BR102020013265A2 - Extratos enriquecidos de compostos fenólicos totais e flavonoides obtidos a partir da casca e mistura de casca e sementes de noni (morinda citrifolia l.) submetidas à processo fermentativo - Google Patents

Abstract

extratos enriquecidos de compostos fenólicos totais e flavonoides obtidos a partir da casca e mistura de casca e sementes de noni (morinda citrifolia l.) submetidas à processo fermentativo. o presente documento de patente refere-se a obtenção de extratos com teores aumentados de compostos fenólicos totais e flavonoides totais obtidos após a fermentação em estado sólido da farinha da casca de noni e mistura das farinhas de casca e sementes de noni (morinda citrifolia l.). as farinhas com umidade inicial de 50% e 70% foram submetidas à fermentação em estado sólido utilizando aspergillus niger. nos tempos de 24, 48, 72, 96 e 168 h de fermentação retirou-se um fermentado para a obtenção dos extratos. extratos das farinhas fermentadas foram obtidos separadamente com água destilada, etanol à 40% e etanol à 80%. após a fermentação, obteve-se em todos os extratos aumentos nos teores de fenólicos totais e flavonoides totais, quando comparado aos extratos obtidos das farinhas não fermentadas. desta forma todos extratos obtidos das farinhas fermentadas demonstraram potencial promissor como fonte de compostos bioativos de interesse para as indústrias alimentícia, farmacêutica e cosmética.

Description

EXTRATOS ENRIQUECIDOS DE COMPOSTOS FENÓLICOS TOTAIS E FLAVONOIDES OBTIDOS A PARTIR DA CASCA E MISTURA DE CASCA E SEMENTES DE NONI (MORINDA CITRIFOLIA L.) SUBMETIDAS À PROCESSO FERMENTATIVO

[001] A presente invenção trata-se da obtenção de extratos com teores aumentados de compostos fenólicos totais e flavonoides totais obtidos após a fermentação em estado sólido da farinha da casca de noni e mistura das farinhas de cascas e sementes de noni (Morinda citrifoli L.).

[002] O noni, espécie originária do Sudeste Asiático, é encontrado em diversas regiões tropicais do mundo e apresenta grande adaptabilidade a regiões costeiras e a altas altitudes. É um arbusto de médio porte, com frutos de forte odor, ovais, com muitas sementes, chegando a pesar 800 g (EMBRAPA. Produção de Mudas de Noni (Morinda citrifolia L.) - Comunicado Técnico, 2010). A polpa é creme, carnosa e suculenta, apresenta sabor e aroma não muito agradáveis, lembrando o sabor de um queijo maturado. (BELTRÃO, FAS., SOUZA, K.P., SILVA, J.M. Caracterização de noni (Morinda citrifolia L). Engenharia Ambiental - Espírito Santo do Pinhal, v. 11, n. 1, p. 38-44, 2014).

[003] No Brasil, principalmente na região Nordeste, o noni é cultivado e utilizado de forma empírica, sendo uma planta exótica com grande potencial socioeconômico, alto valor de mercado e grande adaptabilidade as condições edafoclimáticas do local (EMBRAPA. Produção de Mudas de Noni (Morinda citrifolia L.) - Comunicado Técnico, 2010). O emprego tradicional do fruto está atribuído aos efeitos relacionados com atividade antibacteriana, antiviral, antifúngica, antitumoral, anti-helmíntica, analgésica, anti-inflamatória, hipotensora e imunoestimulante (SILVA, L.R.; PONTES, C.A.; SOUSA, J.A.; SILVA, E.O. Quality of Noni fruits (Morinda citrifolia L.) grown in Trairi-CE. Revista Cubana de Plantas Medicinales, p. 100-108, 2013; WANG, M. Y.; WEST, B.; JENSEN, C. J.; NOWICKI, D.; SU, C., PALU, A. K., ANDERSON, G. Morinda citrifolia (Noni): A literature review and recent advances in Noni research. Acta Pharmacologica Sinica, v. 23, n. 12, p. 1127-1141, 2002).
Esse efeito benéfico do noni pode ser resultado de certos componentes identificados no fruto, como alcalóides, antraquinonas e substâncias antioxidantes, além de compostos como flavonoides, taninos, triterpenos e cumarinas (BARROS, S.P.N.B.; MAIA, G.A.; BRITO, E.S.; NETO, M.A.S.; SOUZA, J.A. Caracterização físico-química da polpa de noni (Morinda citrifolia L.). Anais do XX Congresso Brasileiro de Fruticultura, Vitória , 2008; SILVA, G.C. Morinda Citrifolia L. - investigação científica das propriedades biológicas com base no uso popular. Dissertação de Mestrado - Universidade Federal de Pernambuco, p. 78, 2015).

[004] Nos últimos anos, sucos preparados a partir do noni maduro ficaram famosos como uma bebida promotora do bem-estar, tendo então grande sucesso, principalmente nos países da América do Norte e algumas regiões da Europa e Ásia (PAZ, L.G.; TORRES, M.L.; RUIZ, A.A.; NEGRI, K.M.S. Características e propriedades terapêuticas do Morinda citrifolia l: Revisão de Literatura. Revista Conexão Eletrônica, Três Lagoas, MS - v. 15, n. 1, 2018). O consumo do noni é feito, na maioria das vezes, junto com o suco de uva para mascarar o seu sabor e o cheiro desagradável. Faz-se também a mistura da fruta com bebidas alcoólicas, no intuito de obter melhores resultados, e o consumo da fruta in natura (EUROPEAN COMISSION 2002 - Scientific Committee on Food Recommendation; BARBOSA, A.F.; COSTA, I.C.M.; ZUCOLOTTO, S.M.; GIORDANI, R.B. Morinda citrifolia: fatos e riscos sobre o uso do noni. Revista Fitos, v. 11, n.2, p. 189-215, 2017).

