BRPI1000439A2 - cápsula para acondicionamentos de artefatos compostos - Google Patents

Abstract

CáPSULA PARA ACONDICIONAMENTOS DE ARTEFATOS COMPOSTOS. A presente patente de privilégio de invenção consiste num tipo específico de bloco estrutural para a construção civil e outros fins apresentando como novidade a estruturação de edificações sem o emprego de tijolos convencionais, placas de concreto e argamassa usada na aplicação do emboço e reboco trazendo como foco principal a absorção de CO2 da atmosfera e reciclagem de materiais poliméricos transformando esses agressores do meio ambiente em alternativas habitacionais, compreendendo um bloco estrutural (1) produzido em polímero combinado com retardador de chama, constituído por uma parede externa (2), paredes internas (3) em posições diagonais e transversais que cruzadas resultam em células (4) preenchidas por compostos moldáveis (7), alojamentos circulares (5) que transpassam a secção do bloco e acondicionam buchas em metal (6) que possibilitam a passagem de vergalhões (8) até atingirem a viga inferior (9) para fixação.

Description

"CÁPSULA PARA ACONDICIONAMENTOS DE ARTEFATOS COMPOSTOS"

O pedido de patente de privilégio de invenção PI0900418-1 será considerado como prioridade interna do relatório que prossegue, consistindo num tipo específico de cápsula ou bloco para a construção civil que reduz expressivamente o uso de cimento e elimina a aplicação de emboço e reboco nas paredes, além de beneficiar o meio ambiente com a absorção de C02 e o reaproveitamento de polímeros recicláveis.

O cimento é o principal material usado como aglomerante e o tijolo convencional é considerado um dos principais materiais construtivos, ambos amplamente usados na construção civil, seja em empreendimentos populares ou de alto padrão.

Atualmente, as usinas de cimento são responsáveis por cerca de 5 a 7% das emissões globais de gás carbônico, o principal causador do aquecimento global. O cimento não conta com qualquer potencial viável para reciclagem; cada nova estrada, cada novo edifício, precisa de cimento novo, portanto, fazer cimento significa produzir poluição com emissões de dióxido de carbono. O cimento libera grandes quantidades de dióxido de carbono na reação química empregada para sua obtenção. O restante deste gás é produzido pela queima dos combustíveis utilizados em sua produção. Quanto aos tijolos, o seu cozimento também colabora para a poluição do ambiente além do consumo demasiado de energia elétrica em seus fornos. Algumas olarias utilizam ainda lenha como fonte combustível, cooperando além disso com o desmatamento.

Se reunidos os processos de obtenção de ambos os produtos, os prejuízos gerados são voltados principalmente ao meio ambiente e ao clima do planeta cujo aumento da emissão de dióxido de carbono na atmosfera automaticamente consolida o tão repercutido aquecimento global.

A proposta descrita a seguir define um tipo específico de disposição para aplicações diversas destacando a construção civil e desenvolvimento de móveis planejados, apresentando como novidade a estruturação de edificações sem o emprego de tijolos convencionais, placas de concreto e argamassa usada na aplicação do emboço e reboco trazendo como foco principal a absorção de C02 da atmosfera e reciclagem de materiais poliméricos, transformando esses agressores do meio ambiente em alternativas habitacionais.

Para melhor definição, a proposta apresenta a relação das seguintes ilustrações;

Figura 1, vista em perspectiva de um bloco demonstrando a cápsula e suas divisões com destaque à bucha de sustentação em metal e aos artefatos acondicionados nas divisões;

Figura 2, vista em perspectiva em corte do bloco destacando as buchas em metal que fornecem sua sustentação e fixação;

Figura 3, vista em perspectiva representando uma parede montada e estabilizada por vergalhões inseridos nas buchas dos blocos e fixados na viga inferior em concreto;

A referida cápsula ou bloco estrutural (1) (figuras 1 e 2) é produzida por meio da combinação de polímero com retardador de chama ou material similar 100% reciclável, constituída de uma parede externa (2) configurando todo o perímetro externo do bloco, paredes internas (3) em posições diagonais e transversais que cruzadas resultam em células (4), sendo determinadas paredes constituídas de alojamentos circulares (5) que transpassam a referida seção do bloco e acondicionam buchas em metal (6). Os espaços denominados células (4) são preenchidos com compostos moldáveis (7) responsáveis por proporcionar rigidez e maior resistência ao bloco.

Esses compostos moldáveis (7) são obtidos através de aglomerante, preferencialmente o gesso ou carbonato de cálcio, dispensando o emprego de cimento convencional.

Para adquirir características similares ao do cimento, os artefatos que utilizam opcionalmente o carbonato de cálcio passam anteriormente pelo processo de obtenção do mesmo através da aplicação de óxido de cálcio (cal virgem), água e areia em cada célula (4) do bloco (1), onde inicialmente o óxido em reação com a água libera C02 e produz o composto hidróxido de cálcio (cal extinta). Nesse primeiro contato do óxido com a água até as primeiras 24 horas de reação, os blocos são cobertos por uma espécie de cuba em formato de meia lua para que o dióxido de carbono liberado não se dissipe no ambiente e seja reaproveitado posteriormente na segunda etapa de reação do hidróxido de cálcio com o C02 aprisionado, dando início à formação do carbonato de cálcio. Após passadas 24 horas, as cubas são retiradas e os blocos permanecem em contato direto com o ar atmosférico, prosseguindo com a absorção do dióxido de carbono presente no ar dando continuidade à concepção do carbonato de cálcio até abranger a dureza desejada. O próprio bloco estrutural atua como molde e proteção para os artefatos, fornecendo mais resistência à pressão e maior deformação elástica às peças.

