BRPI1003050B1 - Compostos derivados do ácido araquidônico substituídos com análogos de coxibes para tratamento de dor - Google Patents

Compostos derivados do ácido araquidônico substituídos com análogos de coxibes para tratamento de dor Download PDF

Info

Publication number
BRPI1003050B1
BRPI1003050B1 BRPI1003050-6A BRPI1003050A BRPI1003050B1 BR PI1003050 B1 BRPI1003050 B1 BR PI1003050B1 BR PI1003050 A BRPI1003050 A BR PI1003050A BR PI1003050 B1 BRPI1003050 B1 BR PI1003050B1
Authority
BR
Brazil
Prior art keywords
arachidonic acid
celecoxib
analogues
coxib
compounds derived
Prior art date
Application number
BRPI1003050-6A
Other languages
English (en)
Inventor
André Augusto Gomes Faraco
Janetti Nogueira De Francischi
Webster Glayser Pimenta Dos Reis
Rafael Machado Rezende
Patricia Paiva Lima
Original Assignee
Universidade Federal De Minas Gerais
Priority date (The priority date is an assumption and is not a legal conclusion. Google has not performed a legal analysis and makes no representation as to the accuracy of the date listed.)
Filing date
Publication date
Application filed by Universidade Federal De Minas Gerais filed Critical Universidade Federal De Minas Gerais
Priority to BRPI1003050-6A priority Critical patent/BRPI1003050B1/pt
Priority to PCT/BR2011/000275 priority patent/WO2012016314A1/pt
Publication of BRPI1003050A2 publication Critical patent/BRPI1003050A2/pt
Publication of BRPI1003050B1 publication Critical patent/BRPI1003050B1/pt

Links

Images

Classifications

    • CCHEMISTRY; METALLURGY
    • C07ORGANIC CHEMISTRY
    • C07DHETEROCYCLIC COMPOUNDS
    • C07D231/00Heterocyclic compounds containing 1,2-diazole or hydrogenated 1,2-diazole rings
    • C07D231/02Heterocyclic compounds containing 1,2-diazole or hydrogenated 1,2-diazole rings not condensed with other rings
    • C07D231/10Heterocyclic compounds containing 1,2-diazole or hydrogenated 1,2-diazole rings not condensed with other rings having two or three double bonds between ring members or between ring members and non-ring members
    • C07D231/12Heterocyclic compounds containing 1,2-diazole or hydrogenated 1,2-diazole rings not condensed with other rings having two or three double bonds between ring members or between ring members and non-ring members with only hydrogen atoms, hydrocarbon or substituted hydrocarbon radicals, directly attached to ring carbon atoms
    • AHUMAN NECESSITIES
    • A61MEDICAL OR VETERINARY SCIENCE; HYGIENE
    • A61PSPECIFIC THERAPEUTIC ACTIVITY OF CHEMICAL COMPOUNDS OR MEDICINAL PREPARATIONS
    • A61P25/00Drugs for disorders of the nervous system
    • AHUMAN NECESSITIES
    • A61MEDICAL OR VETERINARY SCIENCE; HYGIENE
    • A61PSPECIFIC THERAPEUTIC ACTIVITY OF CHEMICAL COMPOUNDS OR MEDICINAL PREPARATIONS
    • A61P25/00Drugs for disorders of the nervous system
    • A61P25/04Centrally acting analgesics, e.g. opioids
    • CCHEMISTRY; METALLURGY
    • C07ORGANIC CHEMISTRY
    • C07DHETEROCYCLIC COMPOUNDS
    • C07D261/00Heterocyclic compounds containing 1,2-oxazole or hydrogenated 1,2-oxazole rings
    • C07D261/02Heterocyclic compounds containing 1,2-oxazole or hydrogenated 1,2-oxazole rings not condensed with other rings
    • C07D261/06Heterocyclic compounds containing 1,2-oxazole or hydrogenated 1,2-oxazole rings not condensed with other rings having two or more double bonds between ring members or between ring members and non-ring members
    • C07D261/08Heterocyclic compounds containing 1,2-oxazole or hydrogenated 1,2-oxazole rings not condensed with other rings having two or more double bonds between ring members or between ring members and non-ring members with only hydrogen atoms, hydrocarbon or substituted hydrocarbon radicals, directly attached to ring carbon atoms
    • CCHEMISTRY; METALLURGY
    • C07ORGANIC CHEMISTRY
    • C07DHETEROCYCLIC COMPOUNDS
    • C07D401/00Heterocyclic compounds containing two or more hetero rings, having nitrogen atoms as the only ring hetero atoms, at least one ring being a six-membered ring with only one nitrogen atom
    • C07D401/02Heterocyclic compounds containing two or more hetero rings, having nitrogen atoms as the only ring hetero atoms, at least one ring being a six-membered ring with only one nitrogen atom containing two hetero rings
    • C07D401/04Heterocyclic compounds containing two or more hetero rings, having nitrogen atoms as the only ring hetero atoms, at least one ring being a six-membered ring with only one nitrogen atom containing two hetero rings directly linked by a ring-member-to-ring-member bond

Abstract

compostos derivados do ácido araquidônico substituídos com análogos de coxibes para tratamento de dor. a presente invenção descreve a obtenção de compostos derivados do ácido araquidônico substituídos com análogos de coxibes e seus sais par tratamento de dor. a invenção compreende ainda, composições farmacêuticas que contenham compostos derivados do ácido araquidônico substiuídos com análogos de coxibes, seus sais e excipientes farmaceuticamente aceitáveis para o tratamento de dor. os analgésicos compreendidos pela invenção podem ser utilizados isoladamente ou em associação com outros analgésicos, para alívio de dores de caráter leve, moderado ou severo

