BR102012021606A2 - composições veterinárias para controle simultâneo de endo e ectoparasitas em bovinos, uso das composições uso de compostos igr e microminerais, método de controle de endo e ectoparasitas em bovinos e kit - Google Patents
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Abstract
composições veterinárias para controle simultâneo de endo e ectoparasitas em bovinos, uso das composições, uso de compostos igr e microminerais, método de controle de endo e ectoparasitas em bovinos e kit. a presente invenção refere-se a uma composição veterinária, preferencialmente na forma de pó, para adição na alimentação (ração) ou na suplementação nutricional (sal, sai mineralizado, concentrados vitamínicos, entre outros) à base de compostos igr (do inglês 41insect growth reguíator9, reguladores do crescimento de insetos, ou particularmente à base de benzoil urejas substituidas, em associação com microminerais, para controle simultâneo de endo e ectoparasitas, preferencialmente para controle de carrapatos, mosca- dos-chifres (ectoparasitas) e haemonohus conto~fus (endoparasita), em bovinos.
Description
“COMPOSIÇÕES VETERINÁRIAS PARA CONTROLE SIMULTÂNEO DE ENDO E ECTOPARASITAS EM BOVINOS. USO DAS COMPOSIÇÕES. USO DE COMPOSTOS IGR E MICROMINERAIS. MÉTODO DE CONTROLE DE ENDO E ECTOPARASITAS EM BOVINOS E KIT” Campo da Invenção A presente invenção refere-se a uma composição veterinária, preferencialmente na forma de pó, para adição na alimentação (ração) ou na suplementação nutricional (sal, sal mineralizado, concentrados vitamínicos, entre outros) à base de compostos IGR (do inglês “insect growth regulator”), reguladores do crescimento de insetos, ou particularmente à base de benzoil ureias substituídas, em associação com microminerais, para controle simultâneo de endo e ectoparasitas, preferencialmente para controle de carrapatos-do-boi e mosca-dos-chifres (ectoparasitas), e de vermes da espécie Haemonchus contortus (endoparasita), em bovinos.
Antecedentes da Invenção CARRAPATQ: O carrapato-do-boi (Rhipicephalus [Boophilus] microplus) é o principal ectoparasita de bovinos presente nos países tropicais e subtropicais. O CICLO DO CARRAPATQ: O ciclo de vida desse artrópode pode ser dividido em duas fases: parasitária e livre. A fase de vida parasitária inicia com a chegada da larva infestante (com três pares de patas) no hospedeiro, que se alimenta de linfa até transformar-se em metalarva. O instar metalarva é metamorfósico, pois do seu interior sai um novo indivíduo, a ninfa, agora com quatro pares de patas. A ninfa volta a se alimentar de linfa até transformar-se em metaninfa e sofrer a segunda metamorfose, liberando um indivíduo sexuado: macho ou fêmea. A fêmea amadurece e inicia a fase de hematofagismo. A fêmea ingurgitada de sangue chama-se teleógina.
Cada teleógina ingere em torno de 3 mL de sangue durante sua passagem no hospedeiro e transforma 60% de sua massa corporal em ovos. Assim, um grupo de 3 gramas de teleóginas (8 a 10 indivíduos) produz em torno de 1,8 grama de ovos, e cada grama de ovos produz 20.000 larvas (GONZÁLES, J. C. O controle do carrapato do boi. Porto Alegre: Sulina, 1993. 104 p.). Cada fêmea pode produzir de 2.000 a 3.000 ovos. A fase de vida livre se inicia com a teleógina que, após se desprender do corpo do hospedeiro, cai no solo, e busca um ambiente favorável para fazer a postura de seus ovos, que ao eclodir darão origem a larvas infestantes. A fase de vida livre do carrapato varia em média de 28 a 51 dias, podendo se estender a mais de 300 dias. Além disso, as larvas podem ficar mais de 6 meses sem se alimentar. PREJUÍZOS CAUSADOS PELO CARRAPATO: Os prejuízos causados pelo carrapato são estimados por ano em dois bilhões de dólares (FURLONG & PRATA, 2004). Esses prejuízos ocorrem de forma direta e indireta. Diretamente, pelo efeito da picada e suas consequências: irritabilidade, perda de sangue, acarretando redução de peso e de produção de leite, pelas miíases secundárias e consequentes danos no couro, prejudicando a sua qualidade, e ainda pela possibilidade de transmissão dos agentes da tristeza parasitária bovina. Entre as perdas indiretas, podem ser citados: o custo do controle químico, mão-de-obra, os danos ambientais decorrentes do uso desses produtos, os resíduos deixados nos produtos de origem animal (ANDREOTTI & GOMES, 2003), uma vez que, se não for cumprido o período de carência, o produto não deve ser destinado ao consumo humano (FURLONG & PRATA, 2006), e os riscos de intoxicações, que por períodos prolongados, podem levar a efeitos teratogênicos e/ou carcinogênicos no homem (ROJAS et al., 2000 citado por SILVA, 2001). O ectoparasita causa inúmeros prejuízos à pecuária, como a transmissão dos agentes causadores de doenças parasitárias de natureza hemolítica (anaplasmose e a babesiose), a inoculação de toxinas na carne e a anemia, além da baixa qualidade para o aproveitamento de peles na indústria de couros, devido às lesões causadas pela fixação do parasita.
Ainda a irritação e a perda de sangue fazem com que o animal perca peso, tenha uma redução na fertilidade e na produção leiteira da ordem de 10 a 15% (dados do (BGE divulgados em 2000).
Com base em informações colhidas junto às secretarias de agricultura dos estados brasileiros, Horn (Horn SC. Prováveis prejuízos causados pelos carrapatos. Boi. Def. San. Ani.; Brasília: Ministério da Agricultura; 1983.) estimou que os prejuízos causados pelo carrapato, considerando aspectos relacionados à mortalidade (1,2%), diminuição do ganho de peso (6kg/animal/ano), efeitos sobre o couro, gastos com carrapaticidas, diminuição da produção de leite (1,5 bilhões de litros), chegavam a US$ 968 milhões. Em função do crescimento do rebanho bovino de 76 milhões de cabeças em 1983 para 180 milhões em 2005, estas perdas podem ser estimadas em 2 bilhões de dólares.
Estes dados de pesquisas brasileiras são também confirmados por inúmeras entidades internacionais.
PRODUTOS UTILIZADOS PARA CONTROLE DO CARRAPATO-DO-BOI
Atualmente, o controle de carrapatos é um desafio para a pecuária, pois para a aplicação dos produtos existentes no mercado para o controle do carrapato é necessário que os bovinos sejam recolhidos do campo e confinados em curral. A esse procedimento se dá o nome de manejo. O manejo é uma tarefa extremamente trabalhosa, que envolve muita mão de obra e tem duração longa. Durante o manejo, os bovinos não consomem alimento, são submetidos a estresse, se lesionam e sofrem considerável perda de peso, o que resulta em prejuízo para os pecuaristas.
Além de todas essas perdas, o próprio deslocamento dos animais até o curral - manejo, para receber o tratamento, produz uma desorganização em suas atividades (PARANHOS DA COSTA & NETO, 2003), e isso faz com que o animal emagreça até 15kg por manejo (ARENALES, 2004). Com o estresse dos animais durante a rotina de manejo, os riscos de acidentes são agravados, levando ao aumento de contusões nas carcaças, além de a carne ficar mais dura e escura (PARANHOS DA COSTA et ai, 2004).
Também não é viável, técnica e economicamente, erradicar o parasita na fase de vida livre, tratando os pastos.
