BR102016004295A2 - Composição farmacêutica de medicamento à base de própolis - Google Patents

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Aparecida Vasconcelos Ortu Sonia
Spirandelli Carvalho Naves Karinne
Rodrigues Moreira Michel
Lúcia Aparecida Estevão Márcia
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composição farmacêutica de medicamento à base de própolis a presente invenção consiste de uma composição farmacêutica em forma de gel reabsorvivel contendo própolis para uso tópico em infecções por herpes simples vírus (hsv) tipos i, ii, iii, hpv e adenovírus. com o objetivo da terapia antiviral, esta composição visa impedir a adsorção viral à célula susceptível e bloquear a replicação viral, abreviando o período sintomático e acelerar a resolução de lesões. atualmente é observado um aumento da resistência em muitos vírus, aos antivirais, notado pela não resposta esperada ao tratamento chegando, em alguns pacientes, ao uso de medicação quase que constante por apresentarem recorrências frequentes destas viroses. desta forma, temos observado que a terapia com nossa formulação farmacêutica pode contribuir para reduzir as recidivas, o tempo de evolução e o desconforto dos pacientes.

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(54) Título: COMPOSIÇÃO FARMACÊUTICA DE MEDICAMENTO À BASE DE PRÓPOLIS (51) Int. Cl.: A61K 35/644; A61K 47/10; A61K 47/08; A61K 47/38; A61P 33/02 (73) Titular(es): UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA, KIROPHARMA FARMACIA LTDA (72) Inventor(es): GERALDO BATISTA DE MELO; SONIA APARECIDA VASCONCELOS ORTU; KARINNE SPIRANDELLI CARVALHO NAVES; MICHEL RODRIGUES MOREIRA; MÁRCIA LÚCIA APARECIDA ESTEVÃO (57) Resumo: COMPOSIÇÃO FARMACÊUTICA DE MEDICAMENTO À BASE DE PRÓPOLIS A presente invenção consiste de uma composição farmacêutica em forma de gel reabsorvivel contendo própolis para uso tópico em infecções por Herpes Simples Vírus (HSV) tipos I, II, III, HPV e Adenovírus. Com o objetivo da terapia antiviral, esta composição visa impedir a adsorção viral à célula susceptível e bloquear a replicação viral, abreviando o período sintomático e acelerar a resolução de lesões. Atualmente é observado um aumento da resistência em muitos vírus, aos antivirais, notado pela não resposta esperada ao tratamento chegando, em alguns pacientes, ao uso de medicação quase que constante por apresentarem recorrências frequentes destas viroses. Desta forma, temos observado que a terapia com nossa formulação farmacêutica pode contribuir para reduzir as recidivas, o tempo de evolução e o desconforto dos pacientes.
/11 “COMPOSIÇÃO FARMACÊUTICA DE MEDICAMENTO À BASE DE PRÓPOLIS” [01]. Campo da Invenção [02], A presente invenção consiste de uma composição farmacêutica em forma de gel reabsorvível contendo própolis para uso tópico em infecções por Herpes Simples Vírus (HSV) tipos I, II, III, HPV e Adenovírus.
[03], A própolis consiste em uma mistura complexa de origem vegetal que age como antibacteriano, antifúngico e antiviral além de apresentar propriedades antiinflamatórias, promotora de cicatrização e imunomodulatória, permitindo tratar processos infecciosos por HSV. Atualmente observa-se a emergência de cepas virais resistentes aos fármacos comumente utilizados tanto por via tópica quanto por via sistêmica, o que justifica fortemente a busca por novas opções terapêuticas que favoreçam o tratamento. Resultados já descritos na literatura demonstram que os produtos à base de própolis utilizados com a finalidade de tratar lesões por HSV reduzem o tempo de evolução das lesões, favorecem o processo de cicatrização, além de atuar diretamente contra o vírus.
[04], Assim, o público alvo desta invenção são pacientes que apresentem infecções recorrentes por HSV tipo I (herpes labial) ou tipo II (herpes genital), como terapia tópica para o tratamento das lesões em qualquer uma das fases de evolução.
