BR112019016432B1 - Processo para fabricar uma vidraça laminada colorida e vidraça laminada - Google Patents

Abstract

A presente invenção refere-se a um método para produzir vidraça laminada colorida compreendendo pelo menos uma primeira folha de vidro e uma segunda folha de vidro que são conectadas entre si por uma intercamada termoplástica. O método compreende as etapas de: depositar uma pilha de camadas compreendendo pelo menos uma camada funcional sobre pelo menos uma face da primeira e/ou segunda folhas de vidro; depositar uma camada polimérica sobre pelo menos uma face da primeira e/ou segunda folhas de vidro usando um processo úmido, a dita camada polimérica compreendendo um agente de cor e compostos poliméricos; secar e opcionalmente endurecer a camada polimérica; montar a folha de vidro que foi revestida com a camada polimérica colorida com uma intercamada termoplástica transparente incolor e com a segunda folha de vidro, tal que a camada polimérica colorida esteja em contato direto com a intercamada; desgaseificar durante o que o ar aprisionado entre as folhas de vidro e a intercamada termoplástica é removido, e - tratar termicamente o vidro laminado sob pressão e/ou vácuo em uma temperatura dentre 100°C e 200°C, durante o que o agente de cor na camada polimérica migra para a intercamada termoplástica e a vidraça laminada (...).

Description

[0001] A presente invenção refere-se a um processo para fabricar uma vidraça laminada, pelo menos uma das folhas de vidro do qual compreende uma pilha de camadas finas funcionais, e também ao vidraça laminado capaz de ser obtido por este processo.

[0002] Vidraças laminadas são habitualmente usadas nos campos de veículo motorizado, aeronáutico ou de construção, visto que exibem a vantagem de serem vidraças de “segurança”. Elas consistem de duas folhas de vidro conectadas juntas por uma camada termoplástica intercamada. É conhecido usar folhas de vidro possuindo revestimentos funcionais que dão as vidraças propriedades ópticas, térmicas ou elétricas. Para o controle solar e/ou aplicações de baixa emissividade, os revestimentos funcionais são fundamentados em uma pilha de camadas, das quais algumas são funcionais, e outras são camadas dielétricas. As camadas funcionais, que são camadas metálicas, dão à pilha as propriedades térmicas e/ou ópticas desejadas. As camadas dielétricas são geralmente fabricadas de materiais dielétricos transparentes e têm o papel essencial de comunicar proteção química e/ou mecânica às camadas funcionais. A escolha das camadas metálicas, das camadas protetivas, as espessuras relativas das mesmas e o modo em que a pilha é criada torna possível dar a vidraça certas propriedades ópticas, por exemplo em termos de reflexão de luz, transmissão de luz e fator solar. A aparência estética dos substratos revestidos com estas pilhas é frequentemente colorida, a coloração e a sua intensidade sendo dependente em particular da pilha depositada sobre o substrato. Para certas aplicações, a coloração obtida não é a coloração desejada, e pode ser desejável neutralizá-la ou modificá-la levemente. O desejo para modificar a coloração existe particularmente em vidraças laminadas quando uma das folhas de vidro constituintes da vidraça compreende uma pilha de camadas finas que dá um certo tom que, durante o processo de laminação, é algumas vezes levemente modificado. Neste caso preciso, as otimizações feitas à pilha de modo a obter as propriedades desejadas em termos de cor não são mais válidas quando a pilha é posicionada sobre uma folha de vidro constituinte de uma vidraça que foi laminada visto que os tratamentos térmicos aos quais a vidraça é submetida durante o processo de laminação fazem a coloração variar. Para certas aplicações, pode ser necessário ter que desenvolver pilhas específicas para as vidraças laminadas de modo a prevenir a variação no tom. Entretanto, esta solução é cara e complicada.