Os produtos atualmente existentes para o controle do carrapato podem ser classificados em famílias ou grupos químicos. Com o passar dos anos, novos grupos químicos foram surgindo e outros desaparecendo. Atualmente, além dessa classificação por famílias, podem-se agrupar os carrapaticidas em “de contato” ou “sistêmicos” (atuação pela circulação sanguínea), encontrando-se no mercado as seguintes alternativas (FURLONG, 2005): a- Carrapaticidas de contato: São aplicados por meio de pulverização, imersão ou pour-on, e são divididos em cinco grupos ou famílias. a.1) Organofosforado: Grupo mais antigo de carrapaticidas sendo ainda comercializado para bovinos. Apresenta pequeno poder residual. Muitos produtores não mais utilizam esses produtos, por acreditar que existe resistência dos carrapatos a eles, e porque os grupos mais novos, pelo seu maior poder residual, permitem intervalo mais amplo entre as pulverizações, proporcionando maior economia. O produto comercial organofosforado mais conhecido talvez ainda seja o ASSUNTOL, encontrado atualmente no mercado em associação com um produto bernicida. Mais recentemente apareceram o CARBESON e o ECTOFÓS. Outros organofosforados estão disponíveis no mercado, entretanto, a maioria dos produtos dessa família está em associação com piretroides. a.2) Amidínicos: Grupo de carrapaticidas que sucedeu aos organofosforados e caracterizou-se por ter um poder residual maior, permitindo intervalos maiores de tratamentos, foi amplamente aceito pelos produtores e continua sendo um dos mais utilizados no mercado, mesmo depois de mais de 20 anos de comercialização. Existem propriedades onde o grupo é usado há muitos anos, sem indícios de problemas de resistência. O produto amidínico mais conhecido é o TRIATOX. a.3) Piretroides sintéticos: sempre na busca de produtos com menor toxicidade aos bovinos e com maior poder residual, ou seja, que permaneçam por mais tempo sobre o pelo e o couro dos animais, a indústria química desenvolveu esse novo grupo de carrapaticidas, que teve grande aceitação pelos produtores. São muitas as subfamílias de piretroides sintéticos, embora os produtos mais comuns sejam originários da Deltametrina, Cipermetrina e Alfametrina. Ademais, esse maior poder residual favoreceu o desenvolvimento da resistência das populações de carrapatos a esse grupo químico. Para tentar prolongar a vida útil desse grupo químico por mais tempo, foram desenvolvidas novas formulações, nas quais os piretroides estão sendo associados aos organofosforados, aumentando assim a eficiência. O produto comercial mais conhecido desse grupo talvez seja o BUTOX. a.4) Fenilpirazóis: o produto atua de maneira semelhante às avermectinas, isto é, sobre determinada substância no sistema nervoso dos carrapatos, paralisando-os. Tem a desvantagem de não poder ser utilizado nos animais em lactação. É aplicado na forma de pour-on. Um produto representante deste grupo é o TOP LINE, que tem como princípio ativo a substância denominada Fipronil. a.5) Cymiazol: grupo químico antigo, pouco utilizado contra o carrapato no Brasil até o início da década de 70 (Thiazolina), foi relançado no mercado, e tem em sua formulação uma associação com piretroide sintético (utilizado na forma de pulverização). É liberado para uso em animais em lactação, com carência zero para o consumo do leite de animais tratados. Já para a utilização da carne, a carência é de 3 dias. Como representante comercial deste grupo há o EKTOBAN. a.6) Naturalyte: é o grupo químico mais recente do mercado nacional e o componente ativo o Spinosad, é oriundo da fermentação de um fungo actinomiceto. Pode ser usado em vacas em lactação. b- Carrapaticidas sistêmicos: São carrapaticidas aplicados por meio de injeções ou pour on. De ambas as formas, o princípio ativo do produto é metabolizado pelo organismo e distribuído a todo o corpo do animal, chegando através do sangue, aos carrapatos. b.1) Lactonas macrocíclicas: esses produtos surgiram no inicio da década de 80 e produziram grande revolução no mercado mundial dos antiparasitários. Além de apresentarem maior poder residual são eficientes contra vermes e bernes, por isso são chamados de endectocidas. São derivados de produtos obtidos com a fermentação do fungo Streptomyces avermitiles, e existem quatro subgrupos no mercado: Abamectina, Ivermectina, Doramectina e Moxidectina). Esses carrapaticidas também agem bloqueando a transmissão dos impulsos nervosos nos carrapatos, que por isso morrem paralisados. Têm a grande desvantagem de não poderem ser utilizados nos animais em lactação, ou nos animais 30 dias antes do abate, pelo nível de resíduos que permanece no leite e na carne. As exceções são o Eprinex e o Supramec pour on, os quais têm liberação para utilização em animais em lactação. São aplicados na forma injetável ou pour on, e após metabolizados pelo organismo, chegam ao sangue. O primeiro produto desse grupo, e por isso talvez o mais conhecido seja o IVOMEC. b.2) Inibidores de Crescimento: tem a capacidade de inibir a produção de quitina, o maior componente da cutícula dos carrapatos. A subfamília utilizada no controle do carrapato é o Fluazuron. . Completamente diferente de todos os carrapaticidas já citados, ele não permite que os carrapatos mudem de fase e cresçam, além de impedir que as larvas eclodam dos ovos, controlando a população de carrapatos na pastagem. O produto representante deste grupo é o ACATAK, sendo èste proibido para utilização em vacas em lactação.
Outra grande desvantagem dos produtos existentes atualmente é que deixam resíduos químicos tóxicos na carne e leite dos animais tratados, sendo necessário estabelecer períodos de carência onde a carne e leite dos animais tratados não devem ser ingeridos. Seguem abaixo alguns exemplos: A contaminação se dá pela absorção dos ingredientes ativos usados nos carrapaticidas, pelos organismos dos animais tratados. O objeto da presente invenção utiliza ingredientes ativos de baixíssima toxicidade e que são pouco absorvidos e rapidamente excretados pelos bovinos, não possibilitando a ocorrência dessa contaminação dos animais tratados.
Segue abaixo tabela com as respectivas *DL50 oral dos produtos mais comumente utilizados no combate ao carrapato: *DL ou LD, do inglês Lethal Dose) é o indicador de letalidade mais comumente utilizado, correspondente à dose capaz de matar 50% dos indivíduos de uma população em teste. O Difíubenzuron, um dos ingredientes ativos da presente invenção, possui DL50 = 4640mg/kg, ou seja, é dezenas de vezes mais seguro que os demais ingredientes ativos atualmente utilizados.
Alguns compostos reguladores do crescimento de insetos são utilizados em composições orais para combate a ectoparasitas, entretanto, administrados dessa forma de dose única, são necessárias altas quantidades de ingredientes ativos para alcançar a eficácia necessária, diferente do objeto da presente invenção, que por ser dado diariamente e em pequenas doses, permite uma ação muito mais eficaz e segura. VANTAGENS DA PRESENTE INVENÇÃO O objeto da presente invenção representa uma inovação, já que evita todos os inconvenientes acima, particuiarmente no que se refere aos custos com manejo ou ao acúmulo de resíduos no organismo do animal, uma vez que se refere a uma composição veterinária em pó, adequada para ser adicionada à alimentação ou à suplementação nutricional, de forma altamente eficaz no combate ao ectoparasita e com baixíssima toxicidade, já que possui ação específica e seletiva, agindo única e exclusivamente na interrupção da síntese de quitina, substância formadora do exoesqueleto do carrapato e não interferindo em nenhuma outra função do organismo do animal tratado.
MOSCA-DOS-CHIFRES A mosca-dos-chifres (Haematobia irritans) é um parasita hematófago, ou seja, alimenta-se de sangue, e tem aproximadamente metade do tamanho de uma mosca doméstica.
O CICLO DA MOSCA-DOS-CHIFRES O alvo praticamente exclusivo de seus ataques é o gado bovino. Suas picadas são constantes e muito doloridas, provocam grande irritação no animal, deixando-o estressado, causando consequente perda de peso e grandes prejuízos para o pecuarista.