[005] Nas indústrias, o processamento de frutas geram grandes quantidades de resíduos ricos em compostos bioativos, amplamente reconhecidos pelas suas capacidades de promover saúde, além de possíveis aplicações tecnológicas como antioxidantes e antimicrobianos, representando, portanto, potenciais fontes naturais dessas substâncias (JORGE, N.; MALACRIDA, C. R. Extratos de sementes de mamão (Caricapapaya L.) como fonte de antioxidantes naturais. Alimentos e Nutrição, Araraquara, v. 19, n.3, p.337340, 2008).
Dentre os processos utilizados para a extração de compostos bioativos de plantas e resíduos agroindustriais, destaca-se a técnica de extração por solventes tais como metanol, etanol, acetona, hexano e outros. Contudo o rendimento da extração é influenciado pelo tipo de material a ser analisado (casca, semente, polpa ou partes de planta), tipo solvente, temperatura e tempo (BANERJEE, J.; SINGH, R.; VIJAYARAGHAVAN, R.; MACFARLANE, D.; PATTI, A.F; ARORA, A. Bioactives from fruit processing wastes: Green approaches to valuable Chemicals. Food Chemistry, v. 225, p. 10-22, 2017). Neste contexto a fermentação em estado sólido (FES) desempenha um papel de destaque no aproveitamento de resíduos sólidos visando a extração ou síntese de diversos compostos de alto valor agregado e de grande interesse industrial. A ação de micro-organismos pode possibilitar a liberação de compostos de origem vegetal tonando-se assim uma técnica mais eficiente do que métodos convencionais de extração que utilizam solventes orgânicos (AJILA, C.M.; BRAR, S.K.; VERMA, M.; TYAGI, R.D.; VALERO; J.R. Solid-state fermentation of apple pomace using Phanerocheate chrysosporium - Liberation and extraction of phenolic antioxidants. Food Chemistry, v.126, p. 1071-1080, 2011). O uso de Aspergillus niger em processos fermentativos apresenta algumas vantagens em relação a outros fungos, como facilidade de manipulação, habilidade em fermentar uma grande variedade de matérias primas de baixo custo e produzir rendimentos elevados de bioprodutos. Por este motivo, é um fungo filamentoso muito importante economicamente, sendo utilizado em fermentações industriais para produção de várias substâncias (THOMAS, L.; LARROCHE, C.; PANDEY, A. Current developments in solid-state fermentation. Biochemical Engineering Journal, v. 81, p.146- 161, 2013).

[006] Diante disto, considerando que as frutas exóticas de grande potencial agroindustrial como o noni geram grandes quantidades de resíduos potencialmente promissores como fontes de compostos bioativos e considerando a FES como uma técnica eficiente para a extração e/ou produção de compostos, o objetivo da presente invenção foi a obtenção de extratos bioativos a partir da casca e junção de casca e sementes de noni submetidos ao processo de fermentação em estado sólido.
Estes extratos consistem em uma fonte natural de compostos bioativos que podem ser explorados em pesquisas futuras para o isolamento de compostos e/ou aplicações destes em indústrias das áreas farmacêutica, cosmética e alimentícia. Vale salientar que não foram encontradas patentes nem artigos científicos sobre o tema desta patente.

[007] Ao realizar busca de anterioridades nas plataformas INPI (Instituto Nacional de Propriedade Intelectual), WIPO (World Intellectual Property Organization), Espacenet, USPTO (United States Patent and Trademark Office) patents e periódicos Capes, foram encontrados os seguintes resultados:

[008] No site de busca INPI (Instituto Nacional de Propriedade Intelectual), foram encontradas as patentes descritas abaixo.
- BR 10 2018 006616 1 A2 - ’’Bioformulado preparado a base do extrato hidroalcoólico do fruto de noni (Morinda citrifolia Linn) com indicação terapêutica para patologias inflamatórias”. O presente invento se refere ao processo de preparo, veiculação e avaliação terapêutica de bioformulados do tipo SNEDDS (self-nanoemulsion drug delivery system) preparados a base de Morinda citrifolia Linn. (noni). Não tem similaridade com a presente patente.
- BR 10 2017 014738 0 A2 - “Processo de obtenção de pó Morinda citrifolia Linneaus” A presente invenção envolve a adição de um agente espumante / emulsificante / estabilizante para obtenção de espuma da polpa de noni (Morinda citrifolia Linneaus), submetida à secagem em camada de espuma, com o intuito de obter um pó como produto final que possa ser utilizado em diferentes formulações industriais, na composição de fármacos e adicionados a sucos e outros alimentos ou ainda, como ingrediente no preparo de receitas domésticas como produto final. Não tem similaridade com a presente patente.
- BR 10 2017 001368 5 A2 - “Potencial antimicrobiano de extratos de resíduos de frutas exóticas (tamarindo (Tamarindus indica), granadilla (Passiflora ligularis), noni (Morinda citrifolia), dekopon (Citrus reticulata 'Shiranui'), sapoti (Manilkara zapota), tamarillo (Solanum betaceum) e mirtilo (Vaccinium myrtillus))”. A presente invenção consiste na avaliação in vitro do potencial antimicrobiano de extratos de resíduos de frutas exóticas frente às bactérias patogênicas:
Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus, Bacillus cereus, Bacillus subtilis, Serratia marcescens, Escherichia coli, Enterococcus faecalis e Salmonella enteritidis. Esta patente consistiu em avaliar o potencial antimicrobiano de resíduos de frutas , incluindo casca e junção de casca e sementes de noni. Esta patente diferencia-se da presente, por não ter realizado estudos com extratos dos resíduos de noni fermentados, assim como não foram determinados teores de fenólicos totais e flavonoides totais.
- BR 10 2016 026026 4 A2 - “Aplicação de uma formulação farmacêutica a base de proteínas de Morinda citrifolia Linn no tratamento da inflamação”. A patente de invenção refere-se à aplicação de uma formulação a base de uma proteína purificada de sementes da espécie vegetal Morinda citrifolia Linn, no tratamento de processos inflamatórios ocasionados por qualquer agente etiológico. Não tem similaridade com a presente patente.
- BR 10 2017 001264 6 A2 - “Aplicação de peptidases do pericarpo dos frutos de Morinda citrifolia L. na coagulação do leite para produção de queijos” A presente invenção refere-se à utilização de peptidases presentes no extrato dialisado do pericarpo de frutos dos Morinda citrifolia L. na coagulação das proteínas do leite bovino para a produção de queijos. Não tem similaridade com a presente patente.
- BR 10 2015 031560 0 A2 - “Formulados nanoestruturados a base de extratos hidroalcoólicos do fruto de noni (Morinda citrifolia Linn) para aplicação odontológica” A presente patente de invenção se refere ao processo de preparo, veiculação e avaliação terapêutica de bioformulados a base de do fruto de Morinda citrifolia (noni). Não tem similaridade com a presente patente.
- BR 10 2015 029189 2 A2 - “Usos dos extratos aquoso, etanólico, hidroalcoólico e secos de Morinda citrifolia como agentes esquistossomicidas em composições farmacêuticas”. A presente patente de invenção refere-se ao efeito dos extratos etanólico, hidroalcóolico ou aquoso de noni na atividade motora dos vermes. Esta patente diferencia-se da proposta atual por não fazer referência ao uso de casca ou sementes de noni e também por não ter realizado nenhum processo fermentativo em tais resíduos.
- BR 10 2015 027268 5 A2 - “Formulados nano estruturados a base de extrato hidroalcoólico de Morinda citrifolia do sistema SNFC1 - 2 mg/ml de extrato hidroalcoólico do fruto completo, SNFC2 - 5 mg/mL de extrato hidroalcoólico do fruto completo, para o tratamento de cicatrização de feridas”. A presente invenção refere-se, a um produto de aplicação tópica, administrado na forma líquida, spray, pomada, gel, dentre outras possibilidades de uso, contendo extrato hidroalcólico do fruto completo da Morinda citrifolia, veiculados em sistema SN - nanoemulsionado. Esta patente diferencia-se da proposta atual por não ter realizado nenhum processo fermentativo para a obtenção de compostos bioativos dos resíduos de noni.
- BR 10 2013 008200 7 A2 - “Formulação contendo extrato de Morinda citrifolia na prevenção de danos associados ao envelhecimento cutâneo e queimaduras solares”. O presente pedido de patente de invenção trata de um produto de aplicação tópica, contendo extrato de Morinda citrifolia, utilizado na prevenção de danos causados por radiação ultravioleta. Esta patente diferencia-se da proposta atual por não fazer referência ao uso de casca ou sementes de noni e também por não ter realizado nenhum processo fermentativo em tais resíduos.
- BR 10 2017 007359 9 A2 - “Uso do óleo essencial de Morinda citrifolia Linn (noni) em formulação com fins inseticida e repelente”. A presente invenção trata-se de uma formulação à base de óleo essencial dos frutos maduros de Morinda citrifolia (noni) com fins ovicida, larvicida, pupicida, adulticida, inseticida e repelente contra todos os estádios de Aedes aegypti. Nesta patente foi utilizado o óleo essencial dos frutos de noni, não tem relação com a presente invenção.
- PI 0706675-9 A2 - “Produtos melhorados de Morinda citrifolia para administração a animais”. Na presente patente são fornecidos produtos de alimentação para animais reforçados com Morinda citrifolia, tanto líquido quanto em forma seca. Os dois contêm purê de fruta pasteurizado e outros produtos de planta de M. citrifolia. Esta patente diferencia-se da proposta atual por não fazer referência ao uso de casca ou sementes de noni e também por não ter realizado nenhum processo fermentativo em tais resíduos.
PI 0414800-2 A2 - “Composições de higiene oral baseadas em Morinda citrifolia e seus usos". Refere-se aos usos e formulações que utilizam componentes da planta 'Indian Mulberry', cientificamente conhecida como Morinda citrifolia L., para tratar um ou mais distúrbios orais e dentais, incluindo doenças periodontais como gengivite e periodontite, perda dental, halitose e outros distúrbios e irritações orais. Esta patente diferencia-se da proposta atual por não ter realizado nenhum processo fermentativo para a obtenção de compostos bioativos dos resíduos de noni.
- PI 0414237-3 A2 - “Formulações e métodos para o tratamento de câncer de mama com Morinda citrifolia e metilsulfonilmetano". A presente invenção se refere a um avanço com relação às técnicas, formulações e métodos do estado da técnica para o tratamento de câncer de mama durante as suas fases iniciais, assim como a prevenção de câncer de mama, ao proporcionar uma formulação nutracêutica, segura que compreende Morinda citrifolia, metilsulfonilmetano (MSM), e outros ingredientes. Esta patente diferencia-se da proposta atual por não fazer referência ao uso de casca ou sementes de noni e também por não ter realizado nenhum processo fermentativo em tais resíduos.
- PI 0413494-0 A2 - "Efeitos preventivos de Morinda citrifolia sobre câncer de mama". A presente invenção se caracteriza por um novo uso de Morinda citrifolia processada, isto é, suco de fruta, purê ou suco em purê de Morinda citrifolia para o tratamento de câncer de mama e particularmente para inibição e/ou prevenção de metástase de células carcinogênicas dentro da região mamária da mama, bem como destruição de células de câncer de mama ou mamárias que apresentam metástase. Esta patente diferencia-se da proposta atual por não fazer referência ao uso de casca ou sementes de noni e também por não ter realizado nenhum processo fermentativo em tais resíduos.

