Relatório Descritivo para Pedido de Patente de Invenção de "PROCESSO PARA PRODUÇÃO DE PROPENO A PARTIR DO ETANOL"
Campo da invenção
A presente invenção trata da utilização de insumos renováveis, e em especial o etanol, como matéria prima para a produção de propeno em um processo integrado conduzido em três reatores. O etanol utilizado como matéria- prima pode ser obtido a partir da fermentação de açúcares oriundos de diversas fontes. O propeno é obtido a partir do etanol via síntese da acetona.
A presente invenção apresenta reações simples do ponto de vista químico e seletivas aos produtos de interesse, um processo que independe da geração de eteno, o qual não envolve catalisadores fortemente susceptíveis à desativação, além da possibilidade de aproveitamento dos subprodutos, CO2 e Ho, na reação de deslocamento (shift) reversa e síntese de Fischer-Tropsch para geração de olefinas e a água gerada na desidratação do isopropanol pode ser reciclada e retornar ao processo.
Antecedentes da invenção
Em geral o propeno, um dos mais importantes intermediários da Indústria Petroquímica, é obtido principalmente como subproduto do refino do petróleo, através do craqueamento catalítico ou térmico, ou como co-produto da produção de eteno a partir do gás natural.
Uma das dificuldades no processo convencional de obtenção desses compostos é o ajuste da razão de eteno e propeno de modo a atender os níveis individuais de demanda.
Face ao atual interesse da Indústria Química em investir em negócios sustentáveis do ponto de vista econômico, ambiental e social, com ênfase na utilização de insumos renováveis, pesquisas têm sido desenvolvidas visando à obtenção de propeno a partir do etanol, este produzido por fermentação de açúcares oriundos de biomassa.
Estado da Técnica
A obtenção de propeno a partir do etanol tem sido proposta como uma extensão dos processos MTH 0methanol to hydrocarbons) [BJ0RGEN e colaboradores - Journal of Catalysis 249 (2007) 195-207]. De fato, informações sobre este processo surgiram a partir da década de 70, quando a empresa MOBIL, buscando alternativas para a crise de energia, desenvolveu o famoso processo de obtenção de gasolina a partir de metanol, MTG (methanol to gasolinè) [US 3,928,483]. Foi observado que, nesse sistema, era formado inicialmente o éter dimetílico, a seguir olefinas leves e, finalmente, os hidrocarbonetos componentes da gasolina. Mais tarde, foi verificado que, quando se diminuía a acidez do catalisador e aumentava-se a temperatura da reação para mais de 500°C, a formação de olefinas era maximizada, obtendo-se altos rendimentos em hidrocarbonetos com dois a cinco átomos de carbono. Assim, essas informações serviram de base para a geração de um novo processo de obtenção de olefinas a partir de metanol denominado MTO (methanol to olefins). Vale destacar que essa síntese tem sido otimizada e, recentemente, altos rendimentos em olefinas leves, ou seja, eteno e propeno são obtidos empregando-se catalisadores do tipo SAPO (silica/alumina/phosphate). Além disto, algumas outras empresas têm anunciado a disponibilidade de processos de obtenção altamente seletivos a propeno a partir de metanol, éter dimetílico ou ainda uma mistura de ambos. Este novo processo foi denominado methanol to propylene (MTP). Neste ambiente, algumas empresas e centros de pesquisa têm procurado desenvolver o processo ETO (ethanol to olefins) tendo como referência os dados citados acima e o comportamento químico semelhante de compostos homólogos, ou seja, metanol e etanol. No entanto, a literatura evidencia que a substituição do metanol pelo etanol requer modificações no catalisador empregado originalmente no processo MTO.
Efetivamente, o foco destes trabalhos está voltado para a exposição do etanol a um catalisador zeolítico, fundamentalmente HZSM-5 modificada por diferentes metais. Estes trabalhos apresentam baixos rendimentos em propeno e altos em eteno e hidrocarbonetos pesados, além disso, está presente uma forte desativação dos catalisadores. De fato, os resultados relatados evidenciam a necessidade do aprimoramento destes sistemas ou da busca de novos catalisadores visando maior estabilidade e seletividade na direção do produto desejado.
