BR102013010817A2 - Gel de polissacarídeos de gayralia brasiliensis e gel termoestável de polissacarídeos de gayralia brasiliensis complexados com íons - Google Patents

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Abstract

Gel de polissacarídeos de gayralia brasiliensis e gel termoestável de polissacarídeos de gayralia brasiliensis complexados com íons. A presente invenção relata a capacidade espessante e geleificante de polissacarídeos produzidos pela macroalga verde marinha gayralia brasiliensis. Em meio aquoso estes polissacarídeos possuem a propriedade de espessar e geleificar o sistema. Em meio salino contendo íons baratos, sódio e/ou cálcio estes polissacarídeos também possuem a propriedade de espessar e geleificar o sistema, além de serem termoestáveis. Os polissacarídeos produzidos pela macroalga verde marinha gayralia brasiliensis, com capacidade espessante e geleificante são extraídas da alga em temperaturas entre (1-100<198>c), são sulfatados (1-60%) e contêm ácidos urônicos (0-30%). São constituídos por ramnose (1-95%), glucose (0-40%), xilose (0-40%), manose (0-30%) e galactose (0-30%).

Description

GEL DE POLISSACARÍDEOS DE Gayralia brasitiensis E GEL TERMOESTÁVEL DE POLISSACARÍDEOS DE Gayralia brasitiensis COMPLEXADOS COM ÍONS
Campo da Invenção A presente invenção refere-se a geleificação e/ou espessamento de um fluido pela adição de polissacarídeos sulfatados obtidos de Gayralia brasiliensis, sendo este fluido água ou solução salina contendo íons boratos. O gel obtido a partir da geleificação do fluido contendo íons boratos pela adição de extratos brutos de polissacarídeos de Gayralia brasiliensis é termoestável em temperaturas até 100 °C. Adicionalmente a invenção refere-se ao uso destes polissacarídeos como agentes geleificantes e/ou espessantes em formulações oriundas da indústria farmacológica, cosmética, alimentícia, biotecnológica, química, entre outras.
Fundamentos da Invenção e Estado da Técnica Macroalgas verdes marinhas são encontradas ao longo de todo o globo terrestre. No oriente estas algas verdes principalmente do gênero Uiva e Monostroma vem sendo utilizado desde a antiguidade na medicina, e atualmente estas algas são cultivadas e exploradas para o uso como alimento. O gênero Gayralia é conhecido por sintetizar polissacarídeos sulfatados, bastante similares com os polissacarídeos sintetizados por algas do gênero Monostroma. A estrutura química destes polissacarídeos altamente sulfatados é composta principalmente por unidades monossacarídicas de ramnose, glucose e xilose, além de conter unidades monossacarídicas ácidas (ácidos urônicos), assim denominadas de heteroramnanas sulfatadas. Além do mais, não são encontradas outras invenções e/ou trabalhos científicos tendo utilizado algas verdes do gênero Gayralia como fonte de polissacarídeos sulfatados para evidenciar as características geleificantes. A espécie Gayralia brasiliensis é uma macroalga verde marinha encontrada em águas frias da costa sul do Brasil, mais precisamente, a alga utilizada na presente invenção foi obtida no estado do Paraná. Estudos demonstram que esta alga é apta para o cultivo, tolerando grande variação de salinidade e temperaturas até 21 °C. A presente invenção correlaciona os polissacarídeos sulfatados sintetizados pela macroalga verde Gayralia brasiliensis com a característica de alterar meios aquosos e meios salinos, contendo íons boratos, tornando-os gel. A reologia é a ciência que estuda a deformação de um corpo sob influência de tensões. A reologia avalia o comportamento de deformação ou fluxo de um corpo resultante de um sistema de forças aplicadas. A maioria dos fluídos reais apresenta um comportamento que os classifica entre líquidos e sólidos, sendo estes chamados de viscoelásticos.
