BR102022022462A2 - Embalagem flexível reciclável compreendendo papel e processo de fabricação da mesma - Google Patents

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BR102022022462A2
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BR102022022462-5A
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Gabriela Neves Ferri
Donizeti Curcio Luciano
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All4Labels Gráfica Do Brasil Ltda.
Tecnoveg Indústria E Comércio Ltda
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Abstract

“EMBALAGEM FLEXÍVEL RECICLÁVEL COMPREENDENDO PAPEL E PROCESSO DE FABRICAÇÃO DA MESMA” A presente invenção se refere a uma embalagem flexível reciclável, selável, biodegradável e compostável para ser utilizada, entre outras possíveis aplicações, na embalagem de alimentos congelados, frios, vegetais em geral, bem como para produtos de higiene pessoal e doméstica entre outros, e também se refere ao seu processo de produção; Problema a ser resolvido: Prover uma solução de embalagem compreendendo papel que seja selável, compostável, reciclável e biodegradável e, ainda, seja confeccionada a partir de matéria prima renovável e de fonte não alimentícia; Resolução do problema: Para tanto, é proposto uma embalagem flexível, dita embalagem flexível sendo composta por camadas, sendo um substrato (10) confeccionado em papel, e um revestimento (20), revestindo o substrato (10), compreendendo uma resina biodegradável, sendo que dita resina biodegradável tem uma origem vegetal, sendo dita origem vegetal uma fonte não alimentícia.

Description

Campo da Invenção
[0001] A presente invenção se refere a uma embalagem flexível reciclável, selável, biodegradável e compostável para ser utilizada, entre outras possíveis aplicações, na embalagem de alimentos congelados, frios, vegetais em geral, bem como para produtos de higiene pessoal e doméstica entre outros, e também se refere ao seu processo de produção.
Fundamentos da Invenção
[0002] São conhecidas do estado da técnica embalagens flexíveis para o acondicionamento de produtos para comercialização, distribuição e venda em lojas especializadas, supermercados e estabelecimentos comerciais.
[0003] Essas embalagens, em sua maioria, são produzidas com material plástico e dotadas de meios para sua adequada vedação, que asseguram e garantem a inalterabilidade da qualidade do produto embalado, protegendo-o da contaminação dos agentes e efeitos externos que possam afetar e interferir na qualidade do alimento ali contido.
[0004] Mais especificamente, as embalagens atualmente produzidas e conhecidas do mercado, e pertencentes ao estado da técnica, são majoritariamente compostas de polímeros laminados como PP, PE, PET e Alumínio e/ou papéis revestidos com filme PET, PP e PE e não são compostáveis e biodegradáveis, sendo de difícil e quase impossível reciclagem.
[0005] As crescentes e atuais preocupações em todos os países do mundo com a qualidade do meio ambiente e da sustentabilidade do planeta tem impulsionado a busca e desenvolvimento de materiais a serem utilizados na produção de embalagens de alimentos em geral, que minimizem os impactos negativos ao meio ambiente, mas que ainda garantam a segurança na preservação da qualidade do produto embalado.
[0006] Do estado da técnica, já são conhecidas algumas soluções para embalagens recicláveis e/ou biodegradáveis (pelo menos parcialmente). Algumas soluções relativas a essas tecnologias são descritas nos documentos US5213858, JP2004238049, IN202021006382, BR202020012447, JP9175576, JP2002316384, JP2021160155, US2009072014 e JP2010125796, por exemplo.
[0007] Os documentos US5213858 e IN202021006382 já revelam respectivas embalagens biodegradáveis para bens perecíveis, tais como alimentos, respectivas embalagens sendo confeccionadas em camadas, sendo a primeira camada em papel e a segunda camada, revestindo a primeira, sendo em resina biodegradável, sendo dita resina biodegradável de origem vegetal, sendo proveniente de fonte alimentícia.