Description

CAMPO DA INVENÇÃO
A presente invenção descreve a obtenção de compostos derivados do ácido araquidônico substituídos com análogos de coxibes e seus sais para tratamento de dor. A invenção compreende ainda, composições farmacêuticas que contenham compostos derivados do ácido araquidônico substituídos com análogos de coxibes, seus sais e excipientes farmaceuticamente aceitáveis para o tratamento de dor.
Os analgésicos compreendidos pela invenção podem ser utilizados isoladamente ou em associação com outros analgésicos, para alívio de dores de caráter leve, moderado ou severo.
ESTADO DA TÉCNICA
Drogas antiinflamatórias não esteroidais tradicionais, cujo principal exemplo é a aspirina, constituem um dos grupos de medicamentos mais utilizados no mundo (Vane JR, Botting RM (1998). Mechanism of action of antiinflammatory drugs. Int J Tissue React. 20(1):3-15).
Entre elas, destacam-se no Brasil além da aspirina, o diclofenaco, o meloxicam, a indometacina, entre muitos outros. Tais medicamentos, que passaram a ser identificados pela sigla “AINES”, apresentam em geral, três propriedades farmacológicas comuns a cada uma delas: as propriedades antiinflamatória, analgésica e antipirética. A propriedade antiinflamatória inclui, por exemplo, a redução do inchaço; a analgesia está relacionada com o alívio da dor leve a moderada, em geral associada com inflamação, e a propriedade anti-térmica está relacionada com a redução da febre.
Embora sintetizada e lançada no mercado consumidor da Alemanha em 1897, o modo pelo qual a aspirina atua como medicamento antiinflamatório, analgésico e antipirético só começou a ser desvendado a partir da década de 70, cujo registro mais emblemático se encontra no trabalho publicado na revista Nature pelo Professor John Vane da Inglaterra, em 1971. (Vane JR (2000). The fight against rheumatism: from willow bark to COX-1 sparing drugs. Journal of
Physiology and Pharmacology 51(4): 573-586. Vane JR (1971). Inhibition of prostaglandin synthesis as a mechanism of action for aspirin like drugs. Nature New Biology 231: 232-235).
No trabalho supracitado, foi demonstrado que a aspirina inibia a síntese de prostaglandinas, um grupo de compostos formados endogenamente durante a inflamação, que hoje se sabe, constitui o principal responsável pelo aparecimento de inflamação e dor inflamatória. O alvo da ação da aspirina e de seus correlates farmacológicos no organismo compreende uma família de enzimas denominadas ciclooxigenases (COXs), presentes em praticamente todas as células do organismo, que transformam um componente da membrana celular, normalmente inativo, em substâncias com ampla atividade biológica, denominadas “prostaglandinas”. A aspirina e análogos, portanto, ao interagirem com as COXs, inibem a síntese de prostaglandinas, cuja conseqüência funcional varia de acordo com o tipo celular envolvido.
Diferentemente do que ocorre durante a inflamação, as prostaglandinas são sintetizadas continuamente no organismo em baixas concentrações, contribuindo para a manutenção da homeostase, especialmente no trato gastrointestinal, e nos rins. Também são produzidas pelas plaquetas, sendo chamadas nesse caso, tromboxanas. Quando ocorre lesão ou alteração celular, prostaglandinas passam a ser sintetizadas em quantidades cada vez maiores, dependendo do grau da lesão, levando ao aparecimento dos sinais e sintomas inflamatórios. Portanto, é o aumento de prostaglandinas no local da inflamação que vai ocasionar os efeitos deletérios associados a ela.
Em decorrência do modo de ação, a aspirina e seus análogos, ao serem utilizados para inibir a síntese de prostaglandinas na inflamação, provocam efeitos benéficos, aliviando a inflamação. Porém, esses efeitos benéficos são também acompanhados de efeitos desagradáveis relacionados com o estômago e os rins, por exemplo, sendo nesse caso, denominados efeitos colaterais ou adversos.
A partir da década de 90 no século passado, o conhecimento sobre o mecanismo de ação dos AINES começou a mudar, tendo sido demonstrado pela primeira vez que existia a possibilidade de se encontrarem diferentes tipos de ciclooxigenases nas diferentes células do organismo que, no entanto, produziam as mesmas prostaglandinas já conhecidas (Fu Ji-Yi, Masferrer JL, Seibert K, Raz A, Needleman P (1990). The induction and suppression of Prostaglandin H2 synthase (cyclooxygenase) in human monocytes. The Journal of Biological Chemistry 265(28): 16737-16740).
As ciclooxigenases (COXs) passaram a ser identificadas como 1 e 2, ou constitutiva e induzida, respectivamente, e se observou que o tipo 2 era a principal forma de COX presente nas células inflamadas, enquanto a COX 1 era encontrada em todas as células “normais”. Os farmacologistas logo deduziram que poderiam ser desenvolvidos medicamentos que só inibissem a COX 2, dessa forma não afetando a necessária síntese de prostaglandinas envolvidas na função normal do organismo, devida à COX 1.
Em seguida, foram sintetizados os primeiros medicamentos seletivos para a COX 2, cujo grupo foi denominado “coxibes” (da sigla inglesa: selective cyclooxygenase 2 inhibitors) que foram introduzidos rapidamente no mercado mundial, a partir de 1999, incluindo o Brasil (Penning, T.B.; Talley, J.J.; Bertenshaw, S.R.; Carter, J.S.; Collins, P.W.; Docter, S.; Graneto, M.J.; Lee, L.F.; Malecha, J.W.; Miyashiro, J.M.; Rogers, R.S.; Rogier, D.J.; Yu, S.S.; Anderson, G.D.; Burton, E.G.; Cogburn, J.N.; Gregory, S.A.; Koboldt, C.M.; Perkins, W.E.; Seibert, K.; Veenhuizen, A.W.; Zhang, Y.Y.; Isakson, P.C. 1997. Synthesis and biological evaluation of the 1,5-Diarylpyrazole class of cyclooxygenase-2 inhibitors: identification of 4-[5- (4-Methylphenyl)-3- (trifluoromethyl)- 1H-pyrazol-1-y1] benzenesulfonamide (SC-58635, Celecoxib). J. Med. Chem., 40: 1347-1365,; Chan C-C, Boyce S, Brideau C, Charleson S, Cromlish W, Ethier D, Evans J, Ford-Hutchinson AW, Forrest MJ, Gauthier JY, Gordon R, Gresser M, Guay D, Kargman S, Kennedy B, Leblanc Y, Leger S, Mancini J, O'Neill GP, Ouellet M, Patrick D, Percival MD, Perrier H, Prasit P, Rodger I, Tagari P, Therien M, Vickers P, Visco D, Wang Z, Webb J, Wong E, Xu L-J, Young RN, Zamboni R, Riendeau D, 1999. Rofecoxib [Vioxx, MK-0966; 4-(4'-Methylsulfonylphenyl)-3-phenyl-2-(5H)-furanone]: a potent and orally active cyclooxygenase-2 inhibitor. Pharmacological and Biochemical profiles. Journal of Pharmacology and Experimental Therapeutics 290: 551-560).
