BR102021020789A2

BR102021020789A2 - Kit para formar uma ferramenta agrícola a partir de um corpo de roda ou um suporte tubular

Info

Publication number: BR102021020789A2
Application number: BR102021020789-2A
Authority: BR
Inventors: Olivier PHÉLY
Original assignee: Otico
Priority date: 2020-10-16
Filing date: 2021-10-15
Publication date: 2022-04-26
Also published as: AR123831A1; CA3134369A1; EP3984782A1; FR3115233B1; FR3115233A1; US20220118802A1

Abstract

A presente invenção refere-se a uma ferramenta agrícola (1) compreende um corpo de roda (3) e um pneu flexível (5) com uma câmara oca (25) e uma superfície interna (51) em torno dessa câmara oca (25), uma abertura circular para a câmara (25) e um par de talões (35, 37) bordejando essa abertura. Uma peça distanciadora (56) pelo menos parcialmente tubular com duas faces de extremidade axialmente opostas. Pelo menos em uma parte correspondente a pelo menos um dos talões (35, 37), a superfície interna (51) se estende de maneira geralmente troncônica, alargando-se radialmente para o exterior do pneu flexível (5), e pelo menos uma das faces de extremidade da peça distanciadora apresenta pelo menos uma superfície saliente axialmente. A peça distanciadora (56) está colocada em posição transversal à aber-tura do pneu 95) de maneira tal, que a superfície saliente (63) engata a superfície (51) em uma zona da dita parte correspondente ao talão (35, 37).

Description

KIT PARA FORMAR UMA FERRAMENTA AGRÍCOLA A PARTIR DE UM CORPO DE RODA OU UM SUPORTE TUBULAR

[0001] A invenção refere-se a um kit destinado a formar uma ferramenta agrícola a partir de um corpo de roda ou um suporte tubular, o kit compreendendo um pneu flexível apresentando uma câmara oca e uma parede interna que delimita essa câmara oca, o pneu flexível apresentando ainda uma cobertura circular sobre a câmara oca e um par de talões que bordeja essa cobertura circular e por meio da qual o pneu flexível monta em torno do corpo de roda ou do suporte tubular.

[0002] São conhecidas ferramentas agrícolas em forma de roda, essa roda compreendendo um corpo de revolução e um pneu flexível e oca montada na periferia do corpo de roda. Uma roda formando ferramenta deste tipo é utilizada notadamente em algumas máquinas de trabalho de campo. Essas máquinas geralmente são rebocadas e de tipo portado ou semiportado.

[0003] Nas máquinas agrícolas deste tipo, uma ferramenta de trabalho do solo, tal como uma relha, um disco ou um dente, cria um sulco destinado a receber grãos ou sementes. O sulco é fechado novamente em seguida para permitir a germinação desses grãos ou dessas sementes.

[0004] Uma roda-ferramenta pode ser utilizada em combinação com um elemento de semeadeira, para regular a profundidade de trabalho da mesma. Fala-se então de roda limitadora de profundidade. Uma roda-ferramenta pode ser utilizada também para calcar o solo após a passagem desse elemento, como é o caso das rodas chamadas de "rodas de calcamento".

[0005] O corpo da roda é realizado de maneira bastante rígida, o que permite transmitir os esforços necessários ao trabalho da terra. O pneu flexível é realizado de maneira tal que seu envoltório se deforma durante o trabalho, o que favorece o destacamento da terra e evita o entupimento do pneu. Na maioria das vezes, o pneu é fabricado de elas-tômero e é utilizada não inflada, isto é, o interior de seu invólucro se encontra em comunicação fluida com o exterior deste.

[0006] Historicamente distinguem-se pelo menos dois tipos de pneu flexíveis para uso em uma roda agrícola. De acordo com um primeiro tipo, o pneu está realizado a partir de um pneu pneumática, tipicamente recauchutando um pneumático de veículo automóvel. O pneu flexível apresenta então um envoltório cujo perfil está aberto para superfície interna do pneu. O pneu é montado no corpo de roda por meio de talões, que formam uma respectiva zona terminal de um respectivo flanco. O pneu compreende reforços metálicos, sob a forma de aros, nos talões devido a que o pneu pneumático da qual ele provém necessita de reforços deste tipo para sua função pneumática. Esses aros enrijecem o pneu e contribuem para sua manutenção sobre o corpo de roda.

[0007] No documento EP 0223134 B2 e EP0245648B2 bandas de rodagem pneumáticas de caminhões são montadas sobre um suporte tubular para formar um rolo de uso agrícola. Essas bandas de rodagem são mantidas sobre o suporte graças a um par de anéis de bloqueio, que é montado sobre o suporte, no interior da abertura e na proximidade dos talões do pneu, e um mecanismo tensor, que se aciona para afastar os anéis um do outro e apertar os talões do pneu contra rebordos do suporte.

[0008] Em uso, as bandas de rodagem agrícolas procedentes de bandas pneumáticas mostram-se pouco deformáveis, principalmente devido à rigidez das bandas pneumáticas das quais elas procedem.

[0009] De acordo com um segundo tipo de bandas de rodagem, o envoltório apresenta, ao contrário, um perfil fechado, uma parte do qual, a sola, liga os flancos entre si ao contrário do pneu. O pneu é montado sobre o corpo de roda por meio dessa sola. Trata-se então de um pneu especificamente concebida e realizada para um uso agrícola, a qual apresenta a vantagem de se deformar mais do que as bandas de rodagem procedentes das bandas de rodagem pneumáticas. Tal pneu é fabricada a partir de uma seção de perfilado de elastômero que se fecha sobre si mesma em um rebordo que se faz cozer em um molde. Um exemplo de pneu deste tipo é descrito no documento FR 3004384 A1.

[0010] Já faz tempo, notadamente por iniciativa da Requerente, ou-tro tipo de pneu foi criado, no qual o invólucro é formado diretamente por injeção de matéria elastomérica em um molde.

[0011 ] A fabricação de bandas de rodagem por injeção é particularmente vantajosa, no sentido de que ela requer menos intervenções ma-nuais e é acompanhada de menos enigmas do que uma fabricação baseada na extrusão de um perfil. A fabricação por injeção é igualmente mais rápida.

[0012] Entretanto, essa fabrica por injeção implica modificar subs-tancialmente o perfil do invólucro em relação às bandas de rodagem extrudadas. De fato, é muito difícil realizar invólucros de perfil fechado e, mais geralmente, uma atenção particular deve ser dada, quando da concepção do pneu, à face interna desta. Entre outras coisas, o pneu deve poder ser retirado facilmente do núcleo do molde após o cozimento.

[0013] Neste contexto, a Requerente concebe u um pneu de uso agrícola, uma parte do esboço correspondente à sola é realizada em duas porções separadas, cada uma ligada a um respectivo flanco. Essas porções podem ser afastadas uma da outra para facilitar a desmol-dagem do esboço. Elas são unidas e montadas por cooperação de forma para constituir a sola do pneu. Uma porção que se projeta radialmente para o interior do pneu, à maneira de um talão, contribui para fixar esse pneu no corpo de roda. Em particular, esse talão pode ser inserido entre dois frascos homólogos formando o corpo da roda.

[0014] No documento FR 3028136 A1 a requerente foi mais longe ainda, propondo um pneudesprovida de sola. O pneu proposta compreende um invólucro geralmente anular com duas partes formando flancos e uma parte formando pneu ligando os flancos entre eles. O invólucro apresenta uma abertura oposta à pneu. O corpo de roda compreende um par de flanges e uma peça distanciadora em forma de disco, intercalada entre esses flanges e fixada a estes. O pneu é montado sobre o corpo de roda de maneira que a peça distanciadora esteja disposta transversalmente à sua abertura, enquanto que os flanges são dispostos de maneira a bloquearem os flancos do invólucro contra a peça distanciadora, pelo menos na proximidade da abertura. Para isso, as extremidades dos flancos são conformadas de acordo com um perfil em bico e cooperam com rebordos dos flanges de forma complementar.

[0015] Na ausência de sola no pneu, o documento RF 3028136 propõe, de alguma maneira, modificar o corpo de roda em relação a um corpo clássico, a fim de assegurar a manutenção do pneu.

[0016] Essa manutenção é particularmente importante, uma vez que, em trabalho, a ferramenta é submetida a condições difíceis, ligadas, por exemplo, a um avanço rápido da máquina ou um terreno irregular, ou mesmo acidentado. Além disso, devido a que a ferramenta pode ser levada a trabalhar de acordo com uma direção que pode de viés em relação à direção de avanço ou assumir viradas, frequentemente são exercidos esforços sobre o pneu que tendem a fazê-la sair do aro, isto é, deixar assento do corpo de roda.

[0017] Essa dificuldade é superada nas bandas de rodagem agrícolas provenientes de bandas pneumáticas em virtude dos aros integrados aos talões. Entretanto, não se deseja equipar as bandas de rodagem injetadas com aros deste tipo, a fim de conservar a capacidade das bandas de rodagem de serem desmoldadas facilmente e de se deformarem durante o trabalho.

[0018] Considerações semelhantes se encontram no caso de uma ferramenta agrícola em forma de rolo, compreendendo um suporte tubular e uma pluralidade de bandas de rodagem flexíveis montadas nesse s uporte, essa pluralidade de bandas de rodagem estando intercalada entre dois flanges que são montados em uma respectiva extremidade do suporte.

[0019] A roda agrícola do documento FR 3028136 satisfaz de modo global. A requerente procurou ir mais longe ainda e estabelece u o objetivo de prever um pneu de perfil aberto, a qual possa ser montada facilmente em um corpo de roda ou um suporte tubular clássico, cuja borda de aro e cujos flanges de extremidade são desprovidos de bicos, e mais geralmente de porção projetando-se para o interior de uma porção radialmente mais interna desse pneu.

[0020] Para essa finalidade, propõe-se um kit destinado a formar uma ferramenta agrícola a partir de um corpo de roda ou de um suporte de rolo, esse kit compreendendo um pneu flexível que apresenta uma câmara oca e uma superfície interna em torno dessa câmara oca. O pneu flexível apresenta ainda uma abertura circular sobre a câmara oca e um par de talões bordejando essa abertura circular e por meio da qual o pneu flexível é montado em torno do corpo de roda ou do suporte de rolo. O kit compreende ainda uma peça distanciadora pelo menos parcialmente tubular com duas faces de extremidades axialmente opostas. Pelo menos em uma parte correspondente a pelo menos um dos talões, a superfície interna se estende de maneira geralmente troncônica, alargando-se radialmente para o exterior do pneu flexível. Pelo menos uma das faces de extremidade da peça distanciadora apresenta pelo menos uma superfície saliente axialmente. A peça distanciadora está conformada de maneira a se colocar em posição transversal à abertura do pneu flexível, de modo que a superfície saliente possa engatar a superfície interna em uma zona da dita parte correspondente ao talão.