Nas soluções poliméricas, como aquelas que contêm polissacarídeos, o comportamento é denominado pelo fenômeno viscoelástico. O caráter sólido e líquido podem ser quantificados, respectivamente, através do módulo de armazenamento (G') e módulo de perda (G"), ambos expressos em Pascal (Pa). O módulo de armazenamento G', também denominado módulo de cisalhamento elástico, indica que a tensão é temporariamente armazenada e pode-se recuperá-la posteriormente. O módulo de perda G", também denominado módulo de cisalhamento viscoso, faz alusão a energia utilizada para iniciar o fluxo sendo irreversivelmente perdida, e transformada em energia de cisalhamento. Se uma substância é puramente viscosa, G' é igual a zero e no caso da substância ser puramente elástica, G” é igual a zero. No entanto fluídos ou corpos reais não são nem totalmente viscosos nem totalmente elásticos. O comportamento reológico de polissacarídeos está diretamente ligado com a estrutura química destes. Quimicamente as ulvanas, obtidas de macroalgas verdes dos gêneros Uiva e Enteromorfa, são complexos polissacarídeos ácidos sulfatados, constituídas principalmente por unidades dissacarídicas 4-ligadas de ácido β-D-glucurônico e α-L-ramnose 3-sulfato denominadas de ácido ulvanobiurônico 3-sulfato tipo A e de unidades dissacarídicas 4-ligadas de ácido a-L-idurônico e α-L-ramnose 3-sulfato denominadas de ácido ulvanobiurônico 3-sulfato tipo B. Estas unidades dissacarídicas estão arranjadas em sequências regulares ao longo do polissacarídeo. A presente invenção utiliza polissacarídeos sulfatados de macroalga verde de Gayralia brasiliensis que são quimicamente diferentes das ulvanas. Os compostos produzidos por Gayralia brosiliensis formados por uma cadeia principal de a-L-ramnose 2- ou 3-ligadas e sulfatadas em diferentes posições. Este polissacarídeo contém outras unidades monossacarídicas como xilose, glucose, manose, galactose e ácidos urônicos.
Polissacarídeos de algas marinhas vermelhas e marrons são amplamente empregados industrialmente baseando-se, entre outras propriedades na capacidade destes de formarem géis rígidos em solução aquosa e/ou soluções salinas, como é o caso de alginatos oriundos de algas marrons e agaranas e carragenanas oriundas de algas vermelhas. Destaca-se entretanto que atualmente polissacarídeos de algas marinhas verdes não são empregados industrialmente como agentes geleificantes e/ou espessantes, embora diversos pesquisadores (Lahaye, Axelos, 1993; Renn, 1997; Lahaye, 2001) demonstrem a capacidade de polissacarídeos de algas verdes, especificamente ulvanas, formarem géis em solução.
Descrição da abordagem do problema técnico Os polissacarídeos sulfatados obtidos de macroalgas verdes do gênero Gayralia, até o momento, não são descritos como agentes geleificantes e/ou espessantes. Sendo assim, a presente invenção utiliza polissacarídeos sulfatados oriundos da macroalga verde Gayralia brasiliensis como agente espessante e/ou geleificante de fluidos aquosos e soluções salinas contendo íons boratos, sódio e/ou cálcio. Destaca-se ainda a termoestabilidade do sistema salino com íons boratos e polissacarídeos de Gayralia brasiliensis, característica esta interessante para processos industriais que envolvem alterações de temperaturas.
As propriedades reológicas de um determinado sistema devem ser adequadas ao produto final deste, podendo assim ser explorada tanto a capacidade espessante como a geleificante de polissacarídeos em solução. A oresente invenção apresenta comportamentos distintos, espessante e geleificante, a partir de polissacarídeos de Gayralia brasiliensis dependendo do meio em que estes são dispersos, água ou solução salina.
Portanto, o objetivo da presente invenção é demonstrar a característica geleificante deste polissacarídeo sulfatado obtido da macroalga verde Gayralia brasiliensis quando solubilizado em meio aquoso e em meio salino contenao lons boratos, assim como sua termoestabilidade quando em sistema contendo tons boratos. Mais especificamente, o objetivo é apresentar os polissacarídeos como uma alternativa para agentes geleificantes e/ou espessantes utilizados industrialmente por diversos segmentos, tais como, indústria farmacêutica, cosmética, alimentícia, biotecnológica, de tintas, de detergentes, entre outras. Deste modo, a presente invenção apresenta uma nova fonte renovável de exploração de polissacarídeos sulfatados com características geleificantes.