Os primeiros inibidores seletivos de COX 2 comercializados foram o celecoxibe e o rofecoxibe, liberados pelo FDA (Food and Drug Administration) para uso no tratamento crônico da artrite reumatóide e osteoartrite. Esses compostos constituíram sucesso de vendas, sendo seguidos no Brasil pelo etoricoxibe, valdecoxibe, e mais recentemente, o lumiracoxibe, este último tendo sido introduzido em 2005. (Shi S, Klotz U. (2008). Clinical use and pharmacological properties of selective COX-2 inhibitors. Eur. J. Clin. Pharmacol 64(3): 233-252). Outros coxibes para uso veterinário também foram desenvolvidos.
Porém, o FDA nos Estados Unidos e a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), no Brasil, proibiram a venda do rofecoxibe e do valdecoxibe (FUNK, C.D.; FITZGERALD, G.A. COX-2 inhibitors and cardiovascular risk. J. Cardiovasc. Pharmacol. 50:470-479, 2007).
A retirada destes fármacos do mercado deveu-se principalmente ao risco de doenças cardiovasculares, como infarto cardíaco e morte repentina (DIEPPE, P.A. et al. Lessons from the withdrawal of rofecoxib. Br. Med. J. 329:867-8, 2004. SARAIVA, J.F.K. COX-2 Risco Cardiovascular: efeito molécula ou classe dependente? Phaoenix Comunicação Integrada, São Paulo: 1-5, 2007).
Francischi et al (2002) demonstraram que os compostos celecoxibe e rofecoxibe se mostraram excelentes analgésicos em um modelo padrão de inflamação e dor inflamatória, o modelo da carragenina injetada na pata de ratos. Nesse trabalho observou-se que os referidos compostos apresentaram atividade analgésica na mesma faixa de doses utilizadas em humanos, um comportamento peculiar para drogas que pertencem tradicionalmente ao grupo da aspirina, que em geral, requerem maiores doses nesse tipo de animal, considerando-se o mesmo modelo experimental. Também se observou que em comparação com os AINES tradicionais utilizados para estudo do efeito analgésico, no caso a indometacina e o piroxicam, o alívio da dor foi maior com os coxibes testados, o que se denominou “hipoalgesia” no citado trabalho. Além disso, somente nas maiores doses utilizadas é que o efeito antiinflamatório aparecia. (Francischi JN, Chaves CT, Moura ACL, Lima AS,
Rocha OA, Ferreira-Alves DL, Bakhle YS (2002). Selective inhibitors of cyclo- oxygenase-2 (COX-2) induce hypoalgesia in a rat paw model of inflammation. Br J Pharmacol 137: 837-844).
Posteriormente França et al. (2006) demonstraram que um inibidor seletivo de COX 1 (o composto (SC560) não causava hipoalgesia, e que um antagonista opióide, impedia o desenvolvimento de hipoalgesia induzida por três coxibes utilizados (o celecoxibe, o rofecoxibe, e o composto experimental SC236). Além disso, animais tolerantes à morfina também não apresentavam hipoalgesia, se tratados também com o celecoxibe (França DS, Ferreira-Alves DL, Duarte ID, Ribeiro MC, Rezende RM, Bakhle YS, Francischi JN (2006). Endogenous opioids mediate the hypoalgesia induced by inhibitors of cyclooxygenase-2 in rat paws treated with carrageenan. Neuropharmacology 51: 37-43).
Em conjunto, esses resultados sugeriram que a analgesia eficiente associada com o uso de coxibes se devia a liberação de opióides endógenos.
Mais recentemente, mostrou-se que antagonistas opióides utilizados periférica ou centralmente em ratos, bloquearam a hipoalgesia ao celecoxibe, conforme descrito nos trabalhos indicados a seguir (Correa, JD; Paiva-Lima, P.; Rezende, RM; Dos Reis, WP; Ferreira-Alves, DL; Bakhle, YS; Francischi, JN. Peripheral mu-, kappa- and delta-opioid receptors mediate the hypoalgesic effect of celecoxib in a rat model of thermal hyperalgesia Life Sci. 2010, 86:951- 956); (Rezende, RM. Um novo mecanismo de ação para explicar as ações analgésicas centrais do celecoxibe: envolvimento dos sistemas opióide e canabinóide endógenos. 2010. Tese defendida junto ao curso de pós- graduação em ciências biológicas: fisiologia e farmacologia. ICB/UFMG, Belo Horizonte, MG).
Dados da literatura vêm mostrando que a ativação de receptores canabinóides leva à síntese e liberação de opióides endógenos (Corchero J, Avila MA, Fuentes JA, Manzaneres J, 1997. Delta 9-tetrahydrocannabinol increases prodynorphin and proenkephalin gene expression in the spinal cord of the rat. Life Sciences 61: L39-L43). Ibrahim et al. (2005) demonstraram a liberação de beta-endorfina por queratinócitos da pele de ratos após a ativação de receptores CB2 (agonista canabinóide) na pata de ratos (Ibrahim MM, Porreca F, Lai J, Albrecht PJ, Rice FL, Khodorova A, Davar G, Makriyannis A, Vanderah TW, Mata HP, Malan TP Jr, 2005. CB2 cannabinoid receptor activation produces antinociception by stimulating peripheral release of endogenous opioids. Proc Natl Acad Sci 102(8): 3093-3098).
Adicionalmente, foi administrado no sistema nervoso central de ratos, um inibidor da enzima FAAH (Fatty Acid Hydrolase), que está envolvida com o metabolismo dos canabinóides endógenos (Cravatt BF, Gianq DK, Mayfield SP, Boger DL, Lerner RA, Gilula NB, 1996. Molecular characterization of an enzyme that degrades neuromodulatory fatty-acid amides. Nature 384(6604): 83-87). Esse mesmo inibidor, o URB597, administrado subcutaneamente % h antes do celecoxibe, preveniu de maneira dose-dependente o aparecimento de hipoalgesia (Rezende, RM. Um novo mecanismo de ação para explicar as ações analgésicas centrais do celecoxibe: envolvimento dos sistemas opióide e canabinóide endógenos. 2010. Tese defendida junto ao curso de pós- graduação em ciências biológicas: fisiologia e farmacologia. ICB/UFMG, Belo Horizonte, MG).
Uma forma de verificar se haveria um componente inibidor de COX 2 importante para a ação hipoalgésica do celecoxibe, foi utilizado o OSU03012, um análogo químico, desprovido de atividade inibitória sobre COX 2 (JOHNSON, A.J.; SMITH, L.L.; ZHU, J. et al. A novel celecoxib derivative, OSU03012, induces cytotoxicity in primary CLL cells and transformed B-cell lymophoma cell line via a caspase- and Bcl-2-independent mechanism. Blood v. 105 n.6. p. 2504-2509., 2005; ZHU, J. et al. From the Cyclooxygenase - 2 Inhibitor Celecoxib to a Novel Class of 3-Phosphoinositide-Dependent Protein Kinase-1 Inhibitors. Cancer Research, v. 64. p. 4309 - 4318. Jun, 2004; KUCAB, J.E. et al. Celecoxib analogues disrupt Akt signaling, which is commonly actived in primary breast tumours. Breast Cancer Research, v. 7. n. 5. p. 796 - 807. 2005).
