BR202016018267Y1 - Dispositivo de tração ortopédica portátil - Google Patents

Abstract

dispositivo de tração ortopédica portátil um dispositivo portátil, de tamanho reduzido, que estabiliza, traciona e posiciona os membros inferiores durante procedimentos cirúrgicos, que pode ser adaptado a qualquer mesa cirúrgica convencional, constituído por uma base fixa (1), um trilho (2), um suporte (3), preferencialmente em formato de arco, formando um mecanismo de trilho; no vértice do suporte em arco (3) é fixada uma escora (5), em formato de "l" para apoio do pé, uma haste em "l" (6), dotada de um poste rádio-transparente (7).

Description

[01] O presente modelo de utilidade descreve um dispositivo portátil para membros inferiores, destinado a estabilização, tração e posicionamento em procedimento cirúrgico ortopédico, capaz de ser instalado em qualquer mesa cirúrgica, que permite a estabilização vertical, horizontal e rotacional do membro de maneira similar àquela utilizada em mesas convencionais de tração.

[02] O presente modelo aplica-se ao setor médico, mais especificamente aos equipamentos ou ferramentas cirúrgicas, mais especificamente aqueles do campo da ortopedia de membros inferiores, especialmente, mas não exclusivamente, em procedimentos do fêmur, joelho e tíbia.

[03] Para a realização de procedimentos cirúrgicos ortopédicos nos membros inferiores, é necessária a fixação segura da região operada, a fim de evitar falhas técnicas por movimentação ou instabilidade do membro. Além disso, durante o procedimento, é preciso obter imagens radiológicas através de um arco cirúrgico, o que exige um posicionamento específico dos membros.

[04] As mesas de tração ortopédicas são usadas como auxiliar em inúmeros procedimentos cirúrgicos, principalmente, os que envolvem os membros inferiores, tais como artroscopia do quadril e osteossíntese de fraturas do fêmur. Seu uso adequado ajuda de forma imensurável o cirurgião ortopédico a estabilizar o membro e a posicioná-lo adequadamente para obtenção das imagens.

[05] O posicionamento do paciente durante as cirurgias ortopédicas difere de acordo com o modelo de mesa utilizado, com o procedimento cirúrgico e com a preferência operatória. As posições e distâncias variam também durante os procedimentos, para estabilizar ou tracionar os membros, bem como posicioná-los corretamente para obtenção de imagem radiológica através do arco cirúrgico.

[06] Logo, o cirurgião precisa de um meio de fixação dos membros inferiores com tamanhos, distâncias e rotações ajustáveis, durante a cirurgia, em nível macro e micrométrico.

[07] As mesas cirúrgicas convencionais, nas quais se realizam a maioria dos procedimentos em centros cirúrgicos, necessitam de anexos e/ou extensões para realização de procedimento cirúrgicos ortopédicos nos membros inferiores que necessitem de tração, exatamente por não possuírem meios de fixação e estabilização destes membros em diferentes posições.

[08] As mesas de tração ortopédicas do atual Estado da Técnica nas quais se realizam tais procedimento médicos tem, de maneira geral, a parte que apoia os membros inferiores articulável ou destacável, de modo que possa ser removida ou dobrada.

[09] Veja, por exemplo, BR 11 2015 025858 1, PROCESSO E DISPOSITIVO PARA A OPERAÇÃO DE UMA MESA DE OPERAÇÃO MÓVEL, "que compreende uma superfície de suporte ao paciente, uma coluna da mesa de operação, uma base da coluna da mesa de operação e uma unidade do mecanismo de movimentação".

[010] Cite-se também a MU 8100365-0, MACA ARTICULÁVEL, PREFERENTEMENTE PARA O USO EM INTERVENÇÕES CIRÚRGICAS, TOMADAS RADIOGRÁFICAS E TRATAMENTOS MÉDICOS EM GERAL, "uma maca articulável, preferentemente para o uso em intervenções cirúrgicas, tomadas radiográficas e tratamento médicos em geral, que compreende uma superfície de apoio para o corpo do paciente definida por porções articuladas entre si para ser posicionadas para o resultado necessário". Como mencionado, "a maca permite o uso de equipamentos de Raios X e Arco C sem ter que mover o paciente, devido a sua coluna suporte deslocada em direção a uma das laterais da base".