Descrição breve dos desenhos FIGURA 1 é um gráfico da curva de viscosidade (viscosidade aparente -Pa x taxa de cisalhamento - s-1) das soluções de polissacarídeos de Gayralia brasiliensis solubilizados em água (100W) e solubilizados em meio salino contendo íons boratos (100B). FIGURA 2 é um gráfico da varredura de frequência (módulos elásticos G' e viscoso G" - Pa x frequência - Hz) das soluções de polissacarídeos de Gayralia brasiliensis solubilizados em água (100W) e solubilizados em meio salino contendo íons boratos (100B). FIGURA 3 é um gráfico da rampa de temperatura (módulo elástico G' -Pa x temperatura - °CJ das soluções de polissacarídeos de Gayralia brasiliensis solubilizados em água (100W) e solubilizados em meio salino contendo íons boratos (I00B).
Descrição detalhada da Invenção (I) - Processamento da Alga Algas Gayralia brasiliensis são coletadas em ambiente marinho. As algas primeiramente passam por um pré-tratamento onde são lavadas em água doce oara remoção de sais e impurezas residuais, e posteriormente são encaminhadas para retirada do excesso de água. São então congeladas e secas até peso constante. As algas seguem para o processo de moagem, até granulometria final entre 0,1-5 mm. (II) - Extração do Polissocorídeo A primeira etapa de extração dos polissacarídeos é realizada a partir da solubilização das algas secas e moídas em água purificada na concentração de 0,1-100 g/L (p/v), preferencialmente entre 10 e 40 g/L. Este processo é conduzido sob agitação a temperatura de 10-30 °C, preferencialmente entre 20 e 25 °C, por 2-24 horas, preferencialmente entre 10 e 14 horas. Após esta etapa o material é centrifugado, ou filtrado, obtendo-se um sobrenadante, ou filtrado, contendo polissacarídeos e um precipitado, ou não-filtrado, contendo a biomassa algal residual. O sobrenadante ou o filtrado é deve ter seu volume reduzido, opcionalmente podendo suprimir esta etapa. Os polissacarídeos são então precipitados pela adição de solvente orgânico polar (etanol, metanol, acetona, isopropanol, n-propanol, entre outros), preferencialmente etanol, em proporção 1:2-5 (v/v), seguido de agitação, repouso sob refrigeração por pelo menos 3 horas e centrifugação. Após centrifugação, o precipitado contendo polissacarídeos é ressolubilizado em água purificada. Os polissacarídeos obtidos são congelados e secos (liofilização, estufa a vácuo, spray dryer, entre outros). A biomassa algal residual é ressolubilizada com o mesmo volume de água purificada utilizada na primeira etapa de extração dos polissacarídeos, mantida sob agitação preferencialmente à temperatura de 60-100 °C, preferencialmente entre 70 e 90 °C, por um período de 1-10 horas, preferencialmente entre 3 e 6 horas. Após esta etapa o material é centrifugado, ou filtrado, obtendo-se um sobrenadante, ou filtrado, contendo polissacarídeos e um precipitado, ou não-filtrado, contendo a biomassa algal residual Os polissacarídeos são então precipitados pela adição de solvente orgânico polar (etanol, metanol, acetona, isopropanol, n-propanol, entre outros) preferencialmente etanol em proporção 1:2-5 (v/v) seguido de aaitação, repouso sob refrigeração por pelo menos 3 horas e centrifugação. Após centrifugação o precipitado contendo polissacarídeos é resolubilizado em água purificada. Os polissacarídeos obtidos são congelados e secos (liofilização, estufa a vácuo, spray dryer, entre outros). A etapa de extração dos polissacarídeos à temperatura de 60-100 °C pode ser repetida outras vezes para a obtenção de outras frações polissacarídicas. O produto obtido são polissacarídeos sulfatados, compostos principalmente por ramnose, xilose, glucose e ácidos urônicos, além de menores proporções de manose e galactose. Estes polissacarídeos apresentam características geleificantes e/ou espessantes quando em solução. (III) - Caracterização dos Polissacarídeos Para determinar as características estruturais dos polissacarídeos extraídos de Gayralia brasiliensis, os métodos a seguir são utilizados: • Quantificaçãode carboidratos totais pelo método de fenol-ácido sulfúrico (Dubois et ai, 1956); • Quantificação de proteínas (Lowry et ai, 1951); • Quantificação de ácidos urônicos pelo método de m-hidroxibifenila (Filisetti-Cozzi e Carpita, 1991); • Quantificação de grupos sulfato pelo método gelatina-bário (Dogson e Price, 1962); • Determinação da rotação óptica específica {[a]D25°); • Determinação da composição monossacarídica através de acetato de alditol por GC-MS; • Avaliação do perfil de ressonância nuclear magnética de carbono 13 (RMN - 13C). (IV) - Preparo de amostras para análises reológicas.