No caso das moscas-dos-chifres, tanto os machos quanto as fêmeas são hematófagos, permanecendo dia e noite sobre o corpo do animal, onde se dá o acasalamento.
Após a fecundação, as fêmeas - capazes de produzir de 400 até 700 ovos durante sua vida - deslocam-se para as partes mais baixas dos bovinos, à espera que ele ou um animal próximo defeque.
Os ovos são depositados nas laterais da massa fecal fresca, após o que a fêmea volta para sugar o sangue do animal. As larvas penetram na massa fecal e se desenvolvem em um período de 4 a 8 dias, quando migram para as áreas mais secas, transformando-se em pupas. Após 6 ou 8 dias surgem as moscas adultas, que voam até os bovinos e reiniciam o ciclo. Uma mosca adulta vive em média 4 semanas. PREJUÍZOS CAUSADOS PELA MOSCA-DOS-CHIFRES: Segundo a EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), em seu Comunicado Técnico n° 25, de maio 1985, a mosca-dos-chifres permanece 24 horas por dia sobre o animal, perfurando sua pele de 20 a 40 vezes por dia, cada picada dura até quatro minutos. A presença prolongada da mosca deixa os bovinos irrequietos, fazendo-os andarem o tempo todo, as picadas são constantes e dolorosas, causando desconforto, e com isso, o animal se alimenta mal e não consegue dormir sossegado. A irritação e a perda de sangue faz com que o animal perca até 30 quilos por ano, tenha uma redução na fertilidade e na produção leiteira da ordem de 20%. O gado que não recebe nenhum tipo de tratamento pode até morrer.
Estes dados de pesquisas brasileiras, confirmados por entidades internacionais, são para bovinos tratados com os produtos atualmente disponíveis. PRODUTOS UTILIZADAS PARA CONTROLE DA MQSCA-DOS-CHIFRES: É conhecida, no controle da mosca-dos-chifres, a aplicação de inseticidas, principalmente da classe dos piretroides e organofosforados.
Esses inseticidas são de uso externo e aplicados sobre o pelo dos bovinos, ou ainda na forma de bolus, para uso interno, administrado via oral.
Para aplicar esses inseticidas é necessário realizar o manejo, que consiste em recolher os bovinos do campo, confiná-los em um curral, para depois aplicar os produtos. O manejo, conforme discutido acima, é fonte de grandes despesas para o pecuarista, e sempre que puder ser evitado trará ganhos.
Os produtos atualmente existentes para o controle da mosca-dos-chifres podem ser divididos nos seguintes grupos, de acordo com o modo de aplicação: a) pulverização: o inseticida, geralmente líquido na forma de concentrado emulsionável, é previamente diluído em água na proporção recomendada pelo fabricante, e a calda obtida é pulverizada sobre todo o corpo do animal, geralmente com o auxílio de uma bomba de pulverização, até que o pelo do bovino fique totalmente molhado com essa calda. Alguns produtos comerciais para essa aplicação são Ectoplus, Ektoban, Bovec, entre outros. b) pour-on: uma pequena quantidade de inseticida, geralmente líquido, é aplicada sobre a linha dorsal do animal, geralmente 20 a 100 mL por animal, de acordo com a recomendação do fabricante, sem diluição prévia. Alguns produtos comerciais para essa aplicação são Ciperallvet, Bayofly, Bayticol, entre outros. c) brinco: inseticida apresentado sob a forma de peças de plástico que são fixadas na região da orelha dos bovinos. O brinco permanece no animal por cerca de 6 meses, quando então deve ser substituído por outro. Alguns produtos comerciais para essa aplicação são Top Tag, Neocidol, entre outros. d) polvilhamento: sacos autodosadores contendo inseticida na forma de pó são posicionados em locais freqüentados pelos bovinos, que ao entrarem em contato com os sacos, recebem o pó inseticida em seus dorsos. O produto do mercado conhecido para essa aplicação é Butox Fly. e) bolus: inseticida na forma sólida, de formato cilíndrico, administrado via oral com o auxílio de um aplicador, que direciona o bolus para o esôfago, impedindo o desvio para a traquéia, o que causaria a morte do animal. Um produto comercial com essa aplicação é o Vigilante. O bolus, embora possua os mesmos princípios ativos e indicação da presente invenção, possui outra forma farmacêutica e possui posologia, dosagem, modo de administração, etc., muito diferentes.
Os produtos atualmente em uso (exceto bolus, citado na pág. anterior) são pouco eficientes, pois, conseguem somente atingir as formas adultas das moscas, já que são aplicados apenas externamente nos animais. A mosca-dos-chifres não coloca seus ovos no corpo dos animais, apenas em suas fezes, portanto, os produtos não possuem efeito preventivo, apenas minimizam os danos que a mosca em sua fase adulta pode causar. Não é viável, técnica e economicamente, tratar com esses produtos todas as fezes que ficam espalhadas nos pastos, consequentemente é impossível atingir a fase larvária dos insetos. A única exceção é o produto na forma de bolus, administrado via oral. A administração exige o uso de utensílios específicos e experiência, caso contrário, o bolus pode atingir a traquéia, causando a morte do animal. Adicionalmente, abrir a boca do animai, introduzir o aplicador e administrar o bolus, para cada um dos animais, é uma tarefa extremamente difícil e dispendiosa.
VANTAGENS DA PRESENTE INVENÇÃO
Para a aplicação dos produtos acima descritos é necessário que os bovinos sejam recolhidos do campo e confinados em curral, procedimento chamado de manejo. O manejo é uma tarefa extremamente trabalhosa, que envolve muita mão de obra e tem duração longa. Durante o manejo, os bovinos não consomem alimento, são submetidos a estresse, se lesionam e sofrem considerável perda de peso, o que resulta em prejuízo para os pecuaristas. O objeto da presente invenção evita tais inconvenientes, principalmente no que se refere aos custos diretos do manejo, uma vez que é uma composição em pó ou granulada, adequada a ser adicionada à alimentação ou à suplementação nutricional fornecida aos animais. A patente americana US 4.166.107 se refere a composições de bolus para controle de insetos em bovinos, que compreende todos os inconvenientes acima citados, enquanto que a presente invenção se refere a uma composição em pó ou granulada para incorporação na alimentação ou à suplementação nutricional fornecida dos animais. Há ao longo do texto citação de compostos IGR puros (e não de composições contendo IGR) adicionados à ração moída, expressando tratar-se de meio ineficiente para tratar gado. A adição de compostos IGR puros prejudica a eficiência do controle de insetos. Em contrapartida, o produto da presente invenção faz uso de vários recursos farmacotécnicos para tornar o ingrediente ativo mais eficaz, tais como: tamanho de partícula menor, facilitando a mistura na ração ou suplemento nutricional, presença de tensoativos, que proporcionam maior e melhor incorporação do ingrediente ativo no bolo alimentar e na massa fecal, acentuando a ação do princípio ativo, etc. A patente americana US 4.281.003 cita a administração oral (que inclui bolus e outros meios de inserir oralmente a medicação no corpo do animal, diferentemente da ingestão espontânea pelo animal) de inseticidas no controle de insetos que procriam em fezes de gado. Cita Diflubenzuron, sem sugerir ou se referir de qualquer forma que seja às vantagens ou aos componentes da composição da presente invenção.
HAEMONCHUS CQNTQRTUS O Haemonchus contortus é um verme sugador de sangue muito resistente aos vermífugos tradicionais.
CICLO DA HEMONCOSE
Os animais contaminam-se através de pastos infectados por larvas de vermes. O excesso de lotação dessa área contribui acentuadamente para intensificação das verminoses. A coabitação de jovens com adultos incrementa os índices de verminoses nos primeiros, cujos organismos não são ainda dotados de adequada proteção contra vermes, que nele se instalam com facilidade (SPROVIERI, 1980).