De fato, o OSU03012 injetado tanto central quanto perifericamente causou hipoalgesia semelhante à observada após a administração do celecoxibe, o que funcionou como importante evidência de que a inibição de
COX 2 não contribui, especificamente, para o efeito hipoalgésico observado após sua administração.
O pedido de patente PI 0802850-8 relata o uso do composto OSU 03012 e seus derivados para o tratamento de condições dolorosas em mamíferos (uso humano e veterinário), e suporta o argumento de que o mecanismo hipoalgésico dos coxibes não envolve a inibição de COX-2.
As patentes US5760068, US5466823, US5563165 descrevem classes de compostos pirazolil benzeno sulfonamidas, ou sais farmaceuticamente aceitáveis dos mesmos para uso no tratamento de inflamação e desordens relacionadas. A patente EP0418845 descreve novos derivados pirazóis e seus sais farmaceuticamente aceitáveis com atividade antiinflamatória, analgésica e antitrombótica.
Entretanto, nenhuma das patentes supracitadas descrevem os derivados de coxibes abordados neste pedido, bem como o seu uso como analgésico.
Mesmo que efeitos indesejáveis a determinados medicamentos sejam raros, ainda assim é importante a manutenção da pesquisa científica de novas classes de medicamentos que visem tratar pacientes que sentem dor, como exemplificado pelo caso dos pacientes que se tornam tolerantes ao analgésico morfina. Sendo assim, para os portadores de patologias crônicas dolorosas uma alternativa de tratamento pode significar melhoria da qualidade de vida e consequente redução da ocorrência de co-morbidades.
Os derivados de coxibes abordados nesse pedido podem ser utilizados isoladamente ou em associação com outros analgésicos no tratamento da dor de caráter leve, moderado ou severo, em que outros analgésicos, de eficácia comprovada, não surtiram o efeito desejado.
DESCRIÇÃO DETALHADA DA TECNOLOGIA
A presente invenção descreve a obtenção de compostos derivados do ácido araquidônico substituídos com análogos de coxibes e seus sais para tratamento de dor, apresentando a seguinte fórmula estrutural:
Figure img0001
onde R é selecionado do grupo compreendendo:
Figure img0002
A invenção compreende ainda, composições farmacêuticas que contenham compostos derivados do ácido araquidônico substituídos com io análogos de coxibes, seus sais e excipientes farmaceuticamente aceitáveis para o tratamento de dor.
Os analgésicos compreendidos pela invenção podem ser utilizados isoladamente ou em associação com outros analgésicos, para alívio de dores de caráter leve, moderado ou severo.
As composições padrões podem ser líquidas, sólidas ou semi-sólidas. Sendo que as preparações líquidas podem se apresentar na forma de solução, xarope, elixir, suspensão, emulsão, tintura ou enema. As semi-sólidas na forma de géis, pomadas, cremes ou pastas e as sólidas na forma de cápsulas, comprimidos, drágeas ou pastilhas.
Exemplos de excipientes incluem metilcelulose, hidroxipropilcelulose, hidroxoetilcelulose, carboximetilcelulose, polímeros derivados do ácido acrílico e metacrílico, polietilenoglicóis, vaselina sólida, parafina sólida, lanolina, óleos vegetais, óleo mineral, álcool cetílico, álcool esterílico, álcool cetoestearilico, monoestearato de glicerila, cera de ésteres cetílicos, cera autoemulsificante não iônica e aniônica e laurilsulfato de sódio, para formas farmacêuticas semi- sólidas.
Aglutinantes, desintegrantes, diluentes, lubrificantes, tensoativos, como celulose, lactose, amido, manitol, estearato de magnésio, talco, dióxido de silício coloidal, óxido de magnésio e caulim, para preparações sólidas.
Para formas farmacêuticas líquidas podem ser utilizados solubilizantes e tensoativos, tais como glicerina, propilenoglicol e sacarose.
Os excipientes também podem conter quantidades menores de aditivos como substâncias que aumentam a isotonicidade e estabilidade química de conservantes, quelantes e estabilizantes. Exemplos dessas substancias incluem tampão fosfato, tampão bicarbonato e tampão Tris, timerosal, m- ou o- cresol, formalina, álcool benzílico, parabenos, EDTA, BHA, BHT; além de edulcorantes, corantes e aromatizantes.
Essas composições podem ser administradas via intramuscular, intravenosa, tópica, oral, inalatória ou como dispositivos que possam ser implantados ou injetados.
A presente invenção pode ser mais bem entendida através dos seguintes exemplos, não limitantes de tecnologia:
EXEMPLO 1: SÍNTESE DO ARAQUIDONOIL-CELECOXIBE (AACX)
Diante dos dados disponíveis na literatura, postulou-se que o celecoxibe precisaria gerar um metabólito endógeno com a participação da FAAH, que seria o responsável final pela ativação dos receptores canabinóides, culminando com a liberação de beta-endorfina no local da inflamação. Embora a FAAH metabolize a anandamida, quando os reagentes (no caso, o celecoxibe e o ácido araquidônico) se encontram em maiores concentrações que o produto, a FAAH pode agir de forma inversa, isto é, sintetizar o produto (Deutsch DG; Ueda N; Yamamoto S. The fatty acid amide hydrolase (FAAH). 2002 Prostaglandins Leukot Essent Fatty Acids; 66(2-3): 201-10.). Dessa forma, o celecoxibe administrado pela via icv (intracerebroventricular) e o outro reagente, o ácido araquidônico (AA) teria suas concentrações aumentadas no SNC devido ao processo inflamatório induzido pela carragenina. Assim, ambos compostos, o celecoxibe e o AA, poderiam se conjugar pela ação da FAAH, formando um novo produto capaz de ativar os receptores canabinóides, à similaridade ao que acontece após a síntese endógena da anandamida. Baseando-se na molécula dos canabinóides endógenos anandamida e 2- araquidonoil-glicerol, que são formados pela combinação do ácido araquidônico (AA) com a etanolamina ou glicerol, respectivamente, foi sintetizado o araquidonoil-celecoxibe (Figura 1). Admitiu-se, portanto, que esse metabólito seria o responsável pelos efeitos antinociceptivos do celecoxibe através de ação agonista sobre o sistema canabinoidérgico, culminando no desenvolvimento de hipoalgesia.
