PT2330290E - Aparelho para converter a energia das ondas dos oceanos - Google Patents

Description

DESCRIÇÃO "APARELHO PARA CONVERTER A ENERGIA DAS ONDAS DOS OCEANOS"

Antecedentes da Invenção

Esta invenção diz respeito a um desenho inovador de um dispositivo para a extracção de energia das ondas por meio do qual a energia mecânica contida nas ondas pode ser transformada numa forma de energia utilizável.

Mais especificamente, esta invenção refere-se a um dispositivo pelo qual a energia das ondas pode ser extraída utilizando a componente horizontal de oscilação do movimento das ondas numa série de pontos ao longo de uma estrutura flutuante estacionária. Devido ao desenho especial do dispositivo, a construção e custos iniciais vão ser baixos, pelo que será possível extrair energia das ondas de uma forma rentável sem precedentes.

Como resultado dos baixos custos iniciais, o tipo de dispositivo aqui mencionado pode mesmo ser utilizado em áreas costeiras e águas interiores, onde a forma e tamanho das ondas não permitem, normalmente, a instalação de geradores de energia das ondas comercialmente sustentáveis.

Uma aplicação adicional do dispositivo aqui mencionado será o de servir como protecção da costa. À medida que o dispositivo recolhe a energia cinética das ondas, as instalações deste tipo de dispositivo terão um efeito de amortecimento sobre as ondas, quando estas alcançam a costa.

Uma outra vantagem do dispositivo aqui mencionado é que ele tem pouca ou nenhuma exposição visível no ambiente em que opera. A razão para isto é que o dispositivo opera total ou parcialmente submerso mantendo, portanto, o seu perfil visual baixo.

Uma outra vantagem do dispositivo aqui mencionado é que ele é composto por pequenas unidades que trabalham de forma independente, assim, não é funcionalmente crítico se algumas destas unidades se tornam defeituosas. A instalação ainda continua a trabalhar - apenas com um efeito ligeiramente reduzido, embora existam unidades defeituosas. Estas unidades defeituosas podem, portanto, ser reparadas ou substituídas, uma de cada vez, quando tal for oportuno.

Ao longo dos anos, diversos dispositivos e processos têm sido sugeridos para a extracção da energia cinética ou potencial a partir das ondas e para a transformação desta energia numa forma utilizável, quer como energia mecânica, eléctrica ou térmica.

Quando vemos uma onda sobre uma superfície, é fácil obter a ideia errada de que as ondas são corpos colunares de água que oscilam ao nível vertical sem a existência de quaisquer movimentos horizontais.

Se o movimento da onda for projectado no plano vertical perpendicular à direcção de propagação da onda, é, no entanto, reconhecido que um movimento da onda não é um movimento unidimensional, mas sim um movimento bidimensional. Isto pode, por exemplo, ser reconhecido por observação do padrão de movimento de um elemento flutuante sobre uma superfície de água ondulada. Se o movimento do elemento flutuante for gravado, torna-se evidente que descreve um movimento de circulação, perpendicular à superfície da água e paralela à direcção de propagação da onda.

Se a energia cinética for medida a partir de uma onda no nível vertical perpendicular à direcção de propagação da onda, é revelado que a energia cinética média neste nível é equivalente à energia potencial das ondas, como resultado da diferença entre o vale e a crista de uma onda.

Assim, num movimento da onda há uma mudança constante entre a energia cinética e potencial, muito análoga à mudança entre a energia cinética e potencial que existe no movimento de oscilação de um pêndulo. A literatura descreve uma ampla gama de diferentes desenhos de instalações de energia das ondas.

Na literatura, o tipo mais frequente de instalação está equipado com flutuadores amarrados que utilizam a diferença de altura entre a crista e o vale das ondas. Como um exemplo deste tipo de instalação, pode ser mencionada a patente US 870706, em que uma série de flutuadores se move para cima e para baixo, conduzidos pelas variações do nível da superfície da água.

Um modo de operação equivalente ao mencionado acima é aplicado no pedido de patente Europeia EP 1045138A2, onde a energia das ondas é utilizada para pressurizar um tubo a partir do qual pode ser extraído um fluxo de água sob pressão.

