BR0202927B1 - Composição fitoterápica a base de extratos vegetais, processo de obtenção da dita composição, e uso de extratos vegetais para preparação de composição fitoterápica. - Google Patents

Composição fitoterápica a base de extratos vegetais, processo de obtenção da dita composição, e uso de extratos vegetais para preparação de composição fitoterápica. Download PDF

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Description

“COMPOSIÇÃO FITOTERÁPICA A BASE DE EXTRATOS VEGETAIS, PROCESSO DE OBTENÇÃO DA DITA COMPOSIÇÃO, E USO DE EXTRATOS VEGETAIS PARA PREPARAÇÃO DE COMPOSIÇÃO FITOTERÁPICA”.
Refere-se a presente invenção a uma composição fitoterápica contendo extratos a base de determinados vegetais que, na forma consorciada, conferem um efeito conjugado à composição, dotando-a de uma função específica no que se refere a neutralização/minimização dos efeitos danosos ocasionados pelos maus hábitos de higiene bucal. A composição para higiene bucal desta invenção pode se apresentar na forma de gel, líquido, sólido e goma de mascar, Em um segundo aspecto, a invenção compreende o processo de obter a dita composição, cujos parâmetros técnicos, seleção de compostos envolvidos e a demonstração do efeito conjugado entre os mesmos conferem à.dita composição o caráter inovador e inesperado em relação ao que se conhece na técnica a respeito do assunto. Em um caráter particular, se trata de uma composição de uso noturno, banho de imersão.
Um terceiro aspecto da invenção, diz respeito a uma composição dentifrício à base da dita composição veiculado em forma de um creme ou gel, ou líquido ou pasta, que permite a facilidade de aplicação na cavidade oral para uso único noturno preferencialmente. O quarto aspecto está relacionado ao uso dos extratos vegetais selecionados para preparar a referida composição.
Diversos preparados para higiene e profilaxia da cavidade oral são conhecidos. Seus ingredientes ativos mantêm efetivo controle dos fatores etiológicos que causam as doenças na cavidade oral. Eles também controlam a microflora da cavidade oral, inflamações, outros fatores bucais que ajudam a pessoa a melhorar suas condições quando está sofrendo de doenças dentárias e orais.
Também são conhecidas da técnica, soluções composições dentifrícias e/ou medicamentosas -ou de que contém extratos vegetais; tais como: a patente US 5 376 374, que descreve uma composição oral de gosto agradável, que contém, entre outros elementos própoles, pimenta da Caiena, calêndula, vinagre. O PI 9605706-8 o documento: JP 58 121 218 e o artigo KOHDA. Et al, Planta Méd. Apr; (2):119-20, aqui incorporados como referência. Por exemplo, o PI 9605706-8 descreve uma composição dentifrícia onde é alegado um efeito sinérgico entre o Juá e certos agentes emulsificantes, especialmente o lauril-sulfato de sódio. Ainda que não citado pela técnica, é conhecido o dentifrício contendo Juá e própoles, lançado no mercado em início de 2002.
Todavia, nenhuma dessas referências citou o uso do conjunto componentes, oriundos de extratos vegetais, como preparados, para higiene e profilaxia da cavidade oral, controlando/eliminando por longos períodos o mau hálito, conforme a presente invenção. O corpo humano constitui-se de um perfeito ecossistema equilibrado, onde vários tipos de vidas coexistem harmonicamente entre si através de um consórcio de funções recíprocas existindo aí todos possíveis e imagináveis modelos ecológicos, como comensalismo, simbiose, parasitismo, etc. Duas importantes comunidades biologicamente ativas representantes deste processo encontram-se na boca e nos intestinos. Além da cooperação mútua e recíproca existente entre as espécies destas comunidades, existe aí uma total relação de integração com o organismo hospedeiro. Os integrantes destas comunidades são tidos como indígenas, com funções importantes para manutenção de suas saúdes, funções estas que tratam de matéria relacionada a imuno estimulação, equilíbrio e manutenção do pH. fisiológico, antagonismo às bactérias alienígenas patogênicas, transformação do bolo alimentar em fecal possibilitando um trânsito digestivo adequado à perfeita absorção de nutrientes, dentre outras. A coexistência harmônica e passiva exercida por estas comunidades muitas vezes são interrompidas por fatores como a higiene inadequada por parte dos hospedeiros, acarretando com isto uma superpopulação no meio, com conseqüências diversas, dentre elas o odor.