[0021] O kit proposto permite realizar facilmente uma roda de uso agrícola ou um rolo a partir de um corpo de roda ou de um suporte de rolo clássico, pelo menos no domínio agrícola. A peça distanciadora pode ser instalada no pneu antes da montagem do conjunto formado pelo pneu e por essa peça distanciadora no corpo de roda ou suporte de rolo.

[0022] A peça distanciadora assume somente a manutenção do pneu sobre o corpo de roda, sem necessidade de mecanismo tensor ou análogo. Os talões apresentam um perfil trapezoidal pelo menos em sua posição disposta no interior da peça distanciadora que contribui grandemente para o travamento do pneu sobre o corpo de roda ou o suporte de rolo.

[0023] O engate da peça distanciadora com a superfície interna do pneu, no nível do talão, permite não apenas anular uma folga axial de montagem entre o pneu e o aro, mas ainda a folga de montagem radial, graças à forma troncônica dessa superfície. Assim são substituídas as cintas que habitualmente são formadas dentro da sola das bandas de rodagem agrícolas.

[0024] Propõe-se igualmente uma ferramenta agrícola que compreende um corpo de roda ou um suporte de rolo, um pneu flexível apresentando uma câmara oca e uma superfície interna em tordo dessa câmara oca. O pneu flexível apresenta ainda uma abertura circular sobre a câmara oca e um par de talões bordejando essa abertura circular e por meio da qual o pneu flexível é montado em torno do corpo de roda ou do su porte de rolo. A ferramenta compreende ainda uma peça distanciadora pelo menos parcialmente tubular com duas faces de extremidade axialmente opostas. Pelo menos em uma parte correspondente a pelo menos um dos talões, a superfície interna se estende de maneira geralmente troncônica, alargando-se radialmente para o exterior do pneu. Pelo menos uma das faces de extremidade da peça distanciadora apresenta pelo menos uma superfície saliente axialmente. A peça dis-tanciadora está colocada em posição transversal à abertura do pneu flexível de tal modo, que a superfície saliente engata a superfície interna em uma zona da dita parte correspondente ao talão.

[0025] Outras características e vantagens da invenção resultarão da leitura da descrição detalhada a seguir, feita com relação aos desenhos, em que:

- a Figura 1 representa uma roda de acordo com a invenção, vista de frente;
- a Figura 2 representa a roda da Figura 1, vista em corte de acordo com a linha ll-ll;
- a Figura 3 representa uma vista explodida da roda da Figura 1;
- a Figura 4 representa um detalhe IV da Figura 2;
- a Figura 5 representa uma variante de realização da roda da Figura 1, em uma vista análoga à Figura 4;
- a Figura 6 representa a roda da Figura 5, em uma vista análoga à Figura 2;
- a Figura 7 representa uma ferramenta agrícola realizada a partir da roda das Figuras 5 e 6;
- a Figura 8 representa uma outra variante de realização da roda da Figura 1, vista de frente;
- a Figura 9 representa a roda da Figura 8 em perspectiva isométrica;
- a Figura 10 representa a roda da Figura 8 em perspectiva isomérica com um pneu parcialmente truncada;
- a Figura 11 representa a roda da Figura 8, em vista cortada de acordo com uma linha XI-XI;
- a Figura 12 representa um detalhe XII da Figura 11;
- a Figura 13 representa uma porção de um pneu da roda das Figuras 8 a 12, sozinha e vista em corte de acordo com a linha XIXI;
- a Figura 14 representa uma porção de uma peça distanci-adora da roda das Figuras 8 a 12, sozinha e vista em corte de acordo com a linha XI-XI;
- a Figura 15 representa uma variante do pneu da Figura 13;
- a Figura 16 representa uma porção de uma peça distanci-adora da roda das Figuras 5 e 6, sozinha e em uma vista análoga à Figura 5;
- a Figura 17 representa uma variante da peça distanciadora da Figura 14;
- a Figura 18 representa uma variante do pneu da Figura 15;
- a Figura 19 representa a peça distanciadora da Figura 14 vista de frente;
- a Figura 20 representa uma variante da peça distanciadora da Figura 19;
- a Figura 21 representa um rolo de acordo com a invenção, visto em corte longitudinal;
- a Figura 22 representa um detalhe XXII do rolo da Figura 21;
- a Figura 23 representa uma variante do rolo da Figura 21;
- a Figura 24 representa um detalhe XXIV do rolo da Figura 23;
- a Figura 25 representa uma variante do rolo da Figura 23;
- a Figura 26 representa um detalhe XXVI do rolo da Figura 25;
- a Figura 27 representa uma modalidade alternativa da roda da Figura 1, em uma vista análoga à Figura 2;
- a Figura 28 é análoga à Figura 27, para uma outra modalidade da roda.

[0026] Os desenhos e a descrição a seguir contêm essencialmente elementos de caráter certo. Portanto, poderão servir não apenas para melhor compreensão da presenta invenção, mas também contribuir para sua definição, se necessário.

[0027] Faz-se referência às Figuras 1 a 4.

[0028] Uma ferramenta agrícola, destinada ao trabalho nos campos, está conformada em uma fora 1. Esta roda 1 compreende um corpo 3 que apresenta uma aparência geral de revolução, em torno de um eixo que coincide com um eixo central 4 da roda 1. A roda 1 está equipada com um pneu 5 montada em torno do corpo 3. Esso pneu 5 apresenta uma forma de revolução, cujo eixo central coincide com o eixo central 4 da roda 1 quando o pneu 5 está montada no corpo 3.

[0029] Chama-se "corpo de roda" aqui ("body" ou "wheel body" em inglês) a parte praticamente indeformável, ou rígida, da roda 1, por oposição à sua parte essencialmente deformável, ou flexível, que constitui o pneu 5.

[0030] O pneu 5 apresenta uma face periférica radialmente externa, destinada a entrar em contato com o solo e uma face periférica radialmente interna, oposta à face externa, por meio da qual o pneu se apoia sobre uma parte periférica do corpo 3, ou aro 7.

[0031] Chama-se "aro" ("rim" ou "wheel rim" em inglês) a porção per periférica do corpo 3 destinada notadamente a suportar o pneu 5. Chama-se "cubo" ("hub" ou "wheel hub" em inglês) a porção central do corpo 3 por meio da qual a roda é montada, em rotação, sobre um eixo. O resto do corpo 3, em particular a porção desse corpo 3 que liga o cubo o aro 7, pode ser chamado de "disco" ("disc", "wheel disc" ou ainda "wheel dish" em inglês). Assim, o corpo está constituído de aro, cubo 9 e disco 11.

[0032] Contrariamente ao uso que se faz às vezes, o termo "aro" não designa aqui a totalidade do corpo 3.

[0033] O corpo 3 é de concepção clássica. Esse corpo 3 apresenta uma primeira face lateral, ou face interna 13, e uma segunda face lateral, axialmente oposta à primeira, ou face externa 15. No exemplo ilustrado aqui, onde a roda 1 está destinada a ser utilizada, em combinação com um disco semeador, como aro, a face interna 13 corresponde à face da roda 1 dirigida para esse disco.

[0034] O aro 7 apresenta uma aparência de revolução em torno do eixo central do corpo 3. O aro 7 compreende uma larga mediana 17, da qual uma seção axial oferece um par de superfícies de assento 18 à pneu 5. O aro 7 apresenta um primeiro rebordo, ou rebordo interno 19, que bordeja a porção mediana 17 do lado da face interna 13 do corpo 3, e um segundo rebordo, ou rebordo externo 21, axialmente oposto ao primeiro e que bordeja a porção mediana 17 do lado da face externa 15 do corpo 3. A porção mediana 17 do aro 7 é essencialmente cilíndrica. Os assentos 18 são geralmente cilíndricos e separados um do outro axialmente por uma parte da porção mediana 17, formando um fundo de aro 20. O rebordo interno 19 e o rebordo externo 21 projetam-se radialmente da porção mediana 17 do aro 7. O fundo 20 do aro 7 está radialmente recuado dos assentos 18.

[0035] O pneu 5 compreende um invólucro flexível 23 geralmente tórico, cujo eixo coincide com o eixo central do pneu 5. O invólucro 23 delimita, em parte, pelo menos um espaço interno geralmente oco, ou câmara 25, aberto para a superfície interna do pneu 5. O invólucro 23 compreende uma porção radialmente oposta à face interna do pneu 5 conforme uma banda de rodagem 27, por meio da qual a roda 1 se encontra em contato com o solo. Essa banda de rodagem 27 faz parte da face externa do pneu 5.

[0036] O invólucro 23 compreende ainda duas porções axialmente opostas uma à outra, as quais formam os flancos do pneu 5: um flanco interno 31 próximo à face externa 13 do corpo 3, à direita da câmara 25 na Figura 2, e um flanco externo 33, próximo da face externa 15, à es-querda. Cada um dos flancos interno 31 e externo 33 se liga a uma respectiva extremidade axial da banda de rodagem 27. Quando se observa a face externa do pneu 5, essa banda de rodagem 27 se estende de acordo com um perfil geralmente abaulado, do flanco interno 31 ao externo 33, com um topo 29. A distância do topo 29 ao eixo central do pneu 5 corresponde a um meio-diâmetro externo OD desse pneu 5. Por exemplo, o diâmetro OD é vizinho do flanco interno 31 e do flanco externo 33.

[0037] O flanco interno 31 e o flanco externo 33 estendem-se geralmente de maneira radial, isto é, perpendicularmente ao eixo central do pneu 5. Ao contrário da banda de rodagem 27, o flanco interno 31 e o flanco externo 33 se prolongam radialmente por uma porção conformada em talão, a saber: um talão interno 35 para o flanco interno 31 e um talão externo 37 para o flanco externo 33. O talão interno 35 e o talão externo 37 podem ser vistos como extremidades radiais do flanco interno 31 e do flanco externo 33, respectivamente. Essas extremidades são afinadas em relação ao resto dos flancos interno 31 e externo 33. O talão interno35 e o talão externo 37 se apoiam em um respectivo assento 18 do aro 7, por meio de uma superfície de extremidade radial geralmente cilíndrica. O talão interno 35 e o talão externo 37 asseguram um contato entre o pneu 5 e o aro 7 do corpo 3. O pneu 5 está desprovido de elementos de reforço metálicos, notadamente aros, pelo menos nos talões interno 35 e externo 37.