[0003] O objetivo é portanto desenvolver um processo para fabricar vidraças laminadas, dos quais pelo menos uma das folhas de vidro constituintes é revestida com um revestimento funcional que dá uma certa coloração, o que torna possível modificar a coloração simplesmente, trabalhando-se sobre as linhas de produção de vidraça laminada existentes, e os custos de fabricação das quais não são muito altos. A presente invenção assenta-se dentro deste contexto, que a invenção provê um processo de fabricação que torna possível modificar a coloração final da vidraça laminada, enquanto retém a seletividade do revestimento funcional, e enquanto garante custos baixos de fabricação e também uma boa homogeneidade da coloração sobre o todo da área superficial da vidraça, mesmo quando o último é grande no tamanho.

[0004] O processo de acordo com a presente invenção é um processo para fabricar uma vidraça laminada compreendendo pelo menos duas folhas de vidro, das quais pelo menos uma das folhas de vidro tem uma de suas faces revestidas com pelo menos uma camada funcional, as folhas de vidro sendo conectadas por uma intercamada termoplástica transparente que é incolor antes da etapa final de montar a vidraça, e que se torna colorida durante a fabricação da vidraça.

[0005] O dito processo para fabricar a vidraça laminada compreendendo pelo menos uma primeira e uma segunda folha de vidro, as duas folhas sendo conectadas por uma intercamada termoplástica, compreende as seguintes etapas: - deposição de uma pilha de camadas compreendendo pelo menos uma camada funcional sobre pelo menos uma face da primeira e/ou da segunda folhas de vidro, - deposição líquida, sobre pelo menos uma face da primeira e/ou da segunda folhas de vidro, de uma camada polimérica compreendendo um agente de cor e compostos poliméricos, - secagem e opcionalmente cura da camada polimérica, - montagem da folha de vidro, revestida com a camada polimérica colorida, com uma intercamada termoplástica transparente incolor e com a outra folha de vidro, de modo que a camada polimérica colorida esteja em contato direto com a dita intercamada, - desgaseificagem, durante a qual o ar aprisionado entre as folhas de vidro e a intercamada termoplástica é removido, e - tratamento térmico sob pressão e/ou sob vácuo do vidro laminado em uma temperatura dentre 100°C e 200°C, durante o qual o agente de cor presente na camada polimérica migra para a intercamada termoplástica e durante o qual a vidraça laminada é montada.

[0006] Vantajosamente, o processo de acordo com a presente invenção torna possível modificar a coloração de uma vidraça laminada, devido à migração do agente de cor que ocorre da camada polimérica colorida para a intercamada termoplástica durante o processo de fabricação de vidraça laminada. A modificação da coloração é provida pela presença de uma camada polimérica, que é fácil de aplicar pela via líquida e relativamente barata, sobre pelo menos uma das faces internas de uma das folhas de vidro constituintes da vidraça laminado. Durante o processo para fabricar a vidraça, e em particular durante a montagem das várias partes constituintes da vidraça, um fenômeno de migração do agente de cor ocorre uniformemente ao longo de toda a espessura da intercamada polimérica. A homogeneidade da coloração é assim garantida, mesmo em substratos de tamanho grande, usando um processo que é simples de realizar e que não requer modificação das etapas convencionais dos processos para fabricar uma vidraça laminada (montagem das várias partes, desgaseificação e tratamento térmico para o propósito da união adesiva final). Surpreendentemente, este processo torna possível obter vidraças laminadas tendo uma coloração homogênea, sem requerer uma qualidade “óptica” da camada polimérica colorida. As fases de montagem e tratamento térmico corrige as imperfeições de coloração que possivelmente possam existir na camada polimérica colorida. Assim, o processo de acordo com a invenção torna possível simplesmente neutralizar ou modificar a coloração induzida pela pilha de camadas finas, sem que seja necessário modificar a dita pilha de modo a antecipar as modificações de tom devido aos tratamentos térmicos realizados durante o processo de montagem.