[0008] Por outro lado, cada uma das soluções desses documentos apresenta uma respectiva lacuna e/ou deficiência que pode ser melhorada. Primeiramente, nenhum desses aponta o poliuretano vegetal, especificamente, como a resina vegetal a ser utilizada.
[0009] Além disso, e discorrendo pontualmente sobre cada um deles, tem-se que a solução do documento US5213858 não é apta para ir ao forno de cocção, visto que a temperatura de fusão do componente polivinil álcool é de 200°C. Também se trata de um objeto de difícil reciclagem pois, para isso, é necessária uma prévia separação dos materiais que o compõem, tendo em vista que se trata de um material laminado com adesivo.
[0010] Ainda, a solução do documento IN202021006382 também não é apta para ir ao forno, visto que faz uso de uma resina acrílica (vide parágrafo 0037 desse documento), derivada de um monômero de acetato de vinil, cujo ponto de fusão é de 160°C. Ademais, o processo de fabricação do produto revelado por esse documento também é bastante diferente do processo da presente invenção, conforme será notado mais adiante.
[0011] Especificamente, sobre o processo de fabricação da solução de IN202021006382, tem-se que o mesmo compreende as etapas de revestimento de um filme não tratado com uma resina, impressão na superfície da resina, metalização de algumas porções da superfície impressa, laminação do filme impresso e metalizado com um papel revestido com barreira de umidade usando um adesivo, cura do papel laminado, liberação do filme a partir do papel, laminação do papel com um filme solúvel em água usando um adesivo e cura do papel laminado (vide parágrafo 0014 deste documento).
[0012] Os documentos BR202020012447, JP2004238049, JP9175576, JP2002316384, JP2021160155, US2009072014 e JP2010125796 já revelam, cada qual com sua particularidade, respectivas embalagens para bens perecíveis, tais como alimentos, respectivas embalagens sendo confeccionadas em camadas, sendo a primeira camada em papel e a segunda camada, revestindo a primeira, sendo em resina biodegradável.
[0013] Assim como os US5213858, e IN202021006382, esses também não preveem que a resina em questão compreenda poliuretano. Ainda, esses BR202020012447, JP2004238049, JP9175576, JP2002316384, JP2021160155, US2009072014 e JP2010125796 tampouco preveem que a resina em questão seja de origem vegetal.
[0014] O documento BR202020012447 também parece possuir inconvenientes relacionados a capacidade de ir ao forno. Isto porque é citado que a camada de revestimento pode ser confeccionada em polietileno de baixa densidade (PEBD), por exemplo, que pode formar bolhas quando submetido às altas temperaturas de um forno de cocção.
[0015] Por sua vez, a solução do documento JP2004238049 também não é apta para ir ao forno de cocção, pois a temperatura de fusão de seu composto principal, o polihidroxibutirato (PHB), é de 175 a 180°C. Aqui, destaca-se que os materiais para bandejas de alimentos devem suportar, no mínimo, 220°C. Além disso, o produto desse documento também não é totalmente biodegradável, tampouco compostável e é difícil de ser reciclado, visto que se trata de um material laminado em diversas camadas, que demanda separação.
[0016] Reitera-se que nenhum dos documentos apontados acima prevê uma resina de origem vegetal para revestimento de um substrato, para formar um material compósito (em camadas), dita resina compreendendo poliuretano, especificamente.
[0017] Ademais, outro aspecto a ser levado em consideração diz respeito a perspectiva de uma eventual falta de alimentos ao redor do globo. Isto porque, é previsto que o mundo não terá alimento suficiente no futuro, caso o crescimento populacional e o consumo continuem no mesmo ritmo.
[0018] Mais detalhadamente, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a população mundial irá alcançar aproximadamente dez bilhões de pessoas até o ano de 2050 e as mudanças climáticas podem causar uma perda de cerca de 17% nas plantações/colheitas. Além disso, as áreas cultiváveis ao redor do globo podem ser reduzidas em aproximadamente 20%. Estima-se, também, que os países emergentes, tal como o Brasil, serão responsáveis pela produção de 80% de toda a demanda global por alimentos.