[009] No site de busca USPTO (United States Patent and Trademark Office) patents foram encontradas as seguintes patentes:
- US 20120328720 Al - “Formulações de suco de Morinda citrifolia compreendendo iridoides”. A presente invenção refere à administração de produtos aprimorados com produtos vegetais e iridoides.
Um estudo foi realizado para avaliar o conteúdo iridóide, bem como in vitro e in vivo bioactividades, de uma bebida contendo frutas do noni, cerejas da Cornualha e extrato de folha de oliveira. Esta patente diferencia-se da proposta atual por não fazer referência ao uso de casca ou sementes de noni e também por não ter realizado nenhum processo fermentativo em tais resíduos.
- US 20080248138 A1 - “Óleo tópico para tratamento de doenças físicas e método para fabricar e aplicar as mesmas”. Um método para fabricar e aplicar um óleo tópico e sua composição, combinando as propriedades curativas da planta noni com uma aplicação tópica para o tratamento de doenças físicas. O óleo tópico divulgado inclui um óleo derivado de folhas, caules e brotos de uma planta noni; um óleo transportador; e óleo de vitamina E. Esta patente diferencia-se da proposta atual por não ter analisado extratos bioativos obtidos dos resíduos fermentados de noni.
- US 20070154580 A1 - “Formulações antivirais de Morinda citrifolia L. e métodos de administração”. A presente invenção refere-se a métodos e formulações direcionadas ao manejo das enzimas Catepsina G, Catepsina S, Catepsina B, Catepsina L, Butiril Colinesterase, Peptidase HIV-1 e NF-kB, compreendendo a administração de formulações à base de Morinda citrifolia processadas. Não tem relação com a presente invenção.
- US 20130079380 A1 - “Método e composição para administração de compostos bioativos derivados de Morinda citrifolia”. A presente invenção refere-se a um método e composição para proporcionar vários benefícios à saúde pela administração de vários compostos bioativos derivados da planta Morinda cirtrifolia a indivíduos. A presente invenção refere-se ao uso de um ou mais dos seguintes itens: Extrato de Folha de Noni; Suco de folha Noni e / ou folha do assado. Nesta patente não foram estudados extratos obtidos de casca e sementes de noni submetidos ou não à processos fermentativos, diferenciando-se, portanto, da presente invenção.
- US 20060159788 A1 - “Formulação para tratamento de candidíase usando Morinda citrifolia’’.
A presente invenção apresenta uma formulação da planta de amoreira indiana (Morinda citrifolia) compreendendo suco de frutas Morinda citrifolia, óleo de Morinda citrifolia, quercetina, suco de purê de Morinda citrifolia e fibra dietética de Morinda citrifolia para tratamento de candidíase. Nesta patente não foram estudados extratos obtidos de casca e sementes de noni submetidos ou não à processos fermentativos, diferenciando-se, portanto, da presente invenção.
- US 20030225005 A1 - “Formulação para inibir o crescimento de fungos e microbianos compreendendo suco de purê de Morinda citrifolia”. Em particular, a presente invenção refere-se a extratos de etanol, metanol e acetato de etila de produtos processados de Morinda citrifolia L. e suas atividades inibitórias em fungos e bactérias comuns e na identificação de concentrações inibitórias médias. Nesta patente não foram estudados extratos obtidos de casca e sementes de noni submetidos ou não à processos fermentativos, diferenciando-se, portanto, da presente invenção.