[0007] Dentro do significado da presente invenção, a “face interna” de uma folha de vidro é entendida significar a face da folha que, depois montagem, está em contato com a intercamada termoplástica. As faces internas em uma vidraça laminada compreendendo duas folhas de vidro são frequentemente conhecidas como face 2 e face 3, face 2 pertencente à primeira folha de vidro e face 3 à segunda folha de vidro. No processo de acordo com a presente invenção, as faces internas (ou ainda as faces 2 ou 3) são aquelas sobre as quais a camada polimérica é depositada. Esta camada pode ser depositada sobre uma face de uma das duas folhas de vidro que constituem a vidraça laminada ou sobre uma face de cada uma das folhas de vidro que constituem a vidraça laminada.

[0008] A pilha de camadas finas é depositada sobre a primeira e/ou a segunda folhas de vidro constituintes da vidraça laminada. Preferencialmente, a deposição que consiste em depositar uma ou mais camadas funcionais sobre um substrato transparente é realizada sobre as faces das folhas de vidro que, depois da montagem, constituirão as faces internas (face 2 e/ou face 3) da vidraça laminada. A camada funcional é por exemplo uma camada que pode atuar sobre a radiação solar e/ou radiação infravermelha de comprimento de onda longo. Estas camadas funcionais são camadas metálicas com base em prata, em uma liga compreendendo prata ou em um metal escolhido de nióbio, tantálio, molibdênio e/ou zircônio. A folha de vidro sobre a qual o revestimento funcional é depositado pode compreender uma pilha de camadas finas sucessivamente compreendendo uma alternação de n camadas funcionais metálicas e (n+1) revestimentos antirreflexivos, cada revestimento antirreflexivo compreendendo pelo menos uma camada dielétrica, de modo que cada camada metálica funcional esteja posicionada entre dois revestimentos antirreflexivos. Preferivelmente, n é igual a 1, 2, 3 ou 4. Mais preferivelmente ainda, n é maior do que 1, em particular n é igual a 2 ou 3. As camadas dielétricas também são depositadas pela pulverização catódica por magnétron. Estas camadas de dielétricos são por exemplo escolhidas de óxidos, nitretos ou oxinitretos de um ou mais elementos escolhidos de titânio, silício, alumínio, zircônio, háfnio, estanho e zinco.

[0009] Um exemplo de uma pilha que pode ser depositada compreende: - um revestimento dielétrico localizado por baixo do revestimento funcional, - um revestimento funcional, - um revestimento dielétrico localizado no topo do revestimento funcional, - opcionalmente uma camada protetiva.

[0010] A espessura do revestimento funcional é geralmente maior do que 100 nm, preferivelmente maior do que 150 nm e menor do que 300 nm, preferivelmente menor do que 250 nm.

[0011] O revestimento funcional pode ser depositado por qualquer meio conhecido tal como pela pulverização catódica por magnétron, pela evaporação térmica, por CVD ou PECVD, pela pirólise, pela deposição química, pela deposição de sol-gel ou deposição úmida de camadas inorgânica. Preferivelmente, no processo de acordo com a invenção, o revestimento funcional é depositado pela pulverização catódica por magnétron. Nesta modalidade vantajosa, todas as camadas do revestimento funcional são depositadas pela pulverização catódica por magnétron.

[0012] A pilha funcional é em particular caracterizada pelas medições de propriedades ópticas tais como a transmissão de luz LT, a reflexão de luz externa e/ou interna, os componentes de cor a* e b* do modelo CIE Lab para a representação de cores desenvolvidas pela International Commission on Illumination, e os desempenhos de controle solar, tais como o fator solar e a seletividade. O fator solar, simbolizado por “g” é a razão entre a energia total que passa através da vidraça e a energia solar incidente. A seletividade, simbolizada por “s”, é a razão entre a transmissão de luz e o fator solar.

