BR102020015241A2

BR102020015241A2 - Produção de farinha de sementes de melancia africana (citrullus lanatus var. citroides)

Info

Publication number: BR102020015241A2
Application number: BR102020015241-6A
Authority: BR
Inventors: Daniela Dantas De Farias Leite; Alexandre José De Melo Queiroz; Rossana Maria Feitosa De Figueirêdo; Francislaine Suelia Dos Santos
Original assignee: Universidade Federal De Campina Grande - Pb
Priority date: 2020-07-27
Filing date: 2020-07-27
Publication date: 2022-02-08

Abstract

produção de farinha de sementes de melancia africana (citrullus lanatus var. citroides). a presente invenção propicia produção de farinha de sementes de melancia africana (citrullus lanatus var. citroides). o produto em questão apresenta o processo de obtenção de farinha a partir das sementes de melancia africana através da desidratação em secador convectivo em diferentes temperaturas. destacando-se como uma alternativa de aproveitamento tecnológico e industrial das sementes, com potencial de aplicabilidade no desenvolvimento de novos produtos, buscando fontes nutricionais alternativas, como suplemento alimentar e sendo resíduos agrícolas importantes e normalmente desperdiçados.

Description

PRODUÇÃO DE FARINHA DE SEMENTES DE MELANCIA AFRICANA (CITRULLUS LANATUS VAR. CITROIDES)

CAMPO DE INVENÇÃO

[001] A presente invenção trata da elaboração de um alimento a partir das sementes de melancia africana. A invenção refere-se ao processo de secagem convectiva de sementes em diferentes temperaturas (50 a 80 °C) e velocidade do ar (0,5-1,5 m/s), no qual o produto obtido pode ser aplicado na indústria alimentícia, visando sua utilização no desenvolvimento de novos produtos e como substituto de farinhas convencionais já disponíveis no mercado, visto que possui excelente composição nutricional.

ANTECEDENTES DA INVENÇÃO

[002] A melancia africana (Citrullus lanatus var. citroides), conhecida também como melancia forrageira, de cavalo, do mato, de porco ou caiana (DAHL JENSEN et al., 2011), pertence à família Cucurbitaceae e tem elevado potencial para uso em regiões áridas e semiáridas como recurso forrageiro (SANTOS et al., 2017). É utilizada para alimentar animais, em diversas regiões do mundo, podendo, também, ser utilizada na alimentação humana.

[003] Durante o processamento da melancia, grandes quantidades de resíduos, como cascas e sementes, são descartadas (VERONEZI e JORGE, 2015; MALLEK-AYADI et al., 2018). Esses resíduos têm recebido enorme interesse devido as suas importantes propriedades nutricionais, componentes químicos e bioativos.

[004] Entretanto, os resíduos agroindustriais, geralmente, possuem alto teor de água e sua vida útil é limitada, sendo necessária a adoção de tecnologias de conservação. Uma opção viável para as sementes é a desidratação, que objetiva reduzir o excedente de umidade, possibilitando sua transformação em farinha, podendo, assim, ser incorporada à outras farinhas de sementes de consumo tradicional para elaboração de pães, biscoitos, bolos, dentre outros produtos.

[005] Estão disponíveis na literatura uma série de estudos envolvendo uso de farinha de sementes (STORCK et al., 2013; MACAGNAN et al., 2014; RODRIGUES et al., 2014; GARCIA et al., 2017), entretanto não foram encontradas referências que abordem a composição química da farinha das sementes de melancia africana, sendo necessário estudos que aprofundem o conhecimento sobre essa semente.

[006] Na literatura de patentes, pode-se citar a patente CA 2004000919, que relata a produção de farinha de semente oleaginosa de canola para recuperação de isolados de proteína de canola a partir deste. De acordo com a presente invenção, o método tem vantagens quanto a minimização dos componentes na farinha que afetam de forma adversa a cor e o aroma do isolado de proteína derivado da farinha de semente oleaginosa, diferenciando-se da referida invenção. Não havendo qualquer semelhança com a presente invenção.