Conforme descreve FORTES (1997), o ciclo de vida dos vermes gastrointestinais envolve uma fase livre e uma parasitária. A fase livre é caracterizada pelo desenvolvimento dos ovos até larvas contaminantes (L3) e ocorre nas pastagens. A fase parasitária ocorre durante a evolução das larvas infectantes ingeridas pelos animais até se tornarem adultas e produzirem ovos. A fase de vida livre inicia-se com a eliminação de ovos nas fezes dos animais parasitados. No meio ambiente, uma larva se desenvolve dentro do ovo e é liberada após a eclosão. A larva cresce e muda duas vezes antes de se tornar infectante quando, então, migra do interior das fezes para a pastagem.
Do desenvolvimento do ovo até larva contaminante, geralmente decorrem de cinco a sete dias, em condições ambientais com alta temperatura e umidade. As larvas saem ativamente nas folhas de capim usando a película de umidade que nas horas da manhã as reveste.
Após ser ingerida com a pastagem, a larva contaminante prossegue o seu desenvolvimento nos animais, atingindo o estágio adulto em cerca de 21 a 28 dias após a eclosão do ovo, na maioria das espécies.
Durante o desenvolvimento, as larvas mudam para o quarto estágio ou adulto imaturo, aumentam de tamanho, diferenciam os órgãos e se tornam adultos. É importante notar que, ao ser ingerida, cada larva contaminante gera apenas um adulto, macho ou fêmea. Os vermes adultos copulam e as fêmeas iniciam a postura. O número de ovos produzidos varia de centenas a milhares a cada dia, dependendo da espécie. Assim, cada fêmea produz uma grande quantidade de ovos. Cada ovo, encontrando as condições ambientais favoráveis, origina uma larva contaminante. Cada fêmea de Haemonchus contortus pode produzir entre 5 e 10 mil ovos por dia durante a fase adulta (FORTES, 1997). PREJUÍZOS CAUSADOS PELA HEMONCOSE: A hemoncose é causada pelo Haemonchus contortus (vermes de 10 a 30 mm de comprimento) e Haemonchus similis (8 a 17 mm). Eles parasitam o abomaso (ou coagulador, o estômago verdadeiro dos ruminantes).
Os sinais da doença aparecem quando os animais (especiaimente os jovens) sofrem deficiências nutricionais severas. Quando bem alimentados, a infecção toma uma forma subclínica. Uma queda dos níveis de proteína da pastagem (na instalação da estação seca) pode causar uma queda de resistência que provoca a doença. Os parasitas adultos vivem no estômago verdadeiro dos bovinos, e aqueles que já adquiriram imunidade podem ser fontes de contaminação das pastagens. PRODUTOS UTILIZADAS PARA CONTROLE DO HAEMONCHUS: Os vermífugos existentes intervém matando vermes adultos e espécies imaturas por meio do seu efeito tóxico, porém, não possuem efeito residual que permita eliminar o ciclo de reinfestação, e após 28 a 35 dias estima-se que 70% da infestação verminótica tenha voltado. Além disso, deixam resíduos tóxicos na carne e leite dos animais tratados. Há trabalhos da EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) que indicam 12 tratamentos contra vermes por ano como os de maior eficácia e custo-benefício.
Para HOSSETTO (2000), o rebanho leiteiro que tem uma alta incidência de vermes pode representar uma queda substancial na produção de leite, chegando a 25% do total. Pode-se esperar um aumento de 5% até 10% (Marques, 2003), na mortalidade anual, principalmente de animais jovens e diminuição em até 12% no nascimento de bezerros por ano (FADIL, s/d.). O controle de parasitas ao longo dos anos foi realizado através do uso de fármacos, e a utilização dessas drogas foi, em parte, responsável pelo aumento na produtividade dos rebanhos. Entretanto, o seu uso indiscriminado teve como consequência a seleção de populações de helmintos com resistência aos diferentes grupos químicos utilizados no tratamento dos animais (AMARANTE et al„ 1992). A resistência parasitária é um fenômeno pelo qual alguns organismos de uma população são selecionados e tornam-se dominantes após constante utilização de um composto químico. O diagnóstico será positivo para “resistência” quando uma determinada droga que apresentava redução acima de 99% da carga parasitária obter redução menor do que 95% contra determinado organismo após certo período de tempo (MOLENTO, 2004). A resistência apresenta três componentes: estabelecimento, desenvolvimento e dispersão. O estabelecimento da resistência é amplamente influenciado pelo tamanho e diversidade da população e taxa de mutação do gene envolvido (SUTHERST & COMINS, 1979). O desenvolvimento da resistência deve-se ao uso do agente seletivo, neste caso, o anti-helmíntico (SUTHERST & COMINS, 1979). A grande freqüência de tratamentos seleciona para resistência diminuindo a vida útil do fármaco (BARNES & DOBSON, 1990). Por último, o processo de dispersão dos genes na população é realizado pela migração e fluxo gênico (HUMBERT et al., 2001). Logo, os processos de desenvolvimento e dispersão são influenciados pela biologia e manejo dos parasitos responsáveis pela resistência. Esta geralmente acontece dentro de cinco a oito gerações após a introdução da nova classe de composto (GRANT, 2001), sendo aproximadamente um ano o intervalo máximo de uma geração de nematódeos gastrointestinais em ruminantes (PRICHARD et al., 1980). O processo de desenvolvimento da resistência pode ser rápido, haja vista o registro feito por SHOOP (1993), da ocorrência de resistência à ivermectina em apenas cinco anos após a sua introdução na África do Sul.
Desde as primeiras descrições de nematódeos resistentes aos anti-helmínticos, três décadas atrás, este fenômeno deixou de ser apenas uma curiosidade em parasitologia para dar origem a um estado de crise em alguns setores da atividade pecuária (Quadro 1). Esta situação tornou-se grave especialmente nas criações de pequenos ruminantes nas regiões tropicais e subtropicais da América do Sul, onde ocorre resistência a todos os grupos de anti-helmínticos de amplo espectro (Waller, 1997). A literatura estabelece como critérios para qualificar cepas de nematódeos como resistentes, a sobrevivência de mais de 1000 helmintos a um tratamento e/ou eficácia de um determinado princípio ativo (calculada por meio de médias geométricas) inferior a 90% (PRESIDENTE, 1985).
Os helmintos Haemonchus spp. e Ostertagia spp. já desenvolveram resistência à ivermectina e à moxidectina, respectivamente, em ovinos. No caso do Haemonchus contortus, se 100 fêmeas sobreviverem a determinado tratamento, logo após este, elas poderão eliminar, através das fezes, mais de meio milhão de ovos por dia (MOLENTO, 2004).
Além dos fatores genéticos, outros podem influenciar na maior ou menor disseminação da resistência que são os operacionais, biológicos e ecológicos (HENNON, 1993). Com a subdosagem, a droga atingirá somente os indivíduos sensíveis da população parasitária e os indivíduos resistentes sobrevivem dando origem a novas gerações (CRAIG, 1993). A rápida rotação de princípio ativo seleciona nematódeos resistentes a todas as drogas utilizadas nessa rotação (BARNES & DOBSON, 1990). O fator bioecológico que influencia o desenvolvimento da resistência é a quantidade de população de nematódeos em refúgio, isto é, os estágios pré-parasitários de vida livre que se encontram na pastagem e escapam à exposição do anti-helmíntico. Logo, quanto maior for o tamanho da população em refúgio, menor será a pressão de seleção e conseqüentemente o desenvolvimento da resistência será retardado (PRICHARD, 1990; JACKSON, 1993). O primeiro relato de resistência a anti-helmínticos utilizados contra nematódeos gastrointestinais de ovinos foi com o tiabendazol (DRUDGE ET AL., 1964). Este problema disseminou-se pelo mundo inteiro (WALLER ET AL. 1995; WALLER ET AL., 1996; CHARTIER et ai, 1998). Contudo, ocorre geralmente em áreas com verões chuvosos e onde o parasito Haemonchus contortus é endêmico, principalmente Austrália, África do Sul e América do Sul (WALLER et ai, 1995). A resistência ao levamisol está amplamente distribuída e é um sério problema que limita o tratamento de diferentes parasitos de helmintos (SANGSTER e GILL, 1999), e foi determinada em 1976 (MOLENTO, 2004).
