BR112020011194B1 - Tambor para a aplicação de produtos semiacabados dentro de pneus, e, processo para aplicar um produto semiacabado dentro de um pneu - Google Patents

Tambor para a aplicação de produtos semiacabados dentro de pneus, e, processo para aplicar um produto semiacabado dentro de um pneu Download PDF

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Abstract

Trata-se de um tambor (1) em setores (19) que é arranjado em uma condição contraída, em que seu diâmetro máximo externo (Dmax) é menor que um diâmetro mínimo interno (Dmin) de um pneu (3). O tambor que carrega um produto semiacabado (2) aplicado em torno da superfície de deposição (S) do mesmo é inserido axialmente no pneu (3) e expandido radialmente para aplicar o produto semiacabado (2) contra uma superfície radialmente interna do pneu (3). Na condição radialmente contraída, os setores (19) têm as respectivas extensões laminares (22) que se estendem na direção circunferencial, e cada uma inserida de modo deslizável, com uma porção terminal (23) das mesmas através de um assento de guiamento (21) carregado por um dos setores circunferencialmente contíguos (19) na posição radialmente interna em relação à superfície de deposição (S). Durante a expansão radial, as extensões laminares (22) são extraídas dos respectivos assentos de guiamento (21) para que a superfície de deposição (S) mantenha um desenvolvimento substancialmente contínuo.

Description

[001] A presente invenção refere-se a um tambor para a aplicação de produtos semiacabados dentro de pneus, para rodas de veículos. A invenção também se refere a um processo para a aplicação de produtos semiacabados dentro de pneus, para rodas de veículos, que pode ser implantado através do dito tambor.
[002] Em particular, em uma modalidade descrita no presente documento, a invenção se presta a ser usada na produção de pneus autovedantes, para realizar a aplicação de uma manga autovedante, dentro de um pneu que é processado. No entanto, a invenção também pode ser implantada para a aplicação de outros tipos de produtos semiacabados, por exemplo, forro, antecapa, sensores e/ou elementos de suporte dos mesmos.
[003] Os pneus autovedantes são pneus resistentes a furos, em virtude de conter uma camada autovedante aplicada à superfície radialmente interna do pneu, que selam automaticamente qualquer um dos orifícios produzidos pela penetração acidental de pregos, parafusos ou outros corpos afiados através do pneu.
[004] Os ciclos de produção de um pneu envolvem a produção e/ou montagem dos vários componentes de um pneu, obtendo, desse modo, um pneu ecológico e subsequentemente submetendo o pneu ecológico a um processo de moldagem e vulcanização, adaptado para definir a estrutura do pneu de acordo com um padrão de geometria e estria desejado.
[005] Entende-se por “produto semiacabado” um componente do pneu formado como uma manga anular, por exemplo cilíndrica, montando-se um ou mais componentes iguais ou diferentes entre si.
[006] Em uma modalidade preferencial, o produto semiacabado é uma manga autovedante a ser aplicada dentro de um pneu. Alternativamente, o produto semiacabado pode ser representado, por exemplo, por um forro ou por uma montagem de forro + antecapa, a ser aplicada dentro de uma lona de carcaça, ou por uma estrutura de carcaça, ou outro componente a ser aplicado dentro de uma estrutura de coroa.
[007] O termo “manga autovedante” se refere a um produto semiacabado montado, com um formato cilíndrico projetado para ser a camada autovedante dentro de um pneu.
[008] Por “conformação cilíndrica” tanto da manga autovedante quanto de um tambor que porta a mesma, entende-se tanto uma conformação cilíndrica com uma geratriz reta quanto uma conformação ligeiramente convexa, com uma geratriz convexa.
[009] Os termos “radial” e “axial” e as expressões “radialmente interno/externo” e “axialmente interno/externo” são usados em relação à direção radial/axial do tambor, de um produto semiacabado ou do pneu (ou de uma porção do mesmo) ao qual é aplicado o produto semiacabado, isto é, uma direção perpendicular/paralela a um eixo geométrico do próprio tambor que, durante a aplicação, coincide com o eixo de rotação do pneu e do produto semiacabado aplicado ao mesmo.
[0010] Os termos “circunferencial” e “circunferencialmente” são usados em referência ao desenvolvimento anular do tambor, de um produto semiacabado ou do pneu (ou de uma parte do mesmo).
[0011] “Plano axial de linha intermediária” significa um plano perpendicular ao eixo geométrico do pneu ou de um tambor usado na construção do mesmo, e equidistante das partes axialmente externas do pneu ou do próprio tambor.
[0012] Por “substancialmente contínua”, quando em referência a uma superfície de deposição de um tambor, entende-se que, pelo menos no plano axial de linha intermediária, a dita superfície de deposição tem uma distância radial substancialmente constante do eixo geométrico do tambor, com possíveis variações não superiores a 3 mm.
[0013] Por “material autovedante”, entende-se um material polimérico provido, após a vulcanização do pneu, com recursos viscoelásticos e de aderência, de modo a permitir que o material flua no interior de uma perfuração causada por um elemento afiado e a aderir e ser arrastado pelo dito elemento afiado móvel. Esse material polimérico pode, por exemplo, compreender um elastômero sintético ou natural, um copolímero de bloco elastomérico, óleo de processo, pelo menos um agente de aderência e, pelo menos, uma carga de reforço.
[0014] Por termo genérico “pneu”, quando não especificado adicionalmente, entende-se tanto por um pneu ecológico que é processado, que compreende pelo menos uma estrutura de carcaça com pelo menos uma lona de carcaça em formato toroidal, com as suas abas de extremidade axialmente opostas associadas aos respectivos núcleos de talão e formando um par de talões, e um pneu ecológico e um pneu moldado e vulcanizado.
[0015] Por “pneu ecológico” entende-se um pneu no final do processo de construção que ainda não foi submetido a um processo de moldagem e vulcanização.
[0016] Por “razão de aspecto”, entende-se uma razão expressa como uma porcentagem entre a altura da parede lateral do pneu, em seção radial, e a largura, em seção radial, de um lado a outro do próprio pneu.
[0017] O documento n° US2009/0205765 descreve um método para produzir um pneu autovedante, em que o mesmo é provido para arranjar um pneu vulcanizado e formar uma banda de selagem extrudando-se um material autovedante sobre um suporte laminar. A banda de selagem é enrolada em uma espiral a ser introduzida no pneu vulcanizado.