No sentido crânio caudal, da boca aos intestinos, este desequilíbrio, quando ocorre, pode trazer como conseqüência, o mau hálito. Neste contexto, este processo deve ser entendido e interpretado como uma incapacidade nata do indivíduo de neutralizar estes odores decorrentes do metabolismo anaeróbico - fermentação. A boca com suas funções básicas de fala e órgão triturador dos alimentos constitui-se como o mais significativo e importante no que se refere ao mau hálito, tanto em decorrência dos fatores locais, considerados críticos, com também por estar ligada a outros órgãos envolvidos diretamente com o mau hálito. Dentre os fatores mais importantes podemos enumerar a presença de focos como o dentário, as amidalites como outros tantos, todos constituindo-se de um concentrado de microorganismos geradores de odor. A língua com sua anatomia em forma de “carpete”, as cicatrizes e criptas amidalianas, favorecem a retenção de substratos alimentares às bactérias odoríferas neste processo.
No tocante aos fatores “satélites”, ou seja, aqueles que deságuam na boca pela sua comunicação direta, podemos citar os portadores de faringites e sinusites.
Continuando a descer, pela ordem temos o esôfago com suas patologias como hérnias, diverticulites, exofagite de refluxo, todos favorecendo a permanência de substratos alimentares às bactérias fermentativas, alcançando a boca quer pela exalação quer pelo retorno de matéria alimentar fermentada, via eructação/regurgitação. O estômago que tem a função básica digestiva/liquidificadora do bolo alimentar recém triturado na boca, deverá ser eficiente a ponto de evitar a permanência demorada do mesmo no seu interior pois o contrário acabaria por acarretar na sua fermentação, com geração de odores, alcançando a boca, via eructação/regurgitação.
Existe consenso na classe científica a cerca da teoria que considera a digestão como um processo auto estimulativo onde seu início se dá mediante o contato visual com o alimento, desencadeando uma série de eventos orgânicos cujo objetivo é transformar as estruturas químicas complexas, presentes nos alimentos, em simples, por meio de hidrolise. Vários fatores podem dificultar ou mesmo impedir esta transformação, como as patologias que podem ou não comprometer o desempenho estomacal causando dispepsia, traduzida pela indigestão propriamente dita. Podem ser causas deste quadro, as gastrites emocionais, os hábitos alimentares inadequados, algumas parasitoses intestinais dentre outras. O bolo alimentar agora triturado e devidamente liquefeito, segue trajeto aos intestinos para que o processo digestivo seja concluído com absorção dos nutrientes e água e a transformação do bolo alimentar em fecal. Esse processo é realizado por bactérias fermentativas, que digerem e metabolizam os restos alimentares que escaparam ao processo digestivo. Determinadas parasitoses como as amebíases, podem provocar quadro de dispepsia, favorecendo desta forma a fermentação bacteriana pela estagnação do bolo alimentar, no estômago.
Retornando a cavidade bucal como o principal local de repercussão de todo este quadro na geração de odores, deve-se sempre levar em conta fatores como a sensibilidade tecidual; a ligação com órgãos nobres como pulmão e estômago; a possibilidade de absorção sublingual sistêmica e, a presença de uma comunidade microbiana ecologicamente equilibrada; que constituem princípios que devem ser respeitados e exaustivamente analisados de forma a servirem de norteadores para tomada de decisão de qual modalidade terapêutica para o controle da halitose deve ser adotada. É reconhecida a estrema complexibilidade da fisiopatogenia microbiana na geração de odores onde praticamente nada pode ser feito sem se levar em conta as conseqüências frente a uma terapêutica desastrosa.
As bactérias aí presentes se organizam em diversas comunidades, todas elas compatíveis com as exigências de seus integrantes como luminosidade, presença ou ausência de oxigênio, dentre outras. Este evento é realizado às custas de um eficiente sistema enzimático (proteína) cujos objetivos básicos são a aquisição e viabilização de substratos alimentares e a estruturação física do arcabouço da placa, sua “moradia”.