No final da década seguinte, SANTIAGO & COSTA (1979) relataram o aparecimento de cepas de Haemonchus contortus, T. colubnformis e Ostertagia resistentes ao imidotiazol levamisol. Na Austrália, um dos paises que mais sofre com a resistência parasitária, um estudo feito em 900 propriedades detectou o problema em 91% delas e encontrou 85% de resistência aos Benzimidazóis e 65% ao Levamisol (OVEREND et al., 1994).
Nesta mesma época foi descoberto o fungo que originou outro grande milagre. O Streptomices avermitilis foi descoberto em um campo de golfe no Japão e dele originaram as avermectinas. Muito foi pesquisado e a partir de várias combinações foi lançado em 1981 na França a ivermectina comercial de ação endectocida. Entretanto, decorrente de sua enorme utilização, o H. contortus desenvolveu mecanismos de resistência frente à nova molécula.
Para aplicar os vermífugos existentes é necessário que os bovinos sejam recolhidos do campo e confinados em curral, procedimento denominado de manejo. Os danos e inconvenientes do manejo já foram descritos nos tópicos acima.
Os vermífugos existentes deixam resíduos na carne e no leite dos animais tratados, sendo necessário estabelecer períodos de carência.
Segue abaixo alguns exemplos desses períodos de carência: Fonte: Compêndio Veterinário (2009).
VANTAGENS DA PRESENTE INVENÇÃO
Sabendo-se que o ferro é o elemento transportador de oxigênio por excelência em biologia, e que todas as larvas de nematódeos têm equipamento respiratório do tipo aeróbio, verificou-se que a eliminação dos vermes é consequência do aumento da tensão de oxigênio no habitat intestinal, de natureza anaeróbia. Tal aumento de tensão oxidante dá a estes nematódeos um senso de segurança e desnecessidade de fixação nas mucosas, anulando o tropismo respiratório, fruto da baixa tensão habitual do oxigênio neste habitat. O alimento do verme são as células da parede gastrointestinal.
Os ambientes em que o verme vive, estômago e intestino, são anaeróbico. Quando em contato com o ambiente gastrointestinal, nossa invenção libera oxigênio.
Havendo oxigênio, no estômago e intestino, o verme desprende-se das paredes e fica solto no conteúdo gastrointestinal. Ficando solto, o verme é envolvido pelo bolo estomacal e intestinal e é eliminado gradativamente.
Este mecanismo de ação único não propicia o surgimento de resistência, que é um dos grandes problemas dos produtos atualmente utilizados. O objeto da presente invenção evita os inconvenientes relacionados aos custos com manejo, acúmulo de resíduos no organismo do animal e reinfestação constante, uma vez que se refere a uma composição veterinária em pó, adequada para ser adicionada à alimentação ou à suplementação nutricional, de forma altamente eficaz no combate aos endoparasitas sugadores de sangue, e com baixa toxicidade.
Descrição da Invenção Diferente da arte anterior, incluindo usos comerciais e disponíveis na literatura, a presente invenção se refere a uma composição veterinária, preferencialmente na forma de pó, para ser adicionada à ração ou suplemento nutricional consumidos por animais, particularmente bovinos, que é eficaz no combate simultâneo a endo e ectoparasitas, principalmente Haemonchus contortus, Rhipicephalus (Boophilus) microplus e Haematobia irrítans. A composição veterinária de acordo com a presente invenção compreende em uma primeira realização: a) compostos reguladores do crescimento de insetos, 1GR, que são selecionados de pelo menos um entre Diflubenzuron, ciromazina, triflumuron, metoprene, S-metoprene, hidroprene, S-hidroprene, fluazuron, diciclanil, azadiraquitina, lufenuron, flufenoxuron, nitenpiram, imidacloprid, teflubenzuron, noviflumuron, metoxifenozide, piriproxifen, tebufenozide, fenoxicarb, buprofezin, hexaflumuron, e/ou um de seus derivados; b) uma mistura de microminerais composta de ferro, cobre, cobalto, manganês, zinco, iodo, selênio e cromo, entre outros, na forma de seus sais biologicamente absorvíveis; c) pelo menos um veículo aceitável ao uso veterinário. A composição veterinária de acordo com a presente invenção compreende em uma segunda realização: a) um ou mais compostos selecionados dentre as benzoil ureias substituídas, definidas na fórmula I abaixo: em que: - Ri e R2 podem ser iguais ou diferentes, selecionados dentre os átomos de halogênio ou um grupo metila, sendo preferencialmente átomos de flúor. - R3 pode ser selecionado dentre átomos de halogênio ou grupos alquila contendo 1 a 15 átomos de carbono, opcionalmente halogenados, mais particularmente R3 representa um átomo de cloro. b) de forma particular os sais que compõem a mistura de microminerais são um ou mais entre sulfato de ferro, sulfato de cobre, sulfato de cobalto, sulfato de manganês, iodato de potássio, óxido de zinco e selenito de sódio. c) pelo menos um veículo aceitável ao uso veterinário, tais como tensoativos, espessantes, palatabilizantes, estabilizantes, conservantes, corante, veículos inertes, etc.
Preferencialmente, a composição da presente invenção compreende o composto IGR 1-(4-clorofenil)-3-(2,6-difluorobenzoil)ureia, também denominado Diflubenzuron, e os microminerais sulfato de ferro, sulfato de cobre, sulfato de cobalto, sulfato de manganês, iodato de potássio, óxido de zinco.
As composições de acordo com a invenção apresentam a vantagem de eliminar endo e ectoparasítas, simultaneamente, de maneira eficaz, sem se acumular de forma substancial nos organismos dos animais e, conseqüentemente, sem deixar resíduos na carne e leite que possam ser nocivos à saúde humana. O combate eficaz aos endo e ectoparasítas, em especial carrapatos-do-boi, mosca-dos-chifres e o verme Haemonchus spp. é alcançado de forma particular com uma dosagem de princípio ativo na composição da presente invenção, que varia de acordo com os compostos selecionados. Particularmente, a presente invenção compreende cerca de 1 a 10% em peso, mais particularmente cerca de 5 a 7% em peso de pelo menos um composto IGR ou uma benzoil ureia substituída de fórmula I, e cerca de 0,01 a 95% de uma mistura de microminerais, selecionados entre ferro, cobre, cobalto, manganês, zinco, iodo, selênio e cromo, entre outros. De forma particular os sais são um ou mais entre sulfatos de ferro, cobre, cobalto e manganês, iodato de potássio, óxido de zinco e selenito de sódio.
Os veículos aceitáveis ao uso veterinário de acordo com a presente invenção incluem todos aqueles conhecidos na técnica, por exemplo: tensoativos como nonil fenol etoxilado, lignosulfonato de sódio, dodecil benzeno sulfonato, octil fenol etoxilado, polisorbato de sódio, polisorbato de potássio, pectina cítrica ou lauril sulfato de sódio, ou veículos sólidos particulados como sílica micronizada, caulim ou talco, ou suas misturas. A composição da presente invenção pode compreender adicionalmente espessantes, estabilizantes, flavorizantes, aromatizantes, anticoagulantes, conservantes e/ ou outros adjuvantes conhecidos da técnica.
Dentro de outro aspecto, a presente invenção trata do uso das benzoil ureias substituídas em associação com uma mistura de microminerais, conforme descritas mais atrás, na preparação de composições veterinárias para combate a ectoparasitas, particularmente carrapatos e mosca-dos-chifres e endoparasitas, particularmente Haemonchus contortus, em bovinos.