Para a síntese do composto araquidonoil celecoxibe foram adicionados em um sistema isento de umidade (balão acoplado a um tubo de cloreto de cálcio e sob agitação magnética, 100 mg ( 0,25 mmol) de celecoxibe, e 20 ml_ de acetona anidra. Em seguida, foi adicionada a solução obtida pela mistura de 100 mg (0,33 mmol) de ácido araquidônico e 68 mg de dicicloexilcarbodiimida (0,33 mmol) em 20 ml_ de acetona anidra. A agitação magnética foi mantida por 10 horas. O acompanhamento da reação foi feito por intermédio CCD (eluente: hexano/acetato de etila 7:3 v/v; reveladores: iodo e solução etanólica de ácido sulfúrico a 15 % p/v, seguido de aquecimento em estufa). O solvente foi eliminado em evaporador rotatório. Ao resíduo obtido, adicionou-se acetona, o que levou à formação de um precipitado. Filtrou-se e o filtrado foi concentrado em evaporador rotatório, levando novamente à obtenção de um resíduo, que foi purificado por intermédio de CCS. O produto foi eluído com hexano/acetato de etila 7:3, obtendo-se 100 mg (0,15 mmol) de um óleo viscoso.
O produto foi caracterizado pelos espectros no IV (Figura 2) e de ressonância magnética nuclear de hidrogênio (1H) (Figura 3) e de carbono treze (13C) (Figura 4).
No espectro no Infravermelho do derivado araquidonoilcoxibe observam-se as bandas características tanto da molécula do celecoxibe quanto do ácido araquidônico. Além destas, é possível observar uma banda característica do estiramento NH do grupo sulfonamida ligado ao grupo carbonila do ácido araquidônico. No espectro de RMN 13C e 1H é possível observar a existência dos sinais de carbono e hidrogénios característicos dos grupos araquidonoila e celecoxibe. Além destes, observa-se um deslocamento paramagnético do carbono carbonílico e do hidrogênio sulfonamidico dos grupos araquidonoila e benzenossulfonamida, respectivamente.
EXEMPLO 2: ATIVIDADE ANALGÉSICA
Teste 1: Modelo de hiperalgesia induzida pela carragenina em ratos
A hipoalgesia induzida pelo AACX foi mensurada após administração intracerebroventricular (icv) e intraplantar (ipl) em ratos injetados com carragenina. (Di Rosa, M. (1972). Biological properties of the carrageenan. J. Pharm. Pharmac. 24: 89-102.Vinegar R, Truax JF, Selph JL, Johnston PR, Venable AL, McKenzie KK (1987). Pathway to carrageenan-induced inflammation in the hind limb of the rat. Fed. Proc. 46:118-126).
Araquidonoil-celecoxibe (AACX; 5,5, 11, 22 e 44 μg icv ou 50, 80, 100 e 300 μg ipl) foi administrado 30 min (icv) ou 5 min (ipl) antes da injeção de carragenina (CG, 250 μg/pata) na pata de ratos. A pata contralateral recebeu apenas salina fisiológica estéril (SAL). O composto araquidonoil-celecoxibe (AACX, figura 1), induziu hipoalgesia tanto quando administrado por via icv (Figuras 5a e 5b) quanto por via intraplantar (Figuras 5c e 5d ).
Foi avaliado o efeito de antagonistas seletivos dos receptores canabinóides CB1 (AM 251) e CB2 (SR 144528) e da naltrexona (antagonista não seletivo dos receptores opióides) sobre a hipoalgesia induzida pelo AACX (Araquidonoil-celecoxibe) administrado centralmente. Os antagonistas seletivos dos receptores canabinóides (10 μg) foram administrados icv 30 min antes do araquidonoil-celecoxibe (AACX; 22 μg). Carragenina (CG, 250 μg/pata) foi injetada por via intraplantar 30 min após o composto. A pata contralateral recebeu apenas salina fisiológica estéril (SAL) (Figuras 6a, 6b, 7a e 7b).
Naltrexona (4 μg) foi administrada icv 30 min antes do araquidonoil- celecoxibe (AACX; 22 μg). Carragenina (CG, 250 μg/pata) foi injetada por via intraplantar Vi h após o composto. A pata contralateral recebeu apenas salina fisiológica estéril (SAL) (Figuras 8a e 8b).
Através da análise das figuras 6 (a e b), 7(a e b) e 8 (a e b) observou-se que o efeito hipoalgésico produzido pelo AACX administrado centralmente foi prevenido pelo antagonista CB1 (AM 251).
A figura 9 revela que os antagonistas de receptores CB2 (SR 144528) e de receptores opióides (naltrexona) reverteram totalmente a hipoalgesia induzida perifericamente pelo araquidonoil-celecoxibe. A figura 10 mostra, através da área imuno-histoquimicamente marcada para beta-endorfina, o efeito do araquidonoil-celecoxibe sobre a presença deste opióide no epitélio da pele retirada do sítio de inflamação. Este método evidenciou que a administração local de carragenina causou aumento da síntese de beta- endorfina no epitélio adjacente e que, o AACX, injetado intraplantarmente, causou liberação aguda (redução da imunomarcação no epitélio da pele da pata) de beta-endorfina no local.
BREVE DESCRIÇÃO DAS FIGURAS
Figura 1: Estrutura do araquidonoil-celecoxibe.Figura 2: Espectro do composto araquidonoil-celecoxibe no IVFigura 3: Espectro de ressonância magnética nuclear de hidrogênio (1H) do composto araquidonoil-celecoxibeFigura 4: Espectro de ressonância magnética de carbono treze (13C) do composto araquidonoil-celecoxibeFigura 5: A: Hipoalgesia induzida pelo AACX (araquidonoil-celecoxibe)administrado por via icv em ratos. Medida realizada na pata direita dos animais.Figura 6: B: Hipoalgesia induzida pelo AACX (araquidonoil-celecoxibe)administrado por via icv em ratos. Medida realizada na pata esquerda dos animais. Figura 5 C: Hipoalgesia induzida pelo AACX (araquidonoil-celecoxibe) após administração intraplantar, diferença entre os valores obtidos na pata direita e esquerda de ratos.Figura 5 D: Hipoalgesia induzida pelo AACX (araquidonoil-celecoxibe) após administração intraplantar na pata esquerda de ratos.Figura 6 A: Efeito do AM 251 sobre a hipoalgesia induzida após administração icv do AACX (araquidonoil-celecoxibe). Medida realizada na pata direita.Figura 6 B: Efeito do AM 251 sobre a hipoalgesia induzida após administração icv do AACX (araquidonoil-celecoxibe). Medida realizada na pata esquerda.Figura 7 A: Efeito do SR 144528 sobre a hipoalgesia induzida após administração icv do AACX (araquidonoil-celecoxibe). Medida realizada na pata direita.Figura 7 B: Efeito do SR 144528 sobre a hipoalgesia induzida após administração icv do AACX (araquidonoil-celecoxibe). Medida realizada na pata esquerda.Figura 8: Efeito da naltrexona sobre a hipoalgesia induzida pelo AACX (araquidonoil-celecoxibe) após administração icv em ratos. (A e B)Figura 9: Efeito do SR 144528 e da naltrexona sobre a hipoalgesia induzida pelo AACX (araquidonoil-celecoxibe; 100 μg) após administração i.pl em ratos (variação entre as patas).Figura 10: Evidência de liberação de β-endorfina pelo epitélio da pele das patas de ratos tratados, intraplantarmente, com araquidonoil-celecoxibe (AACX; 100 μg/50 μl). A reversão deste efeito pelo antagonista de receptor canabinóide CB2 (SR; 50 μg/50 μl) também é apresentada.

