PT103480A - Utilização de salicilato como antídoto nas intoxicações dos mamíferos pelo paraquato - Google Patents

Utilização de salicilato como antídoto nas intoxicações dos mamíferos pelo paraquato Download PDF

Info

Publication number
PT103480A
PT103480A PT103480A PT10348006A PT103480A PT 103480 A PT103480 A PT 103480A PT 103480 A PT103480 A PT 103480A PT 10348006 A PT10348006 A PT 10348006A PT 103480 A PT103480 A PT 103480A
Authority
PT
Portugal
Prior art keywords
salicylate
paraquat
animals
group
hours
Prior art date
Application number
PT103480A
Other languages
English (en)
Other versions
PT103480B (pt
Inventor
Felix Dias Carvalho
Ricardo Jorge Dinis Oliveira
Maria De Lourdes Pinho De Almeida Souteiro Bastos
Fernando Manuel Gomes Remiao
Jose Alberto Ramos Duarte
Amparo Sanchez Navarro
Original Assignee
Univ Do Porto
Priority date (The priority date is an assumption and is not a legal conclusion. Google has not performed a legal analysis and makes no representation as to the accuracy of the date listed.)
Filing date
Publication date
Application filed by Univ Do Porto filed Critical Univ Do Porto
Priority to PT103480A priority Critical patent/PT103480B/pt
Priority to US12/159,714 priority patent/US20090012326A1/en
Priority to PCT/IB2007/051799 priority patent/WO2007132418A1/en
Priority to EP07735873A priority patent/EP2018171A1/en
Publication of PT103480A publication Critical patent/PT103480A/pt
Publication of PT103480B publication Critical patent/PT103480B/pt

Links

Classifications

    • AHUMAN NECESSITIES
    • A61MEDICAL OR VETERINARY SCIENCE; HYGIENE
    • A61KPREPARATIONS FOR MEDICAL, DENTAL OR TOILETRY PURPOSES
    • A61K31/00Medicinal preparations containing organic active ingredients
    • A61K31/60Salicylic acid; Derivatives thereof
    • A61K31/612Salicylic acid; Derivatives thereof having the hydroxy group in position 2 esterified, e.g. salicylsulfuric acid
    • A61K31/616Salicylic acid; Derivatives thereof having the hydroxy group in position 2 esterified, e.g. salicylsulfuric acid by carboxylic acids, e.g. acetylsalicylic acid
    • AHUMAN NECESSITIES
    • A61MEDICAL OR VETERINARY SCIENCE; HYGIENE
    • A61PSPECIFIC THERAPEUTIC ACTIVITY OF CHEMICAL COMPOUNDS OR MEDICINAL PREPARATIONS
    • A61P39/00General protective or antinoxious agents
    • A61P39/02Antidotes
    • AHUMAN NECESSITIES
    • A61MEDICAL OR VETERINARY SCIENCE; HYGIENE
    • A61PSPECIFIC THERAPEUTIC ACTIVITY OF CHEMICAL COMPOUNDS OR MEDICINAL PREPARATIONS
    • A61P39/00General protective or antinoxious agents
    • A61P39/06Free radical scavengers or antioxidants

Landscapes

  • Health & Medical Sciences (AREA)
  • Chemical & Material Sciences (AREA)
  • Life Sciences & Earth Sciences (AREA)
  • Pharmacology & Pharmacy (AREA)
  • Veterinary Medicine (AREA)
  • Public Health (AREA)
  • General Health & Medical Sciences (AREA)
  • Medicinal Chemistry (AREA)
  • Animal Behavior & Ethology (AREA)
  • Toxicology (AREA)
  • Organic Chemistry (AREA)
  • Nuclear Medicine, Radiotherapy & Molecular Imaging (AREA)
  • General Chemical & Material Sciences (AREA)
  • Chemical Kinetics & Catalysis (AREA)
  • Epidemiology (AREA)
  • Biochemistry (AREA)
  • Pharmaceuticals Containing Other Organic And Inorganic Compounds (AREA)

Abstract

A PRESENTE INVENÇÃO REFERE-SE À UTILIZAÇÃO DO SALICILATO COMO FORMA DE TRATAMENTO DAS INTOXICAÇÕES DOS MAMÍFEROS PELO HERBICIDA PARAQUATO (PQ). CONSEGUIU-SE, PELA PRIMEIRA VEZ, UMA SOBREVIVÊNCIA DE 100%, 30 DIAS APÓS A ADMINISTRAÇÃO A RATOS WISTAR, POR VIA INTRAPERITONEAL, DE UMA DOSE DE PQ QUE, NA AUSÊNCIA DE TRATAMENTO, SE REVELA 100% FATAL AO FINAL DE 6 DIAS. A ADMINISTRAÇÃO DE SALICILATO, 2 HORAS APÓS O PQ, PERMITIU, ASSIM, REVERTER A TOXICIDADE DO PQ PROLONGANDO A VIDA DOS ANIMAIS PARA OS NÍVEIS DO GRUPO CONTROLO.

