PT751836E - Processo para a proteccao de uma superficie contra contaminacao nao pretendida - Google Patents

Description

DESCRIÇÃO “PROCESSO PARA A PROTECÇÃO DE UMA SUPERFÍCIE CONTRA CONTAMINAÇÃO NÃO PRETENDIDA” A presente invenção refere-se a um processo para proteger superfícies contra contaminação não pretendida e para facilitar a remoção dessa contaminação das superfícies.

Em EP BI 0 365 584 descreve-se um processo de remoção da contaminação com base na utilização de uma solução que contém um polissacárido e um seu dissolvente para criar um revestimento protector sobre uma superfície. Depois de ser submetida a contaminação, essa superfície protectora pode ser facilmente libertada da contaminação tratando a superfície protegida com um liquido que é capaz de redissolver o revestimento de protecção ou proporcionar o seu inchamento. A invenção de acordo com a mencionada descrição da patente constitui uma excelente solução para o problema da contaminação como é reflectido pela contaminação resultante dos assim chamados “graffíti”, poluição de tráfego, etc.

Esta patente europeia que corresponde a US 5 017 237 indica que alguns polissacáridos passam por uma estrutura de gel antes de formarem películas. A patente indica também a utilização de uma combinação de polissacáridos. No entanto, a patente é totalmente silenciosa em relação à utilização de dois polissacáridos, em que um não tem capacidade de formar gel, enquanto o outro passa por um estado de gel antes de formar uma película. Por meio de uma tal combinação obtém-se películas de polissacárido que tem propriedades muito melhoradas úteis nas técnicas de protecção envolvidas nesta invenção. A presente invenção constitui um aperfeiçoamento significativo das técnicas divulgadas em EP BI 0 365 584 e a finalidade da presente invenção é proporcionar uma película de polissacárido que tem pequena solubilidade em água à temperatura ambiente.

Um certo número de polissacáridos, por exemplo caraguenano e agar, que se dissolvem em água a uma temperatura aumentada, formam geles a certas concentrações mínimas quando essa solução é arrefecida até uma temperatura inferior. A evaporação contínua de água resulta na formação de uma película que frequentemente é resistente à dissolução e pode ser dissolvida ou feita inchar apenas a uma temperatura elevada. O revestimento de superfícies com soluções de polissacáridos a uma temperatura aumentada é difícil e aplicar um gel de polissacárido por pulverização ou semelhante resulta em adesão inferior ao substrato visto que o solvente é fortemente ligado à estrutura de gel. O problema a ser resolvido pela presente invenção pode dizer-se residir na descoberta de novas técnicas em que é possível fazer uso das vantagens associadas com a formação de gel como uma fase intermédia enquanto ao mesmo tempo se proporciona uma concentração de polissacáridos na solução resultando uma película de espessura suficiente. No caso de se utilizar apenas um polissacárido do tipo que gelifica, a sua concentração em solução tem de ser muito 3 0 pequena para obter uma solução que possa ser aplicada sem dificuldade. Se a concentração é aumentada para um nível que tem como resultado espessura suficiente da película, então a gelificação ocorre e a aplicação por pulverização ou semelhante constitui um problema severo. A invenção resolve este problema de uma maneira satisfatória e, por conseguinte, constitui um significativo avanço da técnica. A presente invenção tem como objectivo resolver o problema de obtenção de um revestimento ou película resistente constituída por polissacáridos enquanto ao mesmo tempo utiliza a vantagem da formação de gel como uma fase intermédia no processo de obtenção da película.

Para esta finalidade, a invenção proporciona um processo para proteger uma superfície contra contaminação não pretendida e para facilitar a remoção da mencionada contaminação da superfície, e o citado processo envolve as seguintes fases operacionais : a) preparar-se uma solução de polissacáridos que contém pelo menos dois componentes, em que um componente é constituído por um primeiro polissacárido que, quando precipitado a partir de uma solução por evaporação do seu solvente, forma directamente uma película e em que o segundo componente é constituído por um segundo polissacárido que, quando precipitado de uma solução por evaporação do seu solvente, forma uma película por formação pelo menos parcial de gel ou por interaeção com o referido primeiro polissacárido quando precipitado a partir de uma solução por evaporação do solvente, forma uma película por meio de formação pelo menos parcial de gel sendo as mencionadas películas redissolvíveis ou incháveis; b) aplicar-sc a solução da fase operacional a) sobre a citada superfície antes de submetida à contaminação; c) permitir-se que a solução aplicada seque de modo a formar uma película sólida sobre a referida superfície por meio dc formação pelo menos parcial de gel; d) tratar-se a superfície revestida com película com um líquido capaz de redissolver a película ou proporcionar o seu inchamento; e e) remover-se a contaminação não pretendida por remoção completa ou parcial da película da superfície. O processo como delineado antes reside em princípio num procedimento a partir de uma solução de polissacándo de modo a obter-se um gel intermédio e uma película sólida. Isto pode realizar-se de três maneiras diferentes.