[0018] O documento n° EP3009260 descreve um pneu autovedante que compreende uma camada de selagem obtida espiralando-se um material de selagem diretamente na superfície radialmente interna do pneu vulcanizado, rotacionado em torno do eixo geométrico do mesmo. Em especial, o pneu vulcanizado é montado em um dispositivo de acionamento rotativo, enquanto um bocal montado na saída de uma extrusora é inserido dentro do pneu. O material de selagem é extrudado da extrusora e depositado na superfície do pneu através do bocal.
[0019] O documento n° WO2011/064698 se refere a um método para controlar seletivamente a capacidade de autovedação de um pneu obtido afixando-se um composto de selagem em um tambor e, subsequentemente, formando-se um precursor de um pneu ecológico do mesmo, o que inclui o forro e a carcaça, e subsequente conformação, moldagem e vulcanização.
[0020] A Requerente observou que, no caso do documento n° US2009/0205765 e n° EP3009260, é provido operar em pneus vulcanizados que provejam a estabilidade estrutural necessária para a aplicação da camada de selagem, de acordo com os métodos específicos descritos no presente documento.
[0021] A Requerente adicionalmente observou que a aplicação da camada de selagem, após a vulcanização, pode resultar em uma má aderência entre a camada de selagem e o pneu, por exemplo, devido à presença de impurezas na superfície interna do pneu e a um alongamento dos tempos de produção, por exemplo, no caso em que é necessário um tratamento térmico subsequente específico.
[0022] A Requssssserente verificou que as exigências de produção atuais exigem um grau máximo de flexibilidade em qualquer estágio do processo e que mesmo a limitação da aplicação da camada de selagem a uma etapa pós-vulcanização limitaria as possibilidades de adaptação do processo de construção e do layout da instalação de construção às exigências de produção individuais.
[0023] A fim de prover a máxima flexibilidade tanto em termos de processo quanto em termos de componentes estruturais e de instalações, a Requerente avaliou a possibilidade de construir a camada de selagem como o primeiro componente de um pneu ecológico, conforme descrito no documento n° WO2011/064698, mas verificou que esta tentativa introduz uma variável adicional de processo, que exige medidas técnicas específicas que não melhoram a flexibilidade operacional do processo e/ou da instalação.
[0024] Por conseguinte, a Requerente percebeu a importância de libertar, tanto quanto possível, a etapa de aplicação da camada de selagem do processo específico de construção, a fim de aumentar a flexibilidade do processo de construção e/ou da instalação de construção.
[0025] A Requerente entendeu que, ao produzir uma manga autovedante, bem como um produto semiacabado de um tipo diferente, de forma completamente independente do tipo de processo de construção e da instalação do pneu, é possível aplicar esse produto semiacabado a qualquer tipo de pneu ecológico que é processado, ecológico ou moldado e vulcanizado, obtido por qualquer processo de construção que realize uma expansão radial da manga, no interior do pneu, até que o mesmo se adira internamente ao próprio pneu.
[0026] No entanto, a Requerente observou que, em um pneu construído, a diferença existente entre o diâmetro de junção detectável nos talões e o diâmetro interior detectável próximo do plano axial de linha intermediária pode ser um obstáculo fácil inserção de um produto semiacabado na forma de uma manga cilíndrica e/ou a sua aplicação subsequente contra a superfície interna do próprio pneu, na parte da coroa. Na verdade, os talões prestam-se a interferir no produto semiacabado durante a sua introdução no pneu. Além disso, é necessário garantir a aderência correta do produto semiacabado às superfícies internas do pneu, o que, especialmente nas zonas dos ressaltos, não oferece amplo espaço de manobra. A diferença significativa entre o diâmetro mínimo detectável nos talões e o diâmetro interno detectável, perto da zona de coroa, também impõe uma expansão radial e circunferencial significativa ao produto semiacabado, especialmente durante o processamento de pneus com uma razão de aspecto relativamente elevada, por exemplo, igual ou superior a 50.
[0027] Por último, a Requerente constatou que a aplicação de um produto semiacabado, na forma de uma manga cilíndrica, dentro de um pneu, seja ecológico que é processado, ecológico ou já moldado e vulcanizado, é facilitada usando-se um tambor provido com setores radialmente expansíveis e com extensões circunferenciais, sendo que cada uma interage com o setor adjacente, de modo que a superfície de deposição em torno da qual o produto semiacabado é aplicado possa também aumentar significativamente o seu diâmetro, enquanto retém um desenvolvimento circunferencial substancialmente contínuo, por toda a expansão radial, até a aplicação de o produto semiacabado na superfície interna do pneu.
[0028] Mais precisamente, de acordo com um primeiro aspecto, a invenção se refere a um tambor para a aplicação de produtos semiacabados dentro de pneus, para rodas de veículos, que compreende um núcleo central de suporte que define um eixo geométrico do tambor.
[0029] Preferivelmente, é provida uma pluralidade de setores distribuídos ao longo de uma direção circunferencial em torno do dito eixo geométrico.
[0030] Preferivelmente, são providos dispositivos de acionamento, que operam entre o núcleo central e cada setor, a fim de causar uma translação radial dos setores que se afastam do núcleo central, de uma posição contraída, na qual esses setores definem uma superfície de deposição radialmente externa substancialmente contínua, em direção a uma posição expandida.
[0031] Preferivelmente, cada setor tem um corpo de fixação com uma superfície radialmente externa e membros de acoplamento para se acoplar com os ditos dispositivos de acionamento.
[0032] Preferivelmente, a dita pluralidade de setores tem assentos de guiamento formados, cada um no corpo de fixação de um respectivo setor, em uma posição radialmente interna, em relação à superfície radialmente externa.
[0033] Preferivelmente, a dita pluralidade de setores tem extensões laminares, sendo que cada uma se estende ao longo da dita direção circunferencial do corpo de fixação de um respectivo setor e tem, em um lado oposto ao corpo de fixação, uma porção terminal engatada de modo deslizável, através do assento de guiamento de um dos setores circunferencialmente contíguos.
[0034] De acordo com um aspecto adicional, a invenção se refere a um processo para a aplicação de um produto semiacabado dentro de um pneu.
[0035] Preferivelmente, é provido arranjar, em condições radialmente contraídas, um tambor com uma superfície de deposição radialmente externa, definida por setores distribuídos ao longo de uma direção circunferencial, em torno de um eixo geométrico.
[0036] Preferivelmente, um diâmetro máximo externo do tambor na dita condição radialmente contraída é menor que um diâmetro mínimo interno de um pneu.