Em ainda outro aspecto, a presente invenção trata de um método de controle de endo e ectoparasitas, que compreende disponibilizar, via ração ou suplemento nutricional, uma quantidade diária eficaz de cerca de 20 à cerca de 40 mg, preferencialmente 30 mg, de pelo menos um composto IGR ou uma benzoil ureia substituída de fórmula I, e 40 a 80 mg de ferro, 2 a 6 mg de cobre, 0,5 a 4,5 mg de cobalto, 1 a 5 mg de manganês, 2 a 6 mg de iodo, 0,1 a 2,0 mg de zinco, 0,1 a 0,5 mg de selênio e 01 a 0,5 mg de cromo. A ração ou suplemento nutricional disponibilizada ao animal pode ser, por exemplo, na forma de pó, moída ou peletizada. Como bem sabe um técnico no assunto, suplementos nutricionais podem ser um ou mais, sem qualquer limitação, entre sal, sal mineralizado, concentrados vitamínicos, suplementos protéicos, etc. A quantidade de composição aplicada à ração ou suplementação nutricional é estabelecida com base no consumo previsto para a ração ou suplemento em uso, que na pecuária é bem conhecido, por exemplo: - o consumo médio de Cloreto de sódio por bovinos é de 30g/cabeça/dia. Neste caso seria necessário adicionar a presente invenção na a proporção de 310,00 gramas para cada 25Kg de Cloreto de sódio, sendo a ingestão total da mistura de sal + a presente invenção em torno de 372mg/dia/bovino.
Neste caso as doses ingeridas por dia dos componentes da formulação, são as seguintes: • Ferro................. 56,00mg/bovino/dia • Cobre.................. 5,50 mg/bovino/dia • Cobalto................ 2,10 mg/bovino/dia • Manganês............... 3,10 mg/bovino/dia • lodo................... 3,40 mg/bovino/dia • Zinco..................\.... 1,30 mg/bovino/dia • Selênio..................0,37 mg/bovino/dia • Cromo...................0,40 mg/bovino/dia • Diflubenzuron..........36,60 mg/bovino/dia Dentro de mais um aspecto, a presente invenção trata de um kit, caracterizado pelo fato de que compreende um recipiente contendo uma composição de acordo com a presente invenção, um dispositivo dosador de quantidades e instruções para sua utilização no tratamento simultâneo de infestações de endo e ectoparasitas, particularmente carrapatos, mosca-dos-chifres e Haemonchus contortus, em bovinos. São apresentados, a seguir, exemplos meramente expositivos de realizações particulares da invenção, sem criar quaisquer limitações ao seu escopo que não aquelas contidas nas reivindicações em anexo.
Exemplo 1 Composição conforme a presente Invenção Cada 1.000g da presente invenção contém: • Sulfato de ferro................753,80 g • Sulfato de cobre...................60,0 g • Sulfato de cobalto................28,0 g • Sulfato de manganês..............28,0 g • lodato de potássio................18,0 g • Óxido de zinco....................10,Og • Selenito de sódio................2,2 g • Óxido de cromo...................1,6 g • Diflubenzuron técnico ...........,98,40 g Teste 1 UTILIZAÇÃO DE MICROMINERAIS E INIBIDORES DE DESENVOLVIMENTO DE INSETOS NO CONTROLE INTEGRADO DE PARASITAS.
Abraão Garcia Gomes1, Roberta de Souza Santos da Mata2, Antônio Sérgio Fidelis de Souza2, Rosália Meireles de Souza Rocha2. 1 Universidade Federal de Goiás, Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública - Rua 235 - s/n - Setor Universitário - CEP: 74605050 - Goiânia, GO, Brasil. E-mail: Qomesaa@uol.com.br. 2Champion Farmoquímico LTDA. O experimento foi conduzido na Fazenda Santo Amaro no município de Ouro Verde de Goiás - GO, no período de Outubro de 2011 a Janeiro de 2012, utilizando-se 20 novilhos machos com idade entre 12 a 16 meses e peso variando entre 147 e 305 kg, divididos em grupo testemunho (T0) e grupo tratado (T1).
Os animais foram pesados, identificados e mantidos em pastagem de Brachiaría brizantha contendo bebedouros com água “ad libitum”. O grupo testemunho (T0) recebeu sal mineral à vontade, enquanto os animais do grupo tratado receberam uma mistura de microminerais contendo ferro, cobre, manganês, iodo, cobalto, zinco, selênio e cromo misturados ao sal branco. À essa mistura foi adicionado o Diflubenzuron na proporção de 1,1 gramas por quilo de mistura. A fonte de macrominerais foi fornecida separadamente no cocho.
Para a determinação do número de mosca-dos-chifres, carrapatos e ovos de helmintos por grama de fezes (OPG), além do acompanhamento do peso vivo, os animais foram manejados a cada 30 dias.
DESAFIO PARA Haematobia irrítans TESTE IN VITRO
Como forma de se avaliar a eficácia do Diflubenzuron sobre o desenvolvimento larval de H, irrítans, sem possível influência de alterações climáticas, foi realizado um experimento èm condições controladas.
Moscas-dos-chifres adultas foram colhidas com puçá de animais não tratados com o fármaco em questão e foram enviadas ao Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP/GO) para obtenção de ovos. As moscas foram acondicionadas em gaiolas dotadas de papel-filtro umedecido para servir como substrato para oviposição. O papel era examinado a cada três horas para obtenção dos ovos. Os ovos obtidos, então, foram avaliados quanto à viabilidade e transferidos para recipientes contendo fezes de 4 animais escolhidos aleatoriamente dos animais não tratados e tratados com Diflubenzuron, cada um contendo 50 ovos viáveis. Esses frascos com as fezes e ovos foram mantidos em estufa B.O.D. com temperatura constante, a 25°C e fotoperíodo de 12 horas, por um período de 20 dias, ao final do qual foi constatada cessação da emergência dos adultos. A eficácia foi determinada pela relação entre o número de adultos obtidos de cada frasco e o número inicial de ovos. Os grupos TO e T1 foram comparados estatisticamente pelo teste de Mann-Whitney, com P ajustado em 0,05, devido à impossibilidade de se testar a normalidade de distribuição, dado o número baixo de repetições (n=4).
TESTE A CAMPO
Os animais foram passados em mangueira para contagem inicial do número total de H. irritans na região cervico-dorso-lombar, desde a nuca até as pontas das ancas Os grupos experimentais, testemunho (TO) e tratados com Diflubenzuron (T1), apresentavam intensidade parasitária média estatisticamente semelhante (C=474,5± 123,8; T=465,0±125,2; t-0.2425 e P=0,8097), conforme preconizado pela portaria n° 48 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA, 1997). DESAFIO PARA O Rhipicephalus (Boophilus) microplus Para este desafio foram escolhidos 5 animais aleatoriamente de cada grupo. Os animais do grupo testemunho (TO) e grupo tratado (T1) foram transferidos para baias individuais isentas de carrapatos e com piso ripado, onde permaneceram por vinte e um dias até a queda das fêmeas ingurgitadas. Estas foram colhidas diariamente durante um período de cinco dias, e envasadas em plásticos comuns, lavadas e secas em papel toalha, pesadas, verificando a média de peso de cada uma das teleóginas, e posteriormente colocadas em placas de Petri plásticas descartáveis e mantidas em estufa B.O.D, a 270°C de temperatura, umidade relativa do ar acima de 85% por duas semanas (SANTOS e FURLONG, 2002; PEREIRA, 2006).
Após esse período, as posturas de cada placa foram pesadas e transferidas para tubos de ensaio (15 cm de altura por 15mm de diâmetro) fechados por algodão. Os tubos devidamente identificados retornaram à estufa B.O.D, nas mesmas condições de umidade e temperatura anteriores, até eclosão das larvas.