[0038] O talão interno 35 e o talão externo 37 bordejam uma aber-tura da câmara 25 sobre a face interna do pneu 5. Devido a esse fato, o pneu 5 se acha desprovido de forro, às vezes chamado igualmente de "sola", isto é, uma porção do invólucro 23 que liga o flanco interno 31 ao flanco externo 33 em oposição à banda de rodagem e/ou estendendo-se essencialmente de maneira axial de uma extremidade desses flancos afastada da banda de rodagem 27 para o interior do pneu 5.

[0039] Na ausência de sola ou semelhante, o invólucro 23 apresenta um perfil largamente aberto na face interna do pneu 5. Esse perfil aberto simplifica grandemente a fabricação do pneu 5. O invólucro 23 pode ser realizado por moldagem, com moldes de injeção de forma simples, ao contrário dos pneus clássicos, cujo invólucro apresenta um perfil fechado, mesmo parcialmente. A fabricação de um invólucro fechado por injeção vem acompanhada de dificuldades ligadas à desmoldagem. Os pneus cujo invólucro apresenta um perfil fechado são fabricados geralmente por extrusão de uma tira de perfilado fechado e junção de uma porção dessa tira.

[0040] O pneu 5 está realizado de um material flexível, do tipo elas-tômero, preferivelmente de borracha natural ou sintética, eventualmente misturados um ao outro. Esse material tem, preferivelmente, uma dureza Shore compreendida entre 45 e 75. O invólucro apresenta uma capacidade importante de se deformar e retomar sua forma inicial, em virtu de da combinação de um material flexível e da câmara oca 25. O invólucro se deforma notadamente quando a roda 1 trabalha, solicitada por um esforço de reação do solo. Esse esforço é exercido principalmente de modo radial para o eixo central da roda 1. Isso distingue muito o pneu 5 dos pneus pneumáticos, em particular ocos utilizados para a ligação ao solo de veículos automóveis.

[0041] O perfil aberto do invólucro 23 e a ausência de aros de talão facilitam a desmoldagem do pneu 5. Esse perfil aberto facilita a extração da parte do molde que forma núcleo através da abertura do invólucro 23.

[0042] Na superfície interna, o pneu 5 apresenta um primeiro rebordo periférico, ou rebordo interno 39, o qual termina o flanco interno 31 e um segundo rebordo periférico, ou rebordo externo 41, o qual termina o flanco externo 33. O rebordo interno 39 e o rebordo externo 41 estão conformados de uma maneira tal, que sua forma corresponde, respectivamente, àquela do rebordo interno 19 e dor rebordo externo 21 do aro 7. O rebordo interno 19 e o rebordo externo 21 da aro 7 oferecem assim superfícies de assento suplementares ao pneu 5, o qual se apoia por meio desses rebordos interno 39 e externo 41.

[0043] Em particular aqui, o rebordo interno 39 e o rebordo externo 41 do pneu 5 compreendem uma respectiva superfície de borda 43, de forma de revolução e centrada sobre o eixo desse pneu 5, destinada a repousar sobre uma superfície homóloga 45 do rebordo interno 19 e do rebordo externo 21 do aro 7. As superfícies de borda 43 e suas superfí-cies homólogas 45 são geralmente cilíndricas. As superfícies de borda 43 terminam radialmente um dos flancos interno 31 e externo 33. A su-perfície homóloga 45 do rebordo externo 21 se encontra a uma distância do eixo do corpo 3 que corresponde à metade do diâmetro OSD do assento externo. Por exemplo, o diâmetro OSD está próximo de 340 milímetros. A superfície homóloga 45 do rebordo interno 19 se encontra a uma distância do eixo do corpo 3 que corresponde a um meio-diâmetro de assento interno ISD. Por exemplo, o diâmetro ISD está próximo de 340 milímetros.

[0044] Aqui, o rebordo interno 39 e o rebordo externo 41 compreendem ainda uma respectiva superfície do talão interno 35 e do talão externo 37, orientada de maneira oposta à câmara 25, ou superfície externa 47. A superfície externa 47 do talão interno 35 e a do talão externo 37 se conectam, respectivamente, à superfície de borda 43 do rebordo interno 39 do pneu 5 e àquela do rebordo externo 41, aqui por um filete.

[0045] A superfície externa 47 do talão interno 35 e aquela do talão externo 37 estão em correspondência de forma com pelo menos uma parte dos rebordos interno 19 e externo 21 do aro 7. Essas partes formam batentes axiais 48 contra os quais o talão interno 35 e o talão externo 37 apoiam-se de acordo com uma direção principalmente axial.

[0046] Na forma de realização apresentada aqui, a superfície externa 47 do batente interno 35 é geralmente troncônica, e se alarga de acordo com uma direção radialmente para o exterior do pneu 5, de uma maneira correspondente à superfície de batente axial 48 do rebordo interno 19 do aro 7. A superfície externa 47 do talão externo 37 é geralmente em forma de coroa, de uma maneira correspondente à superfície de batente axial 48 do rebordo externo 21 do aro 7.

[0047] O flanco interno 31 e o flanco externo 33 apresentam uma respectiva superfície dirigida de maneira oposta à câmara 25, ou super-fície externa 49. A superfície externa 49 do flanco interno 31 e aquela do flanco externo 33 se conectam a uma respectiva superfície de borda 43 do rebordo interno 39 e do rebordo externo 41 do pneu 5, respectivamente.

[0048] A superfície externa 47 do talão interno 35 e a do talão externo 37 se conectam à superfície terminal do talão interno 35 e à do talão externo 37, respectivamente, aqui por um arredondamento.

[0049] De preferência, as superfícies de assento 18 e as superfícies de extremidade radial dos talões interno 35 e externo 37 estão dimensionados de tal modo, que existe uma leva folga entre as superfícies, em particular para permitir a montagem do pneu 5 sobre o aro 7 do corpo. Tal folga é inferior, por exemplo, a 1 milímetro no diâmetro.

[0050] O pneu 5 apresenta uma superfície interna que envolve a câmara 25. Essa superfície compreende duas porções que formam paredes laterais 51, aqui por meio de arredondamentos. As paredes laterais 51 compreendem um respectivo primeiro trecho 51a correspondente a um dos flancos interno 31 e externo 33 (a uma superfície desse flanco orientada para a câmara 25) e um segundo trecho 51B correspondente a um dos talões interno 35 e externo 37 (a uma superfície desse talão orientada para a câmara 25) e que prolonga o primeiro trecho 51A para o interior do pneu 5.

[0051] A superfície interna do flanco interno 31 e do talão interno 35, por um lado, e a superfície interna do flanco externo 33 e do talão externo 37, por outro lado, formam paredes laterais 51 da câmara 25. O fundo 53 dessa câmara 25 é formado por uma superfície da banda de rodagem 27 dirigida para a câmara 25.

[0052] As paredes laterais 51 da câmara 25 são geralmente troncô-nicas, centradas sobre o eixo do pneu 5 e se alargam na direção radial para o exterior do pneu 5, da face interna desse pneu 5 no fundo 53 dessa câmara 25. Aqui, as paredes laterais 51 da câmara 25 são mutu-almente simétricas em relação a um plano normal ao eixo do pneu 5.

[0053] De maneira conhecida, o pneu 5 apresenta um lábio anular 54 que se projeta do invólucro 23 radialmente e axialmente para o exterior da câmara 5. Esse lábio 54 se estende substancialmente ao longo da circunferência do pneu 5. A distância da extremidade do lábio 54 ao eixo central do pneu 5 corresponde a um meio-diâmetro LD do lábio 54. Por exemplo, o diâmetro LD está próximo de 400 milímetros. A distância que separa essa extremidade da superfície externa 49 do flanco externo 33 de acordo com a direção axial do pneu 5 corresponde à largura W2 do lábio 54. Por exemplo, a largura W2 está próxima de 111 milímetros.

[0054] No talão interno 35 e no talão externo 37, o pneu 5 apresenta aqui, em cada vez, uma respectiva ranhura circular 55, centrada sobre o eixo desse pneu 5 e aberta sobre a câmara 25. Cada ranhura 55 está instalada em uma das paredes laterais 51 da câmara 25, no segundo trecho 51B desta. Em outras palavras, na superfície interna troncônica dos talões interno 35 e externo 37.

[0055] Aqui, as ranhuras 55 se encontram em uma respectiva posição radial que corresponde ao limite radialmente externo do talão interno 35 ou do talão externo 37. A porção do pneu 5 que se encontra radialmente além de uma ranhura 55 corresponde ao flanco interno 31 ou ao flanco externo 33. Radialmente além de cada ranhura 55 encontra-se o primeiro trecho 51A de uma respectiva parede lateral da câmara 25. Radialmente aquém de cada ranhura 55 encontra-se o segundo trecho 51B de uma respectiva parede lateral 51 da câmara 25.

[0056] Cada parede lateral 51 compreende um segundo trecho 51B que se estende de maneira geralmente troncônica, alargando-se radialmente para o exterior do pneu 5, em pelo menos uma parte do talão interno 35 ou do talão externo 37, e essa parte vai de uma ranhura cir-cular 55 radialmente para o interior do pneu flexível 5.

[0057] Aqui, os segundos trechos 51B das paredes laterais 51 da câmara 5 se estendem de maneira geralmente troncônica sobre o con-junto de seu respectivo talão, desde a ranhura 55 até a extremidade radial desse talão que se encontra em contato com o aro 7. Os talões, interno 35 e externo 37, apresentam um respectivo perfil em forma de trapézio, aqui retângulo, no que se refere ao talão externo 37. Além disso, os primeiros trechos 51A das paredes laterais 51 da câmara 5 estendem-se aqui igualmente de maneira geralmente troncônica, desde a ranhura 55 radialmente para o exterior do pneu 5, em particular até o fundo 53 da câmara 25. Em outras palavras, as paredes laterais 51 da câmara 25 apresentam um par de porções troncônicas que se estendem, pelo menos em parte, sobre os talões interno 35 e externo 37, pelo menos sobre uma parte destes que se encontra radialmente para o interior do pneu 5.

[0058] A roda 1 compreende uma peça de revolução conformada em peça distanciadora 56, a qual é montada em torno do corpo 3, sobre o aro 7, em posição transversal à abertura sobre a câmara 25. A peça distanciadora 56 compreende um par de faces de extremidades axiais, dispostos para ficar diante dos talões interno 35 e externo 37 quando a peça distanciadora 56 se encontra em posição transversal à abertura do pneu 5 sobre a câmara 25.