[010] No site de busca WIPO (World Intellectual Property Organization) foram encontradas as seguintes patentes:
- JP 2007314461 - “Antagonista do receptor de acetilolina nicotínica”. Trata-se de um método para tratar e prevenir a dependência da nicotina. Compreende uma preparação adequada a partir da Morinda citrifolia para atuar como antagonista do receptor de acetilcolina nicotínico em um organismo e fornecer um método para tratar e prevenir a dependência de nicotina, administrando a preparação.
Nesta patente não foram estudados extratos obtidos de casca e sementes de noni submetidos ou não à processos fermentativos, diferenciando-se, portanto, da presente invenção.
- JP 2009062301 - “Essência de Morinda citrifolia L. e sua utilização”. A presente invenção refere-se à essência de Morinda citrifolia L., obtida espremendo os frutos de Morinda citrifolia L. ou seu produto fermentado e tratando o suco espremido com uma resina de adsorção sintética. Nesta patente não foram estudados extratos obtidos de casca e sementes de noni submetidos ou não à processos fermentativos, diferenciando-se, portanto, da presente invenção.
- JP 2003047438 - “Alimentos (saúde) contendo e formulados comMorinda citrifolia L. e método para a produção dos mesmos”. Trata-se da formulação do suco do fruto de Morinda citrifolia L. com outro suco de uma fruta com cheiro forte, como manga, uva, mirtilo, ameixa ou especiaria para produzir um tônico ou uma bebida saudável, afim de usá-las em alimentos saudáveis para promoção da saúde e prevenção de doenças. Nesta patente não foram estudados extratos obtidos de casca e sementes de noni submetidos ou não à processos fermentativos, diferenciando-se, portanto, da presente invenção.
- EP 1347769 - “Efeito preventivo contra o câncer da Morinda citrifolia”. O presente invento busca fornecer um suplemento dietético, constituído de purê de suco da Morinda citrifolia incluindo outros sucos naturais, como concentrados de mirtilo ou uva, para inibir o câncer e/ou fornecer um efeito preventivo do câncer no estágio inicial da carcinogênese. Nesta patente não foram estudados extratos obtidos de casca e sementes de noni submetidos ou não à processos fermentativos, diferenciando-se, portanto, da presente invenção.
- WO 2006050012 - “Composições e métodos à base de Morinda citrifolia para inibir a oxidase de xantina”. Em particular, a invenção refere-se a sistemas e métodos para utilizar composições à base de Morinda citrifolia L. e métodos para inativar a atividade da xantina oxidase. Nesta patente não foram estudados extratos obtidos de casca e sementes de noni submetidos ou não à processos fermentativos, diferenciando-se, portanto, da presente invenção.
- WO 2005086834 - “Métodos e composições para reativar a acetilolinesterase”. A presente invenção refere-se a métodos e composições que envolvem a reativação da acetilcolinesterase usando suco de frutas obtido da planta Morinda citrifolia L . Nesta patente não foram estudados extratos obtidos de casca e sementes de noni submetidos ou não à processos fermentativos, diferenciando-se, portanto, da presente invenção.
- EP 1968619 - “Formulações baseadas em Morinda citrifolia L. e métodos de administração”. A presente invenção refere-se a métodos e formulações direcionadas ao manejo de enzimas Catepsina G, Catepsina S, Catepsina B, Catepsina L, Butiril Colinesterase, Peptidase HIV-I e NF-kB compreendendo a administração de formulações à base de Morinda citrifolia processadas.
Nesta patente não foram estudados extratos obtidos de casca e sementes de noni submetidos ou não à processos fermentativos, diferenciando-se portanto da presente invenção.
- WO 2009006565 - “Formulações e métodos para inibir anaeróbios, bactérias negativas, protozoários e outros crescimento microbiano com Morinda citrifolia L. formulações melhoradas”. A invenção refere-se à administração de produtos melhorados com Morinda citrifolia L., a fim de inibir anaeróbios, bactérias gram-negativas, protozoários e outro crescimento microbiano relacionado a várias doenças e enfermidades que resultam em efeitos fisiológicos prejudiciais. Nesta patente não foram estudados extratos obtidos de casca e sementes de noni submetidos ou não à processos fermentativos, diferenciando-se portanto da presente invenção.

[011] No site de busca Espacenet foram encontrados as seguintes patentes:

• - US 2007184137A1 - “Morinda citrifolia L. Formulações a base de inibição de enzimas de metaloproteinase da matriz”. A presente invenção refere-se a métodos e formulações direcionadas ao gerenciamento de várias enzimas de metaloproteinases da matriz compreendendo a administração de formulações processadas à base de Morinda citrifolia. Nesta patente não foram estudados extratos obtidos de casca e sementes de noni submetidos ou não à processos fermentativos, diferenciando-se portanto da presente invenção.
• - WO 02083159A1 - “Efeitos paliativos do óleo e suco de Morinda citrifolia”. Um método de prevenção e tratamento de várias doenças e doenças, utilizando as características de inibição seletiva da Cox-2 da Morinda citrifolia processada. Nesta patente não foram estudados extratos obtidos de casca e sementes de noni submetidos ou não à processos fermentativos, diferenciando-se, portanto, da presente invenção.
• - WO 2004041186A2 - “Efeitos anti-angiogêneses da Morinda citrifolid” A presente invenção apresenta um método para induzir um efeito anti-angiogênese dentro de uma região tumoral no corpo de um mamífero, em que o método compreende as etapas de administração, a um paciente, de uma formulação compreendendo Morinda citrifolia processada (suco de frutas e suco de purê em várias concentrações) em que esta bloqueia formação de novos vasos sanguíneos dentro de uma região tumoral inibindo o alongamento dos túbulos e a migração de células endoteliais. Nesta patente não foram estudados extratos obtidos de casca e sementes de noni submetidos ou não à processos fermentativos, diferenciando-se, portanto, da presente invenção.
• - WO 2011060365A2 - “Formulações antioxidantes e antimicrobianas com base em Morinda citrifolia para melhoria da estabilidade de cores e prazo aumentado de vários produtos de carne”. A presente invenção refere-se a formulações à base de Morinda citrifolia, que podem ser utilizadas como antioxidante orgânico e agente antimicrobiano para melhorar a qualidade da carne. Além disso, podem ser utilizadas para promover aprimoramento no sabor e aparência de produtos à base de carne e melhorar a estabilidade da cor e aumentar o prazo de validade de vários produtos à base de carne. Nesta patente não foram estudados extratos obtidos de casca e sementes de noni submetidos ou não à processos fermentativos, diferenciando-se, portanto, da presente invenção.
• - WO 2007064607A2 - “Formulação e métodos de uso do óleo de semente de Morinda citrifolia”. A presente invenção refere-se a formulações nutracêuticas e métodos para uso de óleo fétido derivado de sementes de Morinda citrifolia. Esta invenção indica que os produtos de sementes de Morinda citrifolia processados podem ser utilizados para controle de peso e promoção da saúde. Nesta patente não foram estudados extratos obtidos de casca e sementes de noni submetidos ou não à processos fermentativos, diferenciando-se, portanto, da presente invenção.
• - WO 2008032132A2 - “Uso de extrato de Morinda citrifolia (noni) no domínio de espermatologia e método para melhorar a preservação de espermatologia”. A presente invenção refere-se a um método e um uso, em que o extrato de Morinda citrifolia, o suco de fruta (noni) é usado no campo da espermatologia para melhorar a preservação dos espermatozoides. Nesta patente não foram estudados extratos obtidos de casca e sementes de noni submetidos ou não à processos fermentativos, diferenciando-se, portanto, da presente invenção.