Description

DESCRIÇÃO "UTILIZAÇÃO DE SALICILATO COMO ANTÍDOTO NAS INTOXICAÇÕES DOS MAMÍFEROS PELO PARAQUATO"
Domínio técnico da invenção A presente invenção refere-se â utilização do salicilato como forma de tratamento das intoxicações dos mamíferos pelo herbicida paraquato (PQ) (Figura 1 e 2). Conseguiu-se, pela primeira vez, uma sobrevivência de 100%, 30 dias após a administração a ratos Wistar, por via intraperitoneal, de uma dose de PQ que, na ausência de tratamento, se revela fatal ao final de 6 dias. A administração de salicilato, 2 horas após o PQ, permitiu, assim, reverter a toxicidade do PQ prolongando a vida dos animais para os niveis semelhantes aos do grupo controlo, constituindo esta invenção um importante passo na luta contra as intoxicações por PQ.
Antecedentes da invenção O paraquato (PQ) é um herbicida amplamente usado, conhecido por causar intoxicações fatais tanto em humanos como em animais. A letalidade é geralmente o resultado de toxicidade pulmonar severa e consequente falha respiratória. A extrema gravidade desta intoxicação, para a qual ainda não se conhecem antídotos, motivou os estudos que conduziram a esta invenção.
Desde a sua introdução na agricultura em 1962 [1], o paraquato I(PQ: ião 1,1'dimetil-4,4'-bipiridínio: viologénio de metilo) Figura 31, usado como dessecante e desfoliante em várias culturas, tem causado diversas mortes sobretudo por ingestão, acidental ou voluntária, mas também por exposição dérmica [2-5]. Apesar de ser um dos xenobióticos normalmente implicados em tentativas de suicidio, continua facilmente disponível nos países onde se encontra registado. Dependendo da dose ingerida, diferentes quadros clínicos e lesões têm sido observados, tanto em animais de experiência como em humanos. Acumula-se preferencialmente no pulmão por um sistema de transporte, para o qual as poliaminas são o seu substrato natural [1]. Em comparação com outros Órgãos, os pulmões, ou mais concretamente os pneumócitos tipo I e II e as células Clara bronquiolares estão dotados de um sistema activo de captação das poliaminas endógenas, transportando também o PQ para o interior das células [6-10], sendo esta a razão principal para o pulmão ser o órgão alvo da toxicidade do PQ [11·
De forma sucinta, a toxicidade celular do PQ é essencialmente devida ao seu ciclo redox (Figura 4): o PQ é reduzido enzimaticamente, sobretudo pela NADPH citocromo P450 reductase [11] , citocromo NADPH c reductase [12] e pelo complexo I mitocondrial (NADH:ubiquinona oxidoreductase) [13, 14], originando o radical livre PQ'+. O PQ*+ é depois rapidamente reoxidado na presença do oxigénio (que se encontra em elevadas concentrações no pulmão), resultando na contínua geração do radical superóxido (02'~) [15, 161. Esta produção cíclica de Cq conduz à conhecida cascata de formação de espécies reactivas de oxigénio (ROS), nomeadamente de peróxido de hidrogénio e de radicais hidroxilo (H0‘), com os consequentes efeitos deletérios caracteristicos do stresse oxidativo. Na verdade, os radicais hidroxilo, como resultado do ataque aos lípidos polinsaturados, têm sido implicados na iniciação da lesão da membrana citoplasmática por peroxidação lipídica durante a exposição do PQ in vitro [17], mas também in vivo [16, 18]. Nestes estudos, descrevem-se também lesões como resultado da acção destes radicais ao nivel da despolimerização do ácido hialurónico, da inactivação das proteínas e da danificação do DNA.
Presentemente não existe nenhum antídoto eficaz para o tratamento das intoxicações dos mamíferos pelo PQ, dependendo a sobrevivência destes da quantidade ingerida e do tempo que decorre até o início das intervenções médicas para eliminar o PQ que ainda não foi absorvido e/ou captado pelas células. Estas medidas visam prevenir a acumulação do PQ nos tecidos, em especial no pulmão, e incluem procedimentos, tais como indução do vómito e/ou do trânsito intestinal, administração oral de adsorventes, hemodiálise e hemoperfusão [19-23].
Além destas medidas, outros tratamentos adicionais são também adoptados: (i) os destinados a prevenir a formação de ROS, como a quelação do ferro pela desferrioxamina (DFO) [24, 25]; (ii) os destinados a captar ROS, incluindo a manutenção dos níveis de antioxidantes, como da vitamina E [26], (iii) os destinados a reparar as lesões induzidas pelas ROS, particularmente a manutenção dos níveis eficazes de glutationa reduzida, pela administração de N-acetilcisteína (NAC) [27, 281, e (iv) os destinados a diminuir o processo inflamatório (normalmente administrados alguns dias após a intoxicação) através da administração de dexametasona (DX) [29, 30], metilprednisolona (MP) [31], ciclofosfamida (CP) [3I;j e NAC [27, 28].
No entanto estes tratamentos são em geral paliativos e a mortalidade cifra-se numa percentagem superior aos 70%, mesmo após múltiplas terapêuticas administradas concomitantemente. Em estudos anteriores o nosso grupo de investigação conseguiu aumentar a eliminação do PQ acumulado a nivel pulmonar através da indução da sintese de novo da glicoproteina P (Gp-P) . A administração de um indutor da Gp-P, 2 horas após intoxicação de ratos com PQ, permitiu reduzir, em apenas 24 horas, os niveis pulmonares de PQ para menos de 40% dos valores encontrados nos animais controlo. Em consequência, foi conseguida uma prevenção da toxicidade pulmonar, o que conduziu a uma percentagem de sobrevivência de 50% ao final de 10 dias em oposição aos 10% reportados em estudos anteriores, com o mesmo tempo de duração [32] e a outros estudos nos quais o periodo de avaliação foi apenas de 3 dias [33]. Tal invenção, constituiu, assim, um importante passo na luta contra as intoxicações pelo PQ e outros xenobióticos.
Descrição da invenção