Um processo para a extracção directa de energia eléctrica com uma bóia de forma pontiaguda é apresentado na patente US 5347186. Esta patente refere-se à geração de energia eléctrica por meio de um gerador linear que contém um íman móvel. Se o gerador é acelerado ao longo da direcção do movimento do íman, o íman acima mencionado deslocar-se-á internamente no gerador, o que pode ser utilizado para gerar energia eléctrica. Se um ou mais deste tipo de geradores forem colocados numa bóia, estes geradores irão continuamente gerar energia eléctrica devido ao constante movimento da bóia. Apesar deste tipo de geradores poder ser facilmente instalado em bóias existentes e funcionar como fonte de alimentação para as mesmas, este tipo de geradores não é adequado para gerar um efeito eléctrico que possa recuperar os custos de instalação da bóia.

Um problema significativo em todas as instalações acima mencionadas é que a potência útil gerada é baixa em relação aos custos iniciais. A baixa eficiência é devida ao facto de que estes geradores só podem extrair energia de uma área correspondente à área do flutuador. Como o flutuador aplicado é muito menor do que um comprimento típico da onda, existe, portanto, uma limitação da potência máxima teórica por flutuador uma vez que o flutuador só afecta uma pequena parte da área da onda.

Embora os sistemas de energia das ondas com flutuadores móveis verticalmente sejam intuitivamente mais fácil de perceber, a literatura também descreve sistemas onde a componente horizontal e não a componente vertical da energia da onda é utilizada.

Um dos primeiros exemplos deste tipo de instalação é encontrado na patente US 875950, onde uma série de elementos de resistência submersos são forçados para trás e para a frente como resultado da componente horizontal do movimento de circulação da onda. Os elementos de resistência de acordo com a patente US 875950 não oscilam livremente, visto que o movimento é amortecido por uma ou mais unidades de bomba que forçam a água do mar sob pressão para dentro de um tubo colector devido ao movimento forçado dos elementos de resistência. Este tubo colector é conduzido para uma estação de turbina, onde a água do mar sob pressão é utilizada para alimentar uma turbina.

Um problema em relação a este principio descrito na patente US 875950 é que os elementos de resistência estão pendurados como portas verticalmnte articuladas. Na prática, isto significa que apenas uma pequena parte dos elementos de resistência se move com a velocidade óptima em relação à onda motora uma vez que a parte perto do centro de rotação irá mover-se muito lentamente em relação ao movimento horizontal da onda, enquanto que a parte dos elementos de resistência, que está mais distante do ponto de articulação, vai mover-se muito depressa em relação ao movimento horizontal da onda.

Uma outra condição, que faz com que o dispositivo descrito na patente US 875950 seja inutilizável na prática, é que a componente horizontal do movimento da onda diminui com a profundidade. Assim, a componente horizontal do movimento da onda estará quase extinta perto do fundo onde os elementos de resistência estão localizados.

Um processo semelhante, mas mais eficaz, para a aplicação da componente horizontal das ondas é descrito no pedido de patente WO 9817911. Ao contrário do processo descrito na patente US 875950, o elemento de resistência é, neste caso, ancorado com articulações no fundo do mar, o que implica que não há muito inconsistência entre o movimento da onda e o movimento do elemento de resistência. Além disso, esta invenção tem a vantagem de que não contém elementos estáticos significativos, que deveriam ficar parados em relação ao movimento relativo da água, isso irá reduzir a pressão da água sobre a instalação.

Um conversor de energia das ondas, em que os seus elementos de resistência estão configurados para se moverem em uníssono é divulgado no documento JP 62,18376.

Um problema comum aos processos acima mencionados para a utilização da energia das ondas é que os custos iniciais são excessivos em relação à potência instalada. Esta condição deve-se ao facto de que os processos existentes para a utilização da energia das ondas são baseados em elementos de resistência de forma pontiaguda localmente ancorados. Estes pontos de ancoragem locais devem ser severamente sobredimensionados uma vez que eles devem ser capazes de lidar com a carga da força na estrutura durante uma tempestade.

Como os custos de construção e da ancoragem constituem uma grande parte do total dos custos iniciais, existe, portanto, uma proporcionalidade aproximada entre a energia, que o sistema pode gerar potencialmente, e os custos iniciais para a construção do sistema.

DESCRIÇÃO DA INVENÇÃO 0 objectivo desta invenção é apresentar um dispositivo para a utilização da componente horizontal dos movimentos oscilantes das ondas em que é obtida uma redução considerável da carga de energia totalizada em todo o dispositivo e por isso uma redução considerável dos custos iniciais para o dispositivo é obtida.