[011] Nos procedimentos cirúrgicos em membros inferiores realizados nessas mesas, os membros são apoiados em suportes externos, especialmente fabricados para este fim, fixados a base da mesa. Tais suportes tem, geralmente, formato côncavo e anatômico e regulagem de altura, distância ou rotação por diferentes mecanismos.

[012] Trata-se, portanto, de um equipamento hospitalar de grandes dimensões, fixo, caro e de baixo aproveitamento, pois não pode ser utilizado para outros procedimentos cirúrgicos. Sendo assim, o uso de tais mesas de tração é muito restrito. Infelizmente, nem toda unidade hospitalar tem acesso às mesas de tração, muito em parte devido aos custos e ao difícil intercâmbio entre uma mesa cirúrgica convencional e uma mesa de tração no ambiente cirúrgico.

[013] Já se tentou enfrentar o problema técnico mencionado na MU 6801626-3, MESA DE APOIO TRAÇÃO PARA MONTAGEM DO FIXADOR EXTERNO TRANSÓSSEO, também propõe um dispositivo portátil e adaptável as mesas cirúrgicas convencionais, mas possui os seguintes problemas técnicos: só permite a realização do procedimento de montagem de fixador externo. Não possibilita a realização de síntese de fratura da tíbia, diafisária, joelho, diáfise femural e femur proximal, principalmente aqueles que necessitem de uso conjunto com o intensificador de imagens (arco em C). Não permite ainda fazer distração para uso em astroscopia do quadril e para auxiliar na redução indireta de uma fratura do membro inferior.

[014] Tais inconvenientes são sanados pelo modelo proposto, visto que apresenta ajuste de comprimento telescopado próxima, o qual confere tração/ distração em escala macrométrica. Apresenta ajuste de comprimento distal em escala micrométrica através de haste rosqueada, que pode ser modificada intra-operatório a critério do cirurgião. Apresenta ajuste de altura e rotação do pé, o que auxilia na redução indireta de fraturas. Além disso, possui um poste perineal radiotransparente e um formato que posiciona o membro a ser operado entre as partes metálicas do dispositivo, características que permitem o uso em conjunto com o intensificador de imagens, seja para aquisição de imagens radiológicas em incidências em ântero-posterior e perfil.

[015] Dessa forma, é objeto do presente modelo de utilidade um DISPOSITIVO DE TRAÇÃO ORTOPÉDICA PORTÁTIL de pequeno porte, fácil de transportar e de baixo custo de fabricação e manutenção.

[016] Além disso, trata-se de um dispositivo que pode ser utilizada em qualquer mesa cirúrgica convencional, permitindo a realização de procedimentos cirúrgicos em membros inferiores em hospitais que não tem mesa de tração convencional.

[017] Tal característica é bastante importante, uma vez que, em muitos países, o cenário econômico é de escassez de recursos, inclusive para a área de saúde. A incorporação de novas tecnologias e alternativas com custos menores, mas de boa qualidade, é fundamental para a implementação de uma assistência custo-efetiva favorável e, principalmente, de uma medicina adequada aos pacientes.

[018] Cite-se ainda que a qualidade das imagens radiográficas obtidas com o presente modelo apresenta qualidade técnica compatível com aquelas obtidas nas mesas convencionais.

[019] Cite-se que o presente dispositivo pode ser utilizado para procedimentos tanto no membro inferior esquerdo como direito

[020] Outra vantagem da utilização deste modelo é a possibilidade do uso em conjunto com arco cirúrgico.