De acordo com um primeiro aspecto da invenção, a solução da fase operacional a) mencionada antes prepara-se utilizando como um segundo polissacárido um polissacárido que é capaz de formar, quando precipitado a partir de uma sua solução por evaporação do respectivo solvente, uma película com passagem pelo menos parcial de formação de gel. De acordo com este aspecto da invenção, pode usar-se como um segundo polissacárido um polissacárido capaz de formação de gel e a formação de gel do citado segundo polissacárido é perturbada pela presença de um primeiro polissacárido que é não gelifícante, de modo que se pode obter uma solução dos dois polissacáridos a uma concentração desejavelmente alta sem a formação de um gel a uma temperatura útil, tal como a temperatura ambiente. Após a evaporação do solvente dessa solução forma-se um gel que é fínalmente transformado numa película sólida

De acordo com um segundo aspecto da invenção, na fase operacional a) mencionada antes prepara-se uma solução, em que o referido segundo polissacárido c capaz dc intcractuar com o mencionado primeiro polissacárido para proporcionar o resultado pretendido. De acordo com um terceiro aspecto da invenção, pode utilizar-se uma mistura de dois polissacáridos cada um dos quais sozinho não forma um gel quando precipitado de uma solução por evaporação do seu solvente mas que, em conjunto, por interaeção passam por uma fase de gel a concentração aumentada e finalmente formam uma película sólida.

Os três aspectos diferentes da invenção descritos antes tomam possível formar um revestimento de protecção das superfícies, em que a solução de polissacárido depois da concentração passa através da fase de gel antes de formar uma película sólida. A película resultante resiste à dissolução visto que o tratamento com o solvente, como por exemplo água, apenas resulta no inchamento da película com formação de gel a não ser que a temperatura seja aumentada de modo que o gel se dissolva.

No processo de acordo com a presente invenção, a concentração de polissacáridos na solução preparada na fase operacional a) mencionada antes preferivelmente excede cerca de 0,1 % (peso/volume). Prefere-se também que a citada quantidade seja no máximo igual a cerca de 10 % (peso/volume), particularmente no máximo igual a cerca de 5 % (peso/volume).

As proporções baseadas no peso entre os referidos primeiro e segundo polissacáridos pode variar dentro de limites muito largos, como desde cerca de // _____ 6 1000:1 até 1:1000 dependendo da natureza dos compostos O mencionado primeiro polissacárido utilizado no processo de acordo com a invenção e que é do tipo que não gelifíca, é preferivelmente escolhido de celuloses e seus derivados, amidos e seus derivados, gomas vegetais e polissacáridos microbianos. Entre as gomas vegetais pode mencionar-se goma de guar e goma de vagens de alfarroba e entre os polissacáridos microbianos um exemplo útil é dextrano. O segundo polissacárido do tipo que gelifíca sozinho ou gelifíca por interacção com o primeiro polissacárido é preferivelmente escolhido de polissacáridos microbianos e polissacáridos de algas, de que são exemplos xantano e agar.

Combinações particularmente preferidas são gomas vegetais e xantano ou agar. A concentração da goma vegetal é preferivelmente escolhida dentro da gama entre cerca de 1 e cerca de 2 % em peso, enquanto o segundo polissacárido é utilizado numa quantidade menor, como desde cerca de 0,2 a cerca de 1 % em peso para o xantano e desde cerca de 0,005 até cerca de 0,05 % em peso para o agar.

Na combinação de goma vegetal e agar, a proporção em peso entre os dois convenientemente fica compreendida no intervalo de cerca de 50:1 até cerca de 300:1. Na combinação goma de guar - agar, a proporção preferivelmente é entre cerca de 150 : 1 e cerca de 250 : 1, enquanto a referida proporção com goma de vagem de alfarroba é preferivelmente entre cerca de 50:1 e cerca de 150:1.

Dentro do conceito da presente invenção pode utilizar-se mais do que

dois polissacáridos, como dois polissacáridos que não gelificam diferentes em adição a um polissacárído do segundo tipo ou vice versa ou ambos.

De acordo ainda com outro aspecto da invenção, a solução obtida na fase operacional c) citado antes é preferivelmente proporcionada com um tampão de pH para a finalidade de actuar contra modificações do pH da película formada independentemente de influências exteriores. Isto é apropriado particularmente para resistir à influência de condições ambientais tais como chuva ácida, gotas de fezes de pássaros e outras condições que envolvam pH ácidos ou básicos. A invenção é em seguida ilustrada por meio de exemplos não limitativos, em que as percentagens são expressas em peso por volume a não ser que se indique de maneira diferente. Estes exemplos ilustram os três aspectos principais da presente invenção como esboçados antes. EXEMPLO 1