[0059] Essas faces de extremidade axiais da peça distanciadora 56 estão dispostas de maneira a se alargarem, pelo menos em parte, nas paredes laterais 51 da câmara 25, cada vez no nível de um respectivo segundo trecho 51B. Esse engate resulta de uma penetração de pelo menos uma parte dessas faces de extremidades axiais da peça distanciadora 56 nas paredes laterais 51. Cada face de extremidade axial da peça distanciadora 56 apresenta uma superfície que se projeta axialmente dessa face e por meio da qual se faz o engate. Cada superfície saliente penetra na parede lateral 51 da câmara 25, em uma parte desta correspondente aos talões 35, 37.

[0060] Essa penetração pode resultar de uma deformação local (esmagamento) das paredes laterais 51, na zona de engate, contra as su-perfícies salientes da peça distanciadora 56. Aqui as extremidades axiais da peça distanciadora 56, que portam uma respectiva superfície saliente, engata em cada uma das ranhuras circulares 55 do pneu 5. Essas porções de extremidade axiais são conformadas de uma maneia correspondente às ranhuras circulares 55, aqui em trapézios.

[0061] É importante que as porções de extremidades da peça distanciadora 56 ofereçam uma respectiva superfície de extremidade saliente, a qual permite à peça distanciadora 56 engatar nas paredes laterais 51, quer estas últimas estejam ou não providas de uma ranhura do tipo das ranhuras circulares 55. Uma superfície de extremidade saliente ultrapassa uma face de extremidade plana e perpendicular ao eixo central da peça distanciadora 56 correspondente a um perfil de peça distanciadora tubular.

[0062] Uma vez montada em posição transversal à abertura sobre a câmara 25, a peça distanciadora 56 define um distanciamento mútuo do talão interno 35 e do talão externo 37 de acordo com a direção axial do pneu 5. Esse distanciamento é superior ao distanciamento mútuo dos talões interno 35 e externo 37 em repouso. A peça distanciadora 56 mantém esse distanciamento.

[0063] Esse distanciamento é tal, que antes de montagem do pneu 5 e da peça distanciadora 56 sobre o corpo 3, a distância que separa axialmente a superfície externa 47 do talão interno 35 daquela do talão externo 37 é superior à distância que separa axialmente as superfícies de batentes axiais 48 destinadas a recebê-los no aro 7.

[0064] Uma vez que a peça distanciadora 56 e o pneu 5 estejam montados sobre o corpo 3, a peça distanciadora 56 contribui para estabelecer e manter um contato da superfície externa 47 dos talões interno 35 e externo 37 contra uma superfície de batente axial 48 homóloga dos rebordos interno 39 e externo 41 do aro 7. O pneu 5 se encontra assim montado sobre o aro 7 com uma pressão axial exercida pelas superfí-cies de batente axiais 48 sobre os talões interno 35 e externo 37. Essa pressão axial participa no engate das porções de extremidade da peça distanciadora 56, e de suas superfícies salientes, nas pareces laterais 51 da câmara 25, em uma zona onde essa parede é troncônica e se alarga radialmente para o exterior do pneu 5.

[0065] Isto assegura a manutenção do pneu 5 em torno do corpo 3. Essa manutenção se assemelha a um travamento devido ao engate da peça distanciadora 56 nos talões do pneu 5 e do perfil trapezoidal desses talões em sua porção tomada entre a peça distanciadora 56 e os assentos 18 do aro 7. O essencial da matéria dos talões interno 35 e externo 37 se encontra radialmente aquém da zona de engate da peça distanciadora 56 com as paredes laterais 51.

[0066] A peça distanciadora 56 apresenta um primeiro segmento de extremidade axial e um segundo segmento de extremidade axial que estão conformados em correspondências a uma respectiva ranhura cir-cular 55. O perfil da peça distanciadora 56 em seu primeiro segmento de extremidade axial corresponde ao perfil de uma das ranhuras 55, enquanto que o perfil da peça distanciadora em seu segundo segmento de extremidade axial corresponde ao perfil da outra ranhura 55. O mesmo perfil de peça distanciadora 56 pode ser utilizado na ausência de ranhura do tipo das ranhuras circulares 55.

[0067] Quando o corpo comporta dois flanges que são montados um sobre o outro, o pneu 5 pode ser montado sobre um dos flanges do corpo de roda, por exemplo, o segundo flange 81, uma vez que a peça distanciadora 55 esteja alojada na abertura do pneu 5. Em particular quando o pneu 5 está previsto com ranhuras circulares do tipo das ranhuras circulares 55, o pneu 5 pode ser montado sobre o flange uma vez que a peça distanciadora 56 esteja engatada nas paredes laterais 51. Um dos talões interno 35 e externo 37 apoia-se sobre um dos assentos 18, event ualmente com uma folga radial ligada à montagem. A seguir discute-se um outro flange do corpo de roda, por exemplo, o primeiro flange 79, sobre o primeiro, de modo que o outro dos talões interno 35 e externo 37, por sua vez, apoia-se contra o outro assento, eventualmente com uma folga de montagem.

[0068] Aqui a peça distanciadora 56 apresenta uma porção principal 57 geralmente tubular, cujo eixo central coincide com o eixo 4 da roda 1, uma vez que a peça distanciadora 56 esteja montada sobre o corpo 3. Essa porção tubular 57 porta as porções de extremidades axiais da peça distanciadora 56. As porções de extremidades axiais da peça distanciadora 56 correspondem a porções de extremidades axiais de sua porção principal 57.

[0069] A porção principal 57 apresenta um perfil em forma geral de trapézio isosceles. Uma superfície cilíndrica radialmente interna 59 da porção principal 57 corresponde à base pequena desse trapézio, enquanto que uma superfície cilíndrica radialmente externa 61 corresponde à base grande. Os lados do trapézio são formados de duas su-perfícies de extremidades axiais 63 que formam as superfícies salientes das extremidades da peça distanciadora 56. Essas superfícies de extremidades axiais 63 são troncônicas, centradas sobre o eixo da peça distanciadora 56 e se alargam radialmente para o exterior desta última. A forma dessas superfícies de extremidades axiais 63 corresponde aqui à forma do fundo das ranhuras circulares 55. A mesma forma pode ser utilizada sem as ranhuras circulares 55. A inclinação das superfícies de extremidades 63 da peça distanciadora 56 relativamente à direção radial está próxima da inclinação das superfícies internas 51 do flanco interno 31 e do flanco externo 33. De preferência, elas apresentam se-miângulos de ápices iguais a mais ou menos 5 graus. Graças à sua forma saliente, essas superfícies de extremidade 63 atuam à maneira de cantos e bloqueiam os talões 35, 37 do pneu 5 contra os rebordos do aro 7.

[0070] Visa-se a uma pressão axial resultante de uma compressão axial do pneu 5, no nível de seus talões 35, 37, da ordem de 1 a 4%, ou seja, aqui, por exemplo, de 1 a 3 milímetros aproximadamente. Para aumentar ainda mais a pressão axial aplicada ao pneu 5, pode-se considerar conformar a superfície externa 47 do talão externo 37, de maneira que ela se estenda de modo concônico, alargando-se radialmente para o interior, ou de acordo com um perfil com um lóbulo saliente axialmente para o exterior do pneu 5, conservando o perfil da superfície de batente axial 48 da Figura 4.

[0071] A peça distanciadora 56 apresenta uma face radialmente interna, por meio da qual a peça distanciadora 56 é montada sobre o aro 7. Essa face interna apresenta uma pluralidade de nervuras 65 que se projetam para o interior da peça distanciadora 56, aqui da superfície interna 59 da porção tubular 57.

[0072] Aqui cada nervura 65 se estende de acordo com uma direção axial da peça distanciadora 56. Esta última repousa, por meio das ner-vuras 65, sobre o aro 7, em particular aqui sobre os assentos 18. O diâmetro interno das nervuras 65 corresponde ao diâmetro interno da peça distanciadora 56 e ao diâmetro interno dos talões 35 e 37. Os assentos 18 do aro 7 são ocupados pelos talões interno 35 e externo 37, bem como pelas nervuras 65 da peça distanciadora 56.

[0073] As extremidades longitudinais 66 das nervuras 65 estão re-cuadas das faces de extremidades da peça distanciadora 56. As extremidades longitudinais 66 das nervuras 65 são conformadas de uma maneira correspondente às paredes laterais 51 da câmara 25 sobre uma parte destas últimas correspondendo aos talões 35, 37, notadamente de modo radial aquém das ranhuras circulares 55 ou da zona de engate das extremidades da peça distanciador 56. As superfícies de extremidade 66 das nervuras 65 aqui são troncônicas e se alargam radialmente para o exterior. A inclinação dessas extremidades longitudinais 66 em relação a uma direção radial está próxima daquela das paredes laterais 51, aqui sobre uma porção destas últimas radialmente aquém das ranhuras circulares 55. As nervuras 65 são repartidas regularmente de maneira angular na circunferência da face interna da peça distanciadora 56. Essas nervuras 65 delimitam entre si espaços livres, no interior dos quais uma parte da matéria dos talões interno 35 e externo 37 flui sob a ação da peça distanciadora 56. Isto contribui para travar o pneu 5 sobre o aro 7 e manter esse travamento, inclusive em condições de trabalho difíceis. As extremidades longitudinais 66 das nervuras apoiam-se contra os talões 35, 37 de tal modo, que elas participam e/ou aumentam a compressão axial do pneu 5 no nível desses talões 35, 37. Essas extremidades longitudinais 66 contribuem para a manutenção do pneu 5 sobre o aro 7.

[0074] Uma dimensão de acordo com a direção axial da superfície inferior 59 da peça distanciadora 56 é superior a uma dimensão nominal de acordo com essa direção da abertura sobre a câmara 25, à qual se acresce, se necessário, a profundidade das ranhuras circulares 55.

[0075] A peça distanciadora 56 apresenta aqui uma superfície de batente 67 opcional para a banda de rodagem 27 e destinada a limitar-lhe o deslocamento quando o invólucro 23 se deforma. Esta superfície de batente 67 projeta-se radialmente para o exterior do resto do resto da peça distanciadora 56. Essa superfície de batente 67 aqui é portada por uma porção secundária 69 anular em torno da porção principal 57 e que se conecta à superfície externa 61 desta última. A porção secundária 69 da peça distanciadora 56 projeta-se da porção principal 57 desta última, radialmente para o exterior. Esta porção secundária 69 se conecta à superfície externa 61 da peça distanciadora 55 por uma nervura periférica 70 que se estende radialmente. Esta nervura pode ser des-contínua no perímetro da porção secundária 69. Aqui a superfície de batente 67 é geralmente cilíndrica e seu eixo coincide com o eixo central da peça distanciadora 55. Axialmente, esta superfície de batente se situ a ainda à direita do topo 29 da banda de rodagem 27.

