BR202018074476U2 - disposição aplicada em rompedor de grãos para câmara de picagem de colhedoras de forragem. - Google Patents

Abstract

disposição aplicada em rompedor de grãos para câmara de picagem de colhedoras de forragem. compreende uma chapa (1) lisa quadrangular, na qual são soldadas fileiras (f) de facas (2) numa disposição propícia à passagem, com interferência, dos grãos de milho, no sentido de triturá-los na menor granulometria possível, sem prejuízo às dimensões das fibras, uma vez que o rompedor (r) é fixado por meio de parafusos (3) posicionados nos orifícios (4) e à parede posterior (5) da carcaça da câmara (6) de picagem das forrageiras tracionadas.

Description

DISPOSIÇÃO APLICADA EM ROMPEDOR DE GRÃOS PARA CÂMARA DE PICAGEM DE COLHEDORAS DE FORRAGEM

Introdução

[001] Refere-se o presente pedido de patente de modelo de utilidade a uma inédita disposição aplicada em rompedor de grãos, que compreende uma chapa plana dotada de fileiras de facas devidamente posicionadas no sentido de favorecer e/ou propiciar o melhor processamento possível dos grãos, os quais passam pela câmara de picagem da colhedora na qual é estrategicamente instalada sem prejuízo a granulometria das fibras (parte verde da planta).

Campo de aplicação

[002] A inovação é aplicada no setor agrícola, mais especificamente em câmaras de picagem de colhedoras de forragens de área total movidas por tratores, utilizadas em culturas de milho.

Convencimento

[003] O milho é uma planta que possui enorme capacidade nutricional para animais. [004] Sua constituição biológica apresenta diversos nutrientes fundamentais para ruminantes, como: energia, fibras, proteínas, etc. Nos últimos anos, houve avanços genéticos em alta escala que permitiram produzir espécies com cada vez mais nutrientes, e cada vez mais resistentes à intempéries e ataques de pragas.

[005] Em resumo, o milho apresenta dois componentes bromatológicos fundamentais para ruminantes, especialmente vacas de leite, como: amido e fibras. O amido, carboidrato presente principalmente nos grãos das espigas, nada mais é do que a energia necessária para que uma vaca de leite possa produzir cada vez mais. Fibras, presentes nas partes verdes (folhagens e talos), de uma maneira geral, são partículas necessárias para manter saudáveis as bactérias que vivem no sistema digestivo dos ruminantes, especialmente no rúmen - um dos quatro estômagos que os ruminantes possuem. O rúmen, o maior dos quatro estômagos da vaca, possui um complexo sistema microbiano, capaz de degradar fibras. Enquanto o amido é importante como energia para a produção de leite, as fibras são fundamentais para manter o animal

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2/7 sadio. Justamente por possuir estes dois componentes, torna o milho uma das principais fontes de alimentos para os ruminantes.

[006] Do ponto de vista qualitativo, tanto o amido quanto as fibras devem ser avaliados. [007] As fibras devem possuir uma determinada granulometria (tamanho de partículas) de modo a estimular a ruminação e, para isso, cientistas determinaram o que se chama de fibra efetiva. Um tamanho grande suficiente para estimular a ruminação, porém pequeno suficiente para evitar segregação no cocho (ruminantes são animais extremamente seletivos) e facilitar a compactação no silo. Com relação ao amido, quanto mais processado estiver, mais rápida e melhor será sua absorção e digestão.

[008] O pé de milho é processado em uma única vez, e isso causa um paradigma. Por um lado, deseja-se as fibras num determinado tamanho de partícula, enquanto que as espigas, é desejado processar o máximo possível. Reduzir o tamanho do picado resultará em ótimo processamento de grãos, porém, reduzirá as fibras efetivas, causando possíveis doenças nos animais. A mais comum é a chamada acidose.

[009] Aumentar o tamanho do picado de modo a obter fibra efetiva provocará, muitas vezes, um mau processamento dos grãos e, por esse motivo, a energia contida no amido não será bem absorvida pelos animais, saindo pelas fezes. Esse impasse fez com que diversos mecanismos fossem criados para melhorar o processamento dos grãos.

[010] Portanto, em silagem de milho, é fundamental que os grãos de milho sejam bem processados, pois os ruminantes, que se alimentam dessa silagem, não conseguem digerir a parede celular do milho. Por esse motivo, fracionar os grãos em partículas menores é fundamental para a absorção do amido presente neles em ruminantes, aumentando sua eficiência.

Estado da técnica

[011] As colhedoras de forragem são conhecidas como máquinas de cortar e picar forragem. Assim, as colhedoras de forragem possuem um sistema de corte e recolhimento formado serra de corte e tambor recolhedor, além de uma câmara de picagem.

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[012] O mercado disponibiliza vários mecanismos para o processamento de grãos, comumente chamados de cracker, processador de grãos, etc.