Para as análises de caracterização reológica são preparadas diferentes soluções: uma em que o polissacarídeo é disperso em água e outra em que o polissacarídeo é disperso em meio salino contendo íons boratos ou combinação de íons boratos e outros íons monovalentes ou divalentes. Em ambas as soluções os polissacarídeos são dispersos em concentração variável de 1-250 g/L preferencialmente entre 50-100 g/L, sob constante agitação magnética ou mecânica sob temperatura 10-30 °C, preferencialmente entre 20 e 25 °C, por 1-12 horas, preferencialmente entre 3 e 6 horas. Para o preparo da solução em meio salino contendo íons boratos, é adicionado à solução 1 - 300 mMol, preferencialmente entrei0 e 100 mMol, de ácido bórico (H3BO3) e, se necessário, outros sais mono ou divalentes. As soluções são mantidas em repouso sob temperatura de 10-30 °C, preferencialmente entre 20 e 25 °C, por pelo menos 24 horas anteriores as análises. (V) - Análises reológicas Com o intuito de avaliar o comportamento reológico e consequentemente a característica de geleíficação dos polissacarídeos obtidos de Gayralia brasiliensis descrita na presente invenção, as análises reológicas são realizadas em equipamento especifico, reômetro, acoplado com controle de temperatura. São realisadas análises de varredura de tensão, varredura de frequência e rampa de temperatura. A presente invenção é concretizada através dos exemplos descritos a seguir, mas não se limitam aos mesmos.
Exemplo Ί - Extração e Caracterização química dos polissacarídeos de Monostroma brasiliense As algas Gayralia brasiliensis são coletadas em ambiente marinho na Baía de Guaratuba, Paraná, Brasil. As algas passam por um pré-tratamento onde são lavadas uma a uma em água doce para remoção de sais e impurezas residuais, e posteriormente é retirado o excesso de água. Então as algas são congeladas e secas sob sol até peso constante. As algas seguem para o processo de moagem, até atingir granulometria de ± 0,5 mm. A primeira etapa de extração dos polissacarídeos é realizada a partir das algas secas e moídas, com água purificada por destilação preferencialmente na concentração de 20 g/L (p/v). Este processo é conduzido sob agitação mecânica á temperatura de 20 °C por 12 horas. Após esta etapa o material é centrifugado a 5.000 rpm, 5 °C por 30 minutos obtendo-se um sobrenadante que contém os polissacarídeos e um precipitado que contém a biomassa algal residual. O sobrenadante é concentrado em rotaevaporador até aproximadamente 1/5 do volume inicial. Os polissacarídeos são então precipitados pela adição de solvente orgânico polar, etanol, em proporção 1:3 (v/v) seguido de agitação, repouso sob refrigeração por pelo menos 12 horas é centrifugado a 5.000 rpm, 5 °C por 30 minutos. Após centrifugação o precipitado contendo poiissacarídeos é resolubilizado em água purificada por destilação. Após os poiissacarídeos são congelados e secos por liofilização. A biomassa algal residual é ressolubilizada com o mesmo volume de água purificada por destilação utilizada na primeira etapa de extração dos poiissacarídeos, mantida sob agitação mecânica à temperatura de 80 °C por um período de 4 horas. Após esta etapa o material é centrifugado a 5.000 rpm, 5 °C por 30 minutos obtendo-se um sobrenadante que contém os poiissacarídeos e um precipitado que contém a biomassa algal residual. O sobrenadante é concentrado em rotaevaporador até aproximadamente 1/5 do volume inicial. Os poiissacarídeos são então precipitados pela adição de solvente orgânico polar, etanol, em proporção 1:3 (v/v) seguido de agitação, repouso sob refrigeração por pelo menos 12 horas é centrifugado a 5.000 rpm, 5 °C por 30 minutos. Após centrifugação o precipitado contendo poiissacarídeos é resolubilizado em água purificada por destilação. Após os poiissacarídeos são congelados e secos por liofilização. A etapa de extração dos poiissacarídeos à temperatura de 80 °C é repetida por mais 2 vezes para a obtenção de outras frações polissacarídicas.