[0013] A camada polimérica é uma camada que pode ser aplicada pela via líquida. O polímero pode ser dissolvido em um solvente de modo a tornar a deposição líquida possível. Menção pode ser feita, por exemplo, de uma camada polimérica com base no polivinil butiral, on polietileno ou on etileno/acetato de vinila dissolvidos em um solvente. Qualquer outro material polimérico que seja quimicamente compatível com a intercamada termoplástica colocada entre as duas folhas de vidro pode ser usado. Preferivelmente, com o objetivo de usar formulações poliméricas com tão pouco solvente quanto possível para os aspectos EHS, a camada polimérica colorida é preferivelmente uma camada obtida a partir de uma composição compreendendo compostos de epóxido ou compostos de metacrilato. A camada polimérica é, por exemplo, obtida a partir de uma composição líquida compreendendo compostos de (met)acrilato escolhidos de monômeros, oligômeros ou polímeros compreendendo pelo menos uma função metacrilato.

[0014] A composição líquida compreende pelo menos um oligômero de uretano- acrílico alifático, pelo menos um monômero de (met)acrilato monofuncional, bifuncional ou trifuncional, pelo menos um iniciador de polimerização e pelo menos um agente de cor. Preferivelmente, o monômero de (met)acrilato é monofuncional ou bifuncional e, portanto, compreende pelo menos dois sítios reativos. A funcionalidade relativamente baixa dos monômeros usados para polimerizar a camada polimérica facilita a migração do agente de cor dentro da camada.

[0015] A composição líquida vantajosamente compreende, como porcentagem em peso com respeito ao peso total dos compostos de (met)acrilato, de 30% a 80% em peso de pelo menos um oligômero alifático de uretano/acrílico e de 20% a 70% em peso de pelo menos um monômero de (met)acrilato monofuncional ou bifuncional. O agente de cor representa entre 0,01% e 10% em peso, com respeito ao peso total dos compostos poliméricos. O agente de cor é por exemplo um composto orgânico. O mesmo é inserido dentro da composição polimérica no estado molecular, isto quer dizer que o mesmo é dissolvido na composição e não forma partículas sólidas. Muito vantajosamente, o agente de cor tem propriedades de ácido/base que torna possível aumentar a sua afinidade com a intercamada termoplástica. Assim, por via de exemplo, o agente de cor é um composto orgânico do tipo de ácido de Lewis e a intercamada termoplástica é uma base, o que torna possível promover a migração do agente de cor da camada polimérica para a intercamada termoplástica. Menção pode ser feita, por exemplo, como agente de cor, de derivados da família de antraquinonas (Azul Ácido 25, Alizarina, Antrapurpurina, ácido Carmínico, 1,4-Diamino-2,3- dihidroantraquinona, 7,14-Dibenzpirenoquinona, Dibromoantantrona, 1,3- Dihidroxiantraquinona, 1,4-Dihidroxiantraquinona, Vermelho Disperso 9, Vermelho Disperso 11, Azul de Indantrona, Morindona, Azul Óleo 35, Azul Óleo A, Parietina, Verde de Quinizarina SS, Azul de Remazol Brilhante R, Solvente Violeta 13, 1,2,4- Trihidroxiantraquinona, Vat Laranja 1, Vat Amarelo 1) ou produtos das faixas de Neozapon®, Irgasperse®, Basantol® e Orasol®, vendidos pela BASF.

[0016] A camada polimérica pode compreender, na sua composição, um promotor de adesão, tal como, por exemplo, um silano ou qualquer outro composto que promova adesão com base em um metal, tal como titânio, zircônio, estanho ou alumínio.

[0017] A camada polimérica é depositada, sobre uma face de pelo menos uma das folhas de vidro, pela aplicação, na temperatura ambiente, da dita composição líquida pelo revestimento por rolo, pelo revestimento por fluxo, pelo revestimento por imersão, pelo revestimento por cortina ou pelo revestimento por pulverização. Preferivelmente, a composição líquida é aplicada pelo revestimento por rolo ou pelo revestimento por cortina.

[0018] A camada polimérica é depositada sobre pelo menos uma das faces 2 ou 3 das folhas de vidro, isto quer dizer sobre uma das faces que estão em contato com a intercamada termoplástica. A camada polimérica pode ser depositada sobre o revestimento funcional.