[05]. Estado da Técnica [06], As infecções por HSV são comuns mundialmente. Embora ocorra uma predileção de HSV-I por lesões labiais e HSV-II por lesões genitais, recentemente tem-se observado uma dramática mudança epidemiológica. HSVI é tradicionalmente adquirido na infância e adolescência por contato não-sexual (Stanberry LR, Jorgensen DM, Nahmias AJ. Herpes simplex viruses 1 and 2. In: Evans AS, Kaslow R, editors. Viral infections of humans: epidemiology and control. 4th end. New York: Plenum Publishers; 1997. p. 419-54). Entretanto, este tem se tornado o principal agente de lesões genitais por HSV. Pelo menos
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50% dos novos casos de herpes genital em países desenvolvidos são causados por HSV-1(Gupta R, Warren T, Wald A. Genital herpes. Lancet 2007;370:212737.). O mesmo tem sido verificado para HSV-II que tem sido identificado como causa de infecções de orofaringe e herpes labial (Arduino PG, Porter SR. Herpes Simplex Vírus Type 1 infection: overview on relevant clinico-pathological features. J Oral Pathol Med 2008;37:107-21).
[07], A patogenia viral decorre do tropismo por gânglios sensitivos, onde o vírus se estabelece durante o período de latência e, quando reativado, provoca as lesões herpéticas. Os estímulos para a reativação incluem exposição à luz ultravioleta, febre, estresse, variações hormonais, entre outros, e favorecem a recorrência dos episódios de herpes. No período prodrômico observa-se prurido, ardor e parestesia prévia ao aparecimento do eritema que precede a pápula. A progressão clínica posterior às fases de mácula e pápula evoluem como: vesícula, pústula, úlcera e crosta.
[08], O objetivo da terapia antiviral é bloquear a replicação viral, abreviar o período sintomático e acelerar a resolução de lesões. O pico de títulos virais ocorre vinte e quatro horas após o início dos sinais, quando a lesão já se encontra em fase de vesícula e, a partir de então declina progressivamente. Uma vez que o processo natural de cura começa dentro das primeiras vinte e quatro horas de início de um episódio, a terapia deve ser iniciada logo que possível para assegurar um efeito terapêutico benéfico. Alguns pacientes não requerem o uso de medicação por apresentarem uma doença auto-limitante, outros, entretanto, apresentam recorrências frequentes. Desta forma, para os últimos, terapia pode contribuir para reduzir as recidivas, o tempo de evolução e o desconforto. Atualmente, a terapia se baseia em medicações tópicas ou sistêmicas.
[09], Um tratamento antiviral efetivo idealmente tem como alvo eventos específicos da replicação viral sem promover disfunções à célula hospedeira. A dificuldade de se encontrar estes eventos decorre da grande utilização que os vírus fazem da maquinaria de própria célula hospedeira (K.A. Yeung-Yue et al. /
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Dermatol Clin 20 (2002) 249-266). Entre os quimioterápicos mais utilizados atualmente estão o aciclovir, valaciclovir, famciclovir e foscarnet.
[010], O aciclovir é um análogo purínico que atua competitivamente como inibidor da DNA polimerase viral, inativando-a irreversivelmente e interrompendo a elongação da cadeia de DNA uma vez que carece do grupamento 3 hidroxil (Furman PA, St. Clair MH, Spector T. Acyclovir triphosphate is a suicide inactivator of the herpes simplex vírus DNA polymerase. J Biol Chem 1984;259:9575- 9). Esta medicação pode ser aplicada por via tópica, intravenosa e oral para o tratamento de infecções agudas primárias (Fife KH, Barbarash RA, Rudolph T, et al. Valaciclovir versus acyclovir in the treatment of first-episode genital herpes infection: results of an international, multicenter, double-blind, randomized clinicai trial. Sex Transm Dis 1997;24:481- 6) ou recorrentes (Tyring SK, Douglas JM, Lawrence C, et al. A randomized, placebocontrolled comparison of oral valacyclovir and acyclovir in immunocompetent patients with recurrent genital herpes infections. Arch Dermatol 1998; 134:18591.) e também infecções crônicas por HSV (Reitano M, Tyring S, Lang W, et al. Valacyclovir for the suppression of recurrent genital herpes simplex vírus infection: a large-scale dose range-finding study. J Infect Dis 1998;178:603-10).