[013] Os crackers são, de uma maneira geral, dois rolos de aço, dispostos lado a lado, girando em sentidos opostos, geralmente com diferentes velocidades, com pequenas ranhuras ou uma geometria pontiaguda, de modo que a forragem recém cortada passe por entre tais rolos. Esses rolos, que são regulados a uma distância pequena (1 a 2 mm), esmagam tudo o que passa através deles, explodindo os grãos de milho.

[014] Crackers foram criados há mais de 20 anos, e são comumente usados em máquinas automotrizes. Há inúmeras geometrias desses cilindros, mas todas possuem o mesmo objetivo: processar os grãos de milho. Como o fluxo de produto é, de certa forma, interrompido, já que a rotação desses rolos acaba reduzindo a velocidade do fluxo de produto, faz-se necessária a presença de um ventilador após os dois rolos, de modo a proporcionar velocidade de lançamento pela bica de saída. Sem o ventilador, o lançamento torna-se prejudicado em demasia, fazendo com que a máquina embuche constantemente.

[015] Caso os crackers utilizados nas máquinas automotrizes fossem adaptados à forrageiras tracionadas por tratores, haveria uma série de inconvenientes:

- Mecanismo complexo, de alto custo de fabricação, que inviabilizaria o produto. O aumento de custo seria da ordem de 80% do valor total de uma colhedora implemento;

- Consumo de muita potência - crackers convencionais consumiríam, em média, mais 40% de potência do trator. Significa dizer que tratores cada vez mais potentes devessem ser utilizados para o trabalho. Os tratores são mais caros, consomem mais combustível, e poderiam estar operando um implemento com maior produtividade, ao invés de ser utilizado num produto de uma linha;

- Necessidade do uso de ventiladores após o cracker - há no mercado alguns fabricantes que estão instalando somente o sistema cracker, sem o uso do ventilador. [016] Isso faz com que a máquina embuche constantemente, e que a velocidade do jato de saída seja reduzida, fazendo com que a densidade do produto dentro de uma carreta seja diminuída. Logo, mais carretas serão necessárias para recolher o produto pré cortado.

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[017] O atual estado da técnica, antecipa alguns documentos de patentes que versam sobre dispositivos para utilização em forrageiras tracionadas, como o M U9000462-0 intitulado “Equipamento para Corte de Forragem com Quebrador de Grãos de Milho e Sorgo para a Produção de Ração Animal” - o equipamento permite que os grãos de milho e sorgo sejam quebrados em tamanhos adequados, o suficiente para o rompimento da película que os envolvem. O equipamento é formado por carcaça, disco, faca para corte do verde e martelo para quebrar os grãos, possuindo uma chapa semicircular perfurada frontal a este martelo, com a função de reduzir a granulometria dos referidos grãos, quando da sua passagem pelos orifícios e daí para fora da forrageira.

[018] A chapa semicircular acima comentada apresenta alguns limitantes técnicos a iniciar pelo entupimento dos orifícios, resultando num processamento de grãos deficiente. A superfície de passagem do produto (grãos que saem do martelo) é reduzida, uma vez que é representada pelo somatório das áreas dos orifícios. Um outro inconveniente é que, com o tempo, ocorre um natural desgaste dos orifícios que têm a área aumentada, perdendo assim a eficácia, uma vez que o produto que passa através da chapa passa a ter uma granulometria maior.

Objetivos da inovação

[019] É objetivo da presente inovação, propor um rompedor de grãos capaz de processar os grãos de milho na menor granulometria possível, sem, no entanto, reduzir demasiadamente o tamanho das partículas de fibras da planta.

[020] É objetivo da presente inovação, propor um rompedor de grãos de fácil intercambialidade, passível de ser instalado e/ou trocado em diferentes carcaças de câmaras de picagem de forrageiras.

[021] É objetivo da presente inovação, propor um rompedor de grãos, cuja construtividade possibilita a livre passagem dos grãos, sem possibilidade de embuchamento, portanto, não forçando o equipamento motriz, resultando em economia de energia e baixo consumo de combustível.

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[022] É objetivo da presente inovação, propor um rompedor de grãos que, ao exigir menos potência, permita a utilização de tratores de menor porte para o tracionamento da forrageira.

[023] É objetivo da presente inovação, propor um rompedor de grãos de grande superfície de contato para efetivação da quebra dos grãos.

[024] É objetivo da presente inovação, propor um rompedor de grãos de alongada vida útil.

[025] É objetivo da presente inovação, propor um rompedor de grãos de ótima relação custo x benefício, principalmente quando comparado aos sistemas crackers.