Misturam-se 20 partes em volume de uma solução de amido de batata (Sigma) solúvel em água (2 %) a 90°C com 1 parte em volume de uma solução aquosa a 1 % de agar (Sigma). Arrefece-se a mistura resultante até à temperatura ambiente resultando uma solução dos dois polissacáridos. A solução resultante é aplicada a um substrato sólido (betão) e, depois da evaporação do solvente (até aproximadamente 20 % do volume original), forma-se um gel que por evaporação subsequente do solvente forma uma película sólida Esta película é relativamente resistente a tratamento com água fiia (15°C) mas obtém-se um certo inrhamento da camada superficial da película. A película é apropriada para a protecção da superfície contra a contaminação do tipo de “graffiti” ou a poluição pelo ar, sendo a referida contaminação facilmente removível lavando a película com utilização de água de temperatura mais elevada e/ou água sob pressão fornecida atravcs dc um injcctor. EXEMPLO 2

Repete-se o Exemplo 1 mas com a utilização de uma solução aquosa contendo 1,5 % de goma de alfarroba e 0,01 % de agar. A mencionada solução é aplicada a um substrato (vidro) e forma uma película sólida por meio da formação de um gel. Para melhorar a adesão da solução ao substrato de vidro, o vidro pode ser previamente tratado pela aplicação de um primário, tal como polimina. EXEMPLO 3

Prepara-se uma solução de uma mistura de goma de xantano e de goma de alfarroba nas proporções em peso de 1:3 a uma concentração total de polissacáridos igual a 0,3 %. A solução é pulverizada num substrato de alumínio numa quantidade igual a 0,1 1/m2. Depois de cerca de 1 h a 20°C, a solução aplicada formou gel, que depois de 2 horas adicionais se transformou numa película sólida transparente. As propriedades e o comportamento da mencionada película são semelhantes aos da película do Exemplo 1. EXEMPLO 4

Repete-se o Exemplo 1 mas, neste caso, adiciona-se à solução de 9 polissacáridos um tampão de fosfato de Sõrensen constituído por uma mistura de hidrogenofosfato de dissódio e di-hidrogenofosfato de potássio resultando um pH da solução igual a cerca de 7. A película resultante mantém um pH neutro sob a influência de ambientes ácidos ou de ambientes básicos, tais como chuva ácida e queda de gotas de fezes de aves, respectivamente.

Lisboa, 5 de Dezembro de 2001

Claims (7)

1. REIVINDICAÇÕES 1. Processo para a protecção de uma superfície contra contaminação não pretendida e para facilitar a remoção da mencionada contaminação a partir da citada superfície, compreendendo as fases operacionais que consistem em : a) preparar uma solução de polissacáridos que contém pelo menos dois componentes, em que um componente é constituído por um primeiro polissacárido que, quando precipitado a partir de uma solução por evaporação do seu solvente, forma directamente uma película e em que o segundo componente é constituído por um segundo polissacárido que, quando precipitado de uma solução por evaporação do seu solvente, forma uma película por pelo menos formação parcial de gel ou por interacção com o referido primeiro polissacárido quando precipitado a partir de tuna solução por evaporação do solvente, forma uma película por meio de formação pelo menos parcial de gel; b) aplicar a solução da fase operacional a) sobre a citada superfície antes de submetida à contaminação; c) permitir que a solução aplicada seque de modo a formar uma película sólida sobre a referida superfície por formação pelo menos parcial de gel; d) tratar a superfície revestida com película com um líquido que redissolve a película ou proporciona o seu inchamento; e e) remover a contaminação não pretendida por remoção completa ou parcial da película da superfície.
2. 2. Processo de acordo com a reivindicação 1, caractenzado pelo facto de, 2 na fase operacional a), se preparar uma solução que contém polissacáridos numa quantidade de pelo menos cerca de 0,1 % (peso/volume).
3. 3. Processo de acordo com a reivindicação 2, caracterizado pelo facto de a citada quantidade ser no máximo igual a cerca de 10 % (peso/volume), particularmente no máximo cerca de 5 % (peso/volume).
4. 4. Processo de acordo com uma qualquer das reivindicações anteriores, caracterizado pelo facto de o referido primeiro polissacárido ser escolhido de celulose e seus derivados, amido e seus derivados, gomas vegetais e polissacáridos microbianos, por exemplo dextrano.
5. 5. Processo de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo facto de o mencionado segundo polissacárido ser um polissacárido derivado de algas, por exemplo agar.
6. 6. Processo de acordo com uma qualquer das reivindicações anteriores, caracterizado pelo facto de, na fase operacional a), a solução ser fornecida com um tampão de pH com a finalidade de contrariar alterações do pH da película formada independentemente da influência exterior.
7. 7. Superfície protegida pelo processo de acordo com qualquer das reivindicações anteriores. Lisboa, 5 de Dezembro de 2001 // 0 Oricioí dc Pr^sdjdde Industrial v-, 4 i-Ubi lít. bAMPAlí? Α.Ο.Ρ.:. Rií.-i uo Saiiíre, !95, r/c-Drt. 1269-063 LISBOA