[011], O Valaciclovir, disponível apenas em apresentação oral, é um precursor do aciclovir que, após a absorção, é completamente metabolizado a aciclovir pelo fígado e intestino (Spruance SL. Prophylactic chemotherapy with acyclovir for recurrent herpes simplex labialis. J Med Virol 1993;(Suppl 1 ):27-32). Embora tenha o mesmo mecanismo de ação, segurança e eficácia do aciclovir apresenta uma biodisponibilidade de três a quatro vezes maior que este (Soul Lawton J, Seaber E, On N, et al. Absolute bioavailability and metabolic disposition of valaciclovir, the L-valyl esterof acyclovir, following oral administration to humans. Antimicrob Agents Chemother 1995;39:2759- 64), atingindo níveis comparados à administração intravenosa.
[012], De forma similar ao descrito acima, o famciclovir é uma prodroga do penciclovir, com mecanismo de ação similar ao aciclovir. O penciclovir está
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4/11 disponível apenas na forma tópica por sua pobre biodisponibilidade pela via oral, ao contrário do famciclovir que apresenta biodisponibilidade mais alta por esta via (Pereira FA. Herpes simplex: evolving concepts. J Am Acad Dermatol 1996;35:503- 20). O famciclovir é convertido rapidamente a penciclovir no trato gastrointestinal, sangue e fígado. Após entrar em células infectadas é convertido à forma ativa, penciclovir trifosfato, por enzimas celulares e virais. A droga ativa inibe a DNA polimerase viral. Seu perfil de segurança e eficácia é comparável ao do aciclovir e valaciclovir.
[013], Aciclovir (Dorsky Dl, Crumpacker CS. Drugs five years later: acyclovir. Ann Intern Med 1987; 107:859- 74), valaciclovir (Tyring SK, Douglas JM, Lawrence C, et al. A randomized, placebo-controlled comparison of oral valacyclovir and acyclovir in immunocompetent patients with recurrent genital herpes infections. Arch Dermatol 1998; 134:185- 91) e famciclovir (Diaz-Mitoma F, Sibbald RG, Shafran SD, et al. Oral famciclovir for the suppression of recurrent genital herpes: a randomized controlled trial. JAMA 1998; 280:887-92) têm excelentes perfis de segurança e poucos efeitos adversos que são semelhantes ao placebo. Em pacientes em terapia diária com aciclovir monitorados por até 10 anos não foram observados problemas significativos (Chopra KF, Lee PC, Tyring SK. Herpes simplex.Clinical Dermatology 1998;3:1-22). Em adultos saudáveis, 85% do aciclovir é excretado pela via urinária, entretanto, pacientes com insuficiência renal devem receber doses reduzidas de aciclovir, valaciclovir e famciclovir. A nefropatia transitória e creatinina elevada podem ocorrer como resultado de cristalização da droga nos túbulos renais e duetos coletores (Brigden D, Rosling AE, Woods NC. Renal function after acyclovir intravenous injection. Am J Med 1982;73:182- 5). Esta alteração pode ser minimizada com hidratação adequada e lenta infusão intravenosa da droga durante 1 hora. A disfunção renal atribuída ao aciclovir é rara e geralmente reversível (Bianchetti MG, Roduit C, Oetliker OH. Acyclovir induced renal failure: course and risk factors. Pediatr Nephrol 1991 ;5:238-9), e não tem sido relatada com doses orais até 800 mg cinco vezes ao dia (Huff JC, Bean B, Balfour HH, et al. Therapy of herpes zoster with oral
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5/11 acyclovir. Am J Med 1988;85: 84- 9). A administração de aciclovir deve ser interrompida durante a hemodiálise, mas não para diálise peritoneal.
[014], Distúrbios do sistema nervoso central como: agitação, alucinações, desorientação, tremores e mioclonias têm sido relatados em raras ocasiões com aciclovir por via intravenosa (Cohen SM, Minkove JA, Zebley JW, Mulholland JH. Severe but reversible neurotoxicity from acyclovir. Ann Intern Med 1984; 100:920).