DESAFIO PARA VERMES GASTROINTESTINAIS
Os animais tiveram amostras fecais colhidas direto da ampola retal para contagem de ovos por grama de fezes (OPG). As amostras foram mantidas na luva de colheita, identificadas, armazenadas em gelo e enviadas ao laboratório do Departamento de Parasitologia do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP) - Universidade Federal de Goiás, para a realização do exame pelo método de GORDON & WITHLOCK (1939) modificado.
Para a determinação do número de ovos por grama de fezes (OPG) e acompanhamento do peso vivo, os animais foram manejados a cada 30 dias.
No penúltimo dia do experimento foi realizada colheita de fezes para exame de OPG e pesagem. No último dia e após um jejum de 12 horas, os novilhos foram abatidos no frigorífico Goiás, em Anápolis - GO.
Após a abertura das cavidades torácica e abdominal, foram feitas ligaduras duplas com o auxílio de um barbante entre: extremidade posterior do retículo e anterior do abomaso; extremidade posterior do abomaso e anterior do intestino delgado, e por último entre â extremidade posterior do intestino delgado e anterior do intestino grosso (UENO & GONÇALVES, 1998). Os órgãos foram colocados separadamente em sacos plásticos, identificados com os números dos respectivos animais, acondicionados em caixa de isopor contendo gelo, e enviados ao laboratório para o exame post-mortem.
As análises estatísticas dos resultados obtidos foram realizadas com auxilio do software GraphPad Prism v. 5.04, com P ajustado em 0,05.
Discussão dos Resultados Haematobia irritans A avaliação in vitro encerrou-se após 20 dias de desenvolvimento. O grupo controle apresentou média de emergência de 43±4,1633, enquanto o grupo cultivado em fezes de bovinos tratados com Diflubenzuron apresentou taxa de emergência média de apenas 0,5+0,1. A eficácia calculada, tomando por base o grupo controle, foi de 98,83%, de acordo com metodologia proposta por HOLDSWORTH et al., 2006. Pela análise de Mann-Whitney, constatou-se clara diferença estatística entre os grupos (U=0,0; P= 0,0265).
TESTE A CAMPO O experimento a campo foi desenvolvido durante o verão, que representa o período mais crítico para moscas-do-chifre em gado bovino no Brasil (BIANCHIN et al., 2004). No início do experimento não foi constatada diferença estatística entre os grupos experimentais, que apresentavam infestações médias equivalentes (C1=474,5±123,8 e T1=465,0±125,2). Durante o período experimental, foi relatado pelos tratadores uma aparente redução da infestação dos animais do grupo tratado, enquanto os animais do grupo controle permaneceram infestados e exibiam, inclusive, sinais de incômodo.
Ao final do período experimental, os animais foram novamente contidos em tronco para contagem das moscas. Não foi observada redução significativa na contagem de moscas no grupo controle (t=07307, P=0,4694). Já com relação ao grupo tratado, notou-se clara redução da infestação por H. irritans (t=16,46, P<0.0001). Também foi constatada diferença estatística entre os tempos finais dos dois grupos experimentais (t=15,75; P<0,0001). A eficácia do produto, em condições de campo, foi de 99,20%.
De acordo com GROSSCURT (1978), o Diflubenzuron atua comumente em todos os estágios larvais de insetos, mas em algumas espécies, os primeiros e os últimos estágios podem ser mais ou menos susceptíveis. KUNZ et al. (1976), por sua vez, observaram que esta molécula também podia ser absorvida pelas fêmeas dos artrópodes, interferindo nos processos reprodutivos de forma a afetar os embriões e impedindo o nascimento de boa parte das larvas. O teste in vitro, no presente trabalho demonstrou claramente a ação dessa apresentação da molécula sobre o desenvolvimento de formas imaturas, evidenciando a eliminação da molécula ainda ativa nas fezes do animal tratado com essa formulação, além da boa eficácia no desafio a campo, no qual foi observada redução da contagem de moscas no grupo tratado superior a 99%.
Em 2002, SILVA & MENDES verificaram que além de o 3o estádio larval de H. irritans ser mais sensível à ação do Diflubenzuron quando comparado com os estádios anteriores, progênies de adultos colhidos a campo e tratados com diferentes concentrações deste fármaco apresentaram má-formação pupal. Segundo EISLER (1992), por agir sobre a síntese de quitina, o Diflubenzuron desenvolve nos insetos cutículas que não sustentam os músculos durante a muda, sendo incapazes de liberar suas exúvias, resultando em morte por inanição ou ruptura da nova, delicada e mal formada cutícula (GROSSCURT et al., 1988), acarretando na diminuição da população de adultos no meio.
Resultados da eficácia do Diflubenzuron também foram comprovados no controle de insetos de importância em saúde pública, como Aedes aegypti (BORGES et al., 2004; MARTINS e SILVA, 2004), Culex quinquefasciatus e pipiens (SELF et al., 1978; HAJJAR, 1979), Musca domestica (MILLER et al., 1975; ABLES, 1975) e Anopheles darlingi (COSTA, 2007).
Rhipicephalus (Boophilus) microplus O peso das teleóginas colhidas dos bovinos do grupo testemunho ao caírem no piso ficou entre 260 a 295 mg, o que, de acordo com a literatura, é o peso normal de teleóginas sadias.
As teleóginas dos bovinos do grupo tratado com Diflubenzuron ao caírem no piso, alcançaram peso de 145 a 165mg, estando bem abaixo do normal. O peso médio das teleóginas dos grupos tratado e testemunho foi de 153 e 278mg respectivamente, indicando que houve diferença estatística significativa (p<0,005) entre os grupos. O resultado da média de oviposição de fêmeas do Rhipicephalus (Boophilus) microplus dos grupos testemunho e tratado, foi de 2.600 e 900 ovos, respectivamente.
Com os resultados deste trabalho, mesmo não sendo o produto de efeito knock-down, a diminuição do peso das teleóginas e sua ação ovicida encontrada com uso do Diflubenzuron, mostrou sua eficácia no controle do Rhipicephalus (Boophilus) microplus.
De acordo com os autores SILVA e MENDES (2002); KUNZ et al. (1976); COSTA (2007), e MARTINS e SILVA (2004) que estudaram o Diflubenzuron em várias espécies, há uma ação deste princípio ativo como ovicida em diversas fases ou instares no ciclo biológico desses parasitos.
VERMES GASTROINTESTINAIS
No tocante ao peso dos animais, a análise estatística revelou forte diferença entre os pesos do grupo tratado com a mistura de microminerais (F=8,732; P= 0,0002) em contraste com o grupo controle, que não apresentou diferença significativa para esse parâmetro ao longo do período experimental (F=2,821; P=0,525). Apesar da comparação entre as médias de peso inicial (Pi) e final (Pf) dos grupos experimentais pelo teste t não revelar diferença relevante (Pi - t=0,4038; GL=18; P=0,6911; Pf - t=1,590; GL=18; P=0,1292), houve uma diferença numérica de 15 kg. Em relação à contagem de ovos por grama de fezes, foi constatada diferença estatística pelo teste de ANOVA com Tukey posterior ao longo do período experimental tanto para o grupo tratado com a mistura de microminerais (F=56,95; P<0.0001) quanto para o grupo controle (F=3,087; P=0,0393), apesar de que no último, o teste indicou diferença apenas entre a contagem inicial e a contagem aos 60 dias. A comparação da média de contagem inicial e final dos grupos pelo teste t revelou que no início do período experimental os grupos apresentavam médias equivalentes (t=0,5695; GL=18; P=0,5761), enquanto as médias finais desse parâmetro eram claramente diferentes (t=7,609; GL=18; P<0,0001). A comparação das médias de helmintos obtidos à necropsia revelou fortes diferenças para os três gêneros diagnosticados, evidenciando efeito do tratamento sobre esse parâmetro (Haemonchus U=0,0000; P=0,0002;
Trichostrongylus U=5,000; P=0,0007; Oesophagostomum U=3,000; P=0,0004).