[021] Ademais, com o novo dispositivo, se instalada à cama um suporte para coxa, tipo perneira ginecológica, é possível realizar a técnica de Ahmet Firat (elevação da perna contra-lateral, semelhante à incidência lateral cross-table do quadril), tornando mais fácil a aquisição de imagens radiológicas em incidência de perfil.

[022] A fim de melhor descrever o DISPOSITIVO DE TRAÇÃO ORTOPÉDICA PORTÁTIL, são apresentadas as figuras a seguir discriminadas:

[023] A Figura 1 apresenta uma vista em perspectiva frontal do dispositivo montado.

[024] A Figura 2 apresenta uma vista em perspectiva posterior do dispositivo montado.

[025] A Figura 3 apresenta uma vista em perspectiva frontal do dispositivo e os membros inferiores do paciente posicionados sobre o mesmo.

[026] A Figura 4 apresenta uma vista em perspectiva posterior do dispositivo e os membros inferiores do paciente posicionados sobre o mesmo.

[027] A Figura 5 apresenta uma vista explodida, em perspectiva frontal, do dispositivo.

[028] A Figura 6 apresenta uma vista explodida, em perspectiva posterior do dispositivo.

[029] A Figura 7 apresenta uma vista explodida, em perspectiva frontal, do dispositivo, com foco na base móvel.

[030] A Figura 8 apresenta uma vista explodida, em perspectiva posterior, do dispositivo, com foco na base móvel

[031] A Figura 9 apresenta uma vista em perspectiva frontal, do dispositivo, com foco no suporte para o pé.

[032] A Figura 10 apresenta uma vista em perspectiva posterior, do dispositivo, com foco no suporte para o pé.

[033] A Figura 11 apresenta uma vista em perspectiva com foco na base móvel e na sua regulagem de distância.

[034] A Figura 12 apresenta uma vista em perspectiva com foco no poste perineal rádio transparente e na regulagem de distância.

[035] O DISPOSITIVO DE TRAÇÃO ORTOPÉDICA PORTÁTIL, objeto do presente modelo de utilidade, compreende:

[036] uma base fixa (1), plana, de largura necessariamente inferior ao largura das camas cirúrgicas convencionais, visto que será colocada sobre elas, e cumprimento necessariamente menor que a distância entre região cervical do paciente e a borda posterior da cama;

[037] um trilho (2), formado preferencialmente por duas hastes tubulares paralelas entre si, a distância pouco maior que a largura média da perna de um paciente, fixada sobre a base fixa (1), guardando uma pequena distância desta;

[038] um suporte (3), preferencialmente em formato de arco, dotado em suas extremidades de haste tubulares de diâmetro pouco maior que o diâmetro das bases tubulares da base (2), de modo que aquelas se encaixe dentro destas, servindo a distância guardada entre a base (1) e (2) para permitir o movimento do suporte (3), formando um mecanismo de trilho;

[039] dito suporte (3) possui uma regulagem de altura (4), preferencialmente por mecanismo telescopada (hastes tubulares, uma entro da outra, que se movimentam concentricamente, com orifícios também concêntricos e pino de travamento);

[040] no vértice do suporte em arco (3) é fixada uma escora (5), em formato de "L", de base vertical com parede vazada e base horizontal em formato côncavo.

[041] a escora (5) é fixada ao vértice do arco (3) por meio de um parafuso regulável (8), o qual permite a regulagem de inclinação rotacional da escora (5) em relação ao arco (3);

[042] uma regulagem (9) de movimentação do arco (3) sobre a base (2), preferencialmente formado por uma haste rosqueada que transpassa a base do arco (3) e da base (2).

[043] uma haste em "L" (6), cuja parte horizontal tem diâmetro pouco menor que a haste da base (2), de modo a se encaixado dentro dela; e a parte vertical do "L", também chamada de poste perineal (7) é feita de material rádio-transparente e revestida de material acolchoado, também rádio-trasnparente;

[044] ambas as hastes paralelas da base (2) possuem abertura para encaixe da haste em "L" (6), podendo esta última movimentar- se dentro daquela;

[045] tanto a haste (6) como as hastes da base (2) possuem orifícios (11) concêntricos para regulagem de distância por sistema de telescópio (encaixe de pinos).

