esterilização por calor úmido. Em uma realização preferencial, desbacterizado, preferencialmente leite desengordurado pasteurizado é usado como leite de entrada, de modo que o tratamento térmico adicional não seja necessário na fabricação da etapa (c).
[0062] Dependendo do tipo desejado de produto de fórmula infantil, pode ser desejada a suplementação de certos componentes, como vitaminas, minerais, lipídeos e/ou fibras alimentares. Essa suplementação pode ser realizada tanto antes, durante ou depois da combinação da etapa (b) e/ou opcionalmente antes ou depois de uma etapa de secagem. O técnico no assunto tem conhecimento dos requisitos de tipos específicos de produtos de fórmula infantil, por exemplo, da diretiva EU 91/321/EEC ou EU ou diretiva 2006/141/EC ou US Food and Drug Administration 21 CFR Capítulo 1 parte 107, e é capaz de ajustar a composição do fluxo recombinado a fim de atender a esses requisitos.
[0063] Em um aspecto, a presente invenção refere-se ao produto de fórmula infantil que pode ser obtido pelo processo de acordo com a invenção, isto é, que pode ser obtido pela etapa (c). Os inventores descobriram que a digestibilidade da fração de proteína no produto de fórmula infantil de acordo com a invenção, isto é, conforme pode ser obtida pelo processo de acordo com a invenção, é aprimorada em comparação a frações de proteína de produtos de fórmula infantil conhecidos. No presente pedido, uma digestibilidade aprimorada refere-se a uma digestibilidade mais próxima do leite humano. Tipicamente, a digestibilidade refere-se à taxa de digestão, preferencialmente à taxa de digestão GED - 5111901v1 de proteína. Além disso, a proteína do soro do leite que pode ser obtida pelo método da presente invenção constitui uma fonte de proteína economicamente atrativa para ser incluída nas fórmulas infantis.
[0064] Em um aspecto, a presente invenção refere-se à proteína do soro do leite conforme presente no fluxo de proteína do soro do leite que pode ser obtida pelo processo de acordo com a invenção, isto é, que pode ser obtida pela etapa (a), que é compreendida por um produto de fórmula infantil que pode ser obtido pela etapa (c). O dito produto de proteína exibe digestibilidade aprimorada, também sob a forma seca. A dita proteína do soro do leite está preferencialmente presente com caseína em uma razão de proteína do soro do leite:caseína na faixa de 90:10 a 40:60, mais preferencialmente na faixa de 80:20 a 50:50, ainda mais preferencialmente na faixa de 75:25 a 50:50, com a máxima preferência na faixa de 70:30 a 55:45. A proteína do soro do leite que pode ser obtida pela presente invenção exibe cinéticas de digestão mais próximas do leite humano do que a fórmula infantil atualmente comercializada.
[0065] O técnico no assunto é capaz de determinar a extensão da digestibilidade, por exemplo, a partir de Van de Braak et al. (Clin. Nutr. 2013, 32, 765-771). Um método preferencial para determinar a digestibilidade é de acordo com o seguinte Teste de Digestibilidade: Teste de Digestibilidade
[0066] Condições gástricas e intestinais são simuladas condições sucessivamente dentro de biorreatores consecutivos em um sistema de biorreator paralelo. Dentro de cada reator, as condições são dinâmicas, no sentido de que o pH segue uma curva pré-estabelecida e sucos digestivos artificiais frescos são continuamente adicionados. As condições bioquímicas gástricas e intestinais, isto é, atividade enzimática, concentrações de bile e pH, são ajustadas para imitar aquelas de lactentes ingerindo uma dose de fórmula infantil de 200 mL. A digestão gástrica é imitada por adição de solução de pepsina/lipase (dose de 10 mL + 0,5 mL/min), contendo 37,5 mg de Lipase (DF Amano 15) e 15 15 mg de Pepsina (Sigma P7012) por 300 mL, enquanto que GED - 5111901v1 diminuindo gradualmente o pH para 4,3 por adição de HCl durante 2 horas. A digestão intestinal foi imitada em pH neutro (7,2) mediante adição de hidróxido de sódio/carbonato de sódio e pancreatina/extrato de bile (dose de 45 mL + 1mL/min), contendo 7,5 g de pancreatina (4 x USP, Pfizer) e 2,5 g de extrato de bile (pó suíno Sigma B8631) por 500 mL, em 2 horas. Em intervalos regulares, a amostragem é realizada para acompanhar a digestão de proteína no tempo. As amostras são submetidas à análise química, incluindo: desaparecimento do substrato por SDS-PAGE e SEC-HPLC, a geração de grupos amino primários por OPA, pequena formação de peptídeo por SEC-HPLC, e formação de aminoácidos livres por UPLC. Com o uso deste protocolo, a taxa de digestão de um componente, como uma fonte de proteína ou um produto alimentício contendo a fonte de proteína, pode ser facilmente comparada com a taxa de digestão de outra fonte de proteína ou de um produto alimentício contendo a fonte de proteína.