[015], Foscarnet, um análogo do pirofosfato, é a única droga aprovada pela FDA para o tratamento de infecções por HSV resistentes ao aciclovir. Ao contrário do aciclovir, o foscarnet não requer a timidina-quinase para a fosforilação (Crumpacker CS. Mechanism of action of foscarnet against viral polymerases. Am J Med 1992;92(Suppl 2A):3S-7S). A droga liga-se competitivamente à polimerase viral do DNA no sítio de ligação do pirofosfato e impede o alongamento da cadeia (Pereira FA. Herpes simplex: evolving concepts. J Am Acad Dermatol 1996;35:503- 20.). A absorção oral é pobre, de modo que a droga deve ser administrada por via intravenosa. Devido à possibilidade de toxicidade renal, pacientes recebendo esta terapia devem ser adequadamente hidratados e monitorados rigorosamente quanto à função renal. Outros problemas potenciais incluem desequilíbrios eletrolíticos, náuseas, vômitos, diarréia, cefaléia, anemia, febre, perturbações do sistema nervoso central, e ulceração peniana (dermatite de contato de urina) (Jacobson MA. Review of the toxicities of foscarnet. J Acquir Immun Def Syndrome 1992;5(Suppl 1): S11 - 17). Cepas virais resistentes ao foscarnet (Safrin S, Kemmerly S, Plotkin B, et al. Foscarnetresistant herpes simplex vírus infection in patients with AIDS. J Infect Dis 1994; 169:193- 6) ou foscarnet e aciclovir (Birch CJ, Tyssen DP, Tachedjian G, et al. Clinicai effects and in vitro studies of trifluorothymidine combined with interferon-alpha for treatment of drug-resistant and -sensitive herpes simplex vírus infection. J Infect Dis 1992;166:108-12) também foram relatados.
[016], Atualmente o tratamento de herpes labial recorrente se baseia na aplicação tópica de penciclovir 1% a cada duas horas por 4 dias. Embora a
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6/11 medicação tópica não favoreça a ocorrência de efeitos adversos o tratamento das lesões recorrentes é difícil e baseado na redução da sintomatologia das lesões com poucos benefícios clínicos (Boon R, Goodman JJ, Martinez J, Marks GL, Gamble M, Welch C. Penciclovir cream for the treatment of sunlight-induced herpes simplex labialis: a randomized, double-blind, placebo-controlled trial. Clin Ther 2000;22:76- 90). Estudos prévios à aprovação do uso de aciclovir demonstrou menor tempo de cicatrização e redução da dor em relação ao placebo (Spruance SL, Rea TL, Thoming C, Tucker R, Saltzman R, Boon R. Penciclovir cream for the treatment of herpes simplex labialis: a randomized, multicenter, double-blind, placebo-controlled trial. JAMA 1997; 277:1374- 9).
[017], O tratamento de herpes genital requer uma abordagem mais agressiva por meio de medicação oral que tem se mostrado efetiva quando iniciada vinte e quatro horas antes da formação das lesões reduzindo o tempo de cicatrização das mesmas (Mertz GJ, Critchlow CW, Benedetti J, et al. Doubleblind placebocontrolled trial of oral acyclovir in first episode genital herpes simplex virus infection. JAMA 1984;252:1147-51.). Entretanto, clinicamente, os pacientes não percebem um amplo benefício no tratamento de lesões recorrentes, incluindo, a ocorrência de prurido e duração da dor inalterados.
[018], A administração intravenosa de medicação antiviral pode ser necessária em casos em que ocorra concomitância com comprometimento sistêmico ou sintomatologia local intensa (Fife KH, Barbarash RA, Rudolph T, et al. Valaciclovir versus acyclovir in the treatment of first-episode genital herpes infection: results ofan international, multicenter, double-blind, randomized clinicai trial. SexTransm Dis 1997;24:481-6).
[019], O tratamento tópico das lesões genitais tem sido realizado com imiquimod gel que tem mostrado redução da recorrência de lesões. O imiquimod é um imunomodulador tópico, com atividade antitumoral e antiviral que induz a síntese e liberação de várias citocinas endógenas pró-inflamatórias TH-1, nomeadamente de interferon alfa. Ainda que não existam estudos randomizados, a eficácia do imiquimod tópico no tratamento do herpes genital
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7/11 crônico em indivíduos imunodeprimidos tem sido descrita na literatura (Bangsgaard N, Skov L. Chronic genital ulceration due to herpes simplex infection treated successfully with imiquimod. Acta Derm Venereol. 2008;88:2023).