Claims (5)

1. COMPOSTOS DERIVADOS DO ÁCIDO ARAQUIDÔNICO, caracterizados por serem substituídos com análogos de coxibes e apresentarem a seguinte formula estrutural:
Figure img0003
onde R é selecionado do grupo compreendendo:
Figure img0004
2. PROCESSO DE OBTENÇÃO DE COMPOSTOS DERIVADOS DO ÁCIDO ARAQUIDÔNICO, definidos na reivindicação 1, caracterizado pela substituição com análogos de coxibes, através das seguintes etapas:. .. ~ a. Adição em sistema isento de umidade de 70 a 150 mg de coxibe dissolvidos em 20mL de acetona anidra e de 70 a 150 mg de ácido araquidônico e 40 a 80mg de dicicloexilcarbodiimida dissolvidos em 20mL de acetona anidra;b. Agitação magnética por 10 horas;c. Eliminação do solvente e adição de acetona; d. Filtração do precipitado formado;e. Concentração do filtrado resultante;f. Purificação do concentrado através de métodos cromatográficos.
3. COMPOSIÇÃO FARMACÊUTICA, caracterizada porcompreender os derivados de coxibes com a seguinte fórmula estrutural:
Figure img0005
onde R é selecionado do grupo compreendendo:
Figure img0006
e no mínimo um excipiente ou adjuvante farmacêutico e fisiologicamente aceitável.
4. COMPOSIÇÃO FARMACÊUTICA, de acordo com a reivindicação 3, caracterizada pelos derivados de coxibes serem utilizados isoladamente ou em associação com outros analgésicos. ,
5. USO DOS COMPOSTOS DERIVADOS DO ÁCIDOARAQUIDÔNICO definidos na reivindicação 1, caracterizado por ser na preparação de medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios.
BRPI1003050-6A 2010-08-04 2010-08-04 Compostos derivados do ácido araquidônico substituídos com análogos de coxibes para tratamento de dor BRPI1003050B1 (pt)