Apesar da já por nós proposta via de tratamento, através da indução da sintese de novo da glicoproteina P (Gp-P), a persistente lacuna relacionada com a inexistência de um antídoto que garanta 100% de sobrevivência no tratamento das intoxicações pelo PQ motivou o estudo que aqui descrevemos. É objectivo da presente invenção fornecer uma solução eficaz de forma a reduzir a toxicidade do PQ no pulmão, aumentando a percentagem de sucesso dos tratamentos e consequentemente a sobrevivência dos intoxicados. A presente invenção refere-se a utilização do fármaco salicilato de sódio (Figura 5) - no tratamento das intoxicações dos mamíferos pelo PQ (Figura 3). O ácido acetilsalicílico é um dos fármacos mais amplamente utilizados, com uma média de consumo anual de cerca de 30 g por pessoa nos países industrializados [34] . Apenas nos Estados Unidos, 35000 kg deste fármaco são consumidos diariamente [35]. A maior parte do ácido acetilsalicílico é absorvido como tal, mas alguma extensão já entra na circulação sistémica como ácido salicílico após hidrólise pelas esterases da mucosa gastrointestinal e do fígado. Pode ser detectado no plasma apenas num curto período de tempo, devido à sua rápida hidrólise no plasma, no fígado e nos eritrócitos. De facto, 30 minutos após uma dose de 0,65 g, apenas 27% do total do salicilato plasmático encontra-se na sua forma acetilada. Uma vez que esta desacetilação é rápida, tem-se assumido que os efeitos anti-inflamatórios do ácido acetilsalicílico são largamente mediados pelo salicilato [36] . Esta assumpção tem suporte na evidência experimental que, in vivo, o salicilato e o referido ácido acetilsalicílico apresentam potências anti-inflamatórias similares [37] , mesmo nao apresentando os salicilatos a capacidade de acetilar o resíduo de serina no local activo da cicloxigenase, como acontece com os produtos comerciais cujo princípio activo é o ácido acetilsalicílico (ex. a Aâpirinâ.*) [38, 39] . Acresce o facto da semi-vida plasmática destes medicamentos ser de cerca de 15 minutos, enquanto que a do salicilato é de 2 a 30 horas, dependendo da dose administrada. No que se refere â distribuição, mais de 80% do salicilato circulante liga-se às proteínas plasmáticas, especialmente a albumina [40], apresentando também tendência para se acumular nos tecidos inflamados [41] . De salientar que o uso terapêutico do salicilato de sódio em doenças reumáticas ocorre há mais de 130 anos [42] . Vários são os mecanismos implicados na sua actividade anti-inf lamatória, tais como: (i) inibição das cicloxigenases [43, 44], (ii) activação da proteína quinase activadora do mitogénio (MAPK) p38 [45], (iii) inibição do Nuclear Factor (NF)-kB [46], (iv) inibição do receptor 6 activador da proliferação dos peroxissomas [47], e (v) actividade antioxidante através da captação do radical HO' [48] .
Com excepção da activação do MAPK p38 pelo salicilato [45], os efeitos observados são habitualmente inibitórios. 0 factor de transcrição NF-κΒ tem sido visto como um elemento chave na resposta das células a um estímulo inflamatório. A actividade do NF-κΒ é atribuída a proteínas da família Rel/NF-κΒ que formam homo e heterodímeros da combinação das subunidades p65 (ou RelA), p50, p52, c-Rel e RelB, os quais se ligam a locais alvo no DNA, controlando a transcrição genética. Na maioria das células o NF-κΒ (a designação para p50-RelA, o heterodímero mais comum) está retido no citoplasma como um complexo inactivo ligado a proteínas inibitórias [ΙκΒ; (ΙκΒα, -β, -ε, -γ, ρ105, plOO e Bcl-3; para revisão ver [49, 50]]. Os Lipopolissacarideos (LPS) bacterianos, a i&Yíjl, o Factor de Necrose Tumoral (TNF)oí, a luz W, as ROS e cadeias duplas de RNA virai são indutores clássicos do NF-κΒ. Estes factores induzem cascatas de sinalização que activam as quinases ΙκΒ (IKKs), as quais fosforilam as resíduos de serina 32 e 36 do ΙκΒα, levando o IkBoí a poliubiquitinação e consequente degradação desta proteína inibitória com subsequente activação do NF-kB [51]. Após activação, o NF-κΒ migra para o núcleo, onde se liga aos locais kB na região promotora dos genes alvo, regulando a sua transcrição. Genes alvos incluem: enzimas pró-inflamatórias, citoquinas, quimioquinas, inibidores de apoptose, moléculas de adesão celular, ΙκΒα e muitos outros. Deste modo, os efeitos anti-inflamatórios da aspirina e do salicilato têm sido relacionados com o seu potencial de inibição da via do NF-κΒ em vários estudos [52-55] .
Sendo as ROS indutoras clássicas do NF-κΒ e dada a capacidade do PQ gerar ciclo-redox pelos mecanismos acima descritos, a invenção aqui descrita visou provar que a indução do NF-κΒ pela exposição ao PQ, com consequente cascata de sinalização inflamatória, pode ser inibida no seu inicio. Usamos para este fim o salicilato de sódio que já mostrou inibir a fosforilação do ΙκΒ-α, resultando na sua estabilização [55]. Na verdade, este estudo revelou-se muito mais importante do que à partida era esperado, pois pela primeira vez, é descrito um fármaco que constitui um VERDADEIRO ANTÍDOTO, ;j â que com apenas uma dose foi possível reverter toda a toxicidade dos animais intoxicados com o PQ e garantir a sua sobrevivência a 100%.
Com a aplicação industrial da invenção dar-se-á um importante passo na luta contra as intoxicações por PQ. De salientar que a invenção aqui descrita resultou da administração do salicilato de sódio, 2 horas após a intoxicação dos animais com o PQ. Este intervalo confere um maior realismo na aplicação às intoxicações humanas, pois reflecte, em grande parte dos casos, o tempo que medeia entre a ingestão deste herbicida e o início do possível tratamento hospitalar do paciente. A novidade relativamente a esta invenção é que o uso do salicilato de sódio no tratamento das intoxicações dos mamíferos pelo PQ provou ser capaz de conferir, para doses fatais deste herbicida, uma sobrevivência de 100%.
Breve Descrição das Figuras
Figura 1. Percentagem de ratos sobreviventes do grupo controlo, do grupo paraquato e do grupo paraquato + salicilato de sódio em função do tempo. * * * p<0.001 versus grupo paraquato.
Figura 2. Peso dos animais do grupo controlo, do grupo paraquato e do grupo paraquato + salicilato de * * * sódio em função do tempo. pcO.OOl versus grupo paraquato.
Figura 3. Estrutura do PQ e seus sais disponíveis no mercado.
Figura 4. Representação esquemática do mecanismo de toxicidade do PQ. A: Diaforases celulares, SOD: Superóxido dismutase ou espontaneamente, CAT: Catalase, Gpx: Glutationa peroxidase, Gred: Glutationa reductase, Paraquato, PQ'+:
Paraquato catião-radical, HMP: Via das Hexoses Monofosfato, FR: Reacção de Fenton, HWR: Reacção de Haber-Weiss.
Figura 5. Estrutura do salicilato de sódio.