[012] Ao realizar buscar de artigos científicos no site de Periódicos da Capes, foram encontrados os seguintes trabalhos:

• - COSTA, AB.; OLIVEIRA, AMC.; SILVA, M.O.; MANCINI-FILHO, J.; LIMA, A. Atividade antioxidante da polpa, casca e sementes do noni (Morinda citrifolia Linn). Revista Brasileira de Fruticultura, v. 35, n.2, 2015. Neste trabalho realizou-se a caracterização química e avaliação a atividade antioxidante da polpa, casca e sementes do noni. Foram determinadas a composição centesimal; os compostos bioativos fenólicos totais, carotenoides totais e vitamina C; e a atividade in vitro em extratos aquoso, etanólico e acetônico. Neste trabalho não foram estudados extratos obtidos de casca e mistura de casca e sementes de noni submetidos à processos fermentativos, diferenciando-se, portanto, da presente invenção.
• - BARBOSA, A.F.; COSTA, I.C.M.; ZUCOLOTTO, S.M.; GIORDANI, R.B. Morinda citrifolia: fatos e riscos sobre o uso do noni. Revista Fitos, v. 11, n.2, p. 189-215, 2017. Este trabalho é uma revisão da literatura, com objetivo de avaliar o potencial terapêutico desta planta de acordo com os estudos já desenvolvidos. Neste trabalho não foram estudados extratos obtidos de casca e mistura de casca e sementes de noni submetidos à processos fermentativos, diferenciando-se, portanto, da presente invenção.
• - BELTRÃO, FAS., SOUZA, K.P., SILVA, J.M. Caracterização de noni (Morinda citrifolia L). Engenharia Ambiental - Espírito Santo do Pinhal, v. 11 , n. 1, p. 38-44, 2014. O presente trabalho avaliou características químicas e fisico-químicas da polpa do noni produzidas na cidade de Araguatins - TO. Neste trabalho não foram estudados extratos obtidos de casca e mistura de casca e sementes de noni submetidos à processos fermentativos, diferenciando-se, portanto, da presente invenção.
• - GOMES, P.W.P.; TEIXEIRA, M.F.; NASCIMENTO, M.L.P.; PEREIRA, E.R.S.; NOVAES, A.C.V.; SANTIAGO, J.C.C.; MARTINS, J.H.S.; RIBEIRO, C.F.A.; MARTINS, L.H.S. Estudo de compostos fenólicos a partir da infusão de folhas de Morinda citrifolia L. Anais do Congresso Brasileiro de Química, v. 57, Gramado, 2017. O presente estudo realizou a caracterização físico-química e quantificou a presença dos compostos fenólicos totais da folha do noni, após infusão em água quente para obtenção do chá. Neste trabalho não foram estudados extratos obtidos de casca e mistura de casca e sementes de noni submetidos à processos fermentativos, diferenciando-se, portanto, da presente invenção.
• - SATIRO, L.S.; COSTA, F.B.; SOUSA, F.F.; SANTOS, K.P.; NASCIMENTO, A.M. Quantification of phenolic compounds and flavonoids in fruit of noni. Anais do III Simpósio Nacional de Estudos para a Produção Vegetal do Semi-Árido (III SIMPROVS), Paraíba, 2018. Este trabalho quantificou os teores de fenólicos e flavonoides em frutos inteiros de noni, em três estádios de maturação. Neste trabalho não foram estudados extratos obtidos de casca e mistura de casca e sementes de noni submetidos à processos fermentativos, diferenciando-se, portanto, da presente invenção.
• - SILVEIRA, L.M.S.; OLEA, R.S.G.; GONÇALVES, L.H.B.; SANTOS, PF. Atividade Antibacteriana de Amostras de Fruto do Noni (Morinda citrifolia. L - Rubiaceae) Vendidas em Feiras Livres de São Luís, Maranhão. Revista Saúde & Ciência, v.2, p.3137, 2011. Este estudo realizou a prospecção de atividade antibacteriana de extratos em álcool etílico de frutos inteiros do noni. Neste trabalho não foram estudados extratos obtidos de casca e mistura de casca e sementes de noni submetidos à processos fermentativos, diferenciando-se, portanto, da presente invenção.
• - PALIOTO, G.F.; SILVA, CFG.; MENDES, M.P.; ALMEIDA, V.V., ROCHA, C.L.M.S.C.; TONIN, L.T.D. Composição centesimal, compostos bioativos e atividade antioxidante de frutos de Morinda citrifolia Linn (noni) cultivados no Paraná. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.17, n.1, p.59-66, 2015. Este trabalho avaliou a polpa extraída de frutos maduros de noni cultivados em Maringá-PR quanto a composição centesimal, os compostos bioativos antocianinas, flavonoides amarelos, carotenoides, vitamina c e compostos fenólicos, além da atividade antioxidante. Neste trabalho não foram estudados extratos obtidos de casca e mistura de casca e sementes de noni submetidos à processos fermentativos, diferenciando-se, portanto, da presente invenção.