[0067] Em uma realização mais preferencial, a presente invenção refere- se a uma fórmula infantil que pode ser obtida pela etapa (c) contendo as proteínas do leite que podem ser obtidas pelo método da presente invenção, isto é, que podem ser obtidas pela etapa (a). As ditas proteínas do soro do leite incluem preferencialmente proteína e caseína, preferencialmente presente em uma razão na faixa de 90:10 a 40:60, mais preferencialmente na faixa de 80:20 a 50:50, ainda mais preferencialmente na faixa de 75:25 a 50:50, com a máxima preferência na faixa de 70:30 a 55:45. As proteínas do soro do leite e caseína que podem ser obtidas pela presente invenção exibem cinéticas de digestão mais próximas ao leite humano do que a fórmula infantil atualmente comercializada.
[0068] Em um aspecto, a invenção refere-se a um método ou uso para aprimorar digestibilidade de uma fração de proteína compreendida em um produto de fórmula infantil, que compreende preparar o produto de fórmula infantil com o processo de acordo com a presente invenção. Em um aspecto, a invenção refere-se a um método ou uso para alimentar um lactente humano, GED - 5111901v1 preferencialmente um lactente humano de 0 a 6 meses de idade, que compreende administrar o produto de fórmula infantil de acordo com a invenção ao dito lactente. Etapa (d)
[0069] Na etapa (d), parte do fluxo de caseína é ainda processado para se obter um produto lácteo, preferencialmente um produto lácteo ácido. Em uma realização preferencial, o soro do leite ácido é obtido como subproduto. O produto lácteo é fabricado a partir de pelo menos parte do fluxo de caseína originário da etapa (a) e de leite animal desengordurado. Preferencialmente, o leite animal desengordurado é o mesmo leite animal como submetido à etapa (a), e preferencialmente sofreu as mesmas etapas de pré-tratamento, se houver.
[0070] Soro do leite ácido, também citado como soro do leite azedo, é um coproduto do processo convencional para a produção de produtos lácteos ácidos e normalmente é descartado como resíduo. O soro do leite ácido compreende compostos valiosos como lactose. Em vista do rápido aumento da demanda por produtos lácteos ácidos, em particular iogurtes, o crescente fluxo de resíduos do soro do leite ácido está se tornando um problema sério para a indústria de lacticínios, que é elegantemente resolvido pela presente invenção. Preferencialmente, a totalidade ou parte do fluxo de lactose originário da etapa (a) é usado na fabricação da etapa (d).
[0071] Quaisquer meios conhecidos na técnica para fabricar produtos lácteos podem ser usados como etapa (d), como um processo para a fabricação de queijos, iogurtes ou cremes de leite. A etapa (d) tipicamente envolve um processo para a produção de um produto lácteo ácido, como um queijo ácido ou iogurte, preferencialmente de um produto de iogurte agitado ou coado a partir de caseína como conhecido na técnica.