Esta e outras vantagens são obtidas ao desenhar o dispositivo como uma estrutura flutuante estendida que não irá mover-se substancialmente com o movimento oscilante horizontal das ondas, e através da montagem de uma série de elementos de resistência nesta estrutura que através do efeito das ondas serão obrigados a um movimento oscilante, paralelo à estrutura flutuante estendida. Ao colocar três ou mais desses elementos de resistência de modo que o seu movimento de oscilação mútuo está fora de fase uns com os outros, a tensão totalizada no dispositivo é reduzida. A invenção compreende um aparelho flutuante e um processo de recolha de uma componente horizontal da energia cinética das ondas em movimentos oscilantes das ondas da água.

Num desenho preferido, será construído um dispositivo suficientemente grande para abarcar mais do que um comprimento da onda. Se um grande número de elementos de resistência são montados neste dispositivo, a carga oscilante totalizada a partir de todos os elementos de resistência irá ser muito menor do que a soma numérica da carga simples de cada um dos elementos de resistência, devido à sua mudança de fase mútua.

Num desenho preferido, o dispositivo está orientado paralelamente à direcção de propagação das ondas por meio de um ou vários pontos de ancoragem. A fim de facilitar a construção e manutenção do dispositivo, será uma grande vantagem construi-lo a partir de sub-elementos, cada um deles com um comprimento que é comparável à distância média entre dois elementos de resistência. Num desenho preferido, o dispositivo será, por conseguinte, construído a partir de uma série de módulos com um comprimento que é mais curto do que o comprimento total do dispositivo.

Um processo para a utilização da energia a ser extraída, como resultado do movimento forçado dos elementos de resistência ao longo da estrutura flutuante estendidda, é através da transferência da energia para pressão hidráulica. Esta pressão hidráulica pode ser transmitida num sistema hidráulico fechado ou a pressão hidráulica pode ser construída por bombagem da água do mar para dentro de um ou vários tubos, os quais estão contidos na estrutura flutuante estendida. Deste modo, a extracção e a recolha central de energia serão obtidas a partir de numerosos elementos de resistência.

Num desenho preferido, o movimento dos elementos de resistência em relação à estrutura estacionária resulta na geração de pressão hidráulica a partir da qual pode ser extraída energia utilizável.

Se o objectivo da estrutura flutuante é extrair energia eléctrica, pode ser vantajoso, em certas circunstâncias, montar uma parte de um gerador linear na estrutura flutuante estendida e uma outra parte de um gerador linear num elemento de resistência. Deste modo, um movimento do elemento de resistência em relação à estrutura estendida vai resultar na geração de energia eléctrica.

Num desenho preferido, um movimento dos elementos de resistência em relação à estrutura estacionária implica a geração de energia eléctrica.

Descrição dos Desenhos

Figura 1 Descrição de como um movimento da onda pode ser considerado como uma sobreposição de uma série de movimentos de rotação.

Figura 2 Desenho esquemático de um elemento de resistência montado numa estrutura estacionária.

Figura 3 Três elementos de resistência construídos na mesma estrutura de suporte.

Figura 4 Desenho detalhado do elemento de resistência. Note-se que a placa, que está montada no elemento de resistência, é suportada por um tirante, portanto, é obtido um elevado grau de rigidez da construção.

Figura 5 Um ou vários elementos de resistência podem ser montados em módulos durante a construção final. A divisão do dispositivo montado em módulos irá facilitar a instalação e manutenção.

Figura 6 Sistema para a utilização da energia das ondas em águas costeiras de acordo com a invenção.

Figura 7 Sistema para a utilização da energia das ondas em águas em que a direcção das ondas pode variar significativamente ou quando forças transversais devem ser reunidas devido à corrente.

Figura 8 Desenho detalhado de uma possível solução mecânica que resultará na geração de uma pressão hidráulica, em que o elemento de resistência é movido relativamente à estrutura estacionária.

Figura 9 Um grande número de dispositivos esticados ao longo de uma área costeira.

Apesar do facto de uma onda ser progressiva, o movimento real de um volume aleatório de água é uma oscilação no plano vertical, bem como no plano horizontal. 0 objectivo desta invenção é o de utilizar a parte horizontal do movimento oscilante da onda para extrair energia. Outro objectivo desta invenção é apresentar um dispositivo para a utilização da componente horizontal dos movimentos da onda em que não há proporcionalidade entre o número de elementos de resistência e os custos iniciais.