Priority Applications (2)

Application Number Priority Date Filing Date Title
BRPI1003050-6A BRPI1003050B1 (pt) 2010-08-04 2010-08-04 Compostos derivados do ácido araquidônico substituídos com análogos de coxibes para tratamento de dor
PCT/BR2011/000275 WO2012016314A1 (pt) 2010-08-04 2011-08-04 Compostos derivados do ácido araquidônico substituídos com análogos de coxibes para tratamento de dor

Applications Claiming Priority (1)

Application Number Priority Date Filing Date Title
BRPI1003050-6A BRPI1003050B1 (pt) 2010-08-04 2010-08-04 Compostos derivados do ácido araquidônico substituídos com análogos de coxibes para tratamento de dor

Publications (2)

Publication Number Publication Date
BRPI1003050A2 BRPI1003050A2 (pt) 2014-03-25
BRPI1003050B1 true BRPI1003050B1 (pt) 2021-05-25

Family

ID=45558870

Family Applications (1)

Application Number Title Priority Date Filing Date
BRPI1003050-6A BRPI1003050B1 (pt) 2010-08-04 2010-08-04 Compostos derivados do ácido araquidônico substituídos com análogos de coxibes para tratamento de dor

Country Status (2)

Country Link
BR (1) BRPI1003050B1 (pt)
WO (1) WO2012016314A1 (pt)

Families Citing this family (1)

* Cited by examiner, † Cited by third party
Publication number Priority date Publication date Assignee Title
US9562015B2 (en) 2011-11-17 2017-02-07 The Regents Of The University Of Colorado, A Body Methods and compositions for enhanced drug delivery to the eye and extended delivery formulations

Family Cites Families (4)