[0019] Diante deste cenário, fica evidente a necessidade de economia de matéria- prima vegetal de fonte não alimentícia.
[0020] Assim, e apesar das soluções descritas acima se mostrarem funcionais para os objetivos para os quais foram viabilizadas, nota-se que ainda há lacunas no estado da técnica no que se refere à provisão de uma solução simples, de baixo custo e fácil fabricação, apta para ir ao forno de cocção e, portanto, resistir a temperaturas de no mínimo 220°C, que seja compostável, reciclável e biodegradável e, ainda, seja confeccionada a partir de matéria prima renovável e de fonte não alimentícia.
[0021] É com base neste cenário que surge a invenção em questão.
Objetivos da Invenção
[0022] Assim, é objetivo fundamental da invenção em questão conceber uma embalagem flexível reciclável totalmente biodegradável, compostável e selável;
[0023] De maneira mais específica, é objetivo da presente invenção apresentar uma solução apta para resistir ao forno convencional e micro-ondas e que apresente barreira a gordura e umidade;
[0024] Ainda, é objetivo da presente invenção descrever uma solução simples, de baixo custo e de fácil fabricação;
[0025] Ademais, é objetivo da presente invenção revelar uma solução capaz de resistir a altas temperaturas e, portanto, apta para ir ao forno de cocção;
[0026] Outro objetivo é descrever uma solução que seja capaz de mitigar problemas relativos à sustentabilidade;
[0027] Também é objetivo da presente invenção prover uma solução que seja confeccionada a partir de matéria-prima renovável e de fonte não alimentícia.
Sumário da Invenção
[0028] Os objetivos acima resumidos são alcançados por meio de uma embalagem flexível reciclável, sendo composta por camadas, sendo um substrato confeccionado em papel, e um revestimento, aplicado no substrato, compreendendo uma resina biodegradável, sendo que dita resina tem origem vegetal, sendo dita origem vegetal uma fonte não alimentícia. Mais especificamente, dita resina biodegradável compreende poliuretano vegetal. Ainda de maneira mais específica, a origem vegetal contém em sua composição, majoritariamente, ácidos palmítico, linoléico, esteárico e oléico. Além disso, dita origem vegetal é isenta de valores nutricionais, por exemplo, pelo menos um dentre óleo de mamona e/ou óleo de palma.
[0029] Assim, a embalagem flexível reciclável da presente invenção é totalmente biodegradável e totalmente compostável, além de ser passível de reciclagem direta na cadeia de reciclagem do papel.
[0030] A embalagem flexível reciclável é uma embalagem primária e/ou secundária. Ainda, referida embalagem flexível reciclável é hábil a receber impressão decorativa e/ou informativa, é hábil de ser selável consigo própria, hábil a resistir, sem apresentar desprendimento de quaisquer substâncias nocivas, a exposição ao forno de cocção convencional ou forno micro-ondas e hábil de resistir a temperatura mínima de -35°C. Ainda, dita embalagem flexível reciclável é impermeável a óleos, gorduras e umidade.
[0031] No que se refere ao processo de fabricação da embalagem flexível reciclável, esse compreende as seguintes etapas: submeter o substrato a um processo de revestimento, de modo a aplicar resina biodegradável sobre uma face do substrato para conceber um material revestido; submeter o material revestido a um processo de cura; submeter o material revestido já curado à selagem para configurar uma embalagem flexível reciclável.
[0032] De maneira mais específica, e de acordo com uma primeira concretização, o processo de revestimento pode ser realizado de duas maneiras: comma roll (ou comma coating) e slot die coating.
[0033] O comma roll (ou comma coating) consiste em posicionar e tensionar o substrato junto a pelo menos um rolete; deslocar o substrato ao longo de dito pelo menos um rolete, aplicar resina biodegradável sobre a face do substrato; raspar uma porção de resina biodegradável aplicada ao substrato, utilizando um cilindro de altura ajustável, de modo a configurar um material revestido.