[013] De acordo com as buscas realizadas nas bases de patentes e artigos científicos publicados não foram encontradas pesquisas relacionadas à obtenção de extratos bioativos a partir de casca ou mistura de casca e sementes do noni submetidos à fermentação em estado sólido.

[014] Os frutos de noni foram obtidos no mercado do Bairro Augusto Franco, localizado em Aracaju, Sergipe. Estes foram lavados em água corrente e sanitizados em solução clorada. As sementes foram separadas manualmente de frutos maduros por estarem menos aderidas ao fruto facilitando a sua remoção, sendo separadas manualmente da polpa. Para a obtenção das cascas de noni, utilizou-se frutos de vez (quase maduros), cor verde amarelada e polpa firme, devido ao fato das cascas estarem mais intactas sem danos físicos. Ambos resíduos foram colocados separadamente em estufa e submetidos a secagem a 50 °C por aproximadamente 24 h. Na sequência, os resíduos secos foram retirados e moídos em moinho tipo Willye (TE - 650), equipado com peneira de 10 mesh, e esterilizados em autoclave à 121°C por 15min. Logo após, obteve-se uma farinha somente de casca de noni e uma outra farinha obtida da mistura das farinhas de casca e semente na proporção 1:1.

[015] Para a FES, pesou-se 5g de farinha (farinha casca ou mistura das farinhas de casca e sementes de noni) em Erlenmyers de 125mL e adicionou-se uma solução de suspensão de esporos, composta por glicose (50g/L) e extrato de levedura (20g/L), contendo aproximadamente 1,5x1010 esporos/mL de Aspergillus niger. O volume adicionado de solução foi calculado para obter umidade inicial nas farinhas de 50% e 70%. Os Erlenmyers foram incubados em estufa a 30°C e nos tempos 24, 48, 72, 96 e 168 h, retirou-se um Erlenmeyer para a obtenção dos extratos.

[016] Para obtenção dos extratos adicionou-se 25mL de solvente (água destilada, solução hidroalcoólica de etanol à 40% e solução hidroalcoólica de etanol à 80%) à 5 g das farinhas fermentadas. O material foi agitado em agitador orbial tipo “Shaker” à 200 rpm e 30°C, por 1 h. A seguir, filtrou-se em papel filtro e os sobrenadantes obtidos foram analisados quanto aos teores de fenólicos totais e flavonoides totais. Para fins de comparação, realizou-se a mesma metodologia de extração nas farinhas de casca e mistura das farinhas de casca e sementes de noni não submetidas à fermentação.

[017] Os compostos fenólicos totais foram determinados seguindo-se a metodologia de Folin-Ciocalteau (SHETTY, K.; CURTIS, O. F.; LEVIN, R. E.; WITKOWSKY, R.; ANG, W. Prevention of verification associated with in vitro shoot culture of oregano (Origanum vulgare) by Pseudomonas spp. Journal of Plant Physiology, v. 147, p. 447451, 1995) utilizando-se ácido gálico como padrão. Inicialmente, alíquotas de 1 mL dos extratos, previamente diluídos, foram transferidos para tubos de ensaio, dos quais adicionou-se 1 mL de solução de etanol 95%, seguido da adição de 5 mL de água destilada, 0,5 mL de reagente Folin-Ciocalteau 1N e 1 mL de solução de carbonato de sódio 5% (p/v). Homogeneizou-se os tubos e guardou-os ao abrigo da luz por 60 minutos. Ao final, as absorbâncias destas soluções foram medidas em espectrofotômetro, em comprimento de onda a 725 nm contra branco. O branco consistiu da realização do mesmo procedimento substituindo a amostra pelo solvente usado no extrato analisado. Para a quantificação de fenólicos totais, fez-se uma curva padrão de calibração, construída a partir de diferentes concentrações de ácido gálico, de 0 à 500 mg/L, afim de converter as absorbâncias aferidas nas análises e expressar em miligramas de ácido gálico equivalente por 100 g de massa seca de farinha (mg EAG/100g seca de farinha).

[018] A quantificação de flavonoides totais foi determinada seguindo-se o método colorimétrico de cloreto de alumínio com algumas modificações (MEDA, A.; LAMIEN, C. E.; ROMITO, M.; MILLOGO, J.; NACOULMA, O. G. Determination of the total phenolic, flavonoid and proline contents in Burkina Fasan honey, as well as their radical scavenging activity. Food Chemistry, v. 91, p. 571-577, 2005). Primeiramente, 2 mL de extrato diluído foram colocados em tubos de ensaio, seguido da adição de 2 mL de solução de cloreto de alumínio 2% (p/v), homogeneizando-os e deixando em repouso em câmara escura por 30 minutos. Ao término, realizou-se a leitura da absorbância das soluções em espectrofotômetro, em comprimento de onda de 415 nm contra branco, sendo este preparado também realizando o mesmo procedimento e substituindo a amostra pelo solvente usado na análise. Para a quantificação de flavonoides totais foi realizada através de uma curva de calibração construída a partir de diferentes concentrações de quercetina (QCE) (0-50 mg/L) e o teor de flavonoides totais foi expressa em termos de mg de QCE/100g seca de farinha.

[019] Na Tabela 1 está demonstrado os teores de fenólicos totais e flavonoides totais dos extratos em água destilada, etanol à 40% e etanol à 80% obtidos a partir das farinhas de casca e mistura das farinhas de casca e sementes do noni. Os extratos da farinha de casca de noni demonstraram maiores teores de fenólicos totais do que os extratos da mistura das farinhas de casca e sementes de noni, sendo o maior valor obtido no extrato em etanol 40% (474,3 EAG/100 g seca de farinha). No entanto o maior teor de flavonoides totais foi de 503,9 QCE/100 g seca de farinha obtido no extrato aquoso mistura das farinhas de casca e sementes de noni.