O processo descrito no documento de patente US2011/0137096 tem como ponto de partida a exposição do etanol a sistemas zeolíticos ou semelhantes de forma a gerar eteno, propeno e outros compostos mais pesados. Após a separação do etanol e propeno da corrente efluente do reator, esta é submetida a uma reação de craqueamento (cracking). Este processo é, sem dúvida, pouco seletivo para propeno, além de gerar sempre eteno associado ao propeno. Além disso, pode- se prever que as reações em questão promovam forte desativação dos catalisadores.
Os pedidos de patente BR0604284-8 e BR0805612-9 estão voltados para a obtenção de propeno a partir do etanol empregando sistemas em múltiplas etapas. O primeiro se refere à hidroformilação do eteno gerado a partir do etanol, seguida de hidrogenação e desidratação. Este é um processo realizado em quatro etapas e certamente envolve procedimentos de purificação, enriquecimento e recuperação de correntes intermediárias, que podem gerar um alto custo de produção. Além disso, deve-se considerar também os elevados custos envolvidos na geração de monóxido de carbono e hidrogênio (gás de síntese) usado na reação de hidroformilação do eteno.
O segundo pedido se refere a um processo também em quatro etapas, visando à obtenção de n-butanol via processo fermentativo a partir de açúcares ou ainda via processo químico a partir de etanol. Segue-se uma etapa de desidratação catalítica deste álcool gerando butenos. Na terceira etapa o eteno é obtido via desidratação do etanol. Finalmente, a quarta etapa se refere à reação dos butenos com eteno (reação de metátese) gerando o propeno. Vale salientar que, a fermentação para geração do butanol produz outros subprodutos e como é usual neste tipo de processo o produto de interesse é obtido de forma bastante diluída. Por outro lado, a síntese de n- butanol por processo químico a partir do etanol, no estágio atual de desenvolvimento, produz este álcool em baixos rendimentos.
No documento US 2010/0222203 propõe-se a obtenção do propeno através da geração de eteno, seguida da obtenção de butenos e hexenos, (dimerização e trimerização do eteno) sendo os últimos finalmente craqueados a propeno. A obtenção de eteno pode ser realizada em reator próprio ou juntamente com as demais reações. Os autores citam a necessidade de regeneração do catalisador. Esta observação indica uma desativação importante, sendo dúvida associada à reação de craqueamento.
No documento US 2008/312485 realiza-se a obtenção de propeno a partir da reação de metátese entre o eteno e 1-buteno, sendo o primeiro oriundo da desidratação do etanol e o segundo obtido a partir de diferentes fontes. O eteno a ser empregado na reação de metátese deve previamente ser submetido a procedimento de purificação de forma a retirar os contaminantes gerados na sua síntese ou oriundos do etanol. O objetivo da adição desta etapa na síntese do propeno se refere à minimização da desativação do catalisador empregado na reação de metátese. Vale destacar que, a obtenção do 1-buteno via etanol está associada à desidratação do n-butanol, e conseqüentemente, às considerações apresentadas acima.
Eteno e propeno são as mais importantes olefinas produzidas pela Indústria Química, pois geram polímeros de grande consumo além de grande número de produtos e intermediários químicos. A produção de eteno a partir da desidratação do etanol é considerada atualmente um grande sucesso industrial. Esta permite a obtenção de polietileno verde, ou seja, um plástico gerado inteiramente a partir de fonte renovável. Por outro lado, no caso do propeno, cuja demanda internacional vem crescendo historicamente com uma taxa superior à do eteno, ainda não se tem disponível processo químico capaz de produzi-lo industrialmente a partir de etanol, de forma seletiva, empregando um número reduzido de etapas reacionais e independente da geração do eteno.
Sumário da invenção
A presente invenção trata da utilização de insumos renováveis, e em especial o etanol, como matéria prima para a produção de propeno a partir do etanol via síntese da acetona, em um processo integrado conduzido em três reatores. No primeiro reator, a acetona é produzida a partir da reação do etanol com água. No segundo, ocorre a hidrogenação da acetona para isopropanol e, a seguir, no terceiro reator, é conduzida a desidratação desse álcool a propeno. O etanol utilizado como matéria-prima pode ser produzido a partir da fermentação de açúcares oriundos de diferentes fontes tais como: cana-de-açúcar, milho ou materiais celulósicos.