Para o entendimento deste processo, podemos separar essas bactérias em dois grandes grupos: as que se alimentam de carboidratos produzindo ácidos corrosivos atacando principalmente os tecidos duros dos dentes, promovendo a descalcificação, a cárie e um outro grupo que se utiliza de proteínas (aminoácidos) como substratos alimentares, produzindo enzimas solubilizantes destrutivas, inflamando/destruindo principalmente os tecidos moles de sustentação do dente, o periodonto. Ambos os grupos tem ação na geração de odor, sendo o segundo o mais crítico. A solução ecologicamente correta seria o uso de um produto que contemplasse, preservasse e respeitasse a todos os fatores anteriormente citados com relação ao ecossistema bucal. A adstringência, propriedade de uma substância de se conjugar com estruturas de natureza protéica, por hidrólise molecular parcial, formando novos compostos, seria oportuna, acrescida juntamente com algumas outras propriedades terapêuticas para contrabalançar os possíveis efeitos indesejáveis desta propriedade. Neste particular a adstringência, devidamente dosada e balanceada, com seu uso indicado e controlado por profissional, através de uma simples conjugação química, iria “neutralizar” os catabólitos protéicos bacterianos nocivos, fétidos e eletricamente instáveis (radicais livres), preservando desta forma a flora tão necessária à saúde bucal. Este produto teria como propriedades a neutralização/minimização dos maus odores, a cicatrização tecidual a redução de placas/cáries e a integração sob ponto de vista da ausência de efeitos colaterais indesejáveis. A elaboração do composto fitoterápico em forma de gel fixador, constitui um conceito inventivo inovador, quer pelo seu uso durante o sono, com efeito retardado, continuado e prolongado, quer pelo conjunto de propriedades fitoterápicas que atendem a todas as exigências do meio bucal, constituindo de um método terapêutico “ecologicamente correto”.
Existe um consenso na classe científica a cerca da necessidade do fortalecimento do hospedeiro em detrimento da eliminação do microorganismo invasor. É na manutenção e no controle rigoroso da flora indígena bucal, com suas funções interativas tão necessárias à saúde e também com a minimização dos seus efeitos colaterais indesejáveis como o odor, que repousa o conceito de saúde bucal integral. A tônica desta reivindicação patentária é a neutralização/minimização dos maus odores, com preservação do ecossistema e manutenção da saúde das estruturas bucais através de um consórcio de funções presentes no referido composto fitoterápico, interagindo de forma conjugada, com a máxima eficiência e mínimos efeitos colaterais ao hospedeiro, quando usado adequadamente.
Dados estatísticos, provam que 20% a 30% das pessoas sofrem de halitose crônica. As causas estão relacionadas à falta de atividade bucal, ocasionada por longos períodos em jejum, típica de quem faz uma dieta desmedida, pode aumentar a quantidade de bactérias na boca. O estresse emocional pode gerar o distúrbio, o desleixo com relação a higiene correta oriunda de sinusite infecciosa, secreção nasal na base da língua, higiene bucal precária, doenças da gengiva, limpeza incorreta de dentaduras e aparelhos removíveis, e problemas respiratórios, com acúmulo de secreções. A cavidade oral de cada indivíduo tem características próprias específicas. Determinadas áreas na cavidade oral são mais susceptíveis ao acúmulo de matérias e restos alimentares. Esses locais são propícios ao desenvolvimento de placa bacteriana e, esta, é a grande responsável pela doença denominada cárie e por outras doenças periodontais. A escovação correta é a maneira mais eficaz para a prevenção da doença cárie e de outras doenças periodontais. A manutenção da saúde bucal e, por conseguinte, a prevenção da cárie e de doenças de riscos sistêmicos, passa pelo controle absoluto da placa bacteriana (biofilme). Hábitos de higiene e escovação sistemática devem ser instituídos e adotados por todos. Há a necessidade de se estabelecer hábitos que venham favorecer uma melhor saúde bucal. No entanto há a dificuldade de se conscientizar as pessoas sobre a importância da escovação e da própria “presença” da placa bacteriana visto que esta não é visível sem o uso de corantes específicos. A aplicação sistemática de Flúor e sua manutenção em níveis adequados na superfície dos dentes e nas regiões subjacentes resulta em controle mais intenso das populações microbianas que habitam a cavidade oral.
Muitas tentativas foram feitas para controle e prevenção da formação de placa dental. Tais tratamentos são tipicamente realizados em um consultório dentário, em intervalos periódicos, porém não freqüentes. Tais tratamentos, porém, não resultam em controle da placa durante um período prolongado.
Com tais problemas sendo possíveis a partir da placa/gengivite, não é surpresa que esforços externos tenham sido gastos em tentar encontrar composições eficazes que equacionem os problemas existentes, quer no âmbito da prevenção, profilaxia e tratamento, quer no âmbito da revelação e controle da presença da placa dental.