[007] A patente BR 102014012478-0 A2 descreve um processo de obtenção de farinha a base de semente de melão amarelo. O processo resulta em um produto de baixo custo, de fácil reprodução, com qualidade microbiológica, físico-química (acidez e pH) e nutricionais (umidade, proteínas, lipídios, carboidratos, fibras e cinzas). Entretanto, as altas temperaturas utilizadas podem degradar componentes importantes encontrados na semente de melão amarelo. A referida patente não tem qualquer semelhança com a presente invenção.

[008] Apesar da utilização culinária de farinhas de sementes na região Nordeste não existem estudos disponíveis sobre seu aproveitamento ou sobre a utilização da farinha de sementes de melancia africana havendo, assim, uma demanda por estudos que caracterizem seus aspectos tecnológicos. Esses estudos se justificam pela importância do desenvolvimento de novos produtos, a procura por fontes nutricionais alternativas, como suplemento alimentar e como aproveitamento de resíduos agrícolas importantes e normalmente desperdiçados.

[009] Até o momento não foram encontrados relatos sobre a secagem de sementes de melancia africana para produção de farinha.

OBJETIVO DA INVENÇÃO

[010] O objetivo da invenção é a elaboração de uma farinha tendo como matéria-prima sementes de melancia africana (Citrullus lanatus var. citroides), justificando-se pela importância do desenvolvimento de novos produtos, a procura por fontes nutricionais alternativas, como suplemento alimentar e como aproveitamento de resíduos agrícolas importantes e normalmente desperdiçados.

SUMÁRIO DA INVENÇÃO

[011] É um dos objetos da presente invenção propiciar um processo para obtenção do produto farinha de sementes de melancia africana, compreendendo as seguintes etapas de:

a. Processamento da melancia;
b. Preparo das sementes;
c. Secagem e trituração das sementes;

[012] Estes e outros objetos da presente invenção serão melhor compreendidos e valorizados a partir da descrição detalhada da invenção que têm como objetivo apenas ilustrar um dos inúmeros meios de se realizar a invenção, não limitando portando seu escopo.

BREVE DESCRIÇÃO DAS FIGURAS

[013] A Figura 1 apresenta o processo de obtenção da farinha de sementes de melancia africana.

DESCRIÇÃO DETALHADA DA INVENÇÃO

[014] A presente invenção refere-se à elaboração da farinha de sementes de melancia africana, de acordo com os seguintes componentes:

a. Processamento da melancia;
b. Preparo das sementes;
c. Secagem e trituração das sementes.

[015] As melancias foram colhidas no estádio de maturação maduras, e selecionadas manualmente para eliminar os frutos que apresentavam danos físicos.

[016] Os frutos selecionados foram lavados em água corrente para retirada de sujidades e, em seguida, imersos em solução de hipoclorito de sódio (50-100 ppm) por um período de 5-10 minutos. As melancias foram fracionadas em partes menores e a polpa separada manualmente da casca. Em seguida foi realizado o despolpamento em despolpadeira de aço inoxidável, onde permitiu a separação das sementes da polpa.

[017] As sementes foram lavadas em água corrente, sanitizadas com hipoclorito (50 ppm por 15 min) e colocadas em bandejas para evaporação da água superficial, por aproximadamente 2 h; em seguida foram distribuídas em recipientes adequados (bandejas) e submetidas a secagem em secador convectivo, variando-se a temperatura de secagem (50 a 80 °C) e velocidade do ar de (0,5-1,5 m/s)

[018] Após o processo de secagem, as sementes foram trituradas em moinho de facas ou equipamento equivalente para obtenção da farinha.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

[019] DAHL JENSEN, B.; TOURÉ, F. M.; HAMATTAL, M. A.; TOURÉ, F. A.; NANTOUMÉ, A. D. Watermelons in the Sand of Sahara: cultivation and use of indigenous landraces in the Tombouctou Region of Mali. Ethnobotany Research and Applications, v. 9, n. 1, p. 151-162, 2011.