[020], A resistência ao aciclovir é incomum podendo ocorrer de 4 a 10% em imunossuprimidos e em média 0,4% na população imunocompetente (Christophers J, Clayton J, Craske J, et al. Survey of resistance of herpes simplex virus to acyclovir in northwest England. Antimicrob Agents Chemother [021], 1998;42:868-72).
[022], Mutações genômicas ocorrem nos genes que codificam a timidina quinase viral (Pottage JC, Kessler HA. Herpes simplex virus resistance to acyclovir: clinicai relevance. Infect Agents Dis 1995;4:115- 24). A forma mais comum do vírus tende a ser avirulenta por ser incapaz de ser reativado a partir da latência (Christophers J, Clayton J, Craske J, et al. Survey of resistance of herpes simplex virus to acyclovir in northwest England. Antimicrob Agents Chemother 1998;42:868- 72). Entretanto mutantes que não reconhecem a forma ativa do aciclovir também podem ocorrer e causar infecções disseminadas em pacientes imunocomprometidos (Jones TJ, Paul R. Disseminated acyclovir-resistant herpes simplex virus type 2 treated successfully with foscarnet [letter], J Infect Dis 1995; 171:508- 9.) incluindo pneumonia, encefalite, esofagite e infecções mucocutâneas (Marks GL, Nolen PE, Erlich KS, Ellis MN. Mucocutaneous dissemination of acyclovir-resistant herpes simplex virus in a patient with AIDS. Rev Infect Dis 1989;11:474-6.).
[023], A própolis é um produto resinoso resultante de uma mistura de exsudatos de plantas e cera de abelhas. A composição química da própolis é complexa e varia com a região de produção devido às diferenças de plantas e abelhas. Vários estudos têm relatado atividades biológicas antitumoral, antibacteriana e imunomoduladora (M. L. Khalil, “Biological activity of bee propolis in health and disease,” Asian Pacific Journal of Câncer Prevention, vol. 7, no. 1, pp. 22-31, 2006). Alguns estudos sugerem que a própolis produzida no Brasil apresenta
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8/11 composição química e atividades farmacológicas que diferem daquela produzida em zonas temperadas (E. W. Teixeira, G. Negri, R. M. Meira, D. Message, and A. Salatino, “Plant origin of green propolis: bee behavior, plantanatomy and chemistry,” Evidence Based Complementary and Alternative Medicine, vol. 2, no. 1, pp. 85-92, 2005). Recentemente, preparações tópicas à base de própolis têm sido propostas no tratamento de infecções por HSV I (Shimizu T., Takeshita Y., Takamori Y., Kai H., Sawamura R., Yoshida H., Watanabe W., Tsutsumi A., Park Y.K., Yasukawa K., Matsuno K., Shiraki K. and Kurokawa M. Efficacy of Brazilian Propolis against Herpes Simplex Vírus Type 1. Infection in Mice and Their Modes of Antiherpetic Efficacies. Evidence-Based Complementary and Alternative Medicine, v. 2011, p. 1-9, 2011.) e II (N. Vynograd, I. Vynograd, and Z. Sosnowski, “A comparative multi-centre study of the efficacy of propolis, acyclovir and placebo in the treatment of genital herpes (HSV),” Phytomedicine, vol. 7, no. 1, pp. 1-6, 2000).
[024], Em um estudo realizado recentemente avaliando a atividade antiviral de própolis administrada por via oral, demonstrou-se que os princípios ativos limitam moderadamente as lesões de pele nas fases precoces da infecção por HSV1 por atividade anti HSVI e imunomoduladora associada à produção de IFN-γ indutor de imunidade Th1 (Shimizu T., Takeshita Y., Takamori Y., Kai H., Sawamura R., Yoshida H., Watanabe W., Tsutsumi A., Park Y.K., Yasukawa K., Matsuno K., Shiraki K. and Kurokawa M. Efficacy of Brazilian Propolis against Herpes Simplex Vírus Type 1. Infection in Mice and Their Modes of Antiherpetic Efficacies. Evidence-Based Complementary and Alternative Medicine, v. 2011, p. 1-9, 2011).