Figura 6.1 Fotografias de microscopia Óptica (A) e electrónica (B) do pulmão de animais do grupo controlo, evidenciando (em A e B) uma estrutura preservada com espaços alveolares amplos e livres; Em B são visíveis pneumócitos do tipo I e II (ampliação original: A - 640x; B - 1.600x).
Figura 6.II Fotografias de microscopia óptica (A) e electrónica (B) do pulmão de animais do grupo salicilato 96 h (200 mg/Kg, i.p.), evidenciando uma estrutura preservada, com a presença de fagócitos dispersos; em B são visiveis dois pneumócitos tipo II e um macrófago (ampliação original: A - 1.050x; B - 4.000x).
Figura 6.111 Fotografias de microscopia Óptica (A) e electrónica (B) do tecido pulmonar de animais do grupo paraquato 24 h (25 mg/Kg, i.p.), evidenciando uma acentuada congestão vascular e um notório e generalizado colapso alveolar (em A) ; para além da tumefacção mitocondrial das células endoteliais, é possível observar-se (em B) um aglomerado intravascular de plaquetas, com evidentes sinais de activação, sugerindo a ocorrência de uma obstrução vascular (ampliação original: A - 640x; B - lO.OOOx).
Figura 6.IV Fotografias de microscopia Óptica (A) e electrónica (B) do tecido pulmonar de animais do grupo paraquato + salicilato 24 h, mostrando (em A) um ligeiro colapso dos alvéolos com espessamento das sua paredes, assim como a presença de alguns fagócitos na luz alveolar; em B, para além de regiões hipodensas na parede alveolar, sugestivas de edema, e de tumefacção mitocondrial atingindo principalmente os
pneumócitos do tipo I, são ainda notados dois macrófagos, imersos em material granular na luz alveolar (ampliação original: A - 900x; B 2.500x).
Figura 6.V Fotografias de microscopia Óptica (A) e electrónica (B) do tecido pulmonar de animais do grupo paraquato 48 h revelando (em A) zonas de necrose da parede alveolar com preenchimento do espaço alveolar com macrófagos, detritos celulares e infiltrado inflamatório, sendo ainda notórios capilares repletos de eritrócitos de contornos angulados, sugestivos de estase vascular; em B podem ser observados três vasos sanguíneos obstruídos por plaquetas com francos sinais de activação e regiões intersticiais de hipodensidade sugestivas de edema intersticial (ampliação original: A - 900x; B - 4.000x).
Figura 6.VI Fotografias de microscopia Óptica (A) e electrónica (B) do tecido pulmonar de animais do grupo paraquato + salicilato 48 h mostrando (em A) a presença de uma estrutura alveolar aparentemente preservada mas com detritos e fagócitos no espaço alveolar e com a presença de inclusões citoplasmáticas em alguns fagócitos; em B, para além do polimorfonuclear intravascular, são também visíveis detritos celulares no espaço alveolar assim como a presença de um macrófago e de fibroblastos e fibras de colagénio no espaço intersticial (ampliação original: A - 900x; B -3.150x).
Figura 6.VII Fotografias de microscopia Óptica (A) e electrónica (B) do pulmão de animais do grupo paraquato 96 h evidenciando a congestão vascular e o colapso alveolar assim como a presença de
detritos e fagócitos no espaço alveolar (em A) ; em B é de realçar os sinais de activação fibroblástica com a presença de grandes áreas de espaço intersticial preenchidas por fibras de colagénio (ampliação original: A - 640x; B 6.300x).
Figura 6.VIII Fotografias de microscopia Óptica (A) e electrónica (B) do pulmão de animais do grupo paraquato + salicilato 96 h evidenciando (em A) uma estrutura alveolar relativamente preservada, algumas áreas de necrose da parede alveolar com detritos no espaço alveolar, assim como a presença de fagócitos alveolares e intersticiais com inclusões citoplasmáticas; em B são observados dois leucócitos no espaço intravascular, um macrófago com inclusões citoplasmáticas semelhantes a figuras de mielina e a existência de fibrobastos e fibras de colagénio no interstício (ampliação original: A -900x; B - 2.500x).
Figura 7. Activação do NF-κΒ nos pulmões pelo paraquato.
Gel obtido por Fluorescence Electrophoretic Mobility Shift Assay (fEMSA). Os extractos nucleares dos pulmões diferentes grupos foram obtidos como descrito em Materiais e Métodos. Linha 1 - controlo; Linha 2 - paraquato 24 horas; Linha 3 - paraquato 48 horas; Linha 4 - paraquato 96 horas; Linha 5 - sonda especifica (SP); Linha 6 - experiência de competição com um excesso molar de 50x de um competidor não específico (UC) em relação a SP; Linha 7 - experiência de competição com um excesso molar de 50x de um competidor especifico (SC, SP não marcada) em relação a SP; Linha 8 - salicilato 24 h; Linha 9 - salicilato 48 h; Linha 10 - salicilato 96 h; Linha 11 - paraquato + salicilato 24 h; Linha 12 paraquato + salicilato 48 h; Linha 13 paraquato + salicilato 96 h. Os resultados referem-se a uma de 3 experiências realizadas em separado, sendo representativos dos resultados globais obtidos.
Descrição Detalhada da Invenção A presente invenção refere-se ao processo de utilização do salicilato como forma de tratamento das intoxicações dos mamíferos pelo PQ (Figura 1 e 2). O salicilato é um anti-inflamatório não esteróide (ΑΙΝΕ). Durante mais de duas décadas, as propriedades anti-inflamatórias das especialidades farmacêuticas contendo este principio activo (como a Aspirina*) . foram exclusivamente atribuídas ao bloqueio da síntese das prostaglandinas e tromboxanos via inibição da actividade da cicloxigenase [39]. Hoje são atribuídos aos salicilatos vários mecanismos implicados na sua actividade anti-inflamatória, tais como: (i) inibição das cicloxigenases [43, 44], (ii) activação da proteína quinase activadora do mitogénio p38 [45], (iii) inibição do Factor Nuclear (NF)-kB [46], (iv) inibição do receptor 6 activador da proliferação dos peroxissomas [47], (v) actividade antioxidante através da captação do radical HO' [48] . A grande vantagem desta invenção é ter-se conseguido, pela primeira vez, impedir totalmente a toxicidade e a letalidade do PQ (25 mg/Kg, í.p.) através da administração de um potente anti-inflamatório - o salicilato de sódio (200 mg/Kg, i.p.) e deste modo aumentar a sobrevivência dos animais para 100%, ou seja, ao nivel dos ratos controlo.