No caso do gesso como opção de preenchimento dos blocos, o processo de cura é convencional, respeitando o período recomendado e sua resistência torna-se similar devido à proteção externa que o bloco estrutural (1) fornece.

Outra vantagem da tecnologia proposta é a isenção de reboco e acabamento motivado pela superfície plana e lisa dos blocos, utilizando o cimento apenas nos pisos, vigas e colunas. Pode ser aplicado entre os blocos um tipo de rejunte constituído por resina epóxi com catalisador e mais um terceiro produto a base de aluminado ou pó de alumínio catalítico que reage quimicamente com o dióxido de carbono atmosférico e forma uma cola de resina epóxi com camada de carbonato cíclico.

Para fornecer maior rigidez, sustentação e resistência às paredes, são transpostos vergalhões (8) (figura 3) por entre as buchas em metal vinculadas aos blocos estruturais até atingirem a viga inferior (9) na qual são fixados. Após montada a parede sobre as vigas e transpostos os vergalhões, são feitas cintas superiores e colunas convencionais, finalizando a instalação. As buchas em metal (6) além de fornecerem as passagens dos vergalhões, apresentam a principal característica de suportar a carga dos próprios blocos, das cintas superiores e cobertura, mantendo cada bloco isento de pressão. Como a cápsula é confeccionada em material polimérico combinado com retardador de chama, a deformação elástica contribuirá com o amortecimento de impactos e até abalos sísmicos, absorvendo e mantendo a estrutura. Mesmo que haja o rompimento da composição, os entulhos formados são mais leves e de fácil retirada em comparação com estruturas convencionais.

Além da construção de residências, este formato de bloco permite usar a criatividade no desenvolvimento de móveis para escritório e residenciais planejados como, por exemplo, uma mesa no escritório ou um balcão na varanda junto à churrasqueira. O C02 pode ser capturado em fábricas de qualquer natureza emissoras do gás e encaminhado diretamente em cabines próprias para a cura dos artefatos, acelerando o processo de reação química e contribuindo para que o fim do gás ganhe outro rumo.

Por ser um sistema versátil e preciso dispondo de blocos com superfície isenta de acabamentos posteriores, as principais vantagens ressaltam a redução drástica do cimento em obras residenciais, a reciclagem de materiais poliméricos geralmente descartados indevidamente, custos menores na realização da obra além de preservar o ambiente e contribuir principalmente, por menor que seja, com a captura do C02, responsável pelo tão discutido aquecimento global em nosso planeta.

Claims (4)

1. "CÁPSULA PARA ACONDICIONAMENTOS DE ARTEFATOS COMPOSTOS", compreendendo um tipo específico de disposição para aplicações diversas destacando a construção civil e desenvolvimento de móveis planejados, apresentando a estruturação de edificações sem o emprego de tijolos convencionais, placas de concreto e argamassa usada na aplicação do emboço e reboco, CARACTERIZADO pela cápsula ou bloco estrutural (1) produzida preferencialmente com a combinação de polímero e retardador de chama e composta por parede externa (2) configurando todo o perímetro externo do bloco, paredes internas (3) em posições diagonais e transversais que cruzadas resultam em células (4) responsáveis por acondicionar compostos moldáveis (7), sendo determinadas paredes constituídas de alojamentos circulares (5) que transpassam a referida seção da cápsula e acondicionam buchas em metal (6).

2. "CÁPSULA PARA ACONDICIONAMENTOS DE ARTEFATOS COMPOSTOS", dispensando o emprego de cimento convencional e contribuindo com a captura do C02 presente na atmosfera, CARACTERIZADO pelo emprego de gesso ou carbonato de cálcio na obtenção dos compostos moldáveis (7) relacionados ao bioco estrutural (1).

3. "CÁPSULA PARA ACONDICIONAMENTOS DE ARTEFATOS COMPOSTOS", compreendendo os artefatos que utilizam opcionalmente o carbonato de cálcio nos compostos moldáveis aplicados em cada bloco estrutural, CARACTERIZADO pelo processo de obtenção do carbonato de cálcio através da aplicação de óxido de cálcio (cal virgem), água e areia em cada célula (4) do bloco (1), onde inicialmente o óxido em reação com a água libera C02 e produz o composto hidróxido de cálcio (cal extinta), mantendo os blocos cobertos por uma espécie de cuba em formato de meia lua nas primeiras 24 horas para reaproveitamento do C02 aprisionado, dando início à formação do carbonato de cálcio, seguido pela retirada das cubas após 24 horas, mantendo os blocos em contato direto com o ar atmosférico para que a absorção do dióxido de carbono prossiga através do ar até abranger a dureza desejada.

4. "CÁPSULA PARA ACONDICIONAMENTOS DE ARTEFATOS COMPOSTOS", consistindo no fornecimento de maior rigidez, sustentação e resistência às paredes da edificação, CARACTERIZADO pela transposição de vergalhões (8) por entre as buchas em metal (6) vinculadas aos respectivos blocos estruturais (1), sendo os vergalhões fixados na viga inferior (9).