Descrição detalhada da invenção Para que a invenção possa ser melhor avaliada e compreendida, sua descrição detalhada será feita a seguir. São apresentados Exemplos ilustrativos da invenção, cujos resultados estão apresentados sob forma de Tabelas, que acompanham e fazem parte deste relatório.
A presente invenção fornece um processo eficiente e simplificado para a produção de propeno a partir do etanol via síntese da acetona, o qual é conduzido em três reatores e compreende as seguintes etapas:
a) reagir o etanol com água em um primeiro reator catalítico, para a obtenção de acetona e geração de hidrogênio;
b) promover a hidrogenação da acetona a isopropanol em um segundo reator, utilizando o hidrogênio gerado na primeira etapa; e,
c) promover a desidratação do isopropanol, em um terceiro reator, para obter propeno.
A seqüência de reações envolvidas no processo em questão é a seguinte:
- primeiro reator 2CH3CH2OH+H2O CH3COCH3 + CO2 + 4H2
- segundo reator: CH3COCH3 + H2 CH3CHOHCH3
- terceiro reator: CH3CHOHCH3 CH3CHCH2 + H2O
Uma corrente pré-aquecida de etanol e água atravessa um primeiro reator contendo um leito fixo de catalisador que atua na formação de acetona.
Podem ser empregados catalisadores óxidos ou uma mistura de óxidos que apresentem basicidade e baixa acidez, tais como o Cu/Zn0/Al203, ZnO/CaO, ZnO/MgO, Fe2O3, K2O e ZnO, entre outros.
A temperatura de reação se situa entre cerca de 200 a 500°C, preferivelmente entre cerca de 350°C e 450°C, com velocidade espacial, sendo esta a razão entre a vazão total e o volume do reator, de cerca de IOOOh"1 a cerca de 240000h"\ preferivelmente de IOOOOh"1 a SOOOOh"1. A mistura reagente etanol/água é utilizada com razão molar na faixa de 1:5 a 1:9. A reação é conduzida à pressão entre 1-lOatm.
A corrente efluente do referido primeiro reator (acetona e hidrogênio), livre do gás carbônico, é conduzida a um segundo reator contendo um catalisador de hidrogenação, para promover a conversão da acetona em isopropanol.
São empregados catalisadores à base de Ni, Cu, Cr, Ru, Pt suportados em carbono ativado, a-alumina, sílica, sílica-alumina, titânia, zircônia, carbonato de cálcio, carbonato de bário, terra diatomáceas ou mistura destes em qualquer concentração, sintetizados pelos métodos convencionais de preparação de catalisadores, tais como impregnação com excesso de solução, impregnação no ponto úmido, troca iônica, coprecipitação, seguida de calcinação. Utiliza-se como reagente uma corrente contendo entre 10 a 80% (v/v) em H2, 5 a 90% (v/v) em acetona e balanço em N2, sendo preferivelmente utilizada uma corrente com cerca de 30 a 55% de H2 e 5 a 10% de acetona. A temperatura de reação deve estar entre cerca de 100 a 200°C no intervalo de 1 OOO-SOOOOh"1, preferivelmente entre 10000-20000 h"1. A corrente efluente da reação de hidrogenação da acetona é conduzida a um terceiro reator onde ocorre a desidratação catalítica do isopropanol a propeno.
A reação de desidratação do isopropanol é empregada na literatura científica como modelo para estudo e determinação de propriedades ácido-básicas presentes em superfícies de óxidos metálicos. O isopropanol na presença de sítios básicos forma acetona, produto da reação de desidrogenação deste álcool nos citados sítios. Já quando sítios ácidos estão presentes na superfície dos catalisadores ocorre a reação de desidratação formando éter diisopropílico e propeno, o primeiro a baixas temperaturas e a olefina a temperaturas mais elevadas.
Os catalisadores mais seletivos para propeno são aqueles que possuem maior número de sítios ácidos fortes de Lewis ou Brõnsted, como por exemplo, Y-Al2O3, HZSM-5, entre outros.