[0019] Depois de ter sido depositada sobre uma das faces de pelo menos uma folha de vidro, a camada polimérica é secada e/ou curada em uma temperatura abaixo de 200°C. Se a camada polimérica depositada contém um solvente, o último será evaporado durante a etapas de secagem. A camada polimérica também pode ser curada durante esta etapa, que acarreta necessariamente uma cura/reticulação, por exemplo pela radiação UV ou por um feixe de elétron.

[0020] A espessura da camada polimérica curada está entre 1 e 200 μm.

[0021] A etapa de depositar a camada polimérica pode ser realizada diretamente sobre a linha de produção de vidraça laminada e depois constitui a primeira etapa durante a produção em fábrica da vidraça laminada. A etapa de deposição também pode ser realizada sobre uma linha de produção outra que não aquela da vidraça laminada. Neste caso, a folha ou folhas de vidro revestida(s) com a camada polimérica chegam na linha para montagem das vidraças laminadas com o revestimento polimérico seco e/ou curado.

[0022] A folha de vidro, assim revestida com a camada polimérica, é subsequentemente montada com a intercamada termoplástica e com uma segunda folha de vidro de modo a formar a vidraça laminada. A segunda folha de vidro também pode compreender, sobre a face pretendida ser a face interna, uma camada polimérica que seja idêntica àquela depositada sobre a primeira folha de vidro, ou uma camada polimérica que é levemente diferente, em particular em termos de coloração.

[0023] De acordo com uma modalidade, uma primeira folha de vidro compreendendo, na sua face 2, o revestimento funcional e a camada polimérica é montada com a intercamada termoplástica transparente e uma segunda folha de vidro. Esta segunda folha de vidro pode opcionalmente compreender, na sua face 3, uma camada polimérica e/ou um revestimento funcional.

[0024] De acordo com uma outra modalidade, uma primeira folha de vidro compreendendo, na sua face 2, o revestimento funcional é montado com a intercamada termoplástica e com uma segunda folha de vidro sobre a qual a camada polimérica foi depositada. Esta segunda folha de vidro pode opcionalmente compreender um revestimento funcional.

[0025] De modo a melhorar a adesão entre os vários elementos constituindo a vidraça laminada, a saber entre as folhas de vidro e a intercamada termoplástica, o processo de acordo com a invenção pode compreender uma etapa de tratar a superfície da folha de vidro sobre a qual a camada polimérica colorida é depositada e/ou a superfície da face da intercamada termoplástica em contato com a camada polimérica, com um promotor de adesão.

[0026] A intercamada termoplástica é polivinil butiral, polietileno, etileno/acetato de vinila ou qualquer outro material termoplástico. A intercamada pode ser composta de diversas camadas combinadas conectadas, a subcamada em contato com a camada polimérica sendo uma subcamada de natureza orgânica.

[0027] O processo de acordo com a invenção vantajosamente torna possível preparar vidros laminados coloridos sem requerer modificação das fases de montagem da vidraça laminada. A partir do momento quando as folhas de vidro constituintes da vidraça laminada são revestidas com a camada polimérica colorida, elas são montadas com a intercamada termoplástica no modo normal por um tratamento térmico em uma temperatura dentre 100°C e 200°C, sob vácuo e/ou sob pressão. Este tratamento térmico pode, por exemplo, ser realizado em uma autoclave em uma temperatura dentre 135°C e 145°C, sob uma pressão dentre 5 e 14 bar.

[0028] A invenção também se refere a uma vidraça laminada capaz de ser obtido pelo processo descrito acima. Esta vidraça pode ser usado no campo da construção, tendo um uso decorativo em particular, ou ainda como vidraça de veículo motorizado. As vidraças laminadas obtidas têm a resistência mecânica desejada para este tipo de aplicação e podem ser considerados como vidraças de segurança.

[0029] O seguinte exemplo ilustra a invenção sem limitar o seu escopo.