Apesar das muitas descrições na área de anti-placa, anti-gengivite etc., até o momento não se revelou uma composição oral anti-bacteriana que seja, ao mesmo tempo, reveladora da presença de placa dentária na cavidade oral, e seja de aplicação livre, com total acesso, inclusive no âmbito caseiro.
Embora as composições de higiene bucal tópicas já existentes no mercado apresentem, na sua composição, compostos com ação antibactericida associados a umectantes, tenso ativos, abrasivos etc, não se revelou, até o presente momento, composições tipicamente a base de extratos vegetais, que associados, apresentassem os efeitos surpreendentes encontrados pela presente patente de invenção, cuja proposta trata do controle da halitose de forma inédita.
Com o intuito e a finalidade de combater todos estes inconvenientes é que foi desenvolvida a composição da presente invenção que contém os princípios ativos desejados. O uso correto deste composto, que pode ser disponibilizado sobre a forma de gel, líquido, sólido e goma de mascar, spray, ou qualquer outra forma, devendo-se sempre levar em consideração o meio em que será aplicado, meio este considerado altamente delicado. Não se pode de forma alguma eliminar totalmente a placa existente no meio, de forma continuada e sem a anuência de um profissional da área, haja visto sua necessidade e importância funcional, deve-se sim, e esta é a função principal da composição objeto do pedido de patente em questão, neutralizar/minimizar os seus efeitos, ou seja, dar solução à inflamação gengival dos tecidos e evitar a geração de odores. A composição objeto da patente de invenção em questão apresenta os seguintes ingredientes abaixo, cujas funções de forma isolada não solucionam os problemas acima citados. Problemas estes que só são solucionados na forma proposta. A composição da presente invenção é composta dos seguintes ingredientes: a) Aroeira (Schinnus Terebinthi Folius) folha b) Calêndula (Calendula Officinalis) folha e flor c) Camomila (Matricaria Chamomilla) flores d) Hamamélis (Hamamelis Virginiana) folhas e) Juá (Zizupphus joazeiro) cascas f) Própolis (propolis) resina g) Sálvia (Sálvia Officinalis) folhas h) Carbômero i) Água Dionizada j) Trietanolamina k) Aromatizante e/ou Flavorizante A composição da presente invenção, em comparação com aquelas já existentes no estado da técnica, apresenta as vantagens de: reduzir ou eliminar o mau hálito, combater inflamações e infecções, promover cicatrização, higiene da cavidade bucal, reduzir a ação da placa e conseqüentemente a incidência de cáries, eliminar sangramento, sem contudo matar as bactérias que compõem o ecossistema bucal. A presente invenção também se refere a Dentifrícios em forma de géis, cremes ou pastas, contendo a composição da invenção associada a outras substâncias como abrasivos, desodorantes e outros.
Foi agora surpreendentemente constatado que os extratos utilizados, em proporções estabelecidas, para desenvolverem a presente composição, apresentam características especificas, que, associadas, representam o efeito técnico novo, inesperado e desejado da invenção. a) A aroeira funciona no composto como adstringente. b) A Calêndula apresenta para a gengiva funções antialérgica, antiinflamatória anti-séptica cicatrizante e suavizante, as funções objetivas necessárias que se requer dela são para desinflamar, promover a cicatrização e atuar como suavizante. c) A Camomila apresenta em suas folhas composição química que contém ácidos orgânicos, ácido salicílico, apigenina, borneol, cânfora, colina, cumarina, flavonóides, herniarina, saponina, mucilagem, pró-camazuleno, terpeno azuleno e umbeliferona. A Camomila é utilizada por suas propriedades adstringente, analgésica, antialérgica, antiinflamatória, cicatrizante e refrescante. d) Hamamélis é rica em taninos gálicos e contém ainda ácidos fenólicos. Estes diferentes constituintes são igualmente importantes para a gengiva por apresentar propriedades adstringente, antioxidante e vasoconstritora. e) O Juá é rico em saponinas, substâncias que produzem sabão promovendo a diluição de componentes. Neste caso, ele ira reagir com a placa, solvendo-a numa pequena proporção, como também