[0076] Outras disposições podem ser consideradas para a superfície de batente 67, por exemplo, troncônica ou ondulada.

[0077] Aqui essa superfície de batente 67 suporta um sensor de pressão 71. O sensor 71 é capaz de reagir a um contato de uma parte radialmente diante da banda de rodagem 27, medindo uma intensidade de esforço resultante do solo.

[0078] O distanciamento entre o flanco interno 31 e o flanco externo 33, isto é, a distância que separa sua respectiva superfície externa na direção axial, corresponde a uma largura W do pneu 5.

[0079] Quando um esforço é exercido sobre a banda de rodagem 27 essencialmente dirigido radialmente para o eixo central desse pneu 5, o invólucro tende a se deformar de uma maneira tal, que a banda de rodagem 27 entra em contato com a superfície de batente 67. Tal esforço resulta tipicamente da reação do solo quando a roda 1 trabalha.

[0080] Por exemplo, uma espessura do flanco interno 31 pode estar compreendida entre 10 e 20 milímetros, enquanto que a espessura do flanco externo 33 pode estar compreendida entre 10 e 20 milímetros.

[0081] O flanco externo 33 e o flanco interno 31 apresentam diâmetros externos próximos um do outro.

[0082] A peça distanciadora 56 é rígida. Ela pode estar realizada em material sintético, por exemplo, em material plástico, tal como o po-lietileno, por exemplo, ou metálico, tal como o aço ou uma liga de alumínio.

[0083] Aqui o corpo de roda 3 é formado de um primeiro flange 79 e de um segundo flange 81, cada um em forma geral de disco. O primeiro flange 79 e o segundo flange 81 são montados um sobre o outro para formarem o corpo de roda 3. A peça distanciadora 56 não faz parte do corpo 3. Essa peça distanciadora tem relação com o corpo 3 uma vez instalada no interior do pneu 5.

[0084] O primeiro flange 79 e o segundo flange 81 apresentam um respectivo eixo central, ou eixo de revolução. No estado montado do corpo de roda, esses eixos coincidem com o eixo 4 da roda 1.

[0085] O primeiro flange 79 e o segundo flange 81 apresentam uma respectiva face interna, não referenciada, e uma face externa oposta. A face externa do primeiro flange 79 e a face externa do segundo flange 81 correspondem à face interna 13 e a face externa do corpo 3, respectivamente. Quando da montagem do primeiro flange 79 e do segundo flange 81 um sobre o outro, suas faces internas são apoiadas uma contra a outra.

[0086] O primeiro flange 79 e o segundo flange 81 são fixadas uma na outra, aqui de maneira reversível, por meio de uma pluralidade de pares de parafuso-porca 83. Esses pares de parafuso-porca 83 estão distribuídos na superfície do disco de roda.

[0087] O primeiro flange 79 compreende uma parte central 85, uma parte periférica 87 e um disco 89 ligando a parte central 85 à parte periférica 87. Aqui o disco 89 é maciço. Numa variante, o disco 89 pode ser ornado e/ou compreender um ou vários braços ligando a parte central 85 do primeiro flange 79 à parte periférica 87 deste último.

[0088] A parte central 85 forma uma parte do cubo 9. Esta parte central 85 é adequada para receber um eixo ou um eixo de roda destinados a suportar a roda 1 em rotação. A roda 1 compreende um mancal rotativo 91 alojado na parte central 85, aqui sob a forma de um rolamento de fileira dupla de esferas.

[0089] A parte periférica 87 é de forma geral anular. A parte periférica 87 porta o rebordo interno 19 do aro 7, uma das superfícies de assento 18, adjacente ao rebordo interno 19, e uma parte do fundo 20 do aro 7. Do lado da face externa, à esquerda na Figura 2, a parte central 85 está disposta recuada em relação ao rebordo interno do aro 7. Esse recuo está classicamente próximo de 40 milímetros.

[0090] O primeiro flange 79 é conformado em uma peça monobloco. O primeiro flange 7 (sic) aqui é metálico, tipicamente de aço ou liga de alumínio. O primeiro flange 79 é obtido, por exemplo, por estampagem de uma folha metálica. Notadamente, a parte periférica 87 é obtida por um dobramento sobre si mesma da porção periférica da folha metálica, o que confere a esta parte periférica 87 uma forma de flange de tubo. O primeiro flange 79 pode ser obtido também por moldagem ou estampagem.

[0091] O segundo flange 81 compreende uma parte central 93, uma parte periférica 95 e um disco 97 ligando a parte central 93 à parte periférica 95.

[0092] A parte periférica 95 do segundo flange 81 porta o rebordo externo 21 do aro 7, a outra superfície de assento 18 e a parte restante do fundo 20 do aro 7. O segundo flange 81 é obtido, por exemplo, por injeção de matéria plástica. O segundo flange 81 apresenta então baixos custos de matéria-prima e de fabricação. O segundo flange 81 pode ser realizado igualmente de metal, como o primeiro flange 79 ou a partir de um material diferente. O primeiro flange 79 de metal apresenta então uma resistência melhorada a choques, por exemplo, em caso de projeções de pedras quando da rolagem da máquina.

[0093] O segundo flange 81 pode assumir a forma de um envoltório consolidado por paredes internas de reforço, ou nervuras, entre as quais múltiplas cavidades são deixadas vazias. As nervuras conferem ao segundo flange 81 uma boa resistência mecânica, comparável a uma peça metálica ou de plástico maciço. Elas permitem assegurar a resistência mecânica necessária com pouca matéria-prima. O volume ocupado pelo primeiro flange 7 é oco em grande parte.

[0094] A parte central 93 do segundo flange 81 compreende uma porção destinada a alojar o resto do mancal 91.

[0095] Uma vez que o pneu 5 esteja colocado sobre o aro 7, o primeiro flange 79 e o segundo flange 81 suportam o pneu 5, aqui cada um substancialmente pela metade. A força radial aplicada pelo solo sobre o pneu 5 se distribui substancialmente de maneira equivalente sobre os flanges 79 e 81.

[0096] O mancal 91 é colocado acavalado em uma perfuração em duas partes dispostas nas partes centrais do primeiro flange 79 e do segundo flange 81.

[0097] À medida que se aperta o segundo flange sobre o primeiro, tende-se a aproximar as superfícies de batente axiais 48 uma da outra. Procura-se e mantém-se o engate da peça distanciadora 56 nas paredes laterais 51 da câmara 25, devido a que o distanciamento de acordo com essa direção das superfícies externas 47 dos talões interno35 e externo 37. Ao se apertar, se comprime o pneu 5 no nível de seus talões interno35 e externo 37, engatando esses talões com a peça distanciadora 56. À medida que a folga de montagem axial diminui entre o pneu 5 e o aro 7 e a compressão axial do pneu 5 aumenta sobre os talões 35, 37, por apertos do primeiro flange 79 sobre o segundo 81, a folga de montagem radial entre a aro 7 e o pneu 5 se reduz igualmente, até se anular, como resultado do engate da peça distanciadora 56 sobre uma porção troncônica dos talões 35, 37. Em outras palavras, as superfícies salientes das extremidades da peça distanciadora 56 cooperam com a forma troncônica dos talões 35, 37 onde a peça distanciadora 56 os engata, de modo a assegurar não apenas o bloqueio axial do pneu 5 sobre o corpo3, mas também um bloqueio radial. Isto ocorre sem que as su-perfícies de batente axiais 48, ou outras superfícies do aro 7, produzam um travamento por cooperação de forma com os talões 35,37.

[0098] A roda 1 está destinada a ser montada em uma ferramenta agrícola, de maneira que a face interna 13 do corpo 3 se encontra, pelo menos em parte, diante de uma ferramenta em forma de disco. A face externa 15 do corpo 3 se encontra então orientada de maneira oposta a esse disco.

[0099] O aro 7 é de tipo clássico. Esse aro 7 não apresenta ne-nhuma superfície que se projete axialmente para o interior de uma porção do pneu 5 radialmente mais interna.

[00100] Faz-se referência às Figuras 5 a 16.

[00101] Uma variante 1 da roda descrita em relação às Figuras 1 a 4 se distingue inicialmente pelo fato de que o flanco interno 31 é substan-cialmente mais espesso do que o flanco externo 33, enquanto que a superfície homóloga 45 do rebordo interno 19 do aro 7 se encontra ampliada axialmente para corresponder à superfície de borda 43 do rebordo interno 39 do pneu 5. Isto permite aumentar a resistência do flanco interno 31, em particular ao desgaste, em relação à direção de avanço, ângulo que expõe o flanco interno 31. Essa superespessura pode atingir 20%. Essa superespessura do flanco interno 31 em relação ao flanco externo 33 aumenta ainda a pressão de contato sobre a su-perfície homólogo 45 e melhora a estanqueidade.

[00102] Sobre a primeira porção 51A, a parede lateral 51 correspondente ao flanco interno 31 estende-se de acordo com um perfil arredondado, desde a ranhura circular 55 correspondente, que evita as pressões no lugar de conexão da primeira porção 51A à segunda porção 51B. Esse perfil aumenta igualmente a massa de matéria que se encontra acima da superfície homóloga 45 da borda interna 19, melhorando de maneira correspondente a estanqueidade entre essa superfície 45 e a superfície de apoio 43. Essa primeira porção 51A se conecta ao fundo 53 com um filete grande.

[00103] Diferentemente da superfície de batente das Figuras 2 e 4, a superfície de batente 67 se estende aqui de maneira inclinada em relação à direção axial da peça distanciadora 56. Isto permite compensar uma inclinação da roda em trabalho. Essa superfície de batente 67 é portada por uma porção secundária 69 geralmente troncônica. Além disso, a superfície de batente 67 apresenta uma ligeira curva, quando se olha esta superfície desde o exterior da peça distanciadora 56. Essa curva assegura um contato harmonioso entre a superfície de batente 67 e a banda de rodagem 27.

[00104] Faz-se referência às Figuras 6 e 7.