[0037] Preferivelmente, é provido aplicar o dito produto semiacabado em torno da superfície de deposição do tambor.
[0038] Preferivelmente, é provido inserir axialmente, dentro do pneu, o tambor que carrega o produto semiacabado.
[0039] Preferivelmente, é provido expandir radialmente o tambor até uma condição radialmente expandida, a fim de aplicar o produto semiacabado em uma superfície radialmente interna do pneu.
[0040] Preferivelmente, na condição radialmente contraída, a dita pluralidade de setores possui extensões laminares que se estendem ao longo da dita direção circunferencial e cada uma inserida de modo deslizável, com uma porção terminal da mesma através de um assento de guiamento carregado por um dos setores circunferencialmente contíguos, em posição radialmente interna, em relação à superfície de deposição.
[0041] Preferivelmente, a ação de expansão radial do tambor compreende a extração de modo deslizável das extensões laminares dos respectivos assentos de guiamento, a fim de manter a superfície de deposição de acordo com uma extensão substancialmente contínua.
[0042] A Requerente acredita que o uso das extensões laminares deslizantes promove a manutenção de uma ação de suporte adequada do produto semiacabado durante todo o ciclo de expansão do tambor, mesmo quando a transição entre a condição contraída e a condição expandida exige uma excursão radial considerável dos setores.
[0043] O produto semiacabado inicialmente aplicado ao tambor, portanto, encontra suporte adequado em todo o seu desenvolvimento circunferencial, não apenas durante a aplicação, quando o tambor é contraído, mas também durante toda a expansão radial, até entrar em contato com as superfícies internas do pneu.
[0044] Ao entrar em contato com as superfícies internas do pneu, o produto semiacabado pode, portanto, exibir um desenvolvimento circular contínuo que copia adequadamente o desenvolvimento das superfícies internas do pneu, de modo a evitar a formação de bolsas de ar indesejadas entre o mesmo produto semiacabado e o pneu na etapa de engate mútuo.
[0045] A extração progressiva das extensões laminares durante a expansão radial do tambor também permite que os setores suportem corretamente o produto semiacabado, até a realização da aplicação do produto semiacabado nas superfícies internas do pneu, independentemente das dimensões circunferenciais deste último. Consequentemente, o mesmo tambor pode ser usado para o processamento de uma ampla faixa de pneus com dimensões diferentes, tanto em relação ao diâmetro de junção dos talões quanto em relação ao diâmetro interno próximo do plano axial de linha intermediária.
[0046] Os diferentes setores se prestam, igualmente, a ser facilmente engatados e desengatados uns aos outros e dos dispositivos de acionamento, de modo a permitir, se necessário, uma substituição fácil dos próprios setores, para definir o tambor também para o processamento de uma faixa de pneus com diferentes larguras.
[0047] Em pelo menos um dos aspectos acima, a invenção compreende adicionalmente um ou mais dos seguintes recursos preferenciais.
[0048] Preferivelmente, cada setor tem um corpo de fixação e pelo menos uma extensão laminar.
[0049] Preferivelmente, os ditos setores são idênticos uns aos outros.
[0050] Desse modo, é possível conseguir uma simplificação da implantação e uma redução dos custos.
[0051] Preferivelmente, são providos os primeiros setores e os segundos setores, respectivamente diferentes um do outro, distribuídos de modo alternativo, respectivamente, ao longo da direção circunferencial.
[0052] Preferivelmente, cada um dos primeiros setores tem duas extensões laminares, que se estendem desde o respectivo corpo de fixação ao longo da direção circunferencial, em direções opostas, respectivamente.
[0053] Preferivelmente, em cada um dos segundos setores, é provido pelo menos um dos assentos de guiamento, que se engata de modo deslizável às porções terminais das extensões laminares pertencentes a um dos primeiros setores circunferencialmente adjacentes.
[0054] Preferivelmente, cada um dos primeiros setores engata cada uma de suas próprias extensões laminares a um dos dois segundos setores circunferencialmente adjacentes.
[0055] Preferivelmente, cada um dos segundos setores se engata a duas extensões laminares, cada uma pertencente a um dos dois primeiros setores circunferencialmente adjacentes.
[0056] Preferivelmente, cada extensão laminar e o corpo de fixação do respectivo setor têm respectivas superfícies radialmente externas que se estendem em relação de continuidade mútua.
[0057] Isso dá à superfície de deposição uma maior regularidade, o que facilita a deposição correta do produto semiacabado.
[0058] Preferivelmente, uma distância radial mínima detectável entre cada assento de guiamento e a superfície radialmente externa do corpo de fixação, pelo menos na proximidade de uma borda de extremidade circunferencial do próprio corpo de fixação, é inferior a cerca de 3 mm.
[0059] Preferivelmente, a dita distância radial mínima é entre cerca de 0,2 mm e cerca de 2 mm.
[0060] Preferivelmente, na superfície de deposição, o setor possui uma superfície antiaderente com baixo coeficiente de atrito.
[0061] Preferivelmente, cada setor tem uma camada de revestimento de material de baixo coeficiente de atrito na superfície de deposição do tambor.
[0062] O baixo coeficiente de atrito facilita o deslizamento do produto semiacabado na superfície de deposição, durante a expansão do tambor, o que limita o risco de interferência e/ou sobretensão extrema do próprio produto semiacabado.
[0063] Preferivelmente, a extensão laminar, na ausência de tensões mecânicas, tem uma extensão circunferencial curva, de acordo com um raio maior que um raio de curvatura da superfície de deposição na condição expandida.
[0064] Essa circunstância permite reter uma condição de pré-carga elástica, em particular, flexão, na extensão laminar no tambor montado.
[0065] Preferivelmente, a extensão laminar é engatada ao respectivo assento de guiamento em uma condição de flexão elástica.
[0066] Preferivelmente, a extensão laminar exerce uma ação de empuxo elástico contra o respectivo assento de guiamento direcionado radialmente para fora.
[0067] Por conseguinte, é promovido um contato constante da extensão laminar contra o assento de guiamento, para a precisão geométrica da superfície de deposição.
[0068] Preferivelmente, a extensão laminar se engata ao respectivo assento de guiamento, em uma condição de flexão elástica, em direção ao eixo geométrico do tambor.
[0069] A condição de pré-carga elástica induzida na extensão laminar permite efetivamente contrariar ações de impulso centrípeto exercidas pelo produto semiacabado, como resultado da expansão radial.