agirá servindo de moderador, carreador de outra substância importante que é a Aroeira. O Juá tem a função básica de ser o mediador, abreviador das ações da Aroeira que no caso é o que tem função igualmente importante no composto funcionando como antioxidante - eliminador de radicais livres. O Juá saponifica, ele faz com que as substâncias pelas suas características, embora naturais, não permaneçam muito tempo em contato com o meio. É um dosador da adstringência, agilizando a ação e permanência das outras substâncias no meio, pela diminuição da tensão superficial do composto proporcionando interação, união funcional e ação no meio. f) O própoles na concentração proposta, atua, como cicatrizante, além de uma função tamponante, devido à presença de elementos minerais e proteínas que irão se conjugar com os produtos finais das bactérias, com os catabólitos, formando novos produtos neutralizando desta forma o seu odor. Tem o caráter antiinflamatório. g) A Sálvia contém óleos essenciais tais como thujones, cineol e borueol, saponinas, taninos entre outros e tem as propriedades antiinflamatórias, antioxidantes e adstringente. h) O Carbômero é um copolímero de acrilato C10-30, cuja finalidade é dar espessamento ao composto que quando em contato com a água, hidrata formando um gel transparente. i) A Água Deionizada será o veículo utilizado no composto, ela é isenta de íons de forma a evitar incompatibilidades com os demais componentes do composto. j) A Trietanolamina é um álcali fraco utilizada como corretor de pH. k) Os Aromatizantes e/ou flavorizantes terão a função de tornar o composto com odor e/ou sabor mais agradável. Há de se destacar que no estado da técnica, particularmente no PI.9605706-8 já é citada a utilização do Juá como elemento saponificante em efeito sinérgico com o lauril-sulfato de sódio em dentifrícios conhecidos e, conforme também mencionado, em início de 2002 foi lançado um dentifrício contendo, além de ingredientes convencionais, própoles e juá. Estas referências, no entanto, não citam a possibilidade do uso conjunto dos demais componentes fitoterápicos da presente invenção e os benefícios daí decorrentes.
Aliás, a técnica estava distante de descrever ou prever a composição da presente invenção, por não se preocupar em alcançar os efeitos desejados da invenção. A composição da presente invenção não tem como objetivo aniquilar as bactérias que se encontram na cavidade bucal e sim promover o equilíbrio do ecossistema bucal. A composição da invenção, ainda que não utilizada como dentifrício convencional, tem o objetivo de promover um ambiente em que as bactérias não venham a se proliferar de forma desordenada e prejudicial ao organismo. Os efeitos alcançados pela combinação dos elementos diferem do que seria normalmente esperado dos efeitos individuais dos seus componentes, sem, porém eliminá-los ou restringi-los. É, portanto, completamente inesperado que a atuação conjunta dos elementos ativos da composição venham a neutralizar/minimizar os efeitos do mau hálito. Ainda, foi facilmente verificado que a composição da invenção também propicia alívio de aftas, entre outras afecções bucais.
Nesse sentido, os desenvolvimentos das pesquisas revelaram que, afora o uso na cavidade bucal, a composição também pode ter uso tópico em outras partes do corpo humano. Por exemplo: ajuda a promover a cicatrização de frieiras e neutralizar/minimizar seu mau odor e ajuda na cicatrização de feridas ordinárias.
Como agentes veículos e/ou coadjuvantes, entende-se os compostos comuns da técnica para composições de higiene e limpeza oral, incluindo aqueles que são utilizados para dentifrícios (pasta, creme ou gel), líquidos para higiene, gomas de mascar e outras. Ou, ainda em um aspecto mais abrangente, com veículos comuns da técnica para pomadas de uso tópico na pele.
Sem nenhuma intenção limitativa quanto aos veículos é comum a utilização de tenso ativos aniônicos, flavorizantes, conservantes, umectantes e agentes espessantes e outros.
Os inventores associaram os elementos citados anteriormente aos referidos extratos vegetais obtendo uma composição fitoterápica para aplicação bucal através do feito conjugado obtido deles.