[0030] Duas folhas planas de vidro com uma espessura em torno de 6 mm, obtidas por um processo de flotação, são usadas para fabricar uma vidraça laminada de acordo com a presente invenção.

[0031] Um revestimento funcional, compreendendo a pilha de camadas finas depositadas por um dispositivo de pulverização catódica por magnétron, é depositado sobre uma face de uma primeira folha de vidro. A pilha de camadas finas sucessivamente compreende, partindo da folha de vidro, uma alternação de três revestimentos dielétricos e de duas camadas de prata (camadas funcionais metálicas), cada revestimento dielétrico compreendendo pelo menos uma camada dielétrica, de modo que cada camada funcional metálica é posicionada entre dois revestimentos dielétricos. A camada do revestimento funcional mais distante da folha de vidro é uma camada de 1 a 5 nm de nitreto de titânio-zircônio. A espessura total deste revestimento funcional está entre 150 e 200 nm.

[0032] Uma composição líquida compreendendo um oligômero de acrilato tipo CN9002 (oligômero bifuncional alifático de uretano/acrilato), CN131B (monômero aromático de monoacrilato) ou SR610 (oligômero de acrilato de polietileno glicol) da Sartomer e monômero SR 410 (monômero acrílico monofuncional aromático) é preparada com uma razão em peso de 50/50. Um agente de cor do tipo antraquinona é adicionado à formulação de acrilato em uma quantidade de 0,13% em peso com respeito ao peso total da composição de acrilato líquido. 5% em peso de um fotoiniciador do tipo Speedcure 500 são adicionados à mistura precedente de modo a permitir o início da polimerização. A composição líquida assim obtida é depositada pela via líquida pelo revestimento mecânico com um revestidor de barra sobre a pilha de camadas funcionais descritas acima. A camada polimérica úmida tem uma espessura de 30 μm. A mesma é curada pela irradiação UV. A espessura da camada colorida seca está em torno de 20 μm.

[0033] Uma intercamada de PVB incolor é colocada sobre a camada polimérica colorida e a segunda folha de vidro é colocada sobre a intercamada de modo a fechar a vidraça laminada. A combinação é colocada em uma autoclave durante 45 minutos a 140°C sob uma pressão de 10 bar.

[0034] Na remoção da autoclave, uma vidraça laminada transparente é obtido onde a cor da pilha de camadas foi modificada.

[0035] As características ópticas e colorimétricas de uma vidraça laminada sem uma camada polimérica (referência) e da vidraça laminada com a camada polimérica como obtido anteriormente são dadas na tabela abaixo.

[0036] A transmissão de luz LT é dada em % e é medida sob iluminante D65 com 2° observador. As coordenadas a*T e b*T indicam as cores a* e b* na transmissão no sistema L*a*b* medido sob o iluminante D65 com 2° observador, perpendicularmente a vidraça. A reflexão de luz externa corresponde à reflexão de luz na faixa visível, dada como uma porcentagem e medida sob o iluminante D65 com 2° observador, no lado da face mais externa, isto é, a face 1 visto que a pilha está posicionada sobre a face 2. As coordenadas de cor a*R e b*R indicam as cores a* e b* em reflexão no sistema L*a*b* medido sob o iluminante D65 com 2° observador, perpendicularmente a vidraça. a*Rext e b*Rext indicarão as cores medidas no lado da face mais externa e a*Rint e b*Rint indicarão as cores medidas na face mais interna, isto é a face 4 visto que a pilha está posicionada sobre a face 2.