[0072] A etapa (d) tipicamente compreende uma etapa de combinação, em que o fluxo de caseína originário da etapa (a) é combinado com leite animal desengordurado, e possivelmente com uma ou mais dentre uma fonte de proteína de do soro do leite (adicional) (por exemplo, concentrado de proteína GED - 5111901v1 do soro do leite (WPC), isolado de proteína do soro do leite (WPI)), creme de leite, minerais e lactose. No presente pedido, o leite animal desengordurado preferencialmente é o mesmo leite animal desengordurado que é submetido à etapa (a). No presente pedido, a lactose pode se originar da etapa (a), a partir de uma etapa de desmineralização, preferencialmente da etapa de desmineralização de acordo com a presente invenção, ou a partir de uma fonte externa, com a máxima preferência da lactose pelo menos parcialmente originada a partir da etapa (a). Os minerais são preferencialmente adicionados, com a máxima preferência sob a forma do fluxo de lactose originário da etapa (a) que não tenha sido submetido à desmineralização. Esta etapa de combinação é tipicamente a primeira etapa da etapa (d). Com a máxima preferência, o fluxo de caseína originário da etapa (a) é preferencialmente combinado com uma fonte de proteína do soro do leite. Preferencialmente, esta combinação é a primeira etapa na fabricação da etapa (d). Em outras palavras, uma mistura que compreende pelo menos parte do fluxo de caseína originário da etapa (a) e leite animal desengordurado, e opcionalmente um ou mais dos os componentes adicionais listados acima, é fabricada para um produto lácteo. A combinação é preferencialmente realizada de modo que a razão, em peso, de proteína do fluxo de caseína para proteína do leite animal desengordurado está na faixa de 0,1 a 9,0, com a máxima preferência na faixa de 0,5 a 2,0.
[0073] A presença do leite animal assegura que a proteína do soro do leite e lactose estejam presentes durante a fabricação do produto lácteo. Uma fonte de lactose adicional, como (parte da) fluxo de lactose originário da etapa (a), também pode ser usada na fabricação da etapa (d), e é preferencialmente combinada com o fluxo de caseína originário da etapa (a) e o leite animal desengordurado durante a etapa (d).
[0074] A etapa (d) preferencialmente compreende uma etapa de centrifugação em que sólidos, que eventualmente formam o produto lácteo são separados de um fluxo líquido que é obtido como soro do leite ácido. Em uma realização preferencial, o soro do leite ácido usado na fonte de lactose é obtido GED - 5111901v1 como um fluxo líquido a partir de uma etapa de centrifugação durante a fabricação da etapa (d). A combinação de caseína, proteína do soro do leite e lactose para fabricação de produtos lácteos é conhecida na técnica e pode ser realizada conforme considerado adequado pelo técnico no assunto.
[0075] Tipicamente, todo o fluxo de caseína originário da etapa (a) é usado tanto na etapa (b) como na etapa (d), de modo que não reste caseína adicional. Em uma realização, 50 a 90%, em peso, preferencialmente 75 a 88%, em peso, com base no peso total da caseína, do fluxo de caseína originário da etapa (a) é submetido à etapa (d). Com a máxima preferência, cerca de 84%, em peso, com base no peso total da caseína, do fluxo de caseína originário da etapa (a) é submetido à etapa (d). Com a máxima preferência, o restante é submetido à etapa (b).
[0076] Do mesmo modo, é preferencial que todo o fluxo de lactose originário da etapa (a) seja usado tanto na etapa (b) como na etapa (d), de modo que não reste nenhuma lactose. Em uma realização, 50 a 100%, em peso, preferencialmente 75 a 95%, em peso, com base no peso total da lactose, do fluxo de lactose originário da etapa (a) é submetido à etapa (d). Com a máxima preferência, o restante é submetido à etapa (b).
[0077] Em uma realização preferencial, leite animal desengordurado é a única fonte de proteína para ambos os produtos que são obtidos pelo processo de acordo com a invenção. Preferencialmente, toda proteína do produto lácteo que é obtida na etapa (d) origina-se do fluxo de caseína e opcionalmente a partir do mesmo leite desnatado animal que é submetido à etapa (a). Como tal, o leite desnatado animal é a única fonte de proteína para o produto lácteo.