[00105] Um conjunto de semeadeira 100 compreende um par de ferramentas rotativas 101 análogas, montado de maneira simétrica em relação a um plano vertical sobre um suporte não representado. Cada ferramenta 101 compreende um respectivo disco semeador 105, tipicamente montado livre em rotação sobre o chassi de uma máquina ou de uma ferramenta puxada/empurrada por tal máquina, e uma roda 1 do tipo da roda descrita em relação às Figuras 5 e 6, montada de maneira livre em rotação em torno de um eixo 109, por exemplo, sobe um braço (não representado) que liga a roda 1 ao chassi em questão. O disco 105 e a roda 1 de uma respectiva ferramenta 101 são livres para girar um em relação ao outro.

[00106] Em cada ferramenta 101, o eixo de rotação 109 da roda 1 se encontra descentrado do eixo de rotação do disco semeador 105. Essa descentragem compreende uma componente vertical não nula, de modo que o eixo de rotação do disco 105 se encontra mais baixo do que aquele da roda 1. A descentragem em questão compreende ainda uma componente horizontal não nula de modo que o eixo de rotação do disco 105 se encontra diante daquele da roda 1.

[00107] Os discos 105 do conjunto 100 estão montados de maneira inclinada em relação a um plano vertical, com uma primeira convergência das rodas angular, e no plano de simetria, com uma segunda convergência angular. Esses discos 105 têm relação um com o outro de acordo com a direção de avanço, por um lado, e de acordo com uma direção verticalmente para baixo, por outro lado. O conjunto 100 ape-senta uma configuração chamada em "V" em relação à direção vertical e à direção de avanço. O primeiro ângulo de convergência e/ou o segundo ângulo de convergência estão próximos, por exemplo, de 5 graus. O primeiro ângulo de convergência pode diferir do segundo.

[00108] As rodas 1 estão orientadas de maneira análoga aos discos 105. Os ângulos de convergência das rodas 1, primeiro e segundo, podem diferir daqueles dos discos 105. A inclinação da superfície de batente 67 em relação à parte principal da peça distanciadora 56 é tal, que ela compensa a inclinação das rodas 1 em relação ao plano vertical. A porção secundária da peça distanciadora 56 oferece assim uma superfície de batente 67 que se estende quase horizontalmente quando a roda 1 está montada sobre uma ferramenta do tipo da ferramenta 101. Esta configuração é particularmente interessante quando essa superfície de batente 67 está destinada a receber um sensor de pressão. Esse sensor pode medir um valor de esforço vertical, o que facilita a leitura do esforço em relação a um esforço de transversal.

[00109] Quando o conjunto 100 trabalha, os discos 105 penetram o solo107 de maneira a criar aí um sulco 110, destinado, por exemplo, a enterrar grãos ou sementes, enquanto que o conjunto 100 repousa sobre o solo por meio das rodas 100, em particular a banda de rolamento 27 do pneu 5. A profundidade de trabalho dos discos 105 é fixada graças às rodas 1 e corresponde à lacuna vertical do eixo de rotação 109 das rodas em relação àquele dos discos 105, isto é, à componente vertical da excentricidade desses eixos. Assim os discos 105 podem trabalhar o solo a uma profundidade substancialmente constante, mesmo quando um campo apresenta desníveis.

[00110] O lábio anular 54, que se projeta do resto do invólucro radial e axialmente para o exterior do pneu 5 atrita contra a superfície proximal de um disco 105 próximo raspando na mesma. A raspagem tem o efeito de limpar os discos 105 do que poderia ter aderido a eles, como lama ou detritos, por exemplo.

[00111] A forma abaulada da superfície de batente 67 de peça dis-tanciadora 56 assume um contato harmonioso dessa superfície com a banda de rodagem 27, o que evita deteriorar esta banda de rodagem.

[00112] O valor medido pelo sensor 71 permite caracterizar a penetração dos discos 105. No caso em que o valor medido seja nulo, ou quase, o pneu 5 não se deforma, ou se deforma pouco, e a banda de rodagem 27 não toca o solo, pelo menos bastante. Isso indica uma penetração insuficiente dos discos 105 ou do disco que os grãos ou as sementes estão dispostos mesmo no solo, ou a uma profundidade insu-ficiente. Conhecendo o valor de esforço aplicado à ferramenta em seu conjunto, pode-se deduzir ainda o efeito medido pelo sensor 71, o esforço resultando sobe os discos 105.

[00113] No caso de uma roda de apoio, onde o pneu 5 é utilizado para fechar novamente os sulcos, um baixo valor de esforço medido indica que o sulco está mal fechado e que o grão fica aparente.

[00114] Faz-se referência às Figuras 8 a 14.

[00115] A roda 1 que está representada distingue-se da roda das Fi-guras 1 a 4 inicialmente em virtu de de que o corpo 3 está constituído de um primeiro flange 79 e de um segundo flange análogo 81 análogos um ao outro.

[00116] Resulta que o rebordo externo 21 do aro 7 está conformado de maneira análoga ao rebordo interno 19. O pneu 5 apresenta, de modo correspondente, um rebordo externo 41 conformado como seu rebordo interno 39 e um talão externo 37 análogo ao talão interno 35. Em particular, a superfície externa 47 do talão externo 37 é troncônica e se alarga radialmente para o exterior como a superfície externa 47 do talão interno 35. A inclinação das porções troncônicas das paredes laterais 51 do pneu 5 é substancialmente maior do que na realização das Figuras 1 a 4, por exemplo, com um meio-ângulo de ápice próximo de 30 graus. O talão interno 35 e o talão externo 37 ocupam assim uma parte maior das superfícies de assento 18 do aro 7, melhorando assim o apoio do pneu 5 sobe o corpo. Um volume maior de matéria se encontra igualmente inserido entre a peça distanciadora 56 e os assentos 18, o que melhora ainda mais o travamento do pneu 5 sobre o corpo 3.

[00117] A superfície de batente 67 apresenta, aqui, um ligeiro arredondamento.

[00118] Faz-se referência à Figura 15.

[00119] Conservando os talões interno 35 e externo 37 mutuamente análogos, o pneu 5 pode apresentar paredes laterais 51 troncônicas menos inclinadas do que aquela da Figura 13 notadamente, aqui com um meio-ângulo de ápice próximo de 20 graus.

[00120] Faz-se referência às Figuras 17 e 18.

[00121] O perfil de cada ranhura 55 corresponde ao perfil das porções de extremidades axiais da peça distanciadora 56. Aqui o perfil dessas ranhuras apresenta uma forma de meio-círculo e não de meio-tra-pézio como nas Figuras 15 e 13 notadamente. A forma dessas superfí-cies de extremidades axiais 63 corresponde à forma do fundo das ra-nhuras circulares 55, aqui semicircular.

[00122] Faz-se referência às Figuras 19 e 20.

[00123] Sem sair do âmbito da invenção, a peça distanciadora 56 pode apresentar de 3 a uma pluralidade de nervuras. De preferência essas nervuras estão distribuídas regularmente de maneira angular, a 120 graus uma da outra, no caso de 3 nervuras ou 20 graus no caso de 19 nervuras.

[00124] Faz-se referência às Figuras 21 e 22.

[00125] A ferramenta agrícola assume, aqui, a forma de um rolo 100 compreendendo um suporte geralmente tubular 102, sobre o qual está montada uma pluralidade de pneus flexíveis 5 do tipo pneu flexível descrito em relação às Figuras 12 e 13 notadamente, com exceção de que esse pneu 5 está desprovido de lábio do tipo do lábio 54 e que as su-perfícies externas 47 dos talões 35 são retas (estendem-se em um plano perpendicular ao eixo central do pneu 5). A peça distanciadora 56 é análoga à peça distanciadora descrita em relação à Figura 13 notadamente.

[00126] Essa peça distanciadora 56 engata, por suas porções de extremidades axiais, as paredes laterais 51 da câmara 25, no nível dos segundos trechos 51B.

[00127] O rolo 100 compreende ainda uma pluralidade de peças distanciadores suplementares 104, cada peça distanciadora suplementar 104 estando intercalada entre dois pneus flexíveis 5 mutuamente adjacentes. Cada peça distanciadora suplementar 104 apresenta uma aparência geralmente tubular, com um perfil circular. Uma pluralidade de nervuras 106 projeta-se radialmente para o interior de uma face radialmente interna da peça distanciadora 104. Cada nervura 106 se estende geralmente seguindo uma direção axial da peça distanciadora 104. Cada peça distanciadora suplementar 104 é montada sobre uma super-fície externa do suporte 102 por meio de suas nervuras 106. Por suas extremidades axiais, cada peça distanciadora suplementar 104 apoia-se contra os talões 35 de dois pneus 5 mutu amente adjacentes, sobre a superfície externa 47 destes. O perfil das extremidades longitudinais das peças distanciadoras suplementares 104 corresponde ao perfil das superfícies externas 47 dos talões 35.

[00128] Aqui, essa superfície externa 47 é lisa, porém, numa variante, apresenta uma ranhura circular, de perfil correspondente às porções de extremidades axiais da peça distanciadora suplementar, de maneira a realizar um bloqueio suplementar por cooperação de forma. Aqui as porções de extremidades axiais das peças distanciadoras suplementares 104 são desprovidas de superfície saliente ou recuada. Essas superfí-cies são planas e retas, isto é, elas se estendem em um respectivo plano perpendicular ao eixo central da peça distanciadora suplementar 104.

[00129] Os pneus 5 são montados sobre o suporte 102, uma vez que as peças distanciadoras 56 estejam colocadas em posição transversal à abertura do pneu 5, se necessário engatadas nas ranhuras do tipo das ranhuras circulares 55 descritas em relação às Figuras precedentes. Os pneus 5 e as peças distanciadoras 56 são mantidos em engate mútuo por meio das peças distanciadoras complementares 104 e de um par de flanges de extremidades 108 montado no suporte 102.

[00130] Os flanges 108 apresentam um rebordo 110, cuja forma corresponde ao rebordo externo descrito em relação à Figura 4 notada-mente.

[00131] O aperto dos flanges 110 sobre o suporte 102 assegura a compressão axial dos pneus 5 no nível de seus talões 35, compressão necessária para mantê-los axial e radialmente sobre o suporte 102, de maneira análoga ao que foi descrito anteriormente no caso de uma ferramenta agrícola em forma de roda.

[00132] Faz-se referência às Figuras 23 e 24.

[00133] O rolo 100 se distingue do rolo da Figura 21 pela forma dos pneus 5.

[00134] Cada parede lateral 51 da câmara 25 apresenta um primeiro trecho 51A de perfil geralmente arredondado, praticamente semicircular e um segundo trecho 51B geralmente troncônico, que se alarga radialmente para o exterior do pneu 5. Esse pneu 5 apresenta, em cada um de seus segundos trechos 51B, uma ranhura circular 55, aqui com um perfil semicircular. A ranhura 55 é facultativa.