Nenhum outro tratamento anterior conseguiu uma taxa de sobrevivência de 100%. Como foi referido, a toxicidade do PQ depende maioritariamente da sua acumulação no pulmão onde ai inicia a cascata do stresse oxidativo e do processo inflamatório que conduz i lesão celular. Em conformidade, é plausível considerar que esta protecção adquire particular importância no pulmão, quer seja por interferência no mecanismo de toxicidade do PQ (pelas razões acima descritas), quer seja por modificar a sua molécula e deste modo anular a sua captação pulmonar ou a sua capacidade de gerar um ciclo-redox. O salicilato de sódio (200 mg/kg de peso corporal, i.p.) foi administrado 2 horas após intoxicação com PQ. Este período de tempo entre a exposição ao PQ e a administração de salicilato de sódio foi estabelecido com base no tempo que normalmente medeia entre a ingestão deste herbicida e o início do possível tratamento hospitalar do paciente. A dose é a descrita em numerosos estudos que visam a inibição do NF-κΒ in vivo [56, 57] .
Em consequência, foi conseguida uma reversão da toxicidade pulmonar, constituindo, assim, esta invenção um importante passo na luta contra as intoxicações por PQ.
De seguida, é descrito um exemplo de uma forma de realização da invenção num mamífero, o rato.
Reagentes e farmacos utilizados
Foram utilizados paraquato (viologénio de metilo; dicloreto de 1,1'-Dimetil-4,4'-bipiridilo), salicilato de sódio (sal sódico do ácido 2-hidroxibenzoico), soro fisiológico [ (SF) NaCl 0,9%)] e tiopental sódico (1 g) . Todos os reagentes utilizados apresentavam grau analítico ou o grau de pureza mais elevado disponível.
Tratamento dos animais - Ensaios in vivo
As experiências foram realizadas em ratos macho Wistar (n=54) , com peso médio de 250 ± 10 g. Os animais foram distribuídos de forma aleatória, mantidos em número de dois por gaiola de polietileno com rede metálica no topo, acamados com carolo de milho, em ambiente controlado (ciclos de luz/escuro de 12 horas, temperatura ambiente de 22 ± 2 e humidade relativa de 50-60%) até, pelo menos, uma semana (quarentena) antes da experiência, por forma a aclimatizarem-se às condições do biotério. Ração própria para roedores e água da torneira foram fornecidas ad libitum durante o período de quarentena.
Após o período de quarentena, foram designados 2 animais por cada gaiola, onde nela permaneceram 24, 48 e 96 horas, tendo-lhes sido permitido o acesso â ração e a água ad libitum. Dez grupos aleatórios de 3 animais cada foram tratados como se apresenta de seguida: (I) Grupo 1/ n=3 (controlo, C): injectados intraperitonealmente (i.p.) com 0,5 mL de SF. Duas horas após, os animais receberam uma outra administração de 0,5 mL de SF. Os animais foram sacrificados 24 horas após a segunda administração de SF; (II) Grupo II, n=9 (SAL): injectados i.p. com 0,5 mL de SF. Duas horas após, os animais foram injectados i.p. com uma dose de 200 mg/kg de salicilato de sódio dissolvido em SF, volume final (VF) 0,5 mL. Os animais foram sacrificados 24 (n=3, grupo SAL 24 h), 48 (n=3, grupo SAL 48 h) e 96 horas (n=3, grupo SAL 96 h) após a administração do salicilato de sódio; (III) Grupo 111, n=9 (PQ) : injectados i.p. com uma dose de 25 mg/kg de PQ dissolvido em SF, VF 0,5 mL. Duas horas após, os animais receberam 0,5 mL de SF. Os animais foram sacrificados 24 (n=3, grupo PQ 24 h) , 48 (n=3, grupo PQ 48 h) e 96 horas (n=3, grupo PQ 96 h) após a administração do SF; (IV) Grupo IV, n=9 (PQ + SAL) : injectados i.p. com uma dose de 25 mg/kg de PQ dissolvido em SF (VF 0,5 mL) . Duas horas após, os animais receberam 200 mg/kg i.p. de salicilato de sódio em 0,5 mL de SF (VF 0, 5 mL) . Os animais foram sacrificados 24 (n=3, grupo PQ + SAL 24 h), 4 8 (n=3, grupo PQ + SAL 48 h) e 96 horas (n=3, grupo PQ + SAL 96 h) após a administração do salicilato de sódio.
Quatro outros grupos foram constituídos (n=6 cada), tendo sido estes sujeitos aos mesmos tratamentos mas com uma variante: estes animais foram destinados ao estabelecimento da curva de sobrevivência.
Os tratamentos em todos os grupos foram efectuados sempre entre as 8 e 10 horas da manhã.
Preparação de amostras para análise histológica.
Dois animais pertencentes a cada um dos grupos foram destinados para a análise histológica. As amostras foram sujeitas aos procedimentos considerados de rotina para posterior observação à microscopia electrónica de transmissão (MET). Com o animal sob anestesia, a fixação do pulmão foi iniciada in si tu através da perfusão com gluteraldeído, diluído a 2,5% em tampão de cacodilato de sódio (0,2 M; pH 7,2 - 7,4), durante 3 minutos. Após remoção e seccionamento dos pulmões em pequenas peças de formato cúbico, com cerca de 1 mm de aresta, a fixação, agora por difusão, prolongou-se por mais duas horas. Depois de duas lavagens, de 30 minutos cada, com solução tampão, as peças foram pós-fixadas em tetróxido de ósmio, diluído a 2% em tampão de cacodilato de sódio, durante 2 horas. Em seguida, as amostras sofreram desidratação progressiva, sob a acção de concentrações crescentes de álcool etílico, durante três horas, e impregnação com epon, durante quatro horas. O óxido de propileno foi o composto utilizado na transição desidratação - impregnação. O corte das amostras foi consequente à fase de inclusão que durou 2 dias. Todos os procedimentos foram realizados a uma temperatura de 4 2C, com excepção da fase de inclusão, que foi executada em estufa a uma temperatura de 60SC. Após polimerização da resina, foram realizados cortes ultra-finos (Ultracut), com uma espessura de 500 Â, As grelhas preparadas com os cortes ultra-finos foram contrastadas com uma solução aquosa saturada de acetato de uranilo, durante 30 minutos, e com uma solução de citrato de chumbo, durante 15 minutos, tendo-se procedido a lavagens no início e no final de cada um destes procedimentos. As preparações foram observadas num microscópio electrónico de transmissão da marca Zeiss EM a 60 Kvolts.
Foi efectuada a avaliação das alterações estruturais e ultra-estruturais, registadas nos grupos experimentais e consideradas desviantes relativamente ao grupo controlo (Figuras 6.1-6. VIII).
Preparação de amostras para obtenção dos extractos nucleares de pulmão.