[0070] Preferivelmente, cada extensão laminar tem pelo menos uma redução de espessura em pelo menos uma das extremidades circunferencialmente opostas.
[0071] Desse modo, a deformabilidade elástica da extensão laminar é favorecida e/ou a inserção da extensão laminar no respectivo assento de guiamento é facilitada, pelo menos durante a montagem.
[0072] Preferivelmente, cada extensão laminar tem pelo menos uma redução de espessura na extremidade proximal da mesma, em relação ao corpo de fixação do respectivo setor.
[0073] Preferivelmente, cada extensão laminar tem pelo menos uma redução de espessura em uma extremidade distal da mesma, em relação ao corpo de fixação do respectivo setor.
[0074] As espessuras reduzidas nas extremidades da extensão laminar facilitam a inserção e o deslizamento da mesma dentro do assento de guiamento, o que promove, desse modo, a continuidade e a regularidade do desenvolvimento circunferencial da superfície de deposição.
[0075] Preferivelmente, cada setor tem um par de expansões laterais que definem as respectivas extremidades axialmente opostas da superfície de deposição no corpo de fixação.
[0076] Preferivelmente, as expansões laterais são axialmente opostas, em relação a um plano axial de linha intermediária do tambor.
[0077] Preferivelmente, as expansões laterais são simétricas, em relação ao plano axial de linha intermediária.
[0078] Preferivelmente, cada extensão laminar tem uma extremidade proximal axialmente interposta entre as ditas expansões laterais.
[0079] Preferivelmente, cada uma das expansões laterais tem uma dimensão radial maior do que uma dimensão radial da extensão laminar.
[0080] Preferivelmente, cada assento de guiamento é axialmente limitado entre as expansões laterais do respectivo corpo de fixação.
[0081] Preferivelmente, cada uma das expansões laterais tem uma parte de conexão de perfil curvilíneo que leva a uma superfície radial de delimitação axial do respectivo setor.
[0082] O processamento de produtos semiacabados com uma largura superior à da superfície de deposição, mesmo estruturalmente frágil, desse modo, é facilitado, sem que as bordas axialmente externas do tambor tenham capacidade de afetar e/ou danificar o produto semiacabado depois da expansão radial do tambor.
[0083] Preferivelmente, os ditos membros de acoplamento se engatam aos respectivos setores nas expansões axiais.
[0084] Desse modo, é favorecida a resistência estrutural do setor, nos membros de acoplamento. Impede-se, também, o condicionamento da dimensão axial das extensões laminares, para evitar interferência mecânica nos membros do acoplamento.
[0085] Preferivelmente, o corpo de fixação também tem uma porção de base unida nos lados, respectivamente, opostos às expansões laterais.
[0086] Preferivelmente, a porção base se estende em uma posição radialmente interna, em relação à extensão laminar.
[0087] Preferivelmente, cada assento de guiamento é definido entre a dita parte de base e uma superfície radialmente interna da respectiva extensão laminar.
[0088] Preferivelmente, os ditos membros de acoplamento operam na parte de base.
[0089] Preferivelmente, os membros de acoplamento compreendem elementos rosqueados, sendo que cada um tem uma cabeça alojada, arranjada em um rebaixo provido na parte de base, e uma haste que passa pela parte de base.
[0090] O assento de guiamento está, portanto, isento das dimensões dos membros de acoplamento, o que pode interferir mecanicamente no deslizamento da extensão laminar.
[0091] Preferivelmente, o corpo de fixação e a extensão laminar de cada setor são produzidos a partir de uma única peça monolítica, que integra o dito assento de guiamento.
[0092] Preferivelmente, o corpo de fixação e a extensão laminar de cada setor são produzidos a partir de uma única peça monolítica, produzida por produção aditiva.
[0093] Preferivelmente, o corpo de fixação e a extensão laminar de cada setor são produzidos em uma única peça monolítica, produzida por modelagem por deposição fundida (FDM).
[0094] Preferivelmente, o corpo de fixação e a extensão laminar de cada setor são produzidos a partir de uma única peça de polieterimida monolítica.
[0095] O uso de técnicas de produção aditiva, em particular, através da deposição de polieterimida fundida, permite a obtenção de setores de baixo custo de diferentes formatos e tamanhos, com resistência estrutural e elasticidade adequadas.
[0096] Preferivelmente, os dispositivos de acionamento compreendem, para cada setor, pelo menos um empurrador guiado de modo deslizável, na direção radial, em relação ao núcleo central.
[0097] Preferivelmente, o empurrador é móvel ao longo de pelo menos um elemento de guiamento que se estende radialmente do núcleo central.
[0098] Preferivelmente, as hastes de interconexão telescópicas também são providas entre cada elemento de guiamento e cada empurrador.
[0099] Preferivelmente, os elementos de guiamento são carregados por um disco de suporte integrado ao núcleo central, na proximidade de um plano axial de linha intermediária do tambor.
[00100] Preferivelmente, durante a expansão radial do tambor, as partes terminais das extensões laminares exercem uma ação de empuxo elástico direcionada radialmente para fora.
[00101] Preferivelmente, as ações de impulso centrípeto exercidas pelo produto semiacabado, contra a superfície de deposição, na condição expandida, são pelo menos parcialmente opostas pela ação de empuxo elástico exercida pelas extensões laminares.
[00102] Preferivelmente, também é provido exercer a ação de ações de impulso centrípeto opostas exercidas pelo produto semiacabado, na condição expandida, por meio da ação de empuxo elástico exercida pelas extensões laminares.
[00103] Preferivelmente, o produto semiacabado é aplicado na superfície radialmente interna do pneu, com uma ação de empuxo radial para fora, distribuída de acordo com toda a extensão circunferencial de uma superfície radialmente externa do próprio produto semiacabado.
[00104] Outros recursos e vantagens da invenção irão se tornar claros a partir da seguinte descrição de um tambor para a aplicação de produtos semiacabados dentro de pneus, para rodas de veículos, e de um processo de aplicação que pode ser implantado pelo dito tambor. Essa descrição é mostrada abaixo por meio de um exemplo sem limitação, em referência às Figuras anexas, nas quais: A Figura 1 mostra uma seção diametral de um tambor, de acordo com a presente invenção, que carrega um produto semiacabado sob a forma de uma manga cilíndrica pronta para ser inserida dentro de um pneu; A Figura 2 mostra o tambor durante a inserção do produto semiacabado dentro do pneu; A Figura 3 mostra a montagem do pneu de produto semiacabado de tambor, no final da aplicação do produto semiacabado dentro do pneu; A Figura 4 mostra uma vista lateral parcialmente em seção de alguns dos setores do tambor, na condição contraída das Figuras 1 e 2; A Figura 5 mostra os setores do tambor na Figura 4, na condição expandida; A Figura 6 mostra uma vista em perspectiva de alguns setores do tambor, na condição expandida; A Figura 7 é uma representação similar à Figura 5 dos setores, de acordo com uma possível variante de modalidade da invenção; A Figura 8 mostra um pneu provido com um produto semiacabado, que pode ser aplicado através do tambor.