Além disso, o objectivo desta invenção é apresentar um processo de ancoragem para este dispositivo que irá assegurar custos de instalação extremamente baixos.

Estas e outras vantagens adicionais serão obtidas desenhando o dispositivo de forma a consistir de, pelo menos, uma estrutura estacionária oblonga na qual é montada uma série de elementos de resistência móveis de forma independente. Estes elementos de resistência são caracterizados pelo facto de que, dentro de um determinado intervalo de comprimento, eles são capazes de se mover ao longo da estrutura estacionária. Quando afectada pela componente horizontal de um movimento da onda, estes elementos de resistência são expostos a um movimento relativo em relação à estrutura estacionária. Este movimento relativo entre estas duas partes pode ser usado para extrair energia.

Na figura 2, há uma especificação esquemática de um assim chamado elemento de resistência montado numa estrutura estacionária 1. Na estrutura estacionária 1, um ou vários obstáculos 2 são montados o que irá limitar o movimento livre do elemento de resistência 3 paralelo ao eixo longitudinal da estrutura estacionária. Na figura 8, também é especificado como um obstáculo 2, em conjunto com um fim de curso 4a, 4b, limita o comprimento ao longo do qual os elementos de resistência 3 podem deslocar-se. A localização dos fins de curso nas figuras 2 e 8 é exemplif icat iva e de modo nenhum exaustiva, uma vez que outras formas de elementos limitadores podem ser introduzidas de acordo com a invenção. Noutro, tal como preferido, desenho, o curso do elemento de resistência 3 é restringido por dois obstáculos; isto é, um em cada extremidade do curso do elemento de resistência. 0 curso permitido do elemento de resistência 3 pode vantajosamente ser seleccionado de modo a que não seja superior a um comprimento da onda nas águas em que o dispositivo está previsto ser utilizado.

Uma vantagem decisiva das centrais de energia das ondas de acordo com esta invenção, é que nem todos os elementos de resistência da estrutura estacionária são afectados ao mesmo tempo e na mesma direcção. A figura 3 mostra um exemplo imaginário em que três elementos de resistência 3a, 3b, 3c estão localizados na mesma estrutura estacionária (1). Debaixo dos três elementos de resistência 3a, 3b, 3c, uma seta indica a direcção na qual a onda afecta os três elementos, sendo que a direcção de propagação da onda é da esquerda para a direita. Note-se que a força resultante sobre a estrutura estacionária será menor do que a força numericamente totalizada dos elementos individuais uma vez que uma ou mais das forças que afectam a estrutura estacionária 1 são contra-direccionais.

Na prática, não colocaremos os elementos de resistência 3a, 3b, 3c tão próximos como na figura 3, mas espalhamo-los ao longo de um ou dois comprimentos da onda. 0 efeito será que o efeito final resultante nos pontos de ancoragem será menor do que a contribuição numérica totalizada dos elementos de resistência individuais uma vez que o impulso dos diferentes elementos de resistência irá igualar-se entre si.

As figuras 4 e 5 mostram um possível desenho de elementos de resistência maiores, em que se espera que as forças resultantes e as dimensões sejam maiores. Assim, a figura 4 mostra como é possível aumentar a rigidez de um elemento de resistência através da montagem de pilares externos. A figura 5 mostra como podemos imaginar a estrutura estacionária estendida ser construída por uma série de módulos mais pequenos. A secção na figura 5 tem um comprimento, o qual permite a montagem de 3 elementos de resistência. Note-se que a secção da figura 5 é montada com tirantes longitudinais 1 fixados em placas de manutenção 2. 0 objectivo destes tirantes é dar rigidez à construção e, portanto, impedir a torção desta como um resultado do efeito dos elementos de resistência 3. Na figura 5, também deve notar-se que os tirantes longitudinais na extremidade mais distante da construção são levados para o mesmo ponto, ao passo que os tirantes na extremidade mais próxima da construção são fechados numa placa de manutenção. Na extremidade mais distante, os tirantes irão transformar as suas forças num cabo de ancoragem ou noutro elemento ancorado, enquanto os tirantes na extremidade mais próxima podem ser ligados a outro módulo através da placa de ancoragem.