O catalisador é seco com N2 previamente à reação em temperatura entre 150°C e cerca de 3OO0C e a corrente de reagente utilizada é composta por cerca de 1 a 95% de isopropanol em N2, sendo preferivelmente entre 2 e 20% de isopropanol em N2. A temperatura de reação deve estar entre 150 a 300°C, preferivelmente entre 200 e 290°C. A velocidade espacial deve estar entre cerca de 400011"1 a cerca de 20000h_1, preferivelmente entre óOOOh"1 e 1500011"1.
O gás carbônico e parte do hidrogênio gerados no primeiro reator podem reagir via reação de deslocamento (shift) reversa gerando monóxido de carbono, o qual por sua vez pode reagir com o hidrogênio gerado na primeira etapa formando olefmas, segundo a síntese Fischer-Tropsch.
Exemplos
Para permitir uma melhor compreensão da presente invenção e demonstrar os avanços técnicos obtidos, são apresentados a seguir exemplos que demonstram de maneira ilustrativa e não limitando, o escopo do processo em questão.
Será evidente a um versado na técnica que a presente invenção não está limitada aos exemplos ilustrativos precedentes e que pode ser concretizada em outras formas específicas, sem fugir do escopo de proteção da presente
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invenção. E, portanto, desejado que os exemplos sejam considerados em todos os aspectos, como ilustrativos e não restritivos, sendo feita referência às reivindicações anexas. Deste modo, fica comprovado através da presente invenção que é possível realizar a produção de propeno a partir do etanol via rota da acetona, com menor custo, através de um sistema catalítico seqüencial contendo três reatores. Exemplo 1: Obtenção de acetona via reação de etanol com água empregando o catalisador Cu/Zn0/Al203.
O etanol e a água foram admitidos via saturadores mantidos em 2°C (6 mmHg) e 53,6°C (55 mmHg), respectivamente, empregando como gás de arraste o nitrogênio. A seguir, esta mistura foi pré- aquecida a 15O0C e alimentada em um reator isotérmico tubular contendo, em seu interior, um leito catalítico composto de Cu/Zn0/Al203 (comercial). Antes de cada reação, o catalisador foi submetido a um pré-tratamento com aquecimento até 130°C sob fluxo de N2 e vazão de 40 mLmin1 permanecendo nesta temperatura por 30 min. A seguir, foi conduzida redução sob fluxo de H2 e vazão de 50 mLmin"1 por 1 h na temperatura de 400°C. A temperatura reacional foi de 400°C.
Os produtos e reagentes da reação foram analisados por cromatografia gasosa de forma contínua em um cromatógrafo a gás equipado com detectores FID/TCD, e coluna CarboWax e Hayesep -Q, sendo as seguintes as temperaturas utilizadas: detectores 200°C, injetor 150°C, inicial do forno 40°C, final do forno 150°C e taxa de aquecimento S0Cmin"1. O He foi utilizado como gás de arraste. A corrente gasosa foi analisada durante 16 h de reação e os resultados são apresentados na Tabela 1 abaixo. TABELA 1
GHSV (h-1) Conversão (%) Distribuição de produtos carbonáceos (%peso) Acetona Acetaldeído CO2 Outros* 240000 29 9 79 3 9 60000 41 19 68 7 6 30000 54 28 48 9 15 10000 67 44 23 14 19 *metano, ácido acético e propeno
O Exemplo 1 mostra os produtos carbonáceos
efluentes do reator: acetona, acetaldeído, CO2 e outros. A concentração de acetaldeído diminui quanto menor for a velocidade espacial. Vale salientar que o acetaldeído é intermediário da reação, que pode ser reciclado e transformado no produto de interesse.
Os resultados apresentados mostram que é possível obter alta seletividade para acetona, em elevada conversão e, consequentemente, elevado rendimento quando se empregam baixas velocidades espaciais. Exemplo 2: Obtenção de isopropanol via reação de hidrogenação da acetona.
Neste exemplo foram utilizados dois catalisadores o Ni/Zr02 e o Cu-Cr/Si02. O catalisador Ni/Zr02, que contém 10% (p/p) de Ni foi sintetizado em laboratório pelo método de impregnação úmida, empregando Ni(NO3)2.6H20 como sal precursor e ZrO2 (monoclínica) comercial como suporte. Uma suspensão contendo o sal precursor e o suporte foi seca com auxílio de um rotavapor e o material resultante foi mantido em estufa por uma noite. A seguir, o sólido obtido foi calcinado com taxa de aquecimento de S0Cmin1 a 500°C por 5 h, com fluxo de ar comprimido com vazão de 20 mLmin"1. O catalisador Cu-QVSiO2 empregado é comercial. A reação de hidrogenação da acetona foi conduzida a temperatura de 160°C, empregando-se um micro reator isotérmico e tubular.