Os poiissacarídeos resultantes das etapas de extração descritas anteriormente são reunidos e apresentados na Tabela 1 de caracterização química de poiissacarídeos de Gayralia brasiliensis.
Análises de RMN de 13C resultam em um espectro bastante complexo, com sinais alargados e sobrepostos, devido a diferentes ligações glicosídicas, grupos sulfatos ligados a unidades de ramnose e variedade de unidades monossacarídicas presentes na composição do polissacarídeo.
De forma geral os espectros de RMN de ,3C de poiissacarídeos sulfatados de Gayralia brasiliensis apresentam três regiões. A região de 17,8-18,2 Dom com sinal intenso, e bastante característico, referente ao C-6 de unidades de ramnose. A região anomérica com sinais em 97,5-106,0 ppm, referente aos carbonos anoméricos das unidades monossacarídicas presentes no polissacarídeo, principalmente de ramnose. Uma região bastante complexa em 60,0-85,0 ppm correspondente ao sinais dos demais carbonos do anel das unidades monossacarídicas.
Tabela 1 - Composição química dos polissacarídeos sulfatados isolados das macroalgas verdes marinhas Monostroma brasiliense.
Exemplo 2 - Característica espessante.
Os polissacarídeos sulfatados de Gayralia brosiliensis, com características semelhantes ao descritos no exemplo 1 da presente invenção, quando solubilizados em água, ou solução salina tem a capacidade de alterar a viscosidade do meio.
No gráfico da FIGURA 1 está representado curvas de fluxo para a solução de polissacarídeos de Gayralia brosiliensis solubilizados em água na concentração de 100 g/L (p/v), denominado de 100W. Assim como, a solução de polissacarídeos de Gayralia brosiliensis solubilizados, na concentração de 100 g/L (p/v), em solução salina contendo 10 mMol de íons boratos (BC>3+3), denominada 100B. Outras concentrações de polissacarídeo (1-250 g/L) e íons (1-300 mMol) foram testadas apresentando comportamento reológico similar aos exempfo- TQOW c TOQ B da F4G4JRA 2.- Ambas as soluções apresentam comportamento típico não-newtoniano pseudoplástico com viscosidade constante a baixas taxas de cisalhamento e subsequente decaimento nos valores de viscosidade com o aumento da taxa de cisalhamento. E ambas as soluções promovem o aumento da viscosidade dos sistemas, no entanto a solução em meio salino (TOOB) apresenta um aumento mais intenso na consistência do sistema.
Deste modo caracteriza-se a capacidade espessante dos polissacarídeos de Gayralia brasiliensis tanto em meio aquoso como meio salino. A adição de outros sais monovalentes ou divalentes, tais como sódio (Na+) ou cálcio (Ca+2), não influem na capacidade espessante.
Exemplo 3 - Característica aeleificante.
Os polissacarídeos sulfatados de Gayralia brasiliensis, com características semelhantes ao descritos no exemplo 1 da presente invenção, quando solubilizados em água, ou solução salina tem a capacidade de gelificar o sistema.
No gráfico da FIGURA 2 está representado varreduras de frequência para a solução de polissacarídeos de Gayralia brasiliensis solubilizados em água na concentração de 100 g/L (p/v), denominado de 100W. Assim como, a solução de polissacarídeos de Gayralia brasiliensis solubilizados, na concentração de 100 g/L (p/v), em solução salina contendo 10 mMol de íons boratos (B03+3), denominada 100B. Outras concentrações de polissacarídeo (1-250 g/L) e íons (1-300 mMol) foram testadas apresentando comportamento reológico similar aos exemplo 100W e 100B da FIGURA 2. A solução 100W se apresenta como um gel, em que os valores dos módulos elástiço (G'J e viscoso (G") se apresentam dependentes da frequência. A característica de gel, em que G' é superior a G", só é observada até a frequência de 1,0 Hz. Já a solução 100B se apresenta como um gel rígido, com valores do módulo elástico (G') independentes da frequência e superiores aos valores do módulo viscoso (G"), em toda faixa de frequência analisada (0,01-10 Hz).