[00105] Em referência às Figuras mencionadas acima, o número de referência 1 indica, como um todo, um tambor para a aplicação de produtos semiacabados em pneus, para rodas de veículos, de acordo com a presente invenção.
[00106] O tambor 1 é adaptado para ser usado para aplicar, pelo menos, um produto semiacabado 2 em um pneu 3. No exemplo descrito, o pneu 3 já concluiu o ciclo de construção e tem uma estrutura de carcaça 4 que compreende, pelo menos, uma lona de carcaça 5 com abas de extremidade engatadas, por exemplo, virando-se para cima, em torno das respectivas porções de ancoragem 6 nas áreas normalmente identificadas como “talões”. A estrutura da carcaça 4 é associada, em uma posição radialmente exterior, a uma estrutura da coroa 7 que compreende uma ou mais camadas de correia 8 e uma banda de rodagem 9, que define uma superfície radialmente externa do pneu. Um par de paredes laterais 10 se estende, cada uma, de uma borda axialmente externa da banda de rodagem 9, até a proximidade da respectiva parte de ancoragem 6, para cobrir externamente os lados axialmente opostos da estrutura da carcaça 4.
[00107] O pneu 3 está, preferivelmente, no estado ecológico, mas também pode ser vulcanizado, antes de receber o produto semiacabado 2.
[00108] De acordo com possíveis modalidades, a aplicação do produto semiacabado 2 pode ser realizada na estrutura da carcaça 4 conformada de modo toroidal, quando o pneu 3 estiver em uma etapa intermediária de sua construção, antes ou depois da aplicação das camadas de correia 8.
[00109] O produto semiacabado 2, preferivelmente, é produzido sob a forma de uma manga cilíndrica. O produto semiacabado 2 pode compreender uma camada de material autovedante 11 possivelmente disposta sobre uma película protetora 12, por exemplo, produzida a partir do material termoplástico, como a poliamida ou o poliéster.
[00110] As bordas circunferenciais axialmente opostas da película protetora 12 podem ser engatadas aos insertos de selagem anulares 13, por exemplo, na forma de tiras de material elastomérico, com função de contenção do material autovedante 11 entre a película protetora 12 e uma superfície radialmente interna 3a do pneu 3.
[00111] O tambor 1 compreende um núcleo central 14 que define um eixo geométrico X do próprio tambor 1.
[00112] O núcleo central 14 compreende, preferivelmente, um eixo tubular 15 longitudinalmente cruzado por um parafuso de controle 16 que tem um par de roscas 16, 16b, destra e canhota respectivamente, axialmente simétricas entre si.
[00113] Cada uma das roscas 16a, 16b se engata a uma respectiva porca 17 que, através de uma ou mais fendas longitudinais 15a formadas no eixo tubular 15, se torna integrada a um respectivo controle deslizante 18 móvel ao longo do próprio eixo tubular.
[00114] O parafuso de controle 16 é rotativamente alojado no eixo tubular 15, de modo que, nas rotações do parafuso, corresponda às translações axiais dos controles deslizantes 18, em aproximação recíproca e distanciamento.
[00115] O tambor 1 compreende ainda uma pluralidade de setores 19 distribuídos em torno do eixo geométrico X, ao longo de uma direção circunferencial.
[00116] Em uma modalidade preferencial, cada setor 19 tem um corpo de fixação 20 que tem uma superfície radialmente externa 20a. O corpo de fixação 20 tem um assento de guiamento 21, obtido em uma posição radialmente interna, em relação à superfície radialmente externa 20a, a uma curta distância do mesmo. Preferivelmente, uma distância radial mínima detectável H entre o assento de guiamento 21 e a superfície radialmente externa 20a do corpo de fixação 20, pelo menos na proximidade de uma extremidade circunferencial 20b do próprio corpo de fixação 20, é inferior a cerca de 3 mm, preferivelmente entre cerca de 0,2 mm e cerca de 2 mm.
[00117] Cada setor 19 também pode estar associado a pelo menos uma extensão laminar 22, que se estende do corpo de fixação 20 ao longo da direção circunferencial. Cada extensão laminar 22 tem uma superfície radialmente externa 22a que se estende em relação de continuidade com a superfície radialmente externa 20a do corpo de fixação 20. No lado oposto, em relação ao corpo de fixação 20, cada extensão laminar 22 tem uma parte de extremidade 23 engatada de modo deslizável através do assento de guiamento 21 pertencente ao corpo de fixação 20 de um setor circunferencialmente adjacente 19.
[00118] O conjunto de superfícies radialmente externas 20a, 22a, pertencentes aos corpos de fixação 20 e às extensões laminares 22 dos setores 19 arranjados consecutivamente, define uma superfície de deposição substancialmente contínua S.
[00119] Os setores 19 podem ser idênticos e alinhados consecutivamente ao longo da direção circunferencial, de acordo com uma revolução completa em torno do eixo geométrico X, conforme mais bem representado nas Figuras 4 a 6.
[00120] Em uma modalidade preferencial diferente, mostrada esquematicamente na Figura 7, o primeiro e o segundo setores 19a, 19b respectivamente diferentes são identificados, distribuídos em sequência ou alternativamente ao longo da direção circunferencial, respectivamente. Cada um dos primeiros setores 19a pode ter duas extensões laminares 22 que se estendem ao longo da direção circunferencial, em direções opostas, respectivamente, a partir do respectivo corpo de fixação 20. Em cada um dos segundos setores 19b, pelo menos um dos assentos de guiamento é provido, que se engata de modo deslizável às partes de extremidade 23 das extensões laminares 22, cada uma pertencente a um dos primeiros setores circunferencialmente adjacentes 19a. Em outras palavras, cada um dos primeiros setores 19a se engata a cada uma de suas próprias extensões laminares 22 em um dos dois setores circunferencialmente adjacentes 19b. Cada um dos segundos setores 19b, por sua vez, engata-se às duas extensões laminares 22, cada um pertencente a um dos dois primeiros setores circunferencialmente adjacentes 19a.