Na prática da invenção, a composição apresenta de 0,2% a · 4,0%, de extrato de Aroeira, preferentemente 0,5% a 2,5%; de 0,2% a 4,0% de extrato de Calêndula, preferentemente 0,5% a 2,5%; de 0,2% a 4,0% de extrato de Camomila, preferentemente 0,5% a 2,5%; de 0,2% a 4,0% de extrato de Hamamélis, preferentemente 0,5% a 2,5%; de 0,2% a 4,0% de extrato de juá, preferentemente 0,5% a 2,5%;de 0,2% a 4,0% de extrato de Própolis, preferentemente 0,5% a 2,5%; de 0,2% a 4,0% de extrato de Sálvia, preferentemente 0,5% a 2,5%; de 0,1% a 2,0% de Carbômero, preferentemente 0,5% a 1,5%; de 98,39% a 68,8% de água deionizada, preferentemente 95,78% a 80,05%; de 0,1% a 1,0% de Trietanolamina, preferentemente 0,2% a 0,8% e de 0,01% a 0,2% de Aromatizantes e/ou Flavorizantes, preferentemente 0,02% a 0,15%.
As composições da invenção devem conter pelo menos quatro dos sete extratos vegetais apresentados e poderão ser usadas separadamente, ou em conjunto, ou seja, fazendo parte da composição de dentifrícios, gomas de mascar, balas, e spray usuais da técnica. O percentual poderá variar em uma longa faixa. A escolha dos percentuais deverá ser efetuada caso a caso, posto que será natural não alterar substancialmente as características dos produtos já existentes.
Uma outra modalidade da invenção relaciona-se ao processo de preparação da composição fitoterápica para o uso bucal. Sem intenção de limitar a descrição dos processos de obtenção da composição da invenção descreve-se, a seguir, um método preferencial de preparo.
Em misturador de aço inoxidável, devidamente esterilizado, é colocado de 98,39% a 68,8% de água deionizada e em seguida, adiciona-se de forma lenta e gradual, de 0,1% a 2,0% de carbômero mantendo uma agitação lenta e constante até completa hidratação do carbômero, formando ο 12 preparado. Ao 1Q preparado, adiciona-se de 0,2% a 4,0% de cada um dos extratos de aroeira, calêndula, camomila, hamamélis, juá, própolis e sálvia, com agitação permanente até homogeneização total do meio, formando o 2-preparado. Ao 2- preparado, adicionar de 0,01% a 0,2% de aromatizante e/ou flavorizante, agitando igualmente até homogeneização total, formando com isto o 3Q preparado. Ao 32 preparado e continuando no mesmo misturador é promovido o ajuste do pH do meio para uma faixa de 6,5 a 7,5 mediante a adição de 0,1% a 1,0% da trietanolamina com agitação permanente até homogeneização e alcance do pH desejado, formando assim o composto gel fitoterápico, objeto da invenção em questão.
Alguns exemplos a seguir, consideramos ideais para uso, mantido o processo de preparação da composição fitoterápica, seguindo os mesmos passos acima descritos, podendo ser alterada a quantidade de extratos vegetais para pelo menos quatro, mantendo sua participação percentual, dentro da faixa proposta, alterando com isto a quantidade de água deionizada no meio, mantida também a faixa de participação do restante de ingredientes, conforme segue: Exemplo 1 - Composição conforme descrita originalmente, com sete extratos vegetais.
Exemplo 2 - Composição conforme descrita originalmente, com pelo menos quatro extratos, variando entre os sete existentes, alterando a variação percentual de água deionizada para a faixa de 98,99% a 84,8%, preferencialmente 97,28% a 87.55%.
Exemplo 3 - Composição conforme descrita originalmente, com cinco extratos, variando entre os sete existentes, alterando a variação percentual de água deionizada para a faixa de 98,79% a 80,8%, preferencialmente 96,78% a 85,05%.
Exemplo 4 - Composição conforme descrita originalmente, com seis extratos, variando entre os sete existentes, alterando a variação percentual de água deionizada para a faixa de 98,59% a 76,8%, preferentemente 96,28% a 82,55%. A composição da invenção foi testada em um número substancial de pessoas portadoras de halitose crônica. Em todos os casos tratados obteve-se eliminação completa e/ou a minimização do mau hálito. O uso prolongado da composição da invenção, com acompanhamento e supervisão profissional, não acarretou nenhum distúrbio ou efeito secundário desagradável. Foi inclusive observado que, mesmo os não portadores de halitose crônica puderam se beneficiar dos efeitos da composição da invenção; são os casos, por exemplo dos indivíduos que fizeram uso de alimentos com condimentos fortes ou tiveram a ingestão de álcool. A utilização da composição da invenção nesses casos diminuiu eficazmente o odor provocado pela ingestão de alimentos com condimentos fortes e de álcool.
Ainda que não fosse o objeto principal das pesquisas a utilização tópica da composição também se mostrou bastante eficiente, conforme acima mencionado.