Deste modo caracteriza-se a capacidade geleificante dos polissacarídeos de Gayralia brasiliensis em meio aquoso, e mais acentuaao em meio salino contendo íons boratos. A adição de outros sais monovalentes ou divalentes, tais como sódio (Na+) ou cálcio (Ca+2), mantém a capacidade geleificante.
Exemplo 4 - Característica termoestável.
Os polissacarídeos sulfatados de Gayralia brasiliensis, com características semelhantes ao descritos no exemplo 1 da presente invenção, quando solubilizados em água, ou solução salina tem a capacidade de gelificar o sistema.
No gráfico da FIGURA 3 está representado varreduras de temperatura para a solução de polissacarídeos de Gayralia brasiliensis solubilizados em água na concentração de 100 g/L (p/v), denominado de 100W. Assim como, a solução de polissacarídeos de Gayralia brasiliensis solubilizados, na concentração de 100 g/L (p/v), em solução salina contendo 10 mMol de tons boratos (BC>3+3), denominada 100B. Outras concentrações de polissacarídeo (1-250 g/L] e íons (1-300 mMol) foram testadas apresentando comportamento reológico similar aos exemplo 100W e 100B da FIGURA 3. A solução 100W é dependente da temperatura, onde os valores dos módulos elástico G' e viscoso G" são dependentes da temperatura ao longo do tempo e não mantém a característica de gel (G’>G"). Já a solução 100B também se apresenta os valores dos módulos viscoso G' e elástico G" dependentes da temperatura, no entanto esta solução mantém sua característica gel (G'>G") ao longo da variação da temperatura como observado na FIGURA 3.
Assim caracterizando a propriedade termoestável dos polissacarídeos de Gayralia brasiliensis em meio salino contendo íons boratos. A adição de outros sais monovalentes ou divalentes, tais como sódio (Na+) ou cálcio (Ca+2), mantém a propriedade termoestável.

Claims (14)

1 - GEL DE POLISSACARÍDEOS DE Gayralia brasiliensis E GEL TERMOESTÁVEL DE POLISSACARÍDEOS DE Gayralia brasiliensis COMPLEXADOS COM ÍONS, caracterizado por compreender polissacarídeos de Gayralia brasiliensis obtidos a partir das seguintes etapas de extração: (I) coleta e lavagem com água: (II) congelamento; (III) secagem e moagem; (IV) extrações aquosas (frio e/ou quente); (V) centrifugação/filtração da biomassa algal; (VI) tratamento do sobrenadante obtido com solvente orgânico polar para a precipitação dos polissacarídeos; (VII) secagem.
2 - GEL DE POLISSACARÍDEOS DE Gayralia brasiliensis E GEL TERMOESTÁVEL DE POLISSACARÍDEOS DE Gayralia brasiliensis COMPLEXADOS COM ÍONS, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por compreender polissacarídeos constituídos de carboidratos totais (25-95%) e de menores proporções de proteínas totais (1-20%);
3 - GEL DE POLISSACARÍDEOS DE Gayralia brasiliensis E GEL TERMOESTÁVEL DE POLISSACARÍDEOS DE Gayralia brasiliensis COMPLEXADOS COM ÍONS, de acordo com as reivindicações 1-2, caracterizado por compreender polissacarídeos em sua forma bruta.
4 - GEL DE POLISSACARÍDEOS DE Gayralia brasiliensis E GEL TERMOESTÁVEL DE POLISSACARÍDEOS DE Gayralia brasiliensis COMPLEXADOS COM ÍONS, de acordo com as reivindicações 1-3, caracterizado por compreender polissacarídeos sulfatados com teores entre 1-60% de grupos sulfato.