[0034] O slot die coating consiste em: deslocar o substrato adjacentemente a um canal de saída de um reservatório contendo resina biodegradável, aplicar resina biodegradável, proveniente do canal de saída do reservatório, sobre a face do substrato de maneira a uniformizar e otimizar a aplicação do revestimento e definir um material revestido.
[0035] Também de maneira mais específica, o processo de cura consiste em: submeter o material revestido a uma primeira temperatura predeterminada por um período, de modo a acelerar a polimerização, e conceber um material revestido já curado.
[0036] Ainda de maneira específica, de acordo com uma primeira concretização, o processo de selagem consiste em: posicionar um artigo a ser embalado junto ao material revestido já curado; dobrar, com auxílio de guias, o material revestido já curado, em um eixo de dobra, de modo a envolver o artigo a ser embalado; realizar a selagem do material revestido já curado em três diferentes mordentes de selagem, de modo a embalar o artigo, definindo uma embalagem flexível reciclável fechada; cortar individualmente o material revestido já curado.
[0037] Também de maneira específica, de acordo com uma segunda concretização, o processo de selagem consiste em: dobrar, com auxílio de guias, o material revestido já curado, em um eixo de dobra; realizar a selagem do material revestido já curado em um primeiro mordente de selagem; realizar a selagem do material revestido já curado em um segundo mordente de selagem; o primeiro e o segundo mordente de selagem sendo transversais entre si, de modo a definir uma embalagem flexível reciclável semi-fechada; acondicionar o artigo na embalagem flexível reciclável semi-fechada; realizar a selagem do material revestido já curado em um terceiro mordente de selagem, que é paralelo ao segundo mordente de selagem; cortar individualmente o material revestido já curado.
Descrição Resumida dos Desenhos
[0038] A invenção em questão passa a ser pormenorizadamente detalhada com base nas figuras ilustrativas abaixo listadas:
[0039] A figura 1 ilustra esquematicamente um dos possíveis processos de revestimento, para fabricação do produto revestido utilizado para confecção da embalagem flexível reciclável da presente invenção;
[0040] A figura 2 ilustra esquematicamente outro dos possíveis processos de revestimento, para fabricação do produto revestido utilizado para confecção da embalagem flexível reciclável da presente invenção;
[0041] A figura 3 ilustra uma vista esquemática do material revestido, o qual será utilizado para confecção da embalagem flexível reciclável da presente invenção;
[0042] A figura 4 ilustra uma vista do produto final, ou seja, da embalagem flexível reciclável e biodegradável, já após o processo de cura do revestimento e selagem.
[0043] A figura 5 ilustra um desenho esquemático do sistema vertical de selagem.
[0044] A figura 6 ilustra um desenho esquemático do sistema horizontal de selagem.
Descrição Detalhada da Invenção
[0045] A presente invenção diz respeito a uma embalagem flexível reciclável, dita embalagem flexível sendo composto por camadas, sendo uma primeira camada - o substrato 10 - confeccionada em papel e uma segunda camada - o revestimento 20 - revestindo a primeira camada, compreendendo resina biodegradável, sendo que dita resina biodegradável tem uma origem vegetal, dita origem vegetal sendo uma fonte não alimentícia.
[0046] Mais especificamente, dita resina biodegradável compreende poliuretano (PU). A resina biodegradável da embalagem objeto da presente invenção é bicomponente líquido com 100% de teor de sólidos, apresentando alta flexibilidade, resistência à abrasão e ao calor, sendo composta majoritariamente de PU e óleos vegetais.
[0047] A resina biodegradável em questão (compreendendo poliuretano vegetal) é o grande diferencial qualitativo da invenção em tela, pois além de agregar resistência mecânica, estabilidade, selagem e barreira a gorduras e à umidade para a funcionalidade da embalagem flexível, é totalmente compostável, totalmente biodegradável e reciclável, tornando o produto final 100 (a embalagem flexível reciclável), também, provido desses atributos.