[00121] Preferivelmente, em cada setor 19, o assento de guiamento 21 é delimitado axialmente entre um par de expansões laterais 24, axialmente opostos e simétricos em relação a um plano axial de linha intermediária E do tambor 1. As expansões laterais 24 definem as respectivas extremidades axialmente opostas da superfície de deposição S, no corpo de fixação 20.
[00122] Em uma modalidade preferencial, cada extensão laminar 22 tem sua própria extremidade proximal 22b axialmente interposta entre as expansões laterais 24.
[00123] As expansões laterais 24 têm uma parte de perfil curvilíneo 24a, cada uma em uma posição axialmente externa, levando a uma superfície de delimitação axial radial 25 do respectivo setor 19.
[00124] As expansões laterais 24 têm, preferivelmente, uma dimensão radial h1 maior que uma dimensão radial h2 da extensão laminar 22, de modo a se projetar radialmente em relação a essa última, em direção ao eixo geométrico X.
[00125] Em cada setor 19, uma porção de base 26 do corpo de fixação 20 é unida, respectivamente, em lados opostos às expansões laterais 24, em uma posição radialmente interior, em relação à extensão laminar 22. O assento de guiamento 21 é, portanto, definido entre a parte de base 26 e uma superfície radialmente interna 22c da respectiva extensão laminar 22.
[00126] Os membros de acoplamento 27 que operam no corpo de fixação 20 se engatam a cada setor 19, preferivelmente, de forma fixa, com dispositivos de acionamento 28 operacionalmente interpostos entre o núcleo central 14 e cada setor 19, para determinar uma translação radial dos setores, em relação ao núcleo central 14.
[00127] Por exemplo, os elementos de acoplamento 27 podem compreender elementos rosqueados, cada um com uma cabeça 27a alojada em um rebaixo provido na respectiva parte de base 26, e uma haste 27b que passa pela própria parte de base 26, para se engatar aos dispositivos de acionamento 28.
[00128] De acordo com uma possível alternativa, os membros de acoplamento 27 podem se engatar aos respectivos setores 19 nas expansões laterais 24, e não na parte de base 26 que se estende entre os mesmos.
[00129] Propõe-se que, na ausência de tensões mecânicas, por exemplo, quando o respectivo setor 19 é liberado do tambor, cada extensão laminar 22 exiba um desenvolvimento circunferencial arqueado, de acordo com um raio superior a um raio de curvatura R, de acordo com o qual a superfície de deposição S, em uma condição de expansão máxima do tambor, é curvo em torno do eixo geométrico X.
[00130] Cada extensão laminar 22, portanto, engata-se ao respectivo assento de guiamento 21 em uma condição de deformação elástica. Mais precisamente, a extensão laminar 22 se engata ao respectivo assento de guiamento 21 em uma condição de flexão elástica, em direção ao eixo geométrico X do tambor. Consequentemente, a extensão laminar 22 exerce uma ação de empuxo elástico contra o respectivo assento de guiamento 21 direcionado radialmente para fora.
[00131] Além disso, preferivelmente, prevê-se que cada extensão laminar 22 tenha pelo menos uma redução de espessura de pelo menos uma das extremidades circunferencialmente opostas 22b, 22d da mesma.
[00132] Mais particularmente, em uma modalidade preferencial, cada extensão laminar 22 tem pelo menos uma redução de espessura em sua extremidade proximal 22b, em relação ao corpo de fixação 20 do respectivo setor 19, de modo a limitar a quantidade da distância radial mínima H e expandir o interstício de entrada do assento de guiamento 21.
[00133] Além disso, ou alternativamente, pode-se prever que cada extensão laminar 22 tenha pelo menos uma redução de espessura em uma extremidade distal 22d, em relação ao corpo de fixação 20 do respectivo setor 19, de modo a facilitar a inserção e o deslizamento do mesmo no assento de guiamento 21, o que promove a continuidade e a regularidade do desenvolvimento circunferencial da superfície de deposição S.
[00134] O corpo de fixação 20 e a extensão laminar 22 de cada setor 19 podem ser constituídos como uma única peça monolítica, que se integra ao assento de guiamento 21, vantajosamente obtido através de um processo de produção aditivo, por exemplo, através de um modelo por deposição fundida (FDM) de um material polimérico adequado, preferivelmente, polieterimida.
[00135] Pelo menos na superfície de deposição S do tambor, cada setor 19 pode ter uma superfície antiaderente com um baixo coeficiente de atrito, por exemplo, um revestimento à base de PTFE ou outro material adequado, para facilitar o deslizamento das extensões laminares 22 nos respectivos assentos de guiamento 21.
[00136] Os dispositivos de acionamento 28 são configurados para transladar os setores 19 para longe do núcleo central 14, de uma posição contraída para uma posição expandida, e vice-versa.
[00137] Os dispositivos de acionamento 28 compreendem, para cada setor 19, pelo menos um empurrador 29 guiado de modo deslizável na direção radial, em relação ao núcleo central 14. Mais particularmente, o empurrador 29 pode ser guiado de modo deslizável, em relação a pelo menos um elemento de guiamento 30 que se estende radialmente a partir do núcleo central 14. No exemplo ilustrado, um par de empurradores 29 é provido, interconectado com os respectivos elementos de guiamento 30, preferivelmente, é provido para cada setor 19, preferivelmente, por meio das corrediças de interconexão 31. Cada corrediça de interconexão 31 se engata de modo telescópico entre o respectivo elemento de guiamento 30 e o respectivo empurrador 29. Os elementos de guiamento 30 dos vários setores 19 podem ser fixados a um único disco de suporte 32 integrado ao eixo tubular 15 do núcleo central 14 e que se situa no plano axial de linha intermediária E do tambor 1.
[00138] Para cada setor 19, um par de alavancas de acionamento 33 também é provido, operacionalmente conectado em lados axialmente opostos, cada um com uma das corrediças 18 e o respectivo empurrador 29.
[00139] No exemplo ilustrado, cada alavanca de atuação 33 tem uma primeira extremidade 33a restrita a pelo menos um apoio de afixação 34 carregado em uma posição axialmente externa pelo respectivo empurrador 29, e uma segunda extremidade 33b rotatória engatada em um apoio articulado 35 carregado pela respectiva corrediça 18.