[025], Atualmente são poucos os produtos fitoterápicos utilizados com o objetivo da terapêutica para os vírus da herpes.
[026], O extrato vegetal de Uncaria tomentosa consiste em um preparado exclusivamente de uso tópico que se destina ao tratamento de lesões produzidas pelo vírus HSV I e II, tanto labiais quanto genitais. O extrato tem água deionizada e apresentação na forma de gel (Patente PI05035350
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9/11 [027], O fitoterápico à base de Echinacea purpurea é também aplicado na terapia de várias infecções bacterianas e virais. A planta, que tem origem americana, possui atividade imunomoduladora, particularmente na regulação da liberação do fator de necrose tumoral (TNF), e antiinflamatória. A medicação pode ser de uso tópico ou enteral, na forma de suplemento nutricional (Patente NZ500002).
[028], O preparado de Viburnum opulus para uso externo também exibe atividade antiviral tanto pela depressão da replicação viral na célula infectada quanto apresenta um efeito protetor na célula reduzindo sua sensibilidade à infecção pelo vírus HSV (Patente PL393515).
[029], Outra patente de fitoterápicos antivirais inclui o extrato de oliva rico em Dlenolato, obtido por extrações alcoólicas múltiplas das folhas de oliveira seguido de destilação sob vácuo. O produto é destinado ao preparo de um gel para uso tópico (Patente US20110070321).
[030]. Descrição detalhada do invento [031], A presente invenção consiste de uma composição farmacêutica e do uso da mesma.
[032], Em um primeiro aspecto principal, tem-se a composição farmacêutica compreendendo uma combinação de (I) Própolis e seus componentes, (II) propanona (acetona), (III) Transcutol, (IV) Gel reabsorvível Hidroxipropil metil celulose, (V) um ou mais excipientes farmaceuticamente aceitáveis. Onde o veículo carreador desta composição farmacêutica consiste do gel re-absorvível Hidroxi-Metil-Propil-Celulose, podendo também ser utilizado o carbopol ou outro espessante biológico associado ao Dietilglicol que proporciona melhor absorção do medicamento pela pele e mucosa, favorecendo sua atuação.
[033], Os principais componentes da própolis são resinas e bálsamos, ceras, óleos essenciais, grãos de pólen, e microelementos: alumínio, cálcio, estrôncio, ferro, cobre, manganês e vitaminas (B1, B2, B6, C, e E). A composição química é bastante complexa e variada, estando intimamente relacionada com a ecologia
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10/11 da flora de cada região visitada pelas e com o período de coleta da resina. Além disso, a variabilidade genética das abelhas rainhas também influencia na composição química. A composição química da própolis inclui flavonóides (como a galangina, quercetina, pinocembrina e kaempferol), ácidos aromáticos e ésteres, aldeídos e cetonas, terpenóides e fenilpropanóides (como os ácidos caféico e clorogênico), esteróides, aminoácidos, polissacarídeos, hidrocarbonetos, ácidos graxos e vários outros compostos em pequenas quantidades. Há também na sua constituição elementos inorgânicos como o cobre, manganês, ferro, cálcio, alumínio, vanádio e silício (Marcucci MC 1996. Propriedades biológicas e terapêuticas dos constituintes químicos da própolis. Quim Nova 19\ 529-536). De todos esses grupos de compostos, certamente o que vem chamando mais atenção dos pesquisadores é o dos flavonóides (Lima MG 2006. A produção de própolis no Brasil. São João da Boa Vista: São Sebastião Editora e Gráfica). A eles, bem como aos ácidos fenólicos, são atribuídas as propriedades antibacteriana, antiviral e antioxidante (Volpi N, Bergonzini G 2006. Analysis of flavonoids from propolis by on-line HPLCelectrospray mass spectrometry. J Pharm Biomed Anal 42: 354-361.).
[034], A propanona, também conhecida como dimetilcetona, 2-propanona, propan-2-ona, ou simplesmente acetona, com fórmula química CH3(CO)CH3, é um composto orgânico sintético que também ocorre no meio ambiente. É um líquido incolor, de odor e sabor característicos. É muito volátil, inflamável e solúvel em água (Merck Index, 11 th Edition, 58).