Sumário da inovação

[026] A “DISPOSIÇÃO APLICADA EM ROMPEDOR DE GRÃOS PARA CÂMARA DE PICAGEM DE COLHEDORAS DE FORRAGEM” compreende uma chapa com fileiras de facas, utilizada em câmara de colhedoras de forragem, com o objetivo de melhorar o processamento de grãos, reduzindo o tamanho dessas partículas, já que essas fileiras de facas ficam localizadas na direção do jato de produto recém cortado.

[027] O rompedor de grãos aumenta o processamento consideravelmente, aumentando o potencial produtivo dos animais.

Descrição das figuras

[028] Na sequência, são apresentadas as figuras para melhor explicar o pedido de patente, de forma ilustrativa e não limitativa:

Figura 1: Vista em perspectiva da disposição aplicada em rompedor de grãos para câmara de picagem de colhedoras de forragem;

Figura 2: Vista frontal da disposição aplicada em rompedor de grãos para câmara de picagem de colhedoras de forragem;

Figura 3: Vista lateral da disposição aplicada em rompedor de grãos para câmara de picagem de colhedoras de forragem;

Figura 4: Vista em perspectiva da disposição aplicada em rompedor de grãos para câmara de picagem de colhedoras de forragem, mostrando uso em uma carcaça;

Figura 5: Vista em perspectiva explodida da disposição aplicada em rompedor de grãos em relação a câmara de picagem;

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Figura 6: Vista lateral em corte de uma câmara de picagem com a disposição aplicada em rompedor de grãos;

Figura 7: Vista em perspectiva da disposição aplicada em rompedor de grãos para câmara de picagem de colhedoras de forragem, mostrando uso em uma segunda carcaça.

Descrição detalhada da inovação

[029] A “DISPOSIÇÃO APLICADA EM ROMPEDOR DE GRÃOS PARA CÂMARA DE PICAGEM DE COLHEDORAS DE FORRAGEM” compreende uma chapa (1) lisa quadrangular, na qual são soldadas fileiras (F) de facas (2) numa disposição propícia à passagem, com interferência, dos grãos de milho, no sentido de triturá-los na menor granulometria possível, sem prejuízo às dimensões das fibras, uma vez que o rompedor (R) é fixado por meio de parafusos (3) posicionados nos orifícios (4) à parede posterior (5) da carcaça da câmara (6) de picagem das forrageiras tracionadas.

[030] O rompedor de grãos conhecido é formado por uma chapa de aço semicircular perfurada, que é fixada em uma régua logo após o martelo da câmara de picagem, em que os grãos de milho são rompidos pela passagem através dos orifícios, como se fosse um ralador. Mais particularmente, o rompedor (R) inovado consiste de uma chapa (1) lisa de aço quadrangular, com orifícios (4) para sua fixação à parede posterior (5) da referida câmara (6) de picagem. A chapa (1) lisa quadrangular de aço possui pelo menos três fileiras (F) de facas (2), que têm a função de processar os grãos de milho que passam com interferência através delas. Entenda-se por processar, triturar os grãos. As fileiras (F) de facas (2) estão posicionadas numa ordenação desalinhada, de modo que, em algum momento, um grão de milho possa colidir com ao menos uma faca (2), reduzindo seu tamanho de partícula. Nessa forma de viabilização da inovação, as facas (2) têm uma geometria triangular, com o fio (7) voltado na direção da passagem do fluxo dos grãos que vêm do martelo (não representado) da câmara (6) de picagem. Como o rompedor (R) de grãos está localizado na parte superior da parede posterior (5) da câmara (6) de picagem, a parte mais pesada da forragem fica, por velocidade periférica e inércia, mais próximo das bordas do que a parte verde e fibrosa; dessa maneira, há uma concentração de grãos de milho no rompedor (R), que

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7/7 processa tal fração da forragem. Dessa maneira, os grãos de milho tendem a ser mais processados do que a parte fibrosa da forragem, fato este que melhorará a absorção do amido presente nos grãos pelos animais, sem comprometer o tamanho das fibras. O rompedor (R) de grãos, por ter chapa (1) lisa quadrangular de aço como base, é de fácil intercambialidade, passível de ser instalado e/ou trocado em diferentes carcaças de câmaras (6) de picagem de forrageiras.

Claims (1)

1. REIVINDICAÇÃO

   1) “DISPOSIÇÃO APLICADA EM ROMPEDOR DE GRÃOS PARA CÂMARA DE PICAGEM DE COLHEDORAS DE FORRAGEM” apresenta uma chapa (1) de aço na câmara de picagem caracterizado por ser uma chapa (1) lisa de aço quadrangular, com orifícios (4) para sua fixação à parte superior da parede posterior (5) da câmara (6) de picagem; a chapa (1) lisa quadrangular de aço possui pelo menos três fileiras (F) de facas (2) posicionadas numa ordenação desalinhada; as facas (2) têm uma geometria triangular, com o fio (7) voltado na direção da passagem do fluxo dos grãos.