Utilizou-se como pré-tratamento dos catalisadores o seguinte protocolo: o catalisador Ni/Zr02 foi seco com N2 (30 mLmin"1) a 500°C e reduzido com H2 puro (30 mLmin"1) a 500°C por 30 min. Já o catalisador Cu-Cr/Si02 foi seco com N2 (30 mLmin"1) a 120°C por 1 h e reduzido a 250°C por mais 1 h com H2 puro (30 mLmin"1). Os catalisadores foram diluídos em carbeto de silício na proporção de 1:1.
A acetona foi admitida no reator através de saturador mantido a 10°C. O N2 foi utilizado como gás de arraste (20mLmin"1), a esta corrente foi adicionado um fluxo de H2 puro 20mLmin"1. Os produtos e reagentes da reação foram analisados por cromatografia gasosa de forma contínua em um cromatógrafo a gás equipado com detectores FID/TCD, e coluna Hayesep Q e MS5A. As temperaturas foram as seguintes: detectores 200°C, injetor 120°C, inicial do forno 80°C e final do forno 200°C. O He foi utilizado como gás de arraste. Foram empregadas duas velocidades espaciais no caso do catalisador Ni/Zr02 (25000 e 1200011"1) e somente uma para o catalisador Cu-Cr/Si02 (300011"1). A corrente gasosa foi analisada durante 6 h de reação e os resultados são apresentados na Tabela 2.
TABELA 2
Catalisador Conversão (%) Seletividade (%) GHSV (h1) Ni/Zr02 13 72,2 25.000 Ni/Zr02 61 100 12.000 Cu-Cr/Si02 57 100 3.000
Exemplo 3: Obtenção de propeno via reação de desidratação do isopropanol.
Nesta reação foram utilizados como catalisadores a alumina comercial e a HZSM-5. A reação de desidratação do isopropanol foi conduzida empregando-se um micro reator isotérmico e tubular.
Previamente à reação os catalisadores Al2O3 e HZSM-5 foram secos a 150°C (30min) e 400°C (lh), respectivamente. A temperatura reacional foi de 200 e 290°C para os catalisadores HZSM-5 e Al2O3, respectivamente. Foram empregadas as seguintes velocidades espaciais 6000 e 1500011"1 para os catalisadores HZSM-5 e Al2O3, respectivamente.
O isopropanol foi admitido no reator através de saturador mantido a IO0C utilizando N2 como gás de arraste (20 mLmin"1). Os produtos e reagentes da reação foram analisados por cromatografia gasosa de forma contínua em um cromatógrafo a gás equipado com detectores FID/TCD, e coluna Hayesep Q e MS5A. As temperaturas foram as seguintes: detectores 200°C, injetor 120°C, inicial do forno 80°C e final do forno 200°C. O He foi utilizado como gás de arraste.
A corrente gasosa foi analisada durante 6 h de reação e os resultados, são apresentados na Tabela 3 a seguir.
TABELA 3
Catalisador Conversão (%) Seletividade (%) GHSV (h1) Al2O3 99,9 100 15.000 HZSM-5 100 100 6.000
Como se pode depreender a partir dos exemplos apresentados, a presente invenção apresenta vantagens em relação à tecnologia anterior, visto que as reações envolvidas são simples do ponto de vista químico e seletivas aos produtos de interesse. O processo, por sua vez, independe da geração de eteno e não envolve catalisadores fortemente susceptíveis à desativação, além da possibilidade de aproveitamento dos subprodutos.
Fica também evidente para um especialista na matéria que estas reações podem ser conduzidas em diferentes sistemas tais como: reator de leito de fixo, fluidizado, de lama, CSTR ou outra tecnologia que se mostrar vantajosa. Da mesma forma pode-se perceber que a água gerada na desidratação do isopropanol pode ser reciclada e retornar ao processo.