[020] Na Tabela 2 está demonstrado os teores de fenólicos totais obtidos nos extratos das farinhas fermentadas. Os resultados indicaram aumento nos teores de fenólicos totais durante a fermentação quando comparado às farinhas não fermentadas. Para a farinha da casca de noni o maior teor de fenólicos totais foi de 1487,1 EAG/100 g seca de farinha obtido no extrato em etanol 40% da farinha com umidade inicial de 50% fermentada por 96 h. Este resultado significou um aumento no teor de fenólicos totais de 213,5% quando comparado ao valor obtido no extrato em etanol 40% da farinha de casca de noni não fermentada. Já para a mistura das farinhas de casca e sementes do noni obteve-se maior teor de fenólicos totais de 971,0 EAG/100 g seca de farinha no extrato em etanol 80% da farinha com umidade inicial de 70% também fermentada por 96 h. Para a mistura das farinhas fermentadas houve um aumento de fenólicos totais de 232,4% em relação ao extrato em etanol 80% da farinha não fermentada.

[021] Na Tabela 3 estão demonstrados os teores de flavonoides totais dos extratos fermentados obtidos a partir da farinha de casca e mistura das farinhas de cascas e sementes de noni. Para a farinha de casca de noni o maior teor de flavonoides totais de 744,4 mg de QCE/100 g seca de farinha foi obtido para o extrato aquoso da farinha com umidade inicial de 50% fermentada por 168 h, significando um aumento de 153,5% em relação ao extrato aquoso desta farinha não fermentada. A mistura das farinhas de casca e sementes de noni demonstrou maior teor de flavonoides de 916,3 mg de QCE/100 g seca de farinha no extrato aquoso da farinha com umidade inicial de 70 % fermentada por 72 h. Isto significou um aumento de flavonoides totais de 81,8% em relação ao obtido no extrato aquoso desta farinha. Apesar de ter sido explicitado apenas os extratos onde obteve-se maiores teores de fenólicos totais e flavonoides totais, na maioria dos extratos obtidos em cada tempo de fermentação observou-se valores aumentados destes compostos em relação aos extratos obtidos das farinhas não fermentadas. Desta forma todos extratos obtidos das farinhas fermentadas demonstraram potencial promissor como fonte de compostos bioativos, sendo necessária a realização de análises cromatográficas para a identificação e quantificação de compostos de interesse industrial possivelmente extraídos ou produzidos durante o processo fermentativo.

[022] Nesta patente foram obtidos extratos enriquecidos de compostos fenólicos totais e flavonoides totais obtidos a partir da farinha de casca e mistura das farinhas de cascas e sementes de noni submetidas ao processo de fermentação em estado sólido. Estes extratos consistem em potenciais fontes promissoras de compostos bioativos naturais de interesse para de indústrias alimentícias, cosméticas e farmacêuticas.
Tabela 1. Teores de fenólicos totais e flavonoides totais nos extratos obtidos a partir da farinha da casca de noni e mistura das farinhas da casca e sementes de noni não submetidas à fermentação em estado sólido

FCN: Farinha de casca de noni; MFCSN: Mistura das farinhas de casca e sementes de noni; AD: água destilada; E: etanol; UI: umidade inicial do resíduo.
Tabela 2. Teores de fenólicos totais nos extratos obtidos a partir da farinha da casca de noni e mistura das farinhas de casca e sementes fermentadas do noni

FCN: Farinha de casca de noni; MFCSN: Mistura das farinhas de casca e sementes de noni; AD: água destilada; E: etanol; UI: umidade inicial do resíduo; ND: não determinado.
Tabela 3. Teores de flavonoides totais nos extratos obtidos a partir da farinha da casca de noni e mistura das farinhas de casca e sementes fermentadas do noni

FCN : Farinha de casca de noni; MFCSN: Mistura das farinhas de casca e sementes de noni; AD: água destilada; E: etanol; UI: umidade inicial do resíduo.

Claims (2)

1. “EXTRATOS ENRIQUECIDOS DE COMPOSTOS FENÓLICOS TOTAIS E FLAVONOIDES OBTIDOS A PARTIR DA CASCA E MISTURA DE CASCA E SEMENTES DE NONI (Morinda citrifolia L.) SUBMETIDAS À PROCESSO FERMENTATIVO” caracterizado pela obtenção de extratos em solventes orgânicos, os quais podem ser obtidos por qualquer outro método de extração, oriundos da farinha de casca de noni e da mistura das farinhas de casca e sementes de noni submetidas a processo de fermentação preferencialmente em estado sólido utilizando microrganismo, podendo também serem utilizadas as sementes inteiras ou partes inteiras da casca.
2. “EXTRATOS ENRIQUECIDOS DE COMPOSTOS FENÓLICOS TOTAIS E FLAVONOIDES OBTIDOS A PARTIR DA CASCA E MISTURA DE CASCA E SEMENTES DE NONI (Morinda citrifolia L.) SUBMETIDAS À PROCESSO FERMENTATIVO” de acordo com a reinvindicação 1, caracterizado por obter extratos, oriundos da farinha de casca de noni e da mistura das farinhas de casca e sementes de noni submetidas à fermentação, com maiores teores de compostos fenólicos totais e flavonoides totais do que os extratos obtidos a partir da farinha da farinha de casca de noni e da mistura das farinhas de casca e sementes de noni não submetidas a processos fermentativos.