Devido ao efeito de equalização dos muitos elementos de resistência, os quais são afectados em diferentes direcções, será possível ter apenas um ou dois pontos de ancoragem, mesmo para estruturas estacionárias muito compridas. A figura 6 mostra uma típica construção costeira na qual uma extremidade do cordão de apoio está ancorada em dois pontos, um ponto perto da costa e o outro ponto a uma grande distância da costa. Como são necessários apenas dois pontos de ancoragem, os custos iniciais deste tipo de instalação são extremamente baixos. Outra vantagem deste procedimento particular é que a energia a ser extraída a partir do dispositivo pode ser extraída em terra, o que irá reduzir drasticamente os custos de manutenção contínua do sistema.

Se um sistema é estabelecido em águas com diferentes direcções das ondas ou com correntes fortes, poderá ser necessário estabelecer pontos de ancoragem ao longo da estrutura estacionária como se mostra na figura 7. Apesar do facto de estes pontos de ancoragem irem aumentar o custo da instalação, os custos iniciais não irão aumentar em proporção ao número de pontos de ancoragem uma vez que estes pontos de ancoragem adicionais apenas requerem uma quantidade relativamente pequena de energia em comparação com os dois principais pontos de ancoragem nas extremidades. A figura 8 mostra uma secção transversal de um elemento de resistência montado numa estrutura estacionária, que também funciona como elemento de transmissão de força num desenho em que a energia da onda é transformada em pressão hidráulica. Neste desenho, a estrutura estacionária 1 é construída como uma tubagem reforçada que proporciona, ao mesmo tempo, a oportunidade de tranportar a água sob pressão para uma estação de turbina. Na estrutura estacionária 1 foi montado um obstáculo 2, desenhado como uma válvula unidireccional, que apenas permite o fluxo para dentro do tubo que constitui a estrutura estacionária 1. Na estrutura estacionária 1 é montado um elemento de resistência 3, que consiste principalmente de um corpo em forma de tubo 5 com fins de curso 4a, 4b montados nas extremidades. Estes fins de curso também funcionam como válvulas unidireccionais, que apenas permitem que a água flua a partir da área circundante para o volume em forma de anel definido pelo exterior da estrutura estacionária 1 e pelo interior do corpo em forma de tubo 5. Se a estrutura estacionária 1 é mantida, um deslocamento do corpo em forma de tubo irá agora resultar na geração de pressão na parte do volume em forma de anel que está oposta à direcção do movimento, ao passo que a água é sugada para dentro da parte do volume em forma de anel que está localizada na direcção do movimento. Se o corpo em forma de tubo 5 é deslocado em relação à estrutura estacionária, a água irá ser bombada a partir da área circundante e para dentro do volume interno, o qual é definido pelo interior da estrutura estacionária. A fim de transmitir a força das ondas circundantes para o corpo em forma de tubo 5, um elemento de resistência em forma de uma barbatana 6 foi montado neste.

Para um especialista será óbvio que o processo de transmissão hidráulica acima mencionado é um dos muitos processos que podem ser utilizados para armazenar a energia de uma onda de acordo com o processo acima mencionado.

Outro processo relevante é a possibilidade de desenhar o corpo em forma de tubo 5 e a parte da estrutura estacionária em torno do corpo em forma de tubo de modo que estas partes constituem um gerador linear que irá transformar directamente o movimento do material em forma de tubo em energia eléctrica.

Um outro processo de interesse poderia ser o de utilizar o movimento relativo entre a estrutura estacionária e os elementos de resistência para a bombagem de fluidos hidráulicos num circuito fechado.

Como o dispositivo individual para a extracção de energia das ondas é um cordão, é bastante simples combinar várias cordões a fim de extrair a energia das ondas ao longo de uma grande área. Na figura 9, é especificado como 6 cordões podem ser construídos como uma manta para extrair energia das ondas ao longo de uma grande área. A partir da figura 9, verifica-se claramente que é possível ligar os cordões nas extremidades, o que pode ser uma grande vantagem. Por exemplo, se os cordões na figura 9 bombam água para a costa, uma única estação de turbina será capaz de lidar com a energia de todos os cordões, o que reduzirá adicionalmente os custos iniciais.

Para um especialista será óbvio que os desenhos acima mencionados são exemplificativos e que, portanto, não limitam o âmbito da invenção.