Os pulmões foram homogeneizados (Homogeneizador Ultra-Turrax®) em tampão de lise celular (AC) na proporção 1 g de tecido/3 mL de AC com a seguinte composição: 10 mM Hepes (pH 7,9), 10 mM KC1, 1,5 mM HgClj, 0,2% Igepal, 0,5 mM EDTA, 0,1 mM EGTA, 1 mM dithiothreitol (DTT) e 0,25 mM fluoreto de fenilmetil sulfonilo (PMSF). Os homogeneizados foram incubados em gelo durante 15 minutos e de seguida centrifugados (850 g, 4°C durante 10 min) . Os sedimentos foram ressuspendidos (etapa de lavagem) em 500 pL de tampão AC, incubados de novo em gelo durante 15 minutos e depois centrifugados (14000 g, 4 *0 durante 30 segundos). Os sedimentos foram de novo ressuspendidos, mas agora em 500 pL de tampão BC (tampão de lise nuclear) contendo: 20 mM Hepes, pH 7,9, 420 mM NaCl, 1,5 mM 0,2% Igepal, 0,5 mM EDTA, 20% glicerol, 1 roM DTT, 0,25 mM PMSF, aprotinina (5 pg/mL), pepsatina (5 pg/mL), leupeptina (5 pg/mL). Os homogeneizados foram de seguida incubados em gelo durante 30 minutos e centrifugados (13000 g, 4°C durante 10 min). Os sobrenadantes foram armazenados a -80aC para posterior semi-quantificação por fEMSA. O teor proteico foi determinado de acordo com o método de Lowry et al. [58]. 01igonucleótidos
Os oligonucleótidos sintéticos foram adquiridos a Amersham Pharmacia Biotech (Uppsala, Sweden) e estão sumariados na Tabela 1.
Oligonucleót idos Sequência NF - kB - FW- Cy 5 5'-Cy5-GCC TGG GAA AGT CCC CTC AAC T-3’ NF-kB-FW 5'-GCC TGG GAA AGT CCC CTC AAC T-3' NF-kB-R 5'-AGT TGA GGG GAC TTT CCC AGG C-3'
Tabela 1 - Oligonucleótidos utilizados neste estudo. O Cy5 (indodicarbocianina) é um corante fluorescente que se encontra ligado à extremidade 5' OH do oligonuleótido.
Determinação da activação da transcrição do NF-κΒ nos extractos nucleares por fEMSA
Os ensaios de ligação foram realizados de acordo com o método descrito por Ruscher et al. [59]. Os extractos nucleares (20 pg de proteína) foram incubados (uma hora a 4aC) na seguinte mistura: 0,5 pmol de sonda específica (SP), tampão de ligação ao DNA [ 1C mM HEPES (pH 7,9), 0,2 mM EDTA, 50 mM KC1] , 2,5 mM de DTT, 250 ng de poli(dl-dC) · poli(dl-dC), 1% of Igepal e 10% glicerol. 9 pL da mistura foram resolvidos por electroforese num gel de poliacrilamida desnaturante a 5% (10°C, 800 V, 50 mA, e 30 W) durante 3 horas em 1 x com tampão TBE (90 mM tris-borato, 2 mM EDTA, pH 8,3) usando um sequenciador de DNA -ALF-Express™ DNA-sequencer (Amersham Pharmacia Biotech, Uppsala, Sweden) . A temperatura foi regulada por um termostato externo - ALFexpress 11 Cooler system (Amersham Pharmacia Biotech, Uppsala, Sweden). A especificidade das ligações foi confirmada pela adição de um excesso molar de 50 x de um competidor específico e não específico não marcado (SC e UC, respectivamente). Os sinais foram analisados pelo programa ALFwin Fragment Analiser 1.03 (Amersham Pharmacia Biotech, Sweden).
Análise Estatística A comparação estatística das curvas de sobrevivência foi realizada usando o teste estatístico de Logrank. Aceitou-se significância apenas para valores de p inferiores a 0,05.
Bibliografia 1
Onyeama HP, Oehme FW: A literature review of paraquat toxicity. Vet Hum Toxicol 1984, 26:494-502.
Braithwaite RA: Emergency analysis of paraquat in biological fluids. Hum Toxicol 1987, 6:91-93.
Hart TB, Nevitt A, Whitehead A: A new statistical approach to the prognostic significance fôí plasma concentrations. Lancet 1984, 2:1222-1223.
Proudfoot AT, Stewart MS, Levitt T, Widdop B: Paraquat poisoning: significance of plasma-paraquat concentrations. Lancet 1979, 18:330-332.
Scherrmann JM, Houze P, Bismuth C, Bourdon R: Prognostic value of plasma and urine paraquat concentration. Hum Toxicol 1987, 6:91-93.
Dinsdale D, Preston SG, Nemery B: Effects of injury on [3H]putrescine uptake by types I and II cells in rat lung slices. Ehqp Mol Pathol 1991, 54:218-229.
Nemery B, Smith LL, Aldridge WN: Putrescine and 5-hydroxytryptamine accumulation in rat lung slices: cellular localization and responses to cell-specific lung injury. Toxicol Appl Pharmacol 1987, 91:107-120. Rannels DE, Kameji R, Pegg AE, Rannels SR: Spermidine uptake by type II pneumocytes: interactions of amine uptake pathways. Am J Physiol Lung Cell Mol Physiol 1989, 257:L346-L353.
Rannels DE, Pegg AE, Clark RS, Addison JL: Interaction of paraquat and amine uptake by rat lungs perfused in si tu. Am J Physiol Endocrinol Metab 1985, 249:E506- E513 .
Smith LL: The Identification of an accumulation system for diamines and polyamines into the lung and its I, relevance to paraquat toxicity. Arch Toxicol Suppl 1982, 5:1-14.
Clejan L, Cederbaum AI: Synergistic interaction between NADPH-cytochrome P-450 reductase, paraquat and iron in the generation of active oxygen radicais. Biochem Pharmacol 1989, 38:1779-1786.
Fernandez Y, Subirade I, Anglade F, Periquet A, Mitjavila S: Microsomal membrane peroxidation by an Fe3+/paraquat system. Consequences of phenobarbital induction. Biol Trace Elem Res 1995, 47:9-15.
Fukushima T, Yamada K, Isobe A, Shiwaku K, Yamane Y: Mechanism of cytotoxicity of paraquat. I. NADH oxidation and paraquat radical formation via complex I. Exp Toxicol Pathol 1993, 45:345-349.
Yamada K, Fukushima T: Mechanism of cytotoxicity of paraquat. II. Organ specificity of paraquat-stimulated lipid peroxidation in the inner membrane of mitochondria. Exp Toxicol Pathol 1993, 45:375-380.
Bus JS, Aust SD, Gibson JE: Superoxide- and singlet oxygen-catalyzed lipid peroxidation as a possible mechanism for paraquat (methyl viologen) toxicity. Biochem B i o p hy s Res Cominun 1974, 58:749-755.
Dicker E, Cederbaum AI: NADH-dependent generation of reactive oxygen species by microsomes in the presence of iron and redox cycling agents. Biochem Pharmacol 1991, 42:529-535.
Bus JS, Aust SD, Gibson JE: Lipid peroxidation: a possible mechanism for paraquat toxicity. Res Commun Chem Pathol Pharmacol 1975, 11:31-38.