[00135] As peças distanciadoras 56 apresenta uma parte principal 57 geralmente tubular, cujas porções de extremidade axiais estão conformadas de uma respectiva maneira correspondente a uma ranhura cir-cular 55. Uma parte das superfícies de extremidade 63 desta parte principal 57 se engata nas ranhuras circulares 55, enquanto que o resto dessas superfícies 63 apresenta um perfil troncônico, cuja forma corresponde àquela do segundo trecho 51B, pelo menos na proximidade do lugar de engate da peça distanciadora 56 com as paredes laterais 51 da câmara 25.

[00136] A peça distanciadora 56 apresenta uma parte central 112 tu-bular, por meio da qual a peça distanciadora 56 é montada sobre a su-perfície externa do suporte 102. A parte central 112 se conecta à parte principal 27 por meio de uma nervura anular 114, que pode ser descon-tínua. As extremidades da parte central 112 aqui estão conformadas de maneira correspondente ao perfil dos talões 35, isto é, com uma respectiva superfície de extremidade cônica.

[00137] A peça distanciadora 56 apresenta uma porção secundária 69 que se projeta para dentro da câmara 25, no nível dos primeiros trechos 51A da parede lateral 51. Esta porção secundária 69 oferece uma superfície de batente 67 para a banda de rodagem 27 do pneu 5.

[00138] Por diferença em relação aos flanges da Figura 21, os flanges 108 apresentam aqui um rebordo 110 que compreende ainda uma borda troncônica 115 que oferece uma superfície de assento a um trecho radial 49A de forma correspondente da superfície externa 49 de um flanco 31.

[00139] Para o pneu 5, prefere-se utilizar um material bastante flexível, da ordem de 50 Shore A, afim de torná-lo muito deformável e evitar um esmagamento da zona entre os pneus 5.

[00140] Faz-se referência às Figuras 25 e 26.

[00141] O rolo 100 distingue-se do rolo da Figura 22 em que a superfície externa 47 do tação 35, 37 é troncônica e se alarga radialmente para o interior do pneu 5.

[00142] Nessas superfícies externas 47 sempre está disposta uma ranhura circular 116, cujo perfil corresponde ao perfil das porções de extremidades axiais das peças distanciadoras suplementares 106. Por essas extremidades, as peças distanciadoras 106 engatam os talões 35 por cooperação de forma com as ranhuras circulares 116.

[00143] Aqui as porções de extremidades axiais das peças distanciadoras 106 apresentam uma superfície de extremidade 118 saliente axialmente. Essas superfícies de extremidade 118 apresentam aqui um perfil semicircular, mas podem ser troncônicos, em variação, por analogia com a peça distanciadora da Figura 14, por exemplo, as porções de extremidades axiais das peças distanciadoras 106 cooperam com as superfícies externas 47 dos talões 35 de maneira análoga ao que foi descrito para as peças distanciadoras 56 dispostas em posição transversal à abertura do pneu 5.

[00144] Os rebordos 110 dos flanges 108 se encontram conformados de uma maneira correspondente à superfície externa 47 dos talões 35, 37.

[00145] Acaba de ser descrito um kit destinado a formar uma ferramenta agrícola a partir de um corpo de roda ou de um suporte tubular, o kit compreendendo um pneu flexível que apresenta uma câmara oca e uma superfície interna em torno dessa câmara oca. O pneu flexível apresenta ainda uma abertura circular sobre a câmara oca e um par de talões que bordeja essa abertura circular e por meio da qual o pneu flexível é montado em torno do corpo de roda ou do suporte tubular. O kit compreendendo ainda uma peça distanciadora com pelo menos uma parte geralmente tubular. Pelo menos um dos talões apresenta uma ra-nhura circular aberta sobre a câmara oca, enquanto que a superfície interna se estende de maneira geralmente troncônica, alargando-se radialmente para o exterior do pneu flexível, pelo menos uma parte desse talão que vai desde a ranhura circular radialmente para o interior do pneu flexível. A peça distanciadora está confirmada de maneira a se colocar em posição transversal à abertura do pneu, de maneira que uma porção de extremidade axial da parte geralmente tubular da peça distanciadora engata na ranhura circular.

[00146] Pelo menos um dos talões 35, 37 pode apresentar uma ranhura circular 55 aberta para a câmara oca 25, enquanto que a superfície interna 51 se estende de maneira geralmente troncônica, alargando-se radialmente para o interior do pneu 5, em pelo menos uma parte desse talão 35, 37 que vai desde a ranhura circular 55 radialmente para o interior do pneu flexível 5, enquanto que a porção de extremidade axial dessa peça distanciadora 56 engata na ranhura circular 55.

[00147] Cada talão 35, 37 pode apresentar uma a respectiva ranhura circular 55 aberta para a câmara oca 25, enquanto que a superfície interna 51 se estende de maneira geralmente troncônica, alargando-se radialmente para o exterior do pneu flexível 5 em pelo menos uma parte de cada um dos talões 35, 37 que vai desde a ranhura circular (55) radialmente para o interior do pneu flexível 5, e a peça distanciadora 56 pode estar conformada de maneira a se colocar em posição transversal à abertura do pneu flexível 5, de maneira que extremidades axiais dessa peça distanciadora 56 engatam em uma respectiva ra-nhura circular 51.

[00148] A superfície interna 51 pode estender-se de maneira geralmente troncônica, alargando-se radialmente para o exterior do pneu flexível 5 em uma porção que vai desde a ranhura circular 55 radialmente para o exterior do pneu flexível 5.

[00149] Pelo menos uma das ranhuras circulares pode apresentar um perfil de forma correspondente a um perfil de pelo menos uma das porções de extremidade axial da peça distanciadora 56.

[00150] Pelo menos uma das ranhuras circulares pode apresentar um fundo geralmente troncônico que se alarga radialmente para o exterior do pneu flexível 5.

[00151] Uma inclinação do fundo geralmente cônico em relação a uma direção radial pode ser próxima de uma inclinação da superfície interna relativa a essa direção radial, na proximidade pelo menos da ranhura circular 55.

[00152] Uma inclinação de pelo menos uma das extremidades axiais 63 da peça distanciadora 56 pode estar próxima da inclinação da superfície interna 51 na proximidade pelo menos da ranhura interna 55.

[00153] As ranhuras circulares podem aparecer opcionais. Quando as porções de extremidades axiais da parte tubular da peça distanciadora apresentam pelo menos uma superfície cujo perfil é saliente axialmente, o engate da peça distanciadora nos talões 35, 37 pode resultar de uma deformação local da parede lateral 51 da câmara, no nível dos talões 35, 37 que faz aparecer uma penetração das extremidades da peça distanciadora nesses talões 35, 37.

[00154] Tem tal caso, e no caso da Figura 4, por exemplo, poderia ser obtida a mesma situação de peça distanciadora 56 e do pneu 5, sem que este último esteja provido das ranhuras circulares 55.

[00155] As ranhuras circulares 55 são de pequena profundidade, da ordem de alguns milímetros, por exemplo, um ou dois milímetros, e relativamente estreitas, de modo que essas ranhuras podem ser vistas como entalhes.

[00156] A invenção não se limita aos exemplos de ferramentas descritos anteriormente, somente a título de exemplo, mas ela engloba todas as variantes que um técnico no assunto poderá considerar no âmbito das reivindicações que seguem.

[00157] O flanco externo 33 e o flanco interno 31 se estendem geralmente de acordo com a direção radial do pneu 9. Em variante, pelo menos um flanco externo 3 e do flanco interno 31 se estende geralmente de acordo com uma direção pouco inclinada em relação à direção radial, da rodem de alguns graus e de 15 graus no máximo.

[00158] Essa inclinação pode ser positiva quando o flanco se afasta da direção radial axialmente para o exterior do pneu 5, à medida que ele se afasta do eixo do pneu 5, ou negativa, quando esse afastamento se faz na direção axial para o interior do pneu 5.

[00159] A peça distanciadora 56 pode apresentar porções de extremidades axiais de forma diferente uma da outra.

[00160] Um dos talões pode ser desprovido de ranhura, a peça distanciadora engatando u nicamente o outro talão.

[00161] O sensor de pressão pode estar disposto sobre a superfície interna da banda de rodagem 27, em frente à superfície de batente 67.

[00162] A superfície interna 51 pode estender-se, pelo menos na parte correspondente ao talão 35 ou 37, com um meio-ângulo de ápice compreendido entre cerca de 15 graus e 45 graus, preferivelmente entre 15 e 35 graus.

[00163] Acaba de ser descrita igualmente uma peça distanciadora rígida, que porta um sensor de pressão à direita da banda de rolamento. Essa disposição do sensor não está limitada às formas de realização da peça distanciadora descritas anteriormente. Ela se aplica a qualquerferramenta agrícola do tipo que compreende um corpo de roda e um pneu flexível montado em torno do corpo de roda, o pneu flexível compreendendo uma abertura em sua face interna, e a ferramenta compreendendo ainda uma peça distanciadora rígida intercalada na abertura e montada sobre o aro, a peça distanciadora apresenta uma superfície radialmente externa diante da banda de rodagem e a peça distanciadora apresenta uma superfície radialmente externa que forma batente para o pneu flexível, a ferramenta compreendendo ainda um sensor de pressão, o sensor estando fixado sobre a superfície de batente diante do topo da banda de rolamento ou sobre a banda de rolamento diante da superfície de batente.

[00164] Essa superfície de batente pode estar inclinada em relação à direção axial da peça distanciadora. Essa superfície de batente pode ser abaulada radialmente para o exterior da peça distanciadora. Essa superfície pode ser geralmente troncônica e alargar-se radialmente em uma direção axialmente para o exterior.

[00165] Foi descrita também uma ferramenta agrícola 1, 100 compreendendo um corpo de roda 3 ou um suporte de rolo 102, um pneu flexível 5 que apresenta uma câmara oca 25 e uma superfície interna 51 em torno dessa câmara oca 25, o pneu flexível 5 apresentando ainda uma abert ura circular para a câmara oca 25 e um par de talões 35, 37 bordejando essa abertura circular e por meio da qual o pneu flexível 5 est2 montado em torno do corpo de roda 3 ou do suporte de rolo 102, a ferramenta compreendendo ainda uma peça distanciadora 56 pelo menos parcialmente tubular com duas faces de extremidade axialmente opostas, caracterizada pelo fato de que, pelo menos em uma parte correspondente a pelo menos um dos talões 35, 37, a superfície interna 51 se estende de maneira geralmente troncônica, alargando-se radialmente para o exterior do pneu flexível 5, e pelo menos uma das faces de extremidade da peça distanciadora apresenta pelo menos uma su-perfície axialmente saliente, a peça distanciadora estando colocada em posição transversal à abertura do pneu flexível 5 de maneira tal, que a superfície saliente 65 engata a superfície interna 51 em uma zona da dita parte correspondente ao talão 35,37.