[0078] Qualquer outro aditivo ou componente conhecido na técnica como sendo adequado para a preparação de produtos lácteos pode ser adicionado ao fluxo de caseína, ao leite animal ou combinação dos mesmos. Aditivos adequados incluem gordura do leite, estabilizantes, adoçantes, flavorizantes, e similares. O uso de leite que foi enriquecido com esses aditivos para produzir produtos lácteos é conhecido na técnica.
[0079] Em uma realização preferencial, a fabricação do produto lácteo da etapa (d) proporciona soro do leite ácido como subproduto, que é convencionalmente descartado como resíduo. Soro do leite ácido é conhecido na técnica e refere-se a um fluxo de soro do leite que é obtido na produção de produtos lácteos como iogurtes e queijos ácidos. O soro do leite ácido é tipicamente uma composição líquida, caracterizado por um pH de no máximo 5,5 ou até no máximo 5,1. O soro do leite ácido tipicamente contém, com base no peso seco total 50 a 90%, em peso, preferencialmente 60 a 75%, em peso, de lactose e 0 a 20%, em peso, preferencialmente 10 a 15%, em peso, de proteína do soro do leite. O soro do leite ácido tipicamente compreende minerais, incluindo cálcio, potássio, magnésio, sódio, cloro e fosfato. A quantidade total de cinza no soro do leite ácido é tipicamente na faixa de 8 a 20%, em peso, preferencialmente 10 a 15%, em peso, com base no peso seco total.
[0080] O soro do leite ácido que se origina da etapa (d) é preferencialmente submetido à combinação da etapa (b) para ser usados como (parte de) a fonte de lactose na produção do produto de fórmula infantil. O teor de cinzas do soro do leite ácido pode ser indesejavelmente alto e, dessa forma, é preferencialmente reduzido por desmineralização antes de ser combinados na etapa (b) com o fluxo de proteína do soro do leite e, possivelmente, parte do fluxo de caseína originário da etapa (a). Em uma realização, o soro do leite ácido originário da etapa (d) é combinado com o fluxo de lactose antes da desmineralização da lactose combinada e fluxos do soro do leite ácido. No caso do fluxo de lactose não exigiria a desmineralização, o soro do leite ácido pode ser submetido a desmineralização sem prévia combinação com o fluxo de lactose. Essa desmineralização pode ser realizada por quaisquer meios conhecidos na técnica.
Figura
[0081] A Figura representa uma realização preferencial do processo de acordo com a invenção. As setas pontilhadas indicaram realizações preferenciais. MF = microfiltração; UF = ultrafiltração; Demin = desmineralização; D = produto lácteo; IF = produto de fórmula infantil; L = fonte de lactose. Os diferentes fluxos são representados pelos números 1 a 8: 1 = leite animal, preferencialmente desbacterizado, desengordurado; 2 = retentado de microfiltração; 3 = permeado de microfiltração; 4 = retentado de ultrafiltração; 5 = permeado de ultrafiltração; 6 = fluxo recombinado; 7 = soro do leite; 8 = lactose desmineralizada.

Claims (12)

1. PROCESSO PARA PRODUZIR UM PRODUTO DE FÓRMULA INFANTIL E UM PRODUTO LÁCTEO A PARTIR DE LEITE ANIMAL DESENGORDURADO, caracterizado por compreender: (a) processar o leite para um fluxo de caseína, um fluxo de proteína do soro do leite e um fluxo de lactose por uma combinação de microfiltração e ultrafiltração, em que o fluxo de caseína origina-se da microfiltração como retentado, o fluxo de proteína do soro do leite origina-se da ultrafiltração como retentado e o fluxo de lactose origina-se da ultrafiltração como permeado; (b) combinar pelo menos parte do fluxo de proteína do soro do leite originário da etapa (a) e uma fonte de lactose que compreende o soro do leite ácido para obter um fluxo recombinado; (c) usar o fluxo recombinado originário da etapa (b) na fabricação do produto de fórmula infantil; e (d) usar pelo menos parte do fluxo de caseína originário da etapa (a) e leite animal desengordurado na fabricação do produto lácteo.