* Cited by examiner, † Cited by third party
Publication number Priority date Publication date Assignee Title
US7161016B1 (en) * 1998-11-24 2007-01-09 University Of Connecticut Cannabimimetic lipid amides as useful medications
US20040122089A1 (en) * 2001-06-20 2004-06-24 Martin Billy R. Novel eicosanoid analgesics
US20040092566A1 (en) * 2002-11-12 2004-05-13 Graneto Matthew J. Celecoxib prodrug
US20070105940A1 (en) * 2005-10-19 2007-05-10 Allergan, Inc. Method for treating pain

Also Published As

Publication number Publication date
WO2012016314A9 (pt) 2012-03-22
BRPI1003050A2 (pt) 2014-03-25
WO2012016314A1 (pt) 2012-02-09

Similar Documents

Publication Publication Date Title
Ornelas et al. Beyond COX-1: the effects of aspirin on platelet biology and potential mechanisms of chemoprevention
Leone et al. Dual acting anti-inflammatory drugs
Li et al. Anti-inflammatory and gastrointestinal effects of a novel diclofenac derivative
Gilron et al. Cyclooxygenase-2 inhibitors in postoperative pain management: current evidence and future directions
Botting Cyclooxygenase: past, present and future. A tribute to John R. Vane (1927–2004)
Simon Role and regulation of cyclooxygenase-2 during inflammation
Ruud et al. Acetaminophen reduces lipopolysaccharide-induced fever by inhibiting cyclooxygenase-2
Lees et al. Pharmacology and therapeutics of nonsteroidal antiinflammatory drugs in the dog and cat: 1 General pharmacology
Padi et al. Pharmacological profile of parecoxib: a novel, potent injectable selective cyclooxygenase-2 inhibitor
Kourounakis et al. Reduction of gastrointestinal toxicity of NSAIDs via molecular modifications leading to antioxidant anti-inflammatory drugs
Sałaga et al. Inhibition of fatty acid amide hydrolase (FAAH) as a novel therapeutic strategy in the treatment of pain and inflammatory diseases in the gastrointestinal tract
US5968974A (en) Method of treating colonic adenomas
RU2204388C2 (ru) ИБУПРОФЕНОВЫЙ ТИОЭФИР В КАЧЕСТВЕ ИНГИБИТОРА, ЗАВИСЯЩЕГО ОТ Nf-kB ОБРАЗОВАНИЯ МЕДИАТОРОВ ВОСПАЛЕНИЯ И БОЛИ
Slivicki et al. Brain permeant and impermeant inhibitors of fatty-acid amide hydrolase suppress the development and maintenance of paclitaxel-induced neuropathic pain without producing tolerance or physical dependence in vivo and synergize with paclitaxel to reduce tumor cell line viability in vitro
KR100454624B1 (ko) 결장선종의예방또는치료용약제학적조성물
Geisslinger et al. New insights into the site and mode of antinociceptive action of flurbiprofen enantiomers
Moreau et al. Superiority of the gastroduodenal safety profile of licofelone over rofecoxib, a COX‐2 selective inhibitor, in dogs
JP2023113705A (ja) 細胞寿命及び健康寿命を延長するための反応性γ-ケトアルデヒドのスカベンジャーの使用
Abdu-Allah et al. Conjugation of 4-aminosalicylate with thiazolinones afforded non-cytotoxic potent in vitro and in vivo anti-inflammatory hybrids
Ushiyama et al. Preclinical pharmacology profile of CS-706, a novel cyclooxygenase-2 selective inhibitor, with potent antinociceptive and anti-inflammatory effects
Innes et al. Use of non‐steroidal anti‐inflammatory drugs for the treatment of canine osteoarthritis
BRPI1003050B1 (pt) Compostos derivados do ácido araquidônico substituídos com análogos de coxibes para tratamento de dor
WO2006042387A1 (en) Drugs derived from diclofenac containing no-donor heterocycles, composition and method of inflammation treatment
CN100588395C (zh) 含有环氧化酶-2抑制剂的止痛和抗炎药物
Rostevanov et al. Inhibition of cyclooxygenase-1 does not reduce mortality in post-ischemic stroke rats

Legal Events

Date Code Title Description
B03A Publication of a patent application or of a certificate of addition of invention [chapter 3.1 patent gazette]
B07D Technical examination (opinion) related to article 229 of industrial property law [chapter 7.4 patent gazette]

Free format text: DE ACORDO COM O ARTIGO 229-C DA LEI NO 10196/2001, QUE MODIFICOU A LEI NO 9279/96, A CONCESSAO DA PATENTE ESTA CONDICIONADA A ANUENCIA PREVIA DA ANVISA. CONSIDERANDO A APROVACAO DOS TERMOS DO PARECER NO 337/PGF/EA/2010, BEM COMO A PORTARIA INTERMINISTERIAL NO 1065 DE 24/05/2012, ENCAMINHA-SE O PRESENTE PEDIDO PARA AS PROVIDENCIAS CABIVEIS.

B07E Notice of approval relating to section 229 industrial property law [chapter 7.5 patent gazette]
B06T Formal requirements before examination [chapter 6.20 patent gazette]
B06A Notification to applicant to reply to the report for non-patentability or inadequacy of the application [chapter 6.1 patent gazette]
B09A Decision: intention to grant [chapter 9.1 patent gazette]
B16A Patent or certificate of addition of invention granted

Free format text: PRAZO DE VALIDADE: 20 (VINTE) ANOS CONTADOS A PARTIR DE 04/08/2010, OBSERVADAS AS CONDICOES LEGAIS. PATENTE CONCEDIDA CONFORME ADI 5.529/DF