[020] GARCIA, D. M.; ALENCAR, U. R.; MOTA, B. D.; BORGES, I. R.; SOUZA, P. O. Determinação de características tecnológicas de farinhas produzidas a partir de resíduos de polpas de mamão, melão e goiaba e sua utilização na elaboração de biscoitos tipo cookies. Scientia Tec: Revista de Educação, v. 4, n. 1, p. 29-41, 2017.

[021] MACAGNAN, F. T.; MOURA, F. A.; SANTOS, L. R.; BIZZANI, M.; SILVA, L. P. Caracterização nutricional e resposta sensorial de pães de mel com alto teor de fibra alimentar elaborados com farinhas de subprodutos do processamento de frutas. Boletim do Centro de Pesquisa de Processamento de Alimentos, v. 32, n. 2, p. 201-210, 2014

[022] MALLEK-AYADI, S.; BAHLOUL, N.; KECHAOU, N. Chemical composition and bioactive compounds of Cucumis melo L. seeds: potential source for new trends of plant oils. Process Safety and Environmental Protection, v. 113, p. 68-77, 2018.

[023] RODRIGUES, L. A.; FERREIRA, C. L. P.; BARROS, W. M. B. Desenvolvimento de biscoito do tipo cookie elaborado com composto farináceo a partir de sementes e com duas diferentes frutas secas. Revista Ciências Exatas e Naturais, v. 1, n. 1, p. 1-11, 2014.

[024] SANTOS, R. M.; MELO, N. F.; FONSECA, M. A. J.; QUEIROZ, M. A. A. Combining ability of forage watermelon (Citrullus lanatus var citroides) germplasm. Revista Caatinga, v. 30, n. 3, p. 768-775, 2017.

[025] STORCK, C. R.; NUNES, G. L.; OLIVEIRA, B. B.; BASSOL, C. Folhas, talos, cascas e sementes de vegetais: composição nutricional, aproveitamento na alimentação e análise sensorial de preparações. Ciência Rural, v. 43, n. 3, p. 537-543, 2013.

[026] VERONEZI, C. M.; JORGE, N. Chemical characterization of the lipid fractions of pumpkin seeds. Nutrition & Food Science, v. 45, n. 1, p. 164-173, 2015.

Claims

PRODUÇÃO DE FARINHA DE SEMENTES DE MELANCIA AFRICANA (Citrullus lanatus var. citroides) caracterizado por compreender as seguintes etapas:
- a. Processamento da melancia;
- b. Preparo das sementes;
- c. Secagem e trituração das sementes
PRODUÇÃO DE FARINHA DE SEMENTES DE MELANCIA AFRICANA de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por ser realizado a partir do processamento da melancia, deve ser submetida a seleção, lavagem, sanitização, enxágue, corte e separação das sementes em despolpadeira.
PRODUÇÃO DE FARINHA DE SEMENTES DE MELANCIA AFRICANA de acordo com a reivindicação 2, caracterizado por ser realizado o processamento da melancia (etapa a), em seguida as sementes devem ser lavadas, sanitizadas, seguida de enxague e colocadas em bandejas para evaporação da água superficial, por aproximadamente 2 h.
PRODUÇÃO DE FARINHA DE SEMENTES DE MELANCIA AFRICANA de acordo com a reivindicação 3, caracterizado por ser realizado o preparo das sementes (etapa b), para o processo de secagem, as sementes devem ser colocadas em recipientes adequados (bandejas) e submetidas ao processo de desidratação em secador convectivo, com a temperatura variando entre 50 e 80 °C, após a secagem as sementes secas seguem para trituração em moinho ou processador, preferencialmente em moinho de facas para obtenção da farinha de sementes de melancia africana.
PRODUÇÃO DE FARINHA DE SEMENTES DE MELANCIA AFRICANA de acordo com a reivindicação 4, caracterizado por ser um produto com constituintes químicos concentrados, rico em amido, lipídios e proteínas, com grande potencial de inserção no mercado consumidor, por apresentar características semelhantes a farinhas comercializadas.