Por exemplo, a invenção compreende, num primeiro item, um longo aparelho flutuante para a recolha da componente horizontal da energia cinética em movimentos oscilantes das ondas da água de acordo com a reivindicação 1, e que consiste em, pelo menos, uma estrutura estacionária contínua, predominantemente disposta em paralelo à direcção de propagação das ondas e em, pelo menos, três elementos de resistência montados na estrutura estacionária que podem mover-se em paralelo à estrutura estacionária e deste modo transmitir energia utilizável à mesma, caracterizado por cada um dos elementos de resistência estar limitado a mover-se dentro de uma distância bem definida ao longo da estrutura estacionária e que a distância mais curta entre os dois elementos de resistência mais afastados é maior do que metade de um comprimento da onda médio nas águas em que o dispositivo está localizado.

Num segundo item a invenção compreende um longo aparelho flutuante para a recolha da energia cinética horizontal em movimentos oscilantes da onda tal como descrito no primeiro item, em que a localização do dispositivo em relação às ondas é assegurada por meio de um ou vários pontos de ancoragem.

Num terceiro item a invenção compreende um longo aparelho flutuante para a recolha da energia cinética horizontal em movimentos oscilantes da onda tal como descrito no primeiro item, em que a estrutura estacionária continua é construída a partir de uma série de sub-elementos conectáveis.

Num quarto item a invenção compreende um longo aparelho flutuante para a recolha da energia cinética horizontal em movimentos oscilantes da onda tal como descrito no primeiro item, em que a estrutura estacionária contínua contém um volume cilíndrico.

Num quinto item, a invenção compreende um longo aparelho flutuante para a recolha da energia cinética horizontal em movimentos oscilantes da onda tal como descrito no quarto item, em que o movimento de um ou vários elementos de resistência em relação à estrutura estacionária irá bombar água sob pressão para dentro do volume cilíndrico.

Num sexto item, a invenção compreende um longo aparelho flutuante para a recolha da energia cinética horizontal em movimentos oscilantes da onda tal como descrito no primeiro item, em que o movimento do elemento de resistência em relação à estrutura estacionária é utilizado para pressurizar um fluido hidráulico num sistema fechado.

Num sétimo item a invenção compreende um longo aparelho flutuante para a recolha da energia cinética horizontal em movimentos oscilantes da onda tal como descrito no primeiro item, em que um ou vários elementos ou a estrutura estacionária contêm equipamento que pode transformar alterações no fluxo magnético em energia eléctrica.

Num oitavo item a invenção compreende um longo aparelho flutuante para a recolha da energia cinética horizontal em movimentos oscilantes da onda tal como descrito no primeiro item, em que um ou vários elementos de resistência ou a estrutura estacionária contêm imanes.

Lisboa, 15 de Junho de 2016

Claims (14)

REIVINDICAÇÕES

1. Um longo aparelho flutuante para a recolha de uma componente horizontal da energia cinética dos movimentos oscilantes das ondas da água, o aparelho compreende, pelo menos, uma estrutura estacionária contínua oblonga (1), e, pelo menos, três elementos de resistência (3, 3a, 3b, 3c, 6) montados na estrutura estacionária oblonga (1), formando, assim, um cordão e de tal modo gue eles podem mover-se ao longo do comprimento da estrutura estacionária (1) e paralelamente à mesma, e desse modo transmitir energia utilizável a esta, em gue cada um dos elementos de resistência (3, 3a, 3b, 3c, 6) está limitado a mover-se dentro de uma distância bem definida ao longo da estrutura estacionária (1), caracterizado pelo facto de os elementos de resistência (3, 3a, 3b, 3c, 6) poderem mover- se independentemente uns dos outros.

2. Um aparelho flutuante de acordo com a reivindicação 1, em gue os elementos de resistência (3, 3a, 3b, 3c, 6) estão montados de forma móvel na estrutura estacionária (1), de tal modo gue, guando estão a ser submetidos a ondas oscilantes, podem mover-se em movimento oscilante paralelo à estrutura estacionária (1), sem que a estrutura estacionária (1) seeja movida substancialmente pelas componentes horizontais das ondas.

3. Um aparelho flutuante de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, em que o aparelho compreende um ou vários pontos de ancoragem para assegurar a localização do aparelho em relação às ondas quando aplicado num oceano total ou parcialmente submerso.