Burk RF, Lawrence RA, Lane JM: Liver necrosis and lipid peroxidation in the rat as result of paraquat and diquat administration. Effect of selenium deficiency. J Clin Invest 1980, 65:1024-1031. 19. Bateman DN: Pharmacological treatments of paraquat poisoning. Hum Toxicol 1987, 6:57-62. 20. Bismuth C, Garnier R, Daily S, Fournier PE, Scherrmann JM: Prognosis and treatment oi paraquat poisoning. A review oi 28 cases. J Toxicol Clin Toxicol 1982:461-474 . 21. Meredith TJ, Vale JA: Treatment of paraquat poisoning in man: methods to prevent absorption. Hum Toxicol 1987, 6:49-55. 22. Okonek S, Hofmann A, Henningsen B: Efficacy of gut lavage, hemodialysis, and hemoperfusion in the therapy of paraquat or diquat intoxication. Arch Toxicol 1976, 36:43-51. 23. Vale JA, Meredith TJ, Buckley BM: Paraquat poisoning: clinicai features and immediate general management. Hum Toxicol 1987, 6:41—47. 24. Hershko C, Weatherall DJ: Iron-chelating therapy. Crit Rev Clin Lab Sei 1988, 26:303-345. 25. Kohen R, Chevion M: Transition metais potentiate paraquat toxicity. Free Radie Res Commun 1985, 1:79- 88 . 26. Ranjbar A, Pasalar P, Sedighi A, Abdollahi M: Induction of oxidative stress in paraquat formulating workers. Toxicol Lett 2002, 131:191-194. 27. Evans P( Halliwell B: Micronutrients: oxidant/antioxidant status. Br J Nutr 2001, 85:S67- s74 . 28. Sies H: Antioxidant activity in cells and organs. Am Rev Respir Dis 1987, 136:478-480. 29. Chen CJ, Chin JE, Ueda K, Clark DP, Pastan I, Gottesman MM, Roninson IB: Internai duplication and homology with bacterial transport proteins in the mdrl (P-glycoprotein) gene from multidrug-resistant human cells. Cell 1986 47(3):381-389. 30. Luce JM, Montgomery AB, Marks JD, Turner J, Metz CA,
Murray JF: Ineffectiveness of high-dose methylprednisolone in preventing parenchymal lung injury and improving mortality in patients with septic shock. Am Rev Respir Dis 1988, 138:62-68. 31. Lin JL, Wei MC, Liu YC: Pulse therapy with cyclophosphamide and methylprednisolone in patients with moderate to severe paraquat poisoning: a preliminary report. Thorax 1996, 51:661-663. 32. Chen CM, Lua AC: Lung toxicity of paraquat in the rat. J Toxicol Environ Health A 2000, 60:477-487. 33. Cho JH, Yang DK, Kim L, Ryu JS, Lee HL, Lim CM, Koh YS: Inhaled nitric oxide improves the survival of the paraquat-injured rats. Vascul Pharmacol 2005, 42:171-178 . 34. Roth GJ, Calverley DC: Aspirin, platelets and thrombosis: theory and practice. Blood 1994, 83:885- 898. 35. Jack DB: One hundred years of aspirin. Lancet 1997, 350:437-439. 36 . Higgs GA, Salmon JA, Henderson B, Vane JR:
Pharmacokinetics of aspirin and salicylate in relation to inhibition of arachidonate cyclooxygenase and antiinflaimnatory activity. Proc Natl Acad Sei USA 1987, 84:1417-1420. 37. Preston SJ, Arnold MH, Beller EM, Brooks PM, Buchanan WW: Comparative analgesic and anti-inflammatory properties of sodium salicylate and acetylsalicylic acid (aspirin) in rheumatoid arthritis. Br J Clin Pharmacol 1989, 27:607-611. ::31 λ DeWitt DL, el-Harith EA, Kraemer SA, Andrews MJ, Yao EF, Armstrong RL, Smith WL: The aspirin and heme-binding sites of ovine and murine prostaglandin endoperoxide synthases. J Biol Chem 1990, 265:5192- 5198. 3I:. Vane JR: Inhibition prostaglandin synthesis as a mechanism oí action for aspirin-like drugs. Nat New Biol 1971, 231:232-235. 1413 Needs CJ, Brooks PM: Clinicai pharmacokinetics of the salicylates. Clin Pharmacokinet 1985, 10:164-177. 41- Brune K: Biodistribution of salicylates: a clue to the understanding of some effects and side effects. Agents A c t i o n s Suppl 1977, 2:163-177. 42. Stricker S: Aus der Taube' schen Klinik. líber die Resultate der Behandlung der Polyarthritis rheumatica mit Salicylsaure. Berl Klin Wochenschr 1876, 8:99-103. :43, Amann R, Peskar BA: Anti-inflammatory effects of aspirin and sodium salicylate. Eur J Pharmacol 2002, 447:1-9 . 44 < Tsujii M, DuBois RN: Alterations in cellular adhesion and apoptosis in epithelial cells overexpressing prostaglandin endoperoxide synthase 2. Cell 1995, 83:493-501. 45. Schwenger P, Bellosta P, Vietor I, Basilico C, Skolnik EY, Vilcek J: Sodium salicylate induces apoptosis via p38 mitogen-activated protein kinase but inhibits tumor necrosis factor-induced c-Jun N-terminal kinase/stress-activated protein kinase activation. Proc Natl Acad Sei USA 1997, 94:2869-2873. 4S, Yamamoto Y, Yin MJ, Lin KM, Gaynor RB: Sulindac inhibits activation of the NF-kappaB pathway. J Biol Chem 1999, 274:27307-27314.
He TC, Chan TA, Vogelstein B, Kinzler KW: PPARdelta is an APC-regulated target of nonsteroidal anti-inflammatory drugs. Cell 1999, 99:335-345.
Jaarsveld Hv, Kuyl JM, Zyl GFv, Barnard HC: Salicylate in the perfusate during ischemia/reperfusion prevented mitochondrial injury. Res Commun Mol Pathol Pharmacol 1994, 86:287-295.
Ghosh S, May MJ, Kopp EB: NF-kappa B and Rei proteins: evolutionarily conserved mediators of immune responses. Annu Rev Immunol 1998, 16:225-260.
Whiteside ST, Israel A: I kappa B proteins: structure, function and regulation. Semin Câncer Biol 1997, 8:75-82.
Ghosh S, Karin M: Missing pieces in the NF-kappaB puzzle. Cell 2002, 109:S81-S96.
Bayon Y, Alonso A, Crespo MS: 4-trifluoromethyl derivatives of salicylate, triflusal and its main metabolite 2-hydroxy-4-trif luoromethylbenzoic acid, are potent inhibitors of nuclear factor kappaB activation. Br J Pharmacol 1999, 126:1359-1366.
Grilli M, Pizzi M, MMemo, Spano P: Neuroprotection by aspirin and sodium salicylate through blockade of NF-kappaB activation. Science 1996, 274:1383-1385.
Kopp E, Ghosh S: Inhibition of NF-kappa B by sodium salicylate and aspirin. Science 1994, 265:956-959. Pierce JW, Read MA, Ding H, Luscinskas FW, Collins T: Salicylates inhibit I kappa B-alpha phosphorylation, endothelial-leukocyte adhesion molecule expression, and neutrophil transmigration. J Immunol 1996, 156:3961-3969.
Huang CJ, Tsai PS, Lu YT, Cheng CR.. Stevens BR,
Skimming JW, Pan WH: NF-kappaB involvement in the induction of high affinity CAT-2 in lungs.
Acta lipopolysaccharide-stimulated rat Anaesthesiol Scand 2004, 48:992-1002. 57. Yang CH, Tsai PS, Lee JJ, Huang CH, Huang CJ: NF-kappaB inhibitors stabilize the mRNA st high-affinity type-2 cationic amino acid transporter in LPS-stimulated rat liver. Acta Anaesthesiol Scand 2005, 49:468-476. 58. Lowry OHN, Rosebrough NJ, Farr .¾¾ Randall RJ: Protein measurement with Folin phenol reagent. J Biol Chem 1951, 193:265-275. 59. Ruscher K, Reuter M, Kupper D, Trendelenburg G, Dirnagl U, Meisel A: A fluorescence based non-radioactive electrophoretic mobility shift assay. J Biotechnol 2000, 78:163-170.
Lisboa