Durante os testes, não houve nenhum caso em que as composições aqui apresentadas e testadas apresentassem nas pessoas algum efeito colateral, entretanto, é aconselhável a suspensão imediatamente do uso, consultar um médico e fazer ciência a um odontólogo em caso de ocorrer alguma disfunção quando do seu uso. A proposta da presente invenção parte de uma medida simples, oportuna e inteligente. Ao se aplicar a composição objeto da patente de invenção, durante alguns segundos na boca, de uso preferencialmente noturno, e sem enxágue, vai se formar um banho de imersão e, com certeza, promoverá através de seus componentes, as condições ideais para o meio ambiente bucal estar ecologicamente correto, tornando a boca saudável e com odor agradável.

Claims (9)

1- COMPOSIÇÃO FITOTERÁPICA A BASE DE EXTRATOS VEGETAIS para uso tópico ou oral para combater halitose ou outras afecções, caracterizada por constituir dos elementos: Aroeira, Calêndula, Camomila, Hamamélis, Juá, Própolis e Sálvia e excipientes, conservantes, flavorizantes e/ou veículos coadjuvantes de formulações terapêuticas e/ou de higiene bucal.
2- COMPOSIÇÃO FITOTERÁPICA A BASE DE EXTRATOS VEGETAIS de acordo com a reivindicação 1, caracterizada por conter de 0,2% a 4,0% de extrato de Aroeira; de 0,2% a 4,0% de extrato de Calêndula; de 0,2% a 4,0% de extrato de Camomila; de 0,2% a 4,0% de extrato de Hamamélis; de 0,2% a 4,0% de extrato de Juá e de 0,2% a 4,0% de extrato de Própolis e de 0,2% a 4,0% de extrato de Sálvia.
3- COMPOSIÇÃO FITOTERÁPICA A BASE DE EXTRATOS VEGETAIS de acordo com a reivindicação 2, caracterizada por cada um dos extratos conter preferentemente de 0,5% a 2,5% em volume.
4- COMPOSIÇÃO FITOTERÁPICA A BASE DE EXTRATOS VEGETAIS de acordo com uma das reivindicações 1 ou 2 ou 3, caracterizada por conter pelo menos quatro tipos de extratos vegetais dos sete que compõem o composto.
5- COMPOSIÇÃO FITOTERÁPICA A BASE DE EXTRATOS VEGETAIS de acordo com uma das reivindicações 1, 2 ou 3, caracterizada por encontrar-se na forma de gel dentifrícios, goma de mascar, bala ou confete, líquido ou spray.
6- COMPOSIÇÃO FITOTERÁPICA A BASE DE EXTRATOS VEGETAIS de acordo com uma das reivindicações 1, 2 ou 3, caracterizada por encontrar-se na forma de formulações para uso tópico.
7- PROCESSO DE PREPARAÇÃO DE UMA COMPOSIÇÃO FITOTERÁPICA A BASE DE EXTRATOS VEGETAIS, conforme descrito em uma das reivindicações 1, 2 ou 3, caracterizada por conter as etapas de: a) Em um misturador de aço inoxidável, devidamente esterilizado, é colocado água deionizada e em seguida de forma lenta e gradualmente adicionar o carbômero mantendo uma agitação lenta e constante até completa hidratação do mesmo, formando o preparado 1; b) Adicionar ao preparado 1 os extratos vegetais conforme descritos nas reivindicações 1, 2 e 3 e agitar até homogeneização total, formando o preparado 2; c) Adicionar o Aromatizante e/ou flavorizante ao preparado 2 e agitar até homogeneização total do meio formando o preparado 3; d) Ajustar, no preparado 3, o pH para uma faixa de 6,5 a 7,5 com a adição e homogeneização da trietanolamina, formando o composto final.
8- USO DE UMA COMPOSIÇÃO FITOTERÁPICA A BASE DE EXTRATOS VEGETAIS conforme descrita em uma das reivindicações 1, 2 ou 3, caracterizado por ser para preparar um gel, creme, pasta, goma de mascar, bala ou confete, líquido ou spray para uso oral.
9- USO DE UMA COMPOSIÇÃO FITOTERÁPICA A BASE DE EXTRATOS VEGETAIS conforme descrita em uma das reivindicações 1, 2 ou 3, caracterizado por ser para preparar uma composição medicamentosa para uso tópico.
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