2. PROCESSO, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo soro do leite ácido usado na combinação da etapa (b) ser obtido como subproduto durante a fabricação da etapa (d).
3. PROCESSO, de acordo com a reivindicação 2, caracterizado pelo soro do leite ácido ser obtido como um fluxo líquido a partir de uma etapa de separação durante a fabricação da etapa (d).
4. PROCESSO, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 3, caracterizado pelo soro do leite ácido ser submetido à desmineralização antes de ser usado como fonte de lactose na etapa (b), preferencialmente em que a desmineralização compreende pelo menos uma dentre precipitação de sal, eletrodiálise, cristalização de lactose e troca iônica, opcionalmente em combinação com nanofiltração.
5. PROCESSO, de acordo com a reivindicação 4, caracterizado pelo soro do leite ácido e pelo menos parte do fluxo de lactose originário da etapa (a) GED - 5111901v1 serem combinados e subsequentemente submetidos à desmineralização de acordo com a reivindicação 4, antes de serem usados como fonte de lactose na etapa (b).
6. PROCESSO, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 5, caracterizado pelo leite animal desengordurado usado nas etapas (a) e/ou (d) ser leite desnatado, preferencialmente leite desnatado pasteurizado.
7. PROCESSO, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 6, caracterizado pelo processo ainda compreender: 1) ) submeter o leite desengordurado à remoção de bactérias, preferencialmente por tratamento térmico, filtração ou pasteurização, para fornecer um leite desengordurado desbacterizado que é submetido à etapa (a).
8. PROCESSO, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 7, caracterizado pelo processamento da etapa (a) compreender: (11) submeter o leite à microfiltração (MF) para obter um Retentado de MF (MFR) e um Permeado de MF (MFP), e (111) submeter o MFP originário da etapa (ii) à ultrafiltração (UF) para obter um Retentado de UF (UFR) e um Permeado de UF (UFP).
9. PROCESSO, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 8, caracterizado pelo fator de concentração de volume no qual a etapa de ultrafiltração opera estar na faixa de 20 a 200.
10. PROCESSO, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 9, caracterizado pela fabricação da etapa (c) incluir pelo menos uma dentre secagem, concentração, suplementação com vitaminas, minerais, lipídeos e/ou fibras alimentares, embalagem.
11. PROCESSO, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 10, caracterizado pelo leite animal desengordurado ser a única fonte de proteína para o produto de fórmula infantil e/ou o produto lácteo.
12. PRODUTO DE FÓRMULA INFANTIL, caracterizado por poder ser obtido pela etapa (c) do processo, conforme definido em qualquer uma das reivindicações 1 a 11, ou um produto lácteo que pode ser obtido pela etapa (d) GED - 5111901v1 do processo, conforme definido em qualquer uma das reivindicações 1 a 11.
BR112019002684-3A 2016-08-08 2017-08-08 Processo para produzir um produto de fórmula infantil e um produto lácteo a partir de leite animal desengordurado e produto de fórmula infantil BR112019002684B1 (pt)

Applications Claiming Priority (3)

Application Number Priority Date Filing Date Title
EPPCT/EP2016/068911 2016-08-08
PCT/EP2016/068911 WO2018028765A1 (en) 2016-08-08 2016-08-08 Process for producing infant formula products and dairy products
PCT/EP2017/070116 WO2018029216A1 (en) 2016-08-08 2017-08-08 Process for producing infant formula products and dairy products

Publications (2)

Publication Number Publication Date
BR112019002684A2 BR112019002684A2 (pt) 2019-05-14
BR112019002684B1 true BR112019002684B1 (pt) 2023-07-18

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