“COMPOSTO ALIMENTAR PARA ANIMAIS E SEU PROCESSO DE FABRICAÇÃO” O presente relatório descritivo de privilégio de invenção do “COMPOSTO ALIMENTAR PARA ANIMAIS E SEU PROCESSO DE FABRICAÇÃO”, refere-se ao processo de fabricação de uma ração para animais ruminantes, obtida basicamente do material amiláceo do eoeo babaçu, assim como também, ao pedido de patente da ração propriamente dita, a qual recebe em sua composição a mistura de Uréia pecuária, Enxofre; Amido de babaçu e Torta de babaçu. Esta invenção situa-se no campo de aplicação das rações para animais ruminantes.
Como é do conhecimento dos habilitados neste assunto, as rações para animais ruminantes existentes no mercado são compostas por vários produtos diferentes para alcançar propriedades energéticas e protéicas necessárias ao rebanho. Elas são elaboradas a partir da mistura de produtos “in natura” e/ou beneficiados, porém, nenhuma delas, sem exceção, apresenta a composição da ração aqui solicitada. O desenvolvimento do presente composto alimentar deu-se a partir de um estudo do coco babaçu, onde, levantamos o potencial protéico e energético da referida fruta e, comparamos as característica do amido de babaçu com as de outros produtos utilizados na alimentação animal, assim como, uréia e farelo de soja, que são excelentes na composição de rações, e descobrimos que o coco do babaçu possui um bom grau de proteína para oferecer aos animais, além de fornecer energia vindo do amido, fatores estes, que nos levaram a produzir o referido composto alimentar. Além disso, na Região Norte, o coco de babaçu é ofertado em grandes quantidades, lá, a produção desta fruta é a maior do País, e a demanda por ração animal vem crescendo a cada ano, daí a necessidade de se identificar alternativas de alimentação para o rebanho.
Portanto, identificada o potencial do coco babaçu para alimentação animal e, diante da necessidade de otimizar os custos na produção animal, desenvolvemos o “COMPOSTO ALIMENTAR PARA ANIMAIS E SEU PROCESSO DE FABRICAÇÃO”, o qual apresenta várias vantagens em relação a outros, pois, em sua composição, o Nitrogênio Não Protéico (NNP) encontra-se protegido pelo Amido do babaçu que o envolve na forma gelatinosa, conferindo características únicas à ração, das quais podemos citar: possui difícil solubilidade com a água, visto que na época chuvosa ocorre frequentemente este problema com a Uréia; a liberação de amônia no rúmen é lenta, aumentando assim, o aproveitamento do (NNP) pelos microorganismos na síntese protéica; é um produto que respeita a relação N:S (10:1) e, além fornecer proteína ao ruminante, fornece também a energia vinda do amido. Os riscos de intoxicação com esta ração são menores, é possível mistura-la com produtos que contém urease, como por exemplo a soja grão, e ainda, em pequenas quantidades, possibilita até utiliza-la como alimentação de bezerros no sistema Creep-Feeding. O custo desta ração é intermediário, ficando entre o do Farelo de Soja e o da Uréia, porém, aumenta o rendimento dos animais, melhorando assim, os índices de crescimento, de engorda e de produção leiteira.
Para melhor compreensão da matéria, o “COMPOSTO ALIMENTAR PARA ANIMAIS E SEU PROCESSO DE FABRICAÇÃO” serão descritos detalhadamente a seguir. A presente ração é composta por Uréia pecuária, Enxofre, Amido de babaçu e Torta de babaçu, todos misturados na seguinte proporção: 30 a 60% de Uréia pecuária; 1,5 a 3,0% de Enxofre; 20 a 30% de Amido de babaçu e 20 a 30% de Torta de babaçu. O processo produtivo é realizado através de sete etapas distintas, iniciando primeiramente pela obtenção do coco de babaçu, e somente a partir, começa o processo propriamente dito, conforme segue a descrição.
Etapa 1 - SELEÇÃO DA AMÊNDOA -Consiste no método de seleção das amêndoas pelas características físicas e propriedades do produto “in natura”, retirando todas e quaisquer impurezas como terra e poeira, classificando-as também pelo aspecto visual, aproveitando os frutos de boa aparência e com bom teor de umidade na casca.
Etapa 2 - DESCASCAMENTO DA AMÊNDOA - Nesta etapa o fruto é aberto para retirada da amêndoa, através de um processo puramente mecânico, sendo o amido extraído da casca (mesocarpo), material este que é utilizado na composição da proteína transformada que integra o composto.
Etapa 3 - LIMPEZA DO MATERIAL AMILÁCEO - A limpeza é feita através de peneiramento do material para retirada das fibras existentes, que resultaram do descascamento da amêndoa.
Etapa 4 - TRITURAÇÃO DO AMIDO - O amido é triturado em moinhos de regulagem fina, com o objetivo de reduzir o tamanho das partículas, deixando-as cada vez menores, afim de facilitar o processo de aglutinação dos produtos durante a elaboração da ração.
Etapa 5 - FORMULAÇÃO DO PRODUTO - Nesta etapa é feita a elaboração do composto, utilizando-se um misturador de palhetas para misturar os produtos que o compõem, os quais são: Uréia pecuária;
Enxofre; Amido de Babaçu e Torta de babaçu.
Etapa 6 - TRATAMENTO TÉRMICO - O tratamento térmico consiste numa etapa que também chamamos de “eocção amilácea”, realizado em um reator mix, onde o amido sofre uma transformação das propriedades reológicas, evidenciando assim, o comportamento das propriedades hidrofíhca, cuja temperatura que consideramos ideal fica em tomo de 85 a 90°C, a uma pressão de 200kPa a 300kPa.
Etapa 7 - INJEÇÃO DE CONVERSOR DE PROTEÍNA - Consiste na aplicação dc no composto, realizada em alta agitação turbilhonar para que haja a mistura completa dos produtos que compõem a ração, adicionando-se carga térmica de 65 a 70 °C e pressurização de 250 kPa a 300kPa, as quais são altamente controladas, para que não ocorra reversão secundária no produto.
Por fim, o composto é embalado em sacos apropriados, resultando assim, numa ração balanceada com proteína transformada, a qual foi elaborada a partir do amido de babaçu.
Dessa forma, solicitamos desse Instituto a concessão da patente de privilégio de invenção para o “COMPOSTO ALIMENTAR PARA ANIMAIS E SEU PROCESSO DE FABRICAÇÃO”, resultado de pesquisa e desenvolvimento de produtos para alimentação de animais ruminantes.