Ao comparar os resultados de várias combinações medicamentosas, ROCHA (1951) concluiu que a ação sinérgica do ferro, do cobre e de outros minerais, quando administrados na ração habitual de cloreto de sódio, aliava duas vantagens: a de promover a eliminação de nematódeos e a de combater a anemia. O aumento de peso de 15 kg verificado nos bovinos tratados está dentro do esperado. Tal efeito já havia sido anteriormente observado por (FIGUEIREDO et al. (1972), VIEIRA (1973), PINHEIRO, 1985; SOUTELLO, 2001; CABRAL (2007).
Os resultados obtidos no presente experimento demonstraram mais uma vez a ação controladora do composto de microminerais sobre a população de tricostrongilídeos gastrointestinais, sobretudo daqueles de hábitos hematofágicos (FERRARI, 1972; FIGUEREDO et al., 1972; VIEIRA, 1973; GONÇALVES, 1976; SILVA e QUINTANA, 1976; CABRAL, 2007; DELL'PORTO et al., 2009; VILELA, 2011), e que a redução da população desses nematódeos, também depende diretamente da melhora no estado geral do hospedeiro.
CONCLUSÃO
Além da fácil administração e eficácia, foi comprovado também que a mistura de microminerais e Diflubenzuron não apresentou resíduos químicos no produto final de acordo com TFOUNI et al. (2007), não existindo período de carência para utilização de produtos finais como carne e leite, fato este importante para a saúde publica.
Um programa de controle integrado de parasitas com uma suplementação de minerais rica em ferro e cobre, principalmente, juntamente com a adição de IGRs à essa mistura, é uma forma racional e menos estressante de tratamento de rebanhos visando sobretudo, maior ganho de peso em menos tempo.
Nas condições experimentais, a adição da mistura de microminerais e Diflubenzuron ao sal branco mostrou-se eficaz para controle das principais parasitoses do rebanho brasileiro.
Com base nos resultados obtidos, verifica-se que a composição da presente invenção, assim como o método de tratamento, são altamente eficazes no combate ao carrapato em bovinos, além de apresentar inúmeras vantagens técnicas e econômicas. A partir dos dados e das informações aqui apresentadas, um técnico no assunto poderá utilizar a invenção de variadas formas, de maneira não idêntica ao aqui exposto, porém com função e resultado aqui ensinados, estando assim dentro do escopo das reivindicações anexas.
Reivindicações
Claims (16)
1. COMPOSIÇÃO VETERINÁRIA PARA CONTROLE DE ENDO E ECTOPARASITAS EM ANIMAIS, caracterizada pelo fato de compreender pelo menos um composto IGR, uma mistura de microminerais e pelo menos um veículo aceitável ao uso veterinário.
2. COMPOSIÇÃO VETERINÁRIA PARA CONTROLE DE ENDO E ECTOPARASITAS EM ANIMAIS, caracterizada pelo fato de compreender um ou mais benzoil ureias substituídas, de fórmula I abaixo: Ri O O X^«aJu Em que: - Ri e R2 podem ser iguais ou diferentes, selecionados dentre os átomos de halogênio ou do grupo metila; - R3 é selecionado dentre átomos de halogênio ou grupos alquila contendo 1 a 15 átomos de carbono, opcionalmente halogenados e pelo menos um veículo aceitável ao uso veterinário.
3. COMPOSIÇÃO, de acordo com a reivindicação 2, caracterizada pelo fato de que R1 e R2 são átomos de flúor e R3 é um átomo de cloro.
4. COMPOSIÇÃO, de acordo com uma das reivindicações 1 a 3, caracterizada pelo fato de que o composto é 1-(4-clorofenil)-3-(2,6-difluorobenzoil)ureia.
5. COMPOSIÇÃO, de acordo com a reivindicação 1, caracterizada pelo fato de que o composto IGR é selecionado entre Diflubenzuron, ciromazina, triflumuron, metoprene, S-metoprene, hidroprene, S-hidroprene, fluazuron, diciclanil, azadiraquitina, lufenuron, flufenoxuron, nitenpiram, imidacloprid, teflubenzuron, noviflumuron, metoxifenozide, piriproxifen, tebufenozide, fenoxicarb, buprofezin, hexaflumuron, e/ou um de seus derivados.
6. COMPOSIÇÃO, de acordo com uma das reivindicações 1 a 5, caracterizada pelo fato de que compreende cerca de 1 a 10% em peso do composto IGR ou de uma benzoil ureia substituída de fórmula I.
7. COMPOSIÇÃO, de acordo com a reivindicação 6, caracterizada pelo fato de que compreende cerca de 5 a 7% em peso do composto IGR ou de uma benzoil ureia substituída de fórmula I.
8. COMPOSIÇÃO, de acordo com uma das reivindicações 1 a 7, caracterizada pelo fato de que o veículo é um ou mais dentre nonil fenol etoxilado, lignosulfonato de sódio, dodecil benzeno sulfonato, octil fenol etoxilado, polisorbato de sódio, polisorbato de potássio, pectina cítrica, lauril sulfato de sódio sílica micronizada, caulim e talco.
9. COMPOSIÇÃO, de acordo com uma das reivindicações 1 a 8, caracterizada pelo fato de compreender espessantes, estabilizantes, flavorizantes, aromatizantes, anticoagulantes e/ou conservantes.
10. COMPOSIÇÃO, de acordo com uma das reivindicações 1 ou 2, caracterizada pelo fato de que o ectoparasita é o carrapato e/ou a mosca-dos-chifres, o endoparasita é o Haemonchus contortus, e o animal é o bovino.
11. USO DA COMPOSIÇÃO definida em uma das reivindicações 1 a 10, caracterizado pelo fato de ser na preparação de um medicamento veterinário para o combate a endo e ectoparasitas.
12. COMPOSIÇÃO VETERINÁRIA PARA CONTROLE DE ENDO E ECTOPARASITAS EM ANIMAIS, caracterizada pelo fato de conter uma mistura de microminerais composta de ferro, cobre, cobalto, manganês, zinco, iodo, selênio, cromo e molibdênio, entre outros, na forma de seus sais biologicamente absorvíveis.
13. MÉTODO DE CONTROLE DE ENDO E ECTOPARASITAS EM ANIMAIS, caracterizado pelo fato de fornecer uma quantidade diária eficaz de cerca de 20 à cerca de 40 mg, preferencial mente 30 mg, de pelo menos um composto IGR ou uma benzoil ureia substituída de fórmula I, 50 a 80 mg de ferro, 3 a 7 mg de cobre, 0,5 a 4,5 mg de cobalto, 1 a 5 mg de manganês, 2 a 6 mg de iodo, 0,1 a 0,5 mg de selênio, 01 a 0,5 mg de cromo e 0,1 a 2,0 mg de zinco.
14. MÉTODO PARA EXTERMÍNIO DE ECTOPARASITAS caracterizado pelo fato de fornecer ao ectoparasita sangue contendo pelo menos um composto IGR ou uma benzoil ureia substituída de fórmula I.
15. KIT AUXILIAR NO MÉTODO DE CONTROLE DE ECTOPARASITAS caracterizado pelo fato de que compreende um recipiente contendo ao menos a composição de uma das reivindicações 1 a 10, um dispositivo dosador de quantidades e opcionalmente instruções para utilização.
16. MÉTODO PARA CONTROLE DE ENDO E ECTOPARASITAS E AUMENTO DO DESEMPENHO ZOOTÉCNICO caracterizado pelo fato de se administrar aos animais, via oral, através da alimentação e/ou suplementação nutricional, composição veterinária definida nas reivindicações 1 a 10, capaz de melhorar o desempenho zootécnico de bovinos, através do controle de endo e ectoparasitas.
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