[0037] Na vidraça de acordo com a invenção, isto é, com a camada polimérica, as modificações de cor são significantes em termos de a*T (nível no eixo verde-vermelho da luz transmitida) e b*ext (nível no eixo azul-amarelo da luz refletida externa) enquanto retém uma boa capacidade de absorção seletiva (seletividade) de radiação IR e uma transmissão próxima a 50%. -

Claims (12)

1. Processo para fabricar uma vidraça laminada colorida compreendendo pelo menos uma primeira e uma segunda folhas de vidro, as duas folhas sendo conectadas por uma intercamada termoplástica, caracterizado pelo fato de que compreende as seguintes etapas: - deposição de uma pilha de camadas compreendendo pelo menos uma camada funcional sobre pelo menos uma face da primeira e/ou da segunda folhas de vidro, essas camadas funcionais sendo as camadas metálicas com base em prata, de uma liga compreendendo prata ou de um metal escolhido de nióbio, tantálio, molibdênio e/ou zircônio, e a espessura do revestimento funcional sendo menor do que 300 nm, - deposição líquida, sobre pelo menos uma face da primeira e/ou da segunda folhas de vidro, de uma camada polimérica compreendendo uma antraquinona como agente de cor e compostos metacrilatos como compostos poliméricos, os compostos poliméricos utilizados na camada polimérica sendo quimicamente compatível com a intercamada termoplástica, a composição polimérica compreendendo ao menos um oligômero de uretano-acrílico, ao menos um monômero de (met)acrilato monofuncional, bifuncional ou trifuncional, ao menos um iniciador de polimerização e ao menos um agente de cor dissolvido na composição polimérica e representa entre 0,01 e 10% em peso, com respeito ao peso total dos compostos poliméricos, - secagem e opcionalmente cura da camada polimérica, - montagem da folha de vidro, revestida com a camada polimérica colorida, com uma intercamada termoplástica transparente incolor e com a segunda folha de vidro, de modo que a camada polimérica colorida esteja em contato direto com a dita intercamada, - desgaseificação, durante a qual o ar aprisionado entre as folhas de vidro e a intercamada termoplástica é removido, e - tratamento térmico sob pressão e/ou sob vácuo do vidro laminado em uma temperatura dentre 100°C e 200°C, durante o qual o agente de cor presente na camada polimérica migra para a intercamada termoplástica e durante o qual a vidraça laminada é montada, e em que a intercamada termoplástica é de polivinil butiral, de polietileno, de etileno/acetato de vinila.

2. Processo de acordo com a reivindicação precedente, caracterizado pelo fato de que a deposição da pilha de camadas é realizada pela pulverização catódica por magnétron.

3. Processo de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de que a deposição da camada polimérica é realizada sobre a pilha funcional.

4. Processo de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de que a camada polimérica colorida é uma camada obtida pela cura de uma composição compreendendo compostos de epóxido ou compostos de metacrilato.

5. Processo de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que a camada polimérica é obtida a partir de uma composição líquida que compreende, como porcentagem em peso com respeito ao peso total dos compostos de (met)acrilato, de 30% a 80% em peso de pelo menos um oligômero alifático de uretano-acrílico e de 20% a 70% em peso de pelo menos um monômero de (met)acrilato monofuncional ou bifuncional.

6. Processo de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de que a camada polimérica compreende um promotor de adesão.

7. Processo de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de que a camada polimérica é depositada pela aplicação, na temperatura ambiente, da dita composição líquida, pelo revestimento com rolo, pelo revestimento com fluxo, pelo revestimento com imersão, pelo revestimento com cortina ou pelo revestimento com pulverização.

8. Processo de acordo com a reivindicação precedente, caracterizado pelo fato de que a composição líquida é aplicada pelo revestimento com rolo ou pelo revestimento com cortina.

9. Processo de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de que a camada polimérica é curada pela secagem em uma temperatura abaixo de 200°C, pela reticulação UV ou por um feixe de elétron.

10. Processo de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de que a espessura da camada polimérica curada está entre 1 e 200 μm.

11. Processo de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de que o mesmo compreende uma etapa de tratar a superfície da folha de vidro sobre a qual a camada polimérica colorida é depositada e/ou a superfície da face da intercamada termoplástica em contato com a camada polimérica, com um promotor de adesão.

12. Vidraça laminada caracterizado pelo fato de que é capaz de ser obtido pelo processo tal como definido em qualquer das reivindicações precedentes.