5 - GEL DE POLISSACARÍDEOS DE Gayralia brasiliensis E GEL TERMOESTÁVEL DE POLISSACARÍDEOS DE Gayralia brasiliensis COMPLEXADOS COM ÍONS, de acordo com as reivindicações 1-3, caracterizado por compreender teores de: rnmnose entre 1-95%, alucose entre 0-40%, xilose entre 0-40%, manose entre 0-30% e galactose entre 0-30%.
6 - GEL DE POLISSACARÍDEOS DE Gayralia brasiliensis E GEL TERMOESTÁVEL DE POLISSACARÍDEOS DE Gayralia brasiliensis COMPLEXADOS COM ÍONS, de acordo com as reivindicações 1-3, caracterizado por compreender polissacarídeos constituídos por ácidos urônicos com teores entre 1-30%.
7 - GEL DE POLISSACARÍDEOS DE Gayralia brasiliensis E GEL TERMOESTÁVEL DE POLISSACARÍDEOS DE Gayralia brasiliensis COMPLEXADOS COM ÍONS, COMO AGENTE GELEIFICANTE E/OU ESPESSANTE, com aplicações destes solubilizados em meio aquoso, caracterizado por: (I) conferir maior consistência ao sistema; (II) conferir característica de gel ao sistema.
8 - GEL DE POLISSACARÍDEOS DE Gayralia brasiliensis E GEL TERMOESTÁVEL DE POLISSACARÍDEOS DE Gayralia brasiliensis COMPLEXADOS COM ÍONS, COMO AGENTE GELEIFICANTE E/OU ESPESSANTE, com aplicações destes solubilizados em meio salino contendo íons boratos, caracterizado por: (I) conferir maior consistência ao sistema; (II) conferir característica de gel ao sistema; (III) conferir termo estabilidade ao sistema.
9 - USO DE GEL DE POLISSACARÍDEOS DE Gayralia brasiliensis E GEL TERMOESTÁVEL DE POLISSACARÍDEOS DE Gayralia brasiliensis COMPLEXADOS COM ÍONS, USO DE GÉIS DE POLISSACARÍDEOS DE Gayralia brasiliensis, de acordo com reivindicações 1-8, em produtos farmacêuticos.
10 - USO DE GEL DE POLISSACARÍDEOS DE Gayralia brasiliensis E GEL TERMOESTÁVEL DE POLISSACARÍDEOS DE Gayralia brasiliensis COMPLEXADOS COM ÍONS, USO DE GÉIS DE POLISSACARÍDEOS DE Gayralia brasiliensis, de acordo com reivindicações 1-8, em produtos cosméticos.
11 - USO DE GEL DE POLISSACARÍDEOS DE Gayralia brasiliensis E GEL TERMOESTÁVEL DE POLISSACARÍDEOS DE Gayralia brasiliensis COMPLEXADOS COM ÍONS, USO DE GÉIS DE POLISSACARÍDEOS DE Gayralia brasiliensis, de acordo com reivindicações 1-8, em produtos alimentícios.
12 - USO DE GEL DE POLISSACARÍDEOS DE Gayralia brasiliensis E GEL TERMOESTÁVEL DE POLISSACARÍDEOS DE Gayralia brasiliensis COMPLEXADOS COM ÍONS, USO DE GÉIS DE POLISSACARÍDEOS DE Gayralia brasiliensis, de acordo com reivindicações 1-8, em produtos químicos.
13 - USO DE GEL DE POLISSACARÍDEOS DE Gayralia brasiliensis E GEL TERMOESTÁVEL DE POLISSACARÍDEOS DE Gayralia brasiliensis COMPLEXADOS COM ÍONS, UTILIZAÇÃO de acordo com a reivindicação 12, em que os produtos químicos compreendem tintas, detergentes, sabões, e produtos semelhantes que necessitem de agentes espessantes e/ou geleificantes em suas composições.
14 - USO DE GEL DE POLISSACARÍDEOS DE Gayralia brasiliensis E GEL TERMOESTÁVEL DE POLISSACARÍDEOS DE Gayralia brasiliensis COMPLEXADOS COM ÍONS, COMPOSIÇÕES caracterizadas por compreender polissacarídeos de Gayralia brasiliensis como agentes geleificantes e/ou espessantes em formulações químicas, cosméticas, alimentícias.
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