Claims (5)

1. Utilização do salicilato e seus derivados na formulação de medicamentos caracterizados por se destinarem ao tratamento das intoxicações dos mamíferos pelo paraquato.
2. Utilização do salicilato e seus derivados na formulação de medicamentos, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por se utilizar o salicilato de sódio.
3. utilização do salicilato e seus derivados na formulação de medicamentos, de acordo com a reivindicação 2, caracterizado por se usar o salicilato de sódio numa dose susceptivel de inibir a activação do NF-kB.
4. Utilização do salicilato e seus derivados na formulação de medicamentos, de acordo com a reivindicação 2, caracterizado por se utilizar o salicilato de sódio numa dose compreendida entre 100 e 200mg/Kg de peso corporal por dia.
5. Utilização do salicilato e seus derivados na formulação de medicamentos, de acordo com a reivindicação 2, caracterizado por se utilizar o salicilato de sódio em doses múltiplas diárias compreendidas entre 20 e 100 mg/Kg de peso corporal. Lisboa,
PT103480A 2006-05-12 2006-05-12 Utilização de salicilato como antídoto nas intoxicações dos mamíferos pelo paraquato PT103480B (pt)

Priority Applications (4)

Application Number Priority Date Filing Date Title
PT103480A PT103480B (pt) 2006-05-12 2006-05-12 Utilização de salicilato como antídoto nas intoxicações dos mamíferos pelo paraquato
US12/159,714 US20090012326A1 (en) 2006-05-12 2007-05-11 Use of Salicylate as an Antidote for Paraquat Intoxications in Mammals
PCT/IB2007/051799 WO2007132418A1 (en) 2006-05-12 2007-05-11 The use of the salicylate as an antidote for paraquat intoxications in mammals
EP07735873A EP2018171A1 (en) 2006-05-12 2007-05-11 The use of the salicylate as an antidote for paraquat intoxications in mammals

Applications Claiming Priority (1)

Application Number Priority Date Filing Date Title
PT103480A PT103480B (pt) 2006-05-12 2006-05-12 Utilização de salicilato como antídoto nas intoxicações dos mamíferos pelo paraquato

Publications (2)

Publication Number Publication Date
PT103480A true PT103480A (pt) 2007-11-30
PT103480B PT103480B (pt) 2009-08-25

Family

ID=38537751

Family Applications (1)

Application Number Title Priority Date Filing Date
PT103480A PT103480B (pt) 2006-05-12 2006-05-12 Utilização de salicilato como antídoto nas intoxicações dos mamíferos pelo paraquato

Country Status (4)

Country Link
US (1) US20090012326A1 (pt)
EP (1) EP2018171A1 (pt)
PT (1) PT103480B (pt)
WO (1) WO2007132418A1 (pt)

Also Published As

Publication number Publication date
EP2018171A1 (en) 2009-01-28
US20090012326A1 (en) 2009-01-08
PT103480B (pt) 2009-08-25
WO2007132418A1 (en) 2007-11-22
WO2007132418B1 (en) 2008-06-05

Similar Documents

Publication Publication Date Title
Sharma et al. Modulation of Nrf2 by quercetin in doxorubicin-treated rats
Mahmood et al. The thioredoxin system as a therapeutic target in human health and disease
Azevedo-Silva et al. The anticancer agent 3-bromopyruvate: a simple but powerful molecule taken from the lab to the bedside
Fiorucci et al. Nitric Oxide—Releasing NSAIDs: A Review of Their Current Status
Vane et al. Mechanism of action of nonsteroidal anti-inflammatory drugs
Wallace et al. NSAID-induced gastrointestinal damage and the design of GI-sparing NSAIDs
Dekhuijzen Antioxidant properties of N‐acetylcysteine: their relevance in relation to chronic obstructive pulmonary disease
Li et al. Anti-inflammatory and gastrointestinal effects of a novel diclofenac derivative
US11890269B2 (en) Method of treating cancer with combinations of histone deacetylase inhibitors (HDAC1) substances
Marks et al. Histone deacetylase inhibitors: development as cancer therapy
PT1343529E (pt) Formulações de aines compreendendo óleos de lecitina para proteger o tracto gastrointestinal e proporcionar actividade terapêutica reforçada
Gonzales et al. Valproic acid prevents hemorrhage-associated lethality and affects the acetylation pattern of cardiac histones
CA2048068A1 (en) Zwitterionic compounds and their n-halo derivatives for use in the treatment of clinical conditions
L Flannigan et al. Hydrogen sulfide-based anti-inflammatory and chemopreventive therapies: an experimental approach
KR100701539B1 (ko) 멜라가트란의 신규 용도
Mousa et al. Molecular docking studies and evaluation of the anti-inflammatory activity of ibuprofen-tranexamic acid codrug
Villegas et al. Effects of oxicam inhibitors of cyclooxygenase on oxidative stress generation in rat gastric mucosa. A comparative study
Ahmad et al. Doxorubicin induced cardio toxicity through sirtuins mediated mitochondrial disruption
Fiorucci et al. NO-NSAIDs: from inflammatory mediators to clinical readouts
Jin et al. Mechanism involved in acute liver injury induced by intestinal ischemia-reperfusion
Kitay et al. Induction of secretagogue independent gastric acid secretion via a novel aspirin-activated pathway
US9808434B2 (en) Compound for treating cancer and diabetes
PT103480A (pt) Utilização de salicilato como antídoto nas intoxicações dos mamíferos pelo paraquato
Dizaji et al. The effects of Hemiscorpius lepturus induced-acute kidney injury on PGC-1α gene expression: From induction to suppression in mice
Wallace et al. Nitric oxide-releasing NSAIDs: GI-safe antithrombotics

Legal Events

Date Code Title Description
BB1A Laying open of patent application

Effective date: 20060707

BB1Z New authorized publication of laying open patent application

Effective date: 20090403

FG3A Patent granted, date of granting

Effective date: 20090820