4. Um aparelho flutuante de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, em que a estrutura estacionária continua (1) é construída a partir de uma série de sub-elementos conectáveis.

5. Um aparelho flutuante de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, em que a estrutura estacionária contínua (1) contém um volume em forma de anel definido por um exterior da estrutura estacionária e pelo interior de um corpo em forma de tubo (5) no elemento de resistência (3), de preferência o movimento de um ou vários elementos de resistência (3, 3a, 3b, 3c, 6) em relação à estrutura estacionária (1) é feito de modo a bombar água sob pressão para dentro do volume em forma de anel e para dentro de um volume interno da estrutura estacionária, quando o aparelho está aplicado num oceano, de preferência, total ou parcialmente submerso.

6. Um aparelho flutuante de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, em que o aparelho é construído de tal modo que o movimento dos elementos de resistência (3, 3a, 3b, 3c, 6) em relação à estrutura estacionária (1) é utilizado para pressurizar um fluido hidráulico num sistema fechado quando o aparelho está aplicado num oceano, de preferência, total ou parcialmente submerso.

7. Um aparelho flutuante de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, em que o aparelho compreende um gerador linear para um elemento de resistência (3, 3a, 3b, 3c, 6) , uma parte do gerador está montada na estrutura estacionária (1) e uma outra parte do gerador está montada no elemento de resistência (3, 3a, 3b, 3c, 6) , de tal modo que um movimento do elemento de resistência (3, 3a, 3b, 3c, 6) em relação à estrutura estacionária resultará na geração de energia eléctrica.

8. Um aparelho flutuante de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, em que um ou vários elementos da estrutura estacionária (1) compreende equipamento que pode transformar alterações no fluxo magnético em energia eléctrica, de preferência um ou vários elementos de resistência da estrutura estacionária compreendem imanes.

9. Um aparelho flutuante de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, em que a estrutura estacionária (1) compreende vários obstáculos (2) que limitam o movimento livre dos elementos de resistência paralelo a um eixo longitudinal da estrutura estacionária (1), os elementos de resistência (3, 3a, 3b, 3c, 6) compreendem fins de curso (4a, 4b) que, em conjunto com os obstáculos (2), limitam o comprimento ao longo do qual os elementos de resistência (3, 3a, 3b, 3c, 6) podem deslocar-se .

10. Um processo de recolha de uma componente horizontal da energia cinética das ondas em movimentos oscilantes das ondas da água em que o processo compreende proporcionar um aparelho de acordo com a reivindicação 1; colocar o aparelho num oceano de tal modo que flutue e dispor a estrutura estacionária (1) predominantemente em paralelo a uma direcção de propagação das ondas, de preferência, a distância mais curta entre os dois elementos de resistência mais distantes (3, 3a, 3b, 3c, 6) é maior do que metade de um comprimento da onda médio nas águas em que o dispositivo está localizado de tal forma que cada um dos elementos de resistência (3, 3a, 3b, 3c, 6) é forçado a um movimento de oscilação paralelo à estrutura estacionária (1), de tal modo que o seu movimento de oscilação mútuo está fora de fase uns com os outros.

11. Um processo de acordo com a reivindicação 10, em que a localização do dispositivo em relação às ondas é assegurada por meio de um ou vários pontos de ancoragem.

12. Um processo de acordo com qualquer uma das reivindicações 10 e 11, em que o movimento dos elementos de resistência (3, 3a, 3b, 3c, 6) em relação à estrutura rstacionária (1) resulta na geração de pressão hidráulica a partir da qual poder ser extraída energia utilizável, de preferência, o movimento dos elementos de resistência (3, 3a, 3b, 3c, 6) em relação à estrutura estacionária (1) é utilizado para a pressurização de um fluido hidráulico num sistema fechado.

13. Um processo de acordo com qualquer uma das reivindicações 10 - 12, em que o processo compreende a utilização da componente horizontal dos movimentos da onda, em que os elementos de resistência (3, 3a, 3b, 3c, 6) , independentemente uns dos outros, se movem ao longo do comprimento da estrutura estacionária (1) quando afectados pela componente horizontal dos movimentos da onda, pelo que a energia é extraída.

14. Um processo de acordo com qualquer uma das reivindicações 10 - 13, em que o aparelho funciona inteira ou parcialmente submerso. Lisboa, 15 de Junho de 2016