[00140] Um processo de aplicação da manga autovedante ou de outro produto semiacabado 2 no pneu 3, que pode ser implantado através do tambor 1, prevê que o próprio tambor esteja arranjado em uma condição radialmente contraída, tal como nas Figuras 1 e 2. Nessa condição, os setores 19 estão na posição contraída, com os empurradores 29 aproximados do núcleo central 14 do tambor 1. Os corpos de fixação 20 dos setores 19 são, consequentemente, posicionados circunferencialmente uns com os outros, com as respectivas extensões laminares 22 totalmente inseridas, cada uma no assento de guiamento 21 do setor circunferencialmente adjacente 19, de modo que a superfície de deposição S permaneça substancialmente contínua.
[00141] Dependendo da conformação dada aos setores 19, a superfície de deposição S do tambor 1 pode ter uma conformação substancialmente cilíndrica ou, se necessário, adequadamente convexa, de acordo com um perfil transversal arqueado com padrão preferencialmente contínuo, substancialmente conforme à superfície radialmente interior 3a do pneu 3, em que o produto semiacabado 2 precisa ser aplicado.
[00142] O tambor 1, na condição contraída, presta-se a receber o produto semiacabado 2, a manga autovedante, no exemplo descrito, que é aplicada em torno da superfície de deposição S.
[00143] Para este efeito, a manga autovedante ou outro produto semiacabado 2 pode ser produzida diretamente sobre o tambor 1, por exemplo, aplicando-se sucessivamente em torno da superfície de deposição S os insertos de selagem anulares 13, a película protetora 12 e a camada de material autovedante 11.
[00144] Alternativamente, os componentes do produto semiacabado 2 podem ser pré-montados e, depois, aplicados em torno da superfície de deposição S. Pelo menos nesse último caso, pode-se prever que as arestas axialmente externas 2a do produto semiacabado 2 sejam projetadas a partir de lados axialmente opostos, em relação ao tambor 1, conforme ilustrado nas Figuras 1, 2 e 3.
[00145] O diâmetro máximo externo Dmax do tambor 1, na dita condição radialmente contraída, pode ser vantajosamente definido de tempos em tempos, de acordo com determinados parâmetros geométricos do pneu 1 que é processado, por exemplo, em função do diâmetro da junção. Mais particularmente, prevê-se, preferivelmente, que, na condição contraída, o diâmetro máximo externo Dmax do tambor 1, que inclui a dimensão do produto semiacabado 2, seja menor que um diâmetro mínimo interno Dmin do pneu 3, que pode ser identificado nas porções de ancoragem 6.
[00146] Por conseguinte, o tambor 1 que carrega o produto semiacabado 2 é adequado para ser inserido axialmente dentro do pneu 3, como na Figura 2, preferivelmente, de modo a colocar o produto semiacabado em uma posição coaxial e centralizado axialmente, em relação ao próprio pneu 3. Nesse caso, o plano axial de linha intermediária do tambor coincide com o do pneu 1.
[00147] Em seguida, inicia-se uma expansão radial do tambor 1, de modo que o produto semiacabado 2 seja trazido para aderir à superfície radialmente interna 3a do pneu 3.
[00148] Para este fim, por meio de um atuador não mostrado, o parafuso de controle 16 é girado dentro do eixo tubular 15. A consequente aproximação recíproca das corrediças 18 determina, através das alavancas de atuação 33, um deslocamento radial dos empurradores 29 ao longo dos respectivos elementos de guiamento 30. Os setores 19 se afastam radialmente do eixo geométrico X do tambor 1 juntamente com os empurradores 29, impondo uma expansão radial ao produto semiacabado 2 e um consequente alongamento circunferencial.
[00149] O produto semiacabado 2 pode se opor a uma certa resistência à expansão, que pelo menos na condição expandida, gera ações de empuxo centrípeto. No entanto, essas ações são contrariadas, pelo menos em parte, pela pré-carga de deformação elástica das extensões laminares 22. De fato, como mencionado acima, as porções finais 23 das extensões laminares 22 pressionam resilientemente contra os respectivos assentos de guiamento 21, empurrando-se os setores 19 radialmente para fora, de modo a facilitar a expansão do tambor. Os setores 19, portanto, movem-se de modo integrado ao empurrador 29, superando a reação exercida pelo produto semiacabado 2, até que seja posto em contato com a superfície radialmente interna 3a do pneu 3.
[00150] Durante a expansão radial, as extensões laminares 22 são progressivamente extraídas, cada uma do respectivo assento de guiamento 21, de modo a apoiar o aumento no desenvolvimento circunferencial do tambor 1, enquanto mantém a continuidade do desenvolvimento da superfície de deposição S. Na verdade, ao atingir a condição expandida, as porções de extremidade 23 permanecem engatadas a cada um, dentro do respectivo assento de guiamento 21, sem que as extensões laminares 22 se extraiam completamente dos mesmos. Portanto, a superfície de deposição S, enquanto aumenta seu diâmetro e desenvolvimento circunferencial, mantém seu desenvolvimento contínuo substancialmente inalterado ao longo de toda a excursão entre a condição contraída e a condição expandida.
[00151] A superfície antiaderente com um baixo coeficiente de atrito disposta nos setores 19 favorece o deslizamento das extensões laminares 22 dentro dos assentos de guiamento 21, bem como o possível deslizamento recíproco entre o produto semiacabado 2 e as superfícies radialmente externas 20a, 22a dos próprios setores 19.
[00152] Assim, o produto semiacabado 2 é aplicado contra a superfície radialmente interna 3a do pneu 3, com uma ação de empuxo radial para fora, distribuída de acordo com todo o desenvolvimento circunferencial do próprio produto semiacabado (Figura 3).
[00153] Essa circunstância favorece uma expulsão efetiva do ar presente entre o produto semiacabado 2 e o pneu 3, o que melhora a sua adesão mútua.
[00154] O perfil curvilíneo das porções de conexão 24 dos setores 19 impede a aplicação de tensões localizadas excessivas que podem danificar o produto semiacabado 2.
[00155] Ao final da aplicação, com um acionamento do parafuso de condução 16 na direção oposta à usada para a expansão do tambor 1, a contração do mesmo é determinada com um ciclo inverso, em relação ao descrito anteriormente. A superfície de deposição S do tambor 1 é separada do produto semiacabado 2, que adere à superfície radialmente interior 3a do pneu 3.
[00156] Ao atingir a condição radialmente contraída, o tambor 1 pode ser extraído axialmente do pneu 3.