[00166] O pneu 5 pode ser comprimido axialmente no nível dos talões 35,37. Essa compressão axial pode resultar, pelo menos em parte, de uma deformação axial do pneu 5, no nível dos talões 35, 37 da ordem de 1 a 5%.

[00167] É feita referência às Figuras 27 e 28.

[00168] Uma variante da roda 1 descrita em relação às Figuras 1 a 4 difere dela, em particular, em que o pneu 5 e peça distanciadora 56 são montados em um corpo da roda 3 compreendendo uma porção principal de peça única compreendendo o cubo 9 e do qual o disco consiste em hastes 73, cada uma conectando o cubo 9 ao aro.

[00169] O corpo 3 da roda 1 compreende um flange circular 75 com a forma de um aro externo semelhante ao segundo rebordo 21 das figuras anteriores. A flange 75 é montada no corpo da roda 3 de modo a segurar o pneu 5 e a peça distanciadora 56. A roda 1 também compreende um anel de fechamento elástico 77, recebido em uma ranhura (não referenciada) do corpo da roda 3. O anel 77 mantém o flange 75 no corpo da roda 3. O flange circular 75 está posicionado contra o talão externo 37 do pneu 5 e tem uma superfície axialmente interna 76 em cooperação de forma com o rebordo externo deste talão externo 37. O anel elástico 77 é posicionado contra o flange circular 75.

[00170] A superfície axialmente interna 76 do flange circular 75 pode ter um perfil reto, como na Figura 27, ou um perfil frustocônico centrado no eixo do cubo 9 e alargado radialmente para dentro como na Figura 28. Neste caso, o flange circular 75 atua como uma cunha, que bloqueia o rebordo externo do talão externo 37 radialmente para fora.

[00171] O pneu 5 tem uma ranhura circular na superfície interna do talão externo 37. Na sua porção radialmente mais baixa do que a ranhura circular, o talão externo 37 tem uma s uperficie interna frustocônica.

[00172] A peça distanciadora 56 tem uma s uperficie de extremidade axial direcionada para o talão interno 35 que tem a forma de uma ner-vura periférica 70. A nervura periférica 70 tem um perfil geralmente tron-cocônico, centrado no eixo do cubo 9 e se alargando em uma direção radial para dentro. A nervura 70 está em cooperação de forma com a superfície interna do talão interno 35, pelo menos em uma porção deste em contato com a nervura 70. A nervura periférica 70 suporta uma su-perfície de batente 67 de perfil geralmente cilíndrico, que se projeta radialmente para a câmara 25 .

[00173] A peça distanciadora 56 tem ainda uma pluralidade de ner-vuras 74. As nervuras 74 são uniformemente distribuídas angu larmente em torno da circunferência da face externa da peça distanciadora 56. Cada nervura 74 tem uma superfície 63 que se projeta da face da extremidade axial da peça distanciadora 56 direcionada para o talão externo 37 e engata na superfície interna do talão externo 37, aqui em sua ranhura circular.

[00174] O corpo da roda 3 pode ser em ferro fundido com grafite es-feroidal ou em alumínio, por exemplo. O flange circular 75 pode ser feito de plástico. O anel elástico 77 pode ser feito de aço.

[00175] A roda 1 é montada primeiro comprimindo levemente o pneu 5, a peça distanciadora 56 e o flange circular 75 no corpo da roda e, em seguida, posicionando o anel elástico 77 contra o flange circular 75.

[00176] Esta variante não requer parafusos para a montagem. Isso simplifica e acelera a montagem. Também reduz o número de rugosi-dade que pode reter o solo ou a vegetação ao usar a roda 1.

Claims

Kit destinado a formar uma ferramenta agrícola (1, 100) a partir de um corpo de roda (3) ou um suporte de rolo (102), caracterizado pelo fato de que compreende um pneu flexível (5) que apresenta uma câmara oca (25) e uma superfície interna (51) em torno dessa câmara oca (25), o pneu flexível (5) apresentando ainda uma abertura circular para a câmara oca (25) e um par de talões (35, 37) bordejando essa abertura circular e por meio da qual o pneu flexível (5) está montado em torno do corpo de roda (3) ou do suporte de rolo (102), o kit compreendendo ainda uma peça distanciadora (56) pelo menos parcialmente tubular (57) com duas faces de extremidades axialmente opostas, em que, pelo menos em uma parte correspondente a pelo menos um dos talões (35, 37), a superfície interna (51) se estende de maneira geralmente troncônica, alargando-se radialmente para o exterior do pneu flexível (5), e pelo menos uma das faces de extremidade da peça distanciadora apresenta pelo menos uma superfície saliente axialmente, a peça distanciadora (56) estando conformada de maneira a ficar em posição transversal à abertura do pneu flexível (5), de maneira que a superfície saliente (63) possa engatar a superfície interna (51) em uma zona da dita parte correspondente ao talão (35, 37).
Kit de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que cada face de extremidade da peça distanciadora (56) apresenta pelo menos uma superfície saliente (63) axialmente apresenta ainda uma superfície axialmente recuada (66), e essa superfície axialmente recuada (66) está conformada de uma maneira correspondente à superfície interna (51) na parte pelo menos do talão (35, 37) que se encontra radialmente aquém da dita zona.
Kit de acordo com a reivindicação 2, caracterizado pelo fato de que a superfície axialmente recuada (66) da peça distanciadora (56) está conformada de uma maneira correspondente à superfície interna (51) em uma parte do talão (35, 37) que vai desde a dita zona, radialmente para o interior do pneu flexível (5).
Kit de acordo com a reivindicação 3, caracterizado pelo fato de que a superfície axialmente recuada (66) da peça distanciadora (56) está formada de uma maneira correspondente à superfície interna (51) na parte do talão (35, 37) que vai até uma extremidade radial desse talão (35, 37).
Kit de acordo com qualquer uma das reivindicações 2 a 4, caracterizado pelo fato de que a superfície axialmente recuada (66) é geralmente contrônica e se alarga radialmente para o exterior da peça distanciadora (56).
Kit de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de que a peça distanciadora (56) apresenta uma face radialmente interna (59), a peça distanciadora (56) compreende uma pluralidade de nervuras axiais (65) que se projetam radialmente da face interna (59) da peça distanciadora (56) e por meio da qual a peça distanciadora (56) está montada em torno do corpo de roda (3) ou do suporte de rolo (102).
Kit de acordo com a reivindicação 6, caracterizado pelo fato de que cada nervura axial (65) apresenta uma extremidade axial (66) conformada de uma maneira correspondente à superfície interna (51) em uma parte desta última correspondente a um trecho do talão (35, 37) que se encontra radialmente aquém da dita zona.
Kit de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de que o talão (35, 37) apresenta uma ranhura circular (55) aberta para a câmara oca (25) e a dita zona compreende essa ranhura circular (55).
Kit de acordo com a reivindicação 8, caracterizado pelo fato de que a ranhura circular (55) está conformada de uma maneira correspondente à superfície saliente axialmente (63) da peça distancia-dora (56).
Kit de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de que a superfície saliente axialmente (63) é geralmente troncônica ou de perfil semicircular.
Kit de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de que a superfície interna 951) se estende, pelo menos na parte correspondente ao talão (35, 37), com um meio-ângulo de ápice compreendido entre cerca de 15 graus e 45 graus, preferivelmente entre 15 e 35 graus.
Kit de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de que a peça distanciadora (56) apresenta uma superfície radialmente interna (59) mais longa axialmente do que uma dimensão axial da abertura do pneu (5).
Kit de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de que a parte distanciadora (56) compreende uma porção geralmente tubular (57) portando as faces de extremidades axiais e uma superfície de batente (67) para o pneu (5), essa superfície de batente (67) projetando-se radialmente da dita porção tubular (57).
Kit de acordo com a reivindicação 13, caracterizado pelo fato de que essa superfície de batente (67) se estende geralmente de maneira troncônica, alargando-se de acordo com uma direção axial.
Kit de acordo com qualquer uma das reivindicações 13 e 14, caracterizado pelo fato de que compreende ainda um sensor de pressão (71) ou semelhante, o dito sensor (71) estando preso à superfície de batente (67).
Kit de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de que pelo menos um dos talões (35, 37) apresenta uma superfície externa (47) com um perfil que se estende geralmente de maneira radial.
Ferramenta agrícola (1, 100) caracterizada pelo fato de que compreende um corpo de roda (3) ou um suporte de rolo (102), um pneu flexível (5) que apresenta uma câmara oca (25) e uma superfície interna (51) em torno dessa câmara oca (25), o pneu flexível (5) apresentando ainda uma abertura circular para a câmara oca (25) e um par de talões (35, 37) bordejando essa abertura circular e por meio da qual o pneu flexível (5) está montado em torno do corpo de roda (3) ou do suporte de rolo (102), a ferramenta compreendendo ainda uma peça distanciadora (56) pelo menos parcialmente tubular com duas faces de extremidades axialmente opostas, sendo que pelo menos em uma parte correspondente a pelo menos um dos talões (353, 37), a superfície interna (51) estende-se de maneira geralmente troncônica, alargando-se radialmente para o exterior do pneu flexível (5), e pelo menos uma das faces de extremidade da peça distanciadora apresenta pelo menos uma superfícies saliente axialmente, a peça distanciadora (56) estando colocada em posição transversal à abertura do pneu flexível (5) de maneira tal, que a superfície saliente (63) engata a superfície interna (51) em uma zona da dita parte correspondente ao talão (35, 37).
Ferramenta de acordo com a reivindicação 17, caracterizada pelo fato de que o pneu (5) é pressionado axialmente no nível dos talões (35, 37).
Ferramenta de acordo com a reivindicação 18, caracterizada pelo fato de que a pressão axial resulta, pelo menos em parte, de uma deformação axial do pneu (5), no nível dos talões (35, 37) da ordem de 1 a 5%.
Ferramenta de acordo com qualquer uma das reivindicações 18 ou 19, caracterizada pelo fato de que o corpo da roda (3) compreende uma peça principal em monobloco, compreendendo um cubo e um disco que conecta o cubo a um aro, e um flange circular (75) que se encaixa na peça principal, o flange tendo a forma de um rebordo externo do corpo da roda (3) em cooperação com um rebordo do pneu (5).