[0048] No que tange a origem vegetal da resina biodegradável, para que os efeitos desejados pela presente invenção sejam alcançados, é imprescindível que a mesma compreenda, em sua composição, majoritariamente, ácidos palmítico, linoleico, esteárico e oléico.
[0049] De maneira mais específica, a origem vegetal em questão é proveniente de fonte não alimentícia, ou seja, plantas (vegetais, árvores, folhas, entre outras) sem valores nutricionais e/ou que não podem ser utilizadas como fonte de alimento.
[0050] De maneira preferencial, exemplo de matéria-prima de origem vegetal e fonte não alimentícia que pode ser utilizada para produção da resina biodegradável em questão é o óleo de mamona, ou o óleo de palma, ou ambos, conhecidamente não comestível, ou seja, não utilizado como fonte de alimento.
[0051] Ainda, ressalta-se que, sobre a reciclagem da referida embalagem flexível reciclável, essa é passível de reciclagem direta dentro da cadeia de reciclagem do papel, ou seja, sem necessidade de separação prévia dos materiais que a compõem, tal como acontece nas embalagens laminadas com adesivo, de acordo com o estado da técnica descrito acima.
[0052] Também de maneira preferencial, a embalagem flexível reciclável, objeto do presente pedido de patente, é uma embalagem primária. Embalagens primárias são assim denominadas pelo fato de estarem em contato direto com o produto, ou seja, com o produto contido no seu interior, sendo responsável por proteger e manter inalterada a qualidade do produto embalado. De maneira alternativa, a embalagem flexível reciclável da presente invenção também pode ser utilizada como embalagem secundária.
[0053] As embalagens flexíveis recicláveis da presente invenção são, preferencialmente, produzidos utilizando papel como material para o substrato 10 e, ainda como exemplo, papel kraft ou couchê, submetendo-se o papel a um processo de revestimento com resina vegetal - compreendendo poliuretano vegetal - obtida a partir de recursos naturais, renováveis e de fonte não alimentícia.
[0054] Tanto o papel como a resina biodegradável (compreendendo PU vegetal), podem ir ao freezer, visto que suportam uma temperatura mínima de -35°C e, ainda, atendem aos requisitos de cocção em alta temperatura (ou seja, suportam temperatura máxima de 280°C), de modo que a embalagem flexível reciclável da invenção possa ser levada ao forno, e ainda mantenha a proteção contra as gorduras e a umidade, permitindo, também, a selagem da embalagem flexível reciclável consigo própria, ou seja, uma porção da pacote de fluxo biodegradável sendo fixa a outra porção do mesmo pacote de fluxo biodegradável.
[0055] O substrato 10, ou seja, a primeira camada da embalagem flexível reciclável em questão é, conforme mencionado acima, como exemplo confeccionado em papel kraft ou couchê, sendo que o mesmo é produzido com componentes de baixa migração, adequado para o contato direto com os alimentos e tendo capacidade para suportar, sem perda de qualidade do produto embalado, o forno micro-ondas e o forno convencional.
[0056] O papel é a preferencial matéria prima base (substrato 10) do produto objeto do presente pedido de patente, e possibilita alcançar elevada propriedade de resistência mecânica, para adquirir o correto equilíbrio entre maleabilidade e rigidez, aceitabilidade e assimilação da resina biodegradável (compreendendo PU vegetal) de modo que, durante o processo de revestimento seja possível bloquear a superfície e todos os poros do substrato 10.
[0057] O processo de revestimento do substrato 10 é feito através de um sistema de raspagem industrialmente chamado de comma roll ou comma coating ou, alternativamente, slot die coating. Esses processos de revestimento serão detalhadamente descritos na sequência, mas ambos consistem na aplicação da resina biodegradável sobre um substrato, no qual a dita resina biodegradável é curada consistindo em um produto final revestido, biodegradável, compostável, reciclável e selável.