[00157] As abas axialmente externas 2a do produto semiacabado 2, especialmente se projetarem-se escoradas, em relação ao tambor 1, podem ser posteriormente submetidas a uma operação de laminação ou a outro processo adicional adequado para promover a adesão das pastilhas de selagem anulares 13 e das partes adjacentes às mesmas contra a superfície interna do pneu 3.

Claims (15)

1. Tambor (1) para a aplicação de produtos semiacabados dentro de pneus para rodas de veículos caracterizado pelo fato de que compreende: um núcleo central de suporte (14) que define um eixo geométrico (X) do tambor (1); uma pluralidade de setores (19) distribuída ao longo de uma direção circunferencial em torno do dito eixo geométrico (X); dispositivos de acionamento (28) que operam entre o núcleo central (14) e cada setor (19), a fim de provocar uma translação radial dos setores (19) que se afastam do núcleo central (14) a partir de uma posição contraída, em que os ditos setores (19) definem uma superfície de deposição radialmente externa contínua (S) em direção a uma posição expandida; em que cada setor (19) tem um corpo de fixação (20) com uma superfície radialmente externa (20a) e membros de acoplamento (27) para se acoplar aos ditos dispositivos de acionamento (28); em que a dita pluralidade de setores (19) tem: assentos de guiamento, cada um produzido a partir do corpo de fixação (20) de um respectivo setor (19), na posição radialmente interna, em relação à superfície radialmente externa (20a); extensões laminares (22), sendo que cada uma se estende ao longo da dita direção circunferencial do corpo de fixação (20) de um respectivo setor (19) e tem, de um lado oposto ao corpo de fixação (20), uma porção terminal (23) encaixada de modo deslizável através do assento de guiamento (21) de um dos setores circunferencialmente contíguo (19).
2. Tambor de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que a extensão laminar (22), na ausência de tensões mecânicas, tem uma extensão circunferencial curva de acordo com um raio superior a um raio de curvatura da superfície de deposição (S) na condição expandida.
3. Tambor de acordo com a reivindicação 1 ou 2, caracterizado pelo fato de que a extensão laminar (22) é engatada ao respectivo assento de guiamento (21), em uma condição de flexão elástica, em direção ao eixo geométrico (X) do tambor (1).
4. Tambor de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 3, caracterizado pelo fato de que cada extensão laminar (22) tem pelo menos uma redução de espessura em pelo menos uma das extremidades circunferencialmente opostas (22b, 22d) da mesma.
5. Tambor de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 4, caracterizado pelo fato de que cada setor (19) tem um par de expansões laterais (24) que define as respectivas extremidades axialmente opostas da superfície de deposição (S) no corpo de fixação (20).
6. Tambor de acordo com a reivindicação 5, caracterizado pelo fato de que cada assento de guiamento (21) é axialmente delimitado entre as expansões laterais (24) do respectivo corpo de fixação (20).
7. Tambor de acordo com a reivindicação 5 ou 6, caracterizado pelo fato de que o corpo de fixação (20) também tem uma porção de base (26) unida nas extremidades respectivamente opostas às expansões laterais (24).
8. Tambor de acordo com a reivindicação 7, caracterizado pelo fato de que a porção de base (26) se estende em uma posição radialmente interna, em relação à extensão laminar (22).
9. Tambor de acordo com a reivindicação 7 ou 8, caracterizado pelo fato de que cada assento de guiamento (21) é definido entre a dita porção de base (26) e uma superfície radialmente interna da respectiva extensão laminar (22).
10. Tambor de acordo com qualquer uma das reivindicações 7 a 9, caracterizado pelo fato de que os ditos membros de acoplamento (27) operam na porção de base (26).
11. Tambor de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 10, caracterizado pelo fato de que o corpo de fixação (20) e a extensão laminar (22) de cada setor (19) são produzidos a partir de uma única peça monolítica, que se integra ao dito assento de guiamento (21).
12. Processo para aplicar um produto semiacabado dentro de um pneu, caracterizado pelo fato de que compreende: arranjar, em uma condição radialmente contraída, um tambor (1) como definido em qualquer uma das reivindicações 1 a 11, com uma superfície de deposição radialmente externa (S) definida por setores (19) distribuídos ao longo de uma direção circunferencial em torno de um eixo geométrico (X), em que um diâmetro externo máximo (Dmax) do tambor (1), na dita condição radialmente contraída, é menor do que diâmetro mínimo interno (Dmin) de um pneu (3); aplicar o dito produto semiacabado (2) em torno da superfície de deposição (S) do tambor (1); inserir axialmente, no interior do pneu (3), o tambor (1) que carrega o produto semiacabado (2); expandir radialmente o tambor (1) até uma condição radialmente expandida, a fim de aplicar o produto semiacabado (2) contra uma superfície radialmente interna do pneu (3); em que, na condição radialmente contraída, a dita pluralidade de setores (19) tem extensões laminares (22) que se estendem ao longo da dita direção circunferencial, e cada uma inserida de modo deslizável, com uma porção terminal (23) da mesma através de um assento de guiamento (21) carregado por um dos setores circunferencialmente contíguos (19), em posição radialmente interna, em relação à superfície de deposição (S); em que a ação de expansão radial do tambor (1) compreende extrair de modo deslizável as extensões laminares (22) dos respectivos assentos de guiamento (21), a fim de manter a superfície de deposição (S) de acordo com uma extensão contínua.
13. Processo de acordo com a reivindicação 12, caracterizado pelo fato de que, durante a expansão radial do tambor (1), as porções terminais (23) das extensões laminares (22) exercem uma ação de empuxo elástico radialmente direcionada para fora.
14. Processo de acordo com a reivindicação 12 ou 13, caracterizado pelo fato de que também inclui ações de empuxo centrípeto opostas, exercidas pelo produto semiacabado (2) contra a superfície de deposição (S), na condição expandida, por meio da ação de empuxo elástico exercida pelas extensões laminares (22).
15. Processo de acordo com qualquer uma das reivindicações 12 a 14, caracterizado pelo fato de que o produto semiacabado (2) é aplicado contra a superfície radialmente interna do pneu (3), com uma ação de empuxo radial direcionada para fora, distribuída de acordo com toda a extensão circunferencial de uma superfície radialmente externa do próprio produto semiacabado.
BR112020011194-5A 2017-12-21 2018-12-18 Tambor para a aplicação de produtos semiacabados dentro de pneus, e, processo para aplicar um produto semiacabado dentro de um pneu BR112020011194B1 (pt)

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