[046] Conforme visualizado nas Figuras 3 e 4, para usar o dispositivo cirúrgico proposta, deve o paciente colocar o membro inferior que será submetido ao procedimento sobre o dispositivo cirúrgico, mais precisamente colocando seu calcanhar sobre a escora (5). Opcionalmente, pode o médico fixar o pé do paciente a parte vertical (6) da escora (5) como amarrações ou presilha de couro. O poste rádio-transparente (7), deve ser encaixado na virilha do paciente, no lado que se deseja operar, e sua distância regulada pelo sistema telescopado.

[047] Para ajuste de comprimento telescopado próxima, o qual confere tração/distração em escala macrométrica, basta remover a trava colocada entre os orifícios (11) e movimentar a base em "L" (7).

[048] Para ajuste de comprimento distal em escala micrométrica através de haste rosqueada, basta rosquear o parafuso (9).

[049] Para ajuste de altura do pé, basta remover o pino (4), puxar o arco (3) para baixo ou para cima, e colocar novamente o pino (4) para fixar a posição.

[050] Para ajuste de rotação do pé, basta rosquear o parafuso (9), que afrouxa a fixação da escora (5), movimentar essa última para a posição desejada, e fixar essa posição rodando em sentido contrário o parafuso (9).

Claims (4)

1. DISPOSITIVO DE TRAÇÃO ORTOPÉDICA PORTÁTIL que compreende um equipamento acessário a mesas cirúrgicas para a realização de procedimentos em membros inferiores de pacientes, caracterizado porcompreender uma base fixa (1), plana, de largura necessariamente inferior ao largura das camas cirúrgicas convencionais, e cumprimento necessariamente menor que a distância entre região cervical do paciente e a borda posterior da cama; um trilho (2), formado preferencialmente por duas hastes tubulares paralelas entre si, a distância pouco maior que a largura média da perna de um paciente, fixada sobre a base fixa (1), guardando uma pequena distância desta; um suporte (3), preferencialmente em formato de arco, dotado em suas extremidades de haste tubulares de diâmetro pouco maior que o diâmetro das bases tubulares da base (2), de modo que aquelas se encaixe dentro destas; uma escora (5), em formato de "L", de base vertical com parede vazada e base horizontal em formato côncavo, fixada no vértice do suporte em arco (3), por um parafuso de regulagem (8), para a regulagem de inclinação rotacional da escora (5) em relação ao arco (3); uma regulagem (9) de movimentação do arco (3) sobre a base (2), preferencialmente formado por uma haste rosqueada que transpassa a base do arco (3) e da base (2); uma haste em "L" (6), cuja parte horizontal tem diâmetro pouco menor que a haste da base (2), de modo a se encaixado dentro dela; e a parte vertical do "L" (7), feita de material rádio- transparente e revestida de material acolchoado.

2. DISPOSITIVO DE TRAÇÃO ORTOPÉDICA PORTÁTIL de acordo com a reivindicação 1, caracterizado poro dito dispositivo (3) possui uma regulagem de altura (4), preferencialmente por mecanismo telescopada (hastes tubulares, uma entro da outra, que se movimentam concentricamente, com orifícios também concêntricos e pino de travamento).

3. DISPOSITIVO DE TRAÇÃO ORTOPÉDICA PORTÁTIL de acordo com a reivindicação 1, caracterizado porambas as hastes paralelas da base (2) possuirem abertura para encaixe da haste em "L" (6).

4. DISPOSITIVO DE TRAÇÃO ORTOPÉDICA PORTÁTIL de acordo com a reivindicação 1, caracterizado portanto a haste (6) como as hastes da base (2) possuem orifícios (11) concêntricos para regulagem de distância por sistema de telescópio (encaixe de pinos).

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