[035], O Transcutol, também conhecido como 3,6-dioxa-1-octanol, DEGEE, dietilenoglicol-monoetil-eter, Carbitol, Carbitol Cellosolve, Dioxitol, Polysolv DE, Dovanal DE, com fórmula química C6H14O3, consiste em um sistema promotor da permeação por meio de vesículas elásticas (Vesículas Intensificadoras de Penetração) e com poderosa atividade solubilizante. Estas vesículas têm mostrado alta deformabilidade da bicamada lipídica e boa capacidade de aumentar o acúmulo de medicamentos nas camadas superiores da pele, favorecendo a penetração do medicamento e a formação de microreservatórios
Petição 870180010348, de 06/02/2018, pág. 15/16 /11 de fármacos, os quais podem fornecer quantidades suficientes dos mesmos por um período prolongado, favorecendo a atividade antimicrobiana e antiinflamatória. Outras alternativas ao transcutol consistem no uso do isopropil miristato (IPM), dimetil isosorbida (DMI), propiletilenoglicol (PEG) 200 e PEG 400.
[036], A seguir descreve-se qualitativamente e quantitativamente um exemplo desta composição farmacêutica, sem, todavia, limitar seu escopo:
• Própolis - 10% (podendo variar de 1 % a 20%) • Propanona - 3% (podendo variar de 0,5% a 5% • Transcutol - 10% (podendo variar de 1 % a 20% • Gel base - Hidroxi-Metil-Propil-Celulose qsp 5 mL • q.s.p. (quantidade suficiente para) 5 mL da composição farmacêutica.
[037], O processo de obtenção desta composição consiste inicialmente em diluir a própolis na propanona adicionando-se a seguir o transcutol, promovendo a mistura do mesmo com os compostos anteriores. O próximo passo consiste na incorporação ao gel base por meio de mistura e maceração com gral e pistilo. Todas estas etapas ocorrem em temperatura ambiente.
[038], A referida composição farmacêutica apresenta-se preferencialmente em forma de gel, mas também pode apresentar-se em forma de solução ou pasta.
[039], O uso da referida composição farmacêutica está diretamente ligada ao bloqueio da adsorção viral às células susceptíveis, impedindo os efeitos citopáticos causados pelo herpes simples, tipos 1 e 2, além do herpes zoster e suas respectivas complicações.
[040], O uso do medicamento deve ser o mais precoce possível, até mesmo antes da manifestação das feridas, no início de um ligeiro prurido.
[041 ]. Aplica-se pequena quantidade do medicamento sobre as lesões causadas pelo herpes simples tipos 1 ou 2 / herpes zoster a cada 8 horas até o desaparecimento das mesmas.
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Claims (5)

  1. REIVINDICAÇÕES
    1) Composição farmacêutica caracterizada por compreender a combinação de:
    (I) 1 a 20% de própoiis e seus componentes, (II) 0,5 a 5% propanona (cetona), (III) 1 a 20% de 3,6-dioxa-1-octanol (transcutol), (IV) Hidroxi-Metil-PropilCelulose (gel base) e (V) um ou mais excipientes farmaceuticamente aceitáveis.
  2. 2) Composição farmacêutica, de acordo com a reivindicação 1, caracterizada pelo transcutol poder ser substituído por isopropil miristato, dimetil isorsobida e propiletilenoglicol.
  3. 3) Composição farmacêutica, de acordo com a reivindicação 1, caracterizada pelo gel base reabsorvível Hidroxi-Metil-Propil-Celulose poder ser substituído por carbopol ou outro espessante biológico associado ao dietilglicol.
  4. 4) Composição farmacêutica, de acordo com nas reivindicações de 1 a 3, caracterizada por apresentar-se na forma de gel, solução ou pasta.
  5. 5) Uso da composição farmacêutica, conforme definida nas reivindicações de 1 a 4, caracterizada por ser diretamente ligada ao bloqueio da adsorção viral às células susceptíveis, impedindo os efeitos citopáticos causados pelo herpes simples, tipos 1 e 2, do herpes zoster e suas respectivas complicações, além de adenovírus e papilomavírus.
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