[0058] O processo de comma roll consiste em deslocar o substrato ao longo de pelo menos um rolete 30, atravessar o substrato 10 junto a um reservatório 40 contendo resina biodegradável para realizar a aplicação da referida resina biodegradável sobre uma face do substrato 10 e, em seguida, raspar o excesso resina biodegradável aplicada ao substrato 10, sendo dita raspagem executada por um cilindro de altura ajustável 50, de maneira a uniformizar e otimizar a aplicação do revestimento 20 e definir um material revestido 60.
[0059] O processo de slot die consiste em deslocar o substrato 10 adjacentemente a um canal de saída de um reservatório 40 contendo resina biodegradável, aplicar resina biodegradável, proveniente do canal de saída do reservatório 40, sobre a face do substrato 10 de maneira a uniformizar e otimizar a aplicação do revestimento 20 e definir um material revestido 60.
[0060] A resina biodegradável, ao ser submetida a uma temperatura específica, tem a reação de polimerização acelerada de forma a viabilizar o processo industrial de revestimento. A reação de polimerização pode ser acelerada por diferentes meios de aquecimento, tais como fluxo de ar aquecido ou por micro-ondas, sendo que ambos são eficazes.
[0061 ] Após isso, é possível - e opcional - realizar a impressão de qualquer arte desejada, em diferentes métodos, utilizando tintas UV, base solvente, água e/ou óleo.
[0062] Então, é realizado o acondicionamento do artigo a ser embalado junto ao material revestido 60 já curado, bem como sua selagem e corte, de modo a conformar/definir o produto final 100, a saber, a embalagem flexível reciclável fechada (e contendo o artigo), que assume, preferencialmente, o formato de flowpack (pacote selado nas extremidades, tal como embalagens de barras de chocolate, sabonetes, etc.). Destaca-se que o corte pode se dar em diferentes dimensões, conferindo ao produto final 100 distintos formatos e características, conforme a destinação e finalidade da embalagem flexível reciclável em questão. Além disso, reitera-se que a selagem do material revestido 60 já curado se dá consigo próprio, ou seja, uma região desse material revestido 60 já curado sendo fixo a outra região dele mesmo.
[0063] Mais especificamente, sobre essas últimas etapas do processo, ou seja, sobre o acondicionamento do artigo a ser embalado, selagem e corte, tem-se que é possível realizá-lo de duas maneiras, basicamente, conforme abaixo.
[0064] O material revestido 60 já curado é inserido em um equipamento que realiza o processo de selagem a quente. Esta máquina pode executar o processo tanto por um sistema vertical ou horizontal de selagem. O sistema vertical de selagem é definido pela inserção do artigo a ser embalado após selagem da lateral e base da embalagem flexível reciclável, enquanto no sistema horizontal, primeiro é realizada a inserção do produto para então, realizar a selagem da embalagem flexível reciclável. As figuras 5 e 6 ilustram esquematicamente o sistema vertical de selagem e o sistema horizontal de selagem, respectivamente.
[0065] Mais especificamente, no processo horizontal, o material revestido 60 e já curado é deslocado com auxílio de roletes/guias e é justaposto ao artigo a ser embalado, então é realizada a dobra do material em sua porção frontal e a selagem em sua extremidade oposta à dobra, com as laterais ainda abertas. Em seguida, é realizada a selagem das laterais e o corte da embalagem.
[0066] Por outro lado, no processo vertical, o material revestido 60 já curado é deslocado com auxílio de roletes/guias e é dobrado para selagem de sua porção posterior, deixando base e topo ainda abertos. Em seguida, é realizada a selagem da base, definindo uma embalagem semi-fechada. Após isso, é realizada a inserção do artigo a ser embalado na embalagem semi-fechada. Por fim, é realizada a selagem do topo e corte da embalagem, de modo a definir a embalagem fechada.
[0067] A selagem é realizada por equipamentos com guias que dão o formato a embalagem, e chapas, que através de calor e pressão, promovem a selagem da embalagem flexível reciclável (parte selável com parte selável). Estas chapas geralmente são conhecidas como mordentes e, também, são responsáveis por conceder os designs com diferentes padrões de selagem à embalagem em questão.
[0068] Ainda, vale ressaltar que nos processos acima a selagem e corte foram definidas como etapas sequenciais, mas dependendo do processo e do equipamento em questão, a sequência das etapas pode ser invertida ou elas podem acontecer de maneira simultânea (ou quase simultânea).
[0069] Portanto, o objeto do presente pedido de patente consiste em uma embalagem flexível reciclável, para alimentos e/ou produtos em geral, selável, biodegradável, compostável, produzida segundo um processo diferenciado e inovador, que resulta em um produto com qualidades e vantagens diferenciadas em relação aos produtos já conhecido no mercado e pertencentes ao estado da técnica.
[0070] Além das vantagens já citadas, ressalta-se que referida embalagem flexível reciclável também é impermeável a óleos, gorduras e umidade.
[0071] É importante ressaltar que a descrição acima tem como único objetivo descrever de forma exemplificativa a concretização particular da invenção em questão. Portanto, torna-se claro que modificações, variações e combinações construtivas dos elementos que exercem a mesma função substancialmente da mesma forma para alcançar os mesmos resultados, continuam dentro do escopo de proteção delimitado pelas reivindicações anexas.

Claims (20)

1. Embalagem flexível reciclável, sendo composta por camadas, sendo um substrato (10) confeccionado em papel, e um revestimento (20), revestindo o substrato (10), compreendendo uma resina biodegradável, dito embalagem flexível reciclável sendo CARACTERIZADO pelo fato de que dita resina tem origem vegetal, sendo dita origem vegetal uma fonte não alimentícia.
2. Embalagem flexível reciclável, de acordo com a reivindicação 1, CARACTERIZADO pelo fato de que dita resina biodegradável compreende poliuretano vegetal.
3. Embalagem flexível reciclável, de acordo com a reivindicação 1, CARACTERIZADO pelo fato de que a origem vegetal compreende, em sua composição, majoritariamente, ácidos palmítico, linoléico, esteárico e oléico.
4. Embalagem flexível reciclável, de acordo com a reivindicação 1, CARACTERIZADO pelo fato de que a origem vegetal é isenta de valores nutricionais.
5. Embalagem flexível reciclável, de acordo com a reivindicação 4, CARACTERIZADO pelo fato de que a origem vegetal compreende pelo menos um dentre óleo de mamona e óleo de palma.
6. Embalagem flexível reciclável, de acordo com a reivindicação 1, CARACTERIZADO pelo fato de que é totalmente biodegradável e totalmente compostável.
7. Embalagem flexível reciclável, de acordo com a reivindicação 1, CARACTERIZADO pelo fato de que é passível de reciclagem direta na cadeia de reciclagem do papel.
8. Embalagem flexível reciclável, de acordo com a reivindicação 1, CARACTERIZADO pelo fato de que o Embalagem flexível reciclável é uma embalagem primária e/ou secundária.
9. Embalagem flexível reciclável, de acordo com a reivindicação 1, CARACTERIZADO pelo fato de ser hábil a receber impressão decorativa e/ou informativa.
10. Embalagem flexível reciclável, de acordo com a reivindicação 1, CARACTERIZADO pelo fato de ser selável consigo própria.
11. Embalagem flexível reciclável, de acordo com a reivindicação 1, CARACTERIZADO pelo fato ser impermeável a óleos, gorduras e umidade.
12. Embalagem biodegradável, de acordo com a reivindicação 1, CARACTERIZADA pelo fato de ser hábil a resistir, sem apresentar desprendimento de quaisquer substâncias nocivas, a exposição ao forno de cocção convencional ou forno micro-ondas.
13. Embalagem biodegradável, de acordo com a reivindicação 1, CARACTERIZADA pelo fato de ser hábil de resistir a temperatura mínima de -35°C.
14. Processo de fabricação de embalagem flexível reciclável, conforme definido na reivindicação 1, CARACTERIZADO pelo fato de compreender as seguintes etapas: submeter o substrato (10) a um processo de revestimento, de modo a aplicar resina biodegradável sobre uma face do substrato (10) para conceber um material revestido (60); submeter o material revestido (60) a um processo de cura; submeter o material revestido (60) já curado à selagem para configurar uma embalagem flexível reciclável.
15. Processo de fabricação de embalagem flexível reciclável, de acordo com a reivindicação 14, CARACTERIZADO pelo fato de que o processo de revestimento consiste em um sistema de raspagem industrialmente chamado de comma roll ou, alternativamente, slot die coating.
16. Processo de fabricação de embalagem flexível reciclável, de acordo com a reivindicação 15, CARACTERIZADO pelo fato de que o processo de comma roll consiste em: posicionar e tensionar o substrato (10) junto a pelo menos um rolete (30); deslocar o substrato (10) ao longo de dito pelo menos um rolete (30); atravessar o substrato (10) por um reservatório (40) contendo resina biodegradável; aplicar resina biodegradável sobre a face do substrato (10); raspar uma porção de resina biodegradável aplicada ao substrato (10), utilizando um cilindro de altura ajustável (50), de modo a configurar um material revestido (60).
17. Processo de fabricação de embalagem flexível reciclável, de acordo com a reivindicação 15, CARACTERIZADO pelo fato de que o processo de slot die coating consiste em: deslocar o substrato (10) adjacentemente a um canal de saída de um reservatório (40) contendo resina biodegradável; aplicar resina biodegradável, proveniente do canal de saída do reservatório (40), sobre a face do substrato (10), obtendo o material revestido.
18. Processo de fabricação de embalagem flexível reciclável, de acordo com a reivindicação 14, CARACTERIZADO pelo fato de que o processo de cura consiste em: submeter o material revestido (60) a uma primeira temperatura predeterminada por um período, de modo a acelerar a polimerização, e conceber um material revestido (60) já curado.
19. Processo de fabricação de embalagem flexível reciclável, de acordo com a reivindicação 14, CARACTERIZADO pelo fato de que o processo de selagem é do tipo horizontal e consiste em: posicionar um artigo a ser embalado junto ao material revestido (60) já curado; dobrar, com auxílio de guias, o material revestido (60) já curado, em um eixo de dobra, de modo a envolver o artigo a ser embalado; realizar a selagem do material revestido (60) já curado em três diferentes mordentes de selagem, de modo a embalar o artigo, definindo uma embalagem flexível reciclável fechada; cortar o material revestido (60) já curado.
20. Processo de fabricação de embalagem flexível reciclável, de acordo com a reivindicação 14, CARACTERIZADO pelo fato de que o processo de selagem é do tipo vertical e consiste em: dobrar, com auxílio de guias, o material revestido (60) já curado, em um eixo de dobra; realizar a selagem do material revestido (60) já curado em um primeiro mordente de selagem; realizar a selagem do material revestido (60) já curado em um segundo mordente de selagem; o primeiro e o segundo mordentes de selagem sendo transversais entre si, de modo a definir uma embalagem flexível reciclável semi-fechada; acondicionar o artigo na embalagem flexível reciclável semi-fechada; realizar a selagem do material revestido (60) já curado em um terceiro mordente de selagem, que é paralelo ao segundo mordente de selagem; cortar o material revestido (60) já curado.
BR102022022462-5A 2022-11-04 Embalagem flexível reciclável compreendendo papel e processo de fabricação